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1. Conceito de Fazer
A obrigação de fazer implica na obrigação de realizar determinada atividade para
cumprir o vínculo obrigacional. Pode envolver um serviço ou a elaboração de algo
material. Se for algo material, a obrigação de fazer diferencia-se da obrigação de
dar no momento em que é necessário fazer aquele item antes de entregá-lo. (ex:
professor ministrar uma aula, advogado redigir uma petição, cantor fazer um show,
pedreiro construir um muro, médico realizar uma consulta, etc.).
Nesta obrigação, quando o devedor se recusa a realizar determinada conduta pela
qual se obrigou, a obrigação é convertida em indenização por perdas e danos, pois
não há como exigir que o devedor a cumpra esse tipo de obrigação, e no caso de
ausência de culpa, a obrigação se resolverá. Esse fato faz com as obrigações de
fazer se distanciem das obrigações de dar, pois nesta o devedor pode ser obrigado
a entregar a coisa pela qual havia se obrigado, ainda que contra a sua vontade.
A) Infungíveis:
Essa obrigação é de caráter personalíssimo.
Na obrigação infungível, não é possível dissociar o devedor do ato de fazer,
em sua obrigação. A pessoa do devedor é essencial para o cumprimento da
obrigação, não pode ser substituída por outra.
A infungibilidade pode decorrer, da própria natureza da prestação, ou seja, das
qualidades profissionais, artísticas ou intelectuais do contratado. Se determinado
pintor de renome, comprometer-se a pintar um quadro, ou famoso cirurgião plástico
assumir obrigação de natureza estética, por exemplo, não poderão se fazer
substituir por outrem.
São as circunstâncias do caso e a vontade do credor que tornarão a obrigação de
fazer infungível ou não.
B) Fungíveis:
Essa obrigação não possui caráter personalíssimo.
A obrigação é fungível quando puder ser cumprida indiferentemente pelo devedor
principal ou por terceiro, sendo este último à custa do devedor originário. Isto é, são
obrigações fungíveis aquelas que não requererem para sua realização habilidades
de caráter pessoal pois a objetivo principal do credor é obter a prestação do ato.
Ou seja, a fungibilidade da prestação está mais relacionada ao objeto em questão.
Exemplo, se o credor necessita de conserto para seu carro, a priori não faz
diferença se tal ato será realizado por A ou por B, considerando que o objetivo é o
ato prestado, não a pessoa responsável por executá-lo.
“Art. 248, CC: Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor,
resolverse-á a obrigação; se por culpa dele responderá por perdas e danos.”
REFERÊNCIAS
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. Direito das Obrigações. Ed.
Saraiva, 2003.
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil. Obrigações. Vol 02. Ed. Forense 2016.