Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Fundado em 1972, seu objetivo é promover e divulgar conhecimento sobre a tecnologia do concreto e de
seus sistemas construtivos para a cadeia produtiva do concreto, por meio de publicações técnicas, eventos
técnico-científicos, cursos de atualização profissional, certificação de pessoal, reuniões técnicas e premiações.
à Receba gratuitamente as quatro edições anuais à Descontos nos eventos promovidos e apoiados
da revista CONCRETO & Construções pelo IBRACON, inclusive o Congresso Brasileiro
à Tenha descontos de até 50% nas publicações do Concreto
técnicas do IBRACON e de até 20% nas à Oportunidade de participar de Comitês Técnicos,
publicações do American Concrete Institute intercambiando conhecimentos e fazendo valer
(ACI) suas opiniões técnicas
seções
7 Editorial
REVISTA OFICIAL DO IBRACON PRESIDENTE DO COMITÊ
9 Coluna Institucional Revista de caráter científico, tecnoló- EDITORIAL
gico e informativo para o setor produ- à Guilherme Parsekian
10 Converse com o IBRACON tivo da construção civil, para o ensino (alvenaria estrutural)
e para a pesquisa em concreto.
12 Encontros e Notícias COMITÊ EDITORIAL – MEMBROS
à Arnaldo Forti Battagin
ISSN 1809-7197
20 Personalidade Entrevistada: Tiragem desta edição: (cimento e sustentabilidade)
CRÉDITOS à Bernardo Tutikian
5.000 exemplares
CAPA Vladimir Antonio Paulon (tecnologia)
Publicação trimestral distribuida
Sequência ilustrativa do à Eduardo Millen
gratuitamente aos associados
39 Mercado Nacional
Técnicas Técnicas
processo de inspeção e
de reforço de reforço
(pré-moldado)
recuperação de bloco de à Enio Pazini de Figueiredo
JORNALISTA RESPONSÁVEL
fundação afetada pela 59 Mantenedor à Fábio Luís Pedroso - MTB 41.728
(durabilidade)
reação álcali-agregado. à Ercio Thomas
gill@ellementto-arte.com
à Helena Carasek
(argamassas)
à Hugo Rodrigues
27 Reação álcali-agregado:
o que é e como evitar?
ASSINATURA E ATENDIMENTO
office@ibracon.org.br
GRÁFICA
(cimento e comunicação)
à Inês L. da Silva Battagin
(normalização)
à Íria Lícia Oliva Doniak
30
Ipsis Gráfica e Editora (pré-fabricados)
Contribuição à previsão de danos em Preço: R$ 12,00 à José Martins Laginha Neto
44
sariamente, a opinião do Instituto.
A nova norma brasileira de RAA à Paulo E. Fonseca de Campos
(arquitetura)
© Copyright 2016 IBRACON à Paulo Helene
(concreto, reabilitação)
Todos os direitos de reprodução à Selmo Chapira Kuperman
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO reservados. Esta revista e suas (barragens)
partes não podem ser reproduzidas
48 Eficácia de cimentos com cinzas volantes nem copiadas, em nenhuma forma IBRACON
de impressão mecânica, eletrônica,
para prevenção de RAA ou qualquer outra, sem o consen-
Rua Julieta Espírito Santo
Pinheiro, 68 – CEP 05542-120
timento por escrito dos autores Jardim Olímpia – São Paulo – SP
DIRETOR DE EVENTOS
69
Pública Estadual | Lei 2538
Avaliação de RAA na barragem de Pirapora de 11/11/1980
Bernardo Tutikian
Declarado de Utilidade
DIRETORA TÉCNICA
Pública Federal | Decreto
Inês Laranjeira
75
86871 de 25/01/1982
Abertura de juntas de expansão na barragem da Silva Battagin
DIRETOR 2º VICE-PRESIDENTE
Paulo Helene
DIRETOR DE PUBLICAÇÕES
E DIVULGAÇÃO TÉCNICA
89
Luiz Prado Vieira Junior Eduardo Barros Millen
RAA em estrutura de concreto armado
de uma edificação DIRETOR 1º SECRETÁRIO DIRETORA DE PESQUISA
Antonio D. de Figueiredo
E DESENVOLVIMENTO
Leandro Mouta Trautwein
DIRETOR 2º SECRETÁRIO
Carlos José Massucato
DIRETOR DE CURSOS
DIRETOR 1º TESOUREIRO Enio José Pazini Figueiredo
Claudio Sbrighi Neto
DIRETORA DE CERTIFICAÇÃO
DIRETOR 2º TESOUREIRO DE MÃO DE OBRA
Nelson Covas Gilberto Antônio Giuzio
Divulgando conhecimento
sobre a RAA para sua
prevenção
Caro leitor,
E
sta edição da nossa Revista apresenta como tes da reação álcali-sílica
tema de capa a reação álcali-agregado (RAA). no concreto incluem fis-
Nada mais oportuno em vista das ações que o surações, expansão e consequente desalinhamento de ele-
Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) vem mentos estruturais, pop-outs, presença de gel preenchendo
conduzindo nesse assunto. Aconteceu em julho fissuras ou associados com agregados no interior do concre-
passado, em São Paulo, a décima quinta edição da ICAAR- to, formando bordas de reação. Essa reação normalmente
International Conference on Alkali Aggregate Reaction, rea- demora entre cinco e doze anos para se desenvolver, em-
lizada pela Unesp - Ilha Solteira e que teve amplo apoio do bora existam muitas exceções, e é tanto mais grave quanto
IBRACON. Nessa oportunidade foram discutidas pelos mais maiores as concentrações de álcalis nas fases líquidas dos
renomados especialistas internacionais questões sobre o poros de concreto.
entendimento dos mecanismos da reação, metodologias de Ainda no século XIX, observações davam conta de que o con-
ensaio, medidas de prevenção, diagnóstico e reparo das es- creto, embora considerado um material durável, poderia se
truturas de concreto, cujos trabalhos mais importantes foram deteriorar sob ação do gelo/degelo e sob ação da água do
selecionados para fazer parte desta edição. Assim nossos mar. Durante os anos 20 e 30, do século passado, numero-
leitores são agraciados com o que há de mais atualizado so- sas estruturas de concreto na Califórnia apresentaram intensa
bre esse tema. Mas o que é a RAA? Trata-se de um termo fissuração, embora não expostas às condições ambientais ci-
genérico aplicado a dois tipos distintos de deterioração do tadas e nas quais boas práticas de engenharia tivessem sido
concreto, denominados reação álcali-sílica e reação álcali- adotadas. Foi, portanto, um grande avanço científico, quando,
-carbonato. Esta última é de mais rara ocorrência em âmbi- em 1940, Thomas Edson Stanton, numa publicação que se
to mundial e nacional. Já a reação álcali-sílica, como o pró- tornaria clássica, propôs a existência da reação álcali-agrega-
prio nome indica, é uma reação entre a sílica amorfa ou mal do como um processo deletério intrínseco dos constituintes
cristalizada, e alguns silicatos presentes em certos tipos de do concreto. Nesse trabalho, o autor atribuiu a fissuração ob-
agregados, e os álcalis precipitados presentes nas soluções servada em pavimentos de concreto à expansão provocada
dos poros do concreto. Esta reação tem como produto um pela reação entre a sílica constituinte dos agregados e os álca-
gel expansivo e para sua ocorrência há necessidade de três lis do concreto, na presença de umidade proveniente do solo.
fatores simultâneos, quais sejam água, fase reativa e álcalis. Suas recomendações da época para a prevenção da reação
A quantidade de gel e as pressões exercidas são muito va- já apontavam para o uso de materiais pozolânicos e para a
riáveis, dependendo da temperatura, do tipo e proporções redução da quantidade de compostos alcalinos no concreto.
das fases reativas, da composição do gel, e de outros fa- Nas primeiras décadas após a constatação do fenômeno nos
tores, mas que podem ser suficientes para induzir o desen- Estados Unidos, ele foi detectado em diversas regiões do
volvimento e propagação de microfissuras que, por sua vez, mundo. Na Dinamarca nos anos 50, na Alemanha nos anos
levem à expansão e fissuração generalizada do concreto ou 60, no Reino Unido em meados dos anos 70 e no Japão nos
elemento estrutural afetado. anos 80. Na sequência, alguns países iniciaram pesquisas
As feições típicas das manifestações patológicas decorren- sobre o tema, desenvolvendo técnicas laboratoriais para a
C
aros leitores e amigos Ainda, em conjunto com a Diretora
do Instituto Brasileiro do de concursos estudantis, consegui-
Concreto. mos promover a cortesia do jantar
Saúdo-os, como Diretor de gala do IBRACON para os primei-
de Eventos do IBRA- ros 300 alunos que se inscrevem no
CON, apresentando as novidades do evento, desde que participem de al-
58º Congresso Brasileiro do Concreto gum concurso estudantil.
(58º CBC), que acontecerá de 11 a 14 Serão ofertados cursos, de adesão
de outubro, promovido pelo IBRACON. opcional, com os temas de estruturas
Reconhecido como o evento de maior de concreto pré-fabricadas, projetos
relevância para a cadeia do concreto de lajes em concreto armado e pro-
no Brasil, este congresso consiste tendido, e ensaios destrutivos e não
em uma oportunidade ímpar de es- destrutivos para avaliação de estrutu-
tar em contato com as novas tecno- ras de concreto. Todos os créditos dos
logias e materiais empregados nas cursos são válidos para o programa
edificações, buscando construções de Educação Continuada Master PEC,
eficazes, duráveis e de desempenho conduzido pela Diretoria de Cursos.
satisfatório aos usuários. Será realizada nova edição da compe-
Nesta edição, o 58º CBC será se- tição acadêmica OUSADIA, propondo
diado em Belo Horizonte, Minas Gerais, trazendo em sua uma obra de arte em concreto que garanta acessibilidade da
programação debates sobre a tecnologia do concreto e a Rua Sapucaí ao túnel de acesso ao Metrô/Praça da Estação,
normalização técnica, e promovendo, através de suas ses- contemplando a requalificação urbanística para a Rua Sapu-
sões científicas, a divulgação das tecnologias inovadoras em caí e seu entorno, localizada no bairro Floresta da cidade de
termos de produtos e processos, obtidas através do desen- Belo Horizonte. Dessa forma, propõe-se que os estudantes
volvimento das pesquisas científicas e tecnológicas. possam solucionar um problema real, vivenciando o trabalho
Nesta edição, realizaremos seis excelentes seminários, com criativo de engenharia civil e arquitetura e urbanismo. Os de-
os seguintes temas: mais concursos serão mantidos, visando o desenvolvimento
u Obras emblemáticas – 2ª edição; de composições avançadas de concreto, como o concreto de
u Concreto autoadensável – 3ª edição; alta performance colorido, o concreto leve para o Concrebol
u Ensaios não destrutivos; e o concreto resistente do aparato de proteção ao ovo (APO).
u Novas tecnologias; Esses concursos garantem ambiente de conhecimento e apli-
u Ensino da Engenharia; cação da ciência do concreto para os estudantes.
u Boas práticas na execução das estruturas de concreto. A expectativa da equipe organizadora é de superar o público
Teremos ótimas palestras internacionais, com pesquisado- médio de 1000 pessoas, possibilitando capacitação para um
res de renome no cenário mundial, como os doutores Ro- grande número de interessados.
bert Stark, Hugo Corres e Donald Macphee, através dos Tenho certeza de que o evento será um sucesso! A bem da
quais os congressistas poderão conhecer as maiores ino- verdade já é, uma vez que inúmeros e bons artigos foram
vações e tecnologias para o aprimoramento das estruturas recebidos e estão em fase final de avaliação, garantindo o
e construções. sucesso em termos de exposição das pesquisas no setor.
As inscrições para o evento já estão disponíveis online, atra- Em nome da comissão organizadora, afirmo que o esforço
vés do site do IBRACON. Destaco que para esta edição tem sido grande para manter a qualidade dos últimos con-
do congresso, fizemos um grande esforço para garantir a gressos, envolvendo o público, qualificando o mercado e
participação expressiva do público. Reduzimos despesas, proporcionando muito conhecimento.
sem alterar a qualidade do evento, o que nos permitiu não Conto com sua presença, nos vemos em Belo Horizonte.
reajustar as inscrições e até reduzir os valores, como para o
aluno de graduação sócio do IBRACON, que poderá partici- BERNARDO TUTIKIAN
par do evento com R$500,00 para inscrições antecipadas. Diretor de Eventos do IBRACON
PERGUNTAS TÉCNICAS Gostaria de parabenizá-lo pela excelente veríamos aumentar o cobrimento até ficar
discussão sobre o cobrimento das estru- conforme com ABNT NBR 6118 e 12655.
Li que o senhor é um especialista em al- turas de concreto armado. Foi uma exce- Não existe uma regra geral consensua-
venaria estrutural. Por isso, como pre- lente aula histórica e técnica. A cada dia da e acordada nem normalizada. Cabe
ciso de alguém que saiba mais sobre esse aprendo mais e mais com o senhor. Recor- sempre dialogar com o Proprietário. Em
assunto para me esclarecer algumas dú- do-me de quando te conheci pessoalmente geral eu adoto:
vidas, decidi lhe escrever, pois ninguém no congresso nacional de patologia em 1. No caso de obra de reparo localizado
parece ter muita certeza do que diz a Sobral, no Ceará, no ano de 2003, quan- deixar como foi projetado e executa-
respeito. Gostaria de saber se é permi- do eu era formando. do. No caso de obra geral de retrofit,
tido fazer furos de 7cm de diâmetro em Gostaria de tirar uma dúvida sobre o tema. na qual vai haver novo ‘Habite-se’ e
uma parede de alvenaria estrutural para Tenho acompanhado algumas edificações novos proprietários, convém aumen-
atravessar uma tubulação de ar condicio- aqui em Salvador, próximas à área litorâ- tar cobrimentos para ficar dentro das
nado split de um cômodo para outro. Ou nea, em situação de corrosão das armadu- prescrições atuais;
seja, sei que não é possível embuti-los, ras em lajes e vigas. Especificamente notei 2. Obra Pública convém deixar dentro
mas ninguém sabe dizer se um furo tão nas lajes notei cobrimentos que variam de da lei e obra privada depende de dia-
pequeno comprometeria a estrutura. Mas 5mm a 15mm. Pela atual tabela 3 da NBR logar com proprietário;
como não quero que nenhum prédio caia 6118, a recomendação é que o cobrimento 3. As normas prescrevem espessura de
por uma decisão precipitada, gostaria de seja de 35mm, já que a classe de agressivi- concreto, mas argamassas estrutu-
saber se o senhor pode me dar alguma dade ambiental é tipo III. rais de areia e cimento e grouts são
informação a respeito. Agradeço desde Neste caso, após o tratamento da corro- considerados concretos. Podemos
já e peço desculpas pelo incômodo. são, é recomendado que se faça uma ca- chapiscar e aplicar argamassas de
PATRÍCIA FONSECA mada de cobrimento (grout ou projeção areia e cimento ou escarificar e aplicar
Servidora Pública Federal de argamassa polimérica) para se atingir graute com fôrmas tipo cachimbo;
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais os atuais limites normativos, com vistas à 4. Também se pode aplicar pintura su-
– CEFET-MG manutenção da durabilidade da estrutura perficial, mas isso não está contem-
ou uma pintura epoxídica poderia resolver plado nas normas. Pode ser pintura
É preciso avaliar como um todo. Realizar o problema? com caiação renovada a cada ano, ou
um furo de 7 cm cruzando uma parede com tinta 100% acrílica para exterio-
estrutural de comprimento razoável, com PROF. DSC. FRANCISCO GABRIEL SANTOS SILVA res (MetaLatex ou Suvinil) renovada a
o furo executado com equipamentos Universidade Federal da Bahia – UFBA cada 4 anos (ver NBR 15575); ou tinta
corretos e cuidado, não compromete a ou verniz poliuretanico ou epóxi (não
estrutura. O ideal é fazer esse furo na ca- Obrigado pelas amáveis palavras. Fico pode receber luz do sol) renovados a
naleta grauteada, no respaldo da laje. feliz em saber de seu progresso e vitórias, cada 8 anos (ver ANBT NBR 15575).
É melhor que esse detalhe já faça parte e de que hoje esteja professor universitá- Porém, lembre-se que o maior problema
do projeto original, permitindo que seja rio. Muito bom, mas não se afaste nunca é incêndio. No caso que dependa de li-
executado antes do grauteamento da do meio produtivo (construção e projeto) beração do Corpo de Bombeiros, será
canaleta, deixando um tubo para pas- porque fazemos ciência aplicada, não ci- necessário pintar com tinta intumescen-
sagem de instalações. ência básica. te ou aumentar cobrimento de concreto.
Gostei de sua dúvida. Em princípio, nos Não serve pintura imobiliária usual.
GUILHERME A. PARSEKIAN, COORDENADOR casos de retrofit deveríamos restabele-
DA PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS E cer a estrutura colocando-a dentro dos PAULO HELENE, DIRETOR DE RELAÇÕES
CONSTRUÇÃO CIVIL DA UFSCAR E PRESIDENTE prescrições atuais. Então, no caso de INSTITUCIONAIS DO IBRACON E MEMBRO DO
LOCAL DE REALIZAÇÃO:
Millenium Centro de Convenções
São Paulo/SP
FSB
Para um país crescer, é preciso investimento. Mas é necessário também pensar no meio
ambiente, na sociedade e nas futuras gerações.
A indústria do cimento investe em qualidade e utiliza as tecnologias mais avançadas para
promover um desenvolvimento sustentável. Colabora ainda para tornar o meio ambiente mais
limpo com o co-processamento: a destruição de resíduos industriais e pneus em seus fornos.
Onde tem gente tem cimento.
CONCRETO & Construções | 13
u encontros e notícias | EVENTOS
Equipe vencedora do
CONCREBOL 2015 conquista
prêmio internacional
A equipe do Centro Universitário FEI
(Fundação Educacional Inaciana “Pa-
dre Sabóia de Medeiros”), vencedora do
role em trajetória retilínea. Ele é realizado
anualmente durante as edições do Con-
gresso Brasileiro do Concreto.
No concurso do ACI é verificada a homo-
geneidade das esferas de concreto atra-
vés do seu diâmetro e do ensaio do bo-
Concurso CONCREBOL 2015, ganhou na Já, o FRC Bowling Ball Competition é re- liche. A resistência é avaliada através da
categoria “Desempenho” o concurso FRC alizado pelo American Concrete Institute média das cargas nos deslocamentos de
Bowling Ball Competition. (ACI). A edição de 2016 aconteceu em 5, 10, 15, 20 e 25mm, ou seja, a esfera
O CONCREBOL é um concurso técni- Milwaukee, nos Estados Unidos, entre os deve apresentar tenacidade.
co promovido pelo Instituto Brasileiro do dias 17 e 21 de abril. Ao todo, foram inscri- Na confecção do traço do concreto para a
Concreto que desafia os estudantes de tas 57 bolas de 10 países (Brasil, Equador, esfera, o Concurso do ACI permite o uso
engenharia civil a construir uma esfera de México, EUA, Canadá, Porto Rico, Índia, de fibras e a colocação de um núcleo es-
concreto leve, com dimensões pré-esta- Guatemala, Egito e Peru). A equipe da FEI pecial. A densidade da esfera da equipe
belecidas, resistente, homogênea e que foi a única representante do Brasil. girou em torno de 1100 kg/m³.
Cinpar 2016
O Congresso Internacional sobre Pa-
tologia e Reabilitação de Estruturas
vai ser realizado na cidade do Porto, em
Portugal, de 26 a 29 de outubro.
O evento objetiva discutir os métodos de
inspeção das estruturas e de caracteriza-
ção dos materiais e as soluções de reabili-
tação e reforço das estruturas de concreto.
à Informações: https://www.fe.up.pt/cinpar
XVIII COBRAMSEG
ICAAR 2016
R ealizada pela primeira vez na América
Latina, a 15ª Conferência Internacio-
nal sobre a Reação Álcali-Agregado (ICA-
Além das sessões foram realizadas seis
palestras temáticas e uma visita técnica à
Usina Hidrelétrica de Jaguari, localizada no
ação álcali-agregado em todo mundo.
O presidente do IBRACON, Julio Timer-
man, participou das cerimônias de aber-
AR 2016) aconteceu de 3 a 7 de julho, Rio Paraíba do Sul. O evento contou com tura e encerramento da ICAAR 2016, o
no Maksoud Plaza Hotel, em São Pau- a participação de 196 profissionais, 80% conselheiro Selmo Kuperman e o diretor-
lo, com realização conjunta do Instituto deles estrangeiros, vindos de 21 países. -tesoureiro Cláudio Sbrighi Neto integra-
Brasileiro do Concreto (IBRACON) e da Com periodicidade quadrienal, a pri- ram o Comitê Científico e o Conselho de
Unesp de Ilha Solteira. meira ICAAR foi organizada na Di- Revisores do evento.
No evento foram apresentados 129 tra- namarca, em 1974. Desde então, o Estão à venda na Loja Virtual do
balhos técnico-científicos, sendo 103 em evento consolidou-se como o mais im- IBRACON (www.ibracon.org.br) os Anais
sessões orais e 26 em sessões pôsteres. portante fórum de debates sobre a re- do evento.
C o n c re t o : M i c ro e s t r u t u r a ,
P ro p r i e d a d e s e M a t e r i a i s
à Autores P. Kumar Mehta e Paulo J. M. Monteiro
(Universidade da Califórnia em Berkeley)
Patrocínio
Vladimir
Antonio
Paulon
D
irecionado para a engenharia civil por seu De seu contato com a construção de barragens, veio o
irmão mais velho, Vladimir Paulon formou- interesse pela reação álcali-agregado (RAA), reação química
se, em 1963, pela Universidade Federal do entre os álcalis do cimento e os agregados reativos, que, na
Rio Grande do Sul. Após um período de presença de água, forma um gel expansivo que pode causar
cinco anos na França-país que visita todos a fissuração do concreto. A RAA foi tema de seu mestrado,
os anos, onde fez vários amigos-passou obtido na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em
pelo Instituto Tecnológico do Rio Grande do Sul (ITERS), pela 1982. Com os casos recentes das fundações das edificações
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), pela EPT, de Recife apresentando RAA, Paulon voltou ao tema em seu
antes de chegar a Promon, em 1975, onde permaneceu pós-doutoramento pela Universidade de Berkeley.
grande parte de sua vida profissional, como funcionário e Conjuntamente à sua vida corrida de consultor, visitando
consultor, assessorando grandes projetos de infraestrutura obras por todo país, Paulon dedicou-se também às aulas na
no país, principalmente a construção de barragens, bem Universidade de Campinas (UNICAMP) desde 1972, onde se
como outros tipos de obras, como a construção de escolas aposentou compulsoriamente. “O sagrado para mim sempre
pré-moldadas do programa educacional do governo Collor. foi dar aulas”, confidenciou.
“
VERIFIQUEI QUE O PROJETO [CAIC] ERA ÚNICO
“
PARA TODO O BRASIL, O QUE RESULTAVA EM
PROBLEMAS CONSTRUTIVOS POR CAUSA DAS
DIFERENÇAS DE CLIMA ENTRE AS REGIÕES
“
CONSTATADA A REAÇÃO ÁLCALI-SILICATO,
AO INVÉS DA REAÇÃO ÁLCALI-SÍLICA,
UMA NOVIDADE NO BRASIL
Havia outros problemas. Os pilares Na especificação original era proibido Apesar de minha vida agitada como
eram moldados com duas fôrmas – o uso de aditivos, um consumo consultor, o sagrado para mim era a
uma externa e outra, interna, redonda, mínimo de 650 kg de cimento por sexta-feira, por causa das aulas.
deixando espaço para drenagem da metro cúbico de argamassa e relação
água de chuva. No projeto original, água/cimento máxima de 0,55. Mudei IBRACON – Sua dissertação de
era colocada a fôrma interna de ferro, para consumo máximo de 650 kg de mestrado foi sobre a reação álcali-
que era puxada imediatamente após a cimento por metro cúbico e máxima agregado em concreto, sendo o título
moldagem, causando irregularidades relação água/cimento de 0,45, fácil de de mestre obtido em 1982. Por que a
na peça. Substitui a fôrma interna ser obtida com o uso de aditivos. RAA mereceu sua atenção como tema
de ferro por um tubo de PVC, que Em Feira de Santana, não havia água acadêmico naquele momento?
permanecia na peça. para a construção das peças. O Vladimir Antonio Paulon – Meu
A vibração das fôrmas durante a poço aberto acabou servindo como primeiro contato com a reação
moldagem era feita com molas, o que cisterna, enchida com caminhões- álcali-agregado foi na construção da
marcava as peças em seu movimento pipa. Havia ainda o problema com barragem de Salto Osório. Uma parte
dentro das fôrmas metálicas. Esse a qualidade das areias da região. da jazida de agregados da região
sistema de vibração foi trocado para Mesmo sem ter materiais adequados apresentou amígdalas, preenchidos
que as peças não ficassem mal e água suficiente, a fábrica de com outro material. Verificamos que
acabadas. Feira de Santana foi colocada em eram agregados reativos. Como
A impermeabilização era feita com funcionamento. houve necessidade de usá-los para
cinco camadas de PVA, que facilitava Minha vida nessa época consistia o fechamento das adufas, foram
a oxidação das armaduras das peças. em viajar no domingo, ir durante a tomados os cuidados preventivos
Passou a ser feita com uma mistura semana até os locais de implantação necessários para que o concreto
de resina acrílica com cimento. das escolas, e, na sexta-feira, dar não apresentasse a reação álcali-
As peças de 2,5 cm de espessuras aula na Universidade Estadual de agregado, como o uso de um cimento
eram colocadas em pallets e Campinas (Unicamp). Comecei a dar com baixo teor de álcalis.
transportadas até a obra, gerando aula na Unicamp, em 1972. De 75 a Os primeiros estudos sobre RAA
no transporte muitas quebras, 76 fui professor na Escola Politécnica no Brasil foram feitos quando da
problema que foi solucionado com a da Universidade de São Paulo, ano construção da barragem de Jupiá.
modificação dos pallets e um manual em que voltei para a Unicamp, onde Sob orientação do Roy Carlson,
para recuperação das peças. me aposentei compulsoriamente. foram efetuados ensaios de RAA
sob coordenação do Heraldo de
CRÉDITO: TRACTEBEL
Souza Gitahy.
Em 1976, após não ter sido
constatada RAA nos ensaios
realizados no Brasil para a construção
de Itaipu, fui enviado para a
Universidade de Berkeley, para
acompanhar os ensaios realizados lá.
Vista da barragem de Salto Osório (Paraná) Neles foi constatada a reação
sobre o problema em Moxotó, porque era crítica. A barragem era quase setenta anos após sua descoberta
a RAA era a única causa que havia estrutural, construída com 350 por Stanton, hoje a RAA é bem
sobrado nos estudos. Recomendei kg de cimento por metro cúbico. conhecida em termos dos mecanismos
que fossem feitos ensaios no Canadá, Hoje usa-se 70 kg de cimento e fatores envolvidos na reação, dos
com o Richard Mielenz, maior por metro cúbico. Em Água tipos de obras mais suscetíveis a ela
“
UM DIA RECEBO UM TELEFONEMA DO PRESIDENTE
“
DA CHESF NA ÉPOCA, RESPALDANDO MINHAS OPINIÕES
SOBRE O PROBLEMA EM MOXOTÓ, PORQUE A RAA ERA
A ÚNICA CAUSA QUE HAVIA SOBRADO NOS ESTUDOS
“
A QUÍMICA DA REAÇÃO
“
ÁLCALI-AGREGADO NÃO É
COMPLETAMENTE CONHECIDA.
SUAS CONSEQUÊNCIAS, SIM!
“
DE CONCRETO FOSSEM CONSTRUÍDAS COM
CONCRETO COM POZOLANAS, EM QUANTIDADE
SUFICIENTE PARA ELIMINAR A EXPANSÃO PELA RAA
porque sabemos perfeitamente como O importante é tomarmos as medidas concretos usados nas fundações
determinar e mitigar a RAA. Em preventivas. Na Promon institui que dos edifícios em Recife, foi possível
segundo lugar, porque os cimentos todas as barragens de concreto constatar que, dependendo da
hoje são fabricados com adições de fossem construídas com concreto com temperatura ambiente no momento
pozolanas ou escórias. pozolanas, em quantidade suficiente de lançamento do concreto, este
Com relação à normalização brasileira para eliminar a expansão pela reação atingia temperaturas de até setenta
da RAA, persiste uma dúvida. O álcali-agregado. graus, condição para a formação da
resultado do ensaio acelerado de certos etringita tardia. Com isso, a etringita,
basaltos caracteriza-o como agregado IBRACON – Além da RAA, que outras composto expansivo formado durante
reativo. No entanto, não conhecemos linhas de pesquisa você perseguiu na a hidratação do cimento, formava-se
nenhuma obra que utilizou o basalto Universidade de Berkeley? também num momento posterior ao
que tenha apresentado reação álcali- Vladimir Antonio Paulon – Na minha da hidratação, provocando as fissuras
agregado. Essa questão precisa ser pesquisa de doutorado, obtida em no concreto. A RAA e a etringita
ainda melhor estudada. 1991, estudei a interface entre a pasta tardia, combinadas ou não, explicam
de cimento e o agregado no concreto a enorme variabilidade na abertura de
IBRACON – É possível estimar o grau por meio da microscopia eletrônica, fissuras nos blocos de fundação das
de incidência médio da RAA em obras de orientado pelo Prof. Paulo Monteiro. edificações da região metropolitana
concreto, tendo em vista a proporção No pós-doutorado, realizado em de Recife. Este trabalho está para
de jazidas de agregados reativos, a 2006 e 2007, voltei à Universidade de ser publicado.
proporção dos tipos de cimentos mais Berkeley para estudar a reação álcali-
consumidos e a umidade relativa média do agregado no concreto das fundações IBRACON – Você participa
ar no mundo? dos edifícios da região metropolitana regularmente das atividades do
Vladimir Antonio Paulon – Não. Uma de Recife. Suspeitava que o problema IBRACON. Qual é a importância
aluna que orientei fez uma pesquisa da fissuração, com aberturas do Instituto?
“
EXPLICAM A ENORME VARIABILIDADE NA ABERTURA
DE FISSURAS NOS BLOCOS DE FUNDAÇÃO DAS
EDIFICAÇÕES DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE
Vladimir Antonio Paulon – Sou centenas. Eu mesmo reviso uma momento de lançamento do foguete
sócio-fundador do IBRACON grande quantidade de trabalhos. a temperatura na plataforma atinge
e sempre participei de suas dois mil graus, caindo bruscamente
atividades. Foi no IBRACON, em IBRACON – Por fim, o que você faz em após o lançamento. O objetivo era
suas reuniões, que os tecnologistas seu tempo livre? dosar um concreto para suportar
novatos puderam aprender Vladimir Antonio Paulon – Presto 600 graus. Mas, de repente, a
com as lições dos tecnologistas consultoria para projetos que me Ucrânia se retirou do projeto, que
experientes, como o Petrucci, o interessam. Estava envolvido, junto parou completamente.
Basílio e o Falcão Bauer. Para com a Falcão Bauer, no projeto Fora consultoria, estou há quase dois
mim, o IBRACON foi o indutor do brasileiro-ucraniano da plataforma de anos no IMED (Complexo de Ensino
desenvolvimento da tecnologia do lançamento de foguetes para a base Superior Meridional), em Passo Fundo,
concreto no Brasil. Nos primeiros de Alcântara. O estudo consistia em como professor de pós-graduação,
congressos eram apresentados de verificar como o concreto é afetado aguardando a abertura da primeira
quatro a cinco trabalhos. Hoje, são pela alta temperatura, porque no turma, que deve sair em março.
Visite: www.ibracon.org.br
26 | CONCRETO & Construções
(Loja Virtual)
u entendendo o concreto
Reação álcali-agregado:
o que é e como evitar?
SÉRGIO OTOCH - Engenheiro Civil
Sergio Otoch Projetos Estruturais
1. BREVE HISTÓRICO
DO FENÔMENO
D
ata de 1940 a primeira
publicação tratando da
relação da expansão no
concreto com a reação álcali-agre-
gado. Antes, por volta de 1916, já
haviam estudos isolados. Desde en-
tão, o tema tem sido estudado, pes-
quisado e apresentado em vários
simpósios e congressos em todo o
mundo. No Brasil, os primeiros re-
gistros ocorreram em 1963. Reno-
mados professores, pesquisadores
e engenheiros dedicaram-se ao es-
tudo da RAA, tendo sido produzida
Topo de bloco de fundação com fissuras devidas à RAA
grande quantidade de trabalhos que
foram publicados e apresentados 3 a 20 anos. Logo, em Fortaleza, sur- da RAA, tudo de modo bastante sim-
em congressos, simpósios e reuni- giriam os primeiros casos, também ples, sem aprofundar-se na complexi-
ões anuais, muitos deles específicos em blocos de fundações de alguns dade do fenômeno, já brilhantemente
para tratar do tema. edifícios. Praticamente, todos os descrito por outros autores.
O fenômeno da expansão do anos, têm ocorrido casos de RAA.
concreto devido à RAA, até pou- Como profissional projetista de es- 2. O QUE É A REAÇÃO
cos anos, era de ocorrência predo- truturas, preocupa-me a inércia, por ÁLCALI-AGREGADO (RAA)
minante em estruturas de grande parte de alguns setores envolvidos A RAA é um processo químico que
100porte: barragens e partes de usinas na produção dos nossos edifícios, na ocorre no concreto endurecido, onde
95 hidrelétricas. Mais recentemente, a adoção de medidas que visem preve- minerais reativos dos agregados (bri-
partir do final de 2004 e por todo o nir a ocorrência da RAA. Com essa ta e/ou areia) reagem com hidróxilos
75
ano de 2005, na região metropoli- motivação e com base na experiência alcalinos presentes nas soluções dos
tana de Recife, foram identificados pessoal, a seguir apresento o fenô- poros da pasta do concreto, for-
25 vários casos de RAA acometendo meno, as condições propícias ao de- mando um gel higroscópico expan-
blocos e sapatas de fundações de senvolvimento da reação e as ações sivo (às vezes, não há formação de
5
edifícios, com idades variando de sugeridas para prevenção e inibição gel). Quando a RAA ocorre de forma
0
4. AÇÕES PREVENTIVAS E
INIBIDORAS DA REAÇÃO
Como ações para prevenir ou ini-
bir a RAA, recomenda-se: Bloco concluído, depois de seu
a) Se possível, não utilizar agrega- envelopamento com concreto
Identificação da “borda de reação” e gel com microssílica e pintura
de RAA por meio de ensaio laboratorial dos potencialmente reativos ou impermeabilizante
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] CONCRETO: Ensino, Pesquisa e Realização. Instituto Brasileiro do Concreto: São Paulo, Vol. 2, 2005.
[02] REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO. Sindicato da Indústria da Construção de Pernanbuco (SINDUSCON/PE), Recife, 2006.
Contribuição à previsão
de danos para estruturas
de concreto atacadas pela
reação álcali-sílica
HELENA CARASEK – Professora Doutora • OSWALDO CASCUDO – Professor Doutor • GEOVANNE CAETANO – Mestrando
Programa de Pós-Graduação em Geotecnia, Estruturas e Construção Civil – PPG-GECON / EECA – Universidade Federal de Goiás
A
reação álcali-agregado (RAA) tectônicos. Essa reação também for- pela sua grave repercussão na estrutura
é uma manifestação pato- ma um gel expansivo e, geralmente, é e pelos grandes transtornos trazidos às
lógica que pode represen- mais lenta do que a que ocorre com a obras de infraestrutura e de edificação.
tar um alto grau de deterioração do sílica reativa. No que tange à sua ocorrência, tem-se
concreto, principalmente em obras de A reação álcali-carbonato (RAC), fe- o registro desse fenômeno em pelo me-
infraestrutura, como barragens, pavi- nômeno bem mais raro de ser observa- nos 50 países, incluindo-se o Brasil, o
mentos e pontes, além das fundações do, manifesta-se em alguns agregados que torna a RAA um tema de estudo de
em geral. Trata-se de um processo rochosos carbonáticos, sendo que a amplo espectro em nível mundial.
de deterioração de natureza química forma mais conhecida de deterioração No campo do estudo e investigação
endógena, ou seja, ocorrem reações do concreto por essa reação é a des- da reação álcali-agregado, além das
químicas internas ao concreto sem o dolomitização da rocha e, consequen- pesquisas experimentais de laborató-
aporte de agentes agressivos externos. te, enfraquecimento da ligação pasta/ rio e dos estudos de campo em obras
A ABNT NBR 15577-1: 2008 – Agre- agregado. Dada a especificidade da atacadas por ela, uma importante ferra-
gados: Reatividade Álcali-Agregado RAC, além de sua baixa ocorrência, menta de análise que surgiu a partir dos
define três tipos de reação álcali-agre- essa reação não é tratada pela ABNT anos 80 foi a simulação numérica. Esta
gado, a saber: álcali-sílica, álcali-silicato NBR 15577: 2008. linha de estudo tem propiciado tanto
e álcali-carbonato. Dentre esses três tipos, a RAS é a modelagem do fenômeno quanto a
A reação álcali-sílica (RAS) envolve a a reação mais comumente relatada predição de danos ou de vida útil das
sílica reativa dos agregados e os álcalis como responsável pela deterioração estruturas afetadas por esta reação.
– Na+ e K+, que na presença de hidróxi- de obras, de modo que a maioria dos Devido à importância do tema, o
do de cálcio proveniente da hidratação estudos sobre RAA enfoca essa forma presente artigo tem como objetivo pro-
do cimento, formando um gel expansi- de ocorrência do problema, como é o mover uma discussão sobre os mo-
vo (Figura 1). Esse é o tipo de reação caso no presente trabalho. delos numéricos que vêm sendo de-
que mais rapidamente se desenvolve. Apesar dessa reação ser conhecida senvolvidos para previsão de dano de
Considerada um tipo específico de há cerca de 80 anos pelo meio técnico estruturas afetadas pela reação álcali-
reação álcali-sílica, a reação álcali-si- e de suas formas de prevenção serem -sílica, bem como apresentar as prin-
licato ocorre entre os álcalis e alguns também bem difundidas, a deterioração cipais classificações e estabelecer os
tipos de silicato, como, por exemplo, do concreto resultante da RAS ainda é níveis que diferenciam esses modelos.
3.2 Modelos numéricos aplicáveis 3.2.1 Modelos preditivos quanto plo. Eles fazem a simplificação de algu-
à reação álcali-sílica à natureza: determinística mas variáveis, considerando-as cons-
ou probabilística tantes no tempo e, geralmente, são
No contexto internacional, desde o modelos analíticos, sendo os dados de
início dos anos 80 têm sido desenvol- Nos modelos determinísticos, em saída estritamente resultantes dos da-
vidos modelos voltados a descrever a geral, valores médios são atribuídos dos de entrada inseridos.
reação álcali-agregado. No Brasil, no aos parâmetros de entrada, havendo, Contrariamente à abordagem deter-
entanto, o estágio no qual se encontra portanto, necessidade de parâmetros minista, em que os valores representa-
a produção de modelos de RAA ainda de calibração. Os modelos de natureza tivos das variáveis são modelados por
é incipiente. É importante frisar que um determinística usam diversos tipos de valores únicos (as médias), a aborda-
modelo que se propõe ser universal no leis em seu desenvolvimento, como as gem probabilista ou estocástica consi-
âmbito da RAA ou RAS deve, a cada Leis de Darcy e de Laplace, por exem- dera a variabilidade dos fenômenos, re-
momento, descrever a cinética de for-
mação e expansão do gel e, em segui-
da, determinar a resposta do concreto
a essa expansão. A Tabela 1 apresenta
um resumo dos trabalhos acadêmicos
brasileiros (dissertações e teses) levan-
tados sobre o tema.
Segundo Carles-Gibergues e Hor-
nain (2014), os modelos para previsão
de danos causados pelo fenômeno da
RAS podem ser classificados, entre
outros, conforme a sua natureza deter-
minística ou probabilística; conforme a
sua escala de análise (micro, meso ou
macroscópica) e de acordo com a sua
vocação exclusivamente explicativa do
fenômeno ou explicativa e preditiva. A
u Figura 3
Figura 3 ressalta essa classificação e o
Classificação dos modelos numéricos existentes para RAS
seu conteúdo respectivo.
u Tabela 2 – Exemplos de modelos preditivos de dano referente à RAS, de natureza determinística e probabilística
u Tabela 3 – Principais modelos de predição de danos referentes à RAS, separados em função da escala
4 cm
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] BAROGUEL-BOUNY, V. CAPRA, B.; LAURENS, S. A durabilidade das armaduras e do concreto de cobrimento. In: OLLIVIER, J-P.; VICHOT, A. Durabilidade do Concreto:
Bases científicas para a formulação de concretos duráveis de acordo com o ambiente. Ed. Tradução: Cascudo, O.; Carasek, H. 1. ed., São Paulo: IBRACON, 2014.
[02] BAZANT, Z.P.; STEFFENS, A.A. mathematical model for kinetics of alkali-silica reaction in concrete. Cement and Concrete Research, USA, v. 30, n. 3,
p. 419–428, 2000.
[03] CAPRA, B.; SELLIER, A. Ortotropic Modelling of Alkali-Aggregate Reaction in Concrete Structures: Numerical Simulations. Mechanics of Materials, v. 35,
p. 817-830, 2003.
[04] CARLES-GIBERGUES, A; HORNAIN, H. A durabilidade do concreto frente às reações expansivas de origem endógena. In: OLLIVIER, J-P.; VICHOT, A. Durabilidade
do Concreto: Bases científicas para a formulação de concretos duráveis de acordo com o ambiente. Ed. Tradução: Cascudo, O.; Carasek, H. 1. ed., São Paulo:
IBRACON, 2014.
[05] DUNANT, C. F.; SCRIVENER, K. L. Micro-mechanical modelling of alkali-silica reaction induced degradation using the AMIE framework. Cement and Concrete
Research, USA, v. 40, n. 4, pp. 517–525, 2010.
A evolução da cultura
da prevenção da reação
álcali-agregado no
mercado nacional
ARNALDO BATTAGIN • ANA LÍVIA SILVEIRA • FLAVIO MUNHOZ • INÊS BATTAGIN
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
N
o Brasil acreditava-se que natureza do agregado reativo utilizado, casos onde os efeitos da reação tenham
a reação álcali-agregado o que motivou novas investigações. levado à perda de segurança no uso
(RAA) era um fenômeno li- Outro fato marcante foi a cons- das construções; mas, sim, à neces-
gado a obras hidraúlicas e as iniciativas tatação dos primeiros casos de re- sidade de manutenção corretiva, que,
para sua prevenção se restringiam a ação álcali-agregado em fundações em qualquer situação, é mais onerosa
esses tipos de obras. de edifícios na região metropolitana do que a prevenção do fenômeno. Na
Atualmente, a adoção de medidas da Grande Recife/PE, decorrente do oportunidade, o IBRACON cumpriu seu
sistemáticas de prevenção nas obras interesse gerado na inspeção das fun- papel de disseminar o conhecimento,
em geral vem evitando a ocorrência dações de diversos edifícios habita- reunindo, dentre seus associados, um
de manifestações patológicas dessa cionais após a queda do Edifício Areia grupo de especialistas que elaboraram
natureza, pois com o avanço do co- Branca, em 2004. Cumpre esclarecer dois textos: um, dirigido à mídia não
nhecimento foram relatados casos em que as causas do desabamento des- especializada e de grande penetração,
vários outros tipos de obras. Consti- se edifício foram devidamente apura- procurando conscientizar a população
tuem exemplos clássicos de prevenção das e nada se constatou que pudesse afetada contra notícias alarmantes de
as ações tomadas nas barragens de apontar possibilidade de ocorrência colapso das edificações; outro, dirigi-
Jupiá (concluída em 1963), Água Ver- de reação álcali-agregado. No entan- do a especialistas, incluiu comentários
melha (construída entre 1975 e 1979), to, a inspeção das fundações de ou- técnicos que foram divulgados inten-
Salto Osório (construída entre 1971 e tros edifícios permitiu a verificação da samente pelos meios de comunicação
1975), Tucuruí, Itaipu, dentre outras, existência de fissuração dos blocos do IBRACON.
onde foram utilizados materiais pozolâ- de coroação de estacas ou de sapa- No Brasil, atualmente, a tecnologia
nicos para inibir a expansão com o uso tas corridas. A análise acurada dessas de avaliação e prevenção da reação
local de agregados reativos. Entretanto, ocorrências, a partir de testemunhos álcali-agregado é dominada por alguns
a partir de 1985, o meio técnico brasi- de concreto extraídos dos elementos centros de pesquisas, destacando-se
leiro tomou conhecimento da ocorrên- de fundação, mostrou tratar-se efeti- os ligados às empresas geradoras de
cia desse fenômeno nas barragens de vamente de reação álcali-agregado e energia elétrica, institutos públicos, al-
Moxotó e Joanes II, ambas localizadas somente nos laboratórios da ABCP gumas universidades e centros de pes-
na Região Nordeste, por reunirem as foram investigados mais de 60 casos quisa e laboratórios da iniciativa priva-
condições que favoreceram a reação dessa região. da. Popularizar esse conhecimento tem
norma brasileira
Infraestrutura da Copa de 2014
Divulgação da
Atento a essa realidade e ao papel da 800
746 742
Econômica no Brasil
normalização no Brasil, o ABNT/CB-18,
norma brasileira
Início dos trabalhos de normalização
Trabalhos adiantados
Publicação da
700
Início da Crise
de normalização
623 613
585
Número de ensaios
duzidos, iniciou os trabalhos de desen- 500 487
502
271
43
23% Pré-fabricados
40 17% Consultorias
30
24
20
19 u Figura 4
Perfil dos clientes solicitantes de
10 ensaios de RAA, Parte 4
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 cória em sua composição ou com o
uso de cimento Portland pozolânico
u Figura 3 (CP IV), com no mínimo 30% de pozo-
Evolução da quantidade de ensaios de RAA de longa duração realizados lana. Assim, o uso de cimentos com-
na ABCP de acordo com a norma ABNT NBR 15577 – Parte 6 postos com escória de alto-forno ou
pozolana, atendendo às condições aci-
Indubitavelmente, a norma contri- (ABNT NBR 11578), CPIII (ABNT NBR ma mencionadas, conforme estabeleci-
buiu para uma mudança no “mercado” 5735) e CPIV (ABNT NBR 5736). do na norma, é considerado suficiente
de ensaios de RAA. Ações preventivas de moderada para garantir a ausência de efeitos de-
intensidade, que correspondem a me- letérios devidos à RAA em obras de
2. A PREVENÇÃO DA OCORRÊNCIA didas mitigadoras também de mode- concreto que não contenham elemen-
DA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO rada intensidade, são atendidas com o tos maciços e que não estejam perma-
O processo pelo qual se evita a uso de cimento Portland de alto-forno nentemente em contato com a água.
ocorrência da reação álcali-agregado (CP III), com pelo menos 60% de es- A norma aponta que, para uma
consiste basicamente em limitar o teor
de álcalis ou combinar os álcalis pre-
sentes no concreto, aprisionando-os
na matriz cimentícia, de forma a não
permitir o desenvolvimento da reação.
A ABNT NBR 15577 classifica o ris-
co de ocorrência da RAA em função da
necessidade de ações preventivas da
reação: desnecessária, mínima, mode-
rada e forte; correspondendo ao mes-
mo grau de intensidade das medidas
mitigadoras.
Considerando a tradição brasileira
de produção e consumo de cimentos
com adições, essa Norma estabelece
seu uso como suficiente para preve-
nir efeitos danosos da reação quando
a classificação da ação preventiva for
mínima. Estão contemplados nessa u Figura 5
Distribuição das amostras por Estado
condição os cimentos CPII-E, CPII-Z
1000
experiência adquirida ao ensaiar inúme-
Número de amostras
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C 1260 Standard Test Method for Potential Alkali Reactivity of Aggregates. Philadelphia, 2007.
[02] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C 1293 Standard Test Method for Determination of Length Change of Concrete Due to Alkali-Silica
Reaction. Philadelphia, 2006.
[03] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C 1567 Standard Test Method for Determining the Potential Alkali-Silica Reactivity of Combinations of
Cementitious Materials and Aggregate. Philadelphia, 2007.
[04] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Relatórios internos, vários, São Paulo de 2000 a 2016
[05] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15577 Agregados – Reatividade álcali-agregado – Partes 1 a 6. Rio de Janeiro, 2008.
[06] BATTAGIN, I. L. S; BATTAGIN, A. F.; SBRIGHI NETO, C. A Norma técnica brasileira de reação álcali-agregado faz seu primeiro aniversário. Revista Concreto e
Contruções, v. 54, p. 34-47, 2009.
O
Instituto Brasileiro do NBR 15577; dade das estruturas de concreto, que
Concreto – IBRACON, u Guia para inspeção e diagnóstico tem recentemente avançado muito.
através de seu Comitê da reação álcali-agregado; O fenômeno patológico conhecido
CT 201, tem trabalhado no desen- u Guia de ações frente a estrutu- como reação álcali-agregado (RAA)
volvimento de uma proposta para a ras afetadas pela reação álcali- é complexo e foi identificado há mais
revisão da ABNT NBR 15577 – Guia agregado. de 60 anos, porém a sua natureza en-
para avaliação da reatividade poten- Essas tarefas estão sendo rea- volvendo interação entre reações quí-
cial e medidas preventivas para uso lizadas ao longo de suas reuniões, micas, características mineralógicas
de agregados em concreto, de forma que ocorrem com a periodicida- dos reagentes, princípios básicos da
a oferecer à ABNT esse trabalho téc- de média mensal e para as quais tecnologia do concreto e seus efeitos
nico e dinamizar o processo de atuali- os sócios do IBRACON podem se na estabilidade dimensional e na inte-
zação dessa Norma e, paralelamente, inscrever e participar dando sua gridade das estruturas de concreto,
encontra-se desenvolvendo as se- contribuição. resultam ainda hoje em ação nefasta
guintes publicações: A Norma ABNT NBR 15577 e sua para centenas, para não dizer milha-
u Guia prático para prevenção da rea- revisão fazem parte do esforço do res, de obras em todo mundo.
ção álcali-agregado; meio técnico frente à crescente preo- Reportam-se em referências técni-
cas, escritas em muitas línguas diferen-
CRÉDITO: SELMO KUPERMAN
2. ESCOPO
O escopo atual da NBR 15577
da ABNT, por se tratar de um Guia,
envolve seis Partes que enfocam:
especificação, amostragem, en-
saios petrográficos, ensaios de curta
duração, ensaios de longa duração e
a verificação de medidas mitigadoras
da reação.
Viga e laje de uma barragem no Brasil afetada com RAA, nas quais se vê a
abertura de fissura provocada A tarefa de preparar, dentro do
DURABILIDADE
DO CONCRETO
à Editores Jean-Pierre Ollivier e Angélique Vichot
Patrocínio
1. INTRODUÇÃO talina, respectivamente, que consti- plo. Estudo recente de Soares et al.
A
s reações álcali-sílica e tui os agregados, em ambientes de 2016, apresentado no ICAAR 2016
álcali-silicato (reações ál- pH elevado, ou seja, maior que 12 (International Conference on Alkali
cali-agregado, RAA) são (Tang & Su-Fen, 1980) (Figura 1). Aggregate Reaction in Concrete),
processos químicos que envolvem No caso do concreto, o pH elevado indica que alguns minerais, como
agregados reativos usados em con- é resultado da presença de Ca(OH) 2, feldspatos e micas, também podem
creto, e álcalis, como sódio e potás- gerado pela hidratação do cimento, contribuir com álcalis para a reação.
sio. Os produtos dessas reações são e dos hidróxidos gerados pelas re- A sílica dissolvida dos agregados
expansivos e podem causar desloca- ações dos íons sódio e/ou potássio forma ácido silícico que reage com Na+,
mentos estruturais, além de fissura- com água. A fonte destes álcalis é, K+, Ca2+ e H2O, formando gel cálcico sí-
ção e deterioração do concreto. em geral, o próprio cimento, mas lico alcalino, viscoso e expansivo.
As reações álcali sílica e álcali- eles também podem ser fornecidos Embora estudos recentes tenham
-silicato são desencadeadas pela pelos aditivos químicos ou pela água mostrado que o uso de selantes pode
dissolução da sílica amorfa ou cris- de mistura do concreto, por exem- reduzir as expansões causadas pelas
reações álcali-agregado (ex. Lute et
al. 2016), a paralisação do proces-
so é ainda impossível. Portanto, sua
prevenção é essencial.
A prevenção pode ser feita atra-
vés do uso agregados inertes – o que
nem sempre é possível – pela limita-
ção do teor de álcalis no concreto e
garantindo-se que não haverá apor-
te de álcalis durante a vida útil da
estrutura, e, mais eficazmente, pela
diminuição do pH do concreto. Isso
pode ser conseguido pela redução
do teor de álcalis no concreto e/ou
u Figura 1 redução do teor de Ca(OH) 2 da pas-
Influência do pH na dissolução de sílica amorfa (modificado a partir ta de cimento. Esta redução do teor
de Tang and Su-Fen, 1980)
de portlandita [Ca(OH) 2] é, por sua
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] Lute, R.; Folliard, K. J.; Drimalas, T.; Rust, C. K. Coatings and sealers for mitigation of alkali-silica reaction and/or delay ettringite formation. Proceedings of the 15th
ICAAR International Conference on Alkali Aggregate Reaction in Concrete, São Paulo, 2016
[02] Soares, D.; Silva, A. S.; Mirão, J.; Fernandes, I.; Menéndez, E., Study on the factors affeting álcalis release from aggregates into ASR. Proceedings of the 15th ICAAR
International Conference on Alkali Aggregate Reaction in Concrete, São Paulo, 2016
[03] Tang, M.S., Su-Fen, H., Effect of Ca(OH)2 on Alkali-Silica Reaction. Proceedings of the Eight International Congress of Cement Chemistry, Paris, France, Vol. 2, 1980,
pp. 94-99.
[04] Thomas, M. & Folliard, K. J., Concrete aggregates and the durability of concrete. In: C. L. Page, M. M. Page (eds), Durability of concrete and cement composites,
Woodhead, Cambridge, U.K., 2007, pp. 247 – 281.
[05] Thomas, M (2011): The effect of supplementary cementing materials on alkali-silica reaction: A review. Cement and Concrete Research (41): 1224-1231.
MARCO ANTONIO CAMARGO JULIANI – Diretor Técnico • DANIELA C. LEMES DAVID – Engenheiro Civil
TIAGO MARRARA JULIANI – Engenheiro Civil
Ieme Brasil
E
ste texto apresenta uma média anual de 22,3°C. 8 a 12 estacas de concreto e cami-
proposta de metodologia A ponte consiste em 33 vãos sa metálica. Os apoios centrais são
para avaliar o tempo rema- isostáticos, com tabuleiros tipo gre- constituídos por pilares duplos, apoia-
nescente até a estabilização das ex- lha, cada um com 4 (Pista Sul) ou 5 dos também sobre blocos de fundação
pansões decorrentes da reação álca- (Pista Norte) longarinas. e estacas. Nos encontros, os apoios
li/sílica-agregado (RAA). Os estudos Cada um dos 28 apoios interme- consistem em uma viga associada ao
foram baseados nos resultados de diários da ponte é constituído por um bloco de fundação, sem segmento de
ensaios realizados em testemunhos único pilar, de seção variável, apoia- pilar. A Figura 1 ilustra a ponte.
extraídos de estruturas de concreto
afetadas por esse fenômeno.
Os estudos e resultados usados
nesta publicação foram desenvolvi-
dos através de um conjunto de ações
adotadas para atestar a segurança
do tráfego de mais de 12.000 veícu-
los diários sobre a Ponte do Mar Pe-
queno, construída no início dos anos
80, pertencente ao complexo de vias
expressas Imigrantes, operada pela
Ecovias, sob regime de Concessão
desde 1998.
A ponte do Mar Pequeno é com-
posta por duas vias duplas de 11 m
de largura cada uma, com compri-
mento de 1013 m. Foi construída so- u Figura 1
bre o Canal Santos-São Vicente, na Vista da ponte sobre o Mar Pequeno na baía de Santos, sobre o canal
Santos – São Vicente
orla do Oceano Atlântico, ou seja, em
u Figura 3
Aspectos do Sistema de monitoração implantado
u Figura 6
Aspectos da recuperação
superficial de modo a estabelecer
u Figura 5 a estanqueidade dos elementos
Prova de carga estática (esquerda) e dinâmica (direita) estruturais
trabalhando de forma elástica, ape- reparo (Figura 6), executadas du- 3. ASPECTOS TÉCNICOS
sar das fissuras existentes. rante os anos de 2009 a 2011, es- ADICIONAIS
O modelo matemático tridi- tendendo-se até o ano de 2012, Na etapa de consulta a entida-
mensional adotado, consideran- quando se observou a estabilização des e profissionais especializados,
do uma taxa de expansão de 50 prática das leituras de deformações procurou-se também comparar pro-
microstrains/ano, simulou os efeitos (Figura 7). cedimentos, no que diz respeito a
provocados pela expansão do con-
creto devido à RAA. Os resultados
foram analisados verificando-se as
tensões nas três direções.
Paralelamente, foram consulta-
das várias entidades internacionais
especializadas no assunto, buscan-
do conhecer sobre produtos a serem
aplicados para a restauração das su-
perfícies e garantir proteção e estan-
queidade para mitigar eventuais ata-
ques às armaduras, potencializadas
pelo ambiente marinho.
O início da monitoração dos ele- u Figura 7
mentos estruturais coincidiu com
Medição da expansão entre pontos (distantes mais de 2,5m) de alguns
blocos afetados, durante o período 05/03/2010 a 30/12/2011
o início do período de obras de
u Figura 9
Aspectos durante a realização dos ensaios, mostrando os anéis para a medida das deformações, a exsudação de gel
da RAA, o tanque de cura, o terminal de leitura e a caixa de leitura
4. CONSIDERAÇÕES SOBRE
OS RESULTADOS E ANÁLISES
A taxa de expansão à tempera-
tura de 23ºC (próxima à temperatu-
ra ambiente da obra) foi de aproxi-
madamente 20 microstrains/ano, ou
seja, muito inferior àquela inicialmen-
te adotada nos modelos matemáti-
cos (50 microstrains/ano). Estes re-
sultados confirmaram a redução da
taxa de expansões futuras.
O critério de aleatoriedade na se- c Gráficos das deformações obtidos com base nas leituras durante os ensaios a 50°C
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] American Society for Testing and Materials. ASTM C 1260-07, Standard Test Method for Potential Alkali Reactivity of Aggregates (Mortar-Bar Method),
West Conshohocken, Pennsylvania, 2010
[02] FOLLIARD, K. Recomendações, ECOVIAS, 2007
[03] ANDRIOLO, F. Relatório de Viagem aos Estados Unidos, ECOVIAS, Dezembro 2007
[04] CESP/ECOVIAS. Relatórios de Ensaios de Expansão, Período 2009 a 2011
[05] IEME/ECOVIAS. Relatórios de Inspeções e Monitoração das Estruturas, Período 2007 a 2011
[06] BERNARDES, H. M. Relatório de Análise Físico-Matemática, ECOVIAS, 2012
[07] RIDING, KYLE A.; POOLE, JONATHAN L.; FOLLIARD, KEVIN J.; JUENGER, MARIA C. G.; SCHINDLER, ANTON K. Modeling Hydration of Cementitious Systems,
ACI Materials Journal, Volume: 109, Issue: 2, March-April 2012, pp: 225-234.
Q
uando compramos revesti- minerais e aditivos químicos, que quan- para que a aderência seja mais efetiva,
mentos para decorar pisos do misturada com água torna-se pas- já que os poros destes revestimentos
em geral, fachadas ou até tosa, plástica e aderente. Temos três são menos absorventes.
mesmo cozinhas e banheiros, sempre modalidades de argamassas. São elas: Por ser mais flexível, esta argamas-
surge a dúvida de qual tipo de arga- AC1, AC2 e AC3. sa acompanha a movimentação das
massa colante utilizar. Afinal, quando Nas áreas internas, quando se usa peças, sejam das paredes ou dos pi-
uma obra é grande, preferimos comprar cerâmica, que possui uma base aver- sos, que possam a vir ocorrer devido
todos os produtos de uma só vez, até melhada com poros mais absorventes, a movimentação da estrutura ou ações
para ter descontos e deixar a equipe de utilizam-se argamassas do tipo AC1, externas, principalmente pela oscilação
obra munida de material para trabalhar. que possuem aderência mecânica. Já, de temperatura do tempo.
E muitas vezes o grande erro da maioria quando usamos porcelanatos de todos Uma das dicas que eu dou é que
das pessoas é comprar o mesmo tipo os tipos, mármore ou pedras, tanto nas para revestimentos, cuja peça, tenha
de argamassa colante para todos os áreas externas quanto internas, o ideal metragem acima de 30x30, é necessá-
revestimentos adquiridos, sendo que é utilizar argamassas colantes do tipo rio que seja feita uma dupla colagem.
eles são de materiais distintos e serão AC2 e AC3, que possuem aderência Ou seja, deve-se colocar a argamassa
utilizados em lugares diferentes. química e são mais sofisticadas, pois colante tanto no substrato quanto no
Para não haver desperdício e até contam com adesivo em pó de PVA revestimento para a melhor aderência.
mesmo retrabalho no futuro é neces-
sário tomar alguns cuidados. O primei-
ro passo é identificar se o revestimento
será utilizado em um ambiente interno
ou um ambiente externo. Depois, ve-
rificar o tipo de revestimento. Ou seja,
se é cerâmica, porcelanato, mármore,
pastilha etc. Também é importante
saber se será utilizado no piso ou na
parede e se esta região sofrerá intem-
péries das estações climáticas ou não.
Todas estas variáveis são relevantes
na hora de decidir qual argamassa co-
lante escolher.
A argamassa colante industrializada
é composta por cimento, agregados
PALESTRAS GRATUITAS NA MC
Modelagem computacional
da expansão por RAA
ALFONSO PAPPALARDO JR. RUY MARCELO DE OLIVEIRA PAULETTI THOMAS GARCIA CARMONA
Escola de Engenharia da Universidade Escola Politécnica da Universidade de São Paulo TIAGO GARCIA CARMONA
Presbiteriana Mackenzie
ANTONIO CARMONA FILHO
Carmona Soluções de Engenharia
O
número de casos noticia- computacional da RAA e sua aplicação agregado reativo presente no concreto;
dos de outras estruturas de a um caso de grande relevância prática. (ii) a quantidade de álcalis provenientes
concreto armado, além das do cimento e de fontes externas; (iii)
barragens, afetadas pela Reação Álcali- 1.1 Fatores intervenientes da RAA grau de umidade do concreto; (iv) distri-
-Agregado (RAA) é crescente. A deterio- buição da temperatura; (v) estado triaxial
ração induzida pela RAA impacta dire- Nas primeiras idades do concreto de tensões; e (vi) taxa de armadura nas
tamente os requisitos mínimos exigidos potencialmente reativo, a RAA produz três direções ortogonais.
pelas normas, relativos aos aspectos um gel higroscópico, que expande por
funcionais e operacionais, a perda de absorção de água. Este gel migra para 2. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
capacidade resistente e a durabilidade os poros do concreto, até que esses De um modo geral, a simulação das
e seus planos de intervenção. estejam completamente preenchidos. A expansões de estruturas afetadas pela
Desde a década de 80, diversas partir deste ponto, estabelece-se uma RAA ao longo do tempo, consideran-
metodologias têm sido propostas, uti- significativa pressão osmótica, condu- do-se todos os fatores de influência,
lizando-se modelos calibrados basea- zindo a um quadro de microfissuração requer procedimentos numéricos para
dos no Método dos Elementos Finitos intenso em todo o concreto afetado pela análises não lineares acopladas, fazen-
(MEF), de estruturas afetadas pelas RAA. A intensidade, a distribuição espa- do uso de algoritmos incrementais e
expansões deletérias devidas à RAA. cial e a taxa de expansão da RAA são iterativos. Na década de 90, recursos
Neste trabalho, apresenta-se uma revi- influenciadas por uma série de fatores: de supercomputação eram exigidos
para a análise não linear acoplada de
um modelo de 300.000 graus de liber-
dade (estrutura e camadas de solo),
mostrado na Figura 1. Tais recursos
viabilizaram a análise deste modelo
para a verificação dos efeitos causados
pela RAA, varrendo um período de 60
anos, em um tempo de processamen-
a b to de três horas [PAPPALARDO, 1999].
Atualmente, pode-se contar com o uso
u Figura 1 computadores pessoais que perfazem
Barragem Billings-Pedras (a) modelo de elementos finitos com estrutura a mesma tarefa em um tempo inferior
de concreto e múltiplas camadas de solo estratificado (b) deformações por a três horas.
RAA após 60 anos nas faces montante e jusante e nas paredes do
Os principais fatores que contribu-
contraforte [PAPPALARDO JR., 1999]
íram para os avanços observados nas
Análise de transporte
Sub-rotina definida
Fluência e retração
armado não linear
Modelo concreto
termo-estrutural
fraturamento
pelo usuário
Multifísico
de massa
Mecânica
Análise
Programa
Desenvolvedor (país)
comercial
nas suas interfaces é esquematizado mente influenciada pelo estado triaxial Quando a resistência à tração
na Figura 2. de tensões. Segundo o modelo adapta- for atingida, inicia-se o processo de
A equação constitutiva para o esta- do de Charlwood (LÉGER, 1995), a influ- microfissuração interrompendo a ex-
do triplo de tensões com acoplamento ência do estado de tensão na expansão pansão por RAA. A Figura 3 apresen-
termo-estrutural de materiais elásticos- por RAA pode ser representada por: ta o modelo teórico utilizado neste
-lineares de comportamento ortotrópi- trabalho, que considera a dependên-
co, é definida por:
ì εg = 0 para s i ³ ftef cia do estado triaxial de tensão com
ï
ï εg = εu
ï para s U £ s i < ftef as expansões ortogonais por RAA,
í [2]
ε = C × σ + α × DT [1] ( )
ï ε g = ε u - K × log10 σi / σ U para s L £ s i £ s U conforme descrito anteriormente.
ï
îï ε g = 0 para s i < s L De acordo com esta metodologia,
onde e={ex, ey, ez, gxy, gyz, gzx}, a expansão química por RAA pode
s={sx, sy, sz, txy, tyz, tzx}, a={ax, ay, az, Onde: ser considerada análoga à expan-
0, 0, 0} são as deformações (lineares e eg é a taxa de expansão por RAA de um são térmica, a partir da calibração
distorções), as tensões (normais e tan- elemento parcialmente confinado (em dos coeficientes de expans ão tér-
genciais) e os coeficientes de expan- me/ano –“microdeformação/ano”); mica equivalentes com os dados
são térmica, respectivamente. As ten- eu é a taxa de expansão por RAA de um experimentais. Considerando-se,
sões e a matriz de rigidez da estrutura, elemento desconfinado (expansão livre) arbitrariam ente, a variação da tem-
dada por D = C , podem ser decom-
-1
si é a tensão principal na direção peratura e o incremento de tempo
postas nas parcelas s = sc + sr + ss e analisada; unitários, pode-se escrever:
D = Dc + Dr + Ds , relativas ao concreto, sU é o limite superior de tensão, acima
j j
armaduras e chapas de reforço. Desse do qual o efeito do confinamento é inó- ε g, i =ai [3]
modo, pode-se acessar os níveis de ten- cuo em termos de expansão por RAA;
são e de deformação em cada material. sL é o limite inferior de tensão, abaixo Sendo:
do qual a expansão por RAA é total- i = x,y,z (direção analisada);
2.3 Modelo constitutivo para mente inibida; j = 1,2,3,…(tempo)
o concreto afetado pela RAA f t
ef
é a resistência à tração efetiva cal- ai o coeficiente de expansão tér-
culada, por exemplo, pelo critério de mica linear para comportamento
A expansão por RAA é significativa- Willan-Warnke. ortotrópico.
a b c
u Figura 4
(a) Pilar afetado por expansões deletérias; (b) Fissuras mapeadas típicas da RAA; (c) Extração de testemunho para
os ensaios de expansibilidade
u Figura 5
(a) Método de reforço por encamisamento metálico do pilar; (b) Sistema pneumático para injeção de resina epóxi;
(c) Extensômetros elétricos aderidos na chapa de reforço
reação de expansão, seja ela decorren- de resistência, para monitoração de no modelo matemático são mostradas
te da RAA, seja por formação de etrin- tensões (Figura 5c). na Tabela 2. Os cinco parâmetros de
gita secundária, ou ambas. resistência para a descrição da superfí-
Levando-se em conta o quadro de 3.2 Modelo de elementos finitos cie de ruptura de Willan-Warnke, dados
fissuração avançado e os resultados em função da resistência à compres-
dos ensaios realizados, julgou-se por Foi elaborado modelo tridimensio- são, são: resistência à tração uniaxial
bem realizar um reforço com chapas nal composto por elementos sólidos, (f.t=0.1.fc), resistência à compressão
de aço (Figura 5a) aderidas com inje- de casca e de barra, para a simulação biaxial (f.bc=1.15.fc), resistência à com-
ção de resina epóxi em toda a altura numérica do efeito de expansão do pressão biaxial com tensão de confina-
dos pilares (Figura 5b). Com o objeti- conjunto pilar-fundação. A face inferior mento imposta (f.1=1.73 fc) e resistên-
vo de avaliar a eventual evolução de do bloco na região dos tubulões é con- cia à compressão uniaxial com tensão
tensões nas chapas de reforço foi ins- siderada com translações impedidas de confinamento imposta (f.2=1.45 fc)
talado um sistema de instrumentação, nas três direções, negligenciando-se (CHEN, 1988).
composto por sensores de deforma- os efeitos da interação solo-estrutura. De modo a considerar a influência
ção do tipo extensômetros elétricos As propriedades mecânicas utilizadas da umidade nas expansões causadas
pela RAA, o pilar foi dividido em duas
u Tabela 2 – Propriedades mecânicas dos materiais utilizadas porções: uma camada externa de 10
no modelo matemático cm com 100% de umidade, de acor-
do com os testemunhos de concreto,
Módulo de Peso e um núcleo interno seco. As taxas de
Fc / Resistência de Coeficiente de
Atividades elasticidade E específico g
escoamento fy Poisson n deformação livre por RAA (variável eu),
(Mpa) (kN/m3)
C25 (pilar) 25 23800 0,2 25
que são parâmetros de calibração do
modelo matemático, obtidas para as
C20 (bloco
20 21287 0,2 25 duas porções, valem, respectivamen-
de fundação)
CA-50 te, 135 me/ano e 60 me/ano (Figura 6).
500 210000 0,3 78,5
(armaduras) Os valores dos parâmetros de calibra-
ASTM A-570 ção foram obtidos por retroanálise com
(chapas
310 205000 0,3 78,5 base nos resultados da instrumentação
metálicas
de reforço) das tensões na chapa de reforço. Neste
estudo, foram negligenciados os efeitos
da fluência e retração do concreto e o foi eficiente para atenuar as expansões os dois cenários analisados. A Figura 11
decaimento da taxa de expansão por verticais por RAA no corpo do pilar. Ao apresenta as tensões de Von Mises nas
RAA ao longo do tempo, devido ao cur- passo que no topo do pilar não foi ob- chapas de reforço e a evolução delas
to período de observação. Assume-se servada a mesma eficiência por conta nos pontos de instrumentação, cujos
que as interfaces aço-concreto estejam da flexão da chapa. A Figura 10 indica resultados extrapolados correspondem
perfeitamente aderidas. Para a análi- a evolução das tensões principais míni- aos obtidos na análise numérica. E, fi-
se computacional foram considerados mas s3 na porção externa do pilar para nalmente, a Figura 12 exibe a evolução
três incrementos de tempo: o primeiro,
para a imposição das condições de
contorno iniciais do problema; o segun-
do, para a simulação da expansão por
RAA um ano após a sua identificação; o
terceiro, para a simulação da expansão
por RAA um ano após a instalação das
chapas de reforço.
5. CONCLUSÃO
Em termos gerais, pode-se realizar
análises de campos acoplados para a
a b interação dos problemas térmico e de
transporte de massa com o estrutural.
u Figura 8 Como os campos de temperatura e
Expansão vertical no bloco devida à RAA (a) um ano após a identificação de umidade não são afetados pelos
da RAA; (b) um ano após o reforço por encamisamento metálico deslocamentos estruturais, sugere-se
resolver um problema estrutural incre-
mental com influência indireta dos fa-
tores intervenientes.
O modelo matemático não line-
ar proposto permite a descrição dos
mecanismos deletérios dos elementos
de concreto afetados pela RAA. Os
resultados numéricos apresentaram
boa correlação com os resultados ex-
perimentais, ressaltando a importância
da calibração e validação do modelo
a b
matemático.
O MEF, desde seus primeiros de-
u Figura 9 senvolvimentos e aplicações na década
Expansão vertical no pilar devida à RAA (a) um ano após a identificação da
de 60, consagrou-se como o método
RAA; (b) um ano após a instalação do reforço por encamisamento metálico
mais eficaz para resolver problemas da
mecânica do contínuo, e continua nos
dias atuais como um método dominan-
te da Mecânica Computacional.
Algoritmos iterativos dotados de
poderosas ferramentas de conver-
gência, formulações de métodos sem
malha, elementos especiais de múltiplo
propósito, critérios de resistência de
novos materiais inovadores, algoritmos
rápidos de otimização estrutural e efi-
cientes para retroanálise permitirão fa-
a b cilitar a modelagem estrutural do con-
creto afetado pela RAA.
u Figura 10 Particularmente no caso da modela-
Tensões principais mínimas s3 da camada externa do pilar (a) um ano gem da RAA, propriedades mecânicas e
após a identificação da RAA (b) um ano após a instalação do reforço por
químicas adequadas dos materiais afeta-
encamisamento metálico
dos por RAA são difíceis de adquirir, os
u Figura 11
Tensões normais na chapa de reforço um ano após a execução do encamisamento metálico (a) solução numérica;
(b) dados experimentais nos primeiros 3 meses
u Figura 12
Evolução das expansões verticais devidas à RAA no período entre a identificação do fenômeno (ano de referência)
e um ano após a execução do encamisamento metálico (2 anos)
dados relacionados à fadiga do concreto as expansões da RAA devido ao estado Esses são alguns dos desafios a serem
afetado pela RAA são inexistentes (o que de tensão multiaxial envolvem a constru- enfrentados pelos pesquisadores em
dificulta o desenvolvimento de modelos), ção de protótipos e ensaios exaustivos. RAA nas próximas décadas.
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15577-4:2008 Agregados - Reatividade Álcali-Agregado. Parte 4: Determinação da expansão em barras
de argamassa pelo método acelerado. Versão Corrigida 2:2009. Rio de Janeiro, ABNT, 2008a.
[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15577-6:2008 Agregados - Reatividade álcali-agregado. Parte 6: Determinação da expansão em prismas
de concreto. Versão Corrigida 1:2008. Rio de Janeiro, ABNT, 2008b.
[3] CHEN, W.F.; HAN, D.J. (1988) Plasticity for Structural Engineers. Springer-Verlag, New York: pp 606.
[4] LÉGER, P.; TINAWI, R.; MOUNZER, N. (1995) Numerical Simulation of Concrete Expansion in Concrete Dams Affected by Alkali-Aggregate Reaction: State-of-the-Art.
Canadian Journal of Civil Eng., v.22, n.4, p.692-713.
[5] PAPPALARDO JR., A (1999) Uma Metodologia para a Modelagem Matemática de Barragens de Concreto Afetadas pela RAA. 181 p. Tese (Doutorado em Engenharia
Civil). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.
Avaliação de RAA na
barragem de Pirapora
MARCELA B.S. SOLLERO – Supervisora Operacional • LILIAN Q.G. BAIMA – Gerente Operacional • HELOISA BOLORINO – Diretora
CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S.A.
1. INTRODUÇÃO
A
ocorrência de reações ex-
pansivas no concreto da Bar-
ragem de Pirapora foi diag-
nosticada na década de 1990, após a
ampliação da divulgação desse fenôme-
no no meio técnico. Os sintomas visuais
dessas reações concentram-se princi-
palmente nos vertedouros, nos contra-
a b
fortes e na região das vigas munhão. A
preocupante possibilidade de o avanço
u Figura 1
do quadro patológico prejudicar o fun-
Lado jusante (a) e lado montante (b) da barragem de Pirapora
cionamento das comportas norteou o
desenvolvimento de um amplo estudo.
O presente artigo expõe a caracteri- em Pirapora de Bom Jesus, em São 3. Ensaios dinâmicos para determina-
zação do concreto da barragem e as rea- Paulo, foi construída em 1956, visando ção das propriedades mecânicas
ções expansivas que o afetam, decorren- reter as vazões do Rio Juqueri e apro- das estruturas;
tes da reação álcali-agregado (RAA) e do veitá-las para a geração de energia para 4. Modelos matemáticos e calibração
aporte de sulfatos. A divulgação de técni- a Usina Henry Borden, em Cubatão, em com os resultados experimentais;
cas efetivamente aplicadas em casos de São Paulo. Trata-se de uma barragem 5. Avaliação da segurança estrutural;
estruturas reais, bem como dos resulta- de gravidade executada em concreto 6. Caracterização dos parâmetros da
dos obtidos e de sua interpretação, é de armado, constituída por contrafortes e RAA e dos materiais constituintes;
grande valia na determinação do curso por uma parede de base larga, à qual se 7. Elaboração de modelo matemático
de ação em situações semelhantes. Des- integra um vertedouro com dois vãos. A tridimensional e simulação do com-
sa forma, objetiva-se não só apresentar barragem possui cerca de 85 m de ex- portamento da barragem;
o trabalho desenvolvido, mas também tensão na crista e 25 m de altura. A Fi- 8. Avaliação das alternativas para
expor como alguns dos ensaios ampla- gura 1 ilustra a Barragem de Pirapora. mitigação;
mente estudados academicamente po- A investigação do quadro patológi- 9. Simulação por meio dos modelos
dem ser utilizados por profissionais da co da Barragem de Pirapora, iniciada matemáticos calibrados das possí-
área de Engenharia Civil que diagnosti- em 2013, foi estruturada em 11 etapas: veis intervenções nas estruturas;
cam estruturas com reações expansivas. 1. Coleta e análise dos dados de 10. Projeto básico para execução da
projeto, construção, operação e solução adotada;
2. INVESTIGAÇÃO DA REAÇÃO instrumentação; 11. Elaboração de projeto de monitora-
ÁLCALI-AGREGADO NA 2. Inspeção visual, cadastramento de mento de longo prazo.
BARRAGEM DE PIRAPORA anomalias nas estruturas e execu- O presente artigo aborda as etapas
A Barragem de Pirapora, localizada ção de ensaios não destrutivos; 2 e 6.
turas deve abranger inspeção visual de- tras através de um transdutor emissor eletrônica de varredura (MEV)
Inspeção visual
u Tabela 1 – Resultados dos ensaios de caracterização das propriedades
do concreto Entre as anomalias possivelmente
causadas pelas reações expansivas do
Quantidade Coeficiente
Ensaio Valor médio concreto, foram visualizadas a exsuda-
de amostras de variação
ção de material esbranquiçado – eflo-
Velocidade de propagação
16 4262 8.0% rescências e/ou produtos das reações –,
de onda ultrassônica (m/s)
Absorção de água (%) 2 4.95 30.0% fissuras mapeadas com abertura máxi-
Índice de vazios (%) 2 11.75 25.9% ma entre 0,3 e 2,0 mm e o lascamento
Massa específica (g/cm³) 2 2.68 0.2% do concreto decorrente da evolução de
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BÉRUBÉ, M.A; FOUNIER, B. Alkali-aggregate reaction in concrete: A review of basic concepts and engineering implications. Canadian Journal of Civil Engineering
V. 27, p. 167 – 191, 2000.
[2] COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON. Diagnosis and assessment of concrete structures - State-of-art report. CEB Bull 1989. 1989.
[3] MEHTA, K.; MONTEIRO, P.J.M. Concreto: Microestrutura, propriedades e materiais. 3ª. ed. São Paulo, 2008.
[4] LANGDON, S.; MARZOUK, H. The effect of alkali-aggregate reactivity on the mechanical properties of high and normal strength concrete. Cement & Concrete
Composites V. 25, p. 549 – 556, 2003.
[5] CÁNOVAS, M F. Patologia e terapia do concreto armado. Ed. Pini. São Paulo, 1988.
[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118. Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
Abertura de juntas de
expansão na barragem
da UHE Pedra
ALBERTO JORGE C. TAVARES CAVALCANTI • PATRICIA NEVES SILVA • THAIS AMORIM ALBINO DA SILVA
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf)
1. INTRODUÇÃO
A
barragem da UHE Pedra,
localizada no Rio de Con-
tas, no local denominado
Pedra da Santa, 18 km à montante da
cidade de Jequié, no Estado da Bahia,
é do tipo contrafortes e foi construída
entre 1964 e 1968. A Casa de Força é
dotada de uma unidade geradora com
turbina tipo Francis com potência no-
minal de 20 MW.
A barragem é constituída por 24 u Figura 1
blocos de 17 m de largura. No trecho Vista de jusante da UHE Pedra
da margem direita existem onze blo-
cos não vertentes com comprimento dação. Os blocos do vertedouro têm das juntas verticais de contração entre
total de aproximadamente 200 m. No características geométricas semelhan- blocos à montante, resultando na ex-
trecho da margem esquerda existem tes às dos blocos laterais até a cota de pulsão do betume de preenchimento da
seis blocos com extensão total de 105 200,64 m. Acima dessa cota o bloco junta; abertura e deslocamento relativo
m. Entre esses dois trechos existem tem uma forma de soleira vertente. Em das juntas de contração entre blocos à
sete blocos vertentes com comprimen- cada bloco vertedouro apoia-se uma jusante, o que é particularmente visível
to total de 119 m ( Figura 1), equipados comporta suportada por vigas munhão. na região das vigas munhão (Figura 3).
com comportas do tipo segmento, com A altura máxima da barragem acima da Em 2006 foi contratada pela Chesf
9,0 m de altura e 12,50 m de largura. fundação é de aproximadamente 60 m. a Ieme Brasil Engenharia para realiza-
100
Os vãos das comportas são separados A reação álcali-agregado (RAA) está ção de estudos de medidas corretivas
por pilares duplos, com largura de 2,25 causando a expansão do concreto, o a partir de modelo matemático simulan-
95
m. A capacidade de vazão do verte- que resultou na dificuldade de operação do os efeitos da expansão do concreto
75 douro é da ordem de 8000 m /s, com o
3
da comporta da extremidade esquerda e levando em consideração a anisotro-
reservatório na cota 231,30 m. do vertedouro. Além disso, a reação pia da reação e a relaxação do material
A seção de cada bloco é constituída provocou outras anomalias, tais como: (Cavalcanti et al., 2008). Em função dos
25 por um contraforte com largura cres- fissuras em forma de mapa na crista da resultados da modelagem matemática
5
cente de cima para baixo, ou seja, com barragem (Figura 2) e no topo das vigas foi elaborado um projeto de reabilita-
6,74 m no topo e 10,50 m junto à fun- munhão do vertedouro; compressão ção da estrutura a fim de mitigar os
0
u Figura 4
Planta da barragem com numeração dos blocos
u Figura 9
Cronograma dos cortes das juntas
u Figura 10
Sistema de alinhamento do cabo
u Tabela 1 – Locação das bases de alongâmetro para monitoramento das juntas diamantado
Base de alongâmetro
Junta
Crista Galeria El. 225,50m EL. 227,50 m
B8/ B9 BA-1 / BA-2 BA-3 –
B9/ B10 BA-4 / BA-5 BA-6 –
B10/ B11 BA-7 / BA-8 BA-9 –
B11/ B12 BA-10 / BA-11 – BA-12
B18/ B19 BA-13 / BA-14 – BA-15
B19/ B20 BA-16 / BA-17 BA-18 –
B20/ B21 BA-19 / BA-20 BA-21 –
u Figura 11
B21/ B22 BA-22 / BA-23 BA-24 – Perfuração de furo de alívio
5. INSTRUMENTAÇÃO
A instrumentação tem por obje-
tivo fornecer informações sobre o
comportamento das estruturas, con-
tribuindo para o entendimento do
seu desempenho e servindo de gati-
lho para a tomada de ações preven-
tivas e emergenciais que garantam
sua segurança.
u Figura 12
Bases de alongâmetro na crista u Figura 13
da barragem Monitoramento das juntas da ombreira direita
u Figura 15
Seção transversal da impermeabilização da junta de expansão
Blocos “chave”
Instrumento Total
B10 B11 B15 B19 B20
Pêndulo direto (PD) 1 1 1 1 1 5
Extensômetro múltiplo (EM) – 3 2 2 – 7
Medidor triortogonal (MT) 1 1 3 1 1 31
Marco superficial (MS) 1 1 1 1 1 12
Estação topográfica (ET) – – – – – 2
Medidor de vazão (MV) – 1 – 1 – 4
Total geral 61
u Figura 22 u Figura 23
u Figura 21 Detalhe das hastes do Detalhe da fixação da cabeça
Vista de baixo da manta extensômetro do extensômetro
de profundidade com 2,5 cm de diâ- das extremidades do vertedouro. los matemáticos, mas confirmou o
metro, preenchido com resina epóxi, Um teste de abertura e fechamen- padrão de ser maior na ombreira
onde foram instaladas as hastes da to das comportas, realizado após a esquerda.
base do medidor. conclusão dos cortes, não apresen- A instrumentação da barragem
tou nenhuma dificuldade com sua possibilitará o acompanhamento da
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS operação. expansão do concreto causada pela
A execução dos cortes de juntas O fechamento das juntas de ex- reação álcali-agregado (RAA), le-
de expansão mostrou-se eficiente pansão, medido durante a operação vantando dados que permitirão uma
para mitigar os efeitos da expansão dos cortes, foi menor do que o cal- previsão do seu comportamento a
do concreto sobre as comportas culado nas simulações dos mode- longo prazo.
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] CAVALCANTI, A. J. C. T, JULIANI, M. A C., TRISTÃO, G., SILVEIRA, J. F. A. (2008) –“Evaluation of Alkali-Aggregate Reaction Expansion on Pedra Dam by Mathematical
Model”, 13th International. Conference on Alkali-Aggregate Reaction in Concrete, Trondheim.
[02] CAVALCANTI, A. J. C. T, SILVEIRA, J. F. A., JULIANI, M. A C., SILVA, P. N.,. (2011) –“Projeto de Reabilitação da Barragem da UHE Pedra”, XXVIII Seminário Nacional
de Grandes Barragens, Rio de janeiro.
[03] CAVALCANTI, A. J. C. T, TRISTÃO, G.., DOS SANTOS, R. T., DA SILVA, T. A. A.. (2011) –“Reabilitação da Barragem da UHE Pedra”, XXVIII Seminário Nacional de
Grandes Barragens, Rio de janeiro.
[04] CAVALCANTI, A. J. C. T, SILVA, P. N., DA SILVA, T. A. A., SOARES, R. C. . (2016) –“EXPANSION SLOT CUTTING TO COUNTERACT ALKALI AGREGGATE REACTION AT
PEDRA DAM”, 15th International. Conference on Alkali-Aggregate Reaction in Concrete, São Paulo.
1. INTRODUÇÃO túnel adutor com 5,0 m diâmetro e mado. Apresentam-se nas figuras
A
UHE Jaguari é uma usina 572,50 m de extensão, localizado na 1 e 2 uma vista das estruturas da To-
de geração pertencente a ombreira esquerda entre a barragem mada d’água e da ponte de acesso
CESP – Companhia Ener- de terra e o vertedouro de superfí- respectivamente.
gética de São Paulo, sendo dotada cie. Os equipamentos de adução da Em 2001, conforme registros nos
de duas unidades geradoras de tomada d’água foram especificados relatórios CESP [4][5], a reação álca-
13,8MW cada, com função de ge- e construídos para uma vazão to- li-agregado (RAA) foi confirmada na
rar energia e regularizar vazões do tal pelo conduto forçado de até 64 UHE Jaguari, através da análise pe-
Rio Jaguari, afluente do Rio Paraíba m³/s, para o nível d’água de mon- trográfica nas amostras retiradas das
do Sul. tante na cota 623,00m (Nível d’água estruturas de concreto da tomada
A Tomada d’água é constituída máximo útil). d’água.
de uma estrutura tipo torre, com O acesso à estrutura da to- Esse fenômeno deletério foi com-
63 m de altura, conduzindo a água mada d´água é feito através de provado pela a presença da sílica
armazenada no reservatório até a uma passarela metálica, apoiada (SiO 2) do agregado utilizado na pro-
Casa de Força, através de um con- em dois pilares e blocos de fun- dução do concreto, sendo altamente
duto forçado, constituído de um dação, ambos em concreto ar- reativo com o álcali do cimento (Na 2O
e K2O), causando uma expansão nas
estruturas e tendo, como conse-
quência, o surgimento de fissuras
nelas.
Ao longo dos anos, desde o apa-
recimento da RAA nas estruturas, a
CESP vem monitorando esse fenô-
meno, através das instalações de
instrumentos adicionais, de projetos
Figura 1 Figura 2 de pesquisas e desenvolvimento, de
manutenções preventivas (injeções
u Figuras 1 e 2 e reparos), tendo como objetivo in-
Vista das estruturas de concreto da tomada d'água e da passarela metálica
crementar a durabilidade e garantir a
operacionalidade da tomada d’água. paredes internas da galeria de venti- Com o objetivo de melhorar as
Este artigo apresenta os procedi- lação da tomada d’água. condições de acesso à galeria, mer-
mentos, metodologias e resultados A estrutura da galeria de ventila- gulhadores realizaram os primeiros
obtidos após a realização dos repa- ção possui dimensões externas de serviços, através da calafetação das
ros nas juntas e fissuras nas estrutu- 1,25m x 3,20m, com comprimento juntas e eventuais cavidades na pa-
ras de apoio (blocos de fundação e estimado em 20,00 m e espessura rede externa da estrutura da galeria
pilares) da ponte metálica e na gale- de parede - face para o reservató- de ventilação, com aplicação de ar-
ria de ventilação da tomada d’água. rio de 0,25m. Nas figuras 3, apre- gamassa epóxi. Entretanto, o resul-
sentam-se uma elevação da tomada tado da aplicação não atendeu o
2. MANUTENÇÕES PREVENTIVAS d’água e da galeria de ventilação objetivo de reduzir significativamente
– METODOLOGIA E MATERIAIS respectivamente. as infiltrações, em função da pressão
APLICADOS
Figura 6 Figura 7
na tabela 1.
Produto Quantidade
Poliuretano
40,0 litros
hidroativado
Resina acrílica 54,5 Kg
Figura 8 Figura 9
Cimento de
135,0 Kg
paga rápida
u Figuras 8 e 9
Instalação de bicos e injeção com poliuretano e resina acrílica Bicos de injeção 168 unidades
Na visita técnica, realizada pe- ras mais acentuadas, com abertura bloco e estabelecendo o cronograma
los técnicos da CESP, verificou-se entre 1,0 mm a 4,0 mm. Verificaram- das atividades para execução dos
a necessidade de recuperação dos -se também pontos de segregação serviços.
blocos e pilares, que apresentavam do agregado na base dos pilares e, Decidiu-se por injetar resina epó-
fissuração acentuada com aberturas na superfície do bloco de fundação, xi, pois, apesar dos blocos e pilares
acima de 1 mm, o que comprometia processo de lixiviação da argamassa apresentarem fissuras decorrentes
a resistência, elasticidade e durabili- de revestimento. do RAA, necessitavam de uma re-
dade do concreto. Foi realizado pela equipe CESP o cuperação que possibilitasse resta-
Nas figuras 12 a 15 apresentam- mapeamento das fissuras, definindo belecer a monoliticidade e integrida-
-se os blocos de fundação e pilares a metodologia para recuperação do de do conjunto estrutural. A resina
da passarela metálica, de acesso à
tomada d’água, destacando as fissu-
Figura 12 Figura 13
u Figuras 12 e 13
u Figura 11 Vista dos blocos de fundação e pilares da passarela metálica, de acesso
Vista da passarela, apoiada sobre à tomada d'água, destacando as fissuras mais acentuadas, com abertura
pilares e blocos superior a 1,0 mm
Produto Quantidade
Adesivo estrutural
8,00 Kg
a base de epóxi
u Figura 15 Resina de epóxi
Vista detalhada dos blocos de 23,43 Kg
para injeção
fundação, medição da abertura u Figura 18
Manta líquida
de fissura da ordem de 2,0 mm. 72,00 kg Vista do conjunto blocos e pilares
flexível de acrilatos
Observarmos o gel resultante do impermeabilizados após realizado
RAA sobre a fissura Bicos de injeção 120 und o serviço de injeção
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] CESP – GEC/017/2015 - Relatório Técnico – “UHE Jaguari - Recuperação das Estruturas de apoio da passarela de acesso à Tomada D’água”.
[2] CESP – GEC/037/14 - Relatório de Inspeção – “Inspeção visual na Tomada D’água Da UHE Jaguarí e vertedouro da barragem de Paraitinga - Outubro – 2014”.
[3] CESP – 299/2001 – Relatório Técnico - “Verificação de reações expansivas nos empreendimentos da unidade de produção do Paraíba”.
[4] DESEK, Relatório de visita técnica às usinas hidrelétricas Jaguarí, Paraibuna e barragem Paraitinga, Novembro, 2003.
[5] CARNEIRO, E. F.; PINFARÍ, J. C.; CAPPI, T.P.A. Maintenance and Repairs on the Water Intake of Jaguari Hydropowerplant affected by AAR, 15º ICAAR,
SÃO PAULO, 2016.
COMENTÁRIOS E EXEMPLOS DE
APLICAÇÃO DA ABNT NBR 6118:2014
A publicação traz comentários e exemplos de aplicação da nova
norma brasileira para projetos de estruturas de concreto - ABNT
NBR 6118:2014, objetivando esclarecer os conceitos e exigências
normativas e, assim, facilitar seu uso pelos escritórios de projeto.
DADOS TÉCNICOS
ISBN 9788598576244
Formato: 18,6 cm x 23,3 cm
Páginas: 484
AQUISIÇÃO:
Acabamento: Capa dura
www.ibracon.org.br
Ano da publicação: 2015
(Loja Virtual)
Patrocínio
RAA em estrutura de
concreto armado de uma
edificação residencial
ROMILDO ALVES BERENGUER – Graduando de Engenharia Civil • LAUZANNE BARBOSA CORDEIRO – Engenheira Civil
Universidade Católica de Pernambuco
TIBÉRIO ANDRADE – Professor Doutorando PAULO HELENE – Professor Doutor ELIANA CRISTINA
Universidade Federal de Pernambuco PhD – Engenharia BARRETO MONTEIRO – Professora Doutora
Universidade Católica de Pernambuco
Universidade de Pernambuco
E
m outubro de 2004, após o A presente pesquisa abordará ex- por concreto armado, sendo apoiado
colapso do edifício residen- clusivamente as análises feitas na sob fundação direta (superficial), ou seja,
cial de concreto armado Areia fundação do edifício estudado, que possui sapatas que estão apoiadas no
Branca, localizado na região metro- apresentou reação álcali-agregado e solo, sobre uma camada de 5 cm con-
politana de Recife, surgiu uma grande passou por um processo de recupera- creto magro. O concreto estrutural es-
preocupação em relação à qualidade ção estrutural. A pesquisa contou com pecificado em projeto foi de 25Mpa.
construtiva e o estado de conserva- a execução das seguintes etapas:
ção das edificações residenciais e co- u Relato dos ensaios realizados na 2.2 Histórico de RAA na estrutura
merciais da região. Em junho de 2006, mesoestrutura do edifício, tais
foi aprovada a Lei de inspeção (Lei como: levantamento das fissuras, A construção do edifício foi iniciada
nº 13.032), visando evitar que outras da profundidade de carbonatação, em 1998 e finalizada em 2002. Apreen-
situações desse tipo ocorressem. Após do teor de íons cloreto; sivos com o desabamento do edifício
implementação desta lei, as edificações u Relato dos serviços de inspeção vi- Areia Branca, em 2004, os moradores
começaram a passar por mais inspe- sual nas faces das sapatas visuali- do edifício analisado contrataram uma
ções e descobriu-se que várias estrutu- zadas após escavação, com a iden- empresa para inspecionar o imóvel em
ras apresentavam diferentes casos de tificação e classificação das fissuras 2005, em razão de algumas de suas sa-
manifestações patológicas, dentre elas existentes; patas apresentarem fissuras. Essas sa-
a reação álcali-agregado (RAA). u Ensaios de compressão nos teste- patas foram recuperadas com a injeção
A RAA é uma reação lenta, que munhos extraídos das sapatas; de resina epóxi rígida. Nesta primeira
100 ocorre em estruturas de concreto, for- u Descrição e dos procedimentos de intervenção, a empresa contratada para
mada pela reação entre alguns minerais recuperação estrutural. recuperação não fez os ensaios neces-
95
que compõe os agregados e hidróxidos sários para o diagnóstico sobre as pos-
75 alcalinos, oriundos do cimento. Este 2.1 Características da estrutura síveis causas da fissuração das sapatas.
tipo de patologia compromete as ca- Em 2014, após 9 anos da primeira
racterísticas mecânicas do concreto, O edifício residencial multifamiliar vistoria, foram realizadas visitas de profis-
25
podendo haver perda de resistência está localizado em Jaboatão dos Guara- sionais da empresa especializada , com o
5 à tração e à compressão (MEHTA e rapes (PE), situado no nordeste do Brasil intuito de investigar o estado de conser-
MONTEIRO, 2014). e foi construído há 12 anos. Possui sua vação da edificação como um todo e,
0
concreto), usado para análise da pas- O ensaio de perfil de cloretos deter- de concreto armado em condições de
sivação das armaduras, foi realizado mina, em porcentagem, a concentração exposição não severas (seco ou pro-
conforme as recomendações da RILEM de íons cloreto por massa de cimento. O tegido de umidade nas condições de
(CPC-18 – Measurement of hardened ensaio foi realizado conforme o método serviço da estrutura). As regiões mais
concrete carbonation depth, 1988). da ASTM C 1152 – Standard Method profundas, próximas à armadura dos
Este ensaio foi executado em 5 pilares For Acid-Soluble Chloride in Mortar and dois pilares, apresentam menos da me-
de concreto armado presentes no pavi- Concrete, (2012) – e sua execução está tade da concentração de íons cloreto
mento de garagem térrea (Figuras 5 e 6). apresentada na Figura 7. totais em relação à massa de cimento
Os resultados são apresentados Apesar dos valores encontrados recomendados pela ABNT NBR 12655
na Tabela 1 e confirmam que todos os (Tabela 2) indicarem maiores concen- (2015). Os resultados obtidos indicam
pilares se encontram passivados (pro- trações de íons cloreto na região mais que para os elementos analisados por
tegidos) no tocante à ação do gás car- interna quando comparada com a mais amostragem, P13 e P17, a armadura
bônico, tendo em vista que o avanço externa, os dois casos estudados têm encontra-se passivada (protegida) no
da profundidade de carbonatação foi concentrações significantemente abai- tocante ao ataque por cloretos.
menor, em todos os casos estudados, xo do limite máximo encontrado na Para o ensaio de resistência à com-
que o recobrimento da armadura. Vale literatura e recomendado por norma pressão, foram extraídos 6 testemunhos
salientar que a quase totalidade das ABNT NBR 12655 (2015) – Concreto por amostragem das sapatas SP 10+11
amostras estudadas apresentou pro- de cimento Portland – Preparo, con- e SP 15 e mais 6 das sapatas SP 14, 19,
fundidade de carbonatação nula. trole e recebimento, para estruturas 20, obedecendo a norma ABNT NBR
7680 (2007) - Concreto: Extração, preparo
e ensaio de testemunhos de concreto. Os
u Tabela 1 – Profundidade de carbonatação do concreto
testemunhos também passaram por uma
análise visual para avaliação do concreto
Recobrimento Profundidade de
Orientação da (Figuras 8 e 9). Os resultados obtidos são
Peça ensaiada Local da armadura carbonatação
face
(mm) (mm) apresentados na Tabela 3 comprovam
Pilar 7 Térreo Norte 23 11 que a resistência à compressão obtida no
Pilar 7 Térreo Leste 24 10 ensaio é muito superior ao Fck indicado
Pilar 8 Térreo Oeste 30 0 no projeto estrutural do edifício (25 Mpa).
Pilar 8 Térreo Norte 40 0
Pilar 18 Térreo Leste 35 0 2.4 Procedimento de recuperação
Pilar 18 Térreo Sul 25 0 das sapatas
Pilar 20 Térreo Norte 35 0
Pilar 20 Térreo Oeste 30 0 O procedimento de recupera-
Pilar 22 Térreo Oeste 15 0 ção das sapatas seguiu as etapas
% Cloretos % Cloretos
Amostra (face) Localização Profundidade (massa de (massa de
concreto) cimento)
Pilar 17 (leste) Térreo 0-5 mm 0,0069 0,0483
Pilar 17 (leste) Térreo 5-15 mm 0,0074 0,0518
Pilar 17 (leste) Térreo 15-25 mm 0,0138 0,0966
Pilar 13 (Sul) Pilotis 0-5 mm 0,008 0,056
u Figura 8 Pilar 13 (Sul) Pilotis 5-15 mm 0,0056 0,0392
Corpos de prova obtidos do Pilar 13 (Sul) Pilotis 15-25 mm 0,0083 0,0581
edifício em estudo de caso
ção das trincas e fissuras.
2.4.1 Escavação das sapatas Após as faces das sapatas estarem u Tabela 3 – Resumo das
limpas, foram retirados corpos-de-pro- resistências à compressão
A escavação dos blocos seguiu a NR va, com o auxílio de um equipamento
Resistência à
18 (2013) - Condições e Meio Ambiente denominado serra-copo, para que fos-
Nº compressão Sapata
de Trabalho na Indústria da Construção, se verificado se as fissuras foram cau- (Mpa)
visando à segurança do ambiente de sadas pela RAA, bem como analisar se
1 33,1 SP15
trabalho e dos funcionários envolvidos a resistência da estrutura estava com-
2 31,4 SP15
no serviço. A Figura 11 ilustra o momen- patível com a estipulada em projeto.
to em que as sapatas estavam passan- Também foi feita a demarcação das 3 32,3 SP15
do pelo processo de escavação. fissuras (Figuras 12 e 13) para poste- 4 40,7 SP(10+11)
rior análise das respectivas aberturas e 5 38 SP(10+11)
2.4.2 Limpeza das faces da sapata e orientação delas, cujos dados encon- 6 43 SP(10+11)
extração de corpos de prova tram-se na, sendo criada a Tabela 4,
7 40,5 SP14
para análise laboratorial para as Sapatas SP (10+11) e SP 15.
8 39,9 SP14
9 42,9 SP19
Depois de escavadas as faces das 2.4.3 Sopragem das trincas e fissuras
sapatas, foi realizado o procedimento 10 45 SP19
de limpeza com a lavagem da estrutu- A etapa consistiu em retirar da área 11 34,3 SP20
ra, utilizando um equipamento de jato que recebeu anteriormente o epóxi 12 34,7 SP20
de alta pressão para melhor visualiza- todo material pulverulento, proveniente
u Figura 9
Aspecto visual do concreto u Figura 10
do testemunho Fluxograma das etapas de recuperação das sapatas
Purgadores são mangueiras plásti- Para recuperar as trincas que pos- Passadas 24 horas após o serviço de
cas transparentes com diâmetro de 10 suíam abertura maior que 10 mm, foi fechamento externo das trincas e fissuras
mm, que são posicionadas ao longo preferível utilizar o graute, com as ca- foi realizada a lavagem interna dessas,
das trincas e fissuras, através dos quais racterísticas de ser isentos de retra- com a injeção de água sobre pressão
ção, ter rápido ganho de resistência para remoção de possíveis detritos.
e liberação para o uso, foi utilizado a
quantidade de água que seria suficien- 2.4.7 Injeção de pasta de microcimento
te para deixar a argamassa trabalhável, nas trincas e fissuras
visto que o custo do epóxi sairia muito
elevado para a recuperação das sapa- O procedimento de injeção é inicia-
tas do condomínio. do nas camadas de baixo, fazendo com
Já, para a colmatação superficial,
que evita a saída do material inserido
no interior da estrutura, foi utilizado
u Figura 12
Mapeamento das trincas e fissuras uma mistura de epóxi e caulim, pois o
que o ar seja expulso nos purgadores possíveis manifestações patológicas, 30 minutos antes da concretagem;
das camadas superiores, garantindo, como corrosão das armaduras ou no- u Concretagem das sapatas (Figura 17).
assim, o máximo de preenchimento dos vas expansões. As vantagens desse método esco-
espaços vazios no interior das trincas. lhido foram:
Quando é observado que o excesso 2.4.8 Encapsulamento das sapatas u Restringir ao máximo a expansão;
do microcimento está esborrando nos u Boa capacidade para impedimento
purgadores da camada superior, estes Decidiu-se que o reforço das sa- de passagem de água;
são fechados com arame 18 e, dessa patas seria dado por encapsulamento, u Maior durabilidade do reforço
maneira, com a pressão do material conforme projeto estrutural fornecido estrutural.
que está sendo injetado na estrutura, por empresa especializada no ramo. As
os demais espaços vazios passam a etapas do reforço estrutural seguiram 3 CONCLUSÕES
ser preenchidos. O procedimento se as seguintes fases: Através das vistorias e histórico da
repete até que todos os purgadores es- u Furação e apicoamento da sapata edificação em análise foi constatado o
tejam fechados. de concreto. Os furos foram execu- quadro da reação álcali-agregado nas
Após 5 dias, os purgadores são tados com diâmetro de 12,5 mm, sapatas do edifício.
cortados rente a face da sapata. Não espaçados a cada 15 cm, e a su- O serviço de recuperação foi incom-
se pode assegurar que todas as trin- perfície da sapata foi arranhada e pleto, pois, ao final do encapsulamento
cas foram totalmente preenchidas pela apicoada; das sapatas, estas não foram imperme-
pasta de microcimento, pois, apesar u Colocação das barras e tela de aço. abilizadas, o que pode facilitar a pene-
de todos os cuidados tomados, ao As barras de aço com 12,5 mm de tração de agentes externos agressivos
longo dos anos foram depositadas diâmetro foram inseridas cerca de e umidade.
quantidades de areia ou outro mate- 30 cm nos furos feitos; foi colocada O método descrito neste trabalho é o
rial, que, possivelmente, se solidificou uma tela soldada Q503 sobre a su- mais utilizado e conhecido até o presente
na face interna das trincas e fissuras. perfície tronco piramidal com gram- momento para recuperação de reação ál-
Mesmo sabendo que a situação de pos no concreto, conforme ilustrado cali-agregado, porém ele não é totalmen-
transmissão de esforços não será total- na Figura 16; te eficaz. A prova disso, é que algumas
mente garantida, é necessário que se u Foi realizada uma aplicação do ade- sapatas que já haviam sido recuperadas
preencha ao máximo as trincas e fissu- sivo estrutural à base de resina nas anteriormente mas, após alguns anos,
ras para precaver a estrutura quanto a superfícies de união do concreto, voltaram a apresentar as fissuras.
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ASTM C 1152/2012: Standard test method for acid-soluble chloride in mortar and concrete. Philadelphia, 2012.
[2] NBR 12655/2015: Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento. Rio de Janeiro, 2015.
[3] NBR 7680/2007: Concreto: Extração, preparo e ensaio de testemunhos de concreto. Rio de Janeiro, 2007.
[4] MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura, propriedades e materiais. São Paulo: Pini, 2014
[5] RILEM RECOMMENDATIONS. CPC-18. Measurement of hardened concrete carbonation depth. 1988.
[6] NR 18/2013: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Rio de Janeiro, 2013.
1º lugar EQUIPE CEULP Congresso Brasileiro do Concreto. O bre o tema “Tecnologia do concreto
André Soares, Eduarda Suelen, Concrebol demanda do estudante co- autoadensáavel”.
João Matheus, Kaio Vilela, e nhecimento e técnica para confecção
Yhago Borges u Cocar
Q = 25.292,00 Kgf de uma bola de concreto simples, que
r = 0,115 m seja resistente à compressão. O Cocar 1º lugar EQUIPE CEULP
Massa = 9,27 kg
testa a habilidade dos estudantes na Ariane Samanda, Átila Noleto,
NF = 12,7320) Augusto Ivan e Dayelle Elias
preparação de corpos de provas de
2º lugar EQUIPE DO INSTITUTO Fck = 69,80 Mpa
TOCANTINENSE PRESIDENTE concretos coloridos, capazes de atingir C = 1,0
ANTÔNIO CARLOS DA CIDADE altas resistências à compressão. Já, a NF = 69,80)
DE PORTO NACIONAL (ITPAC) 2º lugar EQUIPE CEULP
competição “Pontes de Macarrão” é re-
Jonathas Gabryel, Lays Oliveira, Ana Clara, Diego Araújo,
Thais Cristina, Bruno de Sousa alizada em diversas instituições supe- Fabrício José, Lídia Georgiana,
e José Mecenas riores de ensino pelo país, estabelecen- Lucas Kaique e Sandra Andreia
Q = 18.983,00 Kgf Fck = 74,60 Mpa
do relação com os assuntos teóricos
r = 0,115 m C = 0,90
Massa = 9,20 kg da disciplina “Resistência dos Mate- NF = 67,14
NF = 12,7320 riais”. Na última edição dos concursos 3º lugar EQUIPE CEULP
3º lugar EQUIPE CEULP do IBRACON, a equipe do Ceulp ficou Aníbal Hermício, Gabriela
Ariane Samanda, Átila Noleto, Ferreira, Hiago Gringel, Hiromu
em quinto lugar no Cocar e sexto lugar Bringel, Maria Thays e Mateus
Augusto Ivan e Dayelle Elias
Q = 19.373,00 Kgf no Concrebol. Maurício
r = 0,115 m O diretor de eventos do IBRACON, Fck = 57,80 Mpa
Massa = 9,70 kg C = 1,0
NF = 12,7235 Prof. Bernardo Tutikian, autor do livro NF = 57,80
“Concreto autoadensável”, publicado
Patrocínio
DADOS TÉCNICOS
ISBN 9788598576237
Formato: 18,6 cm x 23,3 cm
Páginas: 195
Acabamento: Capa dura Aquisição:
Ano da publicação: 2015 www.ibracon.org.br
98 | CONCRETO & Construções
(Loja Virtual)
INSCR
ABER IÇÕES
TAS!
R E A L I Z A Ç Ã O
Atuando há mais de 50 anos em cerca de 40 países, a MC-Bauchemie está presente nas maiores obras de infraestrutura
do mundo. Conta com uma extensa linha de produtos e soluções com a mais alta tecnologia alemã, direcionados ao
aperfeiçoamento do concreto, proteção, impermeabilização e recuperação das estruturas.