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ÍNDICE
DIREITO CONSTITUCIONAL
SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL
Réu em processo criminal não pode assumir, como substituto, o cargo de Presidente da República.
DIREITO CONSTITUCIONAL
SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL
Réu em processo criminal não pode assumir, como substituto, o cargo de Presidente da República
Importante!!!
Os substitutos eventuais do Presidente da República a que se refere o art. 80 da CF/88, caso
ostentem a posição de réus criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer o
ofício de Presidente da República. No entanto, mesmo sendo réus, podem continuar na chefia
do Poder por eles titularizados.
Ex: o Presidente do Senado Renan Calheiros tornou-se réu em um processo criminal; logo, ele
não poderá assumir a Presidência da República na forma do art. 80 da CF/88; porém, ele pode
continuar normalmente como Presidente do Senado, não precisando ser afastado deste cargo.
STF. Plenário. ADPF 402 MC-REF/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/12/2016 (Info 850).
Deste modo, se o Presidente da República Michel Temer fizesse alguma viagem internacional ou por
qualquer outro motivo se afastasse momentamente do cargo, quem assumiria seria uma pessoa que
responde a processo criminal no STF.
O partido Rede Sustentabilidade entendeu que esta possibilidade seria contrária aos valores defendidos na
Constituição Federal e, por essa razão, ajuizou arguição de descumprimento de preceito fundamental
pedindo que o STF fixasse o entendimento, com eficácia vinculante, de que o exercício dos cargos que
estão na linha de substituição da Presidência da República por pessoas que estejam na condição de réus
perante o STF é incompatível com a Constituição.
Em outras palavras, o autor da ADPF pediu que o STF declarasse que indivíduos que são réus em processo
penal não podem assumir o cargo de Presidente da República, ainda que apenas temporariamente.
Assim, o referido partido pediu que Eduardo Cunha, na época Presidente da Câmara e já réu no STF, fosse
afastado do seu cargo a fim de não ter a possibilidade de assumir a Presidência da República. Além disso,
pediu-se que se Renan Calheiros também se tornasse réu, igualmente fosse afastado da Presidência do
Senado.
Este dispositivo afirma que o Presidente da República é suspenso de suas funções por 180 dias caso se torne
réu em ação penal por crime comum. Ora, se o constituinte previu esta regra para o Presidente da República,
ela também deverá ser observada para seus substitutos, como é o caso dos Presidentes da Câmara e do
Senado, sob pena de violação aos princípios da separação dos poderes (art. 2º) e republicano (art. 1º).
A referida ação foi autuada como ADPF 402 e distribuída, por sorteio, ao Min. Marco Aurélio em
03/05/2016.
Votos vencidos
Ficaram vencidos os Ministros Marco Aurélio, Edson Fachin e Rosa Weber, que referendavam
integralmente a liminar e afastavam Renan Calheiros do cargo de Presidente do Senado.
RECURSOS
Juntada extemporânea de prova documental em recursos interpostos no STF
Agravo
Contra esta decisão monocrática, o Estado de SP interpôs agravo regimental para a Turma do STF da qual
faz parte o Ministro. Obs: o CPC/2015 (art. 1.021) fala em "agravo interno", mas o RISTF ainda utiliza a
nomenclatura "agravo regimental" (art. 317). Veja a redação do CPC:
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado,
observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
No agravo, o Estado de SP juntou um documento que ainda não havia nos autos: cópia do Diário Oficial
que demonstra que houve a intimação de João e seus advogados. Desse modo, ficou demonstrada que
não era verdadeira a alegação do autor de que não havia sido intimado para o julgamento no TCE.
O que decidiu o STF? É possível considerar este documento e, em razão disso, a decisão monocrática ser
reformada?
SIM. A 1ª Turma do STF, por maioria, deu provimento ao agravo regimental e reformou a decisão
monocrática que havia anulado o acórdão do TCE.
O próprio Relator reformou sua decisão, tendo sido acompanhado pela maioria dos demais Ministros.
DENÚNCIA
Inépcia caso a denúncia se baseie apenas no fato de que o réu era Diretor-Presidente da empresa
O Ministério Público ofereceu denúncia contra alguns sócios da empresa, dentre eles o
Diretor-Presidente, afirmando, quanto a este, que praticou o crime de evasão de divisas
porque detinha o domínio do fato e que não seria crível que a empresa movimentasse altos
valores para o exterior sem que ele soubesse.
O STF entendeu que esta denúncia é inepta.
Não há óbice para que a denúncia invoque a teoria do domínio do fato para dar suporte à
imputação penal, sendo necessário, contudo, que, além disso, ela aponte indícios convergentes
no sentido de que o Presidente da empresa não só teve conhecimento do crime de evasão de
divisas, como dirigiu finalisticamente a atuação dos demais acusados.
Denúncia
Na denúncia, o Procurador da República descreve as condutas do Diretor de Negócios e do Diretor
Administrativo, dizendo que eles autorizaram as remessas, conforme se demonstra pelos indícios
materiais constantes dos autos e pela divisão de competências do estatuto social da empresa.
No entanto, quanto ao Diretor-Presidente, o único fato apontado contra ele na denúncia foi o de que não
seria crível que não tivesse conhecimento das transações que envolveram 1% do capital social da empresa.
Veja o trecho da denúncia quanto ao Diretor-Presidente:
“(...) FULANO DE TAL (primeiro denunciado) era Diretor-Presidente da empresa XXX (cf. Fls. 186-192, e
depoimento, fl. 211). Em razão disto, detinha o domínio do fato concernente às principais ações da referida
empresa. E, muito embora tenha negado, no exercício da autodefesa, ter tido ciência das operações,
simplesmente não é crível que lhe passassem desapercebidas negociações tão vultosas, que remontavam a
cerca de 1% de todo o capital social do grupo."
Não há óbice para que a denúncia invoque a teoria do domínio do fato para dar suporte à imputação
penal, sendo necessário, contudo, que, além disso, ela aponte indícios convergentes no sentido de que o
Presidente da empresa não só teve conhecimento do crime de evasão de divisas, como dirigiu
finalisticamente a atuação dos demais acusados.
Assim, não basta que o acusado se encontre em posição hierarquicamente superior. Isso porque o
próprio estatuto da empresa prevê que haja divisão de responsabilidades e, em grandes corporações,
empresas ou bancos há controles e auditorias exatamente porque nem mesmo os sócios têm como
saber tudo o que se passa.
STF. 2ª Turma. HC 127397/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/12/2016 (Info 850).
Dessa forma, a narrativa dos fatos mostra-se insuficiente e está amparada em mera conjectura.
A forma como foi descrita a acusação contra o acusado inviabilizou o pleno exercício da ampla defesa.
Vale ressaltar que, em caso de inépcia, o vício reconhecido é de natureza estritamente formal e, por isso, o
Ministério Público pode oferecer uma nova denúncia, desde que corrija o vício e individualize, de forma
adequada, a conduta do denunciado.
EXERCÍCIOS
Julgue os itens a seguir:
1) (PFN 2012 ESAF) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente da República, ou
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal, o do Supremo Tribunal Federal e o do
Superior Tribunal de Justiça. ( )
2) (Promotor MP/SC 2014) Admitida a acusação contra o Presidente da República, por 2/3 (dois terços) da
Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. O Presidente
ficará suspenso de suas funções: a) nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Supremo Tribunal Federal; b) nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal. Se, decorrido o prazo de 90 (noventa) dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. ( )
3) Os substitutos eventuais do Presidente da República a que se refere o art. 80 da CF/88, caso ostentem a
posição de réus criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer o ofício de Presidente da
República. No entanto, mesmo sendo réus, podem continuar na chefia do Poder por eles titularizados. ( )
4) (Juiz TJ/SE 2015 FCC) Com relação ao concurso de pessoas, na dogmática penal brasileira, a teoria do
domínio do fato dispensa a identificação de provas de autoria. ( )
5) (Juiz Federal TRF4 2014) Em apertada síntese, segundo a teoria do domínio do fato, o autor de um
delito é quem tem o poder de decisão sobre a realização do fato. Explica, assim, a figura do autor
mediato, ou seja, o "autor atrás de outro autor". Na prática, essa teoria se aplica nas hipóteses em que
não se logra obter elementos probatórios que vinculem, por exemplo, um superior hierárquico, que se
utiliza de um subordinado para a execução da conduta típica. ( )
Gabarito
1. E 2. E 3. C 4. E 5. E 6. C 7. C
OUTRAS INFORMAÇÕES
CLIPPING DO D JE
5 a 9 de dezembro de 2016
Inq N. 3.965-DF
RELATOR: MIN. TEORI ZAVASCKI
EMENTA: INQUÉRITO. DESMEMBRAMENTO DOS AUTOS EM RELAÇÃO A ACUSADO SEM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO.
INVIABILIDADE. NECESSIDADE DE PROCESSAMENTO CONJUNTO COM OS DEMAIS ENVOLVIDOS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PROVA
EMPRESTADA. DECISÕES JUDICIAIS QUE AUTORIZARAM A MEDIDA E SEU COMPARTILHAMENTO JUNTADAS AOS AUTOS. AUSÊNCIA DE
TRANSCRIÇÃO INTEGRAL DOS DIÁLOGOS E DISPONIBILIZAÇÃO DOS ÁUDIOS. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. DEGRAVAÇÃO DAS
CONVERSAS ALUDIDAS NA EXORDIAL ACUSATÓRIA. COMPARTILHAMENTO COM AÇÃO PENAL RELATIVA A CRIME PUNIDO COM DETENÇÃO.
POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. INÉPCIA DA DENÚNCIA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. DISPENSA
INDEVIDA DE LICITAÇÃO MAJORADA (ART. 89, CAPUT, C/C ART. 84, § 2º, AMBOS DA LEI 8.666/1993). ATUAÇÃO EM CONFORMIDADE COM NORMAS
LEGAIS E INFRALEGAIS VIGENTES. ERRO DE TIPO. PRECEDENTE. DOLO ESPECÍFICO DE CAUSAR DANO AO ERÁRIO OU ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. NÃO
DEMONSTRAÇÃO. ATIPICIDADE. IMPROCEDÊNCIA DA ACUSAÇÃO (ART. 6º, 2ª PARTE, DA LEI 8.038/1990).
1. Conforme firme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, afigura-se suficiente, para adimplir a determinação do art. 6º, § 1º, da Lei
9.296/1995 e assegurar o direito de defesa dos acusados, o acesso à degravação dos diálogos aludidos pela denúncia, sendo dispensável a
disponibilização de todo o material oriundo da interceptação telefônica (HC 91.207-MC, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão: Min. CÁRMEN
LÚCIA, Tribunal Pleno, DJe de 21.9.2007; INQ 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, DJe de 26.3.2010; RHC 117.265, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 26.5.2014; INQ 4.023, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 1º.9.2016).
2. Esta Corte já assentou a legitimidade do compartilhamento de elementos probatórios colhidos por meio de interceptação telefônica
autorizada judicialmente com processos criminais nos quais imputada a prática de crime punível com detenção (RE 810.906-AgR, Rel. Min.
ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14.9.2015; AI 626.214-AgR, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe de 8.10.2010; HC
83.515, Rel. Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, DJ de 4.3.2005), e até mesmo com processos de natureza administrativa (RMS 28.774, Rel. Min.
MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 25.8.2016).
3. Não é inepta a denúncia que descreve, de forma lógica e coerente, os fatos em tese delituosos e as condutas dos agentes, com as
devidas circunstâncias, narrando de maneira clara e precisa a imputação, segundo o contexto em que inserida.
TRANSCRIÇÕES
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais
aprofundada do pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham
despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurídica.
Pena - Execução Provisória - Princípio da não Culpabilidade - Habeas Corpus - Liminar - Deferimento
- Liminar - Extensão - Corréu (Transcrições)
HC 137.194/SP*
RELATOR: Ministro Marco Aurélio
DECISÃO: 1. A assessora Dra. Mariana Madera Nunes prestou as seguintes informações:
O Juízo da Vigésima Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP, no processo nº 0069669-78.2009.8.26.0050, condenou o paciente a 4
anos e 2 meses de reclusão, em regime inicial semiaberto, e ao pagamento de 40 dias-multa, em virtude do cometimento do delito descrito no
artigo 171, cabeça (estelionato), por dez vezes, na forma do 71 (crime continuado), todos do Código Penal.
A defesa formalizou apelação, pleiteando, preliminarmente, o reconhecimento da extinção de punibilidade considerada a prescrição da
pretensão punitiva. Sucessivamente, buscou a absolvição por atipicidade da conduta ou a redução da sanção imposta, dizendo injustificado o
aumento da pena-base. A Nona Câmara de Direito Criminal, ao desprover o recurso, afirmou não transcorrido prazo superior a 8 anos.
Asseverou ter ficado demonstrado o emprego de fraude, a provocação e manutenção da vítima em erro, a obtenção de vantagem indevida e o
prejuízo alheio. Consignou que a pena-base foi fixada acima do mínimo legal tendo em vista o elevado valor do prejuízo sofrido pela vítima e o fato de
os réus não terem procurado ressarci-la. Determinou a expedição de mandado de prisão, aludindo ao decidido, pelo Supremo, no julgamento do
habeas corpus nº 126.292/SP.
No Superior Tribunal de Justiça, o habeas corpus nº 371.146/SP foi inadmitido pelo Relator.
O impetrante sustenta a ofensa ao princípio da presunção de não culpabilidade, presente o início da execução da reprimenda antes do
trânsito em julgado da condenação. Aponta as condições pessoais favoráveis do paciente – primariedade, bons antecedentes, ocupação lícita e residência
fixa. Destaca a inexistência de vagas disponíveis no sistema penitenciário para o cumprimento da sanção em regime semiaberto. Aduz ausentes os
requisitos ensejadores da custódia preventiva.
Requer, em âmbito liminar, a expedição de contramandado de prisão. No mérito, pretende a confirmação da providência, para que seja
reconhecido ao paciente o direito de aguardar, em liberdade, a preclusão maior do título condenatório.
Por meio da petição/STF nº 52.690/2016, o impetrante buscou comprovar não haver transitado em julgado a condenação, apresentando
cópia das peças reveladoras da interposição dos recursos especial e extraordinário.
A fase é de exame da medida acauteladora.
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS
5 a 9 de dezembro de 2016
Lei nº 13.367, de 5.12.2016 - Altera a Lei no 1.579, de 18 de março de 1952, que dispõe sobre as Comissões
Parlamentares de Inquérito. Publicada no DOU, Seção nº1, Edição nº 233, p. 1, em 06.12.2016.
Secretaria de Documentação – SDO
Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados – CJCD
CJCD@stf.jus.br