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Índice
Introdução..................................................................................................................................3

1. A relação Filosofia e ensino da Filosofia...............................................................................4

1.2. Caracterização dos dois níveis de análise nas relações da Filosofia com o seu ensino......4

1.2.1. A nível histórico institucional...........................................................................................4

1.2.2. O nível de discurso segundo as categorias da retórica e pragmática contemporâneas....6

2. A aula de Filosofia como um lugar de trabalho filosófico.....................................................7

Conclusão...................................................................................................................................9

Bibliografia..............................................................................................................................10
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Introdução

O trabalho em alusão responde às exigências correspondentes a cadeira de Didáctica Filosofia


de Filosofia III, e tem como tema de análise: A relação filosofia e ensino de filosofia; a aula
de filosofia como lugar de trabalho filosófico. Entretanto, importa ainda salientar que o tema
em questão, está relacionado quanto ao ensino de filosofia, que daí passa necessariamente a
responder como o nosso objecto de estudo.

É de salientar que neste trabalho se pretende traçar as linhas possíveis que determinam os
marcos daquilo que constitui as linhas de relacionamento entre a filosofia e o ensino de
filosofia, pois, é impossível ensinar a filosofia enquanto não existir a sistematização da
própria filosofia que vem ser ensinada. Como se sabe, a ensinabilidade de filosofia atravessou
sérias discussões daquilo que seria ensinado, desde já referenciando Descartes, Kant,
Espinosa, entre outros pensadores. Pois, nós sabemos que a filosofia torna-se revolucionária
quanto mais se abaliza com as questões do seu tempo, e que o ensino de filosofia deve
procurar corresponder entre os anseios do tempo da filosofia, com a produção filosófica
dentre da sala de aulas, concretamente numa aula filosófica.

Para a concretização deste trabalho, foi possível a partir de recolha de material bibliográfico,
leitura, interpretação e síntese do conteúdo patente no texto.

Portanto, este trabalho segue a seguinte estrutura: 1. A relação Filosofia e ensino da Filosofia;
1.2. Caracterização dos dois níveis de análise nas relações da Filosofia com o seu ensino;
1.2.1. A nível histórico institucional; 1.2.2. O nível de discurso segundo as categorias da
retórica e pragmática contemporâneas; 2. A aula de Filosofia como um lugar de trabalho
filosófico; Conclusão e Bibliografia.
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1. A relação Filosofia e ensino da Filosofia

Importa referenciar que a filosofia é uma actividade de esclarecimento lógico-linguistica de


conceitos, sendo a sua didáctica necessariamente, concentrada na aprendizagem de uma nova
linguagem rigorosa, como condição de legitimidade de toda a reflexão filosófica e,
posteriormente, em desenvolvimento desta escola analítica como condição de
consciencialização do próprio pensamento racional.

Entretanto, a missão de uma aula de filosofia deve estimular os alunos, de modo que estes
sejam seres capazes de uma produção gnoseológica individual, a partir das competências
obtidas durante a sua interacção com a filosofia.

A relação da filosofia com o seu ensino, encontra-se corresponde na epistemologia e na


filosofia do conhecimento contemporâneo, que se designa que o facto de a ciência ser uma
instituição que cada vez menos dispensa a escola.

Segundo MARNOTO (1990:23) “Thomas Kuhn mostrou com grande clareza de que modo a
ciência é estruturalmente dependente do ensino praticado pela instituição escolar e
universitária”. Portanto, é neste espaço onde se forma, se recrutam e formam aqueles que vão
proceder a investigação no interior das básicas teóricas e técnicas em que foram tecnicamente
treinados. Ademais, importa salientar que o ensino das ciências é para Kuhn, interior ao
processo científico, constituinte da entidade epistemológica complexa que é um paradigma e
sem qual não possível qualquer investigação normal ou extraordinária.

No entanto, referenciada que existe uma correspondência na epistemologia na relação


Filosofia e ensino de Filosofia, pode-se encontrar dois níveis de análise que parecem de
importância decisiva:

 O nível histórico institucional;


 O nível de discurso segundo as categorias da retórica e pragmática contemporâneas.

1.2. Caracterização dos dois níveis de análise nas relações da Filosofia com o seu ensino

1.2.1. A nível histórico institucional

Neste nível podemos encontrar conjunto de determinadas práticas discursivas


institucionalizadas que caracterizam e acompanham a emergência e o contexto da produção
filosófica, ou seja, faz-se as ideologias mediante a realidade que se vive no presente.
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Este nível não só se desencadeia na área histórica d produção escrita e do comentário textual,
mas tal como foram instituído na tradição filosófica ocidental e na análise das instituições e
dos seus regimes de funcionamento.

Na perspectiva de Lyotard, se poderia mostrar como, em oposição às formas tradicionais


míticas de transmissão de saber, que tais constituíssem práticas milenárias que todas as
culturas humanas instituem e pelas quais se preservem, conservam e perpectuam, ou seja,
práticas que supõem a emissão assimétrica de um discurso o qual, por alguma causa não visa
ser discutido, dialogado, dialectizado, contra-argumentado, mas apenas escutado, conservado,
verticalmente repetido, no entanto, a filosofia devia ser levada ao nível do magistério
socrático, pois, precisa-se de uma figura pragmática da história do tempo, para se elaborar um
discurso que fale do presente (Cfr. LYOTARD apud MARNOTO, 1990:25).

No entanto, nesta perspectiva podemos encontrar 4 tipos de discursos:

 O discurso narrativo – que consiste na oposição do que se fala do passado e, um


discurso que fala do presente;
 Discurso demonstrativo – que se oferece como encadeamento de razões
legitimamente fundadas, onde todos podem sentir, partilhar e refutar.
 Discurso racional – muito mais do que traduzir uma racionalidade emergente, a
razão produz, institui pelo acto de fixação, respeito e submissão às regras que ela
própria cria e fixa e,
 Discurso explicativo – que se expõe e expõe, que se torna notável, que se põe em
signo, que dá ver pela palavra, isto é, que se ensina.

Com estas abordagens pode-se chegar ao pressuposto de que o modo que a filosofia que hoje
conhecemos, é produto de uma longa história escolar e que tem a sua origem num conjunto
de práticas discursivas que só são possíveis no interior de um sistema de maneiras de fazer,
de dizer e de normas de representação.

Pois na mesma abordagem, encontramos FOUCALT apud MARNOTO afirmando que:

Para quem essas normas, princípios de exclusão, ordenação e sujeição do


discurso funcionam como princípios de ocultamente ao discurso daquilo
que, verdadeiramente importa pensar, nos parece importante sublinhar o seu
valor activo, simultaneamente prescritivo, em que no caso de escola
diríamos ela implica uma interacção comunicacional na qual os
participantes estão de acordo tácito com um conjunto de normas que lhes
permite coordenar as suas razoes e actos; supõe o reconhecimento
intersubjectivo das exigências de verdade e validade dos enunciados, ela é
um dos veículos privilegiados da comunicação e produção do discurso
filosófico (1990:26).
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Portanto, importa referir aqui que esta última abordagem, constitui a linha de ligação ao que
convidara-se nível de análise.

1.2.2. O nível de discurso segundo as categorias da retórica e pragmática


contemporâneas

Neste nível logo a priori podemos encontrar os dizeres de Habermas sobre o agir
comunicativo e Leibniz na compreensão da importância heurística da natureza simbólica do
pensamento. No entanto, convergem para o reconhecimento do carácter prospectivo e
heurístico da linguagem e dos contextos da sua enunciação.

No entanto, o ensino como escrita é inicialmente um trabalho sobre e na linguagem, uma


prática discursiva, no entanto, pode-se chegar a pensar na perspectiva de que escrever é uma
meneira de descobrir, de procurar a palavra necessária para que o pensamento se clarifique,
descobre e pense o seu ainda não-pensado.

Portanto, a fala e a escrita é uma pragmática e heurística do ensino de filosofia, pois, é através
da fala que o ensino se faz, mais do que na escrita, entretanto, na escrita pode-se criar
invenções, enquanto que a fala é uma questão de presença do auditório real, pois o discurso
exige a presença da verdade. Sem querer menosprezar a escrita, importa referenciar que a
escrita é uma das promotoras de reflexões a partir de textos. (Cfr. MARNOTO, 1990:27)

Pois, na perspectiva destas abordagens, é de destacar que ensinar filosofia é reconhecer as


diferenças existentes no seu meio de execução, para lá de todas assimetrias circunstancias, a
identidade de um destino comum, uma mesma exigência da verdade. É a partir daí que existe
uma possibilidade de escapar pelo dilema de que o professor de filosofia estaria condenado a
atrair ou a filosofia, ou o auditório real que são os seus alunos.

Podemos falar desta atracção a partir do momento em que o professor de filosofia


compreende e assume que ensinar filosofia não implica modelar o seu discurso pelas
limitações do auditório real, mas ser capaz de falar ao outro, seja um aluno que desperta para
a filosofia, considerando as suas limitações presentes e, considerando-as não impeditivas da
sua condição profunda e essencial do futuro, e já possível cidadão de um projecto de
auditório racional universal ao qual a filosofia desde a sua origem tem procurado falar e do
qual, ela mesma, é a principal instituinte.
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2. A aula de Filosofia como um lugar de trabalho filosófico

Em princípio lembrar que a aula de filosofia é um lugar onde é muito privilegiado o decorrer
de debates filosóficos, por isso, é de destacar de que a Filosofia não faz juízos de realidade,
como a ciência, mas juízos de valor. Isto significa que filosofar é ir além do que é, é buscar
entender como deveria ser, julgar o valor da acção, ir em busca do significado das coisas
propriamente surge quando um pensar torna-se objecto de uma reflexão (Cfr. CUNHA,
1992:45).

A aula de filosofia se manifesta como uma forma de entendimento que tanto propicia a
compreensão de sua existência, em termos de significado, como oferece um direccionamento
para sua acção. A filosofia é o campo de entendimentos que, quando nos apropriamos dele,
nos percebemos reflectindo sobre a quotidianidade dos seres humanos: Desde as coisas mais
simples ate as mais complexas. O acto de filosofar na aula de filosofia não deve ser visto
como um processo individual, mas sim um processo que possui uma contrapartida social, ou
seja, uma partilha de ideais que resultam de um determinado debate.

Da sala de aula resta analisar o que lhe é essencial, isto é, o que sem o qual deixa de ser o que
é. É precisamente a actividade desenvolvida em seu interior que a distingue de outras
especialidades.

Pois, é um lugar de exigências e desafios, posto que as ideias surgem na articulação dos
debates com os outros, daí que há total necessidade de se tomar atenção por parte dos
participantes da aula.

Evidentemente trata-se de um processo crucial, pois envolve a construção de


ideias e atitudes a partir da resposta do educando e suas vivências. A cada
passo dado, surge um novo aprendizado. O factor importante nesse caso é a
interpelação da subjectividade dos participantes na aula como algo essencial
à maneira de lidar com os conhecimentos (GALLO & KOHAN,
2000:184).
Portanto, é de destacar os principais factores que tornam uma aula de filosofia um lugar de
trabalho filosófico como os seguintes:

 É um lugar de exercício da razão, fazendo-se seguir aos princípios universais,


reservando a razão a missão de investigar os propósitos que pretendem alcançar;
 É onde a prática filosófica favorece o desenvolvimento contínuo do educando; ela
propicia o reconhecimento do saber do outro. Dar significado ao que não é
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sistematizado e o docente se dá conta do verdadeiro filosofar, sem a utilização de


métodos mágicos. O professor-filósofo se confunde com o filósofo-professor;
 Porém, na aula de filosofia trata-se das abordagens filosóficas, e tratar da filosofia é
tratar do pensamento filosófico e dos filósofos dentro da história e das ciências;
 É onde ocorre a formação crítica do sujeito;
 Trata-se de um encontro de ideias, onde envolve uma atitude permanente de ser
pensante, conduzindo o saber sobre o espaço;
 É um lugar de disseminação de ideias sistematicamente inacabadas;
 É um lugar de tentativa de resolução de problemas idealizados, ou então, que abalam
a sociedade.

Portanto, a preocupação da Filosofia é uma dimensão simultaneamente extrovertida-


introvertida do ser pensante, um eterno movimento contínuo. Ademais, importa ainda
salientar que a interrogação sobre os factos é como patamar da compreensão e do querer
entender, dar lugar a um novo modo de interrogar com efectividade filosófica.
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Conclusão

Para percebermos a relação existente entre a filosofia e o ensino de filosofia é necessário


transcender quanto a dimensionalidade da contribuição da própria filosofia para o seu ensino.
Como se sabe, nada seria possível um ensino de filosofia sem uma história que acompanha a
produção filosófica em todos os períodos existentes, embora alguns filósofos abordem que o
que se deve ensinar é o filosofar. No entanto, a relação da filosofia com o seu ensino,
encontra-se corresponde na epistemologia, a partir de níveis histórico constitucional e o nível
de discurso segundo as categorias da retórica e pragmática contemporâneas.

No entanto, importa referenciar que o ensino de filosofia como um acto que ocorre na sala de
aulas, pode-se referenciar como um lugar de trabalho filosófico porque é na sala de aulas que
ocorre a disseminação de ideias, sobretudo debates na tentativa de resolver questões que
inquietam a sociedade. Portanto, a filosofia na sala de aula deve ser produzida a partir do uso
da livre consciência dos que nela a participam.
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Bibliografia

MARNOTO, Isabel. Didáctica de filosofia 2. Universidade Aberta. 1990

GALLO, S. KOHAN, W. Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes. 2000.

CUNHA, J. Auri. Filosofia; iniciação à investigação filosófica. São Paulo: Atual, 1992.

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