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Língua Portuguesa

daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e


Língua Portuguesa manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não
Interpretação de texto; houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores,
Ortografia oficial; a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem
Acentuação; dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da
Crase; fonte e na identificação do autor.
Pontuação;
Colocação pronominal; A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas
Concordância nominal e verbal; e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de
Regência nominal e verbal; palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que
Emprego de preposição e de conjunção; fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em
Sinonímia; interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
Linguagem figurada; adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento
Sintaxe. proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito
pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm completa.
por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto,
o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um
por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca
internalizado. deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça
ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou
As frases produzem significados diferentes de acordo com o frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a
contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter
sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira
o texto. resposta será mais consciente e segura.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa
Além disso, é fundamental apreender as informações interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre assunto;
produto de uma postura ideológica do autor diante de uma 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a
temática qualquer. leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
Denotação e Conotação menos umas três vezes ou mais;
Sabe-se que não há associação necessária entre 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
ligação representar uma convenção. É baseado neste 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
conceito de signo linguístico (significante + significado) que se autor;
constroem as noções de denotação e conotação. 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para
melhor compreensão;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte)
dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso do texto correspondente;
conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de
fantasioso e que, para sua compreensão, depende do cada questão;
contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...),
construção frasal, uma nova relação entre significante e não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto,
significado. e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes,
Os textos literários exploram bastante as construções de dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas,
texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. procurar a mais exata ou a mais completa;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um
de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, fundamento de lógica objetiva;
dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, 13. Cuidado com as questões voltadas para dados
como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto superficiais;
de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela
atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do
ampliando sua significação através de expressões que lhe texto;
completem e esclareçam o sentido. 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras
denuncia a resposta;
Como Ler e Entender Bem um Texto 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a pelo autor, definindo o tema e a mensagem;
informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são
com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre importantíssimos na interpretação do texto.
o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Ex.: Ele morreu de fome.
Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma realização do fato (= morte de "ele").
palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este Ex.: Ele morreu faminto.
tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se
entendimento. encontrava quando morreu.;
19. As orações coordenadas não têm oração principal,
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação apenas as ideias estão coordenadas entre si;
seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior
da essência do texto, a fim de responder às interpretações que clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o
a banca considerou como pertinentes. significado.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação


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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo relógio. O
TEXTO NARRATIVO psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é
 As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua
forças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel percepção da realidade, da duração de um dado
no desenrolar dos fatos. acontecimento no seu espírito.

Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central,  Narrador: observador e personagem: O
o herói ou heroína, personagem principal da história. narrador, como já dissemos, é a personagem que está a
contar a história. A posição em que se coloca o narrador
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o
desígnios do protagonista, chama-se antagonista, e é com ele ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado
que a personagem principal contracena em primeiro plano. por:
- visão “por detrás”: o narrador conhece tudo
As personagens secundárias, que são chamadas também o que diz respeito às personagens e à história, tendo uma
de comparsas, são os figurantes de influência menor, indireta, visão panorâmica dos acontecimentos e a narração é
não decisiva na narração. feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e
O narrador que está a contar a história também é uma ocupa o centro da narrativa que é feito em 1a pessoa.
personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras - visão “de fora”: o narrador descreve e narra
personagens de menor importância, ou ainda uma pessoa apenas o que vê, aquilo que é observável exteriormente
estranha à história. no comportamento da personagem, sem ter acesso a
sua interioridade, neste caso o narrador é um
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
de personagem: as planas: que são definidas por um traço  Foco narrativo: Todo texto narrativo
característico, elas não alteram seu comportamento durante o necessariamente tem de apresentar um foco narrativo,
desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as isto é, o ponto de vista através do qual a história está
redondas: são mais complexas tendo uma dimensão sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em
psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas 1a pessoa ou 3a pessoa.
reações perante os acontecimentos.
Formas de apresentação da fala das personagens
 Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e
fatos, a trama dos acontecimentos e das ações dos falam. Há três maneiras de comunicar as falas das personagens.
personagens. No enredo podemos distinguir, com maior ou
menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a exposição  Discurso Direto: É a representação da fala das
(nem sempre ocorre), a complicação, o clímax, o desenlace ou personagens através do diálogo.
desfecho. Exemplo:

Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono
ambiente, as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre da verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública.
esse estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos No carnaval a cidade é do povo e de ninguém mais”.
textos literários mais recentes, a história começa a ser narrada
no meio dos acontecimentos (“in média”), ou seja, no estágio No discurso direto é frequente o uso dos verbos de locução
da complicação quando ocorre e conflito, choque de ou descendi: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar,
interesses entre as personagens. mandar, replicar e etc.; e de travessões. Porém, quando as falas
das personagens são curtas ou rápidas os verbos de locução
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de podem ser omitidos.
maior tensão do conflito entre as personagens centrais,
desencadeando o desfecho, ou seja, a conclusão da história  Discurso Indireto: Consiste em o narrador
com a resolução dos conflitos. transmitir, com suas próprias palavras, o pensamento ou
 Os fatos: São os acontecimentos de que as a fala das personagens. Exemplo:
personagens participam. Da natureza dos “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias
acontecimentos apresentados decorre o gênero do triste e passados, os meus primeiros passos em
texto. Por exemplo o relato de um acontecimento liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele
cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama momento, a minha literatura e os menos sombrios por
social é um romance social, e assim por diante. Em toda vir”.
narrativa há um fato central, que estabelece o caráter
do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao  Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala
principal. da personagem se mistura à fala do narrador, ou seja,
 Espaço: Os acontecimentos narrados ao fluxo normal da narração. Exemplo:
acontecem em diversos lugares, ou mesmo em um só
lugar. O texto narrativo precisa conter informações sobre “Os trabalhadores passavam para os partidos,
o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas vezes, conversando alto. Quando me viram, sem chapéu, de
principalmente nos textos literários, essas informações pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias
são extensas, fazendo aparecer textos descritivos no desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido.
interior dos textos narrativo. Como poderia andar um homem àquela hora , sem fazer
 Tempo: Os fatos que compõem a narrativa nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão
desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste como eles? Só sendo doido mesmo”.
na identificação do momento, dia, mês, ano ou época (José Lins do Rego)
em que ocorre o fato. A temporalidade salienta as
relações passado/presente/futuro do texto, essas TEXTO DESCRITIVO
relações podem ser lineares, isto é, seguindo a ordem Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos
cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o mais característicos de um objeto, de uma pessoa, paisagem,
narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu ser e etc.
depois.
As perspectivas que o observador tem do objeto são muito
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O importantes, tanto na descrição literária quanto na descrição
cronológico é o tempo material em que se desenrola à ação, técnica. É esta atitude que vai determinar a ordem na

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enumeração dos traços característicos para que o leitor possa pela síntese da ideia central. Na conclusão o autor
combinar suas impressões isoladas formando uma imagem reforça sua opinião, retomando a introdução e os fatos
unificada. resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver
maior entendimento dos procedimentos que podem
Uma boa descrição vai apresentando o objeto ocorrer em uma dissertação, cabe fazermos a distinção
progressivamente, variando as partes focalizadas e associando- entre fatos, hipótese e opinião.
as ou interligando-as pouco a pouco. - Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade
e reconhecida; é a obra ou ação que realmente se
Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária praticou.
e outra técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma - Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa
delas: possível ou não, e de que se tiram diversas conclusões; é
uma afirmação sobre o desconhecido, feita com base
 Descrição Literária: A finalidade maior da no que já é conhecido.
descrição literária é transmitir a impressão que a coisa - Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de
vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí aprovação ou desaprovação pessoal diante de
decorrem dois tipos de descrição: a subjetiva, que acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é um
reflete o estado de espírito do observador, suas parecer particular, um sentimento que se tem a respeito
preferências, assim ele descreve o que quer e o que de algo.
pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz
a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata O TEXTO ARGUMENTATIVO
e dimensional.
 Descrição de Personagem: É utilizada para A linguagem é capaz de criar e representar realidades,
caracterização das personagens, pela acumulação de sendo caracterizada pela identificação de um elemento de
traços físicos e psicológicos, pela enumeração de seus constituição de sentidos. Os discursos verbais podem ser
hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a formados de várias maneiras, para dissertar ou argumentar,
finalidade de situar personagens no contexto cultural, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de
social e econômico. referências codificadas há muito tempo e dadas como
 Descrição de Paisagem: Neste tipo de estruturadoras do tipo de texto solicitado.
descrição, geralmente o observador abrange de uma só
vez a globalidade do panorama, para depois aos Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é
poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes necessário que um texto possua um caráter
mais típicas desse todo. argumentativo/descritivo. A construção de um ponto de vista
 Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações, análise e está dar-se-á a partir do momento em que a
tentando dar ao leitor uma visualização das suas compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja
particularidades, de seus traços distintivos e típicos. concretado. A formação discursiva é responsável pelo
 Descrição da Cena: Trata-se de uma emassamento do conteúdo que se deseja transmitir, ou
descrição movimentada, que se desenvolve persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do
progressivamente no tempo. É a descrição de um sujeito, suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as
incêndio, de uma briga, de um naufrágio. opiniões o que fazemos é soltar concepções que tendem a ser
 Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das orientadas no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o
características gerais da literatura, com a distinção de sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo intuito de
que nela se utiliza um vocabulário mais preciso, persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
salientando-se com exatidão os pormenores. É do ponto de vista de algo/alguém.
predominantemente denotativa tendo como objetivo
esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos
aparelhos ou mecanismos, a fenômenos, a fatos, a entendidos e desejamos estabelecer um contato verbal com os
lugares, a eventos e etc. ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas
produzem significações dotadas de intencionalidade, criando
TEXTO DISSERTATIVO assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
dissertação consta de uma série de juízos a respeito de um relevada importância para a produção textual, pois nela se
determinado assunto ou questão, e pressupõe um exame crítico dará uma sequência das ideias e da progressão de argumentos
do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência a serem explanadas. Sendo a argumentação o procedimento
e objetividade. que tornará a tese aceitável, a apresentação de argumentos
atingirá os seus interlocutores em seus objetivos; isto se dará
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor através do convencimento da persuasão. Os mecanismos da
tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade
simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar da formação textual.
certo modo de ver qualquer questão.
Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em
A linguagem usada é a referencial, centrada na contextos verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por
mensagem, enfatizando o contexto. força semântica, por recorrências lexicais, por estratégias de
substituição de enunciados.
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em:
 Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as
os dados fundamentais do assunto que está tratando. É pessoas é a linguagem, quando ela é em forma da escrita e
a enunciação direta e objetiva da definição do ponto após a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que há de
de vista do autor. ter alguém que transmita algo, e outro que o receba. Nesta
 Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, brincadeira é que entra a formação de argumentos com o
onde as ideias colocadas na introdução serão definidas intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto,
com os dados mais relevantes. Todo desenvolvimento estes argumentos explanados serão o germe de futuras
deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre tentativas da comunicação ser objetiva e dotada de
si, de forma que a sucessão deles resulte num conjunto intencionalidade, (ver Linguagem e Persuasão).
coerente e unitário que se encaixa na introdução e
desencadeia a conclusão. Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não
 Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado tem em sua unidade a mono característica da dominação do

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idioma/língua, e sim o propósito de executar a interação do Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação
meio e cultura de cada indivíduo. As relações intertextuais são ética e política de todas as formas de progresso que afetam
de grande valia para fazer de um texto uma alusão à outros nossa relação com o mundo e, portanto, a qualidade da nossa
textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos dão vida. Não é pouco, mas ainda não é suficiente. Aos cientistas,
tornem esta produção altamente evocativa. aos administradores, aos empresários, aos industriais e a todos
nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de zelarmos
A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da
trazer a um texto um aspecto dinâmico e com intento. qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa
Juntamente com a paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já cozinha e banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à
escritos, por alguém, e que tornam-se algo espetacularmente preocupação com a rua, com o bairro, com a cidade.
incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não possui
a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de “Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta.
argumentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, Mas um mundo que merece a atenção do nosso coração e da
sendo estes diferentes. A criação de um texto requer bem mais nossa inteligência é, certamente, melhor do que este em que
do que simplesmente a junção de palavras a uma frase, requer estamos vivendo.
algo mais que isto. É necessário ter na escolha das palavras e Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o
do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, bem como para sentido preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada.
se adotá-las. Um texto não é totalmente autoexplicativo, daí (Alaor Adauto de Mello)
vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu
histórico uma relação interdiscursiva e intertextual. 1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso,
segundo a qual este deve ser
As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio
linguagem, entram em ação inseridos num texto como um entre as atividades humanas e o respeito ao mundo
conjunto de estratégias capazes de contribuir para os efeitos natural.
persuasivos dele. A ironia também é muito utilizada para causar (B) identificado como aprimoramento tecnológico que
este efeito, umas de suas características salientes, é que a ironia resulte em atividade economicamente viável.
dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da (C) caracterizado como uma atividade que
oposição, tudo isto em forma de piada. redunde em maiores lucros para todos os indivíduos de
uma comunidade.
Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de (D) definido como um atributo da natureza que induz os
persuadir através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas homens a aproveitarem apenas o que é oferecido em sua
reconhecer o dito, mais também o não-dito"). Nela, o escritor forma natural.
trabalha com valores, ideias ou conceitos pré estabelecidos, (E) aceito como um processo civilizatório que implique
sem porém com objetivos de forma clara e concisa. O que melhor distribuição de renda entre todos os agentes dos
acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, setores produtivos.
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
2. Considere as seguintes afirmações:
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São I. A banalização do uso da palavra progresso é uma
Paulo SP, Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição. consequência do fato de que a Ecologia deixou de ser um
assunto acadêmico.
EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe
que haja formas de desenvolvimento nocivas e
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto predatórias.
que segue. III. Entende o autor do texto que a magia da palavra
progresso advém do uso consciente e responsável que a
No coração do progresso maioria das pessoas vem fazendo dela.
Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma
o que classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se em
tanto à invenção do aeroplano ou à descoberta do DNA como (A) I.
à promoção do papai no novo emprego. “Estou fazendo (B)) II.
progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a mão numa velha (C) III.
receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a (D) I e II.
refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir (E) II e III.
todas as portas para uma vida melhor.
Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de 3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente
cinema, via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a uma frase do texto em:
algum empreendimento, ninguém tinha dúvida em dizer ou (A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar
pensar: é o progresso. Uma represa monumental era progresso. a qualquer conclusão.
Cada novo produto químico era um progresso. As coisas não (B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha
mudaram tanto: continuamos a usar indiscriminadamente a mágica = seguimos chamando de mágico tudo o que
palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco: julgamos sem preconceito.
desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, (C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao
popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um conjunto de encontro das ações voluntariosas.
iniciativas em favor da preservação ambiental e da melhoria (D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da
das condições da vida em nosso pequenino planeta. qualidade da vida = práticas alheias ao que diz respeito
às condições de vida.
Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de (E)) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao
progresso. Do ponto de vista material, considera-se ganho encontro do que está planificado.
humano apenas aquilo que concorre para equilibrar a ação
transformadora do homem sobre a natureza e a integridade da 4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um
vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o adjetivo planejamento pelo qual se garanta que a qualidade da
exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias. vida seja preservada.
Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a Os tempos e os modos verbais da frase acima
seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada continuarão corretamente articulados caso se substituam
intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento as formas sublinhadas, na ordem em que surgem, por
que considere a qualidade e a extensão dos efeitos. (A) houve - garantiria - é
(B) haveria - garantiu - teria sido

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(C) haveria - garantisse - fosse reflitam numa vida melhor.
(D) haverá - garantisse - e (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não
(E) havia - garantiu - é mereça nossa atenção quanto ao fato de que sejamos
responsáveis por sua melhoria, seja o nosso quintal, nossa
5. As normas de concordância verbal estão plenamente rua, enfim, onde se esteja.
respeitadas na frase: (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável
(A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra exige, para fazer jus a esse adjetivo, cuidados especiais
progresso algumas conotações mágicas. com o meio ambiente, para que não venham a ser
(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.
conhecer seu sentido real muitos equívocos ideológicos. (E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações
(C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso acadêmicas, acabariam por se revelarem mais úteis e
não chega a representarem, de fato, qualquer avanço mais populares, em vista da Ecologia, cujas
significativo. consequências se sente mesmo no âmbito da vida
(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser prática.
investigadas a fundo, veríamos que são irrelevantes para
a melhoria da vida. 10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte
(E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com período:
nossa rua, com nossa cidade a tarefa de zelarmos por (A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso,
uma boa qualidade da vida. parece abrir a porta para um mundo, mágico de
prosperidade garantida.
6. Está correto o emprego de ambas as expressões (B) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis,
sublinhadas na frase: ações aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana
(A) De tudo aquilo que classificamos como progresso é, no entanto, importantíssima.
costumamos atribuir o sentido de um tipo de ganho ao (C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande
qual não queremos abrir mão. parte ao modo irrefletido, com que usamos e abusamos,
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que dessa palavrinha mágica.
destruí-la em nome de um benefício em que quase (D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de
ninguém desfrutará. enormes represas, costuma trazer também uma série de
(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, consequências ambientais que, nem sempre, foram
não hesitou em ver como progresso a operação à qual foi avaliadas.
bem sucedida. (E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses
(D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso
uma palavra depende muito do valor de contexto a que está sujeito a uma permanente avaliação.
lhe atribuímos.
(E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11
aproveitam representam, efetivamente, o avanço a que a 24.
se costuma chamar progresso.
De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados
7. Considere as seguintes afirmações, relativas a pelos protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está
aspectos da construção ou da expressividade do texto: o direito à livre manifestação, assegurado pela Carta de 1988.
I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não Como não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque entre
mudaram tanto atende à concordância com academias. garantias democráticas fundamentais, cabe lançar mão de
II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso.
adequar-se exprime um dever imperioso, uma A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3
necessidade premente. milhões o custo para a população dos protestos ocorridos nos
III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto últimos três anos na capital paulista. O cálculo leva em conta o
parágrafo, anuncia a abertura de uma linha de combustível consumido e as horas perdidas de trabalho durante
argumentação ainda inexplorada no texto. os engarrafamentos causados por protestos. Os carros
Está correto APENAS o que se afirma em enfileirados por conta de manifestações nesses três anos
(A) I. praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de
(B)) II. São Carlos.
(C) III. A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para
(D) I e II. desestimular os protestos abusivos que param o trânsito nos
(E) II e III. horários mais inconvenientes e acarretam variados transtornos a
milhões de pessoas. É adequada a atitude da CET de enviar
8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas sistematicamente ao Ministério Público relatórios com os
pronunciam a palavra progresso, todas atribuem a essa prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários
palavra sentidos mágicos que elevam essa palavra ao e locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia.
patamar dos nomes miraculosos. Com base num documento da CET, por exemplo, a
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima Procuradoria acionou um líder de sindicato, o qual foi
substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, condenado em primeira instância a pagar R$ 3,3 milhões aos
por: cofres públicos, a título de reparação. O direito à livre
manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal
(A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam direito não anula a responsabilização civil e criminal em caso de
(B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na danos provocados pelos protestos.
(C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe O poder público deveria definir, de preferência em negociação
(D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam com as categorias que costumam realizar protestos na capital,
(E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam horários e locais vedados às passeatas. Práticas corriqueiras,
como a paralisia de avenidas essenciais para o tráfego na
9. Está clara e correta a redação da seguinte frase: capital nos horários de maior fluxo, deveriam ser abolidas.
(A) Caso não se determine bem o sentido da palavra (Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado)
progresso, pois que é usada indiscriminadamente, ainda
assim se faria necessário que reflitamos sobre seu 11. De acordo com o texto, é correto afirmar que
verdadeiro sentido. (A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe
(B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que mensurar o custo dos protestos ocorridos nos últimos anos.
o mundo, devemos nos inspirar para que se estabeleça (B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos
entre este e o nosso coração os compromissos que se engarrafamentos já foram pagos pelos manifestantes.

Teoria e Prática
9
Língua Portuguesa
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade (E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos
democrática e são permitidos pela Carta de 1988. assegurados, um manifestante será punido.
(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram
organizar protestos de rua em horários e locais 18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo,
predeterminados. para resolver o conflito, destaca-se
(E) o Ministério Público envia com frequência estudos (A) multa a líderes sindicais.
sobre os custos das manifestações feitas de forma abusiva. (B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de
Engenharia de Tráfego.
12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula (C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
perfeita para solucionar o conflito entre manifestantes e os (D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
prejuízos causados ao restante da população. A saída (E) negociar com diferentes categorias para que não
estaria principalmente na façam mais manifestações.
(A) sensatez.
(B) Carta de 1998. 19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar
(C) Justiça. relatórios –, substituindo-se o termo atitude por
(D) Companhia de Engenharia de Tráfego. comportamentos, obtém-se, de acordo com as regras
(E) na adoção de medidas amplas e profundas. gramaticais, a seguinte frase:
(A) É adequada comportamentos da CET de enviar
13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os relatórios.
protestos que param as ruas de São Paulo representam um (B) É adequado comportamentos da CET de enviar
custo para a população da cidade. O cálculo desses relatórios.
custos é feito a partir (C) São adequado os comportamentos da CET de enviar
(A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia relatórios.
de Tráfego (CET). (D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar
(B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho relatórios.
desperdiçadas em engarrafamentos. (E) São adequados os comportamentos da CET de enviar
(C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São relatórios.
Paulo e São Carlos.
(D) da quantidade de carros existentes entre a capital de 20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a
São Paulo e São Carlos. responsabilização civil e criminal em caso de danos
(E) do número de usuários de automóveis particulares da provocados pelos protestos –, a locução conjuntiva no
cidade de São Paulo. entanto indica uma relação de
(A) causa e efeito.
14. A quantidade de carros parados nos (B) oposição.
engarrafamentos, em razão das manifestações na cidade (C) comparação.
de São Paulo nos últimos três anos, é equiparada, no texto, (D) condição.
(A) a R$ 3,3 milhões. (E) explicação.
(B) ao total de usuários da cidade de São Carlos.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo. 21. “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.”
(D) ao total de combustível economizado. Nessa frase, a palavra arbitrar é um sinônimo de
(E) a uma distância de 231 km. (A) julgar.
(B) almejar.
15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça (C) condenar.
em coibir os protestos abusivos, o texto assume um (D) corroborar.
posicionamento de (E) descriminar.
(A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à
Justiça. 22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para
(B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem desestimular os protestos abusivos – a preposição para
poder para impedir protestos abusivos. estabelece entre os termos uma relação de
(C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto (A) tempo.
do órgão para impedir protestos em horários de pico. (B) posse.
(D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma (C) causa.
forma bem-sucedida de desestimular protestos abusivos. (D) origem.
(E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve (E) finalidade.
êxito em impedir protestos em horários inconvenientes e
em avenidas movimentadas. 23. Na frase – O poder público deveria definir horários e
locais –, substituindo-se o verbo definir por obedecer,
16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de obtém-se, segundo as regras de regência verbal, a
Engenharia de Tráfego de enviar periodicamente seguinte frase:
relatórios sobre os prejuízos causados em cada (A) O poder público deveria obedecer para horários e
manifestação é locais.
(A) pertinente. (B) O poder público deveria obedecer a horários e locais.
(B) indiferente. (C) O poder público deveria obedecer horários e
(C) irrelevante. locais.
(D) onerosa. (D) O poder público deveria obedecer com horários e
(E) inofensiva. locais.
(E) O poder público deveria obedecer os horários e locais.
17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria
condenar um líder sindical 24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria
(A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998. acionou um líder de sindicato – obtém-se:
(B) deve ser comemorada, ainda que viole a (A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria.
Constituição. (B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria.
(C) é legal, porque o direito à livre manifestação não (C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria.
isenta o manifestante da responsabilidade pelos danos (D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria.
causados. (E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato.
(D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação,
o acusado poderá entrar com recurso. Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34.

Teoria e Prática
10
Língua Portuguesa

DIPLOMA E MONOPÓLIO 27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de


Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e oração introduzida pela conjunção se, empregado na
medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram frase – Questionamos também se uma corporação
resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos profissional deve ter carta-branca para determinar a
descobrir que a concorrência (sob um bom marco regulatório) dificuldade das provas, ...
promove o interesse da sociedade e que o monopólio só é bom (A) A sociedade não chega a saber se os advogados são
para quem o detém. Não fora essa ignorância, como explicar muito corporativos.
a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o (B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da
exercício profissional? fragilidade do ensino básico.
(C) O advogado afirma que se trata de uma
Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados questão secundária.
apenas ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa.
sempre ocuparam postos de destaque na política e no mundo (E) No curso de direito, lê-se bastante.
dos negócios. Nos dias de hoje, nem 20% advogam.
28. Assinale a alternativa em que se admite a
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois concordância verbal tanto no singular como no plural
esse é um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se como em: A maioria dos advogados ocupam postos de
escreve bastante. Torna os graduados mais cultos e socialmente destaque na política e no mundo dos negócios.
mais produtivos do que se não houvessem feito o curso. Se (A) Como o direito, a medicina é uma carreira
aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilidade do estritamente profissional.
ensino básico do que das faculdades. Diante dessa polivalência (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos
do curso de direito, os exames da OAB são uma solução de administração em nível de bacharelado.
brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem (C) Metade dos cursos superiores carecem de
demonstrar nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, boa qualificação.
como os cursos são também úteis para quem não fez o exame (D) As melhores universidades do país abastecem o
da Ordem ou não foi bem sucedido na prova, abrir ou fechar mercado de trabalho com bons profissionais.
cursos de “formação geral” é assunto do MEC, não da OAB. A (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por
interferência das corporações não passa de uma prática órgãos oficiais.
monopolista e ilegal em outros ramos da economia.
Questionamos também se uma corporação profissional deve 29. Assinale a alternativa que apresenta correta
ter carta-branca para determinar a dificuldade das provas, pois correlação de tempo verbal entre as orações.
essa é também uma forma de limitar a concorrência – mas (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de
trata-se aí de uma questão secundária. (...) conhecimento, poderiam defender bem seus clientes.
(Veja, 07.03.2007. Adaptado) (B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se
desenvolveram intelectualmente.
25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção (C) É possível que os novos cursos passam a ter
gramatical, as frases: Faz quase dois séculos que foram fiscalização mais severa.
fundadas escolas de direito e medicina no Brasil. / É (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho
embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os poderá ser melhor.
enguiços entre diplomas e carreiras. (E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito carreiras se resolvem brevemente.
e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda
não se resolveu os enguiços entre diplomas e carreiras. 30. A substituição das expressões em destaque por um
(B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de pronome pessoal está correta, nas duas frases, de acordo
direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que com a norma culta, em:
ainda não se resolveram os enguiços entre diplomas e (A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. /
carreiras. A concorrência promove-o. II. Aqueles que defenderão
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria clientes. / Aqueles que lhes defenderão.
escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina.
verificar que ainda não se resolveu os enguiços entre / O governo fundou elas. II. Os graduados apenas
diplomas e carreiras. ocasionalmente exercem a profissão. / Os graduados
(D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de apenas ocasionalmente exercem-la.
direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os
ainda não se resolvera os enguiços entre diplomas e mais cultos. II. É preciso mencionar os cursos de
carreiras. administração. / É preciso mencionar-lhes.
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos
direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que conhecimentos. Os advogados devem demonstrá-los. II.
ainda não se resolveram os enguiços entre diplomas e As associações mostram à sociedade o seu papel. / As
carreiras. associações mostram-lhe o seu papel.
(E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis
26. Assinale a alternativa que completa, correta e protegem-os. II. As corporações deviam fiscalizar a prática
respectivamente, de acordo com a norma culta, as frases: profissional. / As corporações deviam fiscalizá-la.
O monopólio só é bom para aqueles que ____________. /
Nos dias de hoje, nem 20% advogam, e apenas 1% 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque
____________. / Em sua maioria, os advogados sempre exercem, respectivamente, a mesma função sintática das
____________. expressões assinaladas em: Os graduados apenas
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos ocasionalmente exercem a profissão.
de destaque na política e no mundo dos negócios (A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos básico.
de destaque na política e no mundo dos negócios (B) A interferência das corporações não passa de uma
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos prática monopolista.
de destaque na política e no mundo dos negócios (C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do
(D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de MEC.
postos de destaque na política e no mundo dos negócios (D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma
(E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos lógica rigorosa.
de destaque na política e no mundo dos negócios (E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar

Teoria e Prática
11
Língua Portuguesa
conhecimento. aplicação de regras morais no comportamento social, o que se
pode resumir como qualificação do comportamento do
32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo homem como ser em situação. É esse caráter normativo de
com a norma culta. Ética que a colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta
(A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a visão, os valores morais dariam o balizamento do agir e a Ética
profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente se seria assim a moral em realização, pelo reconhecimento do
dedicam a profissão. outro como ser de direito, especialmente de dignidade. Como
(B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria
mínimo de conhecimento. / Os advogados devem primar metodologicamente dos resultados de uma descrição ou
nessa prova por um mínimo de conhecimento. reflexão, mas sim, objetivamente, de um agir, de um
(C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não comportamento consequencial, capaz de tornar possível e
procedeu o exame da OAB. correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus
(D) As corporações deviam promover o interesse da Navigandi)
sociedade. / As corporações deviam almejar do interesse
da sociedade. 35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme
(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é se depreende da leitura do texto,
uma forma de restringir à concorrência. (A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo.
(B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra.
33. Assinale a alternativa em que o período formado com (C) aos métodos com que as ciências sociais a
as frases I, II e III estabelece as relações de condição entre analisam.
I e II e de adição entre I e III. (D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito.
I. O advogado é aprovado na OAB. (E) às perspectivas em que é considerada pelos
II. O advogado raciocina com lógica. acadêmicos.
III. O advogado defende o cliente no tribunal.
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez
aprovado na OAB e defenderá o cliente no tribunal com Vasquez é retomada na seguinte expressão do texto:
sucesso. (A) núcleo especulativo e reflexivo.
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com (B) objeto descritível de uma Ciência.
sucesso, mas terá de raciocinar com lógica e ser (C) explicação dos fatos morais.
aprovado na OAB. (D) parte da Filosofia.
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado (E) comportamento consequencial.
será aprovado na OAB e defenderá o cliente no tribunal
com sucesso. 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com ser entendida como aquela em que se considera,
sucesso porque raciocinou com lógica e foi aprovado na sobretudo,
OAB. (A) o valor desejável da ação humana.
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi (B) o fundamento filosófico da moral.
aprovado na OAB, ele poderá defender o cliente no (C) o rigor do método de análise.
tribunal com sucesso. (D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
(E) o rigoroso legado da jurisprudência.
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é
mais da fragilidade do ensino básico do que das 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito
faculdades. – a palavra paciência vem entre vírgulas quando ambos revelam, em relação aos valores morais
para, no contexto, da conduta, uma preocupação
(A) garantir a atenção do leitor. (A) filosófica.
(B) separar o sujeito do predicado. (B) descritiva.
(C) intercalar uma reflexão do autor. (C) prescritiva.
(D) corrigir uma afirmação indevida. (D) contestatária.
(E) retificar a ordem dos termos. (E) tradicionalista.

Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o
abaixo. elemento sublinhado pode ser corretamente substituído
pelo que está entre parênteses, sem prejuízo para o
SOBRE ÉTICA sentido, no seguinte caso:
A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três (A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito.
acepções. Numa, faz-se referência a teorias que têm como (inclusão)
objeto de estudo o comportamento moral, ou seja, como (B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...)
entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a teoria que pretende (arremate)
explicar a natureza, fundamentos e condições da moral, (C) (...) qualificação do comportamento do
relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, homem como ser em situação. (provisório)
assim, nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno (D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo.
moral pode ser estudado racional e cientificamente por uma (nem, ainda)
disciplina que se propõe a descrever as normas morais ou (E) (...) de um agir, de um comportamento
mesmo, com o auxílio de outras ciências, ser capaz de explicar consequencial... (concessivo)
valorações comportamentais.
40. As normas de concordância estão plenamente
Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma observadas na frase:
categoria filosófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se (A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em
constituiria em núcleo especulativo e reflexivo sobre a torno de três acepções de Ética.
complexa fenomenologia da moral na convivência humana. A (B) As referências que se faz à natureza da ética
Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre os consideram-na, com muita frequência, associada aos
fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos valores morais.
morais. (C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da
ética, as leis deixariam de ter a dignidade humana como
Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como balizamento.
objeto descritível de uma Ciência, tampouco como fenômeno (D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o
especulativo. Trata-se agora da conduta esperada pela efetivo valor de que se impregna a conduta dos

Teoria e Prática
12
Língua Portuguesa
indivíduos. 44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as decorreu um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas
circunstâncias, atentar para a observância dos valores indica um fator determinante para que
éticos. (A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de
rigorosos padrões morais para avaliar sua conduta.
41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte (B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o
comentário sobre o texto: homem moral e o homem moralizador.
(A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no (C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade
texto, uma apenas diz respeito à uma área em que conflui de se caracterizar um homem moralizador.
com o Direito. (D) identifiquemos divergências profundas entre o
(B) O balizamento da conduta humana é uma atividade comportamento de um homem moral e o de um moralizador.
em que, cada um em seu campo, se empenham o jurista (E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer
e o filósofo. nas atitudes tomadas pelo homem moral.
(C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil
distinguir Ética ou Moral, haja vista que tanto uma quanto 45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para
outra pretendem ajuizar à situação do homem. exemplificar uma sociedade na qual
(D) Ainda que se torne por consenso um valor do (A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos
comportamento humano, a Ética varia conforme a cidadãos.
perspectiva de atribuição do mesmo. (B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de
(E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da todos.
Ética, costumam apresentar divergências de enfoques, (C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de
em que pese a metodologia usada. uma moral comum.
(D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer
42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, regra moral.
os valores morais dariam o balizamento do agir, a forma (E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das
verbal resultante deverá ser: leis.
(A) seria dado. 46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários
(B) teriam dado. relevantes, o sentido da expressão sublinhada está
(C) seriam dados. corretamente traduzido em:
(D) teriam sido dados. (A) significativos desdobramentos dela.
(E) fora dado. (B) determinados antecedentes dela.
(C) reconhecidos fatores que a causam.
Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto (D) consequentes aspectos que a relativizam.
abaixo. (E) valores comuns que ela propicia.

O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR 47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, verbais na frase:
estamos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras (A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele
diferentes, se não opostas. O homem moral se impõe padrões impusera, já não podia ser considerado um hipócrita.
de conduta e tenta respeitá-los; o moralizador quer impor (B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os
ferozmente aos outros os padrões que ele não consegue valores morais que eles imporão aos outros.
respeitar. (C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. hipócritas servisse de controle dos demais cidadãos.
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral,
respeitar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir caracterizava-se um ato típico do moralizador.
suas imperfeições nos outros. Segundo, é possível e (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor
compreensível que um homem moral tenha um espírito padrões morais que eles próprios não respeitam.
missionário: ele pode agir para levar os outros a adotar um
padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados
padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é na frase:
sempre o ato de um moralizador. Em geral, as sociedades em (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele
que as normas morais ganham força de lei (os Estados não costuma acusar em si mesmo.
confessionais, por exemplo) não são regradas por uma moral (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o
comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos homens padrão moral ele não costuma impingir na dos outros.
exemplares, mas por moralizadores que tentam remir suas (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os
próprias falhas morais pela brutalidade do controle que eles mesmos em que ele acusa seus semelhantes.
exercem sobre os outros. A pior barbárie do mundo é isto: um (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da
mundo em que todos pagam pelos pecados de hipócritas que qual não abrem mão os homens a quem não se pode acusar
não se aguentam. (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, de hipócritas.
20/03/2008) (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão
moral de cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a
43. Atente para as afirmações abaixo. hipocrisia em que é capaz.
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não
se preocupa com os padrões morais de conduta. Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, abaixo.
o homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia.
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato FIM DE FEIRA
respeitasse os padrões de conduta que ele cobra dos outros. Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas,
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em começam a chegar os que querem pagar pouco pelo que
(A) I. restou nas bancadas, ou mesmo nada, pelo que ameaça
(B) II. estragar. Chegam com suas sacolas cheias de esperança.
(C) III. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o que está pelo
(D) I e II. chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve
(E) II e III. amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz
para os fregueses compradores. Há uns que se aventuram até
mesmo nas cercanias da barraca de pescados, onde pode
haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, ou uma

Teoria e Prática
13
Língua Portuguesa
ponta de cação obviamente desprezada. frase:
Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem- (A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não
lhes o que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora. ...... (deixar) de as recolher quem não pode pagar pelas
Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos boas e bonitas.
refugos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. (B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza
Agem para salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio pública a providência que fará esquecer que ali
mesmo do comércio. Parecem temer que a fome seja funcionou uma feira.
debelada sem que alguém pague por isso. E não admitem ser (C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos,
acusados de egoístas: somos comerciantes, não assistentes que oferecem as sobras de seus produtos, a observação
sociais, alegam. do autor sobre o egoísmo humano.
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos
Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e detalhes da coleta, a que o narrador deu ênfase em seu
os funcionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e texto.
gritos. O trânsito é liberado, os carros atravancam a rua e, não (E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar
fosse o persistente cheiro de peixe, a ninguém ocorreria que ali o lucro razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável
houve uma feira, frequentada por tão diversas espécies de seres impiedade de outros.
humanos. (Joel Rubinato, inédito)
54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte
49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso frase:
aproveitamento dos refugos e não admitem ser acusados (A) Fica-se indignado com os feirantes, que não
de egoístas, o narrador do texto compreendem a carência dos mais pobres.
(A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos (B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da
feirantes. tradicional coleta de um fim de feira.
(B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de (C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de
certos feirantes. pobreza centralizado nessa narrativa.
(C) demonstra não reconhecer qualquer (D) Certamente, o leitor não deixará de observar a
proveito nesse tipo de coleta. preocupação do autor em distinguir os diferentes
(D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir caracteres humanos.
julgamentos. (E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá
(E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos também a humilde coleta de que trata a crônica.
feirantes.
RESPOSTAS
50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o 01. A 11. C 21. A 31. E 41. B 51
sentido de um segmento do texto em: 02. B 12. A 22. E 32. B 42. A 52
(A) serviu de chamariz 03. E 13. B 23. B 33. A 43. C 53
(B) alguma suspeita sardinha 04. C 14. E 24. A 34. C 44. D 54
sardinha. 05. A 15. D 25. E 35. E 45. B
(C) teimoso aproveitamento 06. E 16. A 26. D 36. B 46. A
utilização. 07. B 17. C 27. A 37. A 47. E
(D) o princípio mesmo do comércio 08. A 18. D 28. C 38. C 48. D
operação comercial. 09. D 19. E 29. B 39. D 49. B
(E) Agem para salvaguardar 10. B 20. B 30. D 40. E 50. C

51. Atente para as afirmações abaixo.


I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da FONÉTICA E FONOLOGIA
ponta de um cação que foi desprezada justificam o
emprego de se aventuram, no primeiro parágrafo. Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou
II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa dos fonemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela
entrever que o autor não compactua com a justificativa voz humana, os quais caracterizam a oposição entre os vocá-
dos feirantes. bulos.
III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira
traz a superação de tudo o que determina a existência de Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que
diversas espécies de seres humanos. opõe entre si as duas palavras. Tal som recebe a denominação
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em de FONEMA.
(A) I.
(B) II. Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos
(C) III. três sílabas e seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba
(D) I e II. pode haver um ou mais fonemas.
(E) II e III. No sistema fonética do português do Brasil há,
aproximadamente, 33 fonemas.
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um
recurso de construção do texto: no contexto do É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som,
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz letra é o sinal gráfico que representa o som.
subentender a expressão verbal querem pagar.
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses Vejamos alguns exemplos:
compradores faz subentender a existência de “fregueses” Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
que não compram nada. Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer Corre – letras: 5: fonemas: 4
modo está empregada com o sentido de de toda Hora – letras: 4: fonemas: 3
maneira. Aquela – letras: 6: fonemas: 5
(D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar Guerra – letras: 6: fonemas: 4
está empregada com o sentido de a fim de resguardar. Fixo – letras: 4: fonemas: 5
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido Hoje – 4 letras e 3 fonemas
equivalente ao de mesmo não sendo. Canto – 5 letras e 4 fonemas
Tempo – 5 letras e 4 fonemas
53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se Campo – 5 letras e 4 fonemas
no plural para preencher de modo correto a lacuna da Chuva – 5 letras e 4 fonemas
Teoria e Prática
14
Língua Portuguesa
vocábulo.
LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
de um determinado som.
DÍGRAFOS
CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS São duas letras que representam um só fonema, sendo uma
grafia composta para um som simples.
VOGAIS
Há os seguintes dígrafos:
a, e, i, o, u 1) Os terminados em h, representados pelos gru-
pos ch, lh, nh.
SEMIVOGAIS Exs.: chave, malha, ninho.
Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal 2) Os constituídos de letras dobradas, represen-
numa mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tados pelos grupos rr e ss.
tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-sou-ro, Pa-ra-guai. Exs. : carro, pássaro.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
CONSOANTES Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto,
exsurgir.
b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z 4) As vogais nasais em que a nasalidade é indica-
da por m ou n, encerrando a sílaba em uma palavra.
ENCONTROS VOCÁLICOS Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos
o nome de encontro vocálico. NOTAÇÕES LÉXICAS
Ex.: cooperativa São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente
para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta
Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato pronúncia das palavras.

DITONGO São os seguintes:


É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice- 1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé,
versa. avó, lágrimas;
Dividem-se em: 2) o acento circunflexo – indica vogal tônica
- Orais: pai, fui fechada: avô, mês, âncora;
- Nasais: mãe, bem, pão 3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à
- Decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói cidade;
- Crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo 4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço,
TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal) açude;
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, 6) o trema – indica que o u soa: lingüeta, freqüente,
mínguam tranqüilo;
7) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-
HIATO d’água, pau-d’alho;
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-
separadamente, em duas diferentes emissões de voz. lhe, ex-aluno.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra,
cru-el, ju-í-zo ORTOGRAFIA OFICIAL

SÍLABA As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que


Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas há fonemas que podem ser representados por mais de uma
pronunciados numa só emissão de voz. letra, o que não é feito de modo arbitrário, mas fundamentado
na história da língua.
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, Eis algumas observações úteis:
sol.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, DISTINÇÃO ENTRE J E G
pom-bo. 1. Escrevem-se com J:
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci- a) As palavras de origem árabe, africana ou
da-de, a-tle-ta. ameríndia: canjica. cafajeste, canjerê, pajé, etc.
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co- b) As palavras derivadas de outras que já têm j:
la-ri-da-de, hos-pi-ta-li-da-de. laranjal (laranja), enrijecer, (rijo), anjinho (anjo), granjear
(granja), etc.
TONICIDADE c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma JAR. despejar: despejei, despeje; arranjar: arranjei, arranje;
sílaba que se pronuncia com mais força do que as outras: é a viajar: viajei, viajeis.
sílaba tônica. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em
A-ma-pá, pá. e) Algumas formas dos verbos terminados em
GER e GIR, os quais mudam o G em J antes de A e O: reger:
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
palavras em:
•Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra- 2. Escrevem-se com G:
ná, sa-bor, do-mi-nó. a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM:
•Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: coragem, vertigem, ferrugem, etc.
már-tir, ca-rá-ter, a-má-vel, qua-dro. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO,
•Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima ÓGIO e ÍGIO: estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio,
sílaba: ú-mi-do, cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. etc.
c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
ENCONTROS CONSONANTAIS
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num DISTINÇÃO ENTRE S E Z

Teoria e Prática
15
Língua Portuguesa
1. Escrevem-se com S:
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C
vaidoso, etc. Observe o quadro das correlações:
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, Exemplos
formadores dos adjetivos pátrios ou que indicam profissão, ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial
título honorífico, posição social, etc.: português – abster - abstenção; ater - atenção; conter -
portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa, contenção, deter - detenção; reter - retenção
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc. aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, - submersão;
etc. inverter - inversão; divertir - diversão
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir -
maioria se o vocábulo for erudito ou de aplicação científica, repulsão
não haverá dúvida, hipótese, exegese análise, trombose, correr - curso - cursivo - discurso; excursão -
etc. incursão
e) As palavras nas quais o S aparece depois de sentir - senso, sensível, consenso
ditongos: coisa, Neusa, causa. ceder - cessão - conceder - concessão;
f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo interceder - intercessão.
radical termina em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), exceder - excessivo (exceto exceção)
avisar (aviso), etc. agredir - agressão - agressivo; progredir -
g) Quando for possível a correlação ND - NS: progressão - progresso - progressivo
escandir: escansão; pretender: pretensão; repreender: imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir
repreensão, etc. - repressão.
admitir - admissão; discutir - discussão, permitir -
2. Escrevem-se em Z. permissão.
a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e (re)percutir - (re)percussão
nas palavras que têm o mesmo radical. Civilizar: civilização,
civilizado; organizar: organização, organizado; realizar:
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES
realização, realizado, etc.
b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos
abstratos derivados de adjetivos limpidez (limpo), pobreza ONDE-AONDE
(pobre), rigidez (rijo), etc. Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: movimento. Equivale sempre a PARA ONDE.
cafezal, cinzeiro, chapeuzinho, cãozito, etc. AONDE você vai?
AONDE nos leva com tal rapidez?
DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
1. Escrevem-se com X Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de “movimento” emprega-se ONDE
ditongo: faixa, caixote, feixe, etc. ONDE estão os livros?
a) Maioria das palavras iniciadas por ME: Não sei ONDE te encontrar.
mexerico, mexer, mexerica, etc.
b) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) MAU - MAL
e caucho (espécie de árvore que produz o látex). MAU é adjetivo (seu antônimo é bom).
c) Observação: palavras como "enchente, Escolheu um MAU momento.
encharcar, enchiqueirar, enchapelar, enchumaçar", Era um MAU aluno.
embora se iniciem pela sílaba "en", são grafadas com "ch",
porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, pelo MAL pode ser:
prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch a)advérbio de modo (antônimo de bem).
(enchente, encher e seus derivados: prefixo en + radical de Ele se comportou MAL.
cheio; encharcar: en + radical de charco; enchiqueirar: en Seu argumento está MAL estruturado
+ radical de chiqueiro; enchapelar: en + radical de chapéu; B conjunção temporal (equivale a assim que).
enchumaçar: en + radical de chumaço). MAL chegou, saiu
c) ubstantivo:
2. Escrevem-se com CH: O MAL não tem remédio,
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, Ela foi atacada por um MAL incurável.
cochicho, cochichar, estrebuchar, fantoche, flecha, inchar,
pechincha, pechinchar, penacho, salsicha, broche, CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO
arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, CESSÃO significa o ato de ceder.
cachimbo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais.
fechar, linchar, mochila, piche, pichar, tchau. A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou
b) Existem vários casos de palavras homófonas, a todos os torcedores.
isto é, palavras que possuem a mesma pronúncia, mas a
grafia diferente. Nelas, a grafia se distingue pelo contraste SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião:
entre o x e o ch. Assistimos a uma SESSÃO de cinema.
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária.
Exemplos:
• brocha (pequeno prego) SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão:
• broxa (pincel para caiação de paredes) Lemos a notícia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes.
• chá (planta para preparo de bebida) Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de
• xá (título do antigo soberano do Irã) brinquedos.
• chalé (casa campestre de estilo suíço)
• xale (cobertura para os ombros) HÁ / A
• chácara (propriedade rural) Na indicação de tempo, emprega-se:
• xácara (narrativa popular em versos) HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz):
• cheque (ordem de pagamento) HÁ dois meses que ele não aparece.
• xeque (jogada do xadrez) Ele chegou da Europa HÁ um ano.
• cocho (vasilha para alimentar animais) A para indicar tempo futuro:
• coxo (capenga, imperfeito) Daqui A dois meses ele aparecerá.

Teoria e Prática
16
Língua Portuguesa
Ela voltará daqui A um ano. funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti,
aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra,
EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo,
pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub,
Escrevem-se com letra inicial maiúscula: super, supra, tele, ultra, vice etc.
1) a primeira palavra de período ou citação.
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os 1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra
outros e vive nua." iniciada por h.
No início dos versos que não abrem período é Exemplos:
facultativo o uso da letra maiúscula. Anti-higiênico
2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, Anti-histórico
topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): Co-herdeiro
José, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Macro-história
Santíssima, Tupã, Minerva, Via-Láctea, Marte, Cruzeiro do Mini-hotel
Sul, etc. Proto-história
O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Sobre-humano
Juno. Super-homem
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos Ultra-humano
importantes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humana perde
Centenário da Independência do Brasil, a Páscoa, o o h).
Natal, o Dia das Mães, etc.
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal
Presidente da República, etc. diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou Exemplos:
políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, Aeroespacial
etc. Agroindustrial
6) nomes de ruas, praças, edifícios, Anteontem
estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos, etc.: Antiaéreo
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Antieducativo
Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Autoaprendizagem
Colégio Santista, etc. Autoescola
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções Autoestrada
artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Autoinstrução
Medicina, Arquitetura, Os Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Coautor
Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc. Coedição
8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Extraescolar
Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Infraestrutura
Diretor, etc. Plurianual
9) nomes dos pontos cardeais, quando Semiaberto
designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Semianalfabeto
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a Semiesférico
leste. Semiopaco
10) nomes comuns, quando personificados ou Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo
individuados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas elemento, mesmo quando este se inicia pôr o: coobrigar,
fábulas), etc. coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar,
coocupante etc.
Escrevem-se com letra inicial minúscula:
1) nomes de meses, de festas pagãs ou 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e
populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou
comuns: maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, s. Exemplos:
um havana, etc. Anteprojeto
2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, Antipedagógico
quando empregados em sentido geral: Autopeça
São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam Autoproteção
sua pátria. Coprodução
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios Geopolítica
geográficos: o rio Amazonas, a baía de Guanabara, o Microcomputador
pico da Neblina, etc. Pseudoprofessor
4) palavras, depois de dois pontos, não se Semicírculo
tratando de citação direta: Semideus
"Qual deles: o hortelão ou o advogado?" Seminovo
(Machado de Assis) Ultramoderno
"Chegam os magos do Oriente, com suas Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.
dádivas: ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira) Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e


USO DO HÍFEN
o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-
se essas letras. Exemplos:
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Antirrábico
Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em Antirracismo
muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, Antirreligioso
apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do Antirrugas
hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas Antissocial
orientações estabelecidas pelo Acordo. Biorritmo
Contrarregra
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em Contrassenso
palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem Cosseno

Teoria e Prática
17
Língua Portuguesa
Infrassom Pró-europeu
Microssistema Recém-casado
Minissaia Recém-nascido
Multissecular Sem-terra
Neorrealismo
Neossimbolista 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-
Semirreta guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-
Ultrarresistente. mirim, capim-açu.
Ultrassom
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o ocasionalmente se combinam, formando não propriamente
segundo elemento começar pela mesma vogal. vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte
Exemplos: Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
Anti-ibérico
Anti-imperialista 11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que
anti-inflacionário perderam a noção de composição. Exemplos:
anti-inflamatório Girassol
auto-observação Madressilva
contra-almirante Mandachuva
contra-atacar Paraquedas
contra-ataque Paraquedista
micro-ondas Pontapé
micro-ônibus
semi-internato 12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de
semi-interno uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen,
ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
se o segundo elemento começar pela mesma consoante. O diretor recebeu os ex-alunos.
Exemplos:
hiper-requintado ACENTUAÇÃO GRÁFICA
inter-racial
inter-regional ORTOGRAFIA OFICIAL
sub-bibliotecário Por Paula Perin dos Santos
super-racista
super-reacionário O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras
super-resistente ortográficas da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social
super-romântico da língua no cenário internacional. Sua implementação no
Brasil segue os seguintes parâmetros: 2009 – vigência ainda não
Atenção: obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa dos livros
• Nos demais casos não se usa o hífen. didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse
superinteressante, superproteção. “Novo Acordo Ortográfico” já se encontrava assinado desde
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também 1990 por oito países que falam a língua portuguesa, inclusive
diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça pelo Brasil, mas só agora é que teve sua implementação.
etc.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen
diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum- É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua,
navegação, pan-americano etc. já que uma língua não existe apenas em função de sua
ortografia. Vale lembrar que a ortografia é apenas um aspecto
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o superficial da escrita da língua, e que as diferenças entre o
hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: Português falado nos diversos países lusófonos subsistirão em
hiperacidez questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma
hiperativo língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por
interescolar meio de Leis ou Acordos.
interestadual
interestelar A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita
interestudantil é que, depois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-
Superamigo la”. Então, cabe aqui uma dica: quando se tiver uma dúvida
Superaquecimento sobre a escrita de alguma palavra, o ideal é consultar o Novo
Supereconômico Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na melhor das
Superexigente hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
Superinteressante
Superotimismo
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma
maneira descomplicada, apontando como é que fica
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré,
estabelecido de hoje em diante a Ortografia Oficial do
pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:
Português falado no Brasil.
Além-mar
Além-túmulo
Aquém-mar Alfabeto
Ex-aluno A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há
Ex-diretor muito tempo as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso
Ex-hospedeiro idioma, isto não é nenhuma novidade. Elas já apareciam em
Ex-prefeito unidades de medidas, nomes próprios e palavras importadas do
Ex-presidente idioma inglês, como:
Pós-graduação Km – quilômetro,
Pré-história Kg – quilograma
Pré-vestibular Show, Shakespeare, Byron, Newton, denture outros.

Teoria e Prática
18
Língua Portuguesa
 Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Trema
Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem
digita muito textos científicos no computador sabe o quanto Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
dava trabalho escrever linguística, frequência. Ele só vai
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem IMPORTANTE
estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai deixar de Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-
usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (Neste ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
caso, o “ü” lê-se “i”)
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u”
e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte
por natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”, sem
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, precisar de acento que reforce isso.
seguidas ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando
seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as 5. Trema
oxítonas terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa.
seguidos ou não de “S” Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de
origem estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano (neste
caso, o “ü” lê-se “i”)
Chá Mês Nós
Gás Sapé Cipó 6. Acento Diferencial
Dará Café Avós
O acento diferencial permanece nas palavras:
Pará Vocês Compôs Pôde (passado), pode (presente)
Vatapá Pontapés Só Pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª
Aliás Português Robô
pessoa do verbo está no singular ou plural:
Dá-lo Vê-lo Avó
Recuperá-los Conhecê-los pí-los SINGULAR PLURAL
guarda-la Fé Compô-los Ele tem Eles têm
Réis (moeda) Véu Dói Ele vem Eles vêm
Méis Céu Mói
Pastéis Chapéus Anzóis Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e
“vir”, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
Ninguém Parabéns Jerusalém

DIVISÃO SILÁBICA
Resumindo:
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH,
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a QU, GU.
não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras 1- Chave: chave
“baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as Aquele: a-que-le
semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras. Palha: pa-lha
Manhã: ma-nhã
Guizo: gui-zo
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas
em: L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. Não se separam as letras dos encontros consonantais que
apresentam a seguinte formação: consoante + L ou consoante
 N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. +R
Emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
 R – câncer, caráter, néctar, repórter. 2- reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar
 X – tórax, látex, ônix, fênix. flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
 PS – fórceps, Quéops, bíceps. globo: glo-bo fraco: fra-co
 Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so
 ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
prato: pra-to
 I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
 ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC.
 UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns. 3- correr: cor-rer desçam: des-çam
 US – ânus, bônus, vírus, Vênus. passar: pas-sar exceto: ex-ce-to
fascinar: fas-ci-nar

Também acentuamos as paroxítonas terminadas em Não se separam as letras que representam um ditongo.
ditongos crescentes (semivogal + vogal): mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, cárie: cá-rie
férias, lírio.
Separam-se as letras que representam um hiato.
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. 5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o
sândalo, crisântemo, público, pároco, proparoxítona.
Não se separam as letras que representam um tritongo.
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS 6- Paraguai: Pa-ra-guai
saguão: sa-guão
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra,

Teoria e Prática
19
Língua Portuguesa
fica na sílaba que a antecede. a festa da padroeira.
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias • Após alguns adjuntos adverbiais:
téc-ni-ca submeter: sub-me-ter No dia seguinte, viajamos para o litoral.
técnica: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz • Com certas conjunções. Neste caso também é usado
o duplo emprego da vírgula:
absoluto: Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
• Após a primeira parte de um provérbio.
Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, O que os olhos não vêem, o coração não sente.
junta-se à sílaba que a segue • Em alguns casos de termos oclusos:
8- pneumático: pneu-má-ti-co Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
gnomo: gno-mo
psicologia: psi-co-lo-gia RETICÊNCIAS
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do
No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada pensamento.
separadamente, mantendo sua autonomia fonética. Nesse Não me disseste que era teu pai que ...
caso, tais consoantes ficam em sílabas separadas. • Para realçar uma palavra ou expressão.
9- sub-lin-gual Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
sublingual: sub-li-nhar • Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro
sub-lo-car sentimento.
sublinhar: Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu
também...
sublocar:
PONTO E VÍRGULA
Preste atenção nas seguintes palavras: • Separar orações coordenadas de certa extensão ou
trei-no so-cie-da-de que mantém alguma simetria entre si.
gai-o-la ba-lei-a "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a
des-mai-a-do im-bui-a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta
ra-diou-vin-te ca-o-lho farpada. "
te-a-tro co-e-lho • Para separar orações coordenadas já marcadas por
du-e-lo ví-a-mos vírgula ou no seu interior.
a-mné-sia gno-mo Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o
co-lhei-ta quei-jo motorista, porém, mais calmo, resolveu o problema sozinho.
pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
dig-no e-nig-ma DOIS PONTOS
e-clip-se Is-ra-el • Enunciar a fala dos personagens:
mag-nó-lia Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
• Para indicar uma citação alheia:
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de
informações de passageiros do voo das nove: “queiram
SINAIS DE PONTUAÇÃO dirigir-se ao portão de embarque".
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou
PONTO expressão anterior:
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
frase declarativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido • Enumeração após os apostos:
como final. Nos casos comuns ele é chamado de simples. Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.

Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois TRAVESSÃO


de Cristo), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve
para isolar palavras ou frases
PONTO DE INTERROGAÇÃO – "Quais são os símbolos da pátria?
É usado para indicar pergunta direta. – Que pátria?
Onde está seu irmão? – Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos).
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava,
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. chovia, parava outra vez.
A mim ?! Que ideia! – a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado
mais alguma coisa". (M. Palmério).
PONTO DE EXCLAMAÇÃO • Usa-se para separar orações do tipo:
É usado depois das interjeições, locuções ou frases – Avante!- Gritou o general.
exclamativas. – A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.
Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
Ó jovens! Lutemos! Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras
que formam uma cadeia de frase:
VÍRGULA • A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma • A ponte Rio – Niterói.
pequena pausa na fala. Emprega-se a vírgula: • A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.
• Nas datas e nos endereços:
São Paulo, 17 de setembro de 1989. ASPAS
Largo do Paissandu, 128. São usadas para:
• No vocativo e no aposto: • Indicar citações textuais de outra autoria.
Meninos, prestem atenção! "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
Termópilas, o meu amigo, é escritor. • Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma
• Nos termos independentes entre si: em que se expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo,
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas formas populares:
diversões. Há quem goste de “jazz-band”.
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.
exemplo. Neste caso é usado o duplo emprego da vírgula: • Para enfatizar palavras ou expressões:
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível"

Teoria e Prática
20
Língua Portuguesa
naquela noite. Alegre, São Paulo, Madri, Veneza, etc.
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, Viajaremos a Curitiba.
etc. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo Curitiba).
brasileiro.
• Em casos de ironia: • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. adjunto que o modifique.
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos.
PARÊNTESES
Empregamos os parênteses: • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo
• Nas indicações bibliográficas. subentendida:
"Sede assim qualquer coisa. Às 8 e 15 o despertador soou.
serena, isenta, fiel".
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). • Antes de substantivo, quando se puder subentender as
palavras “moda” ou "maneira":
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: Aos domingos, trajava-se à inglesa.
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
mãos, com os olhos fora das órbitas. Amália se volta)".
(G. Figueiredo) • Antes da palavra casa, se estiver determinada:
Referia-se à Casa Gebara.
• Quando se intercala num texto uma ideia ou
indicação acessória: • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, próprio lar.
morrendo de fome." Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis.
(C. Lispector) (Venho de casa).

• Para isolar orações intercaladas: • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de
"Estou certo que eu (se lhe ponho bordo.
Minha mão na testa alçada) Voltou à terra onde nascera.
Sou eu para ela." Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
(M. Bandeira) Mas:
Os marinheiros vieram a terra.
COLCHETES [ ] O comandante desceu a terra.
Os colchetes são muito empregados na linguagem
científica. • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina
que aceite o artigo, poderá ou não ocorrer a crase,
ASTERISCO indiferentemente:
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do Vou até a (á ) chácara.
leitor para alguma nota (observação). Cheguei até a(à) muralha
• A QUE - À QUE
BARRA Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e o feminino ocorrerá crase:
em algumas abreviaturas. Houve um palpite anterior ao que você deu.
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
CRASE Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com
o feminino não ocorrerá crase.
Crase é a fusão da preposição A com outro A. Não gostei do filme a que você se referia.
Fomos a+a feira ontem = Fomos à feira ontem. Não gostei da peça a que você se referia.
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) -
EMPREGO DA CRASE pronome demonstrativo A que ocorre antes do QUE
• em locuções adverbiais: (pronome relativo), pode ocorrer antes do de:
à vezes, às pressas, à toa... Meu palpite é igual ao de todos
• em locuções prepositivas: Minha opinião é igual à de todos.
em frente à, à procura de...
• em locuções conjuntivas: NÃO OCORRE CRASE
à medida que, à proporção que... • antes de nomes masculinos:
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, Andei a pé.
aquelas, aquilo, a, as Andamos a cavalo.
Fui ontem àquele restaurante. • antes de verbos:
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no Ela começa a chorar.
salão: Cheguei a escrever um poema.
Refiro-me àquilo e não a isto. • em expressões formadas por palavras repetidas:
Estamos cara a cara.
A CRASE É FACULTATIVA • antes de pronomes de tratamento, exceto senhora,
• diante de pronomes possessivos femininos: senhorita e dona:
Entreguei o livro a(à) sua secretária . Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
• diante de substantivos próprios femininos: Escrevi a Vossa Excelência.
Dei o livro à(a) Sônia. Dirigiu-se gentilmente à senhora.
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome
CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE plural:
• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes Não falo a pessoas estranhas.
admitirem o artigo A: Jamais vamos a festas.
Viajaremos à Colômbia.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: E FIGURADO DAS PALAVRAS.
Curitiba, Brasília, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto
Teoria e Prática
21
Língua Portuguesa
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
Exemplos:
Sinônimos Emergir – vir à tona
Imergir – afundar
São palavras que possuem significados iguais ou Infringir – desobedecer
semelhantes. Infligir – aplicar

Exemplo: Relação de alguns homônimos


O faturista retificou o erro da nota fiscal.
O faturista corrigiu o erro da nota fiscal. Acender – pôr fogo
A criança ficou contente com o presente. Ascender – subir
Eles ficaram alegres com a notícia. Acento – sinal gráfico
Assento – tampo de cadeira, banco
Antônimos Aço – metal
Asso – verbo (1ª pessoa do singular, presente do indicativo)
São palavras que apresentam significados opostos, Banco – assento com encosto
contrários. Banco – estabelecimento que realiza transações
financeiras.
Exemplo: Cerrar – fechar
Precisamos colocar ordem nessa baderna, pois já está Serrar – cortar
virando anarquia. Cessão – ato de ceder
Cinco jurados condenaram e apenas dois absolveram o réu. Sessão – reunião
Secção/seção - divisão
Homônimos Cesto - cesta pequena
São palavras que apresentam a mesma pronúncia ou Sexto – numeral ordinal
grafia, mas significados diferentes. Cheque – ordem de pagamento
Xeque – lance no jogo de xadrez
Exemplo: Xeque – entre os árabes, chefe de tribo ou soberano
Concerto – sessão musical
Eles foram caçar, mas ainda não retornaram. (caçar – Conserto – reparo, ato ou efeito de consertar
prender, matar) Coser – costurar
Vão cassar o mandato daquele deputado. (cassar – ato ou Cozer – cozinhar
efeito de anular) Expiar – sofrer, padecer
Os homônimos podem ser: Espiar – espionar, observar
Homônimos homógrafos; Estático – imóvel
Homônimos homófonos; Extático – posto em êxtase, enlevado
Homônimos perfeitos. Estrato – tipo de nuvem
Homônimos homógrafos Extrato – trecho, fragmento, resumo
Incerto – indeterminado, impreciso
São palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia. Inserto – introduzido, inserido
Exemplos: Chácara – pequena propriedade campestre
Almoço (ô) – substantivo Xácara – narrativa popular
Almoço (ó) – verbo
Jogo (ô) – substantivo Relação de parônimos
Jogo (ó) – verbo
Para – preposição Absolver – perdoar
Pára – verbo Absorver – sorver
Acostumar – habituar-se
Homônimos homófonos Costumar – ter por costume
Acurado – feito com cuidado
São palavras que possuem o mesmo som e grafia diferente. Apurado – refinado
Exemplos: Afear – tornar feio
Cela – quarto de prisão Afiar – amolar
Sela – arreio Amoral – indiferente à moral
Coser – costurar Imoral – contra a moral, devasso
Cozer – cozinhar Cavaleiro – que anda a cavalo
Concerto – espetáculo musical Cavalheiro – homem educado
Conserto – ato ou efeito de consertar Comprimento – extensão
Cumprimento – saudação
Homônimos perfeitos Deferir – atender
Diferir – adiar, retardar
São palavras que possuem a mesma pronúncia e mesma Delatar – denunciar
grafia. Dilatar – estender, ampliar
Eminente – alto, elevado, excelente
Exemplos: Iminente – que ameaça acontecer
Emergir – sair de onde estava mergulhado
Cedo – verbo Imergir – mergulhar
Cedo – advérbio de tempo Emigrar – deixar um país
Sela – verbo selar Imigrar – entrar num país
Sela – arreio Estádio – praça de esporte
Leve – verbo levar Estágio – aprendizado
Leve – pouco peso Flagrante – evidente
Fragrante – perfumado
Parônimos Incidente – circunstância acidental
Acidente – desastre
São palavras que possuem significados diferentes e Inflação – aumento geral de preços, perda do poder
apresentam pronúncia e escrita parecidas. aquisitivo

Teoria e Prática
22
Língua Portuguesa
Infração – violação Parônimos – são palavras que possuem significados
Ótico – relativo ao ouvido diferentes, mas apresentam pronúncia e grafia parecidas.
Óptico – relativo à visão
Peão – homem que anda a pé Polissemia – é o fato de uma palavra ter mais de uma
Pião – brinquedo significação.
Plaga – região, país
Praga – maldição Denotação – é o uso das palavras com seu sentido original,
Pleito – disputa eleitoral usual.
Preito – homenagem Conotação – é o uso das palavras diferente do sentido
original.
POLISSEMIA
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
É o fato de uma palavra ter mais de uma significação.
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou
Exemplo: no sentido figurado:
Construí um muro de pedra - sentido próprio
Estou com uma dor terrível na minha cabeça. (parte do Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
corpo) A água pingava lentamente – sentido próprio.
Ele é o cabeça do projeto. (chefe)
Graves razões fizeram-me contratar esse advogado. SEMÂNTICA
(importante) (do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‘arte da
O piloto sofreu um grave acidente (trágico) significação’)
Ele comprou uma nova linha telefônica. (contato ou
conexão telefônica) A semântica estudo o sentido das palavras, expressões,
Nós conseguimos traçar a linha corretamente. (traço frases e unidades maiores da comunicação verbal, os
contínuo duma só dimensão) significados que lhe são atribuídos. Ao considerarmos o
significado de determinada palavra, levamos em conta sua
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam da
sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta.
As palavras podem ser usadas no sentido próprio ou
figurado. Quando analisamos o sentido das palavras na redação
oficial, ressaltam como fundamentais a história da palavra e,
Exemplo: obviamente, os contextos em que elas ocorrem.

Janine tem um coração de gelo. (sentido figurado) A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a
Sempre tomo uísque com gelo. (sentido próprio) respectiva origem e as alterações sofridas no correr do tempo,
ou seja, a maneira como evoluiu desde um sentido original para
DENOTAÇÃO um sentido mais abrangente ou mais específico. Em sentido
restrito, diz respeito à tradição no uso de determinado vocábulo
É uso da palavra com seu sentido original, usual. ou expressão.

Exemplo: São esses dois aspectos que devem ser considerados na


escolha deste ou daquele vocábulo.
A torneira estava pingando muito.
O sol brilhava intensamente hoje. Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo
texto oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de
CONOTAÇÃO determinada expressão com determinado sentido. O emprego
de expressões ditas "de uso consagrado" confere uniformidade
É o uso da palavra diferente do seu sentido original. e transparência ao sentido do texto. Mas isto não quer dizer que
os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e
Exemplo: clichês.
Ele tem um coração de manteiga.
É um verdadeiro mar de emoções essa música. Verifique sempre o contexto em que as palavras estão
sendo utilizadas. Certifique-se de que não há repetições
SÍNTESE DO TUTORIAL desnecessárias ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos
mais precisos para as palavras repetidas; mas se sua substituição
Vimos nesse tutorial os seguintes itens: for comprometer o sentido do texto, tornando-o ambíguo ou
menos claro, não hesite em deixar o texto como está.
Sinônimos - são palavras que possuem significados iguais ou
semelhantes. É importante lembrar que o idioma está em constante
mutação. A própria evolução dos costumes, das ideias, das
Antônimos – são palavras que possuem significados opostos, ciências, da política, enfim da vida social em geral, impõe a
contrários. criação de novas palavras e formas de dizer. Na definição de
Serafim da Silva Neto, a língua:
Homônimos – são palavras que apresentam a mesma "(...) é um produto social, é uma atividade do espírito
pronúncia ou grafia, mas possuem significados diferentes. Eles humano. Não é, assim, independente da vontade do homem,
podem ser: porque o homem não é uma folha seca ao sabor dos ventos
homônimos homógrafos – são palavras iguais na veementes de uma fatalidade desconhecida e cega. Não está
grafia e diferentes na pronúncia -; obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com leis
determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as
homônimos homófonos – são palavras que falam, são o que delas fazem as sociedades que as empregam."
possuem o mesmo som e grafia diferente -;
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os
homônimos perfeitos – são palavras que possuem neologismos) como produto da dinâmica social, e incorporados
a mesma pronúncia e grafia, mas significados ao idioma inúmeros vocábulos de origem estrangeira (os
diferentes. estrangeirismos), que vêm para designar ou exprimir realidades
não contempladas no repertório anterior da língua portuguesa.
Teoria e Prática
23
Língua Portuguesa
 Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso,
A redação oficial não pode alhear-se dessas o Presidente falou acerca de seus planos.
transformações, nem incorporá-las acriticamente. Quanto às  A cerca de: a uma distância aproximada de:
novidades vocabulares, elas devem sempre ser usadas com O anexo fica a cerca de trinta metros do prédio
critério, evitando-se aquelas que podem ser substituídas por principal. Estamos a cerca de um mês ou (ano) das
vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se eleições.
lhes quer dar.  Há cerca de: faz aproximadamente (tanto
tempo): Há cerca de um ano, tratamos de caso
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto idêntico; existem aproximadamente: Há cerca de mil
purismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às títulos no catálogo.
criações vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A  Acidente: acontecimento casual; desastre: A
rapidez do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe derrota foi um acidente na sua vida profissional. O súbito
a criação de inúmeros novos conceitos e termos, ditando de temporal provocou terrível acidente no parque.
certa forma a velocidade com que a língua deve incorporá-los.  Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O
O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, incidente da demissão já foi superado.
buscar o equivalente português quando houver, ou conformar  Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em
a palavra estrangeira ao espírito da língua portuguesa. prática.
 Dotar: dar em doação, beneficiar.
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou  Afim: que apresenta afinidade, semelhança,
empregados em contextos em que não cabem, é em geral relação (de parentesco): Se o assunto era afim, por que
causado ou pelo desconhecimento da riqueza vocabular de não foi tratado no mesmo parágrafo?
nossa língua, ou pela incorporação acrítica do estrangeirismo.  A fim de: para, com a finalidade de, com o
fito de: O projeto foi encaminhado com quinze dias de
Homônimos e Parônimos antecedência a fim de permitir a necessária reflexão
Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos sobre sua pertinência.
provocadas pela semelhança ou mesmo pela igualdade de  Alto: de grande extensão vertical; elevado,
pronúncia ou de grafia entre eles. É o caso dos fenômenos grande.
designados como homonímia e paronímia.  Auto: ato público, registro escrito de um ato,
peça processual.
A homonímia é a designação geral para os casos em que  Aleatório: casual, fortuito, acidental.
palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os  Alheatório: que alheia, alienante, que desvia
homônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os ou perturba.
homônimos homófonos).  Amoral: desprovido de moral, sem senso de
moral.
Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia,  Imoral: contrário à moral, aos bons costumes,
como nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), devasso, indecente.
manga (fruta) e manga (de camisa), em que temos pronúncia  Ante (preposição): diante de, perante: Ante
idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e aberto, 1a pess. do tal situação, não teve alternativa.
sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e consolo  Ante- (prefixo): expressa anterioridade:
(com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo antepor, antever, anteprojeto antediluviano.
consolar), com pronúncia diferente.  Anti- (prefixo): expressa contrariedade;
contra: anticientífico, antibiótico, anti-higiênico, anti-
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo Marx.
contexto em que são empregados. Não há dúvida, por  Ao encontro de: para junto de; favorável a:
exemplo, quanto ao emprego da palavra são nos três sentidos: Foi ao encontro dos colegas. O projeto salarial veio ao
a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b) saudável e c) santo. encontro dos anseios dos trabalhadores.
 De encontro a: contra; em prejuízo de: O
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual carro foi de encontro a um muro. O governo não apoiou
(homófonos) geram dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, a medida, pois vinha de encontro aos interesses dos
de acento/assento, coser/cozer, dos prefixos ante-/anti-, etc. menores.
Aqui o contexto não é suficiente para resolver o problema, pois  Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de
sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que houver demitir dez funcionários, a empresa contratou mais vinte.
incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual (Inaceitável o cruzamento *ao em vez de.)
de ortografia.  Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez
funcionário, a empresa demitiu vinte.
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com  A par: informado, ao corrente, ciente: O
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à Ministro está a par (var.: ao par) do assunto; ao lado,
pronúncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição junto; além de.
(‘ato de descrever’) e discrição (‘qualidade do que é discreto’),  Ao par: de acordo com a convenção legal:
retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar). Fez a troca de mil dólares ao par.
 Aparte: interrupção, comentário à margem:
Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da O deputado concedeu ao colega um aparte em seu
matéria, restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam pronunciamento.
suscitar dúvidas de grafia ou sentido. Procuramos incluir  À parte: em separado, isoladamente, de
palavras que com mais frequência provocam dúvidas na lado: O anexo ao projeto foi encaminhado por
elaboração de textos oficiais, com o cuidado de agregá-las em expediente à parte.
pares ou pequenos grupos formais.  Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou
 Absolver: inocentar, relevar da culpa irrisoriamente o imóvel.
imputada: O júri absolveu o réu.  Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o
 Absorver: embeber em si, esgotar: O solo andamento das obras não for apressado, não será
absorveu lentamente a água da chuva. cumprido o cronograma.
 Acender: atear (fogo), inflamar.  Área: superfície delimitada, região.
 Ascender: subir, elevar-se.  Ária: canto, melodia.
 Acento: sinal gráfico; inflexão vocal:  Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste
Vocábulo sem acento. caso, o aresto é irrecorrível.
 Assento: banco, cadeira: Tomar assento num  Arresto: apreensão judicial, embargo: Os
cargo. bens do traficante preso foram todos arrestados.

Teoria e Prática
24
Língua Portuguesa
 Arrochar: apertar com arrocho, apertar  Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar.
muito. Qual a empresa disposta a custear tal projeto?
 Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo.  Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto
 Ás: exímio em sua atividade; carta do custa o projeto? Custa-me crer que funcionará.
baralho.  Deferir: consentir, atender, despachar
 Az (p. us.): esquadrão, ala do exército. favoravelmente, conceder.
 Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.  Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar,
 Autuar: lavrar um auto; processar. dilatar.
 Auferir: obter, receber: Auferir lucros,  Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir,
vantagens. rebaixar.
 Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir  Degredar: impor pena de degredo, desterrar,
valores, resultados. banir.
 Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si  Delatar (delação): denunciar, revelar crime
competências de outrem. ou delito, acusar: Os traficantes foram delatados por
 Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso membro de quadrilha rival.
o começo de sua carreira.  Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar,
 Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: diferir: A dilação do prazo de entrega das declarações
Ao final do discurso, invocou a ajuda de Deus. depende de decisão do Diretor da Receita Federal.
 Caçar: perseguir, procurar, apanhar  Derrogar: revogar parcialmente (uma lei),
(geralmente animais). anular.
 Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender,  Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
invalidar.  Descrição: ato de descrever, representação,
 Carear: atrair, ganhar, granjear. definição.
 Cariar: criar cárie.  Discrição: discernimento, reserva, prudência,
 Carrear: conduzir em carro, carregar. recato.
 Casual: fortuito, aleatório, ocasional.  Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa
 Causal: causativo, relativo a causa. de.
 Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano.  Discriminar: diferençar, separar, discernir.
 Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.  Despensa: local em que se guardam
 Censo: alistamento, recenseamento, mantimentos, depósito de provisões.
contagem.  Dispensa: licença ou permissão para deixar
 Senso: entendimento, juízo, tino. de fazer algo a que se estava obrigado; demissão.
 Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.  Despercebido: que não se notou, para o que
 Serrar: cortar com serra, separar, dividir. não se atentou: Apesar de sua importância, o projeto
 Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo passou despercebido.
município tornou possível a realização da obra.  Desapercebido: desprevenido,
 Seção: setor, subdivisão de um todo, desacautelado: Embarcou para a missão na Amazônia
repartição, divisão: Em qual seção do ministério ele totalmente desapercebido dos desafios que lhe
trabalha? aguardavam.
 Sessão: espaço de tempo que dura uma  Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
reunião, um congresso;  Dissecar: analisar minuciosamente, dividir
 Chá: planta, infusão. anatomicamente.
 Xá: antigo soberano persa.  Destratar: insultar, maltratar com palavras.
 Cheque: ordem de pagamento à vista.  Distratar: desfazer um trato, anular.
 Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez;  Distensão: ato ou efeito de distender, torção
(fig.) perigo (pôr em xeque). violenta dos ligamentos de uma articulação.
 Círio: vela de cera.  Distinção: elegância, nobreza, boa
 Sírio: da Síria. educação: Todos devem portar-se com distinção.
 Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.  Dissensão: desavença, diferença de opiniões
 Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí ou interesses: A dissensão sobre a matéria impossibilitou
civilidade); não militar nem, eclesiástico. o acordo.
 Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova  Elidir: suprimir, eliminar.
proposta colide frontalmente com o entendimento  Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
havido.  Emenda: correção de falta ou defeito,
 Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram regeneração, remendo: ao torná-lo mais claro e
coligidas pelo Ministério da Justiça. objetivo, a emenda melhorou o projeto.
 Comprimento: medida, tamanho, extensão,  Ementa: apontamento, súmula de decisão
altura. judicial ou do objeto de uma lei. Procuro uma lei cuja
 Cumprimento: ato de cumprir, execução ementa é "dispõe sobre a propriedade industrial".
completa; saudação.  Emergir: vir à tona, manifestar-se.
 Concelho: circunscrição administrativa ou  Imergir: mergulhar, afundar submergir),
município (em Portugal). entrar.
 Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.  Emigrar: deixar o país para residir em outro.
 Concerto: acerto, combinação,  Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele
composição, harmonização. viver.
 Conserto: reparo, remendo, restauração.  Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.
 Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.  Iminente (iminência): que está prestes a
 Conjuntura: acontecimento, situação, acontecer, pendente, próximo.
ocasião, circunstância.  Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.
 Contravenção: transgressão ou infração a  Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.
normas estabelecidas.  Empoçar: reter em poço ou poça, formar
 Contraversão: versão contrária, inversão. poça.
 Coser: costurar, ligar, unir.  Empossar: dar posse a, tomar posse,
 Cozer: cozinhar, preparar. apoderar-se.
 Costear: navegar junto à costa, contornar. A  Encrostar: criar crosta.
fragata costeou inúmeras praias do litoral baiano antes  Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir,
de partir para alto-mar. prender-se, arraigar-se.

Teoria e Prática
25
Língua Portuguesa
 Entender: compreender, perceber, deduzir.  Liberação: ato de liberar, quitação de dívida
 Intender: (p. us): exercer vigilância, ou obrigação.
superintender.  Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
 Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar.  Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
 Inúmero: inumerável, sem conta, sem  Listra: risca de cor diferente num tecido (var.
número. pop. de lista).
 Espectador: aquele que assiste qualquer ato  Locador: que dá de aluguel, senhorio,
ou espetáculo, testemunha. arrendador.
 Expectador: que tem expectativa, que  Locatário: alugador, inquilino: O locador
espera. reajustou o aluguel sem a concordância do locatário.
 Esperto: inteligente, vivo, ativo.  Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
 Experto: perito, especialista.  Lustro: quinquênio; polimento.
 Espiar: espreitar, observar secretamente,  Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
olhar.  Magistral: relativo a mestre (latim: magister);
 Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. perfeito, completo; exemplar.
 Estada: ato de estar, permanência: Nossa  Mandado: garantia constitucional para
estada em São Paulo foi muito agradável. proteger direito individual líquido e certo; ato de
 Estadia: prazo para carga e descarga de mandar; ordem escrita expedida por autoridade judicial
navio ancorado em porto: O "Rio de Janeiro" foi ou administrativa: um mandado de segurança,
autorizado a uma estadia de três dias. mandado de prisão.
 Estância: lugar onde se está, morada, recinto.  Mandato: autorização que alguém confere a
 Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, outrem para praticar atos em seu nome; procuração;
jurisdição, juízo. delegação: o mandato de um deputado, senador, do
 Estrato: cada camada das rochas Presidente.
estratificadas.  Mandante: que manda; aquele que outorga
 Extrato: coisa que se extraiu de outra; um mandato.
pagamento, resumo, cópia; perfume.  Mandatário: aquele que recebe um
 Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato mandato, executor de mandato, representante,
que a pessoa é surpreendida a praticar (flagrante procurador.
delito).  Mandatório: obrigatório.
 Fragrante: que tem fragrância ou perfume;  Obcecação: ato ou efeito de obcecar,
cheiroso. teimosia, cegueira.
 Florescente: que floresce, próspero, viçoso.  Obsessão: impertinência, perseguição, ideia
 Fluorescente: que tem a propriedade da fixa.
fluorescência.  Ordinal: numeral que indica ordem ou série
 Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, (primeiro, segundo, milésimo, etc.).
revestir lâminas.  Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.
 Folhear: percorrer as folhas de um livro,  Original: com caráter próprio; inicial,
compulsar, consultar. primordial.
 Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso,  Originário: que provém de, oriundo; inicial,
variável. primitivo.
 Inserto: introduzido, incluído, inserido.  Paço: palácio real ou imperial; a corte.
 Incipiente: iniciante, principiante.  Passo: ato de avançar ou recuar um pé para
 Insipiente: ignorante, insensato. andar; caminho, etapa.
 Incontinente: imoderado, que não se  Pleito: questão em juízo, demanda, litígio,
contém, descontrolado. discussão: O pleito por mais escolas na região foi muito
 Incontinenti: imediatamente, sem demora, bem formulado.
logo, sem interrupção.  Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os
 Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O alunos renderam preito ao antigo reitor.
réu declarou que havia sido induzido a cometer o delito.  Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder,
 Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, adiantar-se.
aduziu novas provas.  Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a
 Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão efeito, executar.
exagerada de moeda, aumento persistente de preços.  Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás
 Infração: ato ou efeito de infringir ou violar de, após: pós-moderno, pós-operatório.
uma norma.  Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à
 Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, frente de, antes de: pré-modernista, pré-primário.
repreensão, derrota): O juiz infligiu pesada pena ao réu.  Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A
 Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, maioria manifestou-se contra, mas dei meu parecer pró.
regulamento, etc.) (cp. infração): A condenação  Preeminente: que ocupa lugar elevado,
decorreu de ter ele infringido um sem número de artigos nobre, distinto.
do Código Penal.  Proeminente: alto, saliente, que se alteia
 Inquerir: apertar (a carga de animais), acima do que o circunda.
encilhar.  Preposição: ato de prepor, preferência;
 Inquirir: procurar informações sobre, indagar, palavra invariável que liga constituintes da frase.
investigar, interrogar.  Proposição: ato de propor, proposta;
 Intercessão: ato de interceder. máxima, sentença; afirmativa, asserção.
 Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar;  Presar: capturar, agarrar, apresar.
ponto em que se encontram duas linhas ou superfícies.  Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.
 Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada  Prescrever: fixar limites, ordenar de modo
em locuções: inter alia (entre outros), inter pares (entre explícito, determinar; ficar sem efeito, anular-se: O prazo
iguais). para entrada do processo prescreveu há dois meses.
 Intra- (prefixo): interior, dentro de.  Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar;
 Judicial: que tem origem no Poder Judiciário desterrar. O uso de várias substâncias psicotrópicas foi
ou que perante ele se realiza. proscrito por recente portaria do Ministro.
 Judiciário: relativo ao direito processual ou à  Prever: ver antecipadamente, profetizar;
organização da Justiça. calcular: A assessoria previu acertadamente o desfecho

Teoria e Prática
26
Língua Portuguesa
do caso. em vários elementos chamados elementos mórficos ou
 Prover: providenciar, dotar, abastecer, elementos de estrutura das palavras.
nomear para cargo: O chefe do departamento de
pessoal proveu os cargos vacantes. Exs.:
 Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida cinzeiro = cinza + eiro
provém (Os erros provêm) da falta de leitura. endoidecer = en + doido + ecer
 Prolatar: proferir sentença, promulgar. predizer = pre + dizer
 Protelar: adiar, prorrogar.
 Ratificar: validar, confirmar, comprovar. Os principais elementos móficos são :
 Retificar: corrigir, emendar, alterar.
 Recrear: proporcionar recreio, divertir, RADICAL
alegrar. É o elemento mórfico em que está a ideia principal da
 Recriar: criar de novo. palavra.
 Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
 Rescindir: dissolver, invalidar, romper, enterrar = en + terra + ar
desfazer: Como ele reincidiu no erro, o contrato de pronome = pro + nome
trabalho foi rescindido.
 Remição: ato de remir, resgate, quitação. PREFIXO
 Remissão: ato de remitir, intermissão, É o elemento mórfico que vem antes do radical.
intervalo; perdão, expiação. Exs.: anti - herói in - feliz
 Repressão: ato de reprimir, contenção,
impedimento, proibição. SUFIXO
 Repreensão: ato de repreender, enérgica É o elemento mórfico que vem depois do radical.
admoestação, censura, advertência. Exs.: med - onho cear – ense
 Ruço: grisalho, desbotado.
 Russo: referente à Rússia, nascido naquele FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
país; língua falada na Rússia.
 Sanção: confirmação, aprovação; pena A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva, está sempre
imposta pela lei ou por contrato para punir sua infração. criando novas palavras. Para criar suas novas palavras, a língua
 Sansão: nome de personagem bíblico; certo recorre a vários meios chamados processos de formação de
tipo de guindaste. palavras.
 Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.:
sedente). Os principais processos de formação das palavras são:
 Cedente: que cede, que dá.
 Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. DERIVAÇÃO
 Subscritar: assinar, subscrever. É a formação de uma nova palavra mediante o acréscimo
 Sortir: variar, combinar, misturar. de elementos à palavra já existente:
 Surtir: causar, originar, produzir (efeito). a) Por sufixação:
 Subentender: perceber o que não estava Acréscimo de um sufixo. Exs.: dent - ista , bel - íssimo.
claramente exposto; supor. b) Por prefixação :
 Subintender: exercer função de Acréscimo de um prefixo. Exs.: ab - jurar, ex - diretor.
subintendente, dirigir. c) Por parassíntese:
 Subtender: estender por baixo. Acréscimo de um prefixo e um sufixo. Exs.: en-fur-ecer,
 Sustar: interromper, suspender; parar, en-tard-ecer.
interromper-se (sustar-se). d) Derivação imprópria:
 Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. Mudança das classes gramaticais das palavras.
 Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, Exs.: andar (verbo) - o andar (substantivo).
pecha. contra (preposição) - o contra (substantivo).
 Taxa: espécie de tributo, tarifa. fantasma (substantivo) - o homem fantasma
 Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar (adjetivo).
alguém (tachá-lo) de subversivo. oliveira (subst. comum) - Maria de Oliveira (subst.
 Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar próprio).
mercadorias.
 Tapar: fechar, cobrir, abafar. COMPOSIÇÃO
 Tampar: pôr tampa em. É a formação de uma nova palavra, unindo-se palavras que
 Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); já existem na língua:
assunto, tema. a) Por justaposição :
 Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: Nenhuma das palavras formadoras perde
tensionar); diferencial elétrico. letra.
 Tráfego: trânsito de veículos, percurso, Exs.: passatempo (= passa + tempo); tenente-
transporte. coronel = tenente + coronel).
 Tráfico: negócio ilícito, comércio, b) Por aglutinação:
negociação. Pelo menos uma das palavras perde letra.
 Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em Exs.: fidalgo (= filho + de + algo); embora (=
locuções: de trás, por trás). em + boa + hora).
 Traz: 3a pessoa do singular do presente do
indicativo do verbo trazer. HIBRIDISMO
 Vestiário: guarda-roupa; local em que se É a criação de uma nova palavra mediante a união de
trocam roupas. palavras de origens diferentes.
 Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
 Vultoso: de grande vulto, volumoso. Exs.: abreugrafia (português e grego), televisão (grego e
 Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade latim), zincografia (alemão e grego).
(congestão da face).
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO,

As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas


Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE cacho - de uvas, de bananas
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). cáfila - de camelos
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
cancioneiro - de poemas, de canções
SUBSTANTIVOS caravana - de viajantes
cardume - de peixes
clero - de sacerdotes
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau,
colmeia - de abelhas
que dá nome aos seres em geral.
concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
São, portanto, substantivos.
congregação - de professores, de religiosos
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro,
congresso - de parlamentares, de cientistas
cadeira, cachorra, Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma,
conselho - de ministros
Descalvado.
consistório - de cardeais
b) os nomes de ações, estados ou qualidades,
constelação - de estrelas
tomados como seres: trabalho, corrida, tristeza beleza altura.
corja - de vadios
elenco - de artistas
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
enxame - de abelhas
a) COMUM - quando designa genericamente
enxoval - de roupas
qualquer elemento da espécie: rio, cidade, pais, menino,
esquadra - de navios de guerra
aluno
esquadrilha - de aviões
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente
falange - de soldados, de anjos
um determinado elemento. Os substantivos próprios são
farândola - de maltrapilhos
sempre grafados com inicial maiúscula: Tocantins, Porto
fato - de cabras
Alegre, Brasil, Martini, Nair.
fauna - de animais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de
feixe - de lenha, de raios luminosos
existência real ou não, propriamente ditos, tais como: coisas,
flora - de vegetais de uma região
pessoas, animais, lugares, etc. Verifique que é sempre possível
frota - de navios, de táxis, de ônibus
visualizar em nossa mente o substantivo concreto, mesmo que
girândola - de fogos de artifício
ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, fada,
horda - de invasores, de selvagens,
bruxa, saci.
junta - de bois, médicos, de examinadores
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não
júri - de jurados
existem por si, isto é, só existem em nossa consciência, como
legião - de anjos, de soldados, de demônios
fruto de uma abstração, sendo, pois, impossível visualizá-lo
malta - de desordeiros
como um ser. Os substantivos abstratos vão, portanto,
manada - de bois, de elefantes
designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
matilha - de cães de caça
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
ninhada - de pintos
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de
nuvem - de gafanhotos, de fumaça
verbos ou adjetivos
panapaná - de borboletas
trabalhar - trabalho
pelotão - de soldados
correr - corrida
penca - de bananas, de chaves
alto - altura
pinacoteca - de pinturas
belo - beleza
plantel - de animais de raça, de atletas
quadrilha - de ladrões, de bandidos
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
ramalhete - de flores
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra
réstia - de alhos, de cebolas
existente na língua portuguesa: flor, pedra, ferro, casa,
récua - de animais de carga
jornal.
romanceiro - de poesias populares
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra
resma - de papel
da língua portuguesa: florista, pedreiro, ferreiro, casebre,
revoada - de pássaros
jornaleiro.
súcia - de pessoas desonestas
c) SIMPLES: quando é formado por um só
vara - de porcos
radical: água, pé, couve, ódio, tempo, sol.
vocabulário - de palavras
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de
um radical: água-de-colônia, pé-de-moleque, couve-flor,
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
amor-perfeito, girassol.
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero,
número e grau.
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa
Gênero
um grupo de seres da mesma espécie.
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino
ou feminino: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras
Podemos classificar os substantivos em:
alcateia - de lobos
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que
álbum - de fotografias, de selos
apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para
antologia - de trechos literários escolhidos
o feminino:
armada - de navios de guerra
aluno/aluna homem/mulher
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
menino /menina carneiro/ovelha
arquipélago - de ilhas
Quando a mudança de gênero não é marcada pela
assembleia - de parlamentares, de membros de
desinência, mas pela alteração do radical, o substantivo
associações
denomina-se heterônimo:
atilho - de espigas de milho
padrinho/madrinha bode/cabra
atlas - de cartas geográficas, de mapas
cavaleiro/amazona pai/mãe
banca - de examinadores
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que
bando - de aves, de pessoal em geral
apresentam uma única forma, tanto para o masculino
cabido - de cônegos
como para o feminino. Subdividem-se em:

Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando
designam animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. paroxítonos: o pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o ou monossílabos tônicos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento
feminino, devemos acrescentar as palavras macho ou gráfico, português, portugueses; burguês, burgueses; mês,
fêmea: onça macho, jacaré fêmea meses; ás, ases.
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis,
uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença também, os substantivos terminados em X com valor de KS: o
de gênero é feita pelo artigo, ou outro determinante tórax, os tórax; o ônix, os ônix.
qualquer: o artista, a artista, o estudante, a estudante, este 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural
dentista. flexionando-se o substantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se,
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes porém, o S do substantivo primitivo: coração, coraçõezinhos;
que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezitos.
não é especificada por artigos ou outros determinantes, que
serão invariáveis: a criança, o cônjuge, a pessoa, a criatura. Substantivos só usados no plural
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: afazeres anais
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo arredores belas-artes
feminino. cãs condolências
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao confins exéquias
Gênero: férias fezes
Masculinos femininos núpcias óculos
o anátema a abusão olheiras pêsames
o telefonema a aluvião viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
o teorema a análise
o trema a cal Plural dos Nomes Compostos
o edema a cataplasma
o eclipse a dinamite 1. Somente o último elemento varia:
o lança-perfume a comichão a) nos compostos grafados sem hífen:
o fibroma a aguardente aguardente, aguardentes; claraboia, claraboias;
malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel:
Mudança de Gênero com mudança de sentido grão-mestre, grão-mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de prazer, bel-prazeres;
sentido. c) nos compostos de verbo ou palavra invariável
seguida de substantivo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores;
Veja alguns exemplos: quebra-sol, quebra-sóis; guarda-comida, guarda-
o cabeça (o chefe, o a cabeça (parte do comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sempre-
líder) corpo) vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela,
o capital (dinheiro, a capital (cidade mela-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-
bens) principal) tiques)
o rádio (aparelho a rádio (estação
receptor) transmissora) 2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
o moral (ânimo) a moral (parte da a) nos compostos ligados por preposição: copo-
o lotação (veículo) Filosofia, conclusão) de-leite, copos-de-leite; pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-
o lente (o professor) de-meia, pés-de-meia; burro-sem-rabo, burros-sem-rabo;
b) nos compostos de dois substantivos, o
Plural dos Nomes Simples segundo indicando finalidade ou limitando a significação
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo do primeiro: pombo-correio, pombos-correio; navio-
acrescenta-se S: casa, casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães. escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: banana-maçã, bananas-maçã.
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): A tendência moderna é de pluralizar os dois
balcão, balcões; coração, corações; grandalhão, elementos: pombos-correios, homens-rãs, navios-escolas,
grandalhões. etc.
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães;
capitão, capitães; guardião, guardiães. 3. Ambos os elementos são flexionados:
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno a) nos compostos de substantivo +
número de oxítonos): cristão, cristãos; irmão, irmãos; órfão, substantivo: couve-flor, couves-flores; redator-chefe,
órfãos; sótão, sótãos. redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
compromissos.
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais b) nos compostos de substantivo + adjetivo
de uma forma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, (ou vice-versa): amor-perfeito, amores-perfeitos; gentil-
charlatões ou charlatães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, homem, gentis-homens; cara-pálida, caras-pálidas.
tabeliões ou tabeliães, etc.
São invariáveis:
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-
armazém, armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. pouco, os fala-pouco; o pisa-mansinho, os pisa-mansinho;
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se- o cola-tudo, os cola-tudo;
lhes ES: lar, lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou b) as expressões substantivas: o chove-não-
abdômenes); hífen, hífens (ou hífenes). molha, os chove-não-molha; o não-bebe-nem-
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-desocupa-o-copo;
cânones. c) os compostos de verbos antônimos: o
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: leva-e-traz, os leva-e-traz; o perde-ganha, os perde-
animal, animais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. ganha.
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o caso por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães;
plural em: fóssil, fósseis; réptil, répteis. guarda-marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para nosso, padres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-
S: barril, barris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. condutos ou salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou

Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
xeques-mate. inteligente; homem simples - mulher simples; aluno feliz -
aluna feliz.
Adjetivos Compostos b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se para o masculino, outra para o feminino: homem
flexiona. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino- simpático / mulher simpática / homem alto / mulher alta
americanos, latino-americanos; cívico-militar, cívico-militares. / aluno estudioso / aluna estudiosa
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são
invariáveis, quando o segundo elemento é um Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos
substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos amarelo-ouro, adjetivos é semelhante a dos substantivos.
paredes azul-piscina.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois Número
elementos variam: surdos-mudos > surdas-mudas. a) Adjetivo simples
3) O composto azul-marinho é invariável: Os adjetivos simples formam o plural da
gravatas azul-marinho. mesma maneira que os substantivos simples:
pessoa honesta pessoas honestas
Graus do substantivo regra fácil regras
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o fáceis
diminutivo, os quais podem ser: sintéticos ou analíticos. homem feliz homens felizes
Observação: os substantivos empregados
Analítico como adjetivos ficam invariáveis:
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição blusa vinho blusas vinho
do tamanho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. camisa rosa camisas rosa
b) Adjetivos compostos
Sintético Como regra geral, nos adjetivos compostos
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui somente o último elemento varia, tanto em gênero
apresentados. quanto em número:
acordos sócio-político-econômico
Principais sufixos aumentativos acordos sócio-político-econômicos
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, causa sócio-político-econômica
ÁZIO, ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, causas sócio-político-econômicas
corpanzil, caldeirão, povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, acordo luso-franco-brasileiro
copázio, cabeçorra, lobaz, dentuça. acordo luso-franco-brasileiros
lente côncavo-convexa
Principais Sufixos Diminutivos lentes côncavo-convexas
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, camisa verde-clara
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: camisas verde-claras
lobacho, montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, sapato marrom-escuro
poemeto, burrico, flautim, pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, sapatos marrom-escuros
bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, homúncula, apícula,
velhusco. Observações:
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo
Observações: composto fica invariável:
• Alguns aumentativos e diminutivos, em camisa verde-abacate /camisas verde-abacate
determinados contextos, adquirem valor pejorativo: sapato marrom-café / sapatos marrom-café
medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. Outros blusa amarelo-ouro / blusas amarelo-ouro
associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, 2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste
fogaréu, etc. ficam invariáveis:
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos blusa azul-marinho / blusas azul-marinho
dando às palavras valor afetivo: Joãozinho, amorzinho, etc. camisa azul-celeste / camisas azul-celeste
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo,
diminutivo é meramente formal, pois não dão à palavra ambos os elementos variam:
nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, ferrão, papelão, menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
cartão, folhinha, etc. menina surda-muda meninas surdas-mudas
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os
graus aumentativo e diminutivo, quase sempre de maneira Graus do Adjetivo
afetiva: bonitinho, grandinho, bonzinho, pequenito. As variações de intensidade significativa dos adjetivos
podem ser expressas em dois graus:
Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou - o comparativo
desconexos. Em lugar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo - o superlativo
artigo, apresentam radicais diferentes para designar o sexo:
bode - cabra genro - nora Comparativo
burro - besta padre - madre Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou
carneiro - ovelha padrasto - madrasta com uma outra qualidade que o próprio ser possui, podemos
cão - cadela padrinho - madrinha concluir que ela é igual, superior ou inferior. Daí os três tipos de
cavalheiro - dama pai - mãe comparativo:
compadre - comadre veado - cerva - Comparativo de igualdade:
frade - freira zangão - abelha O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
frei – soror etc. Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
- Comparativo de superioridade:
ADJETIVOS O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
Este automóvel é mais confortável que (ou do que)
econômico.
FLEXÃO DOS ADJETIVOS
- Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
Gênero
Este automóvel é menos econômico que (ou do
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
que) confortável.
a) Uniforme: quando apresenta uma única
forma para os dois gêneros: homem inteligente - mulher
Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau Bóston - bostoniano Braga - bracarense
de intensidade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou Bragança - Brasília - brasiliense
relativo: bragantino Buenos Aires - portenho,
- Superlativo absoluto Bucareste - buenairense
Neste caso não comparamos a qualidade com a de bucarestino, - Campos - campista
outro ser: bucarestense Caracas - caraquenho
Esta cidade é poluidíssima. Cairo - cairota Ceilão - cingalês
Esta cidade é muito poluída. Canaã - cananeu Chipre - cipriota
- Superlativo relativo Catalunha - catalão Córdova - cordovês
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, Chicago - Creta - cretense
relacionando-a a outros seres: chicaguense Cuiabá - cuiabano
Este rio é o mais poluído de todos. Coimbra - coimbrão, EI Salvador - salvadorenho
Este rio é o menos poluído de todos. conimbricense Espírito Santo - espírito-
Córsega - corso santense, capixaba
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou Croácia - croata Évora - eborense
analítico: Egito - egípcio Finlândia - finlandês
- Analítico: expresso com o auxílio de um Equador - Formosa - formosano
advérbio de intensidade - muito trabalhador, equatoriano Foz do lguaçu - iguaçuense
excessivamente frágil, etc. Filipinas - filipino Galiza - galego
- Sintético: expresso por uma só palavra Florianópolis - Gibraltar - gibraltarino
(adjetivo + sufixo) – antiquíssimo: cristianíssimo, florianopolitano Granada - granadino
sapientíssimo, etc. Fortaleza - Guatemala -
fortalezense guatemalteco
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para Gabão - gabonês Haiti - haitiano
o comparativo e o superlativo, as seguintes formas especiais: Genebra - genebrino Honduras - hondurenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Goiânia - goianense Ilhéus - ilheense
ABSOLUTO Groenlândia - Jerusalém - hierosolimita
RELATIVO groenlandês Juiz de Fora - juiz-forense
bom melhor ótimo Guiné - guinéu, Lima - limenho
melhor guineense Macau - macaense
mau pior péssimo Himalaia - himalaico Madagáscar - malgaxe
pior Hungria - húngaro, Manaus - manauense
grande maior máximo magiar Minho - minhoto
maior Iraque - iraquiano Mônaco - monegasco
pequen menor mínimo João Pessoa - pessoense Natal - natalense
o menor La Paz - pacense, Nova lguaçu - iguaçuano
pacenho Pisa - pisano
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: Macapá - Póvoa do Varzim - poveiro
acre - acérrimo ágil - agílimo macapaense Rio de Janeiro (Est.) -
agradável - agudo - acutíssimo Maceió - maceioense fluminense
agradabilíssimo amável - amabilíssimo Madri - madrileno Rio de Janeiro (cid.) -
amargo - amaríssimo antigo - antiquíssimo Marajó - marajoara carioca
amigo - amicíssimo atroz - atrocíssimo Moçambique - Rio Grande do Norte -
áspero - aspérrimo benéfico - beneficentíssimo moçambicano potiguar
audaz - audacíssimo capaz - capacíssimo Montevidéu - Salvador – salvadorenho,
benévolo - cristão - cristianíssimo montevideano soteropolitano
benevolentíssimo doce - dulcíssimo Normândia - normando Toledo - toledano
célebre - celebérrimo feroz - ferocíssimo Pequim - pequinês Rio Grande do Sul - gaúcho
cruel - crudelíssimo frágil - fragilíssimo Porto - portuense Varsóvia - varsoviano
eficaz - eficacíssimo humilde - humílimo Quito - quitenho Vitória - vitoriense
fiel - fidelíssimo (humildíssimo)
frio - frigidíssimo inimigo - inimicíssimo Locuções Adjetivas
incrível - jovem - juveníssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições
incredibilíssimo magnífico - mais substantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas,
íntegro - integérrimo magnificentíssimo geralmente, podem ser substituídas por um adjetivo
livre - libérrimo maléfico - maleficentíssimo correspondente.
magro - macérrimo miúdo - minutíssimo
manso - nobre - nobilíssimo PRONOMES
mansuetíssimo pobre - paupérrimo
negro - nigérrimo (pobríssimo) Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa,
(negríssimo) preguiçoso - pigérrimo que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o
pessoal - provável - probabilíssimo como pessoa do discurso. Quando o pronome representa o
personalíssimo pudico - pudicíssimo substantivo, dizemos tratar-se de pronome substantivo.
possível - possibilíssimo sagrado - sacratíssimo • Ele chegou. (ele)
próspero - sensível - sensibilíssimo • Convidei-o. (o)
prospérrimo tenro - tenerissimo
público - publicíssimo tétrico - tetérrimo Quando o pronome vem determinando o substantivo,
sábio - sapientíssimo visível - visibilíssimo restringindo a extensão de seu significado, dizemos tratar-se de
salubre - salubérrimo vulnerável - vuInerabilíssimo pronome adjetivo.
simples – simplicíssimo • Esta casa é antiga. (esta)
terrível - terribilíssimo • Meu livro é antigo. (meu)
velho - vetérrimo
voraz - voracíssimo Classificação dos Pronomes
Há, em Português, seis espécies de pronomes:
Adjetivos Gentílicos e Pátrios • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e
Argélia – argelino Bagdá - bagdali as formas oblíquas de tratamento:
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e
Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
flexões; Receberam NÓS com atenção (errado)
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; EU cheguei atrasado (certo)
isto, isso, aquilo; ELE compareceu à festa (certo)
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes
quem, onde; oblíquos e não os pronomes retos:
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, Convidei ELE (errado)
muito, certo, pouco, vários, tanto quanto, qualquer e Chamaram NÓS (errado)
flexões; alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, Convidei-o. (certo)
algo. Chamaram-NOS. (certo)
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando
empregados em frases interrogativas. antecipados de preposição, passam a funcionar como
oblíquos. Neste caso, considera-se correto seu emprego
PRONOMES PESSOAIS como complemento:
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas Informaram a ELE os reais motivos.
do discurso: Emprestaram a NÓS os livros.
1ª pessoa: quem fala, o emissor. Eles gostam muito de NÓS.
Eu sai (eu) 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito.
Nós saímos (nós) Considera-se errado seu emprego como complemento:
Convidaram-me (me) Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Tu saíste (tu) Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando
Vós saístes (vós) precedidas de preposição, não se usam as formas retas EU e TU,
Convidaram-te (te) mas as formas oblíquas MIM e TI:
Convidaram-vos (vós) Ninguém irá sem EU. (errado)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Ele saiu (ele) Ninguém irá sem MIM. (certo)
Eles sairam (eles) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
Convidei-o (o)
Convidei-os (os) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas
retas EU e TU mesmo precedidas por preposição: quando essas
Os pronomes pessoais são os seguintes: formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo.
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
NÚMERO PESSOA CASO CASO Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
RETO OBLÍQUO
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e
singular 1ª eu me, mim,
TU é obrigatório, na medida em que tais pronomes exercem a
2ª tu comigo
função sintática de sujeito.
3ª ele, ela te, ti, contigo
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser
se, si, consigo,
empregados somente como reflexivos. Considera-se errada
o, a, lhe
qualquer construção em que os referidos pronomes não
sejam reflexivos:
plural 1ª nós nós, conosco Querida, gosto muito de SI. (errado)
2ª vós vós, convosco Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
3ª eles, elas se, si, consigo, Querida, gosto muito de você. (certo)
os, as, lhes Preciso muito falar com você. (certo)

Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum,


PRONOMES DE TRATAMENTO pois os pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os reflexivos:
pronomes de tratamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, Ele feriu-se
embora a concordância deva ser feita com a terceira pessoa. Cada um faça por si mesmo a redação
Convém notar que, exceção feita a você, esses pronomes são O professor trouxe as provas consigo
empregados no tratamento cerimonioso.
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: utilizados normalmente em sua forma sintética. Caso haja
PRONOME ABREV. EMPREGO palavra de reforço, tais pronomes devem ser substituídos
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques pela forma analítica:
Vossa Eminência V .Ema cardeais Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Vossa Excelência V.Exa altas Queriam conversar convosco = Queriam conversar com
autoridades em geral Vossa Magnificência V. Mag a vós próprios.
reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados
sacerdotes em geral entre si. As combinações possíveis são as seguintes:
Vossa Santidade V.S. papas me+o=mo me + os = mos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados te+o=to te + os = tos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores lhe+o=lho lhe + os = lhos
nos + o = no-lo nos + os = no-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
você, vocês. lhes + o = lho lhes + os = lhos
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS A combinação também é possível com os pronomes
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, oblíquos femininos a, as.
NÓS, VÓS, ELES/ELAS) devem ser empregados na função me+a=ma me + as = mas
sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como te+a=ta te + as = tas
complemento: - Você pagou o livro ao livreiro?
Convidaram ELE para a festa (errado) - Sim, paguei-LHO.

Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
Observo-te há dias.
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de 3. No interior do verbo - mesóclise
LHE (que representa o livreiro) com O (que representa o livro). Observar-te-ei sempre.

8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre Ênclise


empregadas como complemento de verbos transitivos Na linguagem culta, a colocação que pode ser
diretos, ao passo que as formas LHE, LHES são empregadas considerada normal é a ênclise: o pronome depois do verbo,
como complemento de verbos transitivos indiretos: funcionando como seu complemento direto ou indireto.
O menino convidou-a. (V.T.D) O pai esperava-o na estação agitada.
O filho obedece-lhe. (V.T. l) Expliquei-lhe o motivo das férias.

Consideram-se erradas construções em que o pronome O Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo
(e flexões) aparece como complemento de verbos transitivos cuidadoso, a ênclise é a colocação recomendada nos
indiretos, assim como as construções em que o nome LHE (LHES) seguintes casos:
aparece como complemento de verbos transitivos diretos: 1. Quando o verbo iniciar a oração:
Eu lhe vi ontem. (errado) Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Nunca o obedeci. (errado) 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida
Eu o vi ontem. (certo) de pausa:
Nunca lhe obedeci. (certo) Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo Companheiros, escutai-me.
pode funcionar como sujeito. Isto ocorre com os verbos: 4. Com o infinitivo impessoal:
deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver, seguidos de infinitivo. A menina não entendera que engorda-las seria
O nome oblíquo será sujeito desse infinitivo: apressar-lhes um destino na mesa.
Deixei-o sair. 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
Vi-o chegar. E saltou, chamando-me pelo nome, conversou
Sofia deixou-se estar à janela. comigo.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma
desenvolvendo as orações reduzidas de infinitivo: pequena moeda de meio franco.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
10. Não se considera errada a repetição de Próclise
pronomes oblíquos: Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
A mim, ninguém me engana. 1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes
A ti tocou-te a máquina mercante. relativos, indefinidos, interrogativos e conjunções.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
pleonasmo vicioso e sim ênfase. Quem lhe ensinou esses modos?
Quem os ouvia, não os amou.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem Que lhes importa a eles a recompensa?
a pronomes possessivo, exercendo função sintática de Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
adjunto adnominal: 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Papai do céu o abençoe.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus A terra lhes seja leve.
conselhos. 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
Em se animando, começa a contagiar-nos.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
empregadas para representar uma única pessoa (singular), 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o
adquirindo valor cerimonioso ou de modéstia: verbo, sem que haja pausa entre eles.
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
das enchentes. Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
Vós sois minha salvação, meu Deus!
Mesóclise
13. Os pronomes de tratamento devem vir Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do
precedidos de VOSSA, quando nos dirigimos à pessoa presente e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes
representada pelo pronome, e por SUA, quando falamos verbos não estejam precedidos de palavras que reclamem a
dessa pessoa: próclise.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Dir-se-ia vir do oco da terra.
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na
inauguração. Mas:
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento Jamais se diria vir do oco da terra.
(VOSSA MAJESTADE, VOSSA ALTEZA) embora se refiram à Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
pessoa com quem falamos (2ª pessoa, portanto), do ponto Lembrarei-me (!?)
de vista gramatical, comportam-se como pronomes de Diria-se (!?)
terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos? O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus 1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir
problemas. proclítico ou enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo
principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, Podemos-lhe contar o ocorrido.
O, A, NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.

Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir encontra perto de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse
enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas nunca enclítico ao livro” indica que o livro está longe da pessoa que fala e próximo
particípio. da que ouve; “aquele livro” indica que o livro está longe de
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me ambas as pessoas.
levado a Descartes ."
Tenho-me levantado cedo. Os pronomes demonstrativos são estes:
Não me tenho levantado cedo. ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, AQUELE (e variações), próprio (e variações)
ou entre o auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na MESMO (e variações), próprio (e variações)
linguagem culta. Outro aspecto evidente, sobretudo na SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)
linguagem coloquial e popular, é o da colocação do pronome
no início da oração, o que se deve evitar na linguagem escrita. Emprego dos Demonstrativos
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
PRONOMES POSSESSIVOS a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, pessoa (aquela que fala).
atribuindo-lhes a posse de alguma coisa. Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Isto que carregamos pesa 5 kg.
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange
informa que o livro pertence a 1ª pessoa (eu) fisicamente:
Este coração não pode me trair.
Eis as formas dos pronomes possessivos: Esta alma não traz pecados.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. Tudo se fez por este país..
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. c) Para indicar o momento em que falamos:
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Neste instante estou tranquilo.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. Deste minuto em diante vou modificar-me.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado,
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. mas próximo do momento em que falamos:
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
pessoa (seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu Um dia destes estive em Porto Alegre.
pai = o pai de você). e) Para indicar que o período de tempo é mais ou
menos extenso e no qual se inclui o momento em que
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a falamos:
ambiguidade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), Nesta semana não choveu.
dela(s). Neste mês a inflação foi maior.
Ex.: Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este ano será bom para nós.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este século terminará breve.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los Tudo isto que estou dizendo já é velho.
pelos pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
elegância. Só posso lhe dizer isto: nada somos.
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
beijou as suas mãos). 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
Não me respeitava a adolescência. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. pessoa (aquela com quem se fala):
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. Esse documento que tens na mão é teu?
Isso que carregas pesa 5 kg.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a
1. Cálculo aproximado, estimativa: abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á Essa alma traz inúmeros pecados.
personagem de uma história Quantos vivem nesse pais?
O nosso homem não se deu por vencido. c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou
Chama-se Falcão o meu homem aquilo de que desejamos distância:
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum O povo já não confia nesses políticos.
Eu cá tenho minhas dúvidas Não quero mais pensar nisso.
Cornélio teve suas horas amargas d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª
4. Afetividade, cortesia pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os O que você quer dizer com isso?
culpo e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do
momento em que falamos:
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido Um dia desses estive em Porto Alegre.
de parentes de família. Comi naquele restaurante dia desses.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
intensidade. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão está muito distante.
seu, quando não sabia o que dizer. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras
PRONOMES DEMONSTRATIVOS pessoas e refere-se á 3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a Aquele documento que lá está é teu?
posição da coisa designada em relação à pessoa gramatical. Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se Naquele instante estava preocupado.

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Língua Portuguesa
Daquele instante em diante modifiquei-me. cujo cujos cuja cujas que
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele quanto quanta onde
ano, aquele século, para exprimir que o tempo já decorreu. quantos quantas
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas
já mencionadas, usa-se este (ou variações) para a última Observações:
pessoa ou coisa e aquele (ou variações) para a primeira: 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem
Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se antecedente, vem sempre antecedido de preposição, e
encontrava nervoso e aquela tranquila. equivale a O QUAL.
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela O médico de quem falo é meu conterrâneo.
preposição DE, pospostos a substantivos, usam-se apenas no 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual,
plural: e precedem sempre um substantivo sem artigo.
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?
Rose? 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos
Com um frio destes não se pode sair de casa. quando precedidos de um dos pronomes indefinidos tudo,
Nunca vi uma coisa daquelas. tanto(s), tanta(s), todos, todas.
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número Tenho tudo quanto quero.
quando têm caráter reforçativo: Leve tantos quantos precisar.
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre
camas. antecedente e equivale a EM QUE.
7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
equivale a AQUILO, ISSO ou AQUELE (e variações).
Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. PRONOMES INDEFINIDOS
O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso,
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado.
exames. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO,
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ALGUÉM, FULANO, SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM,
ela não ama os homens superiores. OUTREM, QUEM, TUDO
8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo Exemplos:
instante: Algo o incomoda?
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na Não faças a outrem o que não queres que te façam.
acepção DE ESTE, ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Quem avisa amigo é.
Tal era a situação do país. Encontrei quem me pode ajudar.
Não disse tal. Ele gosta de quem o elogia.
Tal não pôde comparecer. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO,
CERTOS, CERTA CERTAS.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou Cada povo tem seus costumes.
pronome (atitudes tais merecem cadeia, esses tais merecem Certas pessoas exercem várias profissões.
cadeia), quando acompanha QUE, formando a expressão que Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
tal? (? que lhe parece?) em frases como Que tal minha filha?
Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL ou OUTRO PRONOMES INTERROGATIVOS
TAL: Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos,
Suas manias eram tais quais as minhas. referem-se de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
A mãe era tal quais as filhas. Exemplos:
Os filhos são tais qual o pai. Que há?
Tal pai, tal filho. Que dia é hoje?
É pronome substantivo em frases como: Reagir contra quê?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Por que motivo não veio?
Não creio em tal (= tal coisa) Quem foi?
Qual será?
PRONOMES RELATIVOS Quantos vêm?
Veja este exemplo: Quantas irmãs tens?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
VERBO
A palavra que representa o nome casa, relacionando-se
com o termo casa é um pronome relativo. CONCEITO
“As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações,
PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam situando-as no tempo.
nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Daí Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa.
denominarem-se relativos. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes
A palavra que o pronome relativo representa chama-se iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam,
antecedente. No exemplo dado, o antecedente é casa. o gesso esturricaria dentro elas. Assim fiz. Morreram.”
Outros exemplos de pronomes relativos: (Clarice Lispector)
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
O lugar onde paramos era deserto. Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
Traga tudo quanto lhe pertence. a) Estado:
Leve tantos ingressos quantos quiser. Não sou alegre nem sou triste.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do Sou poeta.
concurso? b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro.
Eis o quadro dos pronomes relativos: Mas o ouro virou terra.
c) Fenômeno:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Chove. O céu dorme.
Masculino Feminino
o qual a qual quem VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado,
os quais as quais mudança de estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o
FLEXÕES tempo em que se dá o fato expresso. São as formas nominais,
O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior que completam o esquema dos tempos simples.
número de flexões na língua portuguesa. Graças a isso, uma Infinitivo impessoal (falar)
forma verbal pode trazer em si diversas informações. A forma Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
CANTÁVAMOS, por exemplo, indica: FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
• a ação de cantar. Particípio (falado)
• a pessoa gramatical que pratica essa ação 5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
(nós). a) agente do fato expresso.
• o número gramatical (plural). O carroceiro disse um palavrão.
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). (sujeito agente)
• o modo como é encarada a ação: um fato O verbo está na voz ativa.
realmente acontecido no passado (indicativo). b) paciente do fato expresso:
• que o sujeito pratica a ação (voz ativa). Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
(sujeito paciente)
Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, O verbo está na voz passiva.
tempo e voz. c) agente e paciente do fato expresso:
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: O carroceiro machucou-se.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (sujeito agente e paciente)
(singular). O verbo está na voz reflexiva.
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o
(plural). nome de rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas no radical.
gramaticais: Falo - Estudam.
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo
a) do singular - corresponde ao pronome acento tônico está fora do radical.
pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. Falamos - Estudarei.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se
NÓS. Ex.: Nós adormecemos. em:
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser a) regulares - são aqueles que possuem as
a) do singular - corresponde ao pronome desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não
pessoal TU. Ex.: Tu adormeces. provoca alterações no radical: canto - cantei - cantarei –
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal cantava - cantasse.
VÓS. Ex.: Vós adormeceis. b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser alterações no radical ou nas desinências: faço - fiz - farei -
a) do singular - corresponde aos pronomes fizesse.
pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela adormece. c) defectivos - são aqueles que não apresentam
b) do plural - corresponde aos pronomes conjugação completa, como por exemplo, os verbos falir,
pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles adormecem. abolir e os verbos que indicam fenômenos naturais, como
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a CHOVER, TROVEJAR, etc.
atitude do falante em relação ao fato que comunica. Há d) abundantes - são aqueles que possuem mais
três modos em português. de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, essa
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza característica ocorre no particípio: matado - morto -
diante do fato. enxugado - enxuto.
A cachorra Baleia corria na frente. e) anômalos - são aqueles que incluem mais de
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida um radical em sua conjugação.
diante do fato. verbo ser: sou - fui
Talvez a cachorra Baleia corra na frente . verbo ir: vou - ia
c) imperativo: o fato é enunciado como uma
ordem, um conselho, um pedido QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
Corra na frente, Baleia. 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar implícito ou explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
o fato no tempo, em relação ao momento em que se fala. O Nino apareceu na porta.
Os três tempos básicos são: 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a
a) presente: a ação ocorre no momento em qualquer sujeito implícito ou explícito. São utilizados sempre
que se fala: na 3ª pessoa. São impessoais:
Fecho os olhos, agito a cabeça. a) verbos que indicam fenômenos
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num meteorológicos: chover, nevar, ventar, etc.
momento anterior àquele em que se fala: Garoava na madrugada roxa.
Fechei os olhos, agitei a cabeça. b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer,
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o acontecer:
momento em que se fala: Houve um espetáculo ontem.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. Há alunos na sala.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica
ocorre com o presente. com seus olhos claros.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou
Veja o esquema dos tempos simples em português: fenômeno meteorológico.
Presente (falo) Fazia dois anos que eu estava casado.
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) Faz muito frio nesta região?
Imperfeito (falava)
Mais- que-perfeito (falara) O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
Futuro do presente (falarei) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado
do pretérito (falaria) invariavelmente na 3ª pessoa do singular - quando significa:
Presente (fale) 1) EXISTIR
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Há pessoas que nos querem bem.
Futuro (falar) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.

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Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores. - um fato que ocorre no momento em que se fala.
2) ACONTECER, SUCEDER Eles estudam silenciosamente.
Houve casos difíceis na minha profissão de médico. Eles estão estudando silenciosamente.
Não haja desavenças entre vós. - uma ação habitual.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos. Corra todas as manhãs.
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo - uma verdade universal (ou tida como tal):
passado: O homem é mortal.
Há meses que não o vejo. A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
Haverá nove dias que ele nos visitou. - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava. pretérito para dar maior realce à narrativa.
O fato aconteceu há cerca de oito meses. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER Leis".
concorda no pretérito imperfeito, e não no presente: É o chamado presente histórico ou narrativo.
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. Amanhã vou à escola.
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. Qualquer dia eu te telefono.
Havia (e não HÁ) muito tempo que a polícia o b) Pretérito Imperfeito
procurava. Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para
4) REALIZAR-SE designar:
Houve festas e jogos. - um fato passado contínuo, habitual, permanente:
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. Ele andava à toa.
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba. Nós vendíamos sempre fiado.
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo - um fato passado, mas de incerta localização no
(em frases negativas e seguido de infinitivo): tempo. É o que ocorre por exemplo, no inicio das fábulas,
Em pontos de ciência não há transigir. lendas, histórias infantis.
Não há contê-lo, então, no ímpeto. Era uma vez...
Não havia descrer na sinceridade de ambos. - um fato presente em relação a outro fato passado.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. Eu lia quando ele chegou.
E não houve convencê-lo do contrário. c) Pretérito Perfeito
Não havia por que ficar ali a recriminar-se. Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para
referir um fato já ocorrido, concluído.
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução Estudei a noite inteira.
adverbial de há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): Usa-se a forma composta para indicar uma ação que
De há muito que esta árvore não dá frutos. se prolonga até o momento presente.
De há muito não o vejo. Tenho estudado todas as noites.
d) Pretérito mais-que-perfeito
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação
que com ele formam locução, os quais, por isso, permanecem passada em relação a outro fato passado (ou seja, é o
invariáveis na 3ª pessoa do singular: passado do passado):
Vai haver eleições em outubro. A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a
Começou a haver reclamações. alcançou.
Não pode haver umas sem as outras. e) Futuro do Presente
Parecia haver mais curiosos do que interessados. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. apontar um fato futuro em relação ao momento em que se
fala.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode Irei à escola.
ser construída de três modos: f) Futuro do Pretérito
Hajam vista os livros desse autor. Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para
Haja vista os livros desse autor. assinalar:
Haja vista aos livros desse autor. - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
- Eu jogaria se não tivesse chovido.
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar - Seria realmente agradável ter de sair?
substancialmente o sentido da frase. Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito
Exemplo: indica polidez e às vezes, ironia.
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) - Daria para fazer silêncio?!
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Modo Subjuntivo
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o a) Presente
sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo assumirá Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
a forma passiva, conservando o mesmo tempo. - um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Talvez eles estudem... não sei.
Outros exemplos: - um desejo, uma vontade:
Os calores intensos provocam as chuvas. Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos
As chuvas são provocadas pelos calores intensos. professores.
Eu o acompanharei. b) Pretérito Imperfeito
Ele será acompanhado por mim. Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para
Todos te louvariam. indicar uma hipótese, uma condição.
Serias louvado por todos. Se eu estudasse, a história seria outra.
Prejudicaram-me. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Fui prejudicado. e) Pretérito Perfeito
Condenar-te-iam. Emprega-se o pretérito perfeito composto do
Serias condenado. subjuntivo para apontar um fato passado, mas incerto,
hipotético, duvidoso (que são, afinal, as características do
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS modo subjuntivo).
a) Presente Que tenha estudado bastante é o que espero.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o

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pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo para indicar um serão estarão terão haverão
fato passado em relação a outro fato passado, sempre de FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado,
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a tido, havido)
prova tranquilamente. FUTURO DO
e) Futuro PRETÉRITO
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato SIMPLES
futuro já concluído em relação a outro fato futuro. seria estaria teria haveria
Quando eu voltar, saberei o que fazer. serias estarias terias haverias
seria estaria teria haveria
VERBOS AUXILIARES
seríamos estaríam teríamos havería
INDICATIVO os mos
serieis estaríeis teríeis haveríeis
SER ESTAR TER HAVER
seriam estariam teriam haveria
PRESENTE m
sou estou tenho hei
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
és estás tens hás
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado,
é está tem há tido, havido)
somos estamos temos havemo PRESENTE SUBJUNTIVO
s seja esteja tenha haja
sois estais tendes haveis sejas estejas tenhas hajas
são estão têm hão seja esteja tenha haja
PRETÉRITO PERFEITO sejamos estejam tenham hajamos
era estava tinha havia os os
eras estavas tinhas havias sejais estejais tenhais hajais
era estava tinha havia sejam estejam tenham hajam
éramos estávam tínhamos havíamo PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES
os s fosse estivesse tivesse houvess
éreis estáveis tínheis havíes e
eram estavam tinham haviam fosses estivesse tivesses houvess
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES s es
fui estive tive houve fosse estivesse tivesse houvess
foste estiveste tiveste houvest e
e fôssemos estivésse tivéssem houvéss
foi esteve teve houve mos os emos
fomos estivemo tivemos houvem fôsseis estivéssei tivésseis houvéss
s os s eis
fostes estiveste tivestes houvest fossem estivesse tivessem houvess
s es m em
foram estivera tiveram houvera PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
m m tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO sido, estado, tido, havido)
tenho sido tenho tenho tenho PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
estado tido havido tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem (
tens sido tens tens tido tens + sido, estado, tido, havido)
estado havido FUTURO
tem sido tem tem tido tem SIMPLES
estado havido se eu for se eu se eu se eu
temos sido temos temos temos estiver tiver houver
estado tido havido se tu fores se tu se tu se tu
tendes sido tendes tendes tendes estiveres tiveres houveres
estado tido havido se ele for se ele se ele se ele
têm sido têm têm tido têm estiver tiver houver
estado havido se nós se nós se nós se nós
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES formos estivermos tivermos houvermos
fora estivera tivera houvera se vós se vós se vós se vós
foras estiveras tiveras houvera fordes estiverdes tiverdes houverdes
s se eles se eles se eles se eles
fora estivera tivera houvera forem estiverem tiverem houverem
fôramos estivéra tivéramo houvéra FUTURO COMPOSTO
mos s mos tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido,
fôreis estivéreis tivéreis houvérei estado, tido, havido)
s AFIRMATIVO IMPERATIVO
foram estivera tiveram houvera sê tu está tu tem tu há tu
m m seja você esteja tenha haja
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO você você você
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, sejamos estejam tenham hajamos
estado, tido , havido) nós os nós os nós nós
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES sede vós estai vós tende havei
serei estarei terei haverei vós vós
serás estarás terás haverá sejam estejam tenham hajam
será estará terá haverá vocês vocês vocês vocês
seremos estarem teremos haverem NEGATIVO
os os não sejas tu não não não
sereis estareis tereis havereis
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estejas tu tenhas tu hajas tu FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
não seja não não não haja cantarei venderei partirei
você esteja você tenha você você cantarás venderás partirás
não não não não cantará venderá partirá
sejamos nós estejamos tenhamos hajamos nós cantaremos venderem partiremos
nós nós os
não sejais não não não cantareis vendereis partireis
vós estejais vós tenhais vós hajais vós cantarão venderão partirão
não sejam não não não FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
vocês estejam tenham hajam terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado,
vocês vocês vocês vendido, partido)
IMPESSOAL INFINITIVO Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
ser estar ter haver FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
IMPESSOAL COMPOSTO cantaria venderia partiria
Ter sido ter ter tido ter cantarias venderias partirias
estado havido cantaria venderia partiria
PESSOAL cantaríamos venderíam partiríamo
ser estar ter haver os s
seres estares teres haveres cantaríeis venderíeis partiríeis
ser estar ter haver cantariam venderiam partiriam
sermos estarmos termos havermo FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
s teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado,
serdes estardes terdes haverde vendido, partido)
s FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
serem estarem terem haverem teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado,
SIMPLES GERÚNDIO vendido, partido)
sendo estando tendo havend Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
o PRESENTE SUBJUNTIVO
COMPOSTO cante venda parta
tendo sido tendo tendo tendo cantes vendas partas
estado tido havido cante venda parta
PARTICÍPIO cantemos vendamos partamos
sido estado tido havido canteis vendais partais
cantem vendam partam
CONJUGAÇÕES VERBAIS PRETÉRITO
IMPERFEITO
INDICATIVO cantasse vendesse partisse
PRESENTE cantasses vendesses partisses
canto vendo parto cantasse vendesse partisse
cantas vendes partes cantássemos vendêsse partíssemo
canta vende parte mos s
cantamos vendemos partimos cantásseis vendêsseis partísseis
cantais vendeis partis cantassem vendesse partissem
cantam vendem partem m
PRETÉRITO IMPERFEITO PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
cantava vendia partia tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+
cantavas vendias partias cantado, vendido, partido)
cantava vendia partia Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
cantávamos vendíamo partíamos FUTURO SIMPLES
s cantar vender partir
cantáveis vendíeis partíeis cantares venderes partires
cantavam vendiam partiam cantar vender partir
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES cantarmos vendermo partimos
cantei vendi parti s
cantaste vendeste partiste cantardes venderdes partirdes
cantou vendeu partiu cantarem venderem partirem
cantamos vendemos partimos FUTURO COMPOSTO
cantastes vendestes partistes tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+
cantaram venderam partiram cantado, vendido, partido)
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO AFIRMATIVO IMPERATIVO
tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, canta vende parte
vendido, partido) cante venda parta
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES cantemos vendamos partamos
cantara vendera partira cantai vendei parti
cantaras venderas partiras cantem vendam partam
cantara vendera partira NEGATIVO
cantáramos vendêram partíramos não cantes não não partas
os vendas
cantáreis vendêreis partíreis não cante não não parta
cantaram venderam partiram venda
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO não cantemos não não
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ vendamos partamos
cantando, vendido, partido) não canteis não não
Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. vendais partais

Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
não cantem não não 4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do
vendam partam FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver)
com o PARTICÍPIO do verbo principal:
INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES
teria cantado teria vendido teria partido
PRESENTE terias cantado terias vendido terias partido
cantar vender partir teria cantado teria vendido teria partido
INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO teríamos cantado teríamos vendido teríamos partido
cantar vender partir teríeis cantado teríeis vendido teríeis partido
cantares venderes partires teriam cantado teriam vendido teriam partido
cantar vender partir
MODO SUBJUNTIVO
cantarmos vendermo partirmos
s 1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO
cantardes venderdes partirdes SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO
cantarem venderem partirem do verbo principal:
INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO
IMPESSOAL tenha tenha tenha
ter (ou haver), cantado, vendido, partido cantado vendido tenhas partido
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL tenhas cantado tenhas vendido tenha partido
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, tenha cantado tenha vendido tenhamos
vendido, partido) tenhamos tenhamos partido
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE cantado vendido tenhais partido
tenhais cantado tenhais vendido tenham partido
cantando vendendo partindo
tenham cantado vendido
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do
PARTICÍPIO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com
cantado vendido partido o PARTICÍPIO do verbo principal:

Formação dos tempos compostos tivesse tivesse tivesse


cantado vendido partido
Com os verbos ter ou haver tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce tivéssemos tivéssemos tivéssemos
particular aqueles que são constituídos de formas do verbo ter cantado vendido partido
(ou, mais raramente, haver) com o particípio do verbo que se tivésseis cantado tivésseis vendido tivésseis partido
quer conjugar, porque é costume incluí-los nos próprios tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido
paradigmas de conjugação:
3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES
DO SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o
MODO INDICATIVO PARTICÍPIO do verbo principal:

1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do tiver cantado tiver vendido tiver partido
PRESENTE DO INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido
do verbo principal: tiver cantado tiver vendido tiver partido
tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido
tenho tenho tenho partido tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido
cantado vendido tens partido tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido
tens cantado tens vendido tem partido
tem cantado tem vendido temos partido FORMAS NOMINAIS
temos cantado temos vendido tendes partido
tendes cantado tendes vendido têm partido 1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO
têm cantado têm vendido IMPESSOAL). Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo
ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO.
Formado do IMPERFEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou ter cantado ter vendido ter partido
haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO
tinha cantado tinha vendido tinha partido PESSOAL). Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter
tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
tinha cantado tinha vendido tinha partido
ter cantado ter vendido ter partido
tínhamos tínhamos tínhamos partido
teres cantado teres vendido teres partido
cantado vendido tínheis partido
ter cantado ter vendido ter partido
tínheis cantado tínheis vendido tinham partido
termos cantado termos vendido termos partido
tinham cantado tinham vendido
terdes cantado terdes vendido terdes partido
3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do terem cantado terem vendido terem partido
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver)
3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do
com o PARTICÍPIO do verbo principal:
GERÚNDIO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do
terei cantado terei vendido terei partido verbo principal:
terás cantado terás vendido terás, partido
tendo tendo tendo
terá cantado terá vendido terá partido
cantado vendido partido
teremos cantado teremos vendido teremos partido
tereis cantado tereis vendido tereis , partido Fonte: Nova Gramática do Português
terão cantado terão vendido terão partido Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora
Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão.

Teoria e Prática
40
Língua Portuguesa
VERBOS IRREGULARES nomeemos, nomeeis, nomeiem
DAR Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos,
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão nomeai, nomeiem
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear,
deram recear, passear
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera,
déramos, déreis, deram COPIAR
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos,
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, copiais, copiam
déssemos, désseis, dessem Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos,
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, copiastes, copiaram
derem Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara,
copiáramos, copiáreis, copiaram
MOBILIAR Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos,
Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, copieis, copiem
mobiliamos, mobiliais, mobiliam Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai,
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, copiem
mobiliemos, mobilieis, mobiliem
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, ODIAR
mobiliai, mobiliem Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos,
odiais, odeiam
AGUAR Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava,
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, odiávamos, odiáveis, odiavam
aguais, águam Pretérito perfeito odiei, odiaste,
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
aguastes, aguaram Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara,
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, odiáramos, odiáreis, odiaram
agueis, águem Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos,
odieis, odeiem
MAGOAR Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar,
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, ansiar
magoamos, magoais, magoam
Pretérito perfeito magoei, CABER
magoaste, magoou, magoamos, magoastes, Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos,
magoaram cabeis, cabem
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, Pretérito perfeito coube, coubeste, coube,
magoemos, magoeis, magoem coubemos, coubestes, couberam
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, Pretérito mais-que-perfeito
caçoar, voar e perdoar coubera, couberas, coubera, coubéramos,
coubéreis, couberam
APIEDAR-SE Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos,
Presente do indicativo: apiado-me, caibais, caibam
apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, Imperfeito do subjuntivo
apiedais-vos, apiadam-se coubesse, coubesses, coubesse,
Presente do subjuntivo apiade-me, coubéssemos, coubésseis, coubessem
apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber,
apiedei-vos, apiedem-se coubermos, couberdes, couberem
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A. imperativo afirmativo nem no imperativo negativo

MOSCAR CRER
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes,
moscais, muscam crêem
Presente do subjuntivo musque, Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais,
musques, musque, mosquemos, mosqueis, creiam
musquem Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U Conjugam-se como crer, ler e descrer

RESFOLEGAR DIZER
Presente do indicativo resfolgo, Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis,
resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, dizem
resfolgam Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos,
Presente do subjuntivo resfolgue, dissestes, disseram
resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera,
resfolegueis, resfolguem disséramos, disséreis, disseram
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis,
NOMEAR diriam
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais,
nomeamos, nomeais, nomeiam digam
Pretérito imperfeito nomeava, Pretérito imperfeito dissesse, dissesses,
nomeavas, nomeava, nomeávamos, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissesse
nomeáveis, nomeavam Futuro disser, disseres, disser, dissermos,
Pretérito perfeito nomeei, disserdes, disserem
nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, Particípio dito
nomearam Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer,
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, maldizer

Teoria e Prática
41
Língua Portuguesa

FAZER QUERER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos,
fazem quereis, querem
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos,
fizeram quisestes, quiseram
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera,
fizéramos, fizéreis, fizeram quiséramos, quiséreis, quiseram
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos,
farão queirais, queiram
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, Pretérito imperfeito quisesse,
fariam quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam quisessem
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos,
façam quiserdes, quiserem
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse,
fizéssemos, fizésseis, fizessem REQUERER
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, Presente do indicativo requeiro, requeres, requer,
fizerem requeremos, requereis. requerem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer Pretérito perfeito requeri,
requereste, requereu, requeremos,
PERDER requereste, requereram
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, Pretérito mais-que-perfeito
perdeis, perdem requerera, requereras, requerera,
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, requereramos, requerereis, requereram
percais. percam Futuro do presente requererei,
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, requererás requererá, requereremos,
percam requerereis, requererão
Futuro do pretérito requereria,
PODER requererias, requereria, requereríamos,
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, requereríeis, requereriam
podeis, podem Imperativo requere, requeira, requeiramos,
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, requerer, requeiram
podíeis, podiam Presente do subjuntivo requeira,
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
pudestes, puderam requeiram
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, Pretérito Imperfeito requeresse,
pudéramos, pudéreis, puderam requeresses, requeresse, requerêssemos,
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, requerêsseis, requeressem,
possais, possam Futuro requerer,
Pretérito imperfeito pudesse, requereres, requerer, requerermos,
pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, requererdes, requerem
pudessem Gerúndio requerendo
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, Particípio requerido
puderdes, puderem O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos,
poderdes, poderem REAVER
Gerúndio podendo Presente do indicativo reavemos, reaveis
Particípio podido Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve,
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no reouvemos, reouvestes, reouveram
imperativo afirmativo nem no imperativo negativo Pretérito mais-que-perfeito
reouvera, reouveras, reouvera,
PROVER reouvéramos, reouvéreis, reouveram
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, Pretérito imperf. do subjuntivo
provedes, provêem reouvesse, reouvesses, reouvesse,
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, reouvéssemos, reouvésseis, reouvessem
províeis, proviam Futuro reouver, reouveres, reouver,
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, reouvermos, reouverdes, reouverem
provestes, proveram O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, em que esse apresenta a letra v
provêramos, provêreis, proveram
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, SABER
proveremos, provereis, proverão Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis,
Futuro do pretérito proveria, sabem
proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos,
proveriam soubestes, souberam
Imperativo provê, proveja, provejamos, Pretérito mais-que-perfeito soubera,
provede, provejam souberas, soubera, soubéramos, soubéreis,
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, souberam
provejamos, provejais. provejam Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos,
Pretérito imperfeito provesse, sabíeis, sabiam
provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, Presente do subjuntivo soubesse,
provessem soubesses, soubesse, soubéssemos,
Futuro prover, proveres, prover, provermos, soubésseis, soubessem
proverdes, proverem Futuro souber, souberes, souber,
Gerúndio provendo soubermos, souberdes, souberem
Particípio provido

Teoria e Prática
42
Língua Portuguesa
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, AGREDIR
valem Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos,
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, agredis, agridem
valhais, valham Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos,
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham agridais, agridam
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi,
TRAZER agridam
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do
trazem radical substituído por I.
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos,
trazíeis, traziam COBRIR
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos,
trouxestes, trouxeram cobris, cobrem
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos,
trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, cubrais, cubram
trouxeram Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri,
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, cubram
trarão Particípio coberto
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
traríeis, trariam
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, FALIR
tragam Presente do indicativo falimos, falis
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis,
tragais, tragam faliam
Pretérito imperfeito trouxesse, Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira,
trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, falíramos, falireis, faliram
trouxésseis, trouxessem Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes,
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, faliram
trouxermos, trouxerdes, trouxerem Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis,
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, falirão
trazerdes, trazerem Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos,
Gerúndio trazendo faliríeis, faliriam
Particípio trazido Presente do subjuntivo não há
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos,
VER falísseis, falissem
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes,
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram falirem
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, Imperativo afirmativo fali (vós)
vireis, viram Imperativo negativo não há
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes,
vocês falirem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, Gerúndio falindo
vejam Particípio falido
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis,
vissem FERIR
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Particípio visto Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus
ABOLIR derivados.
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis,
abolem MENTIR
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos,
abolíeis, aboliam mentis, mentem
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos,
abolistes, aboliram mintais, mintam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, Imperativo mente, minta, mintamos, menti,
abolíramos, abolíreis, aboliram mintam
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir,
aboliremos, abolireis, abolirão consentir, pressentir.
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria,
aboliríamos, aboliríeis, aboliriam FUGIR
Presente do subjuntivo não há Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis,
Presente imperfeito abolisse, fogem
abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
abolissem Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos,
abolirdes, abolirem IR
Imperativo afirmativo abole, aboli Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Imperativo negativo não há Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
abolirdes, abolirem Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos,
Infinitivo impessoal abolir fôreis, foram
Gerúndio abolindo Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
Particípio abolido Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
do L do radical há E ou I. Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não

Teoria e Prática
43
Língua Portuguesa
vades, não vão Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes,
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão vierem
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
fossem Gerúndio vindo
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem Particípio vindo
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Gerúndio indo
Particípio ido SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis,
OUVIR somem
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos,
ouvem sumais, sumam
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
ouçais, ouçam Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir,
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam fugir, consumir, cuspir
Particípio ouvido
ADVÉRBIO
PEDIR
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou
pedem o próprio advérbio, exprimindo uma circunstância.
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos,
pedistes, pediram Os advérbios dividem-se em:
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém,
peçais, peçam além, algures, alhures, nenhures, atrás, fora, dentro, perto,
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, longe, adiante, diante, onde, avante, através, defronte,
peçam aonde, etc.
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora,
anteontem, sempre, nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal,
POLIR outrora, então, amiúde, breve, brevemente, entrementes,
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, raramente, imediatamente, etc.
pulem 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar,
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, como, debalde, pior, melhor, suavemente, tenazmente,
pulam comumente, etc.
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais,
menos, tão, bastante, demasiado, meio, completamente,
REMIR profundamente, quanto, quão, tanto, bem, mal, quase,
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, apenas, etc.
redimis, redimem 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente,
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, realmente, efefivamente, etc.
redimamos, redimais, redimam 6) NEGAÇÃO: não.
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura,
RIR possivelmente, quiçá, decerto, provavelmente, etc.
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam Há Muitas Locuções Adverbiais
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, distância, à frente, à entrada, à saída, ao lado, ao fundo,
riram ao longo, de fora, de lado, etc.
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia,
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam de tarde, à tarde, à noite, às ave-marias, ao entardecer, de
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez em
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam quando, de longe em longe, etc.
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, 3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a
rissem contento, a esmo, de bom grado, de cor, de mansinho, de
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem chofre, a rigor, de preferência, em geral, a cada passo, às
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vistos, de
Gerúndio rindo propósito, de súbito, por um triz, etc.
Particípio rido 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a
Conjuga-se como rir: sorrir cavalo, a martelo, a máquina, a tinta, a paulada, a mão, a
facadas, a picareta, etc.
VIR 5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo,
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, etc.
vêm 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, nenhum, em hipótese alguma, etc.
vínheis, vinham 7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza,
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, etc.
vieram
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, Advérbios Interrogativos
viéramos, viéreis, vieram Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, Palavras Denotativas
viriam Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, advérbios, terão classificação à parte. São palavras que
venham denotam exclusão, inclusão, situação, designação, realce,
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, retificação, afetividade, etc.
venhais, venham 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo,
viésseis, viessem inclusive, etc.
Teoria e Prática
44
Língua Portuguesa
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. XVIII 18 Dezoito Décimo oitavo Dezoito avos
4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou
XIX 19 Dezenov Décimo nono Dezenove avos
antes, etc.
e
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
Você lá sabe o que está dizendo, homem... XX 20 Vinte Vigésimo Vinte avos
Mas que olhos lindos!
Veja só que maravilha!
XXX 30 Trinta Trigésimo Trinta avos
NUMERAL
XL 40 Quarenta Quadragésimo Quarenta avos
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem,
múltiplo ou fração.
L 50 Cinquenta Quinquagésim Cinquenta avos
o
O numeral classifica-se em:
- cardinal - quando indica quantidade. LX 60 Sessenta Sexagésimo Sessenta avos
- ordinal - quando indica ordem.
- multiplicativo - quando indica multiplicação.
- fracionário - quando indica fracionamento. LXX 70 Setenta Septuagésimo Setenta avos

Exemplos:
LXXX 80 Oitenta Octogésimo Oitenta avos
Silvia comprou dois livros.
Antônio marcou o primeiro gol.
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. XC 90 Noventa Nonagésimo Noventa avos
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
C 100 Cem Centésimo Centésimo

QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS


CC 200 Duzentos Ducentésimo Ducentésimo
Algarismos Numerais
Romanos Arábicos Cardinai Ordinais Multip Fracionários
CCC 300 Trezentos Trecentésimo Trecentésimo
s licativ
os
I 1 Um Primeiro Simpl - CD 400 Quatrocent Quadringentés Quadringentési
es os imo mo
II 2 Dois Segundo Duplo Meio
D
obro
III 3 Três Terceiro Tríplic Terço D 500 Quinhentos Quingentésim Quingentésimo
e o
IV 4 Quatro Quarto Quád Quarto
ruplo DC 600 Seiscentos Sexcentésimo Sexcentésimo

V 5 Cinco Quinto Quínt Quinto


uplo DCC 700 Setecentos Septingentési Septingentésimo
mo
VI 6 Seis Sexto Sêxtu Sexto
plo DCCC 800 Oitocentos Octingentésim Octingentésimo
o
VII 7 Sete Sétimo Sétupl Sétimo
o CM 900 Novecentos Nongentésimo Nongentésimo
VIII 8 Oito Oitavo Óctu Oitavo
plo
M 1000 Mil Milésimo Milésimo
IX 9 Nove Nono Nônu Nono
plo Emprego do Numeral
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos,
X 10 Dez Décimo Décu Décimo capítulos, etc. empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
plo João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
XI 11 Onze Décimo Onze avos
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
primeiro Pio lX (nono) século lV (quarto)

XII 12 Doze Décimo Doze avos De 11 em diante, empregam-se os cardinais:


segundo Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
XIII 13 Treze Décimo Treze avos
terceiro Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
XX Salão do Automóvel (vigésimo)
XIV 14 Quatorze Décimo Quatorze avos
VI Festival da Canção (sexto)
quarto
lV Bienal do Livro (quarta)
XV 15 Quinze Décimo quinto Quinze avos XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)

Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar


XVI 16 Dezesseis Décimo sexto Dezesseis avos preferência ao emprego do ordinal.
Hoje é primeiro de setembro
XVII 17 Dezessete Décimo sétimo Dezessete avos
Não é aconselhável iniciar período com algarismos
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia

A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais

Teoria e Prática
45
Língua Portuguesa
pelos ordinais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), estão ligando orações: são também conjunções.
página trinta e dois (= a trigésima segunda página). Os cardinais
um e dois não variam nesse caso porque está subentendida a Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou
palavra número. Casa número vinte e um, página número trinta palavras da mesma oração.
e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a folha vinte e
um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o numeral No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que
flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. uma dependa da outra, sem que a segunda complete o sentido
da primeira: por isso, a conjunção E é coordenativa.
ARTIGO
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para completam uma à outra e faz com que a segunda dependa da
determiná-los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o primeira: por isso, a conjunção QUANDO é subordinativa.
número.
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e
Dividem-se em subordinativas.
• definidos: O, A, OS, AS
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, As conjunções coordenativas podem ser:
particular.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, 1) Aditivas, que dão ideia de adição,
determinado). acrescentamento: e, nem, mas também, mas ainda,
senão também, como também, bem como.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
impreciso, geral. Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Viajei com um médico. (Um médico não referido, Os livros não só instruem mas também
desconhecido, indeterminado). divertem.
As abelhas não apenas produzem mel e cera
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de mas ainda polinizam as flores.
sentido.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste,
ressalva, compensação: mas, porém, todavia, contudo,
CONJUNÇÃO
entretanto, sendo, ao passo que, antes (= pelo
contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. todo caso.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
Coniunções Coordenativas Ela não era bonita, contudo cativava pela
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. simpatia.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, Não vemos a planta crescer, no entanto, ela
entretanto, senão, no entanto, etc. cresce.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
quer, etc. O professor não proíbe, antes estimula as
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por perguntas em aula.
conseguinte, por consequência. O exército do rei parecia invencível, não
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, obstante, foi derrotado.
porque, pois, etc. Você já sabe bastante, porém deve estudar
mais.
Conjunções Subordinativas Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
1)CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez Hoje não atendo, em todo caso, entre.
que, etc.
2)CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância
etc. ou, ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
3)COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, Os sequestradores deviam render-se ou
mais que, etc. seriam mortos.
4)CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, Ou você estuda ou arruma um emprego.
como, etc. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
5)CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto Quer reagisse, quer se calasse, sempre
que, se bem que, etc. acabava apanhando.
6)INTEGRANTES: que, se, etc. "Já chora, já se ri, já se enfurece."
7)FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. (Luís de Camões)
8)CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de
sorte que, de forma que, de modo que, etc. 4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo,
9)PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por
quanto... tanto mais, etc. isso.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, As árvores balançam, logo está ventando.
depois que, etc. Você é o proprietário do carro, portanto é o
responsável.
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES O mal é irremediável; deves, pois, conformar-
te.
Examinemos estes exemplos:
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um
2º) Os livros ensinam e divertem. motivo: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao
3º) Saímos de casa quando amanhecia. verbo).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da porquanto) podem causar incêndios.
mesma oração: é uma conjunção. Choveu durante a noite, porque as ruas estão
molhadas.
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO

Teoria e Prática
46
Língua Portuguesa
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
sentido adversativo: Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que)
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. não saí.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." Não podem ver um cachorro na rua sem que o
(Jorge Amado) persigam.
Não podem ver um brinquedo que não o queiram
Conjunções subordinativas comprar.
As conjunções subordinativas ligam duas orações, 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para
subordinando uma à outra. Com exceção das integrantes, que).
essas conjunções iniciam orações que traduzem circunstâncias Afastou-se depressa para que não o víssemos.
(causa, comparação, concessão, condição ou hipótese, Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se
conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). ofendesse.
Abrangem as seguintes classes: Fiz-lhe sinal que se calasse.
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao
visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que. passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais),
tambor soa: efeito). (tanto)... quanto.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. À medida que se vive, mais se aprende.
Desde que é impossível, não insistirei. À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim tendo.
como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do Os soldados respondiam, à medida que eram
que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito chamados.
(= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como).
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo Observação:
vento. São incorretas as locuções proporcionais à medida em que,
O exército avançava pela planície qual uma serpente na medida que e na medida em que. A forma correta é à
imensa. medida que:
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades
categorias." diminuem."
(Paulo Mendes Campos) (Maria José de Queirós)
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira) 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo
"E pia tal a qual a caça procurada." que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois
(Amadeu de Queirós) que, até que, agora que, etc.
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" Venha quando você quiser.
(Carlos Drummond de Andrade) Não fale enquanto come.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
apressadas. Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
sincero. "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos
Os governantes realizam menos do que prometem. Povina Cavalcânti)
10) Integrantes: que, se.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, Sabemos que a vida é breve.
mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por Veja se falta alguma coisa.
mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em
que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não). Observação:
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa ninguém o chorasse, consideramos sem que conjunção
parecer. subordinativa modal. A NGB, porém, não consigna esta espécie
Beba, nem que seja um pouco. de conjunção.
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se
Em que pese à autoridade deste cientista, não bem que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo
podemos aceitar suas afirmações. que, a rim de que, etc.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de
noite. Muitas conjunções não têm classificação única, imutável,
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido
salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, que apresentam no contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
dado que. 1) Aditiva (= e):
Ficaremos sentidos, se você não vier. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. 2) Explicativa (= pois, porque):
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre Apressemo-nos, que chove.
a areia, a menos que os mosquitos se opusessem." 3) Integrante:
(Ferreira de Castro) Diga-lhe que não irei.
4) Consecutiva:
5) Conformativas: como, conforme, segundo, Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
consoante. As coisas não são como (ou conforme) dizem. Não vão a uma festa que não voltem
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." cansados.
(Machado de Assis) Onde estavas, que não te vi?
5) Comparativa (= do que, como):
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos A luz é mais veloz que o som.
tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte Ficou vermelho que nem brasa.
que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem 6) Concessiva (= embora, ainda que):
que, que (não). Alguns minutos que fossem, ainda assim seria
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. muito tempo.

Teoria e Prática
47
Língua Portuguesa
Beba, um pouco que seja. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e
7) Temporal (= depois que, logo que): número vão normalmente para o plural.
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
8) Final (= pare que): 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. diferentes vai para o masculino plural.
9) Causal (= porque, visto que): Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
"Velho que sou, apenas conheço as flores do 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o
meu tempo." (Vivaldo Coaraci) substantivo mais próximo:
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a Trouxe livros e revista especializada.
frase: 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a substantivo mais próximo.
comida, sem que ele pedisse. (sem que = embora não) Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito
sem que estude muito. (sem que = se não,caso não) concorda com o sujeito.
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que Meus amigos estão atrapalhados.
voltem cansados. (sem que = que não) 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito
pede o predicativo no gênero da pessoa a quem se
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de refere.
modo que não) Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
8) Os substantivos acompanhados de numerais
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. precedidos de artigo vão para o singular ou para o plural.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
PREPOSIÇÃO 9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o
primeiro vier precedido de artigo e o segundo não vão
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre para o plural.
dois termos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou Já estudei o primeiro e segundo livros.
antecedente, e o segundo, um subordinado ou consequente. 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
Exemplos: 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com
Chegaram a Porto Alegre. o nome a que se referem.
Discorda de você. Ela mesma veio até aqui.
Fui até a esquina. Eles chegaram sós.
Casa de Paulo. Eles próprios escreveram.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se
Preposições Essenciais e Acidentais refere.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, Muito obrigado. (masculino singular)
CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, Muito obrigada. (feminino singular).
SOBRE e ATRÁS. 13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando
é adjetivo e fica invariável quando é advérbio.
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora Quero meio quilo de café.
pertencem a outras classes, sendo chamadas, por isso, de Minha mãe está meio exausta.
preposições acidentais: afora, conforme, consoante, durante, É meio-dia e meia. (hora)
exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam
tirante, visto, etc. com o substantivo a que se referem.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
A expressão em anexo é invariável.
INTERJEIÇÃO
Trouxe em anexo estas fotos.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As substituem advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
interjeições podem ser: Vocês falaram alto demais.
- alegria: ahl oh! oba! eh! O combustível custava barato.
- animação: coragem! avante! eia! Você leu confuso.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! Ela jura falso.
- aplauso: bravo! viva! bis!
- desejo: tomara! oxalá! 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se
- dor: aí! ui! adjetivos, sofrem variação normalmente.
- silêncio: psiu! silêncio! Esses pneus custam caro.
- suspensão: alto! basta! Conversei bastante com eles.
Conversei com bastantes pessoas.
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o Estas crianças moram longe.
mesmo valor de uma interjeição. Conheci longes terras.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te
partam! CONCORDÂNCIA VERBAL
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
CASOS GERAIS

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL 1) O verbo concorda com o sujeito em número


e pessoa.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL O menino chegou. Os meninos chegaram.
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra 2) Sujeito representado por nome coletivo deixa
determinante se adapta a uma palavra determinada, por meio o verbo no singular.
de suas flexões. O pessoal ainda não chegou.
A turma não gostou disso.
Principais Casos de Concordância Nominal Um bando de pássaros pousou na árvore.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado
concordam em gênero e número com o substantivo. em S, o verbo só irá ao plural se tal núcleo vier
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. acompanhado de artigo no plural.

Teoria e Prática
48
Língua Portuguesa
Os Estados Unidos são um grande país. vier depois.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. Que são florestas equatoriais?
Os Alpes vivem cobertos de neve. Quem eram aqueles homens?
Em qualquer outra circunstância, o verbo
ficará no singular. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a
Flores já não leva acento. concordância se fará com a expressão numérica.
O Amazonas deságua no Atlântico. São oito horas.
Campos foi a primeira cidade na América do Hoje são 19 de setembro.
Sul a ter luz elétrica. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do
todo) seguidos de nome no plural deixam o verbo no 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou
singular ou levam-no ao plural, indiferentemente. falta, o verbo SER fica no singular.
A maioria das crianças recebeu, (ou Três batalhões é muito pouco.
receberam) prêmios. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
SE concorda com o sujeito paciente. Maria era as flores da casa.
Vende-se um apartamento. O homem é cinzas.
Vendem-se alguns apartamentos.
6) O pronome SE como símbolo de 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo,
indeterminação do sujeito leva o verbo para a 3ª pessoa o verbo SER concorda com o predicativo.
do singular. Dançar e cantar é a sua atividade.
Precisa-se de funcionários. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo
que a acompanha no singular e o verbo no singular ou no 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome
plural. pessoal, o verbo SER concorda com o pronome.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) A ciência, mestres, sois vós.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no Em minha turma, o líder sou eu.
singular ou no plural.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no verbo no infinitivo, apenas um deles deve ser flexionado.
singular. Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
Mais de um jurado fez justiça à minha música. Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO,
NINGUÉM, quando empregadas como sujeito e derem REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
ideia de síntese, pedem o verbo no singular.
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. Regência é o processo sintático no qual um termo depende
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando gramaticalmente do outro.
hora, acompanham o sujeito.
Deu uma hora. A regência nominal trata dos complementos dos nomes
Deram três horas. (substantivos e adjetivos).
Bateram cinco horas.
Naquele relógio já soaram duas horas. Exemplos:
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é
invariável e o verbo da frase em que é empregada - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
concorda normalmente com o sujeito. EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
Ela é que faz as bolas. PARA = passagem
Eu é que escrevo os programas.
13) O verbo concorda com o pronome A regência verbal trata dos complementos do verbo.
antecedente quando o sujeito é um pronome relativo.
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
Fui eu que fiz a lição 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias • pretender (transitivo indireto)
construções possíveis. No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
• que: Fui eu que fiz a lição. Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
• quem: Fui eu quem fez a lição. 2. OBEDECER - transitivo indireto
• o que: Fui eu o que fez a lição. Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, Já paguei um jantar a você.
deixam o verbo na terceira pessoa do singular. 4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
Acompanhados de auxiliar, transmitem a este sua Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
impessoalidade. 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Chove a cântaros. Ventou muito ontem. Prefiro Comunicação à Matemática.
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e
discussões. 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Informei-lhe o problema.
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
7. ASSISTIR - morar, residir:
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado Assisto em Porto Alegre.
por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os • amparar, socorrer, objeto direto
verbos SER e PARECER concordam com o predicativo. O médico assistiu o doente.
Tudo são esperanças. • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Aquilo parecem ilusões. Assistimos a um belo espetáculo.
Aquilo é ilusão. • SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Assiste-lhe o direito.
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o
verbo SER concorda sempre com o nome ou pronome que 8. ATENDER - dar atenção
Teoria e Prática
49
Língua Portuguesa
Atendi ao pedido do aluno. tem pessoa como sujeito:
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá
Atenderam o freguês com simpatia. aparecer na 3ª pessoa do singular, acompanhada do
pronome oblíquo. Quem sente dificuldade, será objeto
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto indireto.
A moça queria um vestido novo. Custou-me confiar nele novamente.
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto Custar-te-á aceitá-la como nora.
O professor queria muito a seus alunos.
Confronto e reconhecimento de frases corretas e
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto incorretas.
Todos visamos a um futuro melhor. Basta verificar a ortografia, acentuação, concordância,
• APONTAR, MIRAR - objeto direto regência.
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. Ex:
• pör o sinal de visto - objeto direto Ele moreu honte. (errado)
O gerente visou todos os cheques que entraram Ele morreu ontem. (correto)
naquele dia.

11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto COLOCAÇÃO PRONOMINAL


indireto
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a
Devemos obedecer aos superiores.
compreensão de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na
Desobedeceram às leis do trânsito.
posição funcionalmente correta em relação às outras, assim
como convém dispor com clareza as orações no período e os
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
períodos no discurso.
• exigem na sua regência a preposição EM
O armazém está situado na Farrapos. Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. cuida da ordem ou disposição das palavras na construção das
frases. Os termos da oração, em português, geralmente são
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é colocados na ordem direta (sujeito + verbo + objeto direto +
intransitivo. objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As inversões
Essas tuas justificativas não procedem. dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja
• no sentido de originar-se, descender, derivar, posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o
proceder, constrói-se com a preposição DE. espetáculo), ou de pura natureza gramatical, sem intenção
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do especial de realce, obedecendo-se, apenas a hábitos da
tupi-guarani língua que se fizeram tradicionais.
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a
preposição A. Sujeito posposto ao verbo
O secretário procedeu à leitura da carta. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: (1) nas orações
intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, não
14. ESQUECER E LEMBRAR sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3)
• quando não forem pronominais, constrói-se com nas reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser
objeto direto: ele quem é... Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas
Esqueci o nome desta aluna. imperativas (Faze tu o que for possível); (5) nas optativas
Lembrei o recado, assim que o vi. (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão da Providência!); (6) nas
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto que têm o verbo na passiva pronominal (Eliminaram-se de vez
indireto: as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial
Esqueceram-se da reunião de hoje. (No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a
Lembrei-me da sua fisionomia. vontade de Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as
ameaças); (8) nas construídas com verbos intransitivos
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto (Desponta o dia). Colocam-se normalmente depois do verbo
para pessoa. da oração principal as orações subordinadas substantivas: é
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. claro que ele se arrependeu.
• pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre. Predicativo anteposto ao verbo
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
Ocorre, entre outros, nos seguintes casos:
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus. (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é
• pedir - Pedi um favor ao colega. ele?);

16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige (2) nas exclamativas (Que bonito é esse lugar!).
objeto direto:
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal
O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se A posposição do adjunto adnominal ao substantivo é a
com a preposição COM: sequência que predomina no enunciado lógico (livro bom,
O professor implicava com os alunos problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: (Uma
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói- simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no
se com a preposição EM: sentido de mero]. O menor descuido porá tudo a perder
Implicou-se na briga e saiu ferido [anteposição dos superlativos relativos: o melhor, o pior, o maior,
o menor]). A anteposição do adjetivo, em alguns casos,
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande
requer a preposição A: homem, um pobre rapaz).
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, Colocação dos pronomes átonos
requer PARA: O pronome átono pode vir antes do verbo (próclise,
Depois de aposentado, irá definitivamente para o pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise,
Mato Grosso. pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só
ocorre com formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não do pretérito (Vê-lo-ia).
Teoria e Prática
50
Língua Portuguesa
Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) No tocante à colocação dos termos na frase, salientem-se
depois de palavras negativas (Ninguém me preveniu), de as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de
pronomes interrogativos (Quem me chamou?), de pronomes um termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas
relativos (O livro que me deram...), de advérbios interrogativos gigante caudaloso" (= O gigante caudaloso das águas); (2)
(Quando me procurarás); (2) em orações optativas (Deus lhe anástrofe -- inversão da ordem normal de termos sintaticamente
pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te relacionados: "Do mar lançou-se na gelada areia" (= Lançou-se
comportes); (4) com gerúndio regido de em (Em se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposição, para a
aproximando...); (5) com infinitivo regido da preposição a, oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las (Fiquei a Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (=
observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa Não digo que a nossa Corte possa competir com Paris ou
(Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o Londres...); (4) sínquise -- alteração excessiva da ordem natural
acompanharam) ou de pronomes indefinidos (Todos a das palavras, que dificulta a compreensão do sentido: "No
estimam). tempo que do reino a rédea leve, João, filho de Pedro,
moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro,
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: moderava a rédea leve do reino).
(1) quando o verbo inicia a oração (Contaram-me que...),
Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
(2) depois de pausa (Sim, contaram-me que...),
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos
(3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no infinitivo (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
(Não quis incomodar-se).
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do
pretérito, a mesóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo- verbo (ênclise).
ei. Chama-lo-ia).
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na
Se o verbo estiver antecedido de palavra com força pronúncia.
atrativa sobre o pronome, haverá próclise (Não o chamarei.
Não o chamaria). Nesses casos, a língua moderna rejeita a PRÓCLISE
ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal. Usamos a próclise nos seguintes casos:
Pronomes com o verbo no particípio (1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca,
Com o particípio desacompanhado de auxiliar não se jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.
verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma oblíqua do - Nada me perturba.
pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...). - Ninguém se mexeu.
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a - De modo algum me afastarei daqui.
este. (Por que o têm perseguido? A criança tinha-se - Ela nem se importou com meus problemas.
aproximado.)
(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque,
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio que, conforme, embora, logo, que.
O pronome átono costuma vir enclítico ao gerúndio (João, - Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
afastando-se um pouco, observou...). Nas locuções verbais, virá - É necessário que a deixe na escola.
enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo quando este - Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos
estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força amigos sinceros.
atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes
relativos, conjunções etc.) Exemplo: À medida que se foram (3) Advérbios
afastando.
- Aqui se tem paz.
Colocação dos possessivos - Sempre me dediquei aos estudos.
Os pronomes adjetivos possessivos precedem os - Talvez o veja na escola.
substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o
quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças
advérbio) deixa de atrair o pronome.
suas); quando há ênfase (Não, amigos meus!); quando
determinam substantivo já determinado por artigo indefinido - Aqui, trabalha-se.
(Receba um abraço meu), por um numeral (Recebeu três
cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lembrança (4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus). - Alguém me ligou? (indefinido)
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
Colocação dos demonstrativos - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
Os demonstrativos, quando pronomes adjetivos, precedem
normalmente o substantivo (Compreendo esses problemas). A (5) Em frases interrogativas.
posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas
- Quanto me cobrará pela tradução?
em que se procura especificar melhor o que se disse
anteriormente: "Ouvi tuas razões, razões essas que não (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem
chegaram a convencer-me." desejo).
Colocação dos advérbios - Deus o abençoe!
- Macacos me mordam!
Os advérbios que modificam um adjetivo, um particípio
isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas - Deus te abençoe, meu filho!
palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando (7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
modificam o verbo, os advérbios de modo costumam vir
pospostos a este (Cantou admiravelmente. Discursou bem. - Em se plantando tudo dá.
Falou claro.). Anteposto ao verbo, o adjunto adverbial fica - Em se tratando de beleza, ele é campeão.
naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava rente ao
(8) Com formas verbais proparoxítonas
mar."
- Nós o censurávamos.
Figuras de sintaxe
MESÓCLISE

Teoria e Prática
51
Língua Portuguesa
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai Assonância
acontecer – amarei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia
acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, …) repetição dos mesmos sons vocálicos.

- Convidar-me-ão para a festa. Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato
- Convidar-me-iam para a festa. democrático do litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. meu ser me deu." (Fernando Pessoa)
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa. Paranomásia
ÊNCLISE o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada. Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às
primícias" (Padre Antonio Vieira)
- Tornarei-me……. (errada)
- Tinha entregado-nos……….(errada) Onomatopéia
Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa. criação de uma palavra para imitar um som
- Entregar-lhe (correta) Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava
- Não posso recebê-lo. (correta) aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E
estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando
Outros casos: sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles)
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem- Linguagem figurada
se.
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes. Elipse
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo. omissão de um termo ou expressão facilmente
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de subentendida. Casos mais comuns:
palavra atrativa, ocorrerá a próclise: a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito:
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense. iremos depois, compraríeis a casa?
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos. b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral;
Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças
rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com a camisa rota, com
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + as calças rasgadas.
infinitivo, gerúndio ou particípio. d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero
AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo que você me entenda.
auxiliar. Se houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria
antes do verbo auxiliar. mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em
diálogos - E o rapaz: - Não sei de nada !, em vez de E o rapaz
- Havia-lhe contado a verdade. disse:
- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
Zeugma
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra
atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for
verbo principal. verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa
verbais. Utilizada, sobretudo, nas or. comparativas. Ex: Alguns
Infinitivo estudam, outros não, por: alguns estudam, outros não
- Quero-lhe dizer o que aconteceu. estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano
- Quero dizer-lhe o que aconteceu. / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico
Buarque) - omissão de era
Gerúndio
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu. Hipérbato
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes oração, ou das orações no período. São determinadas por
do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. ênfase e podem até gerar anacolutos.
Infinitivo Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
- Não lhe quero dizer o que aconteceu.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu. Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido
Gerúndio drasticamente, Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na
- Não lhe ia dizendo a verdade. sínquise
- Não ia dizendo-lhe a verdade. Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato
Figuras de Linguagem Anástrofe

Figuras sonoras anteposição, em expressões nominais, do termo regido de


preposição ao termo regente.
Aliteração
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O
repetição de sons consonantais (consoantes). manto lutuoso da morte vos cobre a todos.
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato
características marcantes do Simbolismo, assim como a
sinestesia. Pleonasmo

Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos repetição de um termo já expresso, com objetivo de
violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / enfatizar a ideia.
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões
que choram. Cruz e Souza)

Teoria e Prática
52
Língua Portuguesa
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora:
meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de personificação (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ?
Moraes), Ao pobre não lhe devo (OI pleonástico) Personificação - atribuição de ações, qualidades e
sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri aos
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta
ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de assumindo valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D.
sangue, descer para baixo) Quixote = idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo
Assíndeto universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior
rapidez ao texto. Ocorre muito nas or. coordenadas. Catacrese

Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não uso impróprio de uma palavra ou expressão, por
murmuram os rios." esquecimento ou na ausência de termo específico.

Polissíndeto Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se


um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo
repetição de conectivos na ligação entre elementos da enterrar era usado primitivamente para significar apenas
frase ou do período. colocar na terra.
Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de
maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os forno são considerados metáforas viciadas. Perderam valor
ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o estilístico e se formaram graças à semelhança de forma
vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade) existente entre seres.
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
Anacoluto
Metonímia
termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica.
Normalmente, inicia-se uma determinada construção sintática substituição de um nome por outro em virtude de haver
e depois se opta por outra. entre eles associação de significado.
Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro
passa de alguns anos sem importância (sujeito sem predicado) (o possuidor pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi
/ Quem ama o feio, bonito lhe parece (alteraram-se as dois copos de leite (continente pelo conteúdo - leite) / Ser o
relações entre termos da oração) Cristo da turma. (indivíduo pala classe - culpado) / Completou
dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro é
Anáfora
malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou (matéria pela obra - copos).
frases.
Antonomásia, perífrase
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou
a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico
por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre
Buarque)
nome e seu aposto.
Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe;
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das
repetição no início e no fim será símploce. Classificações
selvas = o leão, Escritor Maldito = Lima Barreto
propostas por Rocha Lima.
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da
Silepse
metonímia
é a concordância com a ideia, e não com a palavra
Sinestesia
escrita. Existem três tipos:
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais
a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (=
(olfato, visão, audição, gustação e tato).
a cidade de São Paulo). V. Sª é lisonjeiro
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua
Canudos (= o livro de Euclides da Cunha). O casal não veio, voz deliciava ... / Na dolência velada das sonatas / Como um
estavam ocupados. perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas
brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava."
processo verbal) (Cruz e Souza)
Antecipação Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de
metáfora
antecipação de termo ou expressão, como recurso
enfático. Pode gerar anacoluto. Anadiplose
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje. é a repetição de palavra ou expressão de fim de um
O tempo parece que vai piorar membro de frase no começo de outro membro de frase.
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse. Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que
amargamente condena os motivos dados."
Figuras de palavras ou tropos
Figuras de pensamento
(Para Bechara alterações semânticas)
Antítese
Metáfora
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por
sentido.
analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo
comparativo. Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de
homens vazios" (Vinicius de Moraes)
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave
do problema. / "Veja bem, nosso caso / É uma porta
entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)

Teoria e Prática
53
Língua Portuguesa
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento,
proposição de Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" 04. Assinale a alternativa que dá continuidade
Camões) ao texto abaixo, em conformidade com a norma culta.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou
Eufemismo nácar. Essa substância do interior da concha de moluscos
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável reúne outras características interessantes, como
resistência e flexibilidade.
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi (A) Se puder ser moldada, daria ótimo material
feliz nos exames. (foi reprovado) para a confecção de componentes para a indústria.
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote -
para a confecção de componentes para a indústria.
afirma-se algo pela negação do contrário. (Ele não vê, em
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para
lugar de Ele é cego; Não sou moço, em vez de Sou velho).
a confecção de componentes para a indústria.
Para Bechara, alteração semântica.
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material
Hipérbole para a confecção de componentes para a indústria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material
exagero de uma ideia com finalidade expressiva para a confecção de componentes para a indústria.
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca
pelos filhos (gosta muito dos filhos) 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se
constituído num problema para a expressão culta da
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de língua. Indique a única alternativa em que ele está
metáfora. empregado conforme o padrão culto.
(A) Após aquele treinamento, a corretora está
Ironia
falando muito bem.
utilização de termo com sentido oposto ao original, (B) Nós vamos estar analisando seus dados
obtendo-se, assim, valor irônico. cadastrais ainda hoje.
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase aguardando na linha.
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta. (D) No próximo sábado, procuraremos estar
liberando o seu carro.
Gradação (E) Breve, queremos estar entregando as chaves
de sua nova casa.
apresentação de ideias em progressão ascendente
(clímax) ou descendente (anticlímax)
06. De acordo com a norma culta, a
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não concordância nominal e verbal está correta em:
saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente." (A) As características do solo são as mais
variadas possível.
Prosopopéia, personificação, animismo (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que
é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a rapidamente.
seres irracionais e inanimados. (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens
solicitada.
Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas
aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc) explicações.
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure
Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora. saná-las logo.
PROVA SIMULADA I
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as
normas cultas de flexão de grau.
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de
e à grafia das palavras.
quem era amiquíssimo.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
por permanecer lá durante as férias.
(C) O processo foi julgado em segunda estância.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho
(D) O problema passou despercebido na
era melhor de todos.
votação.
(D) Diante dos problemas, ansiava por um
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
resultado mais bom que ruim.
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da
02. A alternativa correta quanto ao uso dos
mais malíssima qualidade.
verbos é:
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
palavras completam, correta e respectivamente, as frases
(C) A colega não se contera diante da situação.
dadas.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão
público financiamento estatal ciência e tecnologia.
03. O particípio verbal está corretamente
(A) à ... sobre o ... do ... para
empregado em:
(B) a ... ao ... do ... para
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos
(C) à ... do ... sobre o ... a
barcos.
(D) à ... ao ... sobre o ... à
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete
(E) a ... do ... sobre o ... à
horas.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade
crime.
dos candidatos, a franqueadora procura ser muito mais
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando
criteriosa ao contratá-los, pois eles devem estar aptos
chegamos.
comercializar seus produtos.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa
(A) ao ... a ... à
toda.
(B) àquele ... à ... à

Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
(C) àquele...à ... a lo.
(D) ao ... à ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua
(E) àquele ... a ... a obtenção.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua
10. Assinale a alternativa gramaticalmente obtenção.
correta de acordo com a norma culta. (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
(A) Bancos de dados científicos terão seu
alcance ampliado. E isso trarão grandes benefícios às 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da
pesquisas. Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Face à
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói proximidade da data de inauguração de nosso Teatro
parques, colaborando com o meio ambiente. Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a
em institutos, desenvolvendo projetos na área médica. máxima urgência na antecipação do envio dos primeiros
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e convites para o Excelentíssimo Senhor Governador do
outras preocupantes apresentadas pelos economistas. Estado de São Paulo, o Reverendíssimo Cardeal da
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das Universidades
para quem vive no litoral ou aproveitam férias ali. Paulistas, para que essas autoridades possam se
programar e participar do referido evento.
11. A frase correta de acordo com o padrão Atenciosamente,
culto é: ZZZ
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de Assistente de Gabinete.
emergência devido às chuvas. De acordo com os cargos das diferentes
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, autoridades, as lacunas são correta e adequadamente
não receberemos reclamações. preenchidas, respectivamente, por
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
de maior apoio à cultura. (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ...
este não foi poupado da culpa. Excelentíssimos
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ...
Excelentíssimos
12. A maior parte das empresas de franquia (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos
pretende expandir os negócios das empresas de franquia
pelo contato direto com os possíveis investidores, por meio 17. Assinale a alternativa em que, de acordo
de entrevistas. Esse contato para fins de seleção não só com a norma culta, se respeitam as regras de pontuação.
permite às empresas avaliar os investidores com relação (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado última entrevista, revelou, que temos uma arrecadação
dos investidores. bem maior que a prevista.
(Texto adaptado) (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia:
Para eliminar as repetições, os pronomes que se deve a uma sociedade inerte diante do
apropriados para substituir as expressões: das empresas de desrespeito à sua própria lei? Nada.
franquia, às empresas, os investidores e dos investidores, no (C) O cidadão, foi preso em flagrante e,
texto, são, respectivamente: interrogado pela Autoridade Policial, confessou sua
(A) seus ... lhes ... los ... lhes participação no referido furto.
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor
(C) seus ... nas ... los ... deles solução, no caso deste funcionário, seja aquela sugerida,
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu pela própria chefia.
(E) seus ... lhes ... eles ... neles (E) Impunha-se, pois, a recuperação dos
documentos: as certidões negativas, de débitos e os
13. Assinale a alternativa em que se colocam os extratos, bancários solicitados.
pronomes de acordo com o padrão culto.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais 18. O termo oração, entendido como uma
informações. construção com sujeito e predicado que formam um
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se período simples, se aplica, adequadamente, apenas a:
religiosamente. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua esparsas no litoral.
válido. (B) O vigia abandonou a guarita, assim que
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade cumpriu seu período.
esperada. (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser
(E) Me transmita as novidades quando chegar época de chuvas.
de Paris. (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado
à falta de juízo.
14. O pronome oblíquo representa a (E) Os concorrentes à vaga de carteiro
combinação das funções de objeto direto e indireto em: submeteram-se a exames.
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. Leia o período para responder às questões de números 19 e
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. 20.
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. O livro de registro do processo que você procurava era o
que estava sobre o balcão.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-
lo. 19. No período, os pronomes o e que, na
Substituindo-se as formas verbais de desejar, respectiva sequência, remetem a
lutar e obter pelos respectivos substantivos a elas (A) processo e livro.
correspondentes, a frase correta é: (B) livro do processo.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua (C) processos e processo.
obtenção. (D) livro de registro.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê- (E) registro e processo.

Teoria e Prática
55
Língua Portuguesa
25. Felizmente, ninguém se machucou.
20. Analise as proposições de números I a IV com Lentamente, o navio foi se afastando da
base no período acima: costa.
I. há, no período, duas orações; Considere:
II. o livro de registro do processo era o, é a I. felizmente completa o sentido do verbo
oração principal; machucar;
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; II. felizmente e lentamente classificam-se como
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. adjuntos adverbiais de modo;
Está correto o contido apenas em III. felizmente se refere ao modo como o falante
(A) II e IV. se coloca diante do fato;
(B) III e IV. IV. lentamente especifica a forma de o navio se
(C) I, II e III. afastar;
(D) I, II e IV. V. felizmente e lentamente são
(E) I, III e IV. caracterizadores de substantivos.
Está correto o contido apenas em
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia (A) I, II e III.
providenciar a leitura do acórdão, e ainda não o fez. (B) I, II e IV.
Analise os itens relativos a esse trecho: (C) I, III e IV.
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão (D) II, III e IV.
incorretamente grafadas; (E) III, IV e V.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a
possibilidade da leitura pelo Juiz; 26. O segmento adequado para ampliar a frase
III. o e foi usado para indicar oposição, com – Ele comprou o carro..., indicando concessão, é:
valor adversativo equivalente ao da palavra mas; (A) para poder trabalhar fora.
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, (B) como havia programado.
significando leitura do acórdão, e fez adquire o respectivo (C) assim que recebeu o prêmio.
sentido de devia providenciar. (D) porque conseguiu um desconto.
Está correto o contido apenas em (E) apesar do preço muito elevado.
(A) II e IV.
(B) III e IV. 27. É importante que todos participem da
(C) I, II e III. reunião.
(D) I, III e IV. O segmento que todos participem da
(E) II, III e IV. reunião, em relação a
É importante, é uma oração subordinada
22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do (A) adjetiva com valor restritivo.
rapaz saiu nos jornais. (B) substantiva com a função de sujeito.
Ao transformar os dois períodos simples num (C) substantiva com a função de objeto direto.
único período composto, a alternativa correta é: (D) adverbial com valor condicional.
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era (E) substantiva com a função de predicativo.
campeão de tênis.
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o
campeão de tênis. orientou. A relação estabelecida pelo termo como é de
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu (A) comparatividade.
nome saiu nos jornais. (B) adição.
(D) O nome do rapaz onde era campeão de (C) conformidade.
tênis saiu nos jornais. (D) explicação.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era (E) consequência.
campeão de tênis.
29. A região alvo da expansão das empresas,
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso _____, das redes de franquias, é a Sudeste, ______ as
podou, ontem, os enfraquecidos galhos da velha árvore. demais regiões também serão contempladas em
Assinale a alternativa correta para interrogar, diferentes proporções; haverá, ______, planos
respectivamente, sobre o adjunto adnominal de jardineiro diversificados de acordo com as possibilidades de
e o objeto direto de podar. investimento dos possíveis franqueados.
(A) Quem podou? e Quando podou? A alternativa que completa, correta e
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? respectivamente, as lacunas e relaciona corretamente as
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? ideias do texto, é:
(D) Que vizinho? e Que galhos? (A) digo ... portanto ... mas
(E) Quando podou? e Podou o quê? (B) como ... pois ... mas
(C) ou seja ... embora ... pois
24. O público observava a agitação dos (D) ou seja ... mas ... portanto
lanterninhas da plateia. (E) isto é ... mas ... como
Sem pontuação e sem entonação, a frase
acima tem duas possibilidades de leitura. Elimina-se essa 30. Assim que as empresas concluírem o processo
ambiguidade pelo estabelecimento correto das relações de seleção dos investidores, os locais das futuras lojas de
entre seus termos e pela sua adequada pontuação em: franquia serão divulgados.
(A) O público da plateia, observava a agitação A alternativa correta para substituir Assim que
dos lanterninhas. as empresas concluírem o processo de seleção dos
(B) O público observava a agitação da plateia, investidores por uma oração reduzida, sem alterar o
dos lanterninhas. sentido da frase, é:
(C) O público observava a agitação, dos (A) Porque concluindo o processo de seleção
lanterninhas da plateia. dos investidores ...
(D) Da plateia o público, observava a agitação (B) Concluído o processo de seleção dos
dos lanterninhas. investidores ...
(E) Da plateia, o público observava a agitação (C) Depois que concluíssem o processo de
dos lanterninhas. seleção dos investidores ...
(D) Se concluído do processo de seleção dos

Teoria e Prática
56
Língua Portuguesa
investidores...
(E) Quando tiverem concluído o processo de 35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com
seleção dos investidores ... apoio na quantidade, exceto:
A) frequência escolar;
A MISÉRIA É DE TODOS NÓS B) liderança diplomática;
Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma C) mortalidade infantil;
chaga social que remonta aos primórdios da colonização? No D) analfabetismo;
decorrer das últimas décadas, enquanto a miséria se mantinha E) desempenho econômico.
mais ou menos do mesmo tamanho, todos os indicadores sociais
brasileiros melhoraram. Há mais crianças em idade escolar 36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus
frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro músculos.''; com essa frase, o jornalista quer dizer que o
período da nossa história. As taxas de analfabetismo e Brasil:
mortalidade infantil também são as menores desde que se A) já está suficientemente forte para começar a exercer
passou a registrá-las nacionalmente. O Brasil figura entre as dez sua liderança na América Latina;
nações de economia mais forte do mundo. No campo B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos;
diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de
uma inconteste liderança política regional na América Latina, marcar presença no cenário exterior;
ao mesmo tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que
ter se tornado um forte oponente das injustas políticas de já é suficientemente forte para tornar-se líder;
comércio dos países ricos. E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior.

Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste. 37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora:
Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
zona rural, esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos B) se manifeste de formas distintas;
brasileiros mais bem posicionados na escala social, a miséria é C) esteja escondida dos olhos de alguns;
onipresente. Nas grandes cidades, com aterrorizante D) seja combatida pelas autoridades;
frequência, ela atravessa o fosso social profundo e se manifesta E) se torne mais disseminada e cruel.
de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações é
a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, 38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que
certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. é uma empreitada complexa; o item em que essa
Explicar a resistência da pobreza extrema entre milhões de equivalência é feita de forma INCORRETA é:
habitantes não é uma empreitada simples. A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação
Veja, ed. 1735 superficial;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
31. O título dado ao texto se justifica porque: C) não é uma questão vital = é uma questão
A) a miséria abrange grande parte de nossa população; desimportante;
B) a miséria é culpa da classe dominante; D) não é um problema universal = é um problema
C) todos os governantes colaboraram para a miséria particular;
comum; E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós;
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o
verbo desse segmento do texto no futuro do subjuntivo, a
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da forma correta seria:
miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos A) mantiver;
primórdios da colonização?'': B) manter;
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; C) manterá;
B) representa o tema central de todo o texto; D) manteria;
C) é só uma motivação para a leitura do texto; E) mantenha.
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta;
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos
resposta. segmentos abaixo é:
A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
miséria no Brasil que ela: C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
produtivo em outras áreas; E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
B) tem manifestações violentas, como a criminalidade
nas grandes cidades; PROTESTO TÍMIDO
C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha
não apareçam para a classe dominante; vida e faltavam dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça
D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se General Osório, olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da
coaduna com a de outros indicadores sociais; esquina, algo que me pareceu uma trouxa de roupa, um saco
E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era um menino.
nas últimas décadas.
Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de
34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é: lado, braços dobrados como dois gravetos, as mãos
A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos também encolhidos
os outros indicadores sociais melhoraram; e enfiados dentro da camisa de meia esburacada, para se
B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia
Brasil e se mantém onipresente; estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada conhecimento de sua existência. Não era um ser humano, era
por governos incompetentes; um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado
D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em sobre a calçada. Um menor abandonado.
muitas áreas, a miséria ainda atinge uma pequena parte
de nosso povo; Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos,
E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o na casa de sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam
indicador da miséria que leva à criminalidade. sucos de frutas, alguns mastigavam sanduíches. Além, na

Teoria e Prática
57
Língua Portuguesa
esquina da praça, o carro da radiopatrulha estacionado, dois B) I - III
boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém tomava C) II - IV
conhecimento da existência do menino. D) I - IV
E) II - III
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que
25 milhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do 45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro
menino se eu o acordasse para lhe dar todo o dinheiro que parágrafo do texto é:
trazia no bolso? Resolveria o seu problema? O problema do A) o cronista situa no tempo e no espaço os
menor abandonado? A injustiça social? acontecimentos abordados na crônica;
(....) B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o
menino
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que C) a semelhança entre o menino abandonado e uma
a imaginação não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem trouxa de roupa é a sujeira;
o que comer nem onde dormir - isto é um menor abandonado. D) a localização do fato perto da meia-noite não tem
Para entender, só mesmo imaginando meu filho largado no importância para o texto;
mundo aos seis, oito ou dez anos de idade, sem ter para onde ir E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o
nem para quem apelar. Imagino que ele venha a ser um desses título da crônica.
que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o
que nos desperta mal contida irritação - para nos pedir um plural da mesma forma que:
trocado. Não temos disposição sequer para olhá-lo e A) salvo-conduto;
simplesmente o atendemos (ou não) para nos livrarmos B) abaixo-assinado;
depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que C) salário-família;
sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. D) banana-prata;
Mas estamos em pleno século XX, vivendo a era do progresso E) alto-falante.
para o Brasil, conquistando um futuro melhor para os nossos
filhos. Até lá, que o menor abandonado não chateie, isto é 47 A descrição do menino abandonado é feita no
problema para o juizado de menores. Mesmo porque são todos segundo parágrafo do texto; o que NÃO se pode dizer do
delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo terminarão na processo empregado para isso é que o autor:
cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte. A) se utiliza de comparações depreciativas;
B) lança mão de vocábulo animalizador;
Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do
dormindo na rua, exposto ao frio da noite, e além de nada ter menino;
feito por ele, ainda o confundi com um monte de lixo. D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
Fernando Sabino E) usa grande número de termos adjetivadores.

41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse
como melhor definição: segmento do texto significa que:
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; A) a aparência do menino não permitia saber se dormia
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em ou estava morto;
fatos do cotidiano; B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado; C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e menino dormindo ou morto;
estrutura bastante variados; D) não havia diferença, para a descrição feita, se o
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais. menino estava dormindo ou morto;
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito
imperfeito - vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros
para o pretérito perfeito - olhei, vi etc.; essa mudança momentos históricos de nosso país; o segmento do texto
marca a passagem: em que isso ocorre é:
A) do passado para o presente; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e
B) da descrição para a narração; vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da
esquina, ALGO que me pareceu uma trouxa de roupa...''; 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente
o uso do termo destacado se deve a que: neste segmento do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;
B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado B) comparação ou símile;
como um traste inútil; C) metáfora;
C) a situação do fato não permite a perfeita D) prosopopeia;
identificação do menino; E) personificação.
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas
ou a pessoas. PROVA SIMULADA II

44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as 01. Ache o verbo que está erradamente conjugado no
quatro frases a seguir: presente do subjuntivo:
I - Daqui há pouco vou sair. a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ;
I - Está no Rio há duas semanas. requeram
III - Não almoço há cerca de três dias. b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem
IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino. c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem
As frases que apresentam corretamente o emprego do d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem
verbo haver são: e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam
A) I - II

Teoria e Prática
58
Língua Portuguesa
02. Assinale a alternativa falsa: 11. Assinale onde não ocorre a concordância nominal:
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
imperativo negativo são tempos derivados do presente do b ( ) Tenho bastante dúvidas.
indicativo; c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes.
b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo d ( ) Um e outro candidato virá.
modelo agredir; e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos;
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente 12. Marque onde o termo em destaque está erradamente
do subjuntivo é : ágüe ou agúe; empregado:
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver. a ( ) Elas ficaram todas machucadas.
b ( ) Fiquei quite com a mensalidade.
03. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do c ( ) Os policiais estão alerta.
presente do indicativo, muda para "e" o "i" que apresenta na d ( ) As cartas foram entregues em mãos.
penúltima sílaba? e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas.
a ( ) imprimir
b ( ) exprimir 13. Analise sintaticamente o termo em destaque:
c ( ) tingir "A marcha alegre se espalhou na avenida..."
d ( ) frigir a ( ) predicado
e ( ) erigir b ( ) agente da passiva
c ( ) objeto direto
04. Indique onde há erro: d ( ) adjunto adverbial
a ( ) os puros-sangues simílimos e ( ) adjunto adnominal
b ( ) os navios-escola utílimos
c ( ) os guardas-mores agílimos 14. Marque onde o termo em destaque não representa a
d ( ) as águas-vivas aspérrimas função sintática ao lado:
e ( ) as oitavas-de-final antiqüíssimas a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-nominal)
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais)
05. Marque a alternativa verdadeira: c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto
a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres; adverbial)
b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito)
gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos; e ( ) A idéia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto
c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o indireto)
feminino mudando o final em -ã ou -ona;
d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são 15. Ache a afirmativa falsa:
femininos; a ( ) usam-se os parênteses nas indicações bibliográficas;
e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos diálogos, a
adjetivos substantivados terminados em -ista. mudança de interlocutor;
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações
06. Identifique onde há erro de regência verbal: coordenadas assindéticas de maior extensão;
a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons princípios. d ( ) usa-se a vírgula para separar uma conjunção
b ( ) Esse produto é nocivo à saúde. colocada no meio da oração;
c ( ) Este livro é preferível àquele. e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou frases,
d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja. destacando-as.
e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos.
16. Identifique o termo acessório da oração:
07. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi a ( ) adjunto adverbial
obedecida. Ache-a: b ( ) objeto indireto
a ( ) Éramos assíduos às festas da escola. c ( ) sujeito
b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião. d ( ) predicado
c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro. e ( ) agente da passiva
d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
e ( ) A entrega é feita no domicílio. 17. Qual a afirmativa falsa sobre orações coordenadas?
a ( ) as coordenadas quando separadas por vírgula, se
08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula: ligam pelo sentido geral do período;
a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é sujeito ou
anteposto; complemento de outra;
b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e; c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de acordo
c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for com o sentido e com as conjunções que as ligam;
representado por pronome oblíquo tônico; d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a dedução ou
d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala; conclusão de um raciocínio;
e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo. e ( ) no período composto por coordenação, as orações
são independentes entre si quanto ao relacionamento
09. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente sintático.
escrito:
a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
SINTAXE
e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno Profº Maurício de Souza

10. Identifique onde não ocorre a crase: Introdução à sintaxe


a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz. Sintaxe é o estudo das relações que as palavras
b ( ) Isso não atende às exigências da firma. estabelecem entre si nas orações e que as orações da língua
c ( ) Sempre obedeço à sinalização. estabelecem entre si nos períodos.
d ( ) Só visamos à alegria. Para caminharmos no assunto!
e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão. Alguns conceitos devem ficar claros.
Frase

Teoria e Prática
59
Língua Portuguesa
É todo enunciado linguístico capaz de estabelecer um encontrar-se expresso ou implícito. Há também o critério que
processo de comunicação. Ou seja, todo enunciado que possui considera a prática da ação. Ou seja, quando o sujeito pratica
sentido completo. a ação, denomina-se agente ou ativo. Por outro lado, quando
Silêncio! o sujeito recebe a ação expressa pelo verbo é denominado
Meu Deus, ajude-me! sujeito passivo ou paciente. Por último, existe a controversa
“Eu quero o silêncio das línguas cansadas” (Elis Regina) definição chamada “oração sem sujeito” ou “sujeito
As frases, quanto ao sentido que expressam, podem ser: inexistente”. Muitos gramáticos condenam, pois, se sujeito e
Declarativas ou expositivas predicado são termos essenciais da oração, não havendo um
Como o próprio nome diz, apresentam uma declaração, um deles, oração não poderia ser.
juízo de valor
Ex: o governo mostra-se lento na resolução dos problemas
Interrogativas Sujeito simples
Apresentam uma indagação, uma pergunta, um É aquele que possui apenas um núcleo.
questionamento. Ex: As mulheres estão conquistando seu espaço.
Ex: Por que não chegou ainda? O núcleo do sujeito é representado pelo termo mulheres, por
Imperativas isso o sujeito é simples.
Apresentam uma ordem, um mandamento. Ninguém entende este País.
Ex: Deixe o ambiente agora. Observe que a indefinição é do pronome, não do sujeito. O
Exclamativas sujeito é simples: ninguém.
Apresentam uma admiração, uma surpresa, uma repulsa.
Ex: Muito bem! Sujeito composto
Optativas É aquele que apresenta mais de um núcleo.
Exprimem um desejo As mulheres, as crianças e os idosos conquistaram seus
Ex: Deus te acompanhe! direitos.
Na oração acima, percebemos que o sujeito é composto.
Oração Os núcleos são: mulheres, crianças, idosos.
É toda estrutura linguística centrada em um verbo ou uma Sujeito oculto/elíptico/desinencial
locução verbal. Ou seja, oração exige a existência de verbo ou É aquele que NÃO se encontra expresso na oração, mas é
de locução verbal. facilmente identificado pela desinência verbal.
Ex: “raspou, achou, ganhou” (anúncio publicitário) Ex: queremos comprar um carro novo (sujeito = nós)
“Você é linda e sabe viver” (Caetano Veloso) Sujeito indeterminado
Período Ocorre quando não se deseja ou não se consegue
É a frase formada por uma ou mais orações. Ou seja, se a determinar, identificar o agente ou paciente da ação verbal.
oração exige verbo, o período segue a mesma lógica. Mas todo cuidado é pouco.
O período pode ser simples ou composto. Ocorre com verbo na 3ª pessoa do plural, sem fazer
Simples é formado por uma única oração. E a oração vai referências a nenhum substantivo anteriormente ou
ser chamada oração absoluta. posteriormente expresso. Ou seja, nem antes nem depois do
Ex: Vamos conseguir a aprovação! verbo você vai identificar o agente ou paciente da ação
Composto é formado por mais de uma oração. Como é verbal.
formado por mais de uma oração, haverá mais de um verbo. Ex: imitaram o professor de português na última aula
Ex: Quando o homem chegou, a polícia já havia levado o Observe que não se sabe quem imitou o professor de
corpo. português. Não cometa o equívoco de achar que o “sujeito” é
oculto, “ELES”. Não é!
Concluindo: é fundamental que o estudante aprenda a Ex: “dizem que sou louco”
identificar o verbo, pois é a partir dele que toda a sintaxe ganha O sujeito do verbo DIZER é INDETERMINADO.
existência. Bateram na porta! (sujeito indeterminado).

O próximo passo é identificar os termos essenciais da Com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação
oração: sujeito e predicado. acompanhados da partícula SE. Mas, nesse caso, é importante
notar que o verbo permanecerá na 3ª pessoa do singular.
Sujeito Vejamos:
É o termo que representa o ser a respeito do qual se diz
alguma coisa. Precisa-se de pedreiros (verbo transitivo INDIRETO). Veja
que seria impossível converter a frase para a voz passiva, pois
Predicado NÃO se pode falar de pedreiros é precisado.
É aquilo que se declara a respeito do sujeito. Era-se mais feliz noutros tempos (verbo de ligação + SE).
Cuidado! Escorrega-se no sangue (verbo intransitivo + SE)
Identificar o sujeito é um dos passos mais importantes, Sujeito passivo ou paciente
porque toda a base da concordância verbal estará em perfeita Exemplo:
harmonização com o “bendito” sujeito. Vejamos: Alugam-se salas comerciais
Os estudantes participaram das manifestações contra a
corrupção O sujeito da oração é casas, que no exemplo, recebe a
Observando a frase acima, percebemos claramente que o ação. Como se trata de um verbo transitivo direto, você
sujeito da oração é: os estudantes. O sujeito os estudantes está consegue fazer a conversão da voz passiva pronominal para a
anteposto ao verbo. Mas ele poderia ser posto em outro lugar voz passiva analítica. Nesse caso, o SE é chamado partícula
da oração. Ele não deixaria de ser o sujeito. Vejamos outro apassivadora ou pronome apassivador.
exemplo:
Chegaram hoje à tarde muitas correspondências. Oração sem sujeito
Na frase acima, muitas correspondências é o “ser” sobre o Ocorre quando apenas o predicado se encontra presente.
qual algo é declarado. E a oração foi iniciada por um verbo Alguns gramáticos também chamam de “sujeito zero” ou
(chegar, na 3ª pessoa). Então, o sujeito da oração é: muitas “sujeito inexistente”.
correspondências. Os principais casos de oração sem sujeito ocorrem:
Com verbos que exprimem fenômenos da natureza, como
Classificação do sujeito. chover, ventar, nevar, trovejar, relampeja, chuviscar, etc.
Existem vários critérios para classificar o sujeito. Um dos mais Ventou muito naquela cidade.
importantes diz respeito à quantidade de núcleos que o sujeito Neva as Serra gaúcha.
apresenta. Outro critério considera a possibilidade de o sujeito

Teoria e Prática
60
Língua Portuguesa
Cuidado: se tais verbo estiverem em sentido conotativo A pergunta básica é: Maria comeu o quê? Resposta: o bolo.
(sentido figurado), esses verbos passam a ter sujeito. Logo, o bolo é objeto direto.
Choveram aplausos para o artista (sujeito: aplausos). Cuidado!
Com o verbo HAVER no sentido de “existir”, ocorrer, realizar- Existe objeto direto preposicionado. Nesse caso, não é uma
se, acontecer. exigência do verbo. A preposição é posta quase sempre para
dar uma ênfase na expressão. Por isso, se for retirada, não causa
Ainda existem pessoas honestas no Brasil (pessoas é núcleo prejuízo ao sentido da frase.
do sujeito). O filho ama ao pai.
Por outro lado: O verbo amar é transitivo direto. Então, o uso da preposição
Ainda há pessoas honestas no Brasil (o verbo haver na 3ª a antecedendo o artigo o é dispensável. Poderíamos falar
pessoa está indicando que se trata de oração sem sujeito) apenas:
Aconteceram problemas na festa (problemas é o sujeito da O filho ama o pai.
oração) Objeto direto pleonástico
Por outro lado: É usado para enfatizar uma ideia contida no objeto direto.
Houve problemas na festa. Trata-se de uma oração sem Exemplo:
sujeito. Nunca diga “houveram problemas”. As flores, dei-as para a jovem. (o “as” exerce a função de
Observação: objeto direto pleonástico)
Em muitas estruturas, o verbo HAVER faz parte de uma Observe que a frase poderia ser SIMPLESMENTE:
locução verbal ou de um tempo verbal composto. Dei as flores para a jovem. O sentido da frase estaria
1ª situação: completo.
VERBO AUXILIAR + VERBO “HAVER” Objeto indireto
O verbo auxiliar ficará na 3ª pessoa do singular É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo
O verbo HAVER é impessoal e transmitirá sua impessoalidade indireto. Exemplo:
para o verbo auxiliar Os estudantes necessitam de apoio.
Vejamos: Sabemos que quem necessita ... necessita de algo (logo, de
Ainda deve haver pessoas honestas no Brasil. (oração sem apoio é o objeto indireto, que complementa o sentido do verbo
sujeito) NECESSITAR).
AINDA:
2ª situação: Gosto de boas viagens. (de boas viagens é o objeto indireto,
VERBO HAVER + VERBO PRINCIPAL que complementa o sentido do verbo GOSTAR).
Ou seja, o verbo HAVER é o verbo auxiliar e sofrerá flexão de Atenção!
acordo com o verbo principal. Cabe ainda deixar claro que existe também o verbo
Sempre hão de existir pessoas dispostas a lutar pela área transitivo direto e indireto. Ele exige dois complementos, um
social. (no exemplo, NÃO se trata de oração sem sujeito). O objeto direto e outro indireto. Exemplo:
termo pessoas é núcleo do sujeito. O estudante emprestou o livro ao amigo. (na frase, livro é
objeto direto e a pessoa a quem o livro é emprestado, ou seja,
Predicado. ao amigo, é o objeto indireto).
Para entender esta parte, é absolutamente necessário Existe também o Objeto Indireto Pleonástico, cuja
entendermos a transitividade verbal. Mas já sabemos que o ocorrência é pouco usual. Da mesma forma que ocorre com o
predicado é tudo aquilo que se declara a respeito do tal sujeito. Objeto direto pleonástico, o Indireto Pleonástico também se
Ou seja, equivale a tudo que é diferente do sujeito (e do destina a enfatizar uma ideia. Vejamos:
vocativo, quando este ocorre). A José, bastou-lhe isso. (ou seja, reforça-se o objeto indireto
Obs: Os estudantes participaram das manifestações contra cujo emprego já existia).
a corrupção. A frase acima poderia ser, sem prejuízo de sentido, assim:
Certamente, o termo acima destacado é o predicado. A José bastou isso.
O predicado pode ser: verbal, nominal ou verbo-nominal.
No predicado verbal o núcleo é sempre um verbo. E este Complemento Nominal
verbo é sempre um verbo nocional, ou seja, um verbo que O estudo da sintaxe implica obrigatoriamente uma
indica ação. compreensão clara sobre o complemento nominal. Ele é o
Ex: Alguns deixaram a sala mais cedo. (trata-se de um termo que vai completar o sentido de um nome incompleto. É
predicado verbal) importante entendermos que NOME pode ser o substantivo, o
A vida é frágil. (trata-se de um predicado nominal) adjetivo, o advérbio. Vejamos:
Desabrochavam belas as últimas flores da primavera (os O amor a Deus deve ser incondicional (amor é substantivo).
dois termos destacados, um verbo e um “nome” constituem o A Deus é o complemento do nome amor (não confundir com o
núcleo do predicado, por isso um predicado verbo-nominal). verbo amar).
Tenho necessidade de trabalho (Quem tem
Termos integrantes da oração necessidade....tem necessidade de alguma coisa. Logo, de
trabalho complementa o sentido do nome necessidade.
Objeto Direto
Complemento Adjunto Termos acessórios da Oração
Nominal Adnominal Adjunto Adnominal
Sempre indica o ser Sempre indica o ser É o termo que determina ou caracteriza um substantivo.
passivo (recebedor da ativo (agente da ação) Pode ser artigo, adjetivo, numeral, pronome.
ação) Exemplos:
Tem por base um Não tem por base um O diretor da escola é competente. (da escola é adjunto
verbo transitivo verbo transitivo adnominal). Ou seja, o ajunto adnominal aqui está formado
Nunca indica posse Sempre indica posse pela junção da contração da preposição a + de e o substantivo
escola.
Completa o sentido de Completa o sentido As críticas do diretor eram infundadas. (do diretor é adjunto
um substantivo abstrato de substantivo tanto adnominal).
concreto quanto Cuidado!
abstrato Como pudemos observar, há sempre o risco de o estudante
confundir adjunto adnominal com complemento nominal.
Complementa o sentido de um verbo transitivo direto. O Vamos mostrar as diferenças:
complemento vai se chamar objeto direto.
Maria comeu o bolo. Com base em alguns dos critérios de definição acima
estabelecidos, vamos observar:

Teoria e Prática
61
Língua Portuguesa
As orações mantêm uma independência sintática umas das
As críticas ao diretor eram infundadas. outras. Vejamos:
Críticas: nome (substantivo) As crianças estudam e trabalham no Brasil
Ao diretor: complemento nominal ou adjunto adnominal? Trata-se de um período composto, pois nele há mais de um
Observe que CRÍTICAS expressa uma ação (ação de verbo (estudar e trabalhar), é composto por coordenação, já
criticar). O termo AO DIRETOR é que recebe as críticas (o diretor que a primeira oração as crianças estudam
é criticado). Usando esse critério, constamos que AO DIRETOR só INDEPENDE da segunda trabalham no Brasil (observe que o
pode ser complemento nominal. sujeito é um só: crianças). Entre as duas orações existe a
Por outro lado, se a frase fosse: conjunção E, unindo as duas orações. Trata-se de uma
As críticas do diretor eram infundadas. conjunção sindética aditiva.
Nesse caso, as críticas são DO DIRETOR. Por isso se trata de
um adjunto adnominal. O termo DO DIRETOR pratica a ação As orações coordenadas podem ser: assindéticas ou
expressa pelo nome CRÍTICAS. Indica posse. sindéticas.
Assindéticas são aquelas em que não há a presença da
ADJUNTO ADVERBIAL conjunção.
É o termo acessório que, com ou sem preposição, refere-se Exemplo:
a um verbo, a um adjetivo ou a um advérbio atribuindo-lhes Acreditou, estudou, passou! (não existe conjunção, os três
alguma circunstância. Os principais são: verbos se articulam pelo sentido geral estabelecido entre eles).
Afirmação: Sim, efetivamente, estive lá naquela noite.
Dúvida: Talvez a vida melhore. Agora, as coordenadas sindéticas são diferentes.
Finalidade: preparem-se para o exame. Retomando o exemplo apresentado acima:
Meio: viajei de trem. As crianças estudam E trabalham no Brasil.
De causa: Casou-se com Maria por amor. Observe que o E une as orações. Por isso, chama-se
De lugar: aqui a vida não é para principiante. sindética, pela presença da conjunção.
Modo: agiu com determinação.
Tempo: Quando o outono chegar. As coordenadas, por sua vez, podem ser:
Negação: Não fique nervoso.
Intensidade: tem sido uma crise bastante prolongada. Aditivas
Observe: Ela canta e dança alegremente. (há na frase a ideia de
Ex 1: No país do carnaval, só samba quem tem dinheiro. soma, adição).
(adjunto adverbial de lugar) Cuidado!
Ex 2: Um ataque de neonazistas provocou a morte de duas As bancas costumam cobrar a ideia contida no período.
crianças turcas ontem à noite na Alemanha Então, é muito importante observar o sentido geral da frase, não
Nessa oração, ontem à noite é adjunto adverbial de tempo apenas a conjunção.
e na Alemanha é adjunto adverbial de lugar.
Adversativas
Aposto Fez um grande jogo, mas perdeu um gol feito. (na frase
É o termo que explica, esclarece ou resume um termo da existe um “MAS”, que transmite a ideia de adversidade,
oração. Geralmente o aposto aparece entre vírgulas, mas oposição). Por isso é uma adversativa.
também pode aparecer após dois-pontos, entre travessões ou Por exemplo:
até sem essas pausas. O mais importante é que ele cumpre a “Eu sou poeta E não aprendi a amar” (Cazuza). Na frase, do
função sintática de explicar um termo qualquer. Vejamos: compositor Cazuza, existe uma conjunção E. Mas, ao contrário
do que talvez pareça, a ideia que ela expressa é de oposição,
Romário, artista da bola, ingressou na política. adversidade. O que se espera de um poeta é que ele saiba
O compositor Chico Buarque de Holanda já não produz amar.
como antes. Principais conjunções adversativas: mas, porém, todavia, no
Vocativo entanto, contundo, não obstante.
O nome vocativo nos faz pensar em várias palavras ligadas
à ideia de chamar, atrair a atenção: evocar, convocar. Por isso, Alternativas
vocativo é o nome do termo sintático que serve para nomear Expressam ideias que se excluem ou que se alternam. Então,
um interlocutor a que se dirige a apalavra. Essa função pode ser podem transmitir noção de escolha, alternância.
desempenhada por substantivo, pronomes. Observe: Fale agora, ou se cale para sempre (a conjunção “OU”
Amigo, venha me visitar no próximo domingo. transmite a ideia de alternância).
Meninos, sem disciplina a aprovação não é possível. Principais conjunções alternativas: Ou, ora...ora, quer seja,
Pai, afasta de mim esse cálice. seja lá etc.
Cuidado! Conclusivas
Como o próprio nome indica, mostra uma conclusão em
Numa oração como a primeira, não se deve confundir o relação à ideia contida na oração anterior.
vocativo amigo com o sujeito da forma imperativa venha, que Estudo, logo passo.
é você. Até porque sujeito e predicado não são separados por Principais conclusivas: Logo, pois (posposto ao verbo),
vírgula. Ainda falaremos disso. portanto, por conseguinte.
Sintaxe do período Explicativas
No início do nosso estudo de sintaxe, definimos oração, São aquelas que justificam a informação da oração
período simples e composto. Vamos agora aprofundar o anterior.
assunto. Não corra, que você pode cair.
Sabemos que no período simples ocorre uma organização Não desanime, pois o ânimo é a alma do negócio.
de palavra ao redor de um verbo, com sentido completo. A Observe que as conjunções não são exclusivas de um tipo
oração, como já vimos, vai se chamar absoluta. de oração. Elas podem mudar. É o caso, por exemplo, do pois,
Por sua vez, no período composto, ocorre um agrupamento que aparece nas conclusivas, nas explicativa e, como veremos
de palavras formado por mais de uma oração. Por ser formado depois, nas causais.
por mais de uma oração, haverá mais de um verbo no período Vejamos:
composto. Esse período composto pode ser por coordenação Ele estudou muito; passou, pois, em primeiro lugar
ou subordinação. (conclusiva).
Veja que a conjunção pois está depois do verbo e entre
Período composto por coordenação vírgulas. Depois do verbo é sempre conclusiva.

Teoria e Prática
62
Língua Portuguesa
Estude muito, pois tudo dará certo. (agora não está depois A cidade foi alagada porque o rio transbordou. (repare que
do verbo). Existe um advérbio antes. Então, se está depois do a causa de a cidade ter sido alagada é o fato de o rio ter
verbo, é explicativa. transbordado).
Temporais
Passamos agora para os períodos compostos por São as orações subordinadas que expressam o tempo, o
subordinação. momento do fato contido na oração principal. (caem com
É o período no qual as orações têm relação de grande frequência). As principais conjunções subordinativas
dependência. A dependência pode ser sintática e semântica. temporais são: enquanto, quando, assim que, logo que, mal (=
Existem três grupos de orações subordinadas: substantivas, logo que, assim que), desde que, antes que etc.
adverbiais e adjetivas. Vamos começar pelas substantivas, que Vejamos:
exercem uma função típica de substantiva. E podem ser: “ Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Objetiva direta Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei...
Percebi sensatez nas palavras de um velho amigo (como se (...)”
pode observar, é um período simples e a oração é absoluta).
Agora, se ampliarmos para uma relação de subordinação, Consecutivas
fica assim: Indicam uma consequência do fato a que se faz referência
Percebi que as palavras de um velho amigo eram sensatas na oração principal. As principais conjunções consecutivas são:
(Ou seja, temos uma oração exercendo a função sintática de que, de sorte que, de modo que, etc.
objeto direto da primeira, pois quem percebe... percebe Exemplo:
alguma coisa). Estudou tanto que conseguiu o primeiro lugar. (observe que
Percebi: é a oração principal existe uma ênfase na consequência de ter estudado).
que as palavras de um velho amigo eram sensatas: é a
oração subordinada, pois exige a outra para completar o Condicionais
sentido. Expressam uma condição sem a qual não se completa o
Obs: o Que e o Se são as principais conjunções integrantes sentido da oração principal. As principais conjunções
nas orações substantivas. condicionais são: se, caso, desde que, conquanto que, sem
que, etc.
Objetiva indireta Exemplos:
Nunca se esqueça de que a vida não é fácil. (o verbo Deixe um recado se você não me encontrar em casa. (a
esquecer-se é transitivo indireto, então a oração só pode ser condição para que deixe o recado é não encontrar em casa).
objetiva indireta). Se beber, não dirija (repare que nesta construção a
Veja: a classificação correta é oração subordinada subordinada veio antes, por isso a vírgula).
substantiva objetiva indireta. Mas o que as bancas costumam
cobrar é a função sintática, que, no caso, é de objeto indireto.
Substantiva porque a palavra mais importante da oração tem Concessivas
“valor” de nome, caso é a palavra vida. Indicam um fato contrário ao referido na oração principal.
As principais conjunções concessivas são: embora, a menos
Subjetiva que, se bem que, ainda que, conquanto que, desde que, etc.
Parece que a situação piora Embora tenha tomado cuidado, ocorreram vários
Cumpre que todos saiam. problemas.
Observe que as orações subjetivas são assim denominadas “Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua
porque exercem a função de sujeito da oração principal. Nelas, dos anjos, sem amor eu nada seria”.
o verbo estará na terceira pessoa do singular.
Conformativas
Predicativa Indicam conformidade em ralação à ação expressa pelo
Minha vontade é que se consigam superar as atuais verbo da oração principal. As principais conjunções
dificuldades. conformativas são: conforme, consoante, como, segundo, etc.
O certo seria que a lei fosse para todos. Ex: Tudo ocorreu como estava planejado.
Observe que o verbo SER sempre aparece nas predicativas.
Por isso, não podemos confundir com as subjetivas. Comparativas
São as que expressam uma comparação com um dos
Completiva Nominal termos da oração principal. As principais conjunções
Tenho certeza de que dará certo comparativas são: como, que, do que, etc.
Tenho necessidade de que surja bom resultado Ele treina como um profissional.
Finais
Apositiva Exprimem a intenção, objetivo que declara na oração
Faço apenas um pedido: que reveja sua opinião. principal. As conjunções finais são: para, a fim de que.
Atenção: as apositivas geralmente aparecem antecedidas Ex:
por dois pontos. Exercem a função de aposto em relação à Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir
oração principal. melhor.

Orações adverbiais Proporcionais


Uma oração é considerada adverbial quando se encaixa São orações que indicam uma proporção com o fato
na oração principal, funcionando como adjunto adverbial. São expresso na oração principal. As principais conjunções
introduzidas pelas conjunções subordinativas e classificadas de subordinativas proporcionais são: à medida que, à proporção
acordo com as circunstancias que exprimem. Podem ser: que, ao passo que, quanto mais...mais, quanto menos.
Causais, comparativas, concessivas, condicionais, Ex:
conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais. À medida que o progresso avança, o meio ambiente sofre.
Quanto mais ela estuda, mais dúvidas surgem.
Causais
Indicam a causa da ação expressa na oração principal. As Orações Subordinadas adjetivas
principais conjunções causais são: porque, visto que, como, já A função da oração subordinada adjetiva é caracterizar um
que, uma vez que, posto que, etc. ser da oração principal, que já possui sentido completo. É uma
Exemplo: função própria do adjetivo. E esta caracterização pode correr
de duas maneiras: explicando ou restringindo o sentido.

Teoria e Prática
63
Língua Portuguesa
É importante observar que a oração subordinada adjetiva é Renunciar a
iniciada por um pronome relativo. Os mais comuns são: QUE, O Satisfazer a
QUAL, QUEM, ONDE, CUJO.
Exemplos: Concordância verbal
A mulher que chora vive pouco. Este é o assunto que exige conhecimento satisfatório de
No exemplo acima temos uma restrição, pois não é toda sujeito e predicado na oração. O objetivo é harmonizar em
mulher que vive pouco, somente aquela que chora. Logo, trata- número (singular e plural) e em pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) o sujeito com
se de uma oração subordinada adjetiva restritiva. seu verbo.
A namorada, que mora em São Paulo, ganhará presente.
Nesse outro exemplo, temos uma explicação, pois morar em Regra geral
São Paulo caracteriza de alguma forma o sujeito, que é O verbo concorda em número e em pessoa com o seu
namorada. Portanto, trata-se de uma oração subordinada sujeito simples.
adjetiva explicativa. Como se pode observar, a vírgula é o Vejamos:
diferencial entre restrição e explicação. O pensamento dos novos filósofos não parece com o
pensamento grego
Regência nominal Observe que o sujeito é o pensamento dos novos filósofos, o
É importante deixar claro que não há regra para o uso de núcleo do sujeito é o pensamento, que está na 3ª pessoa do
determinada preposição junto ao nome. Alguns nomes singular, logo deverá concordar com o verbo parece, que, por
admitem mais de uma regência. A escolha de uma ou outra sua vez, está na 3ª do singular.
preposição deve ser feita principalmente com base na clareza. Outro exemplo:
Assim, apresentamos uma lista de nomes com suas Do norte e Nordeste do Brasil, advieram, nas décadas de 60
preposições mais comuns: e 70, muitos imigrantes para São Paulo.
Obrigado a O sujeito é: muitos imigrantes (3ª do plural)
Adequado a Verbo: advieram (3ª pessoa do plural)
Afável com, para com
Aflito com, por Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes
Agradável a Regra: Quando o sujeito é formado por pessoas gramaticais
Alheio a diferentes, obedece-se à seguinte lei de prevalência:
Aliado a, com 1ª pessoa+ 2ª pessoa = 1ª pessoa do plural (a primeira
Amoroso com, para com prevalece sobre a segunda = Nós).
Apto a, para 1ª pessoa + 3ª pessoa = 1ª pessoa do plural (a primeira
Antipatia a, contra, por prevalece sobre a terceira = Nós).
Certeza de 2ª pessoa +3ª pessoa = 2ª pessoa do plural (a segunda
Certo de prevalece sobre a terceira = vós).
Compaixão de, para com, por Vejamos:
Compatível com O ministro dos esportes e eu, na próxima semana,
Comum a, de, em, entre, para inauguraremos um novo estádio de futebol.
Convicção de O ministro dos esportes e eu = sujeito composto por pessoas
Devoção a, para, com, por gramaticais diferentes.
Dúvida acerca de, Inauguraremos = verbo na 1ª pessoa do plural.
Incapaz de Vossa tia e tu, quando toda a comitiva chegar, devíeis
Junto a, de providenciar um local de descanso.
Ódio a Vossa tia e tu = sujeito composto por pessoas gramaticais
Próximo a diferentes
Respeito a, com, de, para com Devíeis = verbo na 2ª pessoa do plural
Simpatia a, para, com, por Tu e todos os outros professores presentes à cerimônia, após
Suspeito de o lanche, comporeis uma mesa redonda.
Último a, de, em Tu e todos os outros professores = sujeito composto por
pessoas diferentes
Regência verbal Comporeis = verbo na 2ª pessoa do plural
Nesse tipo de regência é o verbo que pede um
complemento, que pode ou não se ligar a ele por meio da Resumindo: a primeira pessoa prevalece sobre as demais e
proposição. Por isso, a escolha da preposição adequada a segunda prevalece sobre a terceira.
depende do verbo. É importante observar a possibilidade de se Casos de sujeito simples que merecem atenção
utilizar uma ou outra preposição. Há casos em que o sujeito simples assume formas que os
fazem hesitar no momento de estabelecer a concordância
Alguns verbos e suas regências: com o verbo.
Aspirar no sentido de sorver é VTD, sem preposição. Expressões partitivas
Aspiro o perfume dela. Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva
No sentido de desejar é transitivo indireto (parte de..., uma porção de, o grosso de..., a metade de...,
Aspiro a uma boa colocação. grande número de...) seguida de um substantivo ou pronome
Assistir no sentido de prestar assistência é transitivo direto no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Ele assistiu o jovem que sofreu acidente A maioria dos alunos participou/participaram da reunião.
No sentido de ver é transitivo indireto. Metade dos candidatos à prefeitura não
Ele assiste ao jogo do domingo à tarde. apresentou/apresentaram qualquer proposta
No sentido de morar é intransitivo Nesses casos, o uso da forma singular do verbo enfatiza a
Assiste em São Paulo (a preposição em não é uma exigência unidade do conjunto; já a forma plural destaca os elementos
do verbo). que o formam.
Acreditar em Expressões que indicam quantidade aproximada
Anteceder a Quando o sujeito é formado por expressão que indica
Atender a quantidade aproximada (cerca de.., mais de.., menos
Cogitar de, em de...,perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo
Consentir em concorda com o substantivo.
Deparar com Observe:
Necessitar de Cerca de vinte corpos foram resgatados dos escombros.
Preceder a Perto de quinhentas pessoas compareceram à cerimônia
Presidir a Plural aparente

Teoria e Prática
64
Língua Portuguesa
Quando o sujeito é um plural aparente, ou seja, é uma Quando colocado entre um substantivo comum o singular e
palavra ou expressão com forma plural, mas sentindo de outro no plural, o verbo ser tende a ir para o plural. Poderá ficar
singular, o verbo concorda com o singular. no plural por motivo de ênfase:
Ex: A sua paixão eram os filmes de terror
Flores não recebe mais acento. Aquele amor é apenas cacos de um passado
Nós é um pronome pessoal do caso reto. Quando colocado entre um nome próprio e um substantivo
Porcentagens comum, o verbo tende a concordar com o nome próprio. Entre
Quando o sujeito for indicação de uma porcentagem um pronome pessoal e um substantivo comum ou próprio, o
seguida de substantivo, o verbo pode concordar com o verbo concorda com o pronome.
numeral ou com o substantivo.
Ex: Garrincha foi as maravilhas do drible.
25% do orçamento do país deve destinar-se/devem O responsável pela expedição sou eu.
destinar-se à educação. Eu sou José da Silva
Sujeito QUE José da silva sou eu
Quando o sujeito é o pronome relativo QUE, a concordância Quando colocado entre pronome não pessoal e um
em número e pessoa é feita com o antecedente desse substantivo, o verbo ser tende a concordar com o substantivo.
pronome. Tudo eram alegrias naquela noite
Fui eu que fiz isso Isso são manias de um ocioso
Fomos nós que fizemos Observe: nesses casos há quem considere também
Sujeito QUEM adequada a concordância com o pronome.
Quando o sujeito é o pronome relativo QUEM, pode-se Nas expressões que indicam quantidade ( medida, peso,
utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em preço, valor), o verbo ser é invariável.
concordância com o antecedente do pronome. Dois quilos é pouco
Fui eu quem fez isso./ fui eu quem fiz isso. Vinte mil reais é demais
Fomos nós quem fez isso./Fomos nós quem fizemos isso. Dez minutos é mais do que eu preciso para ir daqui até lá.

Casos de sujeito composto que merecem destaque. Nas indicações de tempo, o verbo ser concorda com a
Núcleos sinônimos expressão numérica que o acompanha:
Quando os núcleos do sujeito composto são sinônimos ou É uma hora.
quase sinônimos ou estabelecem uma gradação, o verbo pode São três e vinte.
concordar no singular. Já é mais de uma hora.
Ex: já são mais de duas horas.
O desalento e a tristeza minou-lhe o ânimo/minaram-lhe as
forças. Concordância Nominal
Um aceno, um gesto, uma palavra, um estímulo faria/fariam É relação de concordância que se estabelece entre:
muito por ele. substantivos, e adjetivos, artigos, pronomes, numerais. Os nomes
flexionam em gênero (masculino e feminino) e em número
Núcleos unidos por ou/nem (singular e plural).
Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por Observe que os termos determinantes da oração (artigos,
ou/nem, o verbo no plural indica que a declaração contida no adjetivos, numerais e pronomes) sempre acompanham um
predicado pose ser atribuída conjuntamente a todos os nome (substantivo ou pronome substantivo). E é por isso que
núcleos. sempre os determinantes terão as mesmas características de
Exemplos: gênero e número que os substantivos ou pronomes substantivos
Um sorriso ou uma lágrima o tirariam daquela incerteza. possuírem.
Nem poder, nem dinheiro o corrompiam.
Núcleos unidos por com Adjuntos adnominais de um único substantivo
Quando os núcleos do sujeito são unidos por com, a forma Quando atuam como adjuntos adnominais de um único
plural do verbo indica que esses núcleos recebem um mesmo substantivo, os adjetivos concordam em gênero e número com
grau de importância. Com, nesses casos, tem sentido muito esse substantivo.
próximo ao da conjunção aditiva E. Seus olhos escuros transmitem uma funda inquietação.
Exemplos:
O professor com o aluno montaram o equipamento. Adjuntos adnominais de dois ou mais substantivos
O presidente com seus ministros reuniram-se hoje à tarde. Quando atuam como adjuntos adnominais de dois ou mais
Haver/fazer substantivos, os adjetivos podem sempre concordar com o mais
O verbo HAVER, quando indica existência ou próximo desses substantivos. Nos casos em que estão pospostos
acontecimento, é impessoal, devendo permanecer sempre na aos substantivos, os adjetivos podem também concordar com
terceira pessoa do singular. todos eles:
Ainda há pontos obscuros naquela versão Tratava-se de inoportuno momento e lugar.
Ainda havia pontos obscuros naquela versão Tratava-se de momento e lugar inoportuno.
Sempre houve pontos obscuros naquela versão. Tratava-se de momento e lugar inoportunos.
Deve ter havido pontos obscuros na versão apresentada. Substantivos de gêneros diferentes
Quando um adjetivo se refere ao mesmo tempo a
Haver e fazer são impessoais quando indicam tempo. substantivos de gêneros diferentes, assume a forma do
Há anos que não o vejo masculino plural:
Faz anos que não o vejo. Tratava-se de ocasião e lugar inoportunos.
Havia anos que não nos víamos. Predicativo de um sujeito ou de um objeto simples
Deve fazer anos que nada de novo acontece. Quando um adjetivo atua como predicativo de um sujeito
simples ou de um objeto simples, concorda com ele em gênero
Ser e número:
A concordância do verbo ser é muito rica em detalhes. Em A situação é delicada.
muitas situações, esse verbo deixa de concordar com o sujeito As árvores velhas continuam acolhedoras
para concordar com o predicativo. Em outras, pode concordar Considero encerrada a questão
com um ou com outro, de acordo com o que se quer enfatizar. Considero solucionados os problemas.
Predicativo de um sujeito ou de um objeto compostos.
Exemplos: Pai e filho são talentosos
Marido e mulher são bem-humorados
Considero brilhantes o pai e o filho

Teoria e Prática
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Língua Portuguesa
Julguei insensatas sua atitude e suas palavras.
São calamitosos a pobreza e o desemprego.
É calamitosa a pobreza e o desemprego.
Palavras e construções que merecem destaque (próprio,
mesmo, anexo, incluso, quite, obrigado).
Concordam em gênero e número com o substantivo ou
pronome a que se referem.
Elas próprias disseram: “Nós mesmas fizemos isso”.
Seguem anexas as cópias solicitadas.
Seguem inclusos os documentos requeridos.
Não há mais nada a discutir: estamos quites.
O rapaz agradeceu: “muito obrigado”.
A moça também agradeceu e disse: “muito obrigada”!

Teoria e Prática
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