Sei sulla pagina 1di 71

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

Aliriane Almeida
Carla Vieira Chaves
Karin Lorien Menoncin
Nalin Ferreira da Silveira
Natália Gastaud de Oliveira

ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA PAULO FRACO:


Biblioteca da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul
Relatório

Porto Alegre
2010
Aliriane Almeida
Carla Vieira Chaves
Karin Lorien Menoncin
Nalin Ferreira da Silveira
Natália Gastaud de Oliveira

ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA PAULO FRACO:


Biblioteca da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul
Relatório

Relatório apresentado como pré-requisito para avaliação


parcial da disciplina BIB 03021 - Estudos de comunidades
e usuários, do curso de Biblioteconomia, da Faculdade de
Biblioteconomia e Comunicação, da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, ministrada pela prof. Dra. Ida R.C.
Stumpf.

Porto Alegre
2010
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 4
1.2 CONTEXTO DO ESTUDO: A BIBLIOTECA PAULO FRANCO ................................. 5
1.2.1 Estrutura Organizacional ..................................................................................... 7
1.2.2 Objetivos e Finalidades ....................................................................................... 7
1.2.3. Recursos Institucionais ...................................................................................... 8
1.2.4 Recursos Financeiros .......................................................................................... 8
1.2.5 Recursos Humanos.............................................................................................. 9
1.2.6 Serviços Oferecidos............................................................................................. 9
2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 11
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 11
2.3 DEFINIÇÃO E/OU OPERACIONALIZAÇÃO DOS TERMOS .................................. 12
3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 13
3.1 MINISTÉRIO PÚBLICO ........................................................................................... 13
3.1.1 Competências ..................................................................................................... 14
3.1.2 Estrutura Organizacional ................................................................................... 15
3.2 BIBLIOTECA ESPECIALIZADA JURÍDICA ............................................................. 15
3.3 INFORMAÇÃO JURÍDICA ...................................................................................... 17
3.4 USUÁRIOS DA BIBLIOTECA JURÍDICA ................................................................ 21
3.4.1 Procurador da República ................................................................................... 22
3.4.2 Servidor Público ................................................................................................. 23
3.4.3 Estagiários .......................................................................................................... 24
3.5 SERVIÇOS PRESTADOS POR BIBLIOTECAS ESPECIALIZADAS ....................... 27
3.6 ESTUDO DE USUÁRIO .......................................................................................... 29
3.6 NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO........................................................................ 31
3.7 USO DA INFORMAÇÃO ......................................................................................... 33
4 METODOLOGIA ........................................................................................................ 35
4.1 TIPO DE ESTUDO .................................................................................................. 35
4.2 SUJEITOS DO ESTUDO ........................................................................................ 35
4.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ............................................................. 36
4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS ...................................................... 38
4.5 TRATAMENTO DE DADOS .................................................................................... 39
4.6 ESTUDO-PILOTO ................................................................................................... 39
4.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO .................................................................................... 40
5 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................. 41
5.1 IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL ................................................................................. 41
5.2 FREQUÊNCIA......................................................................................................... 43
5.3 FINALIDADES DE USO DA BIBLIOTECA .............................................................. 44
5.4 CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS USUÁRIOS EM RELAÇÃO AOS
SERVIÇOS PRESTADOS PELA BIBLIOTECA ............................................................. 45
5.5 GRAU DE SATISFAÇÃO DESSES USUÁRIOS EM RELAÇÃO AOS SERVIÇOS
OFERECIDOS E AO ACERVO ..................................................................................... 47
5.6 TIPOS DE INFORMAÇÃO JURÍDICA MAIS UTILIZADAS ...................................... 49
5.7 OPINIÃO DOS USUÁRIOS QUANTO AO ATENDIMENTO PRESTADO PELA
BIBLIOTECA ................................................................................................................. 49
5.8 SUGESTÕES PARA MELHORIAS NA BIBLIOTECA .............................................. 51
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 52
REFERÊNCIAS: ........................................................................................................... 55
APÊNDICE A ................................................................................................................ 60
ANEXO A ..................................................................................................................... 64
ANEXO B ..................................................................................................................... 67
4

1 INTRODUÇÃO

Estudos de usuário são necessários para identificar os usuários e necessidades


de uma determinada instituição a fim de aperfeiçoar os serviços prestados pela
mesma.
Na Biblioteca Paulo Franco (BPF), do Ministério Público Federal (MPF), sentiu-
se a necessidade de um estudo de usuários a fim de auxiliar a instituição a conhecer
as reais necessidades de seus usuários e o grau de satisfação em relação aos
serviços prestados. Este estudo servirá como um instrumento no planejamento de
futuras melhorias na unidade de informação.

1.1 JUSTIFICATIVA

A realização deste estudo fez-se necessária por ser requisito acadêmico como
parte da avaliação final da disciplina BIB 03021 – Estudos de Comunidade e Usuário,
ministrada pela Profª Drª. Ida Regina Chitto Stumpf.
A escolha da realização do estudo na BPF teve como motivo principal o fato de
uma integrante já ter realizado, e duas integrantes do grupo realizarem atualmente,
estágio não obrigatório na biblioteca. As próprias alunas apontaram que estudos deste
tipo nunca haviam sido realizados na instituição.
Além disso, uma biblioteca tem mais valor quando satisfaz as necessidades
informacionais de seus usuários. Para isso é fundamental que o bibliotecário conheça
seus usuários, o público da biblioteca em que exerce suas atividades, quanto aos
aspectos de necessidades, formas e fontes informacionais utilizadas por eles. Portanto
é necessário um diálogo entre as partes. Este estudo tem a intenção de recolher
informações quanto às necessidades dos usuários servindo de subsídio para futuros
aperfeiçoamentos nos serviços oferecidos pela biblioteca integrando o Relatório
5

Anual1 enviado ao Procurador-chefe do Ministério Público Federal, no âmbito da


Procuradoria da República no Rio Grande do Sul.

1.2 CONTEXTO DO ESTUDO: A BIBLIOTECA PAULO FRANCO

A Biblioteca Paulo Franco localiza-se na Praça Rui Barbosa, 57, 11º andar,
Porto Alegre-RS, no prédio do Ministério Público Federal – Procuradoria da República
no Rio Grande do Sul. Está subordinada à Coordenadoria de Documentação e
Informação Jurídica do Ministério Público Federal. Integra uma rede de bibliotecas
constituída por bibliotecas de cinco grupos que compõem o quadro das Procuradorias
da República nos Estados dando suporte informacional à sede da Procuradoria em
Porto Alegre e às sedes distribuídas em 19 municípios gaúchos:

a) 1º grupo - Procuradorias da República nos Estados do Rio de Janeiro e São


Paulo;
b) 2º grupo - Procuradorias da República nos Estados da Bahia, Ceará, Distrito
Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina;
c) 3º grupo - Procuradorias da República nos Estados do Acre, Alagoas,
Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe;
d) 4º grupo - Procuradoria da República no Estado de Tocantins;
e) 5º grupo - Procuradorias da República nos Estados de Amapá e Roraima.

Compõem a estrutura da Procuradoria da República no Estado do Rio Grande


do Sul (PR/RS):

I - Procurador-Chefe;

1
O relatório anual é uma síntese da atividade desenvolvida pela biblioteca ao final do ano entregue ao
Procurador-chefe.
6

II - Procurador Regional dos Direitos do Cidadão;


III - Procurador Regional Eleitoral;
IV - Procuradores da República;
V - Procuradorias da República em Municípios no Estado do Rio Grande do Sul;
VI - Gabinete do Procurador-Chefe;
VII - Gabinetes dos Procuradores da República;
VIII - Coordenadoria Jurídica:
a - Divisão de Registro e Acompanhamento de Feitos Cíveis e Criminais;
IX - Coordenadoria de Documentação e Informação Jurídica:
a - Divisão de Documentação e Informação;
b - Biblioteca;
X - Coordenadoria de Administração:
a - Seção de Material e Patrimônio;
b - Seção de Comunicações Administrativas;
c - Seção de Atividades Auxiliares;
d - Seção de Pessoal;
e - Seção de Execução Orçamentária e Financeira.

À Coordenadoria de Documentação e Informação Jurídica compete,


observadas as diretrizes (ANEXO A) e orientações técnicas da Secretaria de
Informática e da Coordenadoria de Documentação e Biblioteca: coordenar e executar
as ações de suporte às atividades da Procuradoria, através da pesquisa, catalogação,
classificação, registro e divulgação de textos jurídicos; coordenar e executar as
atividades de suporte nas áreas de organização e sistemas da Procuradoria.
À Divisão de Documentação e Informação compete: analisar, racionalizar,
implantar e avaliar estruturas, métodos, procedimentos e rotinas; racionalizar
formulários e impressos; desenvolver e implantar sistemas de informações e de
controle, de conformidade com os planos e programação para a área de informática;
coordenar as atividades de treinamento em processamento de dados em atividades
correlatas; manter registros e arquivos sistematizados dos trabalhos jurídicos e/ou
pareceres produzidos pelos Procuradores lotados no Estado; promover a divulgação,
7

interna e externa, das publicações editadas pela Procuradoria Geral da República,


bem como de documentos jurídicos e trabalhos técnicos relacionados com a área de
atuação do MPF.
À Biblioteca compete: realizar pesquisas bibliográficas para dar suporte às
atividades dos Procuradores; promover a implantação de sistema de catalogação e
classificação que permita pronta identificação e localização de livros, periódicos,
relatórios, pareceres e outros tipos de documentos de interesse; manter permanente
entrosamento com as Bibliotecas da Procuradoria Geral da República, das
Procuradorias nos Estados, das Procuradorias Regionais e com entidades similares,
com vistas ao intercâmbio de publicações e ao aprimoramento dos serviços; instruir,
controlar, encaminhar processos de compra, intercâmbio, doação de livros, periódicos,
relatórios e outros tipos de documentos.

1.2.1 Estrutura Organizacional

A estrutura organizacional da Biblioteca Paulo Franco é composta:

a) pela Chefia;
b) pelo Setor de processamento técnico;
c) pelo Setor de pesquisa e referência;
d) pelo Setor de indexação de periódicos e jurisprudência;
e) pela Secretaria de apoio.

1.2.2 Objetivos e Finalidades

A Biblioteca Paulo Franco, da Procuradoria da República no Estado do Rio


Grande do Sul (a PR/RS) tem por finalidade:
8

a) reunir, armazenar, conservar, disseminar e manter atualizado o acervo


bibliográfico e materiais especiais, necessários aos serviços da unidade;
b) disponibilizar serviços bibliográficos e de informação aos membros,
servidores e estagiários da Procuradoria, de forma a permitir o
desenvolvimento das atividades jurídicas;
c) atender às necessidades de informação dos Procuradores em seu trabalho e
pesquisas;
d) formar, desenvolver, avaliar e preservar o acervo documental, planejando,
coordenando, orientando, acompanhando e controlando as atividades de
Biblioteconomia e Documentação no âmbito desta instituição;
e) fornecer material bibliográfico necessário à consulta, ao estudo e à pesquisa;
f) executar os serviços pertinentes à área de Biblioteconomia e Documentação,
necessários ao desempenho das atividades fins nas diversas unidades da
PR/RS e dos seus respectivos serviços administrativos de estrutura, apoio e
coordenação.

1.2.3. Recursos Institucionais

A Biblioteca ocupa meio andar do prédio, este sendo dividido com o setor de
Informática do Ministério Público Federal. A área total ocupada pela biblioteca e por
seus setores é de 200 m². Foram destinados para os trabalhos na Biblioteca oito
computadores, além de mobiliário para comportar toda a equipe de trabalho e o
acervo.

1.2.4 Recursos Financeiros

Todo ano o MPF destina uma verba total de cerca de R$ 200.000,00 (duzentos
mil reais) para a compra de material bibliográfico. Metade desta verba é destinada à
9

compra de livros para a sede da biblioteca e o restante é dividido entre as


Procuradorias Regionais Municipais. A compra de equipamentos e mobiliário é feita
com verba separada e anualmente é feita a troca, reposição ou nova compra, quando
se verifica a necessidade.

1.2.5 Recursos Humanos

A equipe da Biblioteca é composta por um total de 9 pessoas:

a) 2 bibliotecários;
b) 4 estagiários de Biblioteconomia;
c) 2 técnico-administrativos;
d) 1 auxiliar de serviços gerais.

1.2.6 Serviços Oferecidos

A Biblioteca oferece os seguintes serviços:

a) pesquisas;
b) atendimento e orientação bibliográfica;
c) serviço de empréstimo;
d) intercâmbio entre bibliotecas;
e) divulgação dos informativos eletrônicos do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
e Supremo Tribunal Federal (STF);
f) divulgação dos sumários dos periódicos correntes;
g) treinamento no uso do acervo, bases de dados e arquivos disponíveis em
meio eletrônico (ex.: artigos).
h) serviço de reprografia.
10

A Biblioteca é responsável pela armazenagem de aproximadamente 7.000


volumes de livros, 4.500 fascículos de periódicos (considerando os últimos nove
anos), 830 folhetos e 70 itens de multimídia (Vitas VHS, CDs, e DVDs), além de
1.acórdãos.
Funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 19h. O maior fluxo de
usuários ocorre das 14h às 16h. O número de consultas locais é, em média, de 15
usuários por dia. Apesar de a biblioteca atender outros municípios no que diz respeito
às atividades do MPF, consideramos essas pequenas bibliotecas isoladas como parte
do acervo da Biblioteca Paulo Franco. Assim sendo, a unidade de informação a que
nos referiremos no presente trabalho trata-se da Biblioteca Paulo Franco, localizada
em Porto Alegre.
11

2 OBJETIVOS

Nesta seção são apresentados os objetivos a que este estudo de usuários se


propõe. São divididos em geral e específicos. Logo após segue a definição de termos
para o desenvolvimento do estudo.

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a necessidade e o uso da informação, além do grau de satisfação dos


usuários da Biblioteca Paulo Franco, em relação aos serviços prestados.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Caracterizar o perfil dos usuários em relação a: ocupação/cargo na


instituição, tempo de vínculo com a instituição, núcleo ou gabinete que
trabalha;
b) Identificar a frequência de uso da biblioteca pelos usuários;
c) Identificar as finalidades de uso da biblioteca;
d) Verificar o conhecimento e utilização dos usuários em relação aos serviços
prestados pela biblioteca;
e) Identificar o grau de satisfação desses usuários em relação aos serviços
oferecidos;
g) Identificar a satisfação dos usuários em relação ao acervo;
f) Identificar os tipos de informação jurídica mais utilizadas;
i) Identificar a opinião dos usuários quanto ao atendimento prestado pela
biblioteca;
j) Coletar sugestões para melhorias na biblioteca.
12

2.3 DEFINIÇÃO E/OU OPERACIONALIZAÇÃO DOS TERMOS

Neste ponto do trabalho justifica-se a operacionalização dos termos mais


usados com o objetivo de esclarecer a perspectiva tomada para a elaboração do
projeto em relação aos objetivos específicos.

a) Usuários: nesse contexto consideraremos os membros do Ministério Público


Federal, da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul, ou seja, os
Procuradores da República, servidores públicos e os estagiários de Direito
atualmente vinculados à Instituição, totalizando um universo de 249 usuários
potenciais;
b) Necessidade de informação: é uma lacuna no conhecimento identificada pelo
usuário, que impede o prosseguimento do seu trabalho. No caso,
consideraremos que os usuários percebem essa necessidade, e recorrem à
biblioteca para supri-la. No estudo, consideraremos apenas os usuários reais
da biblioteca;
c) Uso da informação: é a satisfação da demanda, ou seja, o resultado de uma
consulta a uma fonte de informação;
d) Frequência de uso: O termo refere-se à periodicidade com que o usuário
recorre à biblioteca e aos serviços que a mesma oferece.
e) Serviços oferecidos: utilizaremos o termo para nos referirmos ao apoio
bibliográfico e disseminação de informações, ambos ações desenvolvidas
pela biblioteca e disponibilizados aos usuários. Os serviços oferecidos pela
biblioteca devem satisfazer as necessidades informacionais dos usuários que
recorrem à biblioteca para sanar suas duvidas;
f) Acervo: o acervo da biblioteca é constituído por materiais informacionais
necessários ao desempenho das atividades dos usuários. Inclui livros,
periódicos, folhetos e multimídia;
g) Fontes de Informação: documentos que fornecem respostas específicas.
Dentre suas várias espécies, para fins desse estudo as utilizadas são:
13

doutrina, jurisprudência e legislação.


3 REFERENCIAL TEÓRICO

Para realização deste estudo é necessário um embasamento teórico que


contribuirá elucidando alguns tópicos pertinentes ao trabalho, a fim de atingir os
objetivos inicialmente propostos.

3.1 MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público Federal (MPF)2 faz parte do Ministério Público da União,


que também é composto pelo Ministério Público do Trabalho, pelo Ministério Público
Militar e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
As atribuições e os instrumentos de atuação do Ministério Público estão
previstos no artigo 129 da Constituição Federal, dentro do capítulo "Das funções
essenciais à Justiça". As funções e atribuições do MPU estão na Lei Complementar nº
75/93.
O MPF possui autonomia na estrutura do Estado, não pode ser extinto ou ter as
atribuições repassadas a outra instituição. Os procuradores e promotores podem tanto
defender os cidadãos contra eventuais abusos e omissões do Poder Público quanto
defender o patrimônio público contra ataques de particulares de má-fé.
Cabe ao Ministério Público Federal defender os direitos sociais e individuais dos
cidadãos perante o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, os
tribunais regionais federais, os juízes federais e juízes eleitorais. O MPF atua nos
casos federais, regulamentados pela Constituição e pelas leis federais, sempre que a
questão envolver interesse público, seja em virtude das partes ou do assunto tratado.
Também cabe ao MPF fiscalizar o cumprimento das leis editadas no país e daquelas
decorrentes de tratados internacionais assinados pelo Brasil. Além disso, o MPF atua

2
Ministério Público Federal. Disponível em:
<http://www.prr4.mpf.gov.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=6&Itemid=19 >. Acesso em: 3
maio 2010.
14

como guardião da democracia, assegurando o respeito aos princípios e normas que


garantem a participação popular.
O MPF atua nos casos federais, regulamentados pela Constituição e pelas leis
federais, sempre que a questão envolver interesse público, seja em virtude das partes
ou do assunto tratado. Como objetivos podemos citar:

a) proteger os cidadãos contra eventuais abusos e omissões do Poder Público


e defender o patrimônio público contra ataques de particulares de má-fé;
b) defender os direitos sociais e individuais indisponíveis dos cidadãos perante
o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, os tribunais
regionais federais, os juízes federais e juízes eleitorais;
c) fiscalizar o cumprimento das leis editadas no país e daquelas decorrentes de
tratados internacionais assinados pelo Brasil;
d) atuar como guardião da democracia, assegurando o respeito aos princípios e
normas que garantem a participação popular.

3.1.1 Competências

São competências institucionais do Ministério Público Federal:

a) instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos correlatos;


b) requisitar diligências investigatórias e instauração de inquérito policial,
podendo acompanhá-los e apresentar provas;
c) solicitar à autoridade competente a instauração de procedimentos
administrativos, ressalvados os de natureza disciplinar, podendo
acompanhá-los e produzir provas;
d) exercer o controle externo da atividade das polícias federais, na forma do art.
9º;
e) participar dos Conselhos Penitenciários;
15

f) integrar os órgãos colegiados previstos no § 2º do art. 6º, quando


componentes da estrutura administrativa da União;
g) fiscalizar a execução da pena, nos processos de competência da Justiça
Federal e da Justiça Eleitoral.

3.1.2 Estrutura Organizacional

O organograma abaixo demonstra a estrutura organizacional do Ministério


Público Federal.

Figura 1 – Estrutura Organizacional do MPF

3.2 BIBLIOTECA ESPECIALIZADA JURÍDICA

As bibliotecas, em uma definição sucinta, consistem em coleções ou acervos de


obras produzidas a partir do registro de informações. Para Araújo (2005, p. 29),
referindo-se a um conceito de biblioteca em um contexto geral, afirma que “a biblioteca
16

é um espaço de preservação dos conhecimentos gerados pela humanidade a partir de


diferentes sociedades”.
As bibliotecas especializadas são caracterizadas por possuírem o seu acervo
direcionado para um campo específico do conhecimento. Segundo Cezarino (1978,
p.238) “[...] elas são unidades pertencentes a instituições governamentais, particulares
ou associações formalmente organizadas com o objetivo de fornecer ao usuário a
informação relevante de que ele necessita, em um campo específico de assunto.”
Desse modo, os objetivos das bibliotecas especializadas estão relacionados
aos objetivos das instituições às quais estão vinculadas em vista de dar suporte
informacional para determinada instituição ou empresa. Dentre suas funções, Miranda
(2007, p. 88) destaca:

 Fornecer informação de forma rápida e eficaz, centrada em uma área do


conhecimento, buscando atender as necessidades dos usuários;
 Realizar um tratamento exaustivo nos documentos, ampliando os recursos
de recuperação da informação;
 Disseminar seletivamente a informação;
 Proporcionar o acesso a bases de dados especializadas na área de
interesse da coleção da biblioteca;
 Permitir a recuperação aprofundada de informações sobre assuntos
específicos da área.

Como toda unidade de informação, a biblioteca especializada deve direcionar


seu funcionamento e suas atividades segundo as características de seus usuários, de
sua instituição mantenedora e da própria unidade de informação.
O usuário de uma biblioteca especializada é formador de um público que
necessita e busca informações muito específicas, constituindo-se em um público
específico. O público das bibliotecas especializadas é geralmente de formação
superior, abrangendo pesquisadores, funcionários da instituição e público em geral.
Para atender esse usuário, se faz necessária a frequente atualização do
acervo, que é caracterizado como um acervo de tamanho reduzido, destinado a um
assunto ou grupo de assuntos, ou assuntos relacionados ao assunto principal, com a
função de satisfazer as necessidades informacionais das instituições pelas quais são
mantidas. A causa de instituições manterem bibliotecas próprias refere-se exatamente
à demanda de informações identificadas como necessárias ao desenvolvimento de
17

suas atividades.
O perfil do bibliotecário da biblioteca especializada é bastante dinâmico e este
deve acompanhar os assuntos pertinentes a instituição. Além disso, uma característica
marcante do bibliotecário de bibliotecas especializadas é a de antecipar-se à
necessidade dos seus usuários e dessa forma garantir a inteligência competitiva da
instituição. (FIGUEIREDO, 1979, p. 11). Outro ponto importante referente ao
profissional da informação de bibliotecas especializadas jurídicas é o fato de estar
atento à rápida obsolescência do acervo.
A biblioteca especializada jurídica é uma unidade de informação especializada,
que objetiva disseminar a informação jurídica com a intenção de auxiliar seus usuários
em todo processo informacional, no cumprimento da justiça. Geralmente, provenientes
de instituições governamentais, universidades ou escritórios de advocacia ( FULLIN,
2006).
Segundo a observação das características das bibliotecas especializadas, a
Biblioteca Paulo Franco, unidade de informação abordada neste trabalho, obviamente
se trata de uma biblioteca especializada jurídica. Sua atuação é mediada pelas
atividades referentes ao MPF-RS e seu acervo é composto por obras destinadas a
fornecer respostas e subsídios às demandas jurídicas e legais de informações.

3.3 INFORMAÇÃO JURÍDICA

Pode-se afirmar que tudo é informação? Pode-se definir informação? Existe


alguma definição categórica e tida como verdade absoluta sobre o que é informação?
A cada resposta surge um novo questionamento e assim seguem as discussões
e deliberações sobre essa palavra com significado tão complexo, no entanto, a
afirmação um tanto clichê de que “informação é poder” ainda é a de consenso entre
todos. Pode-se afirmar também que ela [informação] transcende os suportes. Eles
precisam existir, mas não como fim, e sim como meio para a transmissão da
informação.
18

O paradigma custodial, embora ainda encontre solo fértil em algumas


instituições e profissionais, se torna ultrapassado cada dia mais. Silva (2006) destaca
outras denominações para esse paradigma: historicista, empírico-patrimonialista,
tecnicista, custodial ou estático. Conforme o autor, algumas das principais
características são a valorização afetiva, estética e econômica do que é antigo e raro
com a supervalorização da custódia e conservação do suporte da informação como
base para as atividades dos bibliotecários e arquivistas, além da preservação da
cultura dita erudita menosprezando a cultura popular e a permanência do valor
patrimonial do documento em detrimento de seu valor informacional.
A partir desses pontos destacados pode-se perceber que realmente esse
paradigma vai de encontro com a Sociedade da Informação e seus preceitos.
Que preceitos são esses e a que informação as discussões se referem? A
Sociedade da Informação se consolida principalmente pelo surgimento dos
computadores e da internet, ferramentas através das quais a informação gira o mundo
em um segundo, ou menos, e se espalha, se dissemina com uma rapidez que deixaria
Gutenberg assombrado. Nessa Sociedade o foco não é mais a preservação de
acervos como tesouros intocáveis e sim o usuário, ele que irá agregar sentido e valor
à informação. Sanz Casado (1994) destaca que os conceitos de informação são
diversos, inclusive, porque cada pesquisador da área da Documentação tem dado a
sua definição. Entre as definições que apresenta em seu texto estão a de Wilson, que
vê a informação física ou fenômeno, um canal de comunicação através do qual são
transferidas as mensagens, o dado determinado empiricamente e apresentado em um
documento ou transmitido oralmente, e a de Faibisoff e Ely que mais
simplificadamente veem a informação como aquilo que reduz a incerteza. Para cada
conceito ainda existe um ou mais tipos de necessidades por parte do usuário e
também diversos tipos de usos dessa informação.
Uma mesma informação tem valores diferentes para cada pessoa e isso vai
depender de suas necessidades informacionais, o fato é que a informação é dinâmica
e é uma ferramenta para o conhecimento, para o desenvolvimento desse usuário,
além de ser dependente do fator humano para fazer sentido.
19

Como Sanz Casado destacou, cada pesquisador traz a sua definição conforme
ela se adéque melhor à situação. Barreto3 (1999, apud PEREIRA, 2006) conceitua
informação como “conjuntos significantes com a competência e a intenção de gerar
conhecimento no indivíduo, em seu grupo, ou na sociedade”.
Tem-se até aqui as principais características da informação, embora esse termo
possa não ser o mais adequado: ela depende do fator humano, tem a intenção de
gerar conhecimento, reduzir incerteza e é um canal de comunicação. A significação
por parte do indivíduo é também identificada por Setzer (2001), para quem a
informação contém uma significação atrelada ao signo, uma caracterização que é
atribuída pelo usuário do termo ao símbolo.
Em seu uso, se usada de forma adequada, a informação cumpre o seu papel
como ferramenta para o conhecimento, e contribui como instrumento formador da
consciência crítica do indivíduo. Nessa etapa, a informação pode tanto o levar à
conquista do sucesso intelectual e profissional, como levá-lo ao fracasso e à própria
estagnação (FULLIN, 2006), já que, se o indivíduo não se satisfaz ou não consegue
por algum motivo usufruir da informação obtida ele pode retroceder no seu processo
de conhecimento, muitas vezes se decepcionando com o que encontrou.
Se a conceituação de informação se torna um leque gigantesco, dentro da
biblioteca jurídica ela se afunila. A informação, assim como a biblioteca, se torna mais
específica, assim tem-se a informação jurídica.
O princípio da sociedade se fundamenta na legalização e formalização do que
se refere a essa sociedade, além do que diz respeito à cidadania pois “para que o
indivíduo conquiste a cidadania é necessário que possa exercitar com plenitude seus
direitos civis, políticos e sociais [...].” (MACHADO, 2000).
Por essa razão, aos profissionais que atuam na área jurídica cabe assegurar
que as normas, legislações e regulamentos sejam o reflexo dos interesses dos
cidadãos e devidamente cumpridos.
A informação jurídica se torna base da pesquisa acadêmica do Direito, das leis
propriamente ditas e das decisões jurídicas baseadas nas leis, além obviamente de
influenciar diretamente o comportamento em sociedade onde a cidadania é exercida.
3
BARRETO, A. A. A oferta e a demanda da informação: condições técnicas, econômicas e políticas. Disponível
em: <http://www.e-iasi.org.br/cinfor/sensivel.htm>. Acesso em: 20 maio 2010.
20

Assim, conforme Silveira4 (1999) e Alonso5 (1999, apud MACHADO, 2000; FULLIN,
2006) é dividida de acordo com três tipos de fontes:

a) Doutrina: trabalhos sobre a Ciência do Direito. A doutrina jurídica também


pode ser chamada de Direito Científico, e consiste nos estudos
desenvolvidos pelos vários juristas, que objetivam entender e explicar todos
os temas relativos ao Direito. Compreende o estudo aprofundado, a
atualização dos termos, e a sistematização e organização do conteúdo.
b) Legislação: normas, regulamentos e suas atualizações, diz respeito ao fato
social. A legislação é um “conjunto de leis de um Estado, na ordem
internacional ou na interna: legislação brasileira, legislação francesa,
legislação paulista, ou referente a certa matéria:legislação penal, legislação
fiscal.” (MAGALHÃES, 2007, p.705).
c) Jurisprudência: decisões dos juízes e tribunais. Modernamente, segundo o
Dicionário Jurídico Piragibe (MAGALHÃES, 2007, p. 685), “[...] significa o
conjunto de decisões judiciais a respeito de um determinado assunto”. Ou
seja, o hábito de interpretar e aplicar as leis aos fatos concretos, para que,
assim, se decidam as causas. Como exemplo temos as jurisprudências dos
Tribunais Superiores (STF e STJ). Qualquer pessoa pode ter acesso às
jurisprudências dos tribunais brasileiros, por meio de livros, revistas
especializadas, ou pela internet.

A jurisprudência consiste na decisão irrecorrível de um tribunal, ou um conjunto


de decisões dos tribunais ou a orientação que resulta de um conjunto de decisões
judiciais proferidas num mesmo sentido sobre uma dada matéria e proveniente de
tribunais da mesma instância ou de uma instância superior, indicando uma tendência a
ser seguida por outras decisões futuras.
4
SILVEIRA, Adriana Godoy, FERREIRA, Regina de Marco. Uso das tecnoloias de acesso à informação na área do
Direito do Trabalho. In: JORNADA SUL-RIOGRANDENSE DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 14, E
ENCONTRO REGIONAL DE USUÁRIOS DE MICROISIS, 2, Porto Alegre, 26-28 ago.1998. Anais ...Porto Alegre:
UFRGS, 1999. Disponível em: <http://orion.ufrgs.br/jornada/anais/temario2.html>. Acesso em: 15 maio 2010.
5
ALONSO, Cecilia Atienza . A informação jurídica face às comunidades da área do direito e dos fornecedores da
informação jurídica. In: CIBERÉTICA, 1, Florianópolis, 1998. Anais ... Florianópolis: UFSC, 1999. Disponível em:
<http://www.ciberetica.iacess/com.br/anais/doc/ceciliaatienzaalonso.doc>. Acesso em: 15 maio 2010.
21

Súmula é jurisprudência que adquire força de lei após ser votada em instância
superior, como o STJ ou TST, a partir daí, se torna um entendimento obrigatório ao
qual todos os outros tribunais e juízes, bem como a Administração Pública, Direta e
Indireta, terão que seguir.
Esses três tipos de informação são produzidos em grande quantidade e se
renovam com frequência podendo ser encontrados em diários oficiais, relatórios, em
revistas, jornais, monografias, trabalhos em eventos, grupos informais de
comunicação, obras de referência, livros e principalmente na internet (FULLIN, 2006).
Essa última se torna mais acessível ao cidadão comum que pode se informar a
qualquer momento sobre a legislação através de sites, ou até mesmo entrar com
recursos e acompanhar online certos processos, sempre lembrando que é necessário
verificar a confiabilidade da fonte e sua atualização.
Conforme destaca Rezende (2003), as fontes de informações jurídicas dão
suporte às atividades, tanto do Poder Público, quanto da iniciativa privada. De acordo
com Passos (2001), os principais produtores de informação jurídica são: Senado
Federal, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas, Tribunais, Câmaras
Legislativas, Prefeituras, Ministérios Públicos, entre outros. Também há organizações,
que são entidades comerciais e visam o lucro, como livrarias, editoras e escritórios e
consultorias jurídicas.
Como já foi dito, a maioria das informações já pode ser encontrada online, o
que facilita a comunicação. Esse avanço merece destaque pois, ainda mais importante
do que a própria informação, é fazer essa informação ser encontrada, caso contrário
ela não terá valor nenhum, perde seu sentido. Dessa forma fica claro onde entra o
papel do Bibliotecário, nesse caso o Bibliotecário Jurídico. Embora os profissionais da
área do Direito entendam sobre suas matérias, podem ter limitações sobre como
organizar e encontrar o seu conhecimento.

3.4 USUÁRIOS DA BIBLIOTECA JURÍDICA

Segundo Sanz Casado (1994, p. 19) “o usuário da informação define-se como


22

aquele indivíduo que necessita informação para o desenvolvimento de suas


atividades. Dividem-se em dois tipos, os usuários reais, e usuários potenciais. O
primeiro tipo é o indivíduo que tem consciência que necessita de uma informação, e
que a utiliza. O segundo tipo são os indivíduos que necessitam da informação, mas
não são conscientes disso, ou seja, não utilizam corretamente, ou não utilizam a
biblioteca.
Os usuários das bibliotecas especializadas são usuários que possuem um
objetivo específico e concreto, buscam nas bibliotecas especializadas um tipo de
informação sobre determinado assunto que necessitam para seu trabalho. Desse
modo o usuário da biblioteca especializada, neste caso, biblioteca jurídica, é um
usuário esporádico, porém não terá dúvidas em tornar a solicitar os serviços da
biblioteca cada vez que necessitar ajuda, se obtiver suas demandas satisfeitas.
(LATORRE ZACARÉS; SANCHIS PÉREZ, 1998).
Sanz Casado (1994) divide os tipos de usuários da informação em:
pesquisadores e docentes, a indústria, o cidadão comum e o administrador, o
planejador e o político. O autor menciona que esta última categoria de usuários
demanda informações elaboradas e precisam de rapidez e precisão na obtenção das
informações, pois estas informações irão ajudar a compreender as consequências
políticas, econômicas e sociais que envolvem uma decisão. Desse modo podem-se
enquadrar os usuários de bibliotecas jurídicas dentro desta última categoria.
Dentro deste estudo, estes usuários podem ser identificados como
Procuradores da República, Servidores Públicos e Estagiários, assim, seguem as
considerações sobre cada grupo de usuário.

3.4.1 Procurador da República

Sendo a Procuradoria da República a representação física do Ministério Público


Federal, esta é composta por Procuradores da República. Inicialmente o procurador
da República atua nos estados e municípios, verificando os assuntos que ferem os
direitos constitucionais e legais. Realizam atividades judiciais, mediante a propositura
23

de ações civis públicas e de outras ações coletivas; bem como atividades


extrajudiciais na defesa desses interesses coletivos e difusos, podendo, inclusive,
instaurar inquéritos civis públicos e expedir recomendações aos órgãos públicos, para
melhoria dos serviços públicos prestados e respeito aos interesses, direitos e bens
cuja defesa cabe ao Ministério Público promover. (MINISTÉRIO ..., 2010).

3.4.2 Servidor Público

Segundo a Lei Federal n. 8.112, de 11 de novembro de 1990,

Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na


estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. [..] Os
cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
provimento em caráter efetivo ou em comissão. (BRASIL, 1990).

O serviço público é bastante diferente dos serviços comuns prestados pelas


empresas privadas ou pelos prestadores autônomos, vez que está subordinado
coletivo, portanto, um interesse maior que o interesse individual de cada cidadão.
Assim, o Estado, por critérios jurídicos, técnicos e econômicos, define e
estabelece quais os serviços deverão ser públicos ou de utilidade pública, e ainda se
estes serviços serão prestados diretamente pela estrutura oficial ou se serão
delegados a terceiros.
Naturalmente alguns serviços não poderão ser delegados a terceiros pela sua
complexidade ou vinculação direta com a administração pública, entretanto, outros
tipos de serviços não devem ser prestados diretamente e, por consequência, sempre
são transferidos à iniciativa privada, contudo, obedecidas certas condições e normas.
Os serviços públicos, propriamente ditos, são aqueles prestados diretamente à
comunidade pela Administração, depois de definida a sua essencialidade e
necessidade. Assim, são privativos do Poder Público, ou seja, só a Administração
Pública deve prestá-los, por exemplo, a preservação da saúde pública e os serviços
de polícia.
24

Outros serviços públicos, chamados de serviços de utilidade pública, são


aqueles que a Administração Pública reconhece a sua conveniência para a
coletividade prestando-os diretamente ou delegando-os a terceiros, nas condições
regulamentadas e sob o seu controle. Por exemplo, o transporte coletivo, a energia
elétrica, o serviço de telecomunicações e o fornecimento de água.
Os servidores públicos do MPF entram, normalmente, através de concurso ou
por cargo comissionados (CC), indicados pelos Procuradores.

3.4.3 Estagiários

Conforme a atual legislação, os estagiários desenvolvem atividades de


aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela
participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizadas na
comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob
responsabilidade e coordenação da instituição de ensino.
A primeira lei para regulamentação das atividades profissionais para estudantes
foi aprovada em 1977 e não previa alguns benefícios que agora a lei 11.788, de 2008
(ANEXO B) prevê como forma de proteger o estagiário da possível deturpação de
suas funções.
A Associação Brasileira dos Estagiários (ABRES) (2007) destaca algumas das
motivações que justificam a realização do estágio, entre elas: a contribuição para a
formação do futuro profissional porque permite ao estudante a aplicação prática de
seus conhecimentos teóricos, motivando seus estudos e possibilitando maior
assimilação das matérias curriculares; amenizar o impacto da passagem da vida
estudantil para o mundo do trabalho, proporcionando contato com o futuro meio
profissional; adquirir uma atitude de trabalho sistematizado, desenvolvendo a
consciência da produtividade, a observação e comunicação concisa de idéias e
experiências adquiridas e incentivando e estimulando o senso crítico e a criatividade;
definir-se em face de sua futura profissão, perceber eventuais deficiências e buscar
25

seu aprimoramento.
O Censo de 2008 do Inep/MEC6 mostrou que maioria dos estudantes de ensino
médio e superior estão matriculados no período noturno, o que, sabe-se, se torna
muito normal pois eles dão prioridade ao estágio durante o dia para poder arcar com
seus estudos à noite. Esse é um fator que pode modificar o viés e o objetivo do
estágio em seu cerne, que é ser uma porta de entrada para uma nova carreira através
das práticas de ensino, já que ele se torna apenas uma necessidade de sobrevivência
para os estudantes.
Pesquisa realizada pela ABRES7 revelou que o total de vagas de estágio no
Brasil antes da aprovação da Lei n° 11.788 era de 1,1 milhão, após a aprovação esse
número baixou para 900 mil. Isso pode ser efeito de uma maior proteção aos
estudantes por parte da lei que deixou o empresariado mais criterioso, preocupado
com possíveis complicações jurídicas por algum problema na contratação dos
estagiários. No entanto a ABRES vê como um período que antecede uma
estabilização e espera que esses números aumentem progressivamente.
Os estagiários ganham cada vez mais espaço dentro das Instituições,
comumente por se considerar mais mão-de-obra por menos investimento de
pagamentos.

O estágio, atividade primordialmente relevante na formação acadêmica, por


motivos de diferentes ordens (econômicos, dificuldade de ser encontrado o
profissional com o perfil adequado, ausência de um método satisfatório de
ensino, etc.), tem sofrido diretamente, e até em maior intensidade, as mazelas
da mercantilização do ensino. (MOTTA; STASIAK, 2004, p. 24)

No entanto, com a nova lei que condiciona a supervisão por um profissional da


área do estudante - caso contrário não é possível estabelecer o vínculo de
aprendizado a mercantilização que Motta e Stasiak (2004) destacaram começa a
perder terreno e o propósito do estágio começa a ser realmente o pedagógico, com a
prática do conhecimento acadêmico. O amparo legal para que as empresas não
acabem explorando o trabalho do estagiário como mão-de-obra barata, já que em uma
grande maioria de estabelecimentos o estagiário cumpre igual ou superior carga

6
Dados do censo disponíveis em http://www.inep.gov.br
7
Dados retirados do site da Associação Brasileira de Estagiários. Disponível em: http://www.abres.org.br/v01/stats/
26

horária e recebe às vezes metade do que um profissional com vínculo empregatício -


se não menos - é o grande avanço da legislação.
O estágio especificamente na área do Direito deve visar o preparo para
atividades profissionais de advocacia, no ministério público, magistratura, soluções
extrajudiciais de controvérsias e demais profissões jurídicas. Sua legislação e
problemáticas se transformam conforme as leis do ensino se modificam também,
obviamente.
Motta e Stasiak (2004) trazem a Resolução CFE n° 3, de 25 de fevereiro de
1972, como marco na legislação do estágio pois deram à Prática caráter e natureza
disciplinar, evitando a sua natureza de mero apêndice do ensino da Teoria ou do
Processo. Posteriormente a mais significativa foi a Portaria n° 1.886, de 30 de
dezembro de 1994, que fixava as diretrizes curriculares e o conteúdo do curso jurídico
e, quanto ao estágio, solucionava as dúvidas e anomalias causadas pela Resolução
15/73 e Lei 5.842/72 relativas ao estágio profissionalizante. A Portaria n° 1886/94,
trouxe o estágio supervisionado como elemento curricular obrigatório e diferenciado na
formação do bacharel em Direito. Mesmo com essas vantagens, posteriormente a
portaria ainda foi considerada inadequada se confrontada com a Lei de Diretrizes de
Bases de 1996, por isso foi elaborado o Parecer 55/2004 que trata das novas
diretrizes curriculares para o curso de Direito.
Essas legislações tratam mais especificamente do aspecto pedagógico do
estágio, focando prioritariamente o estágio obrigatório, no entanto essas premissas se
adéquam também ao estágio não obrigatório pois não podem ser menosprezados, e
os dois devem estar de acordo com o projeto pedagógico curricular. Com relação às
questões da prática profissional a figura do estagiário de Direito também aparece na
Lei 8.906, de 1994 que dispõe sobre o estatuto da advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB). Nessa lei federal fica claro que o estagiário não pode
atuar como parte na ação do processo assumindo a autoria do processo. Conforme o
art. 3º, § 2º da lei, o estagiário de advocacia, regularmente inscrito na OAB, pode
praticar: a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais e as
atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
O estágio dos cursos de Direito também aparece na Resolução CNE/CES no
27

9/2004 no artigo 2º, parágrafo 1º, inciso IX, como um dos elementos estruturais do
projeto pedagógico; no artigo 5º, inciso III, que trata do eixo de formação prática; e no
artigo 7º e seus parágrafos que define o estágio sob responsabilidade do Núcleo de
Prática Jurídica (NPJ), devendo efetivar a “consolidação dos desempenhos
profissionais desejados, inerentes ao perfil do formando” (caput do art. 7o) e abranger
os “domínios indispensáveis ao exercício das diversas carreiras contempladas pela
formação jurídica” (§ 2º do art. 7º.).

3.5 SERVIÇOS PRESTADOS POR BIBLIOTECAS ESPECIALIZADAS

A avaliação de qualidade está mais relacionada com serviços do que com


produtos e as bibliotecas são instituições que prestam serviços. Serviço deriva do
verbo servir, que pode ter o sentido de oferecer. Assim se “dá algo a quem não tem”,
esse é o princípio da oferta de serviços. (MILANESI, 1997).
A mudança de paradigma para o novo olhar sobre o usuário, entendendo sua
participação como ativa nos processos (ele não apenas pega um livro emprestado, lê
e devolve, mas também avalia, colabora na construção da Unidade, diz o que lhe
interessa ou não, vivência o serviço) faz com que a avaliação dos serviços seja motivo
de preocupação por parte das Instituições.

[...]o serviço está intimamente ligado à vivência do usuário, enquanto os bens


manufaturados podem ser adquiridos. Portanto, os serviços não são
palpáveis, e sim intangíveis e de difícil mensuração. Deste modo, a diferença
principal entre bens e serviços está na participação do usuário, que vivencia a
criação do serviço. (SANTOS; FARCHIN; VARVAKIS, 2003)

Assim, as bibliotecas elaboram e projetam seus serviços (ou deveriam) com


mais qualidade para atender essa nova postura, para poder disponibilizar informação
precisa aos seus usuários.
Como toda unidade de informação, a biblioteca especializada deve direcionar
seu funcionamento e suas atividades segundo as características de seus usuários, de
sua instituição mantenedora e da própria unidade de informação.
28

Os objetivos das bibliotecas especializadas estão relacionados aos objetivos


das instituições às quais estão vinculadas em vista de dar suporte informacional para
determinada instituição ou empresa.
Figueiredo (1979) enumera uma lista de funções das bibliotecas especializadas:

a) Desenvolvimento da coleção, de acordo com as necessidades da


organização;
b) Manutenção de catálogos, índices e referências sobre assuntos
especializados;
c) Disseminação da informação corrente através de: exposições,
fornecimento de cópias, notificações pessoais, preparação e distribuição
de listas de novas aquisições de boletins e publicações especiais, como
cópia de sumários de periódicos;
d) Empréstimo de livros e circulação automática de periódicos;
e) Indexação e resumo de relatórios internos e de correspondência técnica;
f) Manutenção de serviço de referência para fornecimento de respostas a
questões rápidas ou que requeiram maior tempo e para a localização de
material ou de informação em qualquer fonte ou em outra biblioteca;
g) Compilação de bibliografias e preparação de relatórios;
h) Assistência editorial às publicações da organização;
i) Serviços de tradução;
j) Serviços personalizados de vários tipos: buscas na literatura, compilação
de dados, listas selecionadas com resumos de artigos de periódicos,
serviços de alerta, etc;
k) Orientação em levantamentos da literatura e treinamento no uso da
coleção. (FIGUEIREDO, 1979, p.11-12).

A maioria dos serviços prestados pelas bibliotecas especializadas são comuns


a outros tipos de bibliotecas respeitando suas características intrínsecas, porém cabe
ressaltar que o serviço de referência cumpre um papel primordial neste tipo de
biblioteca além da ser indispensável um sistema automatizado com serviços através
da internet.
Devido ao tipo de usuário que atende, tanto o atendimento presencial quanto a
divulgação de informações através, por exemplo, de boletins são de grande valia. A
educação de usuários também deve ser disponibilizada para que os usuários possam
ter maior autonomia na busca e uso da informação, sem perda de tempo
(VELLOSILLO GONZÁLEZ, 1999).
As tecnologias disponíveis, que possibilitam o usuário poder ter uma vivência
mais efetiva, interagindo com os sistemas de informação, por exemplo, trouxeram a
exigência de rapidez na recuperação da informação; o usuário quer retornos
imediatos. Essa exigência faz com que as Instituições repensem seus serviços de
29

modo mais ágil.

3.6 ESTUDO DE USUÁRIO

Capurro (2003) formulou três paradigmas que fundamentariam a Ciência da


Informação: o paradigma físico, o cognitivo e o social. A tendência é a evolução
destes, de acordo com os fundamentos de cada pesquisa, havendo uma adequação
com o paradigma, que seja a linha norteadora.
O primeiro paradigma “postula que há algo, um objeto físico, que um emissor
transmite a um receptor” (CAPURRO, 2003), voltado para o suporte físico da
informação e a gerência de informação (ordenar, organizar e controlar uma explosão
de informação). Porém, esta relação recebe diversas críticas, pois exclui o papel do
sujeito, do usuário.
Surge, então, o paradigma cognitivo, oposto ao físico, colocando o usuário
dentro do ciclo informacional, sendo, este alguém que necessita de alguma
informação, deixando de fora a condição e os processos sociais do ser humano. Este
processo prioriza a relação entre informação e conhecimento, o sujeito assimila a
informação, gerando conhecimento.
Para reverter esta situação, surge o paradigma social, que integra o usuário que
necessita informação a um contexto social, havendo, uma integração do paradigma
cognitivo a um contexto social, ou seja, o conhecimento interativo. O deslocamento do
foco da área para o usuário trouxe uma “humanização da área”. (RENAULT, 2007, p.
67).
Os estudos de usuários tornaram-se de extrema relevância com este último
paradigma, a fim de entendê-los e caracterizá-los, aplicando os resultados em
tomadas de decisões e melhorias na biblioteca.
Segundo Figueiredo (1994, p. 7)

Estudos de usuários são investigações que se fazem para saber o que os


indivíduos precisam em matéria de informação, ou então, para saber se as
30

necessidades de informação por parte dos usuários de uma biblioteca ou de


um centro de informação estão sendo satisfeitos de maneira adequada.

A autora (FIGUEIREDO, 1994) ainda enfatiza que os estudos de usuário são


um canal de comunicação entre biblioteca e a sua comunidade, pois por meio destes
estudos, os usuários podem comunicar suas necessidades, para que essas possam
ser atendidas pelas bibliotecas.
A Conferência da Royal Society, em 1948 e a Conferência Internacional de
Informação Científica, em Washington, 1958, foram marcos para os estudos de
usuários, pois foram apresentados trabalhos, nestes dois eventos, evidenciando a
preocupação de estudos voltados às necessidades de usuários. (FIGUEIREDO,
1994).
A importância dos estudos de usuários é mencionada por Figueiredo (1994, p.
10), pois os mesmos “[...] guiam a política de seleção de uma biblioteca para ser mais
de acordo com os interesses dos usuários, dinamizam [...] a organização total da
biblioteca propriamente dita [...]. De maneira especial, apontam as diretrizes para o
serviço de referência e de disseminação da informação, sob todas as formas”.
Dias e Pires (2004) enfatizam que os estudos de usuários são importantes para
conhecer as necessidades de informação dos usuários a fim de compreender os
motivos pelos quais as pessoas buscam a informação, pois a função mais importante
das unidades de informação é o modo como a informação disponibilizada modifica a
realização das atividades de seus usuários.
Durante a revisão de literatura foram encontrados poucos estudos sobre
bibliotecas jurídicas. Um destes estudos foi feito por Nascimento e Weschenfelder
(2006) que estudaram as necessidades dos vereadores de Florianópolis e o uso que
fazem da informação. As autoras constaram que os vereadores preferem os
documentos impressos, porém a Internet é utilizada no processo de pesquisa.
Outro estudo levantado foi feito na Biblioteca do Ministério da Saúde, por
Guimarães (2007), neste estudo a autora estudou usuários reais e potenciais e
verificou que os mesmos utilizam a Biblioteca Virtual em Saúde mais que os outros
serviços oferecidos pela Biblioteca e que os mesmos estão satisfeitos com a
biblioteca.
31

3.6 NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO

Conforme o modelo de criação de significação indicado por Dervin (1986 apud


CHOO, 2003, p. 85), o início do processo de busca da informação se dá a partir da
identificação de um vazio cognitivo, assim o usuário tenta preencher essa lacuna
através da busca da informação (CHOO, 2003). Figueiredo (1994, p. 34) explica que
necessidade é “o que o indivíduo deve ter para o seu trabalho, pesquisa, edificação,
recreação, entre outros, e exemplifica o caso do pesquisador, para ele “um item
necessário é aquele que levará adiante sua pesquisa” (FIGUEIREDO, 1994, p. 34).
Para Sanz Casado (1994, p. 24, tradução nossa) a necessidade é “a sensação
de carência de algo”. Essa lacuna identificada no conhecimento do pesquisador
precisa ser suprida para que o trabalho possa ter prosseguimento.
A análise apenas subjetiva das necessidades informacionais não dá resposta
quando se pergunta sobre categorias generalizáveis, assim o trabalho de Dervin e
Nilan (1986, apud CHOO, 2003)8 indica um modelo de necessidades cognitivas no
qual as pessoas vão dando sentido às coisas, vão criando significados através de
passos, uma analogia às suas experiências. Nessa caminhada elas identificam os
vazios cognitivos como já foi falado. Os estudos apresentados descobriram que a
forma como as pessoas percebem os seus vazios cognitivos e como desejam as
informações pode prever o comportamento delas na busca e no uso dessas
informações. Através dessa generalização pode se encontrar categorias universais
que se aplicam a diferentes grupos. Entre essas categorias está, por exemplo, a
parada de situação. Nessas paradas de situação o indivíduo identifica seu vazio
cognitivo como algo que o impede de seguir adiante sua caminhada, sua pesquisa.
Essa parada pode ter várias características como mostrar outros caminhos para
seguir, não mostrar caminho algum, mostrar caminhos nebulosamente e outros.
Além das necessidades cognitivas existem as reações emocionais nesse
processo de busca. Kuhlthau (1999) faz o estudo sobre essas reações pesquisando

8
Dervin, B.; Nilan, M. Information Needs and Uses. In: Williams, M. E. (org.). Annual Review of Information
Science and Technology (ARIST). 1986. apud CHOO, Chun Wu. Como ficamos sabendo: um modelo de uso da
informação. In: ______. A Organização do Conhecimento. São Paulo: SENAC São Paulo, 2003. p. 63-120.
32

estudantes universitários e usuários de biblioteca O resultado entre os grupos


pesquisados mostrou padrões comuns para as reações emocionais e se configurou no
que ela chama de Princípio da Incerteza na busca de Informação. O processo é
dividido então em seis estágios (iniciação, seleção, exploração, formulação, coleta e
apresentação) e três campos (emocional, cognitivo e físico). A incerteza existe a partir
da iniciação e conforme o processo avança, a confiança do indivíduo cresce até
chegar ao estado de satisfação, no processo de apresentação.
Os estados emocionais motivam e vão moldar a maneira que esse indivíduo
processa e usa as informações. No entanto podem ocorrer fatos que façam a
incerteza aumentar ao invés de diminuir e no final do processo, juntamente com a
satisfação podem ser abertas também outras lacunas e haver outra incerteza, dando
início novamente aos estágios já que o modelo de Kuhlthau permite essa interrupção
ou reinicio conforme o ritmo de cada um. As dimensões situacionais de fora do
individuo irão influenciar no processo e são identificadas por Taylor (1986 apud
CHOO, 2003)9 como sendo: grupo de pessoas (profissionais, empresários, grupos de
interesse, grupos especiais), problemas típicos, ambientes de trabalho e solução de
problemas (percepções compartilhadas por um grupo como sendo a maneira de ver
seus problemas). No modelo de Choo a necessidade da informação parte da
consciência de uma necessidade, não esquecendo que essa necessidade nem
sempre leva à uma busca, mesmo sendo identificada.
Para Choo:

[...] as necessidades de informação são muitas vezes entendidas como as


necessidades cognitivas de uma pessoa: falhas ou deficiências de
conhecimento ou compreensão que podem ser expressas em perguntas ou
tópicos colocados perante um sistema ou fonte de informação. Satisfazer uma
necessidade cognitiva, então seria armazenar a informação que responde ao
que se perguntou. (2003, p. 99).

O autor ainda salienta que as necessidades de informação podem crescer com


o tempo, evoluir: o que era apenas uma vaga sensação de incerteza pode

9
Taylor, R. S. Value-Added Processes in Information Systems. Norwood: Ablex Publishing, 1986. apud CHOO,
C. W. Como ficamos sabendo: um modelo de uso da informação. In: ______. A Organização do Conhecimento.
São Paulo: SENAC São Paulo, 2003. p. 63-120.
33

transformar-se em uma necessidade e posterior busca da informação, como também


pode não suscitar questionamentos maiores, e desconsiderar o problema sem a busca
da informação. Essas considerações incluem o que, para Dervin é o vazio cognitivo e
o que Taylor identifica como estado visceral e consciente do processo (ele identifica
quatro níveis pelos quais passa a necessidade de informação: visceral, consciente,
formalizado e adaptado ), Belkin também irá denominar como estado anômalo do
conhecimento e Kuhlthau vê como a sensação de incerteza.(CHOO, 2003; LIRA,
2008).
A necessidade de informação é parte importante do processo de busca do
pesquisador, mas muitas vezes esta etapa é dificultada por ruído na comunicação
entre o usuário e o profissional da informação. Por vezes, o usuário não sabe o que
precisa, ou não sabe expressar essa necessidade corretamente, cabendo ao
profissional orientá-lo para que consiga verbalizar de forma clara. Em alguns casos, é
o próprio Bibliotecário que não tem conhecimento suficiente sobre o assunto
solicitado, ou a própria Unidade de Informação não dispõe do acervo necessário.

3.7 USO DA INFORMAÇÃO

Figueiredo (1994, p. 35) explica que o uso é:

O que o indivíduo realmente utiliza. Um uso pode ser uma demanda satisfeita,
ou pode ser o resultado de uma leitura casual [...] ou acidental [...], isto é, uma
informação reconhecida como uma necessidade ou desejo [...] apesar de não
ter sido manifesta duma demanda.

O uso da informação é a satisfação da demanda, e vai depender do que a


Unidade de Informação pode oferecer, da disponibilidade e acessibilidade dessa
informação. A partir desse etapa, o Profissional não tem mais controle sobre a
informação, ou sobre a utilização dela pelo usuário.
Choo (2003, p. 107) considera que:

O resultado do uso da informação é uma mudança no estado de


conhecimento do indivíduo ou de sua capacidade de agir. Portanto, o uso da
informação envolve a seleção e o processamento da informação, de modo a
34

responder a uma pergunta, resolver um problema, tomar uma decisão,


negociar uma posição ou entender uma situação.

Para González Teruel (2005, p. 75, tradução nossa) o uso é “o resultado, por
exemplo, da consulta a uma fonte de informação ou ainda uma conversa informal com
outra pessoa, onde determinada informação é recebida de forma casual e pode
satisfazer uma necessidade ou um desejo que previamente não havia dado lugar a
uma demanda”.
Os usos podem ser indicadores de demandas, as demandas de desejos, e os
desejos de necessidades.
Neste estágio, o indivíduo atua sobre a informação, tem-se a seleção e o
processamento da informação. Aqui existe a relação entre a relevância e o uso da
informação. Essa relevância é vista sob a perspectiva do sistema e do usuário. Na
primeira a informação é objetiva e um sistema pode, por exemplo, ser concebido para
computar os termos de uma pesquisa versus os termos que o usuário definiu para
suas buscas, através da análise do grau de proximidade dos dois se avalia a
relevância, no entanto, a apresentação de um documento pode revelar diferentes
conteúdos para pessoas diferentes, aqui a relevância fica prejudicada pela
objetividade, o que não acontece na perspectiva do usuário.
Retomando a afirmação inicial, o uso da informação é um processo confuso e
desordenado e no modelo multifacetado ele ocorre em ciclos recorrentes e interage
com elementos cognitivos, emocionais e situacionais.
No uso da informação não é mais algo que poderá mudar o estado de
conhecimento e sim algo que efetivamente muda. A busca e o uso são parte das
atividades de cada pessoa, a informação sempre se torna útil para alguém e o
processo todo depende sempre do contexto.
35

4 METODOLOGIA

A seguir são identificados o tipo de estudo, bem como outros procedimentos


metodológicos utilizados na realização deste estudo.

4.1 TIPO DE ESTUDO

O estudo foi do tipo descritivo, baseado em uma abordagem quantitativa. A


pesquisa quantitativa baseou-se em análises estatísticas, já o estudo descritivo
interpretou as relações das variáveis envolvidas, sem necessariamente determinar
uma relação causa/efeito.
Para Marconi e Lakatos (2009) os estudos-descritivos são subdivididos em três
tipos: estudos de verificação de hipótese, estudos de avaliação de programa e estudos
de descrição de população. O presente estudo enquadra-se nesta última categoria. Os
mesmos autores definem como “[...] os estudos quantitativo-descritivos que possuem,
como função primordial, a exata descrição de certas características quantitativas de
populações como um todo, organizações ou outras coletividades específicas.”
(LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 189).

4.2 SUJEITOS DO ESTUDO

O universo de usuários reais e potenciais da BPF é composto por 23


Procuradores da República, 159 servidores públicos, e 75 estagiários dos quais 45
são da área de Direito num total de 257. Para fins do estudo, excluiu-se os
funcionários da Biblioteca (quatro pessoas) e estagiários (quatro pessoas), o total da
população resultou em 249 usuários, portanto 155 servidores públicos (analistas e
técnicos), 71 estagiários e os mesmos 23 procuradores. Estes dados foram obtidos
36

através do setor de Recursos Humanos da Instituição.


Segundo Lakatos e Marconi (2009, p. 165) “[...] a amostra é uma parcela
convenientemente selecionada do universo (população) [...]”. Desse modo esperamos
uma resposta de no mínimo 20% de cada grupo de usuários, para que pudesse
representar o universo populacional.
A amostra foi formada por 52 usuários da biblioteca. Ainda sobre os sujeitos do
estudo, responderam ao questionário 31 servidores públicos (analistas e técnicos)
correspondendo a 20% do total de servidores; 3 procuradores correspondendo a 13%
do total e 18 estagiários correspondendo a 25% do total desse grupo. Apenas o
segmento de procuradores não atendeu às expectativas de 20% de respondentes,
para tornar a amostra válida.

4.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Segundo Lakatos e Marconi (2009, p. 167) a coleta de dados é a “etapa da


pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas
selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos.”
Baptista e Cunha (2007) apontam o questionário como um dos métodos mais
utilizados em pesquisas quantitativas. Segundo eles o questionário “consiste numa
lista de questões formuladas pelo pesquisador a serem respondidas pelos sujeitos
pesquisados (BAPTISTA; CUNHA, 2007, p. 177).
Cunha (1982, p. 8-9) enumera como vantagens desse instrumento, o fato de ser
um método rápido em termos de tempo e barato. Com um questionário pode-se
atingir, ao mesmo tempo, uma grande população dispersa numa ampla região
geográfica, ele permite maior grau de liberdade e tempo ao respondente, e finalmente,
existe menor possibilidade de distorções nas respostas desde que o pesquisador não
influencie nas decisões do respondente. Neste caso específico, os questionários
podem ser enviados por email, sem custo algum, respondidos e reenviados ao
pesquisador sem grande esforço por parte do usuário.
O mesmo autor (CUNHA, 1982) aponta também que se, por um lado, a
37

distância entre pesquisador e respondente facilita, por outro, pode dificultar. O


respondente não tem a facilidade de esclarecer dúvidas em relação a perguntas mal
formuladas ou que contenham ambiguidade. Como muitas vezes as questões são
formuladas por bibliotecários, a terminologia usada pode não ser tão clara para o
usuário, além de que os bibliotecários tentam impor seus próprios julgamentos ou
hábitos a respeito dos caminhos pelos quais os usuários deveriam utilizar a
informação. Outra desvantagem é o índice de resposta, quase sempre baixo,
prejudicando enormemente a confiabilidade da amostragem. Os respondentes podem
não responder por falta de tempo ou de motivação. Geralmente estipula-se uma data
limite para entrega e os questionários com atraso deixam de ser computados na
tabulação.
Não há como saber se a resposta foi espontânea ou se sofreu a influência de
outras pessoas, principalmente se existe distância entre pesquisador e respondente.
Se o respondente tem acesso a todas as perguntas, sem controle por parte do
pesquisador, ele pode conhecer previamente todo o conteúdo do questionário,
podendo assim afetar ou direcionar suas respostas.
Segundo Selltiz (1965, apud MARKONI; LAKATOS 2009 p. 203) entre os
fatores que influenciam no retorno dos questionários estão: a forma atraente, a
extensão e as facilidades para seu preenchimento. Atendendo a esses quesitos, o
questionário do estudo foi elaborado utilizando a ferramenta Google Docs –
Formulário.
Outro fator que contribui para esta escolha foi a questão ambiental. Com a
facilidade do recurso online, foram poupadas aproximadamente 750 folhas, onde
seriam impressos os questionários.
Para o envio do questionário por email para todos os funcionários do prédio,
uma autorização foi solicitada pela bibliotecária chefe à Secretária Estadual da PR/RS,
autorizando a aplicação do questionário através da intranet. O pedido foi feito no dia 7
de junho e aprovado no dia 11 de junho. Tal demora na resposta se deu pela
necessidade de aprovação do Procurador-chefe.
A seguir é apresentado um quadro onde os objetivos são relacionados com as
questões do questionário.
38

OBJETIVOS QUESTÕES
Caracterizar o perfil dos usuários em relação a: 1 a, 1 b e 1c
ocupação/cargo na instituição, tempo de vínculo com a
instituição, núcleo ou gabinete que trabalha;
Identificar a freqüência de uso da biblioteca pelos usuários; 2
Identificar as finalidades de uso da biblioteca; 3
Verificar o conhecimento e utilização dos usuários em 4a
relação aos serviços prestados pela biblioteca;
Identificar o grau de satisfação desses usuários em relação 4b
aos serviços oferecidos;
Identificar a satisfação dos usuários em relação ao acervo; 4b
Identificar os tipos de informação jurídica mais utilizadas; 4d
Identificar a opinião dos usuários quanto ao atendimento 5ae5b
prestado pela biblioteca;
Coletar sugestões para melhorias na biblioteca. 4c
Quadro 1 – Objetivos específicos X Questões do instrumento de coleta de dados

A versão final do questionário pode ser encontrado no Apêndice A deste relatório.

4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS

O instrumento de coleta de dados foi aplicado durante uma semana (entre os


dias 15 a 24 de junho de 2010) através do email dos usuários, que informava o
endereço para resposta em um formulário eletrônico, elaborado com auxílio das
ferramentas do Google, utilizando o Google Formulário.
O convite para respondê-lo foi feito pela primeira vez no dia 16 de junho, e
repetido no dia 23 de junho, uma semana depois de enviado pela primeira vez. Ou
39

seja, o tempo de coleta de dados foi de 10 dias.


Percebemos que o maior número de respostas se dava no dia imediato ao
envio do formulário, e decaia durante a semana.
Esse tipo de questionário facilita aos usuários o preenchimento e devolução, na
medida que é respondido online e enviado imediatamente após ser respondido. Com
isso recebemos um retorno maior dentro do tempo previsto: 52 membros do MPF.

4.5 TRATAMENTO DE DADOS

Os dados coletados foram analisados e tabulados com ajuda da ferramenta


Google Docs. Ao serem trabalhados no programa Excel, alguns dados foram
relacionados. As perguntas abertas foram também tabuladas para facilitar a
visualização. Por fim gerou-se gráficos e tabelas para uma melhor visualização que
serão apresentados no próximo capítulo.
Lakatos e Marconi (2009) definem três passos a serem seguidos na
elaboração dos dados: seleção, codificação e tabulação. A seleção verificará
criticamente os dados coletados, detectando erros e evitando problemas na
codificação posteriormente. A codificação consiste na categorização dos dados que
possuem alguma relação entre si, podendo estes serem tabulados e contados . A
tabulação dispõe os dados em forma de tabelas, facilitando a visualização das
relações.

4.6 ESTUDO-PILOTO

Cabe salientar que o questionário passou pela aprovação das bibliotecárias da


instituição: Marta Roberti (CRB 10/652) e Adriana Nunes Dornelles (CRB 10/949).
Estas verificaram questões pertinentes à clareza, uso de linguagem adequada,
pertinência e ordem das questões e exaustividade do instrumento.
40

Foi feito um teste-preliminar em uma pequena parcela da população, a fim de


testar o instrumento de coleta de dados, com a intenção de averiguar possíveis
resultados equivocados, avaliar o tempo necessário para a realização da entrevista e
verificar a adequação das questões.
O estudo-piloto foi realizado com dois estagiários e uma funcionária da
Biblioteca Paulo Franco uma semana antes do envio aos usuários. Após sugestões
foram realizadas algumas alterações no questionário, a fim de dar maior clareza.

4.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

As limitações do estudo são quanto ao assunto, tempo, amostra e instrumento


de levantamento de dados. As especificações de cada um são:

a) assunto: o objetivo foi levantar alguns aspectos para compor o perfil do


usuário da biblioteca, além de diagnosticar a satisfação do usuário quanto
aos serviços oferecidos, sem pretensão de esgotar os assuntos, a escassez
de estudos de usuários em bibliotecas jurídicas foi um fator que interferiu na
concretização deste estudo, a título de comparações;

b) tempo: pouco tempo para coleta e análise dos dados;

d) amostra: a amostra ideal em um segmento não foi atingida;

e) instrumento: o número de itens foi limitado em cinco, para que a pesquisa


não fosse enfadonha.
41

5 ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo os dados coletados serão apresentados e analisados, uma vez


que dados isolados não são representativos. Lakatos e Marconi (2009, p. 167) vêm ao
encontro com a seguinte afirmativa “A importância dos dados está não em si mesmos,
mas em proporcionarem respostas às investigações.” Portanto os dados a seguir
buscam responder os objetivos propostos. Os resultados refletem as respostas da
população usuária da biblioteca. Esses resultados foram obtidos através de análises
das respostas de 52 usuários da BPF.

5.1 IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL

Com relação aos cargos dos membros do MPF, que responderam ao


questionário, pode-se constatar que 38% são servidores técnicos, 35% são
estagiários, 21% são servidores analistas e apenas 6% são procuradores. Desse
modo, deduz-se que os procuradores não utilizam muito a biblioteca, delegando para
alguém: estagiários e/ou servidores realizarem as atividades de pesquisa em seu
lugar.
42

Gráfico 1 – Cargo dos usuários respondentes

Ainda podemos concluir que os locais onde há mais pesquisa são: o Núcleo
Criminal, o Núcleo do Consumidor e da Ordem Econômica e os Gabinetes em geral,
conforme mostra o Gráfico 2. O mesmo gráfico ilustra o cargo dos usuários que
pesquisam em cada Núcleo ou Gabinete.

Gráfico 2 – Núcleos que mais utilizam a biblioteca

Verificou-se o tempo de vínculo dos usuários do MPF e assim, foi observado


que os estagiários estão na maior parte concentrados no período de até um ano, já
43

que o tempo máximo de vínculo é de 2 anos; a maior parte dos servidores ficou
concentrada no período de 1 a 5 anos (16 servidores), 2 dos procuradores
respondentes estão concentrados no período de mais de 10 anos. O gráfico abaixo
mostra uma visão mais ampla do tempo de vínculo dos respondentes ao MPF.

Gráfico 3 – Tempo de vínculo ao MPF

5.2 FREQUÊNCIA

Verificou-se a freqüência que os usuários utilizam os serviços e materiais


disponíveis na BPF. As respostas demonstram que a maioria dos usuários
pesquisados utilizam a BPF rara e/ou esporadicamente (38%). Isto evidencia a
necessidade de uma melhor divulgação dos serviços aos usuários potenciais.

Gráfico 4 – Freqüência de uso

No cruzamento dos dados de freqüência e cargo obtivemos o resultado exposto


44

na tabela 1. Percebe-se que os estagiários e servidores técnicos utilizam a biblioteca


com mais freqüência, em relação aos servidores analistas e procuradores.

Tabela 1 – Cargo e Frequência


Cargo / Frequência Diariamente Semanalmente Mensalmente Rara/ Nunca
Esporadicamente
Estagiário 1 7 4 3 3
Procurador - - - 3 -
Servidor -Analista - - 6 4 1
Servidor - Técnico - 5 2 10 3

Um dado que chamou a atenção diz respeito a quantidade significativa de


respondentes que nunca frequentaram a biblioteca e mesmo assim responderam o
questionário. A tabela 2 foi elaborada apenas com as respostas dos usuários que não
utilizam a biblioteca. Os motivos que levam a não usarem a biblioteca foram tabelados
e expostos abaixo. Como alguns usuários apresentaram mais de um motivo para esta
pergunta, os valores abaixo não representam o total real de sete (7) respondentes.

Tabela 2 – Motivos que levam os usuários a não usarem a biblioteca


Motivo Usuários
Uso de outras bibliotecas 2
Desconhecimento de como usá-la 2
Falta de tempo disponível 1
Trabalha há pouco tempo no MPF 1
Desconhecimento do acervo 1
Revistas enviadas diretamente ao setor 1
Uso da Internet para pesquisas 1
Ausência de obras não técnicas 1
Nota: O total não representa o real número de usuários, pois alguns apresentaram mais de um motivo

5.3 FINALIDADES DE USO DA BIBLIOTECA

A identificação de uso da informação em bibliotecas permite ao bibliotecário


identificar quais os pontos fortes de utilização do acervo, e interpretar quais as
necessidades de informação dos seus usuários, conhecendo as características
45

relevantes o bibliotecário pode adequar os serviços e os produtos da unidade de


informação ao perfil do usuário.
Constatou-se que a biblioteca é mais utilizada para atividades relativas aos
serviços desenvolvidos no MPF. As atividades relatadas no item “outro” são relativas à
leitura de lazer: revistas e jornais.

Gráfico 5 – Finalidades de Uso


Nota: Os usuários poderiam marcar mais de uma opção, portanto a soma ultrapassou os 100%.

5.4 CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS USUÁRIOS EM RELAÇÃO AOS


SERVIÇOS PRESTADOS PELA BIBLIOTECA

O conhecimento dos serviços prestados pela biblioteca pode facilitar o


trabalho dos membros do MPF, tornando-o mais eficiente. Em contra partida, o
desconhecimento dos serviços oferecidos faz com que os usuários busquem em
outras unidades de informação ou mesmo, fiquem sem a informação desejada,
interferindo nos resultados do trabalho.
Pode-se constatar que o serviço de empréstimo possui o maior índice de
conhecimento e utilização por parte dos usuários (totalizando 33%). Em relação aos
menos conhecidos pode-se citar o treinamento de usuários na base de dados (56%),
Boletim IBCCrim ( 46%) e o Índice de Legislação (42%) . Já os conhecidos e pouco
46

utilizados são o Diário Oficial da União e Diário de Justiça (ambos 48%).


A BPF então, deve reavaliar a necessidade de se manter esses serviços,
caso esses demandem um trabalho que se considere superior ao grau de utilização, a
mão de obra empregada para disponibilização desses serviços poderá ser desviada
para outras funções.
Dados mais precisos são demonstrados na tabela 3 e no gráfico 6 abaixo:

Tabela 3 – Conhecimento e uso dos serviços e acervo


Conheço e
Conhecimento e Conheço e utilizo
utilizode vez em Conheço e não utilizo Não conheço
utilização com frequencia
quando
Números % Números % Números % Números %
Brutos Brutos Brutos Brutos
Pesquisas 7 13% 22 43% 8 15% 15 29%
Atendimento e 6 12% 20 38% 14 27% 12 23%
orientação bibliográfica
Serviço de empréstimo 17 33% 16 31% 11 21% 8 15%
Intercâmbio entre 3 6% 13 25% 17 33% 19 37%
bibliotecas
Divulgação dos 6 12% 14 27% 24 46% 8 15%
Informativos eletrônicos
STJ e STF
Divulgação dos sumários 2 4% 10 19% 21 40% 19 37%
dos periódicos correntes
Treinamento no uso do 3 6% 6 12% 14 27% 29 56%
acervo, bases de dados
e arquivos disponíveis
em meio eletrônico
Boletim IBCCrim 1 2% 5 10% 22 43% 24 46%
Índice de Legislação 2 4% 2 4% 26 50% 22 43%
Diário Oficial da União 3 6% 14 27% 25 48% 10 19%
Diário de Justiça 2 4% 12 23% 25 48% 13 25%
Site 7 13% 27 52% 12 23% 6 12%
Acervo 13 25% 22 43% 9 17% 8 15%
47

Gráfico 6 – Conhecimento e utilização dos serviços e acervo

5.5 GRAU DE SATISFAÇÃO DESSES USUÁRIOS EM RELAÇÃO AOS SERVIÇOS


OFERECIDOS E AO ACERVO

A partir do conhecimento que os usuários demonstraram possuir a respeito dos


serviços oferecidos pela BPF, buscou-se conhecer a opinião deles em relação à
satisfação desses serviços. Desse modo, solicitou-se aos que conheciam avaliar os
serviços e o acervo.
Destacaram-se na avaliação como itens satisfatórios: o serviço de empréstimo
e o atendimento, já a divulgação dos sumários dos periódicos correntes; o treinamento
da base de dados e de usuários; o Boletim IBCCrim; o índice de legislação são
considerados pontos fracos da BPF. Estes serviços necessitam assim, uma maior
atenção e divulgação por parte da equipe e do gestor.
48

Tabela 4 – Grau de satisfação em relação aos serviços e acervo


Avaliação Ótimo Bom Médio Ruim

Pesquisas 41% 50% 9% 0%

Atendimento e orientação 51% 46% 3% 0%


bibliográfica
Serviço de empréstimo 60% 34% 6% 0%
Intercâmbio entre bibliotecas 45% 41% 14% 0%

Divulgação dos Informativos 34% 42% 19% 5%


eletrônicos STJ e STF
Divulgação dos sumários dos 30% 50% 7% 13%
periódicos correntes
Treinamento no uso do 19% 57% 10% 14%
acervo, bases de dados e
arquivos disponíveis em meio
eletrônico
Boletim IBCCrim 32% 37% 21% 10%

Índice de Legislação 22% 52% 17% 9%

Diário Oficial da União 28% 53% 19% 0%

Diário de Justiça 31% 46% 19% 4%

Site 29% 51% 17% 3%

Acervo 29% 49% 19% 3%

Gráfico 7 – Satisfação dos usuários em relação aos serviços e acervo


49

5.6 TIPOS DE INFORMAÇÃO JURÍDICA MAIS UTILIZADAS

Este dado possibilita ao bibliotecário fazer a alocação de recursos destinados


ao acervo de forma mais proveitosa para os usuários.
Verificou-se que a informação mais buscada na biblioteca é a doutrina.

Gráfico 8 – Tipos de Informação


Nota: Os usuários poderiam marcar mais de uma opção, portanto a soma ultrapassou os 100%.

5.7 OPINIÃO DOS USUÁRIOS QUANTO AO ATENDIMENTO PRESTADO PELA


BIBLIOTECA

Considerando o propósito principal deste trabalho, analisar o uso da informação


e o grau de satisfação dos usuários da Biblioteca Paulo Franco, julgou-se necessário
identificar mais precisamente os serviços prestados. Questões abertas foram
utilizadas para este propósito, ressaltando aspectos positivos e negativos da BPF.
Observou-se uma divergência no quesito atualização do acervo. Enquanto
alguns usuários consideram o acervo atualizado e satisfatório, outros o consideram
falho. Dependendo da área de atuação e ainda, do entendimento pessoal de cada
usuário.
Acredita-se que isso decorre do fato de áreas não relacionadas diretamente à
jurídica (ex.: informática e antropologia) não serem contempladas pela política da BPF.
Por isso, a necessidade de atualização da política de aquisição da biblioteca. Já o
atendimento é um aspecto positivo muito evidenciado e colocado como uma forma
50

eficiente de busca da informação solicitada.


Como as perguntas foram abertas pode-se elencar uma lista com os principais
termos relacionados, elaborando assim categorias para a tabulação. Os dados obtidos
dessa categorização podem ser conferidos nas tabelas 5 e 6. Cabe ressaltar que
estas questões não eram obrigatórias, portanto na Tabela 5 responderam 32 usuários,
destes, alguns listaram mais de um ponto positivo, já na Tabela 6, 19 usuários
responderam a questão, alguns também listaram mais de um ponto negativo.

Tabela 5 – Pontos positivos da BPF


Pontos positivos N.
Atendimento eficiente 15
Acervo atualizado 8
Integração com outras bibliotecas 2
Organização 2
Estagiárias 2
Local calmo 1
Limpeza 1
Simples acesso 1
Inexistência de multa 1
Amplo período de empréstimo 1

Tabela 6 – Pontos negativos da BPF


Pontos negativos N.
Acervo pequeno e pouco diversificado 6
Acervo desatualizado 5
Falta de divulgação de seus serviços e recursos 3
Livros em atraso e indisponíveis 2
Falta de divulgação de novas aquisições 1
Barulho excessivo 1
Dificuldade de acesso aos periódicos 1
Pouco treinamento de usuários 1
Falta de política para atualização dos suportes 1
Poucos periódicos 1
Poucos exemplares do mesmo livro 1
Impossibilidade de pesquisa por artigos de revistas 1
Espaço físico 1
51

5.8 SUGESTÕES PARA MELHORIAS NA BIBLIOTECA

As sugestões para melhorias na biblioteca foram relatadas pelos usuários e


tabuladas abaixo, do total de 52 usuários, 26 sugeriram melhorias para a BPF.
Percebeu-se que a maioria das sugestões refere-se a melhorias no acervo, como
atualização e ampliação e a segunda maior incidência de sugestões foi para uma
melhor divulgação dos serviços prestados pela biblioteca. A ampliação do acervo não
se refere apenas a área do Direito, pois alguns usuários sugeriram a inclusão de
títulos da área de Antropologia - que embasariam os serviços do Núcleo de
Comunidades Indígenas e Minorias Étnicas - e Informática. Alguns usuários deram
mais de uma sugestão.
Assim como na análise anterior, devido à objetividade das respostas, pode-se
retirar palavras-chaves, termos que possibilitaram a categorização dos resultados para
uma melhor tabulação. Os dados são apresentados a seguir na tabela 7.

Tabela 7– Sugestões para melhorias na biblioteca


Sugestões Usuários
Ampliação/Atualização do acervo específico de Direito, 12
e inclusão de livros de Antropologia e Informática
Maior divulgação dos serviços e acervo disponíveis 9
Possibilidade de sugestões de compras de livros e 2
periódicos pelos usuários
Treinamento de usuários via EAD/ Tutorial 2
Atividades de incentivo à leitura 2
Melhor controle do empréstimo 1
Maior silêncio 1
Troca do aparelho de ar condicionado 1
Maior quantidade de exemplar dos livros mais 1
utilizados
Indexação dos artigos das revistas jurídicas 1
Não apresentaram sugestões 26
52

6 CONCLUSÃO

Os estudos de usuários são um importante instrumento para a avaliação da


qualidade de uma Unidade de Informação. O presente estudo, realizado na Biblioteca
Paulo Franco, possibilitou verificar e corroborar vários aspectos já teorizados a
respeito dos estudos. No entanto, pode-se observar através da busca por referencial
teórico a escassez dos estudos de usuários na área jurídica, deixando a área carente
de maiores análises e interpretações e também restringindo este estudo para
possíveis comparações.
O Ministério Público Federal é hoje um órgão público de renome, sendo
considerado um dos mais atuantes. Os profissionais que trabalham nesses órgãos
atuam diretamente na Sociedade. As decisões tomadas por procuradores e juízes vão
influenciar a vida do cidadão comum. Os servidores também devem ter consciência de
que suas práticas de trabalho são orientados à população. Sendo assim, o
conhecimento que esses profissionais adquirem deve ser atualizado e de qualidade.
Todas as bibliotecas possuem um objetivo em comum: fornecer informação e
possibilitar a análise crítica por parte do usuário para que essa informação possa se
transformar em conhecimento. Essa nova concepção é conseqüência da mudança dos
paradigmas na área da Informação: do acervo para o usuário, da custódia de suportes
para a disseminação de informação. Esse é um processo pelo qual algumas
bibliotecas/bibliotecários ainda não passaram por isso ainda se encontram muitas
opiniões retrógradas.
A biblioteca jurídica, inserida dentro de uma Instituição, deve servir de base
para que a agregação de conhecimento ocorra constantemente, servindo aos
objetivos dessa Instituição. Para isso ela tem, além do objetivo comum, seus objetivos
específicos, intrínsecos a sua natureza. Entre os objetivos vistos estão: a
disseminação de informação jurídica, a manutenção de serviço de referência para
fornecer respostas de vários tipos ao público especializado que atende, orientar no
levantamento de literatura e serviços personalizados de busca nas fontes de
informação especializadas.
53

A Biblioteca Paulo Franco apresenta, entre seus objetivos específicos, tópicos


relacionados com a disponibilização de serviços bibliográficos e de informação aos
membros, servidores e estagiários da Procuradoria para que se efetue o
desenvolvimento das atividades jurídicas, também objetiva atender às necessidades
de informação dos Procuradores em seu trabalho e pesquisas; formar, desenvolver,
avaliar e preservar o acervo documental, planejando, coordenando, orientando,
acompanhando e controlando as atividades de Biblioteconomia e Documentação no
âmbito da instituição.
O total de respondentes foram 52, sendo que desses: 31 servidores públicos
(analistas e técnicos) correspondendo a 20% do total de servidores; 3 procuradores
correspondendo a 13% do total e 18 estagiários correspondendo a 25% do total desse
grupo. Foi estipulado que, para obter uma amostra significativa, deveria haver no
mínimo 20% de cada segmento. Conforme os pontos negativos, já destacados no
referencial teórico, sobre o instrumento de coleta questionário, o qual muitas vezes
não dá o retorno necessário, pode-se considerar que a amostra atingiu as
expectativas, apesar de o segmento de procuradores não atingir o mínimo estipulado.
Este dado é importante e merece uma maior atenção por parte da Biblioteca. Talvez
deva-se procurar um contato mais direcionado a esse segmento para verificar porque
eles não utilizam diretamente os serviços da Biblioteca e talvez enviem outras pessoas
em seu nome para efetuarem as pesquisas. Acredita-se que, de alguma forma, eles
devem efetuar suas pesquisas e de conhecimento desse dado a Biblioteca pode
planejar ações.
O estudo de usuário na Biblioteca foi realizado para analisar as necessidades e
uso de informação, além do grau de satisfação dos usuários da Biblioteca Paulo
Franco, em relação aos serviços prestados. Ao realizar essa análise, pode-se verificar
se os objetivos propostos pela Biblioteca estão de acordo.
Os resultados obtidos mostraram que o acervo da Biblioteca de um modo geral
supre as necessidades dos usuários, com alguns aspectos a serem melhorados, por
exemplo, na diversificação dos assuntos. O público parece estar desenvolvendo
atividades multi/interdisciplinares que exigem da Biblioteca um acervo com uma gama
maior de temas. Um exemplo prático são os núcleos que desenvolvem atividades
54

diferenciadas, como o Núcleo de Comunidades Indígenas e Minorias Étnicas.


Também foi identificado através dos resultados que existem ainda usuários a
serem alcançados, atraídos para serem reais usuários. A biblioteca pode, através
desses resultados, pensar em ações de marketing dentro da Instituição: comunicar
através da Intranet, ou de algum evento ou de atividades diretamente nos setores,
levando a Biblioteca aos usuários por todos os meios disponíveis.
Através desse tipo de estratégia de promoção se solucionará tanto a questão
dos usuários que não utilizam a biblioteca como também dos serviços desconhecidos
até mesmo por usuários que a freqüentam. Entende-se, também, que talvez os
usuários que responderam não utilizar a biblioteca seja exatamente por desconhecer
que ela possa lhe ser útil.
A Biblioteca forneceu todo o apoio necessário para que o estudo pudesse ser
bem abrangente e que os dados fossem consistentes para cumprir com seu objetivo.
Mostrou-se, dessa forma, interesse nos resultados obtidos tanto para reconhecer um
trabalho bem feito como para corrigir possíveis falhas nos processos de informação e
comunicação.
55

REFERÊNCIAS:

ALONSO, Cecilia Atienza . A informação jurídica face às comunidades da área do


Direito e dos fornecedores da informação jurídica. In: CIBERÉTICA, 1, Florianópolis,
1998. Anais ... Florianópolis: Editora UFSC, 1999. Disponível em:
<http://www.ciberetica.iacess/com.br/anais/doc/ceciliaatienzaalonso.doc>. Acesso em:
19 maio 2010.

ARAÚJO, Eliany Alvarenga; OLIVEIRA, Marlene de. A produção de conhecimentos e a


origem das bibliotecas. In: Ciência da Informação e Biblioteconomia: novos
conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESTAGIÁRIOS. Dúvidas freqüentes. Disponível


em: <http://www.abres.org.br/v01/faqs/>.Acesso em: 25 maio 2010.

BAPTISTA, Sofia Galvão; CUNHA, Murilo Bastos da. Estudo de usuários: visão global
dos métodos de coleta de dados. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo
Horizonte, v. 12, n.12, p. 168-184, maio/ago. 2007. Disponível em: <
http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/viewFile/48/89>. Acesso em:
15 maio 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução


Cne/Ces N° 9, de 29 de Setembro de 2004. Brasília, DF. Diário Oficial da União, 30
set. 2004. p. 234.

BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União, Brasília,


DF, 12 dez. 1990. Seção 1. p. 23935.

BRASIL. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Diário Oficial da União, Brasília,


DF, 26 set. 2008. Seção 1, p. 3

CAPURRO, Raphael. Epistemologia e Ciência da Informação. In: Encontro Nacional


de Pesquisa em Ciência da Informação, 5, 2003, Belo Horizonte. Anais... Belo
Horizonte: ECI/UFMG, 2003. Conferência de Abertura.

CEZARINO, Maria A. da Nóbrega. Bibliotecas especializadas, centros de


documentação, centros de análise da informação: apenas uma questão de
56

terminologia?. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.7,


n. 2, p. 218-241. set. 1978. Disponível em: <www.eci.ufmg.br/rebonline>. Acesso em:
15 maio. 2010.

CHOO, Chun Wu. Como ficamos sabendo: um modelo de uso da informação. In:
______. A Organização do Conhecimento. São Paulo: SENAC São Paulo, 2003. p.
63-120.

CUNHA, Murilo Bastos da. Metodologias para estudo de usuários de informação


científica e tecnológica. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, DF, v. 10,
n. 2, p. 5-19, jul./dez. 1982. Disponível em:< http://164.41.105.3/portalnesp/ojs-
2.1.1/index.php/RBB/article/view/320/303>. Acesso em: 15 maio 2010.

DIAS, Maria Matilde Konkra; PIRES, Daniela. Usos e usuários da informação. São
Carlos: EFSCAR, 2004.

FIGUEIREDO, Nice Menezes. Bibliotecas universitárias e especializadas: paralelos e


contrates. Revista de Biblioteconomia, Brasília, v. 7, n. 1, p. 9-25, jan./jun. 1979.

FIGUEIREDO, Nice Menezes. Estudos de uso e usuários da informação. Brasília,


DF: IBICT, 1994.

FULLIN, Camila Barleta. Perspectivas futuras para a demanda de profissionais da


informação e a organização da informação jurídica nos escritórios de advocacia de
Campinas. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas,
v.3, n. 2, p. 31-42, jan./jun. 2006. Disponível em:
<http://www.sbu.unicamp.br/seer/ojs/include/getdoc.phpid=260&article=61&mode=pdf.
>. Acesso em: 15 maio 2010.

GONZÁLEZ TERUEL, Aurora. Los estúdios de necesidades y usos de la


información: fundamentos y perspectivas actuales. Gijón: Trea, 2005.

GUIMARÃES, Tatiara Paranhos. Perfil de usuários de biblioteca governamental: o


caso do ministério da saúde. Perspectivas em Ciências da Informação, v. 12, n. 3,
p. 96-115, set./dez. 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-
99362007000300008&lng=ene&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 10 maio 2010.
57

KUHLTHAU, Carol Collier. O Papel da biblioteca escolar no processo de


aprendizagem. In: VIANNA, Márcia Milton; CAMPELLO, Bernadete; MOURA, Victor
Hugo Vieira. Biblioteca Escolar: espaço de ação pedagógica. Belo
Horizonte:EB/UFMG, 1999. P. 9-14.

LAKATOS, Eva Maria ; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da


Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

LATORRE ZACARÉS, Ignacio; SANCHIS PÉREZ, Elisa. La atención a usuarias y


usuarios en bibliotecas especializadas. In: JORNADAS ESPAÑOLAS DE
DOCUMENTACIÓN, 6., 1998. Anales... Valencia: FESABID, 1998. Disponível em:
<http://eprints.rclis.org/archive/00004192/01/i_latorre.pdf>. Acesso em: 09 maio 2010.

MACHADO, Maria Teresa Ferlini. Relacionamento biblioteca / usuário: fator


relevante no processo de disseminação da informação jurídica. In: ENCONTRO
NACIONAL DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO JURÍDICA, 7., 2000, Porto
Alegre. Anais...Porto Alegre, 2000. Disponível em:
<http://dici.ibict.br/archive/00000777/01/T126.pdf >. Acesso em: 15 maio 2010.

MAGALHÃES, Esther Piragibe; MAGALHÃES, Marcelo. Dicionário jurídico Piragibe.


9 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Procuradoria da República no RS. Disponível


em: <http://www.prrs.mpf.gov.br/home/> Acesso em 12 maio 2010.

MIRANDA, Ana Cláudia Carvalho de. Formação e Desenvolvimento de Coleções em


Bibliotecas Especializadas. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 17, n. 1, p. 87-
94, jan./abr. 2007. Disponível em: <http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/
view/463/1468>. Acesso em: 10 maio 2010.

MILANESI, Luís. A casa da invenção. 3 ed. São Caetano do Sul: Ateliê Editorial.

1997.

MOTTA, Ivan Dias da; STASIAK, Vladimir. Legislação educacional brasileira sobre o
estágio do curso de Direito: em busca de novos paradigmas metodológicos. Revista
Jurídica Cesumar, v.4, n.1, p.15-32, 2004. 2004. Disponível em:
<http://www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/revjuridica/article/view/360/425
>. Acesso em: 20 maio 2010.
58

NASCIMENTO, Maria de Jesus; WESCHENFELDE, Sara. Necessidade de informação


dos vereadores de Florianópolis: estudo de usuário. Informação & Sociedade:
estudos, João Pessoa, v. 12, n. 1, p. 252-289, 2002. Disponível em:
<http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/161/155>. Acesso em: 10
maio 2010.

PASSOS, Edilenice. Bibliotecário jurídico: seu perfil, seu papel. In: ENCONTRO DE
DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO JURÍDICA DO RIO DE JANEIRO, 3., 2001, Rio
de Janeiro. Anais___.Rio de Janeiro, 2001. Disponível em:
<http://www.infolegis.com.br/perfilbibjuridico.htm>. Acesso em: 12 maio 2010.

PEREIRA, Mariland Pires. Biblioteca como recurso estratégico no escritório de


advocacia. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v.4, n.1,p. 19-
37, 2006. Disponível em: < http://www.sbu.unicamp.br/seer/ojs/viewarticle.php?id=76
>. Acesso em: 15 maio 2010.

REZENDE, Martha Izabel de Souza Duarte. Gerenciamento da informação e do


conhecimento jurídico. Disponível em:
<http://www.prgo.mpf.gov.br/prgonova/doutrina/MARTHA-13.htm>. Acesso em: 28 out.
2003.

RENAULT, Leonardo Vasconcelos. Paradigmas e modelos: proposta de análise


epistemológica para a Ciência da Informação. Informação e Sociedade: estudos,
João Pessoa, v. 17, n. 2, p. 62-71, maio/ago. 2007. Disponível em:
<http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/636/1446>. Acesso em: 16 maio
2010.

SANTOS, Luciano Costa; FACHIN, Gleisy Regina Bóries; VARVAKIS, Gregório.


Gerenciando processos de serviços em bibliotecas. Ciência da Informação, Brasília,
DF, v. 32, n. 2, p. 85-94, maio/ago. 2003.

SANZ CASADO, Elías. Estudios de usuários: conceptos básicos. In: _______. Manual
de Estudios de Usuários. Madrid: Pirâmide, 1994. P. 19-44.

SETZER, Valdemar W. Dado, informação, conhecimento e competência.


DataGramaZero, n. zero, dez/99. Disponível em:
<http://www.dgz.org.br/dez99/Art_01.htm>. Acesso em: 12 maio 2010.
59

SILVA, Armando Malheiro da. Informação e cultura. In:______. A Informação: da


compreensão do fenômeno e construção do objeto científico. Porto: Edições
Afrontamento, 2006.

SILVEIRA, Adriana Godoy, FERREIRA, Regina de Marco. Uso das tecnologias de


acesso à informação na área do Direito do Trabalho. In: JORNADA SUL-
RIOGRANDENSE DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 14, E ENCONTRO
REGIONAL DE USUÁRIOS DE MICROISIS, 2, Porto Alegre, 26-28 ago.1998. Anais
... Porto Alegre: UFRGS, 1999. Diponível em:
<http://orion.ufrgs.br/jornada/anais/temario2.html>. Acesso em: 15 maio 2010.

VELLOSILLO GONZÁLEZ, Inmaculada. Las bibliotecas especializadas. In: ORERA


ORERA, Luisa (editora). Manual de Bibliotenonomía. Madrid: Síntesis, 1998. p. 378-
385.
60

APÊNDICE A
61
62
63
64

ANEXO A
65
66
67

ANEXO B

LEI Nº- 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008

Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga
as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da
Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001;
e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DA DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E RELAÇÕES DE ESTÁGIO
Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido
no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando
o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando.
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.
Art. 2o O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das diretrizes curriculares da
etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.
§ 1o Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para
aprovação e obtenção de diploma.
§ 2o Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e
obrigatória.
§ 3o As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, desenvolvidas pelo
estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso.
Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2o do mesmo dispositivo,
não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
I - matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino
médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de
jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
II - celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de
ensino;
III - compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso.
§ 1o O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor
orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios
referidos no inciso IV do caput do art. 7º desta Lei e por menção de aprovação final.
§ 2o O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de
compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins
da legislação trabalhista e previdenciária.
Art. 4o A realização de estágios, nos termos desta Lei, aplica-se aos estudantes estrangeiros regularmente
matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou reconhecidos, observado o prazo do visto temporário
de estudante, na forma da legislação aplicável.
Art. 5o As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de
agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado,
devendo ser observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas
gerais de licitação.
§ 1o Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de aperfeiçoamento do instituto do estágio:
I - identificar oportunidades de estágio;
II - ajustar suas condições de realização;
III - fazer o acompanhamento administrativo;
IV - encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais;
V - cadastrar os estudantes.
§ 2o É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços referidos nos
incisos deste artigo.
§ 3o Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem estagiários para a realização de
atividades não compatíveis com a programação curricular estabelecida para cada curso, assim como estagiários
matriculados em cursos ou instituições para as quais não há previsão de estágio curricular.
Art. 6o O local de estágio pode ser selecionado a partir de cadastro de partes cedentes, organizado pelas
68

instituições de ensino ou pelos agentes de integração.


CAPÍTULO II
DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
Art. 7o São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos:
I - celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal, quando ele for
absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do estágio à
proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário
escolar;
II - avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e profissional do
educando;
III - indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e
avaliação das atividades do estagiário;
IV - exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de relatório das
atividades;
V - zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local em caso de
descumprimento de suas normas;
VI - elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus educandos;
VII - comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de avaliações
escolares ou acadêmicas.
Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo das 3 (três) partes a que se refere o
inciso II do caput do art. 3o desta Lei, será incorporado ao termo de compromisso por meio de aditivos à medida
que for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante.
Art. 8o É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de concessão de
estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades programadas para seus
educandos e as condições de que tratam os arts. 6o a 14 desta Lei.
Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino e a parte
concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o inciso II do caput do art. 3o desta
Lei.
CAPÍTULO III
DA PARTE CONCEDENTE
Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de
fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações:
I - celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu cumprimento;
II - ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem social,
profissional e cultural;
III - indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de
conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários
simultaneamente;
IV - contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de
mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso;
V - por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indicação resumida
das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;
VI - manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio;
VII - enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de atividades, com vista
obrigatória ao estagiário.
Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro de que trata o
inciso IV do caput deste artigo poderá, alternativamente, ser assumida pela instituição de ensino.
CAPÍTULO IV
DO ESTAGIÁRIO
Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte
concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser
compatível com as atividades escolares e não ultrapassar:
I - 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e
adultos;
II - 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação
profissional de nível médio e do ensino médio regular.
§ 1o O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas
presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto
pedagógico do curso e da instituição de ensino.
69

§ 2o Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de


avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de
compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante.
Art. 11. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se
tratar de estagiário portador de deficiência.
Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo
compulsória a sua
concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório.
§ 1o A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte,
alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício.
§ 2o Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral de Previdência
Social.
Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período
de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares.
§ 1o O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou outra forma
de contraprestação.
§ 2o Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira proporcional, nos casos de o estágio
ter duração inferior a 1 (um) ano.
Art. 14. Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo sua
implementação de responsabilidade
da parte concedente do estágio.
CAPÍTULO V
DA FISCALIZAÇÃO
Art. 15. A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de emprego do
educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.
§ 1o A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade de que trata este artigo ficará impedida de
receber estagiários por 2 (dois) anos, contados da data da decisão definitiva do processo administrativo
correspondente.
§ 2o A penalidade de que trata o § 1o deste artigo limita-se à filial ou agência em que for cometida a irregularidade.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 16. O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representante ou assistente legal e
pelos representantes legais da parte concedente e da instituição de ensino, vedada a atuação dos agentes de
integração a que se refere o art. 5º desta Lei como representante de qualquer das partes.
Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio
deverá atender às seguintes proporções:
I - de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário;
II - de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários;
III - de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários;
IV - acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários.
§ 1o Para efeito desta Lei, considera-se quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores empregados existentes no
estabelecimento do estágio.
§ 2o Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os quantitativos previstos
nos incisos deste artigo serão aplicados a cada um deles.
§ 3o Quando o cálculo do percentual disposto no inciso IV do caput deste artigo resultar em fração, poderá ser
arredondado para o número inteiro imediatamente superior.
§ 4o Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e de nível médio profissional.
§ 5o Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das vagas
oferecidas pela parte concedente do estágio.
Art. 18. A prorrogação dos estágios contratados antes do início da vigência
Art. 19. O art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de
maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 428. ............................... ..................................................
§ 1o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de
aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.
..........................................................................................................
§ 3o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de
aprendiz portador de deficiência.
..........................................................................................................
§ 7o Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do disposto no § 1o deste
artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a freqüência à escola, desde que ele já tenha concluído o
70

ensino fundamental." (NR)


Art. 20. O art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de
realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal sobre a matéria.
Parágrafo único. (Revogado)." (NR)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 22. Revogam-se as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo
único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24
de agosto de 2001.

Brasília, 25 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
André Peixoto Figueiredo Lima

Potrebbero piacerti anche