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ARQUITETURA AÇO
ARQUITETURA AÇO Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 43 setembro de 2015

Edifícios
Multiandares
Versatilidade do material e
velocidade na construção estimulam
a adoção de estruturas em aço em
modernos prédios corporativos
9771678112098 43
editorial

Aço, um importante aliado


Nos projetos de edifícios de múltiplos andares, especialmente naqueles direcionados ao
uso comercial, a preocupação com os aspectos econômicos e com o retorno do investi-
mento é uma questão central, ampliando a importância atribuída aos fatores relaciona-
dos ao custo da construção e ao prazo de realização das obras, além de outros aspectos
do projeto que impactam na valorização dos empreendimentos.
Nesta edição, apresentamos casos de edifícios multiandares com estruturas em aço,
utilizando diferentes soluções, que demonstram a contribuição do aço e os excelentes
resultados obtidos relativos à velocidade construtiva, redução de custos, flexibilidade e
beleza dos projetos, entre outros.
Em todos eles, o ganho no prazo de construção é destacado como uma importante
vantagem da construção em aço, com reflexo direto no custo das obras e no retorno do
investimento. Na Torre E do conjunto WTorre Complex, por exemplo, o edifício com 26
andares e mais de 23 mil m2 de área construída foi erguido em apenas 11 meses.
Já no edifício Gaia, nossa capa, a estrutura em aço recebe fechamento em light steel frame,
demonstrando a versatilidade do material. Também chama atenção o projeto do Módulo
323, no qual a estrutura em aço foi utilizada para viabilizar a construção de um edifício
comercial que respeita não apenas as normas legais, mas a arquitetura e a paisagem
do entorno, em uma região com amplo predomínio de residências. Mostramos, ainda, a
criativa utilização de uma estrutura em aço para valorizar e transformar uma estação de
bombeamento de esgotos em um ponto turístico, onde um mirante revela as belas pai-
sagens da cidade de Porto Alegre (RS). Em entrevista exclusiva para Arquitetura & Aço, o
arquiteto Roberto Aflalo Filho, do escritório Aflalo & Gaperini Arquitetos, comenta sobre
algumas das especificidades em projetos de edifícios corporativos e as vantagens das
soluções com estruturas mistas para esse tipo de empreendimento, como nos casos dos
edifícios Viol, WTorre Morumbi e The One, todos recentemente construídos em São Paulo
e adotando essa técnica.
E da cidade de Londres, Inglaterra, trazemos a gigantesca torre de 310 m de altura, pro-
jetada pelo italiano Renzo Piano com estrutura mista e que utilizou materiais e técnicas
de montagem inovadoras, empregando 11 mil toneladas de aço.
Em obras de maior ou menor porte, com estruturas exclusivamente em aço ou em solu-
ções mistas, o aço comparece sempre como um importante aliado nos empreendimen-
tos de edifícios de múltiplos andares.
Boa leitura!

ARQUITETURA&AÇO 1
04. 08.

sumário
Marcelo Scandarolli

Arquitetura & Aço nº 43


setembro 2015

Foto da capa: acontece 34


Edifício Gaia, Morumbi,
São Paulo, SP. ENDEREÇOS 36
12. 16. 20.

24. 28. 30.

04. The One Faria Lima, São Paulo: estrutura mista possibilita que edifício corporativo de alto padrão seja construído
em apenas 18 meses na capital 08. Torre E, no WTorre Complex: obra com 23 mil m² fica pronta em menos de um

ano a partir de uma solução com pilares mistos, vigas em aço e lajes em steel deck 12. Gaia, Morumbi, São Paulo:

estrutura com perfis de aço, fachada em light steel frame e lajes steel deck garantem uma obra rápida e sem resíduos16.

Entrevista: o arquiteto Roberto Cláudio dos Santos Aflalo Filho, da Aflalo & Gasperini Arquitetos, fala sobre o uso do aço em

edifícios multiandares no Brasil 20. São Paulo Corporate Towers (Viol), Vila Olímpia, São Paulo: prestes

a ser inaugurado, empreendimento de grande magnitude leva 7.300 toneladas de aço em sua estrutura 24. Mobile 323,
Pinheiros, São Paulo: apenas cinco meses foram necessários desde o detalhamento do projeto até o final da montagem da

estrutura 28. EBE Cristal, Porto Alegre, RS: torre metálica de 26 m de altura ganha mirante às margens do Rio

Guaíba para suavizar o visual da estação de esgoto e atrair visitantes ao local 30. The Shard, Londres, Inglaterra: com
309,6 m de altura e 87 andares, o maior edifício da União Europeia conta com uma estrutura mista que utiliza 11 mil toneladas de aço
um edifício Único
Estruturas mistas, com pilares em aço revestidos em concreto, são destaques na concepção
do empreendimento comercial, que também chama a atenção por seu visual arrojado

4 ARQUITETURA&AÇO
Os 16 pavimentos do The One Faria

Fotos Carlos Gueller


Lima, edifício corporativo Triple A localizado
no Itaim Bibi, em São Paulo, foram construídos
em apenas 18 meses. Para que a produtividade
atingisse a marca de 6 mil m2 mensais, no
entanto, um planejamento detalhado da obra
foi necessário – a etapa durou cerca de um ano.
Mas a demanda por velocidade não foi o
único ponto interessante do empreendimen-
to: “o desejo dos incorporadores em criar um
edifício de destaque, adequado ao perfil do
entorno e com soluções de alto padrão para
atender às expectativas de seletas empresas,
exigia um projeto de arquitetura sofisticado e
diferenciado”, comenta Iurie Frank, arquiteta
do escritório Itamar Berezin Arquitetura, que
garante que a opção por uma estrutura mista
em aço e concreto foi essencial para se alcan-
çar esse resultado.
No projeto, foi concebida uma estrutura
com os pilares em aço revestidos de concre-
to atuando conjuntamente para suportar as
cargas. As lajes – inclusive as dos sobressolos,
destinadas ao estacionamento –, foram idea-
lizadas em steel deck, fato que, na opinião de
Iurie, contribuiu para minimizar os custos do
projeto. “A escolha das estruturas metálicas
proporcionou a redução do custo e viabilizou
o uso de vigas menores, permitindo um pé-
-direito maior nos andares.”
Outra vantagem da técnica mista foi,
ainda, a obtenção de grandes vãos de vigas –
com lajes livres e pilares apenas na periferia
– e a redução da seção de pilares. “O perfil de
aço embutido no concreto confere resistên-
cia ao pilar. Além disso, o uso de vigas em
aço e lajes steel deck possibilitou a redução do
uso de formas na obra”, pontua a profissional.

Além do prazo, utilizar o aço na estrutura proporcionou


uma obra mais limpa, organizada, com menor quantidade
de formas e maior produtividade

ARQUITETURA&AÇO 5
> Projeto arquitetônico:
Itamar Berezin Arquitetura
> Área construída:
23.703,69 m²
> Aço empregado: estrutural
com 350 MPa
> Volume de aço: 1.180 t
> Projeto estrutural: Codeme
Engenharia
>  ornecimento da estrutura
F
de aço: Codeme Engenharia
> Construção: Odebrecht
Realizações Imobiliárias
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2011
> Conclusão da obra: 2012

Para obter ganhos na produtividade, as lajes dos pavimentos, inclusive


Ela explica que o núcleo estabilizador do edifí-
dos sobressolos para os estacionamentos, foram projetadas em steel deck.
As vigas de aço e os pilares em aço revestidos em concreto proporcionaram cio – que concentra escadas e elevadores – foi
ampla área livre às lajes projetado apenas em concreto.
Fotos Carlos Gueller De acordo com Iurie, a solução estrutural
adotada foi fundamental para que o exíguo
prazo executivo do edifício fosse atendido. “Se
a opção fosse pelo concreto, as alturas das vigas
convencionais precisariam ser aumentadas e o
ganho de custo e de prazo não teria ocorrido.”

Diferenciais do projeto
Para a concepção do edifício, a inovação e o
arrojo foram o carro-chefe ao lado das orien-
tações de qualificação exigidas pelo US Green
Building Council para a obtenção da certifi-
cação socioambiental LEED (Leadership in
Energy and Environmental Design), categoria
Silver. Foram previstos equipamentos para
o uso racional da água, elevadores de última
geração com sistema de antecipação de des-
tino, ar-condicionado VRF System (Variable
Refrigerant Flow), que regula a temperatura do
ambiente de acordo com o fluxo de pessoas e
garagens em sobressolo para evitar as escava-
ções e agressões ao terreno, entre outros itens.
Os seis pisos destinados às 570 vagas de
estacionamento – sendo um térreo e cinco
sobressolos – foram um dos principais dife-
renciais do empreendimento, pois, além de
melhor ventilação para o estacionamento, a
configuração também trouxe aos usuários
uma vista privilegiada. (B.L.) M

6 ARQUITETURA&AÇO
O edifício conta com
estrutura mista, com
pilares em aço revestidos
com concreto, vigas e
lajes mistas do tipo steel
deck. O núcleo rígido,
onde se concentram
escadas e elevadores,
é em concreto

ARQUITETURA&AÇO 7
Velocidade e Beleza
Com estrutura mista em aço e concreto, Torre E do WTorre Complex,
na zona sul de São Paulo, foi concluída em menos de um ano

8 ARQUITETURA&AÇO
Edifício corporativo inaugurado em 2013,
na zona sul de São Paulo, foi construído
em apenas 11 meses a partir de uma
solução com pilares mistos, vigas
metálicas e lajes em steel deck

Localizado na confluência das ave-

Fotos divulgação
nidas Nações Unidas, Juscelino Kubitschek e
Chedid Jafet, no bairro do Itaim Bibi, na zona
sul de São Paulo, o WTorre Complex conta com
cinco intervenções arquitetônicas de grande
porte que marcam a paisagem da região.
O conjunto traz, além da sede do Banco
Santander, modernos edifícios comerciais e
o Shopping JK Iguatemi, situado ao lado da
Torre E, que chama atenção por sua magni-
tude e, principalmente, por sua execução.
Projetado em 2012, com 26 andares, em uma
área de 26 mil m2 com subsolos, o prédio foi
construído em apenas 11 meses a partir de
uma estrutura mista com pilares em concreto
e aço, vigas metálicas e lajes em steel deck.
“Era preciso equalizar o cronograma da obra
da Torre E com a inauguração do shopping. Afi-
nal, as estruturas do edifício deveriam estar
prontas antes que o Shopping JK Iguatemi, ins-
talado na base do prédio, fosse inaugurado”,
conta o arquiteto Washington Fiuza, da B+ZTF
Architects. “Como até a data da inauguração as
gruas também deveriam estar desmontadas,
optamos por uma solução metálica com pilare-
tes de pré-montagem em perfis em aço soldado,
steel decks e complementos estruturais em con-
creto para que a execução fosse concluída em
apenas quatro meses.”
Para o arquiteto, o principal desafio do
projeto foi definir uma solução executiva
rápida e eficaz para concluir a obra. “O proje-
to original era todo em concreto. Foram feitos
ajustes na arquitetura para adequar o contra-
ventamento da estrutura metálica. Como o
edifício não possuiria o core em concreto, este
passou a ser inteiramente em aço.”
A montagem foi dividida em duas frentes:
primeiro vigas, pórticos, pilares e deque. Depois
foi a vez da concretagem das lajes e dos pilares,

ARQUITETURA&AÇO 9
Fotos divulgação
Pilaretes de pré-montagem,
perfis em aço soldado, steel
decks e complementos
estruturais em concreto
foram especificados para
possibilitar que a montagem
da estrutura fosse concluída
em apenas quatro meses

com uma defasagem de seis pavimentos entre à execução, atuaram como armadura positi-
uma etapa e outra. Uma terceira frente exe- va. Receberam, ainda, armaduras adicionais:
cutou a proteção passiva contra incêndio das uma malha de tela soldada de aço contra fis-
vigas de aço, após a finalização da concretagem suração e, também, armadura ao longo do
dos pilares dos primeiros seis pavimentos. comprimento das mesas das vigas.
> Projeto arquitetônico: O içamento das peças foi realizado com As vigas são em perfis laminados e solda-
B+ZTF Architects + ARQW-WF grua de capacidade de ponta de 2.500 kg. A dos. As principais recebem, suportam e trans-
Brasil Projetos de Edificações
duração do ciclo de montagem para cada dois mitem esforços das vigas secundárias até os
Ltda. e Orbi Arquitetura e
Construção pavimentos foi de 11 dias e a superestrutura pilares. Já as secundárias, por sua vez, supor-
> Área construída: 23.600 m² foi concluída em 150 dias. tam esforços das lajes. Suas capas de concreto
> Aço empregado: lajes steel aumentam a resistência à compressão.
deck; perfis laminados HP Conexão metálica Para garantir a ligação entre o aço e o
O edifício apresenta lajes de 1.536 m2, ser-
250 x 62, W 250 x 73 e W 250
concreto, utilizaram-se conectores de cisalha-
x 38,5 e W 200 x 46,1; perfis
soldados VS 250 x 20 (para vidas por duas escadas de segurança e sete mento stud bolts – elementos eletrofundidos
contraventamentos verticais) elevadores. A planta é retangular (24 x 64 m), às vigas, com função de absorver e transmitir
e perfis laminados W 530 x
com 30 pilares mistos de dimensões finais esforços cortantes das lajes.
74, W 530 x 66 e W 200 x 59
(para contraventamentos variando entre 50 x 50 cm e 120 x 60 cm, A proteção passiva de vigas foi feita com
longitudinais) distanciados a 8 m. Os pilares junto às facha- argamassa projetada, que impede que o aço
> Projeto estrutural: Medabil das têm seção constante com 80 x 80 cm, atinja temperaturas superiores a 550°C em
Estruturas Metálicas
por encapsulamento [concreto armado] de caso de incêndio.
>  ornecimento da estrutura
F
perfis metálicos laminados HP 250 x 62, W Por fim, contraventamentos verticais de
de aço: Medabil Estruturas
Metálicas 250 x 73 e W 250 x 38,5. “Estes pilares de aço tipo V nos perímetros das escadas e pórticos
> Execução da obra: WTorre foram responsáveis por resistir aos esforços para fachadas – conjunto formado por vigas
> Local: São Paulo, SP da fase de montagem”, diz Fiuza. Já os steel e pilares de aço conectados por meio de liga-
> Data do projeto: 2010-2012 decks, com altura de 15 cm, além de elimi- ções resistentes a momento – dão estabilida-
> Conclusão da obra: 2013 narem escoramentos que seriam necessários de ao sistema. (G.G.) M

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/gerdau /gerdausa
três VEZES AÇO
Estrutura com perfis de aço, fachada em light steel frame e lajes steel deck garantem uma
obra limpa, sem a geração de resíduos ou desperdícios, a edifício comercial em São Paulo

A fachada do Edifício Gaia, localizado


em um terreno de apenas 1,4 mil m2 no bairro
do Morumbi, na zona sul de São Paulo, chama a
atenção, mas é por trás dos brises metálicos pré-
-pintados em azul, verde e cinza que encontra-se
o verdadeiro segredo da construção: uma estru-
tura em aço com fechamento em perfis galva-
nizados formados a frio, também chamados de
LSF (light steel frame). “Foi uma solução muito
interessante, pois com ela garantimos uma obra
rápida, flexível e mais econômica em termos de
consumo de energia”, explica o arquiteto Ovídio
Rotger Armelin, do Technè Arquitetura.
No projeto, os perfis de aço galvanizado ser-
vem de estrutura para quatro camadas que fazem
a função de fechamento junto às esquadrias e
vidros: uma chapa cimentícia por fora, uma bar-
reira de vapor, painéis em OSB (Oriented Strand
Board) e fechamento interno em gesso. Os brises,
por sua vez, serviram como uma segunda pele
para o prédio, reduzindo em até 40% a incidência
solar da fachada.

Estrutura de aço
O principal objetivo durante a concepção do pro-
jeto foi criar um prédio flexível e de montagem
rápida, que assegurasse a possibilidade de oferecer
espaços comerciais com o atrativo adicional de
Fotos Marcelo Scandarolli

não exigir investimentos elevados em casos de


reformas e adaptações. A facilidade oferecida pela
estrutura em aço para a promoção de alterações na
modulação ou configuração dos espaços, de forma
mais limpa, com rapidez e baixo custo, foi decisiva
para a opção pelo aço, conta o arquiteto. As carac-
terísticas do terreno foram outro fator relevante Prédio comercial, na zona sul de São Paulo, tem
quatro pisos de garagens, térreo e sete andares,
para essa decisão. “Entre a frente e os fundos, con- com cobertura. À direita, estrutura em perfis
távamos com um desnível de 30 m e não tínhamos galvanizados formados a frio, por trás de esbeltos
muito campo para trabalhar”, explica Armelin. brises metálicos azuis, verdes e cinzas

O prédio comercial tem área construída de


4 mil m2 com quatro pisos de garagens, um

12 ARQUITETURA&AÇO
ARQUITETURA&AÇO 13
Pilares compostos
Fotos Marcelo Scandarolli

por perfis em
barras de 12 m
e vigas formam
a garagem do
edifício que conta,
ao todo, com 300
toneladas de aço
em sua estrutura

> Projeto arquitetônico: Technè Arquitetura


> Área construída: 4.239 m²
> Aço empregado: perfis laminados em aço ASTM A36 e
perfis em aço conformados a frio CF26
> Volume de aço: 300 t
> Projeto estrutural: Captiva Engenharia
> Projeto detalhado e montagem da estrutura:
Medabil Estruturas Metálicas
> Fornecimento da estrutura em LSF: Multiframe
> Execução e gerenciamento da obra: Technè
Arquitetura e Captiva Engenharia
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2013-2014
> Conclusão da obra: 2015

14 ARQUITETURA&AÇO
térreo e mais sete andares, sendo uma cober-
tura. Para quem vê o edifício pela entrada
Para contornar a falta de espaço no
principal, a impressão é de que tem apenas terreno, uma grua foi utilizada e as peças
um piso térreo e sete andares, mas pela rua de aço chegaram à obra pela rua de
de baixo é possível observar os andares que
dão apoio às garagens devido ao declive do
baixo do prédio, de onde foram içadas
terreno. As obras se iniciaram no começo de e montadas em apenas 180 dias
2014 e ficaram prontas em agosto deste ano.

Estrutura detalhada
A estrutura é composta por perfis em I e H de aço
laminado ASTM A36 e perfis C dobrados do tipo
CF26. As peças estruturais chegaram ao canteiro
já cortadas e perfuradas de acordo com o projeto,
prontas para serem montadas. Os pilares são
compostos por perfis em barras de 12 m e as
vigas por perfis em barras de medidas variadas.
Ao todo, a estrutura de aço pesa 300 toneladas.
A montagem foi simples. Como as peças já
chegaram prontas à obra, bastou parafusar as
vigas nos pilares. O projeto estrutural do prédio
exigiu, ainda, que alguns perfis fossem empre-
gados na estrutura para garantir o contraven-
tamento, conta o projetista Raphael Tavares, da
Captiva Engenharia, responsável pelo desen-
volvimento do projeto estrutural junto ao
fabricante. Segundo ele, as lajes em steel deck,
de 0,8 mm, também facilitaram ainda mais
a execução da obra. “Como não demandaram
cimbramento, pudemos continuar o trabalho
nos andares de baixo enquanto as lajes de cima
eram concretadas”, complementa.

Desafios vencidos
Com um terreno confinado, foi necessário uti-
lizar uma grua para a montagem da estrutura.
As peças chegavam pela rua de baixo e eram
içadas diretamente para o local de montagem.
“Não contávamos com espaço para armazena-
gem e nem com campo plano para trabalhar”,
destaca Armelin. Em sua avaliação, apesar dos
desafios construtivos, a execução da obra foi
simples e relativamente rápida em relação aos
sistemas construtivos convencionais. “Também
pudemos reduzir a demanda por mão de obra.
Com apenas dez operários, finalizamos a estru-
tura em 180 dias”, finaliza o arquiteto. (M.G.) M

ARQUITETURA&AÇO 15
AA – O Aflalo & Gasperini Arquitetos é autor,
O AÇO EM EDIFÍCIOS MULTIANDARES

entre outras obras, de importantes edifícios


comerciais na cidade de São Paulo que se
destacam não só por sua esbeltez, mas por
terem sido projetados a partir de estruturas
mistas em concreto e aço. O edifício Viol, e o
WTorre Morumbi, ambos em São Paulo, são
alguns deles. Por que a preferência por esse
tipo de estrutura?

Roberto Aflalo – Não se trata, exatamente,


de uma escolha nossa. Primeiro pensamos o
projeto, definimos os vãos, os espaçamentos
entre as colunas e só depois é que fazemos
estudos alternativos dos sistemas estruturais
que poderão ser utilizados na obra, conside-
rando, é claro, aqueles que oferecem um me-
lhor custo-benefício, que atendem aos prazos
do cliente e que apresentam bons resultados
em termos de segurança. Mas nada é tão fixo
que não possa ser mudado. Às vezes, somos
obrigados a refazer parte dos desenhos após
Acervo pessoal

a contratação de uma construtora, já que ela


é quem traz a tecnologia para a obra e, nem
sempre, está familiarizada com o sistema ini-
cialmente proposto pelo escritório. E quando
falamos de projetos de grandes dimensões,
como edifícios multiandares, por exemplo,
Arquiteto graduado pela FAU-USP (Faculdade de
esse ajuste passa a ser mais fino do ponto de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São vista do custo-benefício.
Paulo), Roberto Cláudio dos Santos Aflalo Filho
é mestre em arquitetura pela Universidade de AA – O senhor acredita que o uso de estru-
turas mistas seja um ganho na concepção
Harvard, nos Estados Unidos, e sócio-diretor do
de edifícios de múltiplos andares, especial-
Aflalo & Gasperini Arquitetos. Ao lado de Gian Carlo
mente naqueles com apelo comercial?
Gasperini e Luiz Felipe Aflalo Herman é autor, entre RA – O edifício comercial pressupõe vãos
outros, do projeto do edifício corporativo WTorre maiores, enquanto que os residenciais cos-

Morumbi, na zona sul da capital paulista, e também tumam ser mais compartimentados, o que
acaba favorecendo a escolha de um sistema
assina, em coautoria com o escritório Pelli Clarke
específico para cada perfil de projeto. Nos
Pelli Architects, o projeto do São Paulo Corporate, corporativos, é muito comum o uso de estru-
mais conhecido como edifício Viol turas mistas, onde o aço aparece primeiro e
depois é revestido com o concreto ou outros
materiais. Esse método tem sido mais usado
por agilizar o processo construtivo e também
por se adequar melhor às diferentes confi-
gurações de layout e à escala do edifício. As

16 ARQUITETURA&AÇO
paredes que contêm os elevadores e escadas
ainda tendem a ser em concreto, mas onde
“O uso da estrutura em aço racionaliza
temos pilares e vigas, o aço está sendo mais os processos, reduz a mão de obra
requisitado. É preciso pensar sob a seguinte
óptica: os edifícios corporativos, especial-
mente os de grandes dimensões, precisam de
estruturas mais estáveis, então a premissa
do mercado tem sido a de adotar um núcleo
(core) em concreto, onde ficam as escadas e
elevadores, para que estruturas mais flexíveis
e ainda encurta o prazo de entrega

impacta diretamente nos custos da


obra, puxando-os para baixo.

do edifício, o que, no fim das contas,

sejam usadas nas zonas periféricas da planta.


É aí que o aço entra, nas vigas e pilares peri-
féricos, que, posteriormente, são revestidos
em concreto para aumentar a capacidade de
carga vertical e também proteger as estru-
turas de incêndios. As estruturas mistas são Como o senhor avalia o nosso mercado em
vantajosas por reduzirem a carga do edifício termos de potencial de crescimento para o
e também permitirem criar concepções uso de soluções metálicas ou mistas nesses
arquitetônicas mais esbeltas. Nas construções tipos de edifícios?
residenciais, vejo o uso da estrutura metálica RA – Em grandes capitais é comum encon-
de uma forma diferente, pois o aço acaba trarmos construções de grande porte, espe-
sendo especificado por uma questão arquite- cialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
tônica mais ligada à esbeltez do projeto, que Brasília ainda concentra alguns edifícios
geralmente tem estruturas aparentes – o que com esse perfil, mas em menor quantidade.
não ocorre na maioria dos edifícios comer- Não se trata da estrutura em si, mas do mer-
ciais que usam o aço. cado ter a capacidade de absorver esse tipo
de edifício. Primeiro é preciso haver a de-
AA – A presença de um núcleo rígido em con- manda por edifícios de grandes dimensões,
creto é sempre a mais indicada? o que acontece com frequência em capitais
RA – Em edifícios comerciais e de grandes mais desenvolvidas. Depois do projeto, é
dimensões, sim. O núcleo rígido tende a ser preciso avaliar se existem fornecedores
em concreto porque, em aço, ele gera deman- qualificados para fornecer soluções metáli-
daria vigas e pilares de grandes dimensões e cas para as construções mistas. Afinal, não
esse não é o objetivo de uma obra, afinal, isso ter alguém próximo pode ser um entrave
rouba muita área útil. Nas obras com estrutu- por encarecer o custo da obra.
ra mista, além dos pilares e vigas em aço, as
lajes também podem ser feitas em steel deck AA – Ainda estamos longe de seguirmos os
para minimizar os custos e trazer velocidade passos de europeus e norte-americanos? O
construtiva à construção. que precisa ser melhorado?
RA – A questão econômica é, sem dúvida, um
AA – Em outros países, especialmente em ponto vital para estimular a demanda. A ou-
grandes centros urbanos com forte desen- tra questão é a familiaridade com o sistema,
volvimento comercial, o uso do aço na con- que eventualmente algumas construtoras
cepção de edifícios multiandares tem sido não têm. Acredito que a indústria nacional
bem mais comum. No Brasil, no entanto, ainda precisa divulgar melhor as vantagens
percebemos que o uso dessa solução ainda dos sistemas mistos para as construtoras,
caminha a passos um pouco mais lentos. para que de posse destas informações possam

ARQUITETURA&AÇO 17
Fotos Marcelo Scandarolli
começar a pensar em adotá-los com mais de obra e ainda encurta o prazo de entrega
frequência nos projetos para os quais são do edifício, o que, no fim das contas, acaba
contratadas. No final, é a construtura quem impactando diretamente nos custos da obra,
acaba escolhendo o sistema construtivo puxando-os para baixo, e no prazo de retorno
e não o arquiteto. do investimento. É simples: quanto menor
a necessidade de mão de obra, menor é o
AA – O senhor acredita que ainda há muito custo final. Com o aço é possível executar
desconhecimento sobre as possibilidades várias tarefas simultâneas e não apenas uma
e vantagens do aço por parte dos próprios etapa por vez, como ocorre com o concreto. O
clientes que contratam os projetos? fato da estrutura metálica ser pré-fabricada,
RA – Sim. Mas como já disse anteriormente, chegando à obra pronta para ser montada,
o problema não é só o cliente, é também a racionaliza os processos. No fim, temos uma Com estrutura mista em aço
construtora. É ela quem opta pelo sistema obra limpa, mais rápida e especializada e e concreto, o WTorre Morumbi
(fotos) dispensou quase que
construtivo que será usado em uma obra. com menos perdas no canteiro.
totalmente o uso de formas
Obviamente o custo das soluções mistas, em e cimbramento, o que trouxe
aço e concreto, acaba pesando na escolha, AA – Nos projetos recentes dos edifícios WTor- agilidade para a obra. O edifício
tem um núcleo em concreto, que
mas isso só costuma ser encarado como um re Morumbi e Viol, os formatos inusitados e
confere estabilidade ao prédio
entrave por empresas que não estão fami- as estruturas complexas chamam a atenção. que sofre com os esforços de
liarizadas com as vantagens construtivas do Onde o senhor busca inspiração para definir o vento devido à sua geometria e
altura de aproximadamente
aço. As estruturas metálicas podem ser mais design e a estrutura dos seus projetos?
136 m. Confira matéria completa
caras que o concreto, mas o seu uso em uma RA – O Viol é um projeto em parceria com o sobre esta obra na edição
obra racionaliza os processos, reduz a mão Pelli Clarke Pelli Architects, cuja concepção número 42 de Arquitetura&Aço.

18 ARQUITETURA&AÇO
inicial é deles. Já o WTorre Morumbi é para que lado iria a estrutura, pois isto seria
nosso. Em um primeiro momento, quando definido, de fato, apenas na contratação do
estamos desenvolvendo um partido arqui- sistema construtivo, e isso dependeria da
tetônico, buscamos um resultado na lingua- construtora. Após discussões, percebemos
gem e não necessariamente algo atrelado a que a opção pelo aço seria a mais viável
um determinado tipo de sistema estrutural. por otimizar o prazo da obra, racionalizar
Nossa intenção é avaliar, primeiramente, os custos e pela sinergia do método com os
os aspectos mais inusitados do projeto, sistemas concomitantes, e por isso optamos
como sua forma, curvas e, aí sim, avaliar- pela estrutura mista na obra.
mos quais são os sistemas construtivos que
melhor se adaptam aos nossos objetivos. AA – Quais foram os principais desafios
É claro, se vamos desenvolver uma ponte arquitetônicos e estruturais deste projeto?
esbelta, já pensamos em uma estrutura RA – As pontes metálicas foram o maior
metálica, mas isso não é uma regra em ou- desafio do WTorre Morumbi, em São Paulo.
tros casos. Pode ser que uma ligação entre O fechamento que une os dois edifícios não é
dois prédios faça sentido, em um primeiro algo corriqueiro, principalmente em função
momento, em aço, mas depois seja executa- da altura em que foram implantadas essas
da em concreto, ou o contrário, pelos mais estruturas. Existia uma preocupação enorme
diversos motivos. No WTorre Morumbi, em de toda a equipe e isso foi muito debatido.
São Paulo, no entanto, já partimos de uma Várias soluções foram apresentadas, tivemos
ideia de estrutura metálica com contra- inúmeros protótipos para escolher aquele
ventamentos. Para nós, fazia sentido que a que melhor se adequasse às cargas do edifí-
edificação fosse dessa forma pela própria cio. Também havia uma questão importante,
conformação estrutural e vãos. que era a da movimentação natural das
pontes em função do vento e por isso per-
AA – No projeto do WTorre Morumbi, cebemos que as mesmas não poderiam ser
prestes a ser inaugurado na zona sul de totalmente rígidas. As pontes foram fixadas
São Paulo, quais os principais motivos que em apenas um dos lados e somente apoiadas
levaram à opção pela estrutura mista em na outra extremidade. Queríamos que as
aço e o concreto? mesmas pudessem se movimentar livremen-
RA – Como esse projeto não teve uma prede- te, sem causar a ruptura dos vidros ou alterar
finição quanto a isso, no início não sabíamos a estética original do projeto. (E.Q.) M
Fotos Marcelo Scandarolli

ARQUITETURA&AÇO 19
Divulgação
PARA VENCER O TEMPO
Torres do arrojado São Paulo Corporate Towers levam 7.300 toneladas de aço em sua estrutura e
confirmam as vantagens da solução estrutural mista para construir com agilidade e economia

As duas torres do São Paulo Corporate que envolvem grandes estruturas estão ado-
Towers, empreendimento também conheci- tando o aço. E as estruturas mistas, nas quais o
do como edifício Viol, estão em fase final de aço aparece primeiro e depois é revestido com
execução. Com 30 pavimentos, mais térreo e concreto ou outros materiais, têm sido as mais
cinco subsolos, os edifícios localizados na zona usadas por agilizarem o processo construtivo”,
sul da cidade foram idealizados pelo arquiteto explica Roberto Aflalo Filho, sócio-diretor da
César Peli, do Pelli Clarke Pelli Architects e Aflalo & Gasperini Arquitetos.
foram desenvolvidos pela equipe do Aflalo & Com grande ênfase na sustentabilidade, o
Gasperini Arquitetos a partir de uma combi- Viol é o primeiro empreendimento brasileiro
nação de concreto e aço – o que garantiu agi- a receber a pré-certificação LEED Platinum 3.0
lidade e economia na fase construtiva. Prestes Core and Shell.
Prestes a ser inauguradas,
a serem inauguradas, as torres contam com
torres do edifício Viol, na
pavimentos de até 2.570 m2, que abrigarão Planejamento e velocidade zona sul de São Paulo,
salas corporativas, restaurantes, centro de A estrutura do edifício possui um núcleo rígi- foram projetadas com
estrutura mista em aço e
conferência e garagem. do de concreto que abriga os conjuntos de
concreto e receberam a
“Nos últimos cinco anos, praticamente escadas e elevadores, além de uma área técni- pré-certificação LEED
todas as construções de edifícios comerciais ca em cada pavimento e depósitos. O núcleo Platinum 3.0 Core and Shell

20 ARQUITETURA&AÇO
Marcelo Scandarolli

ARQUITETURA&AÇO
21
Divulgação
Empreendimento também conta
com lajes em steel deck, que
garantiram mais velocidade à
construção, ajudando a reduzir
os custos com mão de obra

Acima, pilares mistos em aço


e concreto, instalados nas
zonas periféricas de ambas
as torres, garantem o suporte
das cargas das edificações

rígido foi calculado para resistir as cargas e também funciona como armadura positi- > Projeto arquitetônico:
horizontais [vento] e para receber a estrutura va. A sua especificação elimina boa parte da Pelli Clarke Pelli Architects e
Aflalo & Gasperini Arquitetos
em aço que nele é fixada por meio das vigas. armadura que seria empregada em uma laje
> Área construída:
A montagem da estrutura em aço teve início convencional”, esclarece Lanza. 257.799,74 m²
quando a concretagem do núcleo rígido atin- De acordo com o engenheiro Júlio Fruchten- > Aço empregado: perfis
giu seis pavimentos. A ideia era que a concre- garten, do escritório Kurkdjian e Fruchtergar- soldados: ASTM 572 GR50,
tagem do núcleo e a montagem da estrutura ten Engenheiros Associados, responsável pelo perfis laminados: ASTM A572
e steel deck: ZAR 345
em aço avançassem simultaneamente com estudo preliminar do empreendimento, a exi-
> Volume de aço: 7.300 t
uma defasagem de alguns andares, o que agi- gência de que cada uma das torres tivesse seis
> Estudo Preliminar e CQP:
lizaria a obra. escadas resultou em um núcleo de concreto Kurkdjian & Fruchtengarten
A estrutura é formada por pilares mistos volumoso. “O núcleo também foi dimensiona- Engenheiros Associados

na periferia dos pavimentos e vigas em aço. do para resistir às cargas de vento e estabilizar > Projeto estrutural: Codeme
Engenharia
Após a montagem dos pilares e vigas em aço, a estrutura”, aponta. Trata-se de uma estrutura
>  ornecimento da estrutura
F
os pilares foram revestidos com concreto. Já as constituída por elementos verticais – vigas,
de aço: Codeme Engenharia
lajes mistas foram executadas com formas de pilares e paredes de concreto – em torno da e Usiminas Mecânica;
aço colaborante do tipo steel deck que, poste- área técnica dos pavimentos e envolve as esca- Metfmorm (steel deck)

riormente, foram preenchidas com concreto. das, 18 elevadores e área de depósito. A estru- > Local: São Paulo, SP

Conforme explica Juliano Lanza, calculista tura em aço é fixada nesse núcleo. > Data do projeto: 2008-2015

estrutural da Codeme Engenharia, a opção No projeto, prevaleceu o uso de perfis


> Conclusão da obra: 2015

pelo steel deck teve como fundamento a busca em aço soldados e parafusados nas ligações
por velocidade, a economia de materiais e a durante a montagem. Um volume menor de
redução dos custos com mão de obra. “O steel aço laminado também foi empregado. Foram
deck é uma forma de aço que evita a neces- utilizadas 7.300 toneladas de aço de alta resis-
sidade de cimbramento durante a execução tência, além do aço empregado no steel deck.

22 ARQUITETURA&AÇO
Desafio arquitetônico
As torres são ligadas entre si pelo embasamen- com uma inclinação diferente, o que deman-
to e com pavimento térreo comum, que abran- dou o detalhamento preciso das peças inclina-
ge todo o quarteirão. Apesar de idênticas, estão das e um cuidado especial para o travamento
rotacionadas, uma em relação à outra, em dos pilares”, complementa o profissional.
90º no sentido horário e sua concepção trouxe Outro desafio foi, ainda, o coroamento do
desafios interessantes aos projetistas. “Há na topo dos prédios, onde fica o piso técnico. “A
fachada dois frisos, um com inclinação positiva fachada avança em balanço de 9 m e isso
e o outro com inclinação negativa, que dão a obrigou a execução de uma estrutura de co-
volta nos prédios, em um movimento de torção. roamento, com um sistema para travar o cai-
A montagem da estrutura
Como o desenho determina para cada pavi- xilho e sustentar um carro sobre trilhos, res-
em aço teve início quando
a concretagem do núcleo mento um balanço variável, as vigas tiveram ponsável pela limpeza da fachada de ambas
rígido atingiu seis pavimentos de ser rearranjadas”, descreve Lanza. As torres as torres”, aponta Lanza. Devido à inclinação
para que ambas avançassem também não são inteiramente retilíneas e o da fachada, a limpeza não poderia ser feita
simultaneamente no projeto,
reduzindo as perdas e trazendo seu formato apresenta um abaulamento. “Em em rapel e, por essa razão, um guindaste com
agilidade à execução da obra cada pavimento, os pilares foram projetados uma lança de 18 m foi instalado. (E.C.L.) M
Fotos Marcelo Scandarolli

ARQUITETURA&AÇO 23
Prédio projetado em
aço com três blocos
independentes traz
estruturas integradas
nas fachadas que
conferem unicidade ao
conjunto. Na cobertura,
uma estrutura metálica
em V também favorece
a arquitetura do edifício
ao assumir a forma
de um pergolado

Composição Criativa
Para se ajustar às restrições legais de construção em bairros residenciais da cidade de São
Paulo, o edifício corporativo Mobile 323 é idealizado em aço sobre três lotes

Construir um edifício corporativo, com Com isso, entender a implantação do


design moderno e respeitando as caracterís- Mobile 323 fica bem mais fácil: o prédio foi
ticas do entorno foi o desafio do escritório projetado em três blocos autônomos e inde-
Rocco Vidal P+W ao conceber o criativo e char- pendentes, integrados por meio de estruturas
moso Mobile 323, no bairro Alto de Pinheiros, metálicas em forma de grelha, prolongadas
em São Paulo. O projeto, de 2013, foi ideali- junto às fachadas principais, o que transmite
zado com estrutura em aço para viabilizar o sensação de unidade ao conjunto. A estrutu-
empreendimento sem infringir as exigências ra em aço, aliada aos fechamentos em vidro,
da legislação. conferem não só um visual arrojado à obra,
Desde 2004, a Lei de Zoneamento da cida- mas também uma linguagem arquitetônica
de de São Paulo, que disciplina e ordena o uso adequada à região.
e ocupação do solo, estabelece que qualquer “A ligação entre os três blocos é feita por
edifício, inclusive em bairros residenciais, meio de passarelas e passagens, e cada um
Passarelas de aço
deve obedecer aos recuos em relação às divi- deles conta com quatro níveis principais, além interligam os blocos
sas do lote em que é construído. Na presença de mezaninos e uma cobertura metálica”, enquanto a cobertura
vazada garante o
de elementos vazados, entretanto, a execução informa Douglas Tolaine, diretor e designer
atendimento às
é liberada, desde que os mesmos não interfi- principal da Rocco Vidal P+W, responsável exigências da Lei de
ram nas imediações. pelo projeto do edifício. Zoneamento da cidade

24 ARQUITETURA&AÇO
Fotos Kalil Gaby

Estrutura em aço também


facilitou a implantação de
sistemas sustentáveis no
empreendimento. A captação
de água da chuva foi favorecida
pelos grandes beirais do
edifício, e aberturas generosas
ajudaram na redução do uso
de energia elétrica ao permitir
a entrada de luz natural nos
ambientes

ARQUITETURA&AÇO 25
À esquerda, telhas
em aço trapezoidais e
termoacústicas,
com diferentes caimentos
e dimensões, compõem
a cobertura. As lajes,
por sua vez, foram
executadas em steel deck
e mezaninos receberam no
piso placas do tipo wall

> Projeto arquitetônico:


Rocco Vidal P+W
> Área construída: 2.140 m²
> Aço empregado: perfis
laminados ASTM A572 e
chapas ASTM A36
> Volume de aço: 260 t
> Projeto estrutural: Stec do
Brasil
>  ornecimento da estrutura
F
de aço: BMC Construções
Metálicas Ltda.
> Execução da obra: Souza
Lima Construtora e Meta
Incorporadora
Fotos Kalil Gaby

> Local: São Paulo, SP


> Data do projeto: 2011-2013
> Conclusão da obra: 2013

26 ARQUITETURA&AÇO
A cobertura, aliás, foi outro ponto fun-

Kalil Gaby
damental para viabilizar o projeto. Pairan-
do sobre os dois blocos ao norte, a cobertu-
ra em V estabelece relações formais com
as casas da vizinhança. “Do ponto de vista
legislativo, a instalação do telhado com a
união desses blocos só foi possível porque
o elemento se tornou uma estrutura vaza-
da junto ao limite entre os lotes, e, neste
trecho, a cobertura assumiu a forma de um
pergolado”, detalha Tolaine.
A cobertura recebeu telhas de aço trape-
zoidais com diferentes caimentos e dimen-
sões, além de telhas com isolamento termo-
acústico. As lajes, por sua vez, por conta da
diversidade de materiais e interfaces, foram
executadas em steel deck e os mezaninos
receberam no piso placas do tipo wall –
composto de madeira laminada ou sarra-
feada recoberto por lâminas de madeira e
placas cimentícias prensadas.

Rapidez e espaços integrados


No projeto, 260 toneladas de aço em per-
fis laminados ASTM A572 foram usados
nas colunas, vigas e tesouras do edifício.
Já nos pisos das escadas, terças, ligações
e chapas de base, empregaram-se chapas
planas e perfis dobrados ASTM A36. Todas
as peças chegaram prontas ao local, sendo
posteriormente içadas por um guindaste
e parafusadas.
O processo, desde o detalhamento do
projeto junto ao fornecedor das estruturas
em aço até o final da montagem, levou
apenas cinco meses.
A estrutura em aço contempla gran-
des aberturas com fechamentos em vidro
para assegurar a integração do imóvel com
o entorno. “Queríamos criar um ambiente
profissional que fosse mais do que um mero
espaço de trabalho. Nosso intuito era inte-
grar o projeto com o meio onde seria inse-
rido. Sabemos que a exposição à natureza e
aos espaços externos ajudam a renovar as
ideias, e essa foi a nossa intenção”, finaliza
Tolaine. (M.P.) M

ARQUITETURA&AÇO 27
mirante de aço
Estrutura em aço com 26 m suaviza visual da estação de bombeamento de esgoto
e cria nova atração turística na zona sul da capital gaúcha

Inaugurada em 2012 às margens do


arroio Cavalhada, no bairro do Cristal, em
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a EBE
Cristal do DMAE (Departamento Municipal
de Água e Esgotos) traz um simpático dife-
rencial: a estrutura em aço vertical e inusita-
da, projetada entre as três chaminés de base
circular e em concreto armado, responsáveis
por receber e controlar o fluxo dos esgotos
provenientes da estação da Ponta da Cadeia
até a ETE Serraria.
A priori, a equipe do MooMAA – Moojen &
Marques Arquitetos Associados, escritório res-
ponsável pelo projeto, queria não só criar uma
estação de tratamento que ajudasse a des-
poluir o Rio Guaíba, mas idealizava algo que,
assim como outras obras da região, também
se adequasse às novas políticas urbanísticas
da cidade ao tirar proveito do entorno para
atrair visitantes em prol da educação ambien-
tal. “Queríamos suavizar o visual bruto das
chaminés em concreto armado, que têm 12 m
de altura, a menor, e 26 m de altura, as maio-
res, com a inserção de uma solução em aço
entre essas estruturas, com centro do exposi-
ções e mirante, para acolher tanto os alunos
de escolas quanto a sociedade”, conta o arqui-
teto Sergio Marques, do MooMAA.
Ao todo, segundo o arquiteto, mais de 24
toneladas de aço foram usadas na estrutura
de base e no mirante em aço, este último em
balanço e a 26 m do solo, com cinco níveis de
observação voltados para o oeste e sudoeste
da cidade gaúcha, e de onde é possível con-
templar, também, as águas do Rio Guaíba. “O
mirante coberto, e em balanço, está apoiado
sobre a estrutura da escada em aço, que perfu-
ra o volume no centro, e é suspenso por peças

28 ARQUITETURA&AÇO
Fotos André Cavalheiro/Personastudio
em aço verticais, ancoradas no topo das torres
de concreto”, explica o arquiteto, que detalha,
ainda, o tipo de aço usado na estrutura. “Usa-
mos pilares e vigas em perfis em aço do tipo H
e pisos em chapas planas do tipo xadrez A36 e
A572 GR50 no projeto”.
Segundo o engenheiro Valdir Flores, coor-
denador do Programa Integrado SocioAm-
biental – PISA, que gerenciou a obra, o uso
Acima do mirante em aço e com
do aço também foi essencial para otimizar o
fechamentos em vidros, outra
tempo de execução da estação de esgoto. “As plataforma, sem cobertura, dá
estruturas em aço vieram prontas de fábri- acesso às torres e também
permite a contemplação da
ca, bem como os fixadores. No local, apenas
orla e das águas do Guaíba,
fizemos o parafusamento das vigas, pilares, cartão-postal da cidade
colocação de cantoneiras e fixação dos pisos.”
A edificação abriga, no térreo, uma recep-
ção e um centro de exposição e eventos, além
de um elevador panorâmico e uma escada, > Projeto arquitetônico:
que conduzem os visitantes aos pavimentos MooMAA - Moojen & Marques
Arquitetos Associados
superiores. Já no segundo piso, de acesso res-
> Área construída: 1.150 m²
trito, uma pequena sala de apoio, copa e cozi-
> Aço empregado: pilares e
nha se fazem presentes. Pouco acima, uma vigas em perfis metálicos tipo
passarela em aço dá acesso à torre de concreto H e pisos em chapas planas
tipo xadrez A36 e A572 Grau
de menor altura, localizada na parte posterior
50. Fixação com parafusos,
do projeto, e, por fim, nos últimos andares, pinos, enrijecedor, rótula,
escadas e elevadores garantem o acesso ao nervura de coluna e chapa
inserto
mirante e às torres mais altas. (E.Q.) M
> Volume de aço: 24,3 t
> Projeto estrutural:
Módulo Engenharia e Simon
Engenharia
>  ornecimento da estrutura
F
de aço: Metalúrgica
Estrutural Ltda.
>  xecução da obra: Consórcio
E
Em balanço, mirante coberto é Gel Engenharia e Construtora
apoiado sobre a estrutura da Tedesco
escada, que perfura o volume
> Local: Porto Alegre, RS
no centro, e também é suspenso
por peças verticais em aço, > Data do projeto: 2010-2011
ancoradas no topo das torres > Conclusão da obra: 2012

ARQUITETURA&AÇO 29
PIRÂMIDE DE AÇO
Maior edifício da União Europeia utiliza técnica inovadora na montagem
da estrutura mista, que recebeu 11 mil toneladas de aço

Marco arquitetônico mundial, o The Shard, em Londres, Inglaterra, é


uma construção com 309,6 m de altura e 87 andares, em um formato que remete
a uma pirâmide. Foi projetada em aço pelo arquiteto italiano Renzo Piano, em
2009, a pedido do investidor Irvine Sellar, que idealizava uma verdadeira “cidade
vertical” para revitalizar a área de London Bridge, na margem sul do Rio Tâmisa,
que era uma das mais pobres de Londres, mas também um dos principais
entroncamentos de transportes da capital.

Foto Paul Raftery

30 ARQUITETURA&AÇO
Fachada do The Shard conta
com 11 mil painéis de vidro,
o equivalente a cerca de oito
campos de futebol, e seu
formato irregular e aberto
favorece, ainda, a circulação
de ar, minimizando o uso do
ar-condicionado na edificação

Renzo Piano Building Workshop


Para dar vida à comunidade local, o The viabilizou uma fachada mais esbelta e per-
Shard deveria abrigar lojas, escritórios, hotel, mitiu a criação de aberturas que facilitaram
apartamentos, restaurantes e uma galeria de a entrada da luz natural no edifício de quase
arte pública. E esse não deveria ser o único 310 m de altura”. A fachada do The Shard foi
objetivo do arranha-céu: ele também deveria revestida com 11 mil painéis de vidro, o equiva-
permitir uma experiência única aos visitantes lente a cerca de oito campos de futebol, e seu
ao oferecer uma vista panorâmica e exclusiva formato irregular e aberto favorece, ainda, a
da cidade. entrada e circulação de ar, minimizando o uso
O edifício foi executado com uma estrutu- do ar-condicionado na edificação.
ra mista, na qual foram utilizadas 11 mil tone- Mas a configuração que trouxe as vanta-
ladas de aço, e conta com um núcleo central gem apontadas pelo executivo do WSP Group
em concreto. Na torre espiralada, que vai do também foi um dos maiores desafios do pro-
69º ao 95º andar – e inclui a plataforma de jeto. “Moldá-lo e formatá-lo para manter a sua
observação pública no 72º andar – mais 530 transparência e permitir a passagem de luz
toneladas de aço foram empregadas. Para evi- exigiu esforços. A construção foi realizada de
tar a corrosão ao longo dos anos, a estrutura da cima para baixo, a partir de um núcleo otimi-
torre foi finalizada com três camadas de reves- zado para um edifício multiuso, uma solução
timento anticorrosivo à base de resina epóxi e inovadora. Tivemos de entender a logística e
flocos de vidro, um sistema de alta qualidade as prioridades da construção para definir uma
que garante maior durabilidade do aço em con- sequência lógica de montagem e, com isso,
dições climáticas extremas. dar início às obras.”

Beleza sustentável Inovação nas alturas


De acordo com Kamran Moazami, executivo da Assim, após a construção do núcleo em con-
WSP Group, empresa responsável pela enge- creto, três estruturas foram executadas: uma
nharia estrutural do prédio, uma das razões em aço, nos primeiros 40 andares, outra em
do uso do aço no The Shard foi a natureza sus- concreto pós-tensionado e, por fim, mais uma
tentável do material na construção civil. Entre em aço, na torre do edifício. Segundo Moa-
outras vantagens, Moazami destaca que “o aço zami, além do uso inovador dos materiais,

ARQUITETURA&AÇO 31
As estruturas de
aço viabilizaram
uma fachada
mais esbelta e
permitiram a criação
de aberturas que
facilitaram a entrada
da luz natural no
edifício de quase
310 m de altura

Lee Maudsley
Renzo Piano Building Workshop
Michel Denancé

Michel Denancé
Museum of London Archaeology
Renzo Piano Building Workshop

32 ARQUITETURA&AÇO
também foi utilizada de forma pioneira a técni-
ca de construção top-down. “Os andares supe- Uma proposta irrecusável
riores e os subsolos foram construídos de forma Durante o encontro entre o Irvine Sellar e Renzo Piano
simultânea, permitindo uma economia de três em Berlim, na Alemanha, a reação inicial do renomado
meses no cronograma das obras. O sexto andar, arquiteto italiano teria sido de repulsa à ideia de um
aliás, foi concluído antes mesmo do término da edifício tão alto como o encomendado pelo investidor.
fundação do prédio”, relata o engenheiro. No entanto, a dinâmica do centro de transportes da
Para erguer a mais de 300 m acima do solo região, as linhas dos trilhos de uma ferrovia e a beleza
do Rio Tâmisa encantaram o arquiteto, que, em questão
uma torre de aço medindo 66 m de altura, foi
de segundos, rascunhou no verso do menu o notável
preciso uma boa estratégia de montagem, de
desenho que deu origem ao opulento edifício que,
acordo com a WSP London.
hoje, se destaca no skyline londrino e, em dias claros,
“Utilizamos estruturas em aço pré-fabri- permite uma visão da cidade com até 60 km de raio.
cadas e realizamos a pré-montagem das
mesmas ainda em solo para evitar riscos em
função da altura. Para a operação, fizemos O The Shard tem uma
um planejamento detalhado de elevação e praça pública no solo,
com restaurantes e
treinamos muito bem toda a equipe para evi-
cafés, bem como áreas
tar falhas. O sucesso do case completo, conse- para instalações de
guimos realizar toda a montagem e cumpri- arte. Ao todo, o edifício
disponibiliza uma área
mos o cronograma para finalizar o edifício”,
de 50 mil m² para
avalia Moazami. escritórios, além de
Hoje, o The Shard conta com uma praça 195 quartos de hotel e
apartamentos com vistas
pública no nível do solo, com restaurantes e
nos pisos superiores
cafés, bem como áreas para instalações de
arte. Ao todo são 50 mil m de espaços des-
tinados a escritórios com ventilação natural
e jardins de inverno, além de 195 quartos de
hotel e apartamentos com vistas exclusivas
nos pisos superiores. (M.P.) M

> Projeto arquitetônico: Renzo Piano


Building Workshop
Michel Denancé

> Área construída: 83.613 m²  


> Aço empregado: vigas e colunas
internas em seções I e colunas de
perímetro em perfis tubulares
em chapas S355
Michel Denancé

> Volume de aço: 11 mil t


> Projeto estrutural: WSP London
> Fornecimento da estrutura de aço:
Severfield Reeve
> Execução da obra: Mace Group  
> Local: Londres, Inglaterra
> Data do projeto: 2009-2012
> Conclusão da obra: 2012

33
DNA DO AÇO
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, se prepara para receber um presente
em aço nos próximos meses: o edifício DNA do Aço. Localizado junto aos
eixos principais de interligação viária da cidade, a construção idealizada
totalmente em aço, com perfis de maior resistência à corrosão atmosférica,
terá 7.091,00 m² de área, 13 pavimentos e abrigará a futura sede da AARS
(Associação do Aço do Rio Grande do Sul).
No prédio, cuja inauguração acontecerá até dezembro deste ano, a escolha
por componentes industrializados foi um dos pré-requisitos, desde a fase de
concepção do projeto, não só por conferir mais velocidade à obra, mas tam-
bém por permitir, com mais facilidade, a adoção de sistemas sustentáveis
na construção.
“A AARS queria explorar a aplicação dos materiais da cadeia construtiva
do aço para garantir níveis superiores de eficiência energética ao edifício,
reduzir o desperdício de água e melhorar o desempenho termoacústico
local. O objetivo é transformar a sede em uma verdadeira vitrine do seg-
mento”, explica a arquiteta Maria Bernadete Sinhorelli, da JMBS Arquitetura
Construções.
O prédio, primeiro da região Sul do país a ser pré-certificado pelo selo LEED
Platinum (Leadership in Energy and Environmental Design), é composto por
colunas e vigas de aço ASTM A572 GR50 do tipo I e H, e contará, em toda a
sua estrutura, com 528 toneladas de aço. (M.G.)

Para abrigar a sede da AARS, associação gaúcha do aço, o edifício foi projetado
em aço de alta resistência e será uma vitrine do setor e da construção sustentável

Fotos divulgação

34 ARQUITETURA&AÇO
acontece

BELO HORIZONTE GANHA


NOVO CENTRO COMERCIAL
Projetar uma construção limpa, que permitisse um rápi-
do prazo de entrega e, com isso, acelerasse o retorno
financeiro ao investidor, foi um dos principais motivos
que levaram a equipe da Anastasia Arquitetos a escolher
o aço para a construção do Centro Comercial Savassi,
em Belo Horizonte, Minas Gerais.
O projeto, que ainda está em construção, foi dividido em
duas etapas e a primeira, quase pronta, deve começar
a funcionar em pouco tempo. “A primeira fase inclui um
subsolo com garagem, pavimento térreo com lojas e
mais dois andares destinados aos estacionamentos. Os
outros cinco andares, que abrigarão salas comerciais
de 150 m², no entanto, só deverão ficar prontos no ano
que vem”, explica o arquiteto Tomas Anastasia, que
responde pela obra.
Para a estrutura, foram utilizados perfis laminados
ASTM A572. Enquanto a primeira fase conta com
170 toneladas de aço, a segunda adicionará mais 150
Escolha do aço para a construção também foi motivada pela toneladas ao projeto, conforme a previsão do diretor
área do terreno, de apenas 1,2 mil m². Segundo o arquiteto da técnico da Cofermon, Michel Chaves. (M.G.)
obra, “seria difícil instalar um grande canteiro no local, e por
isso a opção por uma construção limpa foi a solução"
Fotos divulgação

O Centro Comercial Savassi, em


Belo Horizonte, Minas Gerais, será
construído em aço e em duas
etapas para dar mais agilidade
à obra e garantir um rápido
retorno financeiro ao investidor.
A primeira etapa da construção,
com três andares, deve ficar pronta
até o fim do ano, já os outros
cinco pavimentos só devem ser
inaugurados em 2016

ARQUITETURA&AÇO 35
endereços

> Escritórios > PROJETO ESTRUTURAL > ESTRUTURA METÁLICA > EXECUÇÃO DE OBRA
de Arquitetura
Captiva Engenharia BMC Construções Metálicas Ltda. Captiva Engenharia
Aflalo & Gasperini Arquitetos www.captivaengenharia.com.br www.bmccm.com.br www.captivaengenharia.com.br
www.aflalogasperini.com.br
Codeme Engenharia Codeme Engenharia Construtora Tedesco
B+ZTF Architects www.codeme.com.br www.codeme.com.br www.tedesco.com.br
www.bztfarchitects.com
Kurkdjian & Fruchtengarten Medabil Estruturas Metálicas Gel Engenharia
Itamar Berezin Arquitetura Engenheiros Associados www.medabil.com.br www.gel-eng.com.br
www.itamarberezin.com.br www.kfprojetos.com.br
Metalúrgica Estrutural Ltda. Mace Group
Pelli Clarke Pelli Architects Medabil Estruturas Metálicas www.metalestrutural.com.br www.macegroup.com
www.pcparch.com www.medabil.com.br
Metfmorm Meta Incorporadora
Renzo Piano Building Workshop Módulo Engenharia www.metform.com.br www.metaincorporadora.com.br
www.rpbw.com www.moduloengenharia.com
Multiframe Odebrecht Realizações Imobiliárias
Rocco Vidal P+W WSP London www.multi-frame.net www.orealizacoes.com.br
www.roccovidal.com.br www.wspgroup.com
Severfield Reeve Souza Lima Construtora
MooMAA – Moojen & Marques Simon Engenharia www.severfield.com www.slconstrutora.com.br
Arquitetos Associados www.simoneng.com.br
www.moomaa.arq.br Usiminas Mecânica Technè Arquitetura
Stec do Brasil www.usiminasmecanica.com.br www.technearquitetura.com
Orbi Arquitetura e Construção www.stecdobrasil.com.br
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números anteriores
Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br
A&A nº 01 - Edifícios Educacionais A&A nº 16 - Coberturas A&A nº 29 - Lazer e Cultura
A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 17 - Instituições de Ensino II A&A nº 30 - Construção Sustentável
A&A nº 03 - Terminais de Passageiros A&A nº 18 - Envelope A&A nº 31 - Construções para Olimpíadas
A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais A&A nº 19 - Residências II A&A nº 32 - Instalações Comerciais II
A&A nº 05 - Pontes e Passarelas A&A nº 20 - Indústrias II A&A nº 33 - Hotéis
A&A nº 06 - Residências A&A Especial - Copa do Mundo 2014 A&A nº 34 - Shopping Centers
A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas A&A nº 21 - Aeroportos A&A nº 35 - Hospitais e Edificações para a Saúde
A&A nº 08 - Indústrias A&A nº 22 - Copa 2010 A&A nº 36 - Pontes e passarelas
A&A nº 09 - Edificações para o Esporte A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social A&A nº 37 - Estádios da Copa 2014
A&A nº 10 - Instalações Comerciais A&A nº 24 - Metrô A&A nº 38 - Mobilidade Urbana
A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções A&A nº 25 - Instituições de Ensino III A&A nº 39 - Varandas, Mezaninos e Escadas
A&A nº 12 - Lazer e Cultura A&A nº 26 - Mobilidade Urbana A&A nº 40 - Residências
A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 27 - Soluções Rápidas A&A nº 41 - Centros de Pesquisa e Tecnologia
A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos A&A nº 28 - Edifícios Corporativos A&A nº 42 - Especial 10 anos
A&A nº 15 - Marquises e Escadas A&A Especial - E stação Intermodal de Transporte
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