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Vicente Chiaverini
Capítulo 1
1. Definições
O característico polimórfico do ferro e sua facilidade de processamento explicam sua ampla utilização
em todos os setores da Engenharia.
Aço é a liga ferro-carbono além de certos elementos residuais resultantes do processo de fabricação.
A ferrita é ferro no estado alfa contendo traços de carbono. Apresenta estrutura de grãos
irregulares, baixa dureza e baixa resistência à tração, mas excelente resistência ao choque e elevado
alongamento.
A cementita é o carbono do ferro Fe3C contendo 6,67% C. Dura, quebradiça é responsável pela
elevada dureza e resistência dos aços de alto carbono, assim como como pela sua menor ductilidade.
Alta dureza e consequentemente excessiva fragilidade de cementita podem, após uma certa
quantidade, afetar desfavoravelmente a resistência mecânica do aço.
4. Efeito dos elementos de liga sobre o diagrama de equilíbrio Fe-C
O ferro existe em duas formas alotrópicas – alfa e gama – estáveis e diferentes temperaturas. Essas
formas se caracterizam por poderem manter em solução sólida , dentro de ampla faixa de teores, vários
elementos de liga que podem participar da composição dos aços. As diferentes solubilidades dos vários
elementos de liga nessas duas formas alotrópicas do ferro levam a modificações nas faixas de
temperaturas em que ocorrem as transformações estruturais dos aços.
CAPÍTULO 2
i. Teor de carbono
c. Estabilização da austenita.
i. Resfriamento
1. Velocidade de resfriamento;
2. Interrupção do resfriamento.
ii. Reaquecimento
A austenita retida é instável e pode ser transformada em martensita; isso pode causar
mudanças dimensionais inesperadas, fragilizacao ou fissuração
3- Endurecibilidade ou temperabilidade
-Temperabilidade (profundidade de endurecimento)
-Depende de:
4- Avaliação de temperabilidade
-Velocidade crítica de esfriamento: permite a obtenção de martensita sem transformação
anterior da austenita. É um critério e prático, porém com restrição.
-Profundidade de endurecimento: Por uma barra de diâmetro ideal (no qual a peça inteira
tem o mesmo resfriamento instantaneamente) é feito um padrão, que é usado para medir a
profundidade de endurecimento.
5- Medida de Temperabilidade
Método de Grossmann e Método de Jominy
Diâmetro Crítico (Dc) = diâmetro da barra que, esfriada da temperatura austenítica, mostrará no
centro 50% de martensita. Portanto se:
Diâmetro da barra = Dc Núcleo central com 50% de martensita.
Diâmetro da barra > Dc Núcleo central incompletamente endurecido.
Diâmetro da barra < Dc Núcleo central completamente endurecido ou martensítico.
O Dc pode ser facilmente determinado, já que a separação da zona que predomina a martensita da
zona que predomina a perlita tem queda brusca de dureza.
1- Introdução
O tratamento térmico tem como objetivo alterar as propriedades dos aços através de operações de
aquecimento e resfriamento, sob condições controladas de temperatura, tempo (de permanencia em
determinada temperatura), atmosfera do recinto. Dentre as principais transformções, podem-se citar :
aumento de resitência mecânica, à corrosão, ao desgaste; melhoria de ductibilidade, da usinabilidade e das
propriedades de corte; modificação de propriedades elétricas e magnéticas. No entanto, é necessário que o
processo seja aplicado criteriosamente já que a melhora de uma propriedade pode influenciar na piora de
outra.
Pelo simples aplicação de tratamentos térmicos, não se verifica alteração na composição química,
embora em casos em que se interessa uma modificação parcial de certas prorpiedades mecânicas
O grau de transformação das propriedades de determinado aço depende diretamente de sua
estrutura. Tem-se como exemplo as tranformações na austenita segundo o tipo, a velocidade e as
condições de esfriamento adotadas.
Vale destacar a importância dos tratamentos térmicos para aços de alto carbono e para os que
apresentam elementos de liga, já que são obrigatoriamente submetidos a esse processo antes de serem
colocados a serviço.
2- Fatores de influencia nos tratamentos térmicos
Aquecimento :
Geralmente realizado a uma temperatura acima da crítica, a fim de obter a completa austenitização
do aço (ou seja, dissolução do carboneto de ferro no ferro gama). Esta é o ponto de partida para as
tranformações posteriores, sendo processadas em função da velocidade de esfriamento.
A temperatura de aquecimento é relativamente fixa de acordo com a natureza do processo
e com as propriedades e estruturas finais desejadas. Quanto mais alta essa temperatura (acima da zona
crítica), maior segurnaça da completa dissolução das fases no ferro gama; ao mesmo tempo, maior será o
grão de austenita, o que acarreta mais desvantagens se comparado às desvantagens de não se ter
dissolução total em ferro gama.
Resfriamento:
Fator mais importante, pois determinará a esttrutura e as propriedades finais. De acordo com a
variação da velocidade de resfriamento, pode-se obter desde perlita grossa de baixa resitência mecânica e
baixa dureza até a martensita (que é o constituinte mais duro resultante dos tratamentos térmicos). Meios
usuais: ambiente do forno, ar e meios líquidos, respectivamente do mais brando para o mais drástico.
O meio a ser escolhido está diretamente relacionado à estrutura final desejada, à secção e à forma
da peça. Isso deve-se à possivel ocorrência de consequências inesperadas tais como empenamento e
ruptura da peça, caso uma peça seja submetida a um resfriamente mais drástico do que o conveniente para
sua secção.
Os meio mais comumente utilizados são soluções aquosas, água, óleo e ar. Além disso, pode-se
relatar que os mais drásticos são as soluções aquosas e sua eficácia é devido a ação de remover a casa de
óxido superficial além da menor tendência de formar vapor na superfície do aço; e que há diferença no
comportamento dos diferentes tipos de óleo (devido a diferença de viscosidade).
De acordo com propriedades esperadas, tem-se a necessidade de usar meios de refriamento cada
vez menos severo, implicando na escolha de aços com temperabilidade cada vez maior de modo a evitar
empenamento ou fissuras.
Pode-se mencionar meios ainda menos drásticos do que água aquecido e ar, são banhos de sal e
banhos de metal fundido (o mais comum é o chumbo). Os banhos de sal são utilizados na têmpera de aços
rápidos, de modo a permitir um resfriamento uniforme e rápido nas faixas de altas temperaturas, onde o
refriamento é mais crítico. A fim de obter velocidades de resfriamento superiores às obtidas em ar
tranquilo e inferiores às ontidas em óleo, outro meio utilizado na indústria moderna é representado por
gás.
Atmosfera de forno:
Nos tratamentos térmicos dos aços, deve-se evitar basicamente a oxidação (resulta na formação de
casca de óxido) e a descarbonetação (pode formar camada mais mole na superfície do metal).
Agentes descarbonetamtes usuais
Estes fenomenos podem ser evitados pelo uso de uma atmosfera protetora ou controlados no
interior do forno, o que garante uma superfície uniformemente dura e resitente ao desgaste.
As atmosféras mais comuns são obtidas pela combustão total ou parcial de carvão, óleo ou gás., e
podem apresentar oxigenio, nitrogênio, vapor d`água, hidrocarbonetos, etc.
3- Recozimento
É o tratamento térmico que tem entre os objetivos : diminuir dureza para melhorar usinabilidade
do aço, ajustar tamanho de grão, regular textura bruta de fusão, produzir microestrutura definida, etc.
3.1- Recozimento total ou pleno:
Consiste no aquecimento do aço acima da zona crítica (durante tempo necessário), seguido de um
resfriamento muito lento (com uma velocidade de resfriamento em relação ao forno ou deixando que o
aço resfrie junto com ele).
A temperatura de recozimento pleno é +ou- 50 graus acima do limite superior da zona crítica para
aços hipoeutetóides e acima do limite inferior para os hipereutetóides. Para esses aços, não se deve
ultrapassar a linha superior pois ao atravessar novamente essa linha num refriamento, formar-se-ia nos
grãos de austenita, um invólucro frágilde hidrocarbonetos, coferindo extrema fragilidade aos aços. Já na
normalização, por ocorrer ao ar o refriamento, não se tem formação desse invólucro de carbonetos, de
modo que seu auqecimento pode ser levado a temperatura acima da linha superior da zona crítica.
Os constituintes estruturais que resultam do recozimento são perlita e ferrita para aços
hipoeutetóides, cementita e perlita para os aços hipereutetóides e perlita para os aços eutetóides.
A influência da temperatura de aquecimento no recozimento sobre as propriedades mecânicas dos
aços está indicada na figura 55 (abaixo), relativa a um aço 0,4% de carbono, no estado ligeiramente
encruado.
Deste modo, pode-se perceber que de acordo com o aumento da temperatura, a ductibilidade melhora e a
resitência mecânica diminui; o máximo efeito é obtido ao atingir-se o limite superior da zona crítica e a
resitência é pouco afetada ao ser ultrapassada novamente, contando ainda com o acentuado crescimento
de grão, o qual deve ser evitado ao deixar de utilizar aquecimentos muito além do limite superior da zona
crítica.
3.4 Esferoidização
É o aquecimento e resfriamento em condições a produzir uma forma globular ou esferoidal de
carboneto no aço para melhorar a usinabilidade e trabalhabilidade a frio os aços (principalmente os de
médio a alto teor de carbono). Feita em aços de baixo carbono tem por objetivo permitir deformação
severa, pois o aço fica extremamente mole e viscoso.
Aços-liga hipereutetóides são normalizados para eliminação total ou parcial dos rendilhados de
carbonetos que caracterizam suas estruturas.
5. Têmpera
Consiste no aquecimento do aço até sua temperatura de austenitização – entre 815ºC e 870ºC -
seguido de resfriamento rápido.
6. Revenido
O revenimento é o tratamento térmico que normalmente sempre acompanha a têmpera, pois
elimina a maioria dos incovenientes produzidas por esta; além de aliviar ou remover tensões internas,
corrige as excessivas dureza e fragilidade do material, aumentando sua ductilidade e resistência ao choque
7.Coalescimento
Qualquer tratamento capaz de produzir esferoidita(figura 71).Esse tratamento é aplicado
principalmente em aços hipereutéticos e pode consistir nas seguintes operações:
• Aquecimento prolongado de aços laminados ou normalizados a uma temperatura logo abaixo da
linha inferior da zona crítica;
• Aquecimento e resfriamento alternados entre temperaturas logo acima e abaixo da zona crítica, ou
seja, fazer a temperatura oscilar em torno da zona crítica.
Resultado: Dureza muito baixa, normalmente inferior à da perlita grosseira, obtida no recozimento.
Objetivos: Facilitar certas operações de deformação a frio e usinagem de aços de alto teor de carbono.
Vantagens da austêmpera:
• Melhor ductilidade, tenacidade e resistência para uma determinada dureza.
• Empenamento reduzido.
A grande vantagem da austêmpera sobre o revenido comum é que a bainita se forma direto da
austenita a temperatura muito mais alta que a martensita. Com isso as tensões internas são menores,
conseqüentemente não há praticamente distorções ou empenamento e é erradicada a existência de fissura
de tempera.
Aços mais comuns para a austêmpera:
• Aço carbono, 0,50% < C < 1,00% e no mínimo 0,60% de manganês
• Aço carbono, C > 0,90% e um pouco menos de 0,60% de manganês.
• Aço carbono, C < 0,50% e 1,00 < Manganês < 1,65%
• Aço liga, C > 0,30% e baixo teor de liga.
O aço 1080 máxima secção para a austêmpera é 5mm.Aços de menores teor de C permitem
proporcionalmente uma menor secção.Certos aços ligas permitem no Max 25mm.Caso seja permitido a
presença de perlita, secções bem maiores poderão ser usadas.
O banho de austêmpera indicado é o sal fundido, constituído de nitrato de sódio seja permitido e
potássio e eventualmente nitrato de sódio (transfere calor rapidamente). Esse banho evita o problema de
uma barreira de vapor durante o inicio do resfriamento, é estável e solúvel em água.
Estruturas bainíticas se mostram vantajosas na faixa de dureza Rockwell C50 ou acima, na faixa
40RC a 45RC a martensita revenida é superior, já na faixa 60RC a 65RC a bainita não pode ser obtida.
A austêmpera com 100% de bainita só pode ser obtida em barras de pequenos diâmetros e
pequenas tiras com tenacidade excepcional e dureza próxima a 50RC. Entretanto, também é importante as
propriedades que a austêmpera produz mesmo se ser inteiramente bainitica. Assim na indústria é comum
a aplicação com menos de 100% de bainita.
A bainita apresenta algumas variações. A chamada bainita superior em aços hipoeutetóides
apresenta-se como pilhas de tiras ou agulhas de ferro. O excesso de C que resulta da transformação da
austenita fica acumulado nessa austenita, sendo que parte desta, com muito C, fica presa entre as tiras,
com a manutenção do aço à temperatura bainitica ocorre precipitação do carbono da austenita, na forma
de cementita, resultando um agregado não-lamelar de ferrita e cementita, o qual constitui a bainita.
A bainita inferior forma-se na temperatura abaixo de 350°, no lugar das tiras de ferrita surgem
placas. A fase de C que se forma inicialmente é a épsilon e não a cementita mais depois o épsilon muda
para cementita.
3- Martêmpera
Patenteamento
Processo muito empregado na indústria de arames e fios, é uma modificação da austêmpera. No
patenteamento arames e barras austenizadas são resfriadas continuamente num banho, geralmente, de
chumbo fundido a temperatura de 510°C a 540°C por um período de 10seg (arame) até 90seg (barra),
assim o resfriamento é lento o suficiente para formar perlita fina. A diferença para a austêmpera é que em
vez da velocidade de resfriamento ser suficiente rápida para evitar o cotovelo da curva em C, é
suficientemente lenta de modo a interceptar o cotovelo, dando assim origem a perlita fina.
Esse procedimento resulta em uma moderada alta resistência e dureza e como na austêmpera as
dimensões da peça deve ser controlada para não gerar peças de microestrutura mista as quais podem
produzir nas peças durezas não uniforme.
Embora não seja um processo perfeitamente explicável admite-se que no envelhecimento dos aços
“maraging” ocorra precipitação das fases intermetálicas contendo níquel, molibdênio, titânio e
eventualmente ferro. Por outro lado a estrutura martensítica é em tiras e a estrutura cristalina é a cúbica
centrada.
A figura acima representa três métodos de aplicação do endurecimento superficial por chama. Sendo
de cima pra baixo, método “progressivo” em que a chama é movida ao longo da área a ser endurecida,
método “giratório” em que a peça é feita girar e método “combinado” em que tanto a peça como a chama
se movimentam.
Vários gases combustíveis podem ser usados na tempera por chama. A tabela abaixo mostra a
quantidade de oxigênio e de gás combustível necessária para aquecer um centímetro quadrado de aço a
815°C a uma profundidade de 3,2mm, para alguns gases combustíveis queimados com oxigênio
Para tais bobinas, usam-se tubos de cobre comercial, com dimensões tais que permitam um fluxo
adequado de água para seu resfriamento.
Alguns processos onde se aplica aquecimento superficial por indução:
• Tempera simultânea, onde a peça a ser tratada é feita girar dentro da bobina.
• Tempera continua, em que a peça, ao mesmo tempo que gira no interior da bobina, move-
se ao longo do seu eixo.
Desvantagens:
• Não é um processo limpo como os outros;
• Não é recomendado para a produção de camadas finas de cementação tolerâncias estreitas;
• Não permite um controle muito preciso do carbono superficial e do gradiente de carbono.
• Quando se exige total controle da qualidade do material, esta técnica não é utilizada. É utilizada
normalmente em pequenas indústrias e oficinas.
Têmpera direta recomendada somente para aços de granulação fina ou que foram cementados em
banho de sal (tempo de cementação mais curto, não há crescimento exagerado de grão). Favorece a
retenção da austenita da camada cementada.
Têmpera simplesconsiste em realizar a tempera depois de as peças terem resfriado ao ar.
Têmpera dupla: Realiza-se uma primeira têmpera, a partir a temperatura de austenitização do núcleo,
para refiná-lo. Em seguida tempera-se novamente a partir de uma temperatura logo acima da temperatura
critica da superfície, reduzindo a retenção de austenita e evitando pontos moles na camada cementada.
Alia-se a grande dureza da camada cementada à um núcleo muito tenaz.
Obs: geralmente não se faz revenimento nos aços cementados
3- Condições de aquecimento
Para aquecimento de peças de aço carbono de dimensões normais e de até 5 quilos
costuma-se utilizar a regra: 1 minuto para cada mm de espessura por hora mais um tempo de
adição para o formato das peças.
Para barras redondas a penetração se dá a 1mm/minuto porém existe um fator de
aquecimento que é maior para peças esféricas e cilíndricas cerca de 50% maior do que para peças
longas ou quadradas que é três vezes maior do que em placas retangulares
Observa-se também que quanto maior os elementos de liga maior será o tempo para a
solubilização completa
Como há aços, com % elevada de elementos de liga, aços rápidos com alto teor de cobalto,
que não podem ser aquecido continuamente até a temperatura crítica, assim, recorre-se ao pré
aquecimento simples ou duplo. Nesses aços a permanência em altas temperaturas (1000°C;
1300°C) deve ser reduzida de 2 a 7 minutos para não ocorrer a fusão incipiente.
A permanência das peças temperadas a temperatura do revenido obedece a processos
adequados para não ocorrer falhas.
Peças logo após a tempera devem ser transferidas aos fornos e aos banhos revenidos o
tempo mínimo necessário.
- quanto maior o teor de dos elementos de liga maior o tempo.
- Peças delgadas (até 3/8”) de aço carono devem ficar na temperatura de revenido até 15
minutos
- Peças com alto teor de cromo e carbono devem ficar de 8 a 10 vezes mais tempo.
- Aços com altos teores de ligas recomenda-se a adoção de 2 revenidos para garantir a
precipitação da maior parte da austenita retida na tempera para haver o devido alivio de
tensões.
4- Preservação da superfície
Ao longo do aquecimento devem ser tomados cuidados para evitar a oxidação e a formação
de cascas de óxido.
Práticas:
-Em fornos a óleo costuma-se pré aquecer o forno em 100°C superior a temperatura da
tempera e em seguida fazer a combustão do óleo assim consegue-se uma atmosfera protetora
- Em fornos de mufla á óleo, gás ou elétricos é utilizado o empacotamento das peças em
caixas com carvão de madeira granulado
- Em fornos de mufla hermeticamente fechados utiliza-se o lançamento de substancia
redutoras para fazer uma atmosfera redutora
- A preservação da superfície é melhor garantida pelo emprego de fornos a banho de sal
devidamente controlados
5- Atmosferas controladas
Essas atmosferas controladas geralmente gasosas podem ser produzidas por diversos meios
alguns dos quais são bastante econômicos e preenchem perfeitamente as necessidades dos
tratamentos térmicos.
As atmosferas controladas foram divididas em 6 grupos com base no método de preparo e
nos constituintes originais empregados.
OBS: Ponto de orvalho é a temperatura exata em que a umidade prcipita ou que o ar fica
saturado.
- À base exotérmica: obtida através da combustão parcial ou completa de uma mistura
gás/ar , pode-se remover o vapor d’água para produzir o desejado “ponto de orvalho”
- À base de nitrogênio preparado: obtida através de base exotérmica , com remoção do
CO2 e do vapor d’água.
- À base endotérmica : obtida através da reação parcial de uma mistura de gás
combustível e ar numa câmara cheia de substancia catalisadora externamente aquecida.
- À base de carvão de madeira : obtida fazendo passar ar através de um leito de carvão de
madeira incandescente.
- À base exotérmica/endotérmica: obtida pela completa combustão de uma mistura de
gás combustível e ar, removendo-se o vapor d’água e formando de novo o CO2 a CO
mediante um reação com o gás combustível numa câmara cheia de substância
catalisadora externamente aquecida
- À base de amônia : que pode constituir de amônia crua, dissociada, ou dissociada
parcialmente ou completamente queimada com o ponto de orvalho regulado.
6- Conclusões
Como é comum ocorre o defeito de empenamento em peças submetidas ao tratamento
térmico é conveniente lembrar alguns cuidados que devem ser utilizados na utilização dos fornos.
- Não se deve carregar fornos com soleiras irregulares , é necessário que as peças sejam
apoiadas de modo adequado e uniforme nas soleiras.
- Peças de grande seção transversal devem ser dispostas de maneira horizontal
- Peças com seção finas devem ser suspensas
- Imersão de pelas nos meios líquidos deve ser feita com muito cuidado, introduzindo
primeiramente as seções mais finas
- Outra causa de empenamento está ligada ao projeto inadequado da peça o qual pode
levar ao aparecimento de fissuras, pela concentração de tensões em determinadas ares
Outro problema freqüente nos tratamentos térmicos está relacionado a dureza superficial
que varia em função da forma do carregamento para evitar esse problema deve-se evitar cargas
extremamente densas de peças de pequena dimensão pois quando são mergulhadas nos banhos de
têmpera o fluxo do meio de resfriamento para o centro da carga fica prejudicada
De inicio as inclusões podem ser imaginadas como partículas esféricas ou globulares de pequenas
dimensões. No processo de conformação mecânica algumas delas se alongam no sentido da
laminação.
As causas mais importantes das inclusões são:
• Precipitação, durante o processo de solidificação do aço, de óxidos e sulfetos.
• Separação deficiente dos produtos de oxidação e desulfuração resultante da adição de
desoxidantes e desulfurantes.
• Formação de escorias nos fornos e nas panelas de vazamento.
• Arrastamento para o metal liquido de produtos de erosão e corrosão do material refratário
das paredes dos fornos ou dos canais de vazamento
• Adição de produtos como ferros-liga ou aditivos de fundição, mais difíceis de dissolverem
no banho metálico.
Dentre as técnicas que estão sendo adotadas para reduzir o efeito prejudicial das inclusões não
metálicas podem citar as seguintes:
• Tratamento a vácuo do aço da panela, de modo a minimizar os níveis de oxidação.
• Injeção na panela, que se realizada corretamente pode significar uma boa remoção do
enxofre, e do numero geral de inclusões.
• Seleção correta de revestimento refratário de modo a reduzir as inclusões exógenas.
• Prevenção para impedir a transferência de escorias do forno e da panela às fases
subseqüentes de processamento de aço.
• Projeto adequado das panelas intermediarias.
Propriedades mecânicas dos aços-carbono
As propriedades mecânicas são afetadas em principio pelos fatores seguintes:
• Composição química
• Microestrutura
Condição química – Nos aços resfriados normalmente, isso é, em condições tais que se
processe formação total da austenita, o elemento predominante é carbono que, a medida que
aumenta, melhora as propriedades relativas a resistência mecânica, ou seja, o limite de
escoamento, o limite da resistência a tração e a dureza, e piora a ductilidade e a tenacidade.
Microestrutura – Esta é inicialmente afetada pela composição química, pois os constituintes
presentes são ferrita, perlita e cementita, combinados de acordo com o tipo do aço, eutetóide,
hipereutetóide, hipoeutetóde.
Por outro lado, a microestrutura dos aços depende também dos seguintes fatores:
• Estado ou condição do aços, sob o ponto de vista de fabricação, se fundido, trabalhado a
quente (laminado, forjado) ou trabalhado a frio.
• Tamanho de grão austenítico.
• Velocidade de resfriamento.
No estado fundido o aço apresenta granulação grosseira, do tipo dendrítico, visto que a
austenita se forma a altas temperaturas e o esfriamento do interior dos moldes é muito lento.
Como as operações de conformação a quente são realizadas a temperaturas em que o aço se
apresenta no estado austenítico, verificam-se as seguintes conseqüências:
• Homogeneização, apreciável da estrutura, pela tendência a eliminar ou reorientar as
inclusões e segregações que ocorrem durante a segregação do metal no interior dos
moldes
• Recristalização, com acentuada influencia sobre o tamanho do grão, por sua vez, depende
das temperaturas finais de deformação.
As figuras 14 e 15 são relativas à influência dos elementos de liga sobre o teor de carbono
e a temperatura do eutetóide sobre o campo austenítico.
- A figura 14 mostra que alguns elementos elevam a temperatura de formação da austenita e outros
a abaixam; entretanto, nenhum elemento de liga passa a composição do eutetóide a valores mais
elevados.
- A figura 15 mostra os efeitos do manganês, cromo, molibdênio e silício sobre a faixa de
existência da austenita. O manganês, o níquel e o cobalto atuam da mesma forma; o cromo
praticamente elimina o campo austenítico com teores da ordem de 20%, já o molibdênio elimina o
campo austenítico acima de cerca de 8,2%, enquanto o tungstênio em teores de cerca de 12%
impede a completa austenitização. O silício, apesar de não ser elemento formador de carboneto
como o tungstênio e o molibdênio, também restringe o campo austenítico, até que acima de cerca
de 8,5% não há possibilidade de ter-se austenita como único constituinte. O efeito do titânio é
ainda mais acentuado, a ponto de um teor de 1% desse elemento praticamente eliminar a fase
austenítica.
Fig. 114 – Dureza martensítica numa série de ligas Fe-Cr com 0,02% de carbono, mostrando-se, para efeitos comparativos, a
dureza no estado recozido.
A figura 116 indica os efeitos do níquel, do cromo e do manganês sobre os valores obtidos
no ensaio de tração em corpos de prova de pequena secção de aço laminado com 0,2% de carbono.
- Verifica-se que o níquel se dissolve na ferrita, aumenta razoavelmente os limites de
resistência à tração e de escoamento, sem afetar muito sensivelmente a ductilidade.
- O cromo, que além de se dissolver na ferrita forma carbonetos, possui efeito mais
apreciável que o níquel no que se refere ao limite de escoamento e à resistência à tração,
provocando queda maior nos valores de alongamento e estricção.
- O manganês, cujo efeito é analisado em três tipos de aço, aumenta as propriedades de
resistência mais ou menos na mesma proporção do que o cromo.
Fig. 116 – Efeito do níquel e do cromo sobre propriedades mecânicas de aço laminado com 0,20% de carbono; efeito do
manganês sobre aços de baixo e médio carbono, laminados.
Cabe uma referência especial ao boro, que em pequenas quantidades, exerce um efeito acentuado
sobre a endurecibilidade dos aços . Os aços de boro devem ser, primeiro, cuidadosamente desoxidados, e
o seu teor de nitrogênio deve ser baixo, pois, do contrário, o boro reagirá como o oxigênio e o nitrogênio,
deixando de contribuir para melhorar a temperabilidade.
É extremamente pequena a porcentagem de boro a ser adicionada para obtenção dos efeitos
desejados, ficando entre 0,008% e 0,0003%, dependendo do tipo de aço . Entretanto, se sua quantidade
ultrapassar de certos limites, poderá provocar a falta de ductilidade a quente. Sendo que o limite é cerca
de 0,008% para aços de baixo carbono e de cerca de 0,005% para aços de alto carbono.
A atuação do boro não é propriamente como elemento de liga. Contudo, seu efeito sobre certas
características dos aços, como temperabilidade, é: deslocar a curva de início de transformação do
diagrama TTT para a direita, embora relativamente pouco o mesmo acontece com a curva de fim de
transformação e a conseqüência imediata é o aumento da temperabilidade dos aços.
Admite-se que a presença de um composto submicroscópico de boro nos contornos dos grãos (BC,
BN ou boretos) seria a causa do atraso na transformação da austenita que, como se sabe, começa nos
contornos dos grãos.
A figura 117 mostra o efeito do boro sobre a temperabilidade de um aço com 0,63% de carbono.
Fig. 117 – Efeito do boro sobre a temperabilidade de um aço com 0,63% de carbono.
A figura 118 mostra as faixas de endurecibilidade para aço tipo SAE 5046 sem e com boro. Nesses aços, a temperatura de
normalização para material forjado ou laminado é de 870 graus C; a temperatura de austenitização é de 843 graus C.
Bullens cita o exemplo de um aço com 0,42% C, 1,60% Mn e 0,30% Si que, por têmpera em óleo,
endurece a 55 Rockwell C somente até diâmetros de meia polegada, ao passo que com adição de apenas
0,001% a 0,002% de boro, poderá adquirir a mesma dureza até diâmetros de uma e meia polegada.
A adição do boro nos aços, constituem uma inegavelmente vantagem desse elemento que não
altera as características do aço de trabalho a quente, nem de trabalho a frio ou de usinabilidade, visto que
não altera a dureza, a resistência mecânica e a plasticidade da cementita e da ferrita, ao contrário dos
elementos de liga que ele substitui, como Mn, Ni, Cr, etc. Do mesmo modo, nos estados recozido ou
normalizado, as propriedades de um aço ao boro são praticamente idênticas às do mesmo aço sem boro.
Foi desenvolvido nos Estados Unidos um novo grupo de aços ao boro. Esses aços apresentam
menores teores de carbono, mas maiores teores de manganês e boro, essa combinação propiciou
endurecibilidade crescente, permitindo reduções nos níveis de carbono, sem diminuição da resistência.
Devido a menor quantidade de carbono observa-se dureza mais baixa na condição laminada,
possibilitando fácil conformação mecânica. E ainda esses aços apresentam características de auto-
revenido, que eleva a temperatura de transformação Mi a um ponto onde o revenido ocorre logo após a
transformação. Diminuindo assim as fissuras e as probabilidades de empenamento.
As aplicações mais importantes dos aços ao boro situam-se no campo dos aços para cementação,
em substituição aos aços com alto teor de níquel.