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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE DIREITO

TRABALHO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV

Professor Dierle José Coelho Nunes

Aluno: Luiz Felipe Drummond Teixeira

BELO HORIZONTE

ABRIL DE 2018
Resumo dos Textos

O primeiro texto, “Como interpretar o artigo 139, IV, do CPC? Carta


branca para o arbítrio?” de Lenio Luiz Streck e Dierle Nunes, começa
apontando notícia em que respeitáveis processualistas discutem a
interpretação do art. 139, IV do CPC-2015, concluindo ao final por sugerir a
possibilidade de, caso esgotados outros meios, utilizar-se sanções executivas
a fim de efetivar obrigações por meio, por exemplo, da suspensão da
autorização de dirigir, proibição de viajar, retenção de passaporte ou a
proibição na participação de concursos públicos e licitações.
Aduzem, depois, que a previsão do referido artigo, clara inovação no
sistema processual-civil, deve ser interpretada à luz dos preceitos
constitucionais, o que, por si só, impõe desafios interpretativos que podem
conduzir a uma análise superficial e utilitarista. Daí, os riscos trazidos pela
referida inovação.
Ainda que seja a execução o calcanhar de aquiles do direito
processual brasileiro, com pouquíssima efetividade, de maneira alguma o
Código de Processo Civil daria uma carta branca ao juiz para determinar
aquilo o que fosse necessário, a fim de efetivar o cumprimento das
obrigações. Seria, ademais, um potencialização dos riscos de
arbitrariedades.
Para os autores, a melhor interpretação do dispositivo deve perceber a
sua conexão com a teoria das injunções, amplamente desenvolvida no direito
estrangeiro, sobretudo para processos que visam à implementação de
direitos fundamentais, mediante a chamada litigância de interesse público.
Assim, a referida cláusula, se somada com o chamado negócio jurídico
processual (art. 190), pode levar a uma proposta comparticipativa de
implementação de direitos.
Além disso, mostram como as injunções, por meio do papel
ordenatório da função jurisdicional, são capazes de viabilizar a consolidaçãoo
de direitos fundamentais. A Jurisdição, então, passa a não mais se preocupar
apenas com a declaração da parte vencedora, mas, também, com a forma
como uma decisão deve ser efetivada. Por isso, deve fornecer uma ampla
fundamentação e contar com um contraditório abrangente.
Afirmam, ainda, que as medidas estruturantes ainda se encontram
pouco desenvolvidas no Brasil, mas que as previsões de cláusula geral
executiva de efetivação e cláusula geral de negociação processual podem
ser oferecer potencialidades para o instituto. Não se busca, assim, o ativismo
judicial. Limita-se a atuação do juiz por dois lados: pela efetiva participaçãoo
das partes, com o contraditório e com a sua autonomia, e pela Constituição,
pela lei, pela jurisprudência, pela dogmática jurídica processual e pela Teoria
do Direito.
Concluem, por fim, que as medidas do citado preceito normativo do
CPC, somadas ao negócio jurídico processual, podem gerar negociações
executivas de cumprimento que não mais seriam impostas unilateralmente,
mas, sim, dimensionadas por meio da participação ativa de todos os
envolvidos.
Já o segundo texto, “A previsão das medidas estruturantes no artigo
139, IV, do Novo Código de Processo Civil brasileiro”, de Marco Félix Jobim,
discute a inovação trazida pelo Código de Processo Civil de 2015 e assim o
faz por meio da análise da jurisprudência da Suprema Corte americana e de
como as medidas estruturantes serviram para modernizar o sistema
processual americano.
Começa por demonstrar que, em duas ocasiões, nos casos Dred Scott
v. Sandford e Plessy v. Ferguson, a Suprema Corte proferiu decisões que,
hoje, são motivo de vergonha. Isso porque as decisões, em tais casos,
albergaram a segregação racial no contexto americano, consagrando o que
ficou conhecido como o separe but equal. O autor demonstra que, naquele
ambiente, os julgamentos não poderiam ter sido realizados de forma diversa,
vez que grande parte da sociedade americana era favorável às decisões.
Com tais medidas se tornando mais e mais insustentáveis, entretanto,
a Suprema Corte deveria intervir, mas não se sabia seria viável modificar um
entendimento centenário por meio de nova decisão judicial. Isso se resolveu
com o caso Brown v. Board of Education of Topeka, que rechaçou o sistema
de segregação racial, fulminando a doutrina do separate but equal. Isso
porque, desta feita, a Suprema Corte abarcou a tese de que as
oportunidades educacionais para brancos e negros deveriam ser iguais, por
mais que houvesse segregação em todo o ambiente que os cercava.
O Tribunal, sabendo das dificuldades que a efetivação da decisão
imporia, tomou medidas necessárias ao seu cumprimento, criando-se, dessa
forma, o que ficou conhecido, por Owen Fiss, como structural reform,
expressão traduzida por medidas estruturantes, que seriam uma nova forma
de Jurisdição em que os valores constitucionais devem ser preenchidos pelos
juízes, que apontam soluções para a efetividade das decisões.
Nesse contexto, a previsão inovadora do art. 139, do CPC pode abrir
um novo caminho para a consolidação das medidas estruturantes no Direito
Processual Civil Brasileiro, na medida em que tal artigo concede ao juiz
maiores poderes coercitivos, indutivos, mandamentais e sub-rogatórios, para
o efetivo cumprimento de uma ordem judicial e para a entrega consequente
da tutela de direitos.
Por fim, o terceiro texto, “A Atipicidade dos Meios Executivos no
Código de Processo Civil Brasileiro de 2015”, de Rafael de Oliveira Lima,
começa por enfatizar o caráter inovador da previsão do art. 139, IV, acerca
da generalização de medida atípicas, sobretudo no que diz respeito ao
atendimento de forma efetiva e adequada aos direitos carentes de tutela.
Alerta, por outro lado, que é uma inovação que demanda atenção,
porque não se sabe como será adotada pelo Poder Judiciário e, também,
como será requerida por advogados. As alterações legislativas, sozinhas, não
têm o condão de resolverem problemas. Deve-se, evidentemente, ter o
compromisso dos juristas para a efetiva concretização de qualquer diploma,
no que diz respeito à solução de problemas, especialmente em relação aos
problemas históricos de inefetividade da tutela jurisducional executiva.
Nesse contexto, é necessário que haja uma cultura jurídica apta a
orientar os que irão operar o sistema jurídico. Por isso, fundamental que se
firme um entendimento, não só acerca da potencialidade da inovação trazida
pelo Código de Processo Civil de 2015, mas também em relação aos seus
limites e às formas de controle. Nenhuma inovação deve tornar-se meio de
ofensa e lesão aos direitos fundamentais. Ao contrário, a própria razão de ser
da atipicidade dos meios executivos é a tutela efetiva, adequada e tempestiva
de direitos. Portanto, só deve ser invocada em caso de insuficiência dos
meios típicos e, claro, de eficácia das medidas atípicas, isto é, de ser
perceptível que o devedor pagaria se impostas tais medidas a ele.
O autor conclui, dessa forma, dizendo que, para a inovação trazer
resultados positivos, é imprescindível que as medidas atípicas sejam
lançadas apenas em caso de frustração do caminho típico, que as
circunstâncias e peculiaridades do caso indiquem a possibilidade de uso das
medidas, sem que elas se tornem, portanto, onerosidade excessiva, e que o
magistrado fundamente a razão de impô-las de forma devida.
Com isso, afasta-se o manejo indiscriminado de tais medidas e se
evita que elas tragam o resultado inverso daquele que o legislador desejava.

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