Sei sulla pagina 1di 8

Ética e Direitos Humanos

ISCIM
Curso de Direito
Tema: Antropologia Ética

Plano de Lição

1. Antropologia Ética
i) *Sujeito Integral do comportamento Moral;
ii) *Moral e Cultura;
iii) *Responsabilidade Humana;
iv) *Valor Moral;
v) *Consciência Moral

Competências

No final da absorção dos conteúdos deste tema os alunos deveram ser capazes de:

1 – Compreender e explicar o porque da necessidade da instalação de códigos morais


na sociedade, tendo em conta a natureza humana;

2 – Relacionar conteúdos de modo a argumentar a favor de uma ideia.

1- Antropologia Ética

Docentes: dr. Carlos dos Santos


Ética e Direitos Humanos
ISCIM
Curso de Direito
Tema: Antropologia Ética

i)– A Dimensão Pessoal da Moralidade

A Ética é um assunto manifestamente antropológico porque só o ser humano tem


necessidade de tomar decisões éticas.

Algumas características do ser humano, que têm uma vinculação directa com as decisões e
acções éticas que ele realiza são:

 Racional: pensa por si e de maneira autónoma. Não se limita a seguir padrões


preestabelecidos, mas filtra-os pela própria personalidade, cuja estrutura racional
comporta três esferas:
- Cognitiva – Aprendizagem variável com a experiencia;
- Afectivas – condicionam sua aprendizagem e aceitação ou rejeição em função das
influências que está sujeito;
- Volitiva – agir em função das suas motivações e interesses que, deste modo
orientam as suas escolhas e acções.

 Único: é diferente de qualquer outro, o que coloca amplas variações na acção do ser
humano e grandes limitações à sua compreensão. Aí está o ponto central de todas as
questões éticas

 Teleologia Por isso o individuo escolhe a acção em função do fim que pretende
alcançar.

 Egocêntrico: analisa todo o ambiente ao seu redor a partir do seu “EU” e o ponto de
partida da sua acção são os seus interesses particulares.

 Ser social: depende dos outros para poder sobreviver (começando pela própria
necessidade de aprendizagem) acabando por ser aquilo que é em resultado da
influência que a sociedade exerce sobre ele.

Como resultado deste conjunto de características, o Homem é o único ser que tem
necessidade de idealizar um modelo regulador das suas relações com os outros e com a
natureza, determinando normas de convivência para colocar parâmetros à conduta individual
e à acção institucional, que é denominada por moral.

Nós somos produto do ambiente social e cultural. Não somos quadros brancos à nascença.
Nascemos com predisposições psíquicas.

Mas a natureza humana não é só sensibilidade ou só razão: é ambas, em interacção dinâmica,


profusamente modeladas pelos inúmeros aspectos do psiquismo e assim conduzido a modos
de acção individual distintos e diversos.

Natureza Humana e o contratualismo

Docentes: dr. Carlos dos Santos


Ética e Direitos Humanos
ISCIM
Curso de Direito
Tema: Antropologia Ética

A noção daquilo que chamamos natureza humana é fundamental para definir o código moral
que se deve aplicar para que uma sociedade possa viver de maneira harmónica. Existem
correntes que defende que a natureza do homem é má e outros que defendem que a natureza
do homem é boa. Abaixo apresentamos 2 dos principais pensadores da modernidade que
abordam este assunto

Thomas Hobbes

Os homens São maus por natureza e considera que apenas as leis tornam o homem bom,
sendo a primeira delas a paz. Partindo do estado natural da humanidade, Hobbes afirma que,
na natureza, todos os homens são iguais e não existe a noção de justiça, o que acaba por gerar
conflitos constantes. Segundo suas palavras, se duas pessoas desejam a mesma coisa, “ao
mesmo tempo, que se torna impossível ela ser gozada por ambos, eles se tornam inimigos”. 4
Ou seja, o estado natural, para o pensador, é um estágio de guerra ininterrupta de todos
contra todos os homens, na qual não é necessária a ocorrência de embates reais, mas a
simples intenção para tal.
De acordo com o filósofo, três pontos seriam a causa da discórdia na natureza humana. O
primeiro, a competição; nela o ataque visa lucros e a finalidade é atingir a posição de senhor
sobre aqueles que receberam o ataque. Em segundo lugar, a desconfiança; com ataques que
visam somente a segurança, a defesa. Por fim, o terceiro ponto seria a glória; neste ponto visa-
se a manutenção da reputação e os embates possuem motivos irrisórios.
O Estado, neste cenário, estaria como o poder superior necessário, impondo “um poder capaz
de manter a todos em respeito”.
Leviatã apresenta como idéia central um Estado forte, com grande poder do soberano frente
às instituições tradicionais.

O CONTRATO SOCIAL – JEAN J. ROUSSEAU


“O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”.13

De acordo com Rousseau, o homem é bom e puro na natureza e a evolução para a sociedade
civil é sua degradação. O contrato, nesse sentido, vem como a solução do mal da sociedade
civil.

Docentes: dr. Carlos dos Santos


Ética e Direitos Humanos
ISCIM
Curso de Direito
Tema: Antropologia Ética

Rousseau coloca a organização social a partir do contrato da seguinte forma: o povo é


soberano, em uma soberania indivisível e inalienável, e, com essa soberania, a vontade geral
reina para o bem comum. Nesse sentido, o príncipe justo, escolhido por todos, tem a função
de defender seu território e sua população contra uma ameaça externa.
Atuando nesta defesa, o príncipe pode apropriar-se de Estados vizinhos, mas respeitando os
indivíduos; ou seja, destruindo o Estado e não os homens. Pois “a guerra não dá nenhum
direito desnecessário ao seu objetivo”.16 Apenas é admitido que se mate no momento em que
os agressores empunham armas e nunca diferente disso, pois somente Deus possui qualquer
direito sobre a vida.

ii)– Moral e cultura

“A cultura, em sentido amplo, é um conceito de contornos pouco definidos que vai


mudando ao longo dos tempos, adaptando velhas crenças a novas situações” In diciopédia
2009, Porto Editora.

A cultura é “(…) um conjunto complexo interdependente e interactuante de


conhecimentos, crenças, leis, tradições, artes, costumes, hábitos de um determinado conjunto
de seres humanos constituídos em sociedade. Ela é o “(…) modo de vida mas também o
resultado das relações sociais entre pessoas numa determinada sociedade, e o seu significado,
juntamente com um certo montante de recursos acumulados de ordem natural ou não.”

A cultura será assim em última analise, um código moral que descreve as normas que
um determinado agregado humano (Grupo étnico, tribo, povo, nacionalidade), rege a sua vida;
regula e orienta a forma pelas quais as pessoas se casam, constituindo a célula base da
sociedade humana; rege a relação entre os cônjuges, entre pais e filhos, entre famílias, entre
cidadãos e detentores de puderes, e a interacção dos indivíduos e grupos sociais com o meio
ambiente de que são parte integrante dependente. Nesta relação é necessário assegurar a
igualdade de direitos e oportunidades a todos os cidadãos, na relação entre si bem como no
usufruto dos recursos naturais e dos serviços sociais.

Em resumo, e em sentido mais restritos, todas as manifestações de hábitos ou


costumes do dia-a-dia, como a gastronomia a maneira de vestir nas diferentes ocasiões, artes
e ofícios, as formas de produção, as formas de festejo, as formas de gerir o amor e a morte, as
formas de falar e até as formas de sentir são, entre outra manifestações culturais, ou seja,
facetas do conhecimento e tradição de uma sociedade.

Todos os actos são regidos por normas e procedimentos, os quais tem um caracter
educativo e visam dar ao grupo estabilidade de que ele carece para garantir a sua
sobrevivência, o seu desenvolvimento e o seu progresso.

Docentes: dr. Carlos dos Santos


Ética e Direitos Humanos
ISCIM
Curso de Direito
Tema: Antropologia Ética

Segundo Aristóteles, “Somos seres sociais. Nós somos o produto de sociedades


particulares. Devemos a maior parte daquilo que consideramos a nossa identidade, das nossas
opiniões pessoais, a comunidade em que vivemos”

A cultura aprende-se, portanto, o que implica que a moral se aprende. Essa


aprendizagem designa-se por Endoculturação, processo permanente de aprendizagem de uma
cultura, que se inicia com a assimilação de valores e experiencias a partir do nacimento de um
individuo e que tem fim apenas com a sua morte. A endoculturação é um processo que
estrutura o condicionamento da conduta dando estabilidade a cultura.

A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre


mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes
sociedades. Assim, podemos identificar alguns factores básicos permitem a mudança cultural:

Invenção/Descoberta ou introdução de novos conceitos. A invenção de novos


mecanismos de produção vai influenciar a forma como os indivíduos se relacionam,
por exemplo a introdução de sistemas mecanizados permitiram um aumento do
volume de produção, produção essa que para ser escoada precisaria de mercados
externos abrindo as Países como a China que fechados se começassem a relacionar
com outros povos. Esta produção elevada levou a necessidade de se passar de
sociedades que pautavam por economizar para sociedades consumistas. Assim passou
a ser mais importante do que ter dinheiro guardado ter os produtos mais recentes e
inovadores.

Difusão de conceitos a partir de outras culturas. Quando falamos de globalização que


resulta necessariamente do intercâmbio entre culturas que por sua vez vai permitir
uma troca de valores entre estas influenciando a forma como estas vêm os seus
próprios valores.

Ambiente: seja ele o material ou o Natural, exercem um papel fundamental sobre as


mudanças culturais. Por exemplo o desenvolvimento económico das sociedades
Africanas que levou a criação de cidades, fez com as pessoas que antes no campo
(cujas condições são duras, dai que algumas comunidades rurais vissem na poligamia
uma solução para a distribuição do trabalho), passassem para a cidades onde as
condições são mais favoráveis a nível de obtenção de bens de consumo, contudo o
alcance do que permite a aquisição de tais bens é mais difícil, deste modo há uma
necessidade de reduzir os encargos do homem que trabalha, fazendo com que o
homem opte por sustentar uma mulher a invés de 2 ou mais, mudando assim o um
valor cultural passando da poligamia para monogamia.

Como vemos ao falar de cultura estamos a falar de costumes, costumes esse que são a origem
das normas deste modo surge a questão como se Instituem as Normas?

 As normas são estabelecidas pelos costumes: quando os indivíduos que vivem


juntamente em sociedade se conduzem, durante certo tempo, em igualdade de

Docentes: dr. Carlos dos Santos


Ética e Direitos Humanos
ISCIM
Curso de Direito
Tema: Antropologia Ética

circunstâncias, de uma maneira igual, surge em cada indivíduo a vontade de se


conduzir da mesma maneira pela qual os membros da comunidade se conduzem
habitualmente.
 Os costumes resultam da relação do ser humano com o meio ambiente. As práticas
se afirmam como viáveis ao tornar bem-sucedido, tanto para o indivíduo como para
o grupo, esse relacionamento.
 Mas esse relacionamento requer o estabelecimento de alianças e a constituição de
grupos; os grupos requerem de organização e estrutura; o que, por sua vez, requer
equilíbrios de forças, todos eles regulados por normas.
 Com o passar do tempo, e com a repetição de uma tal prática, os membros da
comunidade passam a querer que todos se passem a conduzir da mesma maneira. A
situação fáctica do costume transforma-se numa vontade colectiva.
 Através do costume podem tanto ser produzidas normas morais como jurídicas.
Concluindo podemos dizer que a Moral é o guia pelos quais os costumes de uma sociedade
devem ser feitos ou seja, conforme dissemos acima, todas as práticas culturais devem
obedecer determinados procedimentos e regas, que são por si valores morais como veremos a
baixo.
O papel dá Ética comos podemos perceber é adaptar tais regras as modificações a que a
cultura está sujeita, como podemos ainda relembrar que a

iii) Responsabilidade Humana – Moral

Em Ética, responsabilidade moral é tudo relacionado à responsabilidade que se


relaciona com as acções e suas consequências nas relações sociais. Ela refere-se geralmente ao
dano causado ao indivíduo, a um grupo ou a uma sociedade inteira devido às acções ou à
ausência delas de outro indivíduo, grupo ou sociedade inteira. Esse é o mecanismo pela qual a
culpa pode ser induzida em muitas edificações sociais importantes, como, por exemplo, o
processamento do direito.

Consequências das acções imorais

 Falta de confiança no individuo e nas pessoas que com ele se relaciona, assim como
nas empresas ou serviços por parte dos próprios trabalhadores, dos clientes, dos
sócios e dos governos.
 Danos a saúde, segurança e o bem-estar do próprio cidadão, da sua família, dos seus
vizinhos, colegas e amigos danos as empresas ou serviços no seu todo e aos seus
clientes, bem como às comunidades a que as instituições prestam serviços.

Docentes: dr. Carlos dos Santos


Ética e Direitos Humanos
ISCIM
Curso de Direito
Tema: Antropologia Ética

 Multas, indeminizações e outras penalizações aplicadas às instituições, despedimentos


ou sentenças de prisão aplicadas aos trabalhadores, com repercussões directas no
bem-estar da família.

iv) Valor Moral

Antes de mais é preciso saber o que é Valor. Este significa a qualidade ou carácter que torna
os objectos ou actos valiosos. Neste contexto, o valor é um aspecto do bem, sendo o bem
enquanto perfeição ou plenitude de ser capaz de responder às tendências e às aspirações
humanas. O valor tem caracter de prevalência em oposição à preferência. Mesmo sendo
violado o valor permanece no seu significado, ou seja o valor é valido por si seja ou não
adoptado. Tal é o caso da justiça, o bem, o amor. O valor é objectivo e transcendente – neste
sentido, R. Le Senne diz que o valor é contagioso e atmosférico querendo significar que ele
transcende todas realizações particulares, para unir todos os homens em torno de um ideal
comum.

Assim Valor Moral designa aquilo que dá normas a conduta. Esta componente valorativa está
associada a atribuição de juízos de valor pois o verdadeiro conceito moral implica o recurso a
juízos de valor, para dizer o que deve ser e não apenas o que é.

Juízos de Valor

Um juízo de valor é um juízo sobre a correcção ou incorrecção de algo, ou da utilidade de algo,


baseado num ponto de vista pessoal. Como generalização, um juízo de valor pode referir-se a
um julgamento baseado num conjunto particular de valores ou num sistema de valores
determinado.
De um modo geral juízos de valor qualificam a acção a priori ou a posteriori. O que nos leva a
um conceito novo relativo a consciência moral.

Exemplo: A Pena de Morte é Injusta

Parece claro que este juízo exprime uma atitude desfavorável em relação à pena de morte:
alguém que acredite nele sinceramente não está apenas a dizer-nos como as coisas se passam
na realidade; não está apenas a descrevê-las. Está a dizer-nos como as coisas deviam ser, isto
é, está a avaliá-las, no caso pela negativa.

Caracteristicas dos Juizos de Valor

 As normas servem para indicar a maneira como devemos agir. É devido a esta
característica que os juízos de valor são normativos.
 Os juízos de valor são parcialmente normativos, têm valor de verdade mas a sua
verdade é subjetiva (pode variar consoante o sujeito que os formula).

Docentes: dr. Carlos dos Santos


Ética e Direitos Humanos
ISCIM
Curso de Direito
Tema: Antropologia Ética

Senso e Consciência Moral

O senso moral atua quando uma pessoa é movida a agir por causa dos seus
sentimentos ao próximo, pelos seus valores e ainda pelo sentimento de igualdade
entre si e o próximo, ou seja, o senso moral leva uma pessoa a agir imediatamente.
Como exemplo, muitas vezes somos levados por impulso ou por uma emoção forte,
fazemos alguma coisa e depois nos arrependemos, sentimos remorso ou culpa? Ou
outras vezes somos tomados pelo horror diante da violência: chacina de seres
humanos e animais, linchamentos, assassinatos brutais, estupros, genocídio e
torturas. Com frequência, ficamos indignados ao saber que um inocente foi
injustamente acusado e condenado, enquanto o verdadeiro culpado permanece
impune. Todos esses sentimentos exprimem o nosso senso moral, a avaliação de
nosso comportamento segundo ideias como as de, certo e errado.

A consciência moral atua na tomada de decisões relacionadas ao comportamento da


pessoa, pois necessita tomar decisões relacionadas a si próprio e a outras pessoas,
de forma que seja responsável por estas e ainda assuma as consequências de tais
decisões. O discernimento promove a relação entre os meios e os fins que auxilia na
distinção de reacções morais e imorais. Em resumo: "a consciência moral é o lugar
onde se tornam claro os valores morais para a pessoa e onde se fazem deles a
aplicação às suas situações concretas."

Exemplos

1- Um pai de família desempregado, com vários filhos pequenos e a


esposa doente, recebe uma oferta de emprego, mas que exige que seja
desonesto e cometa irregularidades que beneficiem seu patrão. Sabe
que o trabalho lhe permitirá sustentar os filhos e pagar o tratamento da
esposa. Pode aceitar o emprego, mesmo sabendo o que será exigido
dele? Ou deve recusá-lo e ver os seus filhos com fome e a mulher
morrendo?
2- Um rapaz namora, há tempos, uma moça de quem gosta muito e é por
ela correspondido. Conhece uma outra. Apaixona-se perdidamente e é
correspondido. Ama duas mulheres e ambas o amam. Pode ter dois
amores simultâneos, ou estará traindo a ambos e a si mesmo? Deve
magoar uma delas e a si mesmo, rompendo com uma para ficar com a
outra? O amor exige uma única pessoa amada ou pode ser múltiplo?
Que sentirão as duas mulheres, se ele lhes contar o que se passa? Ou
deverá mentir para ambas? Que fazer? Se, enquanto está atormentado
pela indecisão, um conhecido o vê ora com uma das mulheres, ora com
a outra e, conhecendo uma delas, deverá contar a ela o que viu? Em
nome da amizade, deve falar ou calar?

Docentes: dr. Carlos dos Santos

Potrebbero piacerti anche