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ASPECTOS DA FENOMENOLOGIA

Este capítulo não incorpora uma análise completa e abrangente da fenomenologia, e outras
nuances e distinções entre os diferentes pensadores poderiam ser explicadas em maiores detalhes.
No entanto, o objetivo deste texto é identificar e ilustrar como a fenomenologia está na base do
processo de pesquisa e a extensão em que ela desafiou as pré-concepções do positivismo descritas
no capítulo 3.
Fenomenologia nos oferece interpretações sobre as distinções entre o mundo interno e
externo, bem como os níveis de objetividade e subjetividade. Dito isto, para fenomenologia há uma
compreensão geral de que existe uma relação entre a mente e o mundo. Este capítulo tenta
identificar e explicar posições diferentes sobre a relação entre estes fenómenos em termos de
objetividade e subjetividade. George Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) argumentou que a
fenomenologia lidou com a forma como as coisas pareciam ter consciência ou com formas de
consciência. Fundamentalmente, o ponto de partida foi à compreensão ingênua da mente emergindo
da realidade externa a ela. A mente torna-se consciente de si mesma. Auto-consciência não é
exclusivamente subjetiva, nem uma aplicação objetiva. A consciência subjetiva não é suficiente
para permitir a auto-consciência. Ela não pode nos dizer o que somos com uma palavra. Precisamos
de posição objetiva de cortesia. Isto significa um reconhecimento objetivo do seu próprio ser
externo. A verdade objetiva está na reciprocidade de reconhecimento. Outros definem o eu e o eu
define o eu em relação a defnição dada por outros. A comunidade o eu e o eu define a comunidade.
Esse reconhecimento de si e do outro são diferentes em situações diferentes. Por conseguinte, o
reconhecimento de outras coisas é diferente em situações diferentes. Entendimentos da consciência
devem reconhecer o objetivo (comunidade ou mundo), bem como o subjetivo aplicado (o eu),
ambos são partes intrínsecas de interpretação e contemplação. Através do processo histórico e
filosófico, a humanidade, o conhecimento e a compreensão estão em um estado de transformação
(Hegel, 1977). A ênfase no subjetivo como o fator definível do mundo em relação ao exterior tem,
no entanto, incorporado diferentes ponderações para diferentes fenomenologistas.
Em uma tentativa de compreender os fundamentos filosóficos e científicos de paradigmas
específicos de investigação e metodologia, esse capítulo avalia certas diferenciações entre
pensadores fenomenológistas. Essas diferenças variam da confiança eventual de Husserl em
‘fenomenologia transcendental’, a ‘fenomenologia hermenêutica’ de Heidegger ou ‘Dasein’ e ‘O-
ser-no-mundo’, como também o mundo de Merleau-Ponty com 'presença inalienável'. Husserl
identificou a distinção entre a intencionalidade da consciência (noese) e aquilo que se tem
conciência (noema). O primeiro incorpora o ato de crer ou desejar algo enquanto o segundo refere-
se ao que se acredita ou é desejado. A fenomelologia transcendental concentra-se em aspectos
noemáticos de consciência. A fenomenologia hermenêutica concentra-se no mundo da vida, e
descoberta, clarificando e ilustrando a importância para a compreensão e significado que podem ser
considerados como elementos triviais da existência humana. Consciência e mundo não são
entidades separadas, mas uma construção holística da experiência vivida. A compreensão não é
sobre como nós sabemos do mundo, mas a nossa própria essência; a nossa compreensão do mundo
é o que somos. Através da nossa historia pessoal, cultura, língua e ambiente, os indivíduos são
fornecidos com uma compreensão do mundo através da qual a realidade é identificada. Para
Merlau-Ponty é diretamente lá que existimos, e estamos dentro dele antes de qualquer investigação,
compreensão e reflexão começar, o mundo tem uma presença inalienável que proporciona um
contato direto e primitivo com o estado filosofico (Merleau-Ponty, 1999: VII). Este contato é
exercício da filosofia e fornece a base da ciência rigorosa, oferecendo descrições de tempo, espaço e
o mundo em que existimos. Na verdade, este capítulo investiga estas distinções em mais detalhe e
tenta esclarecer algumas questões relativas à ontologia, epistemologia e metodologia. Estas
questões são, então, vistas mais detalhadamente nos capítulos seguintes.

HUSSERL E A FENOMENOLOGIA TRANSCENDENTAL


Edmundo Husserl (1859-1938) argumentou que a fenomenologia exigiu consciência
vivida a partir de perspectivas pessoais e é praticada sempre que consideramos o que ouvimos,
vemos ou sentimos. Tal consideração implica por que nós pensamos ou pensamos algo e por que
nós realizamos certas tarefas. A experiência é entendida como nós respondemos na primeira pessoa
e descrevemos ou dá significado aos componentes da experiência. Significado e consciência
experimental são fundamentais para a fenomenologia; através do significado que é apresentado um
mundo estruturado, que inclui a nós mesmos (Husserl, 1969). Suas idéias foram desenvolvidas ao
longo de várias décadas e foram publicadas em inúmeros textos (Husserl, 1969, 1992, 1997, 1998a,
1998b). Fenomenologia deve ser presuposta, não usando quadros teóricos pré-existente e orientação
clara de procedimentos dedutivos; por exemple, em Meditações Cartesianas ele indicou que o
investigador ou inquiridor deve descobrir tudo, incluindo condições filosóficas (Moran, 2008: 126).
Dito isto, mesmo ele considerando que devemos usar experiências e linguagem cotidiana no estudo.
Na verdade, nada deve ser dado como certo ou assumido externo para as experiências vividas e
como elas são vividas (Moran, 2008: 126). Fenomenologia implica na essência da consciência em
que todos os atos de consciência são experimentados por assunto; atos ou experiências de
consciência acontecem em relação a um objeto, isto é, algo que é compreendido, percebido ou
julgado. Fenomenologia envolve descrições em primeira pessoa em termos de eu ver uma fazenda,
e ouvir as vacas mugindo ou imaginar visitar a lua, tais condições são conhecidas como descrições
fenomenológicas. Cada descritor indica o ponto de vista do sujeito em relação a um determinado ato
de consciência que capta a essência experiencial (essência da consciência) ( Husserl, 1969).
Husserl identifica intencionalidade como a essência da consciência, uma vez que envolve
a relação entre um ato e um objeto de consciência (relação intencional). Nós entendemos sobre
intencionalidade algo único (Husserl, 1969: 242). É uma relação entre o sujeito e o objeto por
intencionalidade porque gera 'ação de preocupações suplente, fazendo preocupações a ação, amando
o amado' (Husserl, 1969: 243). É a capacidade da mente para dirigir-se a coisas ou entidades;
intencionalidade envolve estados mentais, incluindo crenças, esperanças, pensamentos que são
dirigidos em alguma coisa. Um indivíduo deve acreditar ou desejar algo e, consequentemente,
realizar um ato intencional. A fenomenologia de Husserl é a ciência da correlação intencional de
atos de consciência com seus objetos envolvendo diferentes tipos de correlação com diferentes tipos
de atos (Bernet, 1999: 198). Intencionalidade diz respeito à interação entre sujeito e objeto em
relação ao fundo, conteúdo, ato e horizonte.

CAIXA DE DEFINIÇÃO

INTENCIONALIDADE

 Fundo
 Sujeito
 Conteúdo
 Ato
 Objeto
 Horizonte

Intencionalidade envolve transformar a atenção para uma determinada entidade; torna-se uma
parte ou um elemento de uma perspectiva perceptiva.
Para dar ideia de intencionalidade vamos imaginar um jogo de futebol e um escanteio; o
fundo envolve o jogo e mais precisamente o canto e o sujeito é um jogador dentro da grande área. O
futebol (objeto) que ocorre na área do penalt incorpora o conteúdo (percepção) e o ato de
consciência é a relação entre sujieto 1 (S1) e o objeto (a trajetória, velocidade e vôo da bola). O
horizonte é identificado como as possibilidades de S1 em relação ao objeto. Claro que, um certo
número de sujeitos (S1, S2, S3, S0) estará dentro da grande área, cada um com o seu/sua própria ato
de consciência em relação ao objeto.
O ato de consciência é uma experiência e é com isso que estão principalmente
preocupados, envolvendo uma experiência visual ou uma percepção. A experiência é captada a
partir do ambiente de fundo em que o jogo é jogado; o parque, a chuva; as regras do jogo e do
campo de futebol. O ato é um processo mental e completamente diferente do objeto (o futebol) para
a qual o ato é dirigido. O objeto é a bola flutuante na grande área de acordo com as leis da
gravidade ou física; a bola existe por isso não é uma entidade solipsista. O sujeito é o indivíduo que
tem a experiência (o ‘eu’ ou ego). O conteúdo envolve o que é visto, pensado, imaginado ou
percebido; uma descrição do que é visto como o ‘eu’ percebe. Neste contexto, ‘este é o futebol’. O
conteúdo identifica o objeto de percepção; representa o objeto de um modo específico S1, S2, S3,
percebem a trajetória, giro, velocidade e altura de uma bola de um modo específico e espera isto
para se comportar em relação a certas leis científicas. O sujeito envolvido no penalt vai exigir
algum conhecimento sobre bolas de futebol e como cabeçea-las ou expulsá-las, as regras do jogo
(neste caso, especificamente o penalt), as estratégias do jogo, bem como a capacidade física (altura,
capacidade de saltar, velocidade, posição de outros). O horizonte de possibilidades envolve os que
estão abertos ao objeto; o futebol não pode parar morto simplesmente e cair ao chão, nem pode
levitar, isto é irreal e absurdo visto o fundo do contexto do ato. O conteúdo prescreve o objeto e, se
houver um objeto que satisfaz o conteúdo, então este incorpora o objeto da consciência. Para
intenção, significa que a consciência se destina ou é dirigida em alguma coisa. Intencionalidade é
um ato de consciência realizada por um sujeito e dirigido por meio de conteúdo para um objeto
apropriado que é identificado através do horizonte do sujeito no sentido sobre tais objetos. O
conteúdo de uma experiência é o sentido (Sinn) ou o seu significado. Intencionalidade é o título que
representa a única maneira real e genuína de explicar, tornando inteligível (Husserl, 1969: 168).
Retornando 'as unidades da formação de significado são procedimentos para uma compreensão...
não deixando nenhuma pergunta significante sem resposta' (Husserl, 1969: 168).

CAIXA DE REFLEXÃO

INTENCIONALIDADE

Através de uma experiência de seu próprio país, identificar um exemplo de intencionalidade.


Considere esportes que você pode jogar, ou uma experiência de rotina na faculdade ou no
trabalho.

COISAS: ESSÊNCIA E EXISTÊNCIA

Husserl também distinguiu entre o mundo da experiência natural e o mundo da teoria


científica (1997: 219). O mundo natural está ao nosso redor e experimentamos diretamente; um
mundo que existia no passado, no presente e se estende para o futuro. Estamos perante o mundo
como pontos de referência, consequentemente, o mundo é espacial e temporal. Objetos são
entidades em si mesmas com mudança de propriedades e relações, mas eles fazem isso em relação
aos seres humanos que habitam posições espaciais, sociais e temporais. Por outro lado, o mundo da
teoria científica envolve corpos com massas, por exemplo, mecânica, física, química.
CAIXA DE DEFINIÇÃO

COISA

Uma coisa incorpora três elementos:

 a entidade em si mesma;
 sua essência (tipos , qualidades e relações) ;
 bem como qualidades sensíveis (alguns não visíveis) .

Aparências ou sombras (esboço fraco ou prenuncio) de uma coisa sensata.

A entidade tem a essência e existência para além do que está sendo observado, a pega (ave
da família dos Corvídeos) tem propriedades, incluindo uma forma distinta e penas pretas e brancas.
As penas são diferentes quando o sol brilha sobre elas ou o vento sopra-as em diferentes direções
(quando o sol deixa de brilhar ou o vento pára de soprar estas alterações desaparecem) e outras
diferenças surgem. Se alguém estava observando um peixe na água a mesma situação ocorre como
sabemos na forma do peixe, que é distorcida pela água. Essa complexidade é rotulada na
constituição do objeto em relação a minha experiência.
Para iniciar a análise fenomenologia não é a aparência da coisa e a aparência da pega, é a
sua composição como uma entidade espacial como uma coisa preta e branca na minha faixa de
perceptição (Woodruff Smith, 2007: 220-1). No entanto, a pega muda através de sua temporalidade
como ela pousa numa árvore e bica os ramos em seguida, voa em direção a um poste. É temporal,
bem como espacial. Husserl não reduziu a pega às suas aparências, ele assinalou que estas
aparências são sombras de qualidades dela. A pega tem distintas propriedades (cor, forma, atitude)
que são distintas de suas aparências. Com efeito, a cor da pega ou a forma pode ser muito diferente
de uma outra perspectiva, ou noutra altura dada; a aparência muda ao longo do tempo, uma vez que
voa e pousa em cima do muro, como ela muda em tonro de sua cabeça... as mudanças formam
aparências ao longo deste período de tempo (Woodruff Smith, 2007: 221). Consequentemente, a
constituição da pega começa com uma variedade de experiências, não num contexto sensorial
simples, mas em termos de inúmeras propriedades distintas e qualidades sensíveis. Por exemplo,
quando uma única pega é inicialmente percebida, os indivíduos consideram que ela da azar (gera
tristeza) e nós respondemos com ‘bom dia Mr pega’; a ave envolve significados ligados a um
contexto cultural. Além disso, se mais de uma pega aparecem, então, a forma como estas são
percebidas será diferente do que se um único pássaro aparecer. Em geral, intencionalidade de
consciência pode ser definida como uma relação em que todos, ou pelo menos alguns, atuam sobre
um objeto (Gurwitsch, 1967: 118). Para experimentar um ato ‘o sujeito está atento a um objeto’, de
modo que possa caracteriza-lo... como consciência de um objeto (Gurwitsch, 1967: 119).
A constituição da coisa ou entidade das experiencias começa com uma coleta de
aparências de suas qualidades visíveis. No entanto, o que se vê não é simplesmente aparência
sensível, mas várias propriedades, incluindo propriedades sensíveis que exibem tais aparições como
eu ver o pássaro de vários lados, em diversos tipos de iluminação e assim por diante (Gurwitsch,
1967: 119). O pássaro é um objeto que envolve muitas outras propriedades, incluindo suas espécies
biológicas e as relações geológicas... são atividades passadas... e assim por diante (Gurwitsch, 1967:
119).
A pega é um membro da espécie (Corvídeos), ela está relacionada a outras espécies de
aves e tem um passado e futuro e existem além da minha intencionalidade. Elas transcendem o que
é sabido delas no momento em que são observadas; há sempre mais para o objeto que está sendo
observado pelo sujeito. Quando um objeto é percebido vemos apenas certas partes deste objeto,
‘podemos só vê-lo de um lado em um determinado tipo de luz, a partir de um determinado ângulo e
assim por diante’ (Moran, 2008: 116). Se o observador ou o observado são o objeto estão
movimentando o objeto nós adquirimos 'olhar rápido do mesmo objeto de perspectivas diferentes'
(Moran, 2008: 116). Husserl argumentou que o que realmente vemos é o corvídeo não um ‘conjunto
de sensações visuais’ nós não ouvimos ‘um som nu’, mas... ‘uma porta se fechando’ (Moran, 2008:
116). Quer ouvir algo muito próximo ou a uma certa distância, não importa o quão diferente a
transmissão se torna, estamos certos de que nós ouvir o mesma coisa. Fundamentalmente para o
ouvinte é o mesmo objeto (Moran, 2008: 116). No geral, Husserl considera que os processos
mentais são geralmente ‘atos dirigidos a objetos. Quando dirigido a um objeto material, o ato é
sempre apenas uma visão parcial do objeto; No entanto, isso tem o sentido de compreender o
objeto, uma vez analisado' (Moran, 2008: 118). Este apreender o objeto permite o desenvolvimento
da experiência não-intencional (o ato de interpretação ou interpretação do sentido); um sentido que
é , consequentemente, reconhecida pela qualidade ou conteúdo do ato ser ‘um julgamento, um
desejo, e assim por diante’ (Moran, 2008: 118) .

EPOCHÉ: SUSPENSÃO E JULGAMENTO


Em sua fenomenologia, Husserl (1998a, 1998b) formulou o conceito de epoché; através da
epoche obtemos julgamentos sobre se os objetos da consciência existem. Não devemos supor que
existem objetos externos (que uma realidade objetiva existe), que, em seguida, causalmente se
relaciona com sensibilidade humana (audição , visão, tato), isso significa a suspensão ou variação
da nossa atitude natural para o mundo. A variação envolve ver as coisas como elas realmente são;
através de lidar com pressupostos relativos ao fenómeno que chegam ao núcleo e percebê-lo como
ele realmente é. As variações requerem três etapas: identificação do fenómeno e a retenção deste no
pensamento; a imaginação de inúmeras variações experimentais do fenômeno; a integração das
variações através da síntese de experiências. Esse processo leva à compreensão e descrição das
estruturas essenciais do fenômeno.
Husserl baseou seu trabalho no ‘pensar’ cartesiano, mas considerou que Descartes mudou
muito rapidamente esse ‘pensar’ em direção do Eu sou uma entidade pensante. Ele considerou que a
conceptualização do eu como uma entidade de pensamento que precisava ser posta entre parenteses.
Eu que sou uma entidade de pensamento sou ao mesmo tempo consciente do sentido das
experiências distintas (Huusserl, 1992). Ele considerou este método semelhante ao ‘pensar’ de Kant
ou o ego transcendental. 'Um princípio transcendental é aquele através do qual nós representamos a
priori a condição sob a qual as coisas só podem se tornar objetos de nossa cognição em geral’
(Kant, 1952: 20).

CAIXA DE DEFINIÇÃO

TRANSCENDENTAL

Transcendental refere-se a entidades que abranjam ou existem além de outros objetos; eles são
abstratos. O ego transcendental (individual) entende que, apesar de existir um mundo real só
pode existir através subjetividade transcendental (assim, uma forma de objetividade existe). O
idioma pode ser visto como existindo além dos indivíduos ainda que também seja usado pelo ego
para a parte transcendental da linguagem e da utilização de co-existir o assunto.

Por um lado, Husserl infere que a realidade só pode existir se for constituída através da
consciência de modo inversamente não podendo existir sem ela. Considerando, por outro ele
também indicou que nada poderia ser concebida sem ser um objeto de consciência. A base da
distinção envolveu a diferença entre objetos intencionais e reais. Ao conceituar algo que torna este
um objeto de consciência. A experspectiva nega a existência de um mundo externo enquanto a
última aceita que esta existe, mas não poderia ser realizada sem intencionalidade da consciência. No
entanto, isso não significa automaticamente que a coisa é um objeto real. Pode-se pensar em um
mundo de fantasia como objeto de pensamento, mas não é aceito pensar nisso como um objeto de
seu pensamento e supondo-se um de seus habitantes. Desta forma, Husserl tentou explicar como o
solipsismo pode ser negado em sua fenomenologia, indicando que egos transcendentais
experimentam uns aos outros em pé de igualdade e juntos distinguem entre objetos intencionais e
reais. Na verdade, isto era semelhante ao Hegelian mestre/escravo da dialética e da razão para o
reconhecimento subjetivo e objetivo. Husserl identificou a necessidade de fenomenologia
transcendental ou a filosofia que significava investigar a última fonte de todas as formações do
conhecimento e o conhecer refletindo sobre si mesmo e sobre a vida. Através deste processo
Husserl volta sua atenção para a essência da própria história; com a historicidade essencial da
consciência e as pré-condições demandadas pela história. Para explicar melhor sua posição, Husserl
desenvolveu a idéia do mundo de vida que envolvia o mundo inter-subjetivo de nossas experiências
e atividades pré-teóricas. Ele considerou que a nossa atitude teórica desenvolvida no contexto do
mundo de vida, deve persistir mesmo com a formação teórica do 'espírito'. O mundo de vida é
anterior a teoria e o surgimento da teoria do mundo de vida deve considerar a redução eidética (a
redução a essência) e epoché (julgamento suspenso), suspendendo o nosso envolvimento prático
com o mundo, bem como as nossas proposições científicas. No entanto, em sua obra posterior
Husserl faz mover alguma forma considerável de sua posição precose e chega mais perto das
posições ontológicas e epistemológicas de Heidegger. Isto se torna mais claro em Husserl (1992),
no qual ele tentou investigar o que a ciência positivista significou para a humanidade e a existência
humana examinando a medida que ‘a visão de mundo total do homem moderno na segunda metade
do século 19, deixou-se ser determinada pelas ciências positivistas e ser cegada pela "prosperidade"
que produziram’. Que ele considerava prejudicar ‘questões que são decisivas para uma humanidade
verdadeira’ (Husserl, 1992: 5-6).
Husserl argumentou que a base do conhecimento envolve a experiência vivida no mundo
de vida. Isto é, nós somos inseridos num mundo de nossa fabricação; somos prisioneiros do espaço-
tempo em um mundo incerto. As pessoas fazem parte de uma rede de significados que fornece a
base de seus mundos. Buscamos a compreensão através da intencionalidade e desejamos
desenvolver isso em prática, em vez de contextos teóricos; este, em seguida, fornece a base para a
realização das possibilidades de nossa existência. Somos seres que simplesmente não existem, mas
agimos no mundo; consequentemente, não somos entidades a serem pesquisadas, mas empenhamo-
nos ativamente no processo de pesquisa. Entendimento é composto de pré-compreensão, bem como
a emoção e a empatia.
Intencionalidade envolve uma pré-compreensão da situação em análise de modo que a
noção positivista de sujeito e objeto é prejudicada como a noção de emergêncial que tem
precedência; emergência de um entendimento que já existe. Esta emergência permite que as pessoas
entendam o mundo prático em que eles existem e promove a sua compreensão e a de si mesmo; ela
fornece uma auto-compreensão.

QUESTÃO

MUNDO DE VIDA

Como a idéia do mundo de vida, ou ser-no-mundo afeta o relacionamento entre o pesquisador e


pesquisado?

CAIXA DE REFLEXÃO

MUNDO DE VIDA

Identificar momentos em que você acha que tenha ocorrido uma situação que você quis entender.
Fornecer exemplos de quando você considera que não têm sentido no mundo, mas uma abstração
olhando de fora. Isso é possível?
O idioma foi considerado o meio pelo qual modos de vida e horizontes foram
transmitidos; linguagens, significados e tradições mediadas. Na verdade, a fim de síntetizar os
horizontes, entramos em outros horizontes, que incluem textos com nosso próprio horizonte e pré-
concepções; nos movemos entre os familiares e os não familiares. Historicidade é um elemento
importante neste processo uma vez que cada interpretação envolve pré-concepções derivadas da
história que são aplicadas no presente para o desenvolvimento do futuro através de expectativas e
estratégias. Cada interpretação envolve um processo dialético que consiste em passado, presente e
futuro, na mediação do que vem através da linguagem e do discurso. Diante disso, mesmo a verdade
ou conhecimento é historicamente condicionado, o que significa que é relativa à cultura de um
determinado momento; diferentes aspectos da verdade e do conhecimento são revelados através de
diferentes culturas em diferentes momentos históricos.
Em seus primeiros trabalhos Husserl teria excetuado um certo nível de externalidade no
que cerne o projeto de pesquisa ou fenómeno em análise. Em seus trabalhos posteriores ele
reconheceu as deficiências de uma postura puramente positivista e que haviam necessidades
diferentes para as formas de análise, se a humanidade precisava ser totalmente compreendido; suas
obras posteriores também reconhecem o ser-no-mundo e relaciona mais próximas as ideias
propagadas ainda mais por Heidegger e Merleau¬Punty. Por exemplo, Husserl argumentou que
quando se trata de compreender os outros, podemos considerar que no mundo todos os outros ou de
certa forma tem um horizonte de sentido. Horizonte pode ser considerado a perspectiva do
indivíduo em um determinado momento (o panorama aqui e agora);... Que também é flexível e pode
mudar de um momento ou de uma situação para outra. Indivíduos movem-se nos horizontes do
outro através da empatia. Por isso a pessoa nunca é frei das percepções e pré-compreensão herdadas
de experiência passada e pré-concepção é uma barreira a entender completamente essas percepções.
Isto começa a se relacionar com fenomenológica hermenêutica que recomenda um processo
interativo e iterativo entre entrar em outro mundo e referenciando-se a volta para sua própria
posição.

QUESTÃO

HUSSERL

Definir, discutir e dar exemplos de:

• inclusão;
• epoché;
• variedades;
• fenomenologia transcendental.

HEIDEGGER E A FENOMENOLOGIA HERMENÊUTICA


A obra de Martin Heidegger (1889-1976) está profundamente enraizada em Ser e tempo
(1962/2004), em que considerou que a interpretação era necessária quando se estudam os seres
sociais. Heidegger discutiu que 'toda investigação está buscando [suchen]. Todo visto é guiado de
antemão pelo que é buscado. A investigação é ciente para uma entidade, tanto no que diz
respeito ao fato que ela investiga como no que diz respeito a maneira como ela é investigada e o
comportamento de um investigador e, portanto, de uma entidade, que como tal tem seu próprio
caráter de ser " (1962/2004: 24). O significado de ser já está dentro de nós, porque "a procura deve
ser guiada de antemão pelo que é procurado ... nós sempre realizamos nossas atividades em uma
compreensão do Ser" (1962/2004: 25). Ele questionou o próprio sentido do ser e como Hegel
percebeu esse processo de transformação. Na verdade, a investigação do Ser começa com uma
entidade cuja existência implica levantar tal questão. Heidegger quis penetrar pressupostos que dão
forma à nossa compreensão, em vez de reverter para uma posição de não pressupostos herdados
como na fenomenologia pré-suposta de Husserl. Diferete do que Husserl diz na ‘fenomenologia
transcendental', Heidegger identificou na ‘fenomenologia hermenêutica' tornando explícitas as
pistas implícitas que organizam a compreensão, identificando o horizonte do Ser que permite que
entidades façam eles aparecerem são e, em seguida, explica essa pista implícita em torno do qual
esse horizonte é organizado e pelo qual é alimentado, o que é o significado do Ser dessas
‘entidades’ (Caputo, 1999: 225).

CAIXA DA DEFINIÇÃO

A FENOMENOLOGIA HERMENÊUTICA

A fenomenologia hermenêutica argumenta que o significado está ligado diretamente com o


tempo. Visto que é histórica e sistemática; é temporal. Heidegger demonstra uma ‘estrutura
temporal de cada compreensão histórica do Ser(es) em uma estrutura que precisa ser forçada a
descobrir as pistas temporais que operam nestes textos históricos que estão ocultos’ ( Caputo,
1999: 225) .

Heidegger considerava que estávamos no mundo e não havia diferenciação entre sujeito e
objeto porque estar-no-mundo rendeu esta distinção ultrapassada. Como seres humanos, o mundo e
o indivíduo estão continuamente em relação um com o outro; estamos no mundo antes de pensar ou
refletir por isso somos sujeito e objeto em relação ao mundo. Isto põe em causa a ideia de empatia
entre sujeito e objeto identificado na hermenêutica objetivista. Na verdade a hermenêutica
fenomenológica deseja compreender a facticidade (os fatos de ser) que só pode ser encontrada no
mundo de vida ou da prática do pré-abstrato e da pré-teoria da existência. O que é importante é a
nossa existência no mundo e como nós pertencemos ao nosso meio ambiente. Como Heidegger
notou que nós somos lançados em uma existência e no mundo que nós não construímos e neste
mundo complicado, estranho, nós temos que achar nosso caminho. A hermenêutica fenomenológica
não é sobre o supra-indivíduos abstratos ou egos transcendentais, ao contrário, envolve pessoas
reais com compreensão em situações reais.
A ideia de cuidados desempenha um papel central na nossa sobrevivência e compreensão
da mesma em situações concretas. Como seres humanos, estamos ligados com o passado, presente e
futuro; nossas decisões são baseadas na experiência e recursos passados, enquanto tentamos
entender e adivinhar as possibilidades futuras. Isso indica que nos tornamos um vaso de
possibilidades; A humanidade é de livre escolha do indivíduo e responsabilidades são possíveis na
realidade. No entanto, em que critérios a responsablidade da livre escolha deve ser fundamentada?
Não há critérios para resumir de alguma forma no nosso próprio projeto; o valor pode e só vai
emanar de nós. De certa forma, estamos condenados à liberdade quando temos de tomar decisões
em um mundo de adversidade e isso não pode se render ao mundo e nenhuma escolha é única. Não
é possível não escolher. ‘Eu sempre posso escolher, mas eu preciso saber que se eu não escolher,
que ainda é uma escolha, quando eu enfrentar uma situação real – por exemplo, que estou sendo um
ser capaz de ter relações com um ser do outro sexo e capaz de ter filhos – eu sou obrigado a
escolher a minha atitude em relação a isso, e em todos os aspectos Eu devo arcar com a
responsabilidade dessa escolha, que por comprometer-me compromete toda a humanidade’ (Sartre,
1973: 48). Incorporado em uma situação concreta de que ele ou ela fazem parte, as escolhas
individuais envolvem escolhas para todos; o indivíduo deve escolher se ele ou ela continua a ser
solteiro ou se casa, mas uma ou outra escolha sustenta uma postura moral em relação ao
comportamento institucional e a ética social. O indivíduo esta no mundo e através da escolha
constrói o mundo.
A rendição nos torna "inautêntioa", ficando frente a uma "ação autêntica" baseiando-se na
percepção de que somos indivíduos autônomos, responsaveis e livres. Isto é o que nos torna
humanos; estamos no mundo e temos livre escolha. No entanto, estamos continuamente caindo
diariamente num mundo de trivialidade, mas o grito de consciência nos chama de volta para a vida
autêntica; este é um grito estridente, abrupto que ensurdece a nossa existência a cada dia, ele pede
que você esteja fazendo e esteja jogando sua vida fora na trivialidade? (Heidegger, 2004). Na
verdade, essas questões podem esclarecer como Heidegger indicava fornecer ‘lucidez incrível' que
pode mudar nossas vidas para sempre. De clarividência emana ansiedade, o que dá a verdadeira
compreensão do mundo todos os dias dentro do qual vivemos; não trivial, mas a essência da nossa
existência cotidiana. Livres das lutas quando a caminhada de volta para baixo do morro, Sysphus é
capaz de ver claramente e avaliar sua situação. Nós somos capazes de capturar a autenticidade do
mundo em que vivemos e assim capturar seu vazio e nossa própria insignificância dentro dele. De
tal forma que nos redescobrimos e nos tornamos entidades responsáveis que tomam decisões não
triviais (ver Heidegger, 2004; Sartre, 1973). O resultado desta situação é a clareza em relação a si
mesmo, como nós entendemos nossos pontos fortes e fracos de uma forma composta e pensativa;
nós não podemos superestimar nem subestimar nós mesmos. Assim, a vida cotidiana permanece
sempre no trivial, pois é inundada com o mundano que limita continuamente os nossos graus de
liberdade. Além disso, o cotidiano omite a idéia da morte; ele nega a morte por isso somos seres
infinitos, o que afeta nossa tomada de decisão em relação à nossa noção do futuro (Heidegger,
2004: 278). Morte denota um fim que se abraçado pode enriquecer a compreensão da vida, se a
finitude é levada a sério, posteriormente, a probabilidade de vida desperdiçada pode ser negada. Tal
finitude pode ser vista em outros aspectos da vida, por exemplo, a mudança no trabalho,
redundância e o intervalo de tempo de projetos. Se estas questões de finitude são levadas em
consideração o indivíduo começa a compreender verdadeiramente o seu eu.
Para Heidegger a ideia e busca da verdade tem sempre estado em declínio desde a
antiguidade e de Platão. A verdade já existe, mas está escondida pelos mesmos procedimentos
destinados a descobri-la. A verdade não será descoberta através de expressões de proposições
seguidas, comparando estas com a realidade; verdade ou conhecimento surgirão com percepção e
intuição. Husserl considerou que a intuição deve ser usada para explorar a estrutura básica dos
fenômenos através da imaginação ou do jogo de pensamento. O fenômeno é isolado de outros
fenômenos, bem como contextos históricos e geográficos. Para Heidegger isso ia contra a própria
essência da fenomenologia porque a ideia era analisar em relação ao contexto histórico e identificar
distorções que são o resultado disso. Historicidade é uma parte fundamental da hermenêutica
fenomenológica, pois se concentra no processo de tornar-se e o significado de ser. As obras
posteriores de Husserl (1992) retomaram este ponto e reconheceram a importância da história no
processo fenomenológico.

DASEIN: TORNANDO-SE
Heidegger postulou uma ‘analítise existencial’, que lidou com o que somos em termos de
‘Dasein’; que é para o ser no mundo onde ela se manifesta ou explícita. Dasein é o evento de
manifestação no mundo e, logo um ser tal como Dasin existe, então existe o mundo. 'Dasein é uma
entidade que, em seu próprio ser, si comporta compreensivo para com esse ser’ (Heidegger, 2004:
78).

CAIXA DE DEFINIÇÃO

DASEIN

Dasein é a existência; sua essência é uma entidade que está se tornando através de formação da
sua própria existência. Fundamentalmente, somos nós mesmos as entidades a serem analisadas.
O Ser de tal entidade está em cada um dos casos. Essas entidades, em si, se comportam em
direção a seu Ser ... O Ser é o que é o problema para cada entidade’ (Heidegger, 2004: 67) .
Todas as pesquisas e análises são movidas por uma tentativa de se auto compreender em
relação à humanidade como elementos próprios. Para Heidegger "uma compreensão do ser já está
incluída em conceber qualquer coisa que se apreende como uma entidade' (2004: 22). Dasein
concretiza sua própria possibilidade autêntica ou falha na tentativa. No entanto, um ser que não é
Dasein tende a encobrir seu próprio ser como existência. Na verdade, a ‘analíse existencial'
determina a queda do Dasein no mundo da mediocridade e da marcha diária através da busca pelas
estruturas obtusas e fundadoras de autenticidade primordial do Dasein. O mundo cotidiano de
Dasein é entendido sobre o estar no mundo procurado. Isto levanta problemas sobre o que o mundo
implica. Para Heidegger o mundo é uma ligação contínua de instrumentos e analisado a partir
Dasein 'a que Dasein pertence mais primordialmente do que pode afirmar, com o qual o Dasein
sempre pragmatico envolvido para que o problema epistemológico da existência deste mundo não
faça sentido' ( Heidigger, 2004: 226). O mundo já é partilhado com os outros e muito longe de um
eu solipsista, Dasein indica como reconhecimento hegeliano a exigencia de outros. Estes não são
entidades ‘que estão além do eu, mas entre aqueles que o Eu é também, por quem Dasein é na
verdade denominado como um anônimo para eles (das ‘o homen’) e de quem ele deve aprender a
diferenciar um autêntico eu’ (Heidegger, 2004).

CAIXA DE DEFINIÇÃO

ASPECTOS DA DASEIN

• Dasein envolve um fenômeno tríplice em termos de cuidados: projeção na direção das


possibilidades: ser para o ser.
• Ser lançado em direção a essas possibilidades: Dasein, embora se encontre livre em situações
do ponto de sua fabricação .
• Mobilidade entre as possibilidades do mundo que nega a verdadeira possibilidade ou a
possibilidade de ser para o ser.

Essa unidade tríplice é explicada através de ansiedade ou o sentido pelo qual Dasein acha
que não há nada que não tenha a própria liberdade do Dasein para sustentar a projeção do qual
continuamente toma o vôo (a queda). Heidegger considerava que através da liberdade da
imortalidade, Dasein era trazido de volta para fora da sua queda, assumindo a sua projeção para a
morte ao invés de tomar o vôo a partir dela. O Dasein não tem temporalidade como uma
característica definidora porque é temporalidade. É a unidade de três êxtases temporais sobre os
quais a estrutura tripla de atendimento se baseia. Temporalidade é o significado de cuidado e de
modo de ser ou Dasein.
Dasein é futural e está diante de possibilidades indefinidas que estão sempre vindo em
direção ao Dasein e puxando-o para fora de si mesmo. Desta forma Dasein volta de si, para a
possibilidade de ter sido sempre e continuamente movido na sua própria direção. Finalmente,
Dasein encapsula o momento que ele sempre foi em relação a si mesmo. Ele pega um vislumbre e
aproveita a possibilidade de ser para o ser. A estrutura em êxtase triplo da temporalidade fornece a
base para uma teoria análoga de historicidade em que uma geração inteira pode repetir ou apoderar-
se de possibilidades históricas (ou destino), que é enviado a ela como uma unidade coletiva de seu
próprio e mais profundo histórico de existência (Heidegger, 2004: 227). Dasein tem incorporação
individual, da comunidade, da sociedade ou da espécie.
Husserl argumentou que a ciência humana falhou porque não levou em consideração a
intencionalidade ou a forma como a mente do individuo é direcionada para objetos e desda pré-
compreensão ou o conteúdo mental que a representa. Na verdade, ele considerou que a consciência
humana obtem significados auto-suficientes ou conteúdo intencionais. Ou seja, você se aproxima de
algo com preconceitos e pré-compreensão que dá inteligibilidade para tudo o que as pessoas
encontram. Heidegger fornecia uma forma ligeiramente diferente de intencionalidade e argumentou
que o conteúdo mental dos indivíduos é auto-suficiente e são na verdade dirigidos para o mundo e
que as habilidades diárias são incorporadas ou indicam a base de inteligibilidade. Na verdade, o
trabalho de ambos, Husserl e Heidegger é explicado através da fenomenologia de Merleau-Ponty,
que considerou que eles identificaram diferentes formas de olhar o mundo e os meios pelos quais
nós empreendemos a geração da abordagem de pesquisa e conhecimento.

QUESTÃO

DASEIN

 O que é Dasein?
• Como o Dasein afeta um projeto de pesquisa?
 Como você incluiria Dasein em seu projeto de pesquisa?

MERLEAU-PONTY: A ESSÊNCIA DA CONSCIÊNCIA


Maurice Merleau-Ponty (1907-1961) investigou se a ciência foi capaz de fornecer a
humanidade uma imagem completa do mundo; ele não deseja limitar o conhecimento científico,
mas identificar se ele tem o direito de descartar formulários de consulta que não começam com
‘medições e comparações e, conectando causas particulares com consequências particulares,
acabam com as leis, como na física clássica’ (Merleau -Ponty, 2004: 43). Ele indicou que no
positivismo do século 20 já tinha se aceitado que suas leis e teorias não forneciam uma imagem
clara do mundo e a simplificação contínua foi necessária; ‘Em outras palavras, essas leis e teorias
constituem conhecimento por aproximação. A ciência submete os dados da nossa experiência para
uma forma de análise que nunca podemos esperar que vai ser concluída uma vez que não há limites
intrínsecos ao processo de observação’ (Merleau-Ponty, 2004: 43-4). Através de métodos
husserlianos, Merleau-Ponty observou as 'raízes da racionalidade’, que envolviam o ‘redespertar de
uma compreensão dos atos originais em que os seres humanos vêm à consciência de mundo’
(Moran, 2008: 400). A fenomenologia e a filosofia eram idênticas e cada uma delas desejava
ensinar a humanidade a reaprender a perceber o mundo e revelar e iluminar o ‘nascimento do ser ...
a divulgação do mundo’ e ‘o mistério do mundo da razão’ (Merleau-Ponty, 2004: 154, xx-xxi, xvi).

PRESENÇA INALIENÁVEL
Merleau-Ponty (1999) compreendeu a fenomenologia como o estudo das essências e que
todos os problemas ascendem de encontrar definições de essências, ou seja, a essência da
consciência ou percepção. É uma filosofia, que traz essências de volta à existência e que não espera
chegar a um entendimento da humanidade através da facticidade. É uma filosofia que identifica um
mundo que existe antes da reflexão ‘como uma presença inalienável’. O seu objectivo é diretamente
realcançar o contato com o mundo e neste dar-lhe um estatuto filosófico. De forma semelhante
Heidegger viu qualquer pesquisa como sendo guiada por aquilo que é procurado. Assim, o
significado de uma entidade já deve ser conhecido como uma pesquisa anterior à investigação e já
deve estar disponível para nós de alguma forma. Merleau-Ponty enfatizou ‘a inseparabilidade do eu
e do mundo’ e que as pessoas devem ser vistas como ‘integradas na ordem natural, como
pertencendo fundamentalmente no mundo, embora não meramente como objetos desse mundo
sendo sua presença gerado do mundo social da cultura’ (Moran, 2008: 403).
A fenomenologia só é acessível através do seu método. Consequentemente, vamos reunir
os fios que ‘crescidos espontaneamente formam a vida’ (Merleau-Ponty, 1999: viii). A partir do
inicio da fenomenologia ocorre uma rejeição da ciência. Um é incapaz de entender o que o outro
conhece mais um pouco do mundo. Um deles é uma entidade sociológica, biológica que não pode
se fechar para o mundo e existem no reino da ciência. 'Todo o meu conhecimento do mundo e do
meu conhecimento científico é adquirido a partir de meu próprio ponto de vista particular, ou de
experiência do mundo sem os quais os símbolos da ciência não teria sentido’ (Merleau-Ponty, 1999:
viii). A ciência é a expressão de segunda ordem do mundo. Consequentemente, se quisermos
controlar rigorosamente a ciência temos de começar com isso e compreendê-la como construída
sobre o mundo como ele é experimentado diretamente. A ciência nunca será a mesma que o mundo,
pois é uma explicação do mundo. Não sou o que a ciência define-me como, eu sou a fonte, ‘a minha
existência não deriva de meus antecedentes, de ambientes físicos e sociais; em vez disso, se move
em direção a eles e sustenta-os, eu só trago à existência por mim mesmo, uma existência que pode
ser entendida (Merleau-Ponty, 1999: viii). Um ponto de vista científico, que considera que a
existência é um momento de mundo não é apenas ingênuo, mas desonesto. Positivistas e pós-
positivistas levam a consciência a conceder através da qual um mundo se forma em torno de mim e
começa a existir para mim. Quando voltar para as próprias coisas que volte a um mundo que
precede o conhecimento, um mundo, que o conhecimento fala que todos os esquemas científicos
são uma linguagem gestual abstrata como a geografia (mapa) é em relação ao campo (terreno),
sendo que, já aprendemos o que um rio ou campo é, em seguida, encontramos esta na forma de
resumo indicada no mapa. ‘A fenomenologia pode ser praticada e identificadao como uma forma ou
estilo de pensamento, que existia como um movimento antes de chegar a completa consciência de si
mesmo como uma filosofia' (Merleau¬Ponty, 1999: vii).

CAIXA DE DEFINIÇÃO

PRÉ-COMPREENSÃO

Sua mensagem é guiada pelo que é procurado. Por consequencia, o significado de uma entidade
já deve ser conhecido para o pesquisador anteriormente à investigação e já deve estar disponível
para nós de alguma forma. Os seres humanos são entidades sociológicas, biológicas que não
podem se fechar para o mundo e existem no reino da ciência. O mundo está "lá" antes da análise
humana e esta análise deve mover-se para a visão interna do fenomenologista e longe da posição
externa feita pela perspectiva positivista.

RETORNO À CONSCIÊNCIA
Um retorno fenomenológico à consciência é distinto do retorno idealista à consciência,
que nega a reflexão analítica e a explicação científica. Ambos, Descartes e Kant destacam o tema ou
a consciência, ilustrando que nada poderia ser apreendido como existente até que tivesse apreendido
através do ato de ser apreendido. Para Kant a unidade de consciência é conseguida simultâneamente
com o mundo. Fenomenológicamente ‘(a)reflexão analitica começa a partir de nossa experiência do
mundo e volta para o assunto como uma condição de possibilidade distinta a partir dessa
experiência, revelando a síntese de todas as que a abraçam como aquilo sem o qual não haveria
mundo’ (Merleau-Ponty, 1999: ix). Na verdade, esta se afasta da ontológia positivista/e das
perspectivas epistemológicas uma vez que reconhece a interação necessária entre o cosmos e
consciência em que o próprio fato de consciência identifica nossa perspectiva subjetiva de mundo e
que a realidade é uma construção humana.
Em geral, para Meleau-Ponty, a fenomenologia vê o mundo como existe antes de qualquer
análise humana e 'seria artificial torná-lo o resultado de uma série de sínteses que ligam, nas
primeiras sensações, o lugar, e então os aspectos do objeto correspondente as diferentes
perspectivas, quando ambos são nada além de produtos de análise, com nenhum tipo de realidade
anterior’ (Merleau-Ponty, 1999: ix). No entanto, ele argumentou que a análise deve se mover em
direção à visão interna do fenomenologista e longe da posição de postura exterior defendida pela
perspectiva positivista. A reflexão analítica acredita que pode chegar ao ser interior e que através de
um ato que constitua ele pode rastrear o curso e chegar a um poder constituinte que é sinônimo com
o eu interior. Consequentemente, a reflexão é ‘levar e transplantar uma subjetividade inexpugnável,
até agora intocada pelo ser e o tempo’ (Merleau-Ponty, 1999: ix). No entanto, este perde de vista
seu próprio começo. Quando se começa a refletir, urgem reflexões sobre uma experiência irrefletida
e não se pode ignorar esse evento que aparece.
QUESTÃO

PRÉ-COMPREENSÃO

Explique pré-compreensão e considere as implicações para questões relativas à subjetividade e


objetividade. Identificar como pré-compreensão seria incorporada em um projeto de pesquisa.

‘Vemos coisas em si como o mundo que vemos... uma fé comum para o homem natural e
filósofo.... a coisa estranha sobre esta fé... e se nos perguntarmos o que é que nós, vemos se é coisa
ou mundo, é que entramos em um labirinto de dificuldades e contradições’ (Merleau-Panty", 1968:
3). Não existe distinção entre a percepção ou o observador e o que é percebido não gera
diferenciação entre o ato de perceber e para o qual ele se dirige. ‘Qualquer alegação de que a
percepção é indubitável enquanto que a coisa percebida não é deve ser descartada... Para ver uma
coisa é necessário ver algo. Para ver o vermelho vemos vermelho ativamente na existência’
(Merleau-Ponty, 1999: 374). Através de sua fenomenologia Merleau-Panty tenta fornecer
descrições diretas de experiências através da perspectiva da primeira pessoa (que está descrevendo
as experiências que está sendo experimentada na situação percebida). Merleau-Ponty leva
ressentimento com idéias husserlianos sobre um retorno às coisas em si, porque para retornar a algo
devemos indicar que em algum momento a situação foi desocupado; para retornar a um mundo que
existia antes do conhecimento. A fenomenologia incorporou a tentativa de encontrar o espírito de
uma civilização ‘não uma lei do tipo físico-matemática, detectável pelo pensamento objetivo, mas a
fórmula que resume alguma maneira única de comportamento em relação aos outros na natureza, o
tempo e a morte: um certo modo de modelar o mundo que o historiador deve ser capaz de... fazer
por si só’ (Merleau-Ponty, 1999: xviii). Fundamentalmente, não existe distinção entre o pesquisador
e o mundo sob investigação; o pesquisador permanecerá sempre intrinsecamente ligado com o que é
observado ou mais especificamente visto.

CONCLUSÃO
A fenomenologia distingue entre as propriedades perceptivas e propriedades abstratas.
Aqui, duas esferas vermelhas de jodo de bilhar identificadas como A e B. A cor vermelha do A, que
pode ser visto pelo olho e é dito para localizar no espaço onde A está. Da mesma forma o vermelho
de B é dito para localizar onde B está. Além disso, considera-se que o vermelho de A não é idêntico
ao vermelho de B, porque eles estão localizados em locais diferentes. De acordo com a
fenomenologia uma tonalidade de cor é abstrata ou um vermelho universal existe e os seres
humanos são capazes de perceber não apenas tipos de vermelho, mas também um vermelho
universal. Esta percepção é chamado de ‘intuição eidética’ através do qual temos conhecimento das
essências essenciais do mundo. Isto implica um vermelho universal ou platônico que nunca pode ser
conhecida completamente, o que em certa medida se encaixa com o realismo crítico do pós-
positivismo. É aceito pelos pós-positivistas que uma realidade externa, neste caso um vermelho
universal, não pode ser completamente compreendida ou percebida pelos seres humanos.
Por outro lado, as posições ontológicas e epistemológicas da fenomenologia indicam uma
realidade que é formulada pela mente humana. Não uma realidade solipsista, mas que exige
interação entre o mundo e o ser humano ou a mente em termos de ser ou tornar-se mundo. Isso
incorpora a ideia de que os seres humanos são ingredientes essenciais na definição e determinação
de cada realidade perceptivelmente diferente. Diferentes vermelhos existentes em relação a uma cor
universal que incorpora situações diferenciadas que podem ser estudadas de forma isolada em
relação a um conceito geral. Isso pode permitir a generalização de uma situação em relação outras
situações similares e desafia a ontológica positivista e pós-positivista, perspectivas epistemológicas
e metodológicas.
A abordagem fenomenológica é explicitada quando o conhecimento das coisas é dividido
em dois aspectos; conhecimento direto e indireto. Essências são conhecidas diretamente, mas
objetos de percepção são conhecidos apenas indiretamente. Há também coisas mentais e o Eu.
Como essas são conhecidas? Consciência como essência é conhecida diretamente, mas objetos
externos não são. Há uma diferença entre os mundos subjetivos e objetivos, ao contrário do
primeiro, o segundo nunca é dado inteiramente. Mas o Eu, a entidade a partir do qual todos os atos
mentais transpiram, só nos é apresentada como um objeto de percepção; isto é, indiretamente. O
reino das coisas individuais ou subjetividade é dividido em uma parte iminente (consciência) e duas
partes transcendentes (objetos de percepção e Eu). A consciência é especial, porque o que nós
diretamente e verdadeiramente sabemos é só na consciência. Esta aceita a subjectividade como uma
parte importante do processo de pesquisa e inclina-se para perspectivas ontológicas históricas e
relativistas. Na verdade, a distinção é explícita quando falamos de humanidade ser-no-mundo, e as
diferenças entre objetos inanimados, a maioria dos animais e Dasein. Objetos inanimados não
podem relacionar-se com seu próprio ser e pode ser pesquisado a partir de perspectivas positivistas
e pós-positivistas; os seres humanos podem reunir o que são e que eles estão dentro do mundo e este
é uma entidade muito mais difícil de pesquisar e entender. Em outras palavras, porque ‘Dasein é,
em cada caso sua própria possibilidade, podendo em seu próprio ser se auto escolher; ele também
pode se perder e se ganhar; ou só parecer fazê-lo’ (Heidegger, 1962: 68). Dado o processo de
simplificação, identificado pelo positivismo e pós-positivismo, como devemos entender esse
processo se não for através de procedimentos fenomenológicos e uma compreensão da essência? A
fenomenologia compreende a entidade se tornar em um mundo de mudança incerta com inúmeras e
variadas variáveis, pouco claras para assegurar uma compreensão em profundidade. Para validar a
ênfase da situação, em vez de fiabilidade ou repetição de experimento, precisamos usar paradigmas
de investigação com base em abordagens fenomenológicas que identificam as ligações entre
subjetividade e objetividade na explicação do comportamento humano.

TABELA 4.1 – TIPOS DE FENOMENOLOGIA

A fenomenologia transcendental se concentra no que é


Husserl (Fenomenologia Transcendental)
acreditado ou desejado e as relações entre estes, em
vez do ato de consciência.
A fenomenologia hermenêutica concentra-se no mundo
da vida e descoberta, esclarecendo e ilustrando a
importância para a compreensão do que pode ser
Heidegger (Fenomenologia Hermenêutica)
considerado como elementos triviais da existência
humana. Consciência e mundo não são entidades
separadas, mas uma construção holística da
experiência vivida.
O mundo está diretamente lá, ele existe e nós estamos
Merleau-Ponty (Presença inalienável) dentro dele antes de qualquer investigação,
compreensão e reflexão começar, o mundo tem uma
‘presença inalienável’.

No principal, este capítulo oferece uma visão geral de ideias que têm sido tomadas como
críticas à tradição positivista, que incluem as perspectivas fenomenológicas de Husserl, Heidegger e
Merleau-Ponty. O positivismo considera que uma realidade externa existe, que ele pode perceber de
uma forma objetiva, enquanto a fenomenologia argumenta que ‘a realidade não é uma entidade
objetiva as múltiplas mentes dentro de si mesmas; é o resultado de que algo é a atividade perceptiva
da mente Não há, portanto, nenhuma objetividade. Ou se houver, só pode residir no conhecimento
das possíveis formas de percepção, de todas as suas relações e interdependências, que podem ser
redutíveis a certas fórmulas e podem representar em suma, o conhecimento do sujeito que percebe
como um todo; de um conhecedor transcendental, e por que (ou quem) toda a nossa percepção tem
lugar’ (Mairet de 1973: 13). Na verdade, uma explicação da humanidade tem de começar a partir do
subjetivo (Sartre, 1973). Além disso, o positivismo ocupa posições externas enquanto a
fenomenologia busca compreender e construir uma visão interior. No entanto, embora à primeira
vista, esses paradigmas são muito diferentes, quando começamos a investigar e analisar as nuances
na fenomenologia e pós-positivismo, as semelhanças começam a surgir e as ligações e as diferenças
entre as perspectivas ontológicas, epistemológicas e metodológicas tornam-se claras. Por exemplo,
em seus primeiros trabalhos Husserl não espera para fornecer uma compreensão da humanidade e
do cosmos a partir de qualquer ponto de partida diferente de facticidade. Por um lado, isto envolve
uma filosofia transcendental, enquanto, por outro lado, o mundo está sempre existindo antes de a
reflexão começar. Desta forma, a perspectiva dualista inclina-se para a perspectiva pós-positivista e,
ao mesmo tempo que o transcendental envolve maior relativismo e o Eu solipsista. A
fenomenologia persegue uma filosofia que é uma ciência rigorosa, que proporciona uma
compreensão do espaço, do tempo e do mundo em que vivemos. O capítulo 5 vai investigar o
paradigma teorico crítico do pesquiador e processar um número explícito das distinções e
semelhanças aqui levantadas.

LEITURA ADICIONAL

 Critchley, S. and Schroeder, W.R. (1999) A Companion to Continental Philosophy. Oxford:


Blackwell.
 Honderich, T. (1995) The Oxford Companion to Philosophy. Oxford: Oxford University Press.
 Kearney, R. and Rainwater, M. (eds) (1998) The Continental Philosophy Reader. London..
Routledge.
 Moran, D. (2008) Introduction to Phenomenology. London: Routledge.
 Sartre, J.P. (1973) Existentialism and Humanism, trans, and intro. P. Mairet. London: Methuen.

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