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Apresentação
HORTALIÇA: CENOURA
Agricultura Familiar
Cultive Renda e Sustentabilidade
A produção de hortaliças é a atividade que mais se identifica como opção de agronegócio para
os produtores rurais familiares. As informações aqui contidas destinam-se para produtores rurais
que já cultivam ou estão interessados na cultura da cenoura de forma lucrativa e sustentável.
Nesta publicação, o Sebrae busca oferecer informações que possibilitem o aumento da ren-
da e de competividade dos negócios produzidos na pequena propriedade rural. Traz orientações
tecnológicas e de mercado baseadas nos princípios das Boas Práticas Agrícolas, ou seja, tornar a
agricultura menos dependente de produtos químicos, menos agressiva ao meio ambiente, mais
socialmente correto e, por conseguinte, mais sustentável.
A principal finalidade da Coleção Passo a Passo, da série Agricultura Familiar, é oferecer infor-
mações sobre o que, quando, quanto e como produzir hortaliças. Isso tudo por meio de ações que
gerem renda sem comprometer o aproveitamento da natureza pelas futuras gerações.
A presente cartilha da cenoura há informações tais como:
• Modalidade de cultivo;
• Análise de solo;
• Preparo e correção do solo;
• Adubação organomineral de plantio;
• Escolha da cultivar/híbrido;
• Semeadura;
• Irrigação;
• Desbaste;
• Controle de plantas Invasoras;
• Adubação complementar;
• Controle de pragas e doenças;
• Colheita e pós- colheita;
• Comercialização e agregação de valor;
• Comportamento de mercado;
• Levantamento de dados para orçamento;
As informações aqui contidas destinam-se para produtores rurais que já cultivam ou estão
interessados na cultura de cenoura.
Boa Leitura. Bom plantio. Bons lucros
1º PASSO
MODALIDADES DE CULTIVO
A cenoura é cultivada em todo território nacional, com uma área plantada aproximadamente de 30
mil hectares anualmente, resultando numa produção de 900 mil toneladas de raízes, ficando entre as
10 hortaliças mais plantadas. É conhecida cientificamente como Daucus carota L.
Entre os diferentes sistemas de produção de cenoura utilizados no Brasil, o mais apropriado para
agricultura familiar, é o de plantio a campo aberto em canteiro com o uso de sistema de irrigação por
aspersão convencional.
1. Plantio a campo aberto em canteiro com o uso de sistema de irrigação por aspersão conven-
cional realizado em canteiros de 0,80 – 1,0 m de largura, 15 – 20 cm de altura e devem estar distan-
ciados uns dos outros em aproximadamente 30 cm. Em solos argilosos, no período das chuvas, a altura
dos canteiros devem ser maiores para facilitar a drenagem. A produtividade da cultura varia de acordo
com o clima, ou seja, no inverno, fica em torno 30 a 40 toneladas por hectare e no verão, fica em torno
de 20 a 30 toneladas por hectare.
Adubação orgânica
A cenoura responde à adubação orgânica, especialmente em solos de baixa fertilidade e/ou com-
pactados. É fundamental que o adubo esteja bem curtido. Recomenda-se em geral, o esterco de ga-
linha na dosagem de 10 toneladas por hectare, além de ser mais rico em nutrientes, principalmente
cálcio e não contamina o solo com sementes de plantas invasoras. Caso utilize esterco de gado,
recomenda-se 30 toneladas por hectare.
Caso tenha condições de tempo, outra opção de adubação com material orgânico/vegetal é o
Adubação mineral
A adubação mineral para
fósforo e potássio dependerá
do nível de fertilidade do solo:
o fósforo pode variar 100 até
600 kg/ha de P205; o potássio
de 50 até 300 kg/ha de K20.
Com relação ao nitrogênio,
de modo geral recomenda no
plantio 40 kg/ha de N. Os mi-
cronutrientes, principalmente
o boro e o zinco, ficam na de-
pendência do histórico da área
Adubação mineral disponibiliza nutrientes essenciais para a formação e
e da exigência da planta. desenvolvimentos das plantas
Para solos de baixa fertilidade, em geral, recomenda-se como adubação de plantio: 3,0 toneladas/
ha do fertilizante mineral 4-14-8 e 20 kg/ha de bórax e 20 kg/ha de sulfato de zinco.
ESCOLHA DA CULTIVAR
O mercado/consumidor brasileiro tem preferência por raízes de cenoura bem desenvolvidas, colo-
ração alaranjada intensa, lisas, uniformes, comprimento e diâmetro variando respectivamente, de 15
– 20 cm e 3 – 4 cm, com ausência de defeitos.
R - queima das
ameno para
Brasília Cilíndrica 90-100 15-22 folhas
quente
T - nematóide
R - queima das
ameno para
Alvorada Cilíndrica 100-105 15-20 folhas
quente
R - nematóides
R - queima das
ameno para
Planalto Cilíndrica 100-105 15 - 20 folhas
quente
R - nematóides
R - queima das
ameno para
Esplanada Cilíndrica 100-105 20 cm folhas
quente
R - nematóides
ameno para
Nova Carandaí Cilíndrica 80-90 18-20 R - alternária
quente
excelente
comportamento
Juliana Cilíndrica 90 - 110 18 -22 primavera - verão
à “queima das
folhas”
boa performance
em relação à
Invicto Cilíndrica 115-130 18 - 20 outono - inverno
“queima das
folhas”
Fonte: Embrapa-Hortaliças e sites/catálogos de companhias produtoras de sementes
SEMEADURA
O cultivo da cenoura dispensa a produção de mudas. A semeadura é realizada por sementes
distribuídas diretamente nos canteiros, em linha continua, nos sulcos de (1 – 2 cm) de profundidade
e distanciados 20 cm, um dos outros. A distribuição das sementes pode ser feita manualmente ou
com o emprego de semeadeira manual ou mecânica.
A semeadura manual é mais trabalhosa, menos eficiente e implica em maior gasto de sementes,
ou seja, em torno de 6,0 quilos por hectare. Por outro lado, as semeadeiras mecânicas apresen-
tam as vantagens, simultaneamente, abrir os sulcos, distribuir as sementes e cobrir os sulcos com
grande eficiência, propiciando um menor gasto de sementes, ou seja, em torno de 3,0 quilos por
hectare.
Qualquer que seja o método, atenção especial deve ser dada à profundidade do semeio, haja
vista, se o semeio foi muito profundo (maior que 2,0 cm), as plântulas podem não emergir. Por
outro lado, se o semeio for muito superficial (menor que 1,0 cm), poderá ocorrer falhas na germi-
nação, devido ao secamento da camada superficial do solo ou por ocasião de chuvas pesadas ou
irrigação em excesso.
Trato cultural desbaste propicia o espaçamento correto entre plantas, que asseguram a
produção de raízes sem defeitos e ganhos na produtividade
TRATOS CULTURAIS
Conjuntos de operações realizadas após a semeadura, visando à
formação e desenvolvimento das plantas.
Irrigação
A cultura da cenoura é extremamente exigente em água, em todo seu ciclo produtivo, tendo em vis-
ta que a qualidade e a produtividade das raízes são influenciadas pelas condições de umidade do solo.
Após o levantamento dos canteiros, deve ser instalado o sistema de irrigação e o mais utilizado é o
de aspersão convencional. A irrigação por aspersão geralmente é montada no espaçamento 12x12 m
entre aspersores. Fazer vistorias freqüentes, elimina os vazamentos nas conexões, com isso, aumenta-
-se a eficiência e uniformidade da irrigação e reduz-se o consumo de água e energia elétrica.
Utilizar para monitoramento da umidade do solo com o objetivo de determinar quando e quanto
Teste de uniformidade e eficiência, aliado ao manejo da irrigação através do IRRIGÁS, reduzem o gasto da água e energia
Desbaste
O desbaste tem a finalidade de reduzir a densidade de população de plantas, com o objetivo de
diminuir a concorrência pela água, luz e nutrientes. Deve ser feito de uma só vez, aos 25 ou 30 dias
após a semeadura, deixando 5 – 10 cm entre plantas. Esta variação de espaçamento deve-se levar em
consideração a cultivar, época de plantio e o clima.
A cultura da cenoura tem de ficar livre da 3ª a 6ª semana da concorrência das plantas invasoras.
(conhecido como ponto crítico de interferência)
climáticas, do tipo de solo, dos tratos culturais, do programa de rotação de culturas, da disponibilidade
de herbicidas e da disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos.
Os métodos culturais consistem de aração e gradagem da área com antecedência em relação ao
plantio, de modo a favorecer a emergência das plantas invasoras e assim facilitar a sua eliminação pela
capina ou incorporação por ocasião do levantamento dos canteiros.
O método manual ou mecanizado consiste em eliminar as plantas invasoras, por ocasião do des-
baste, com o emprego de sacho ou enxada estreita entre as linhas de plantas. Entretanto, o cultivo
mecânico apresenta o inconveniente de não eliminar as plantas invasoras entre plantas nas fileiras e,
muitas vezes, danificar as raízes da cenoura.
O controle químico das plantas invasoras destaca-se como um dos métodos de controle mais
eficientes, possibilitando cultivar áreas relativamente maiores com gasto reduzido de mão-de-obra.
Quanto ao emprego de herbicidas, vários produtos podem ser utilizados. A escolha deve ser feita de
acordo com as espécies de plantas daninhas presentes e as características do produto (princípio ativo,
seletividade, época de aplicação e efeito residual).
Adubação Complementar
A adubação complementar de cenoura, comumente denominada de adubação de cobertura, visa
fornecer nutrientes principalmente à base de nitrogênio e potássio nos estágios da planta que mais ne-
cessita, uma vez que este nutriente facilmente sai do alcance das raízes. Recomenda-se aplicar 40 kg/
ha de nitrogênio (N), aos 30 e 60 dias após a emergência da cultura. Nos plantios em épocas chuvosas,
recomenda-se aplicar 60 kg/ha de nitrogênio (N) e 60 kg/ha de potássio (K2O), aos 30 e 60 dias após a
emergência da cultura. Quanto se aplica o esterco de galinha, na dosagem recomendada na adubação
de plantio, as dosagens de adubações de cobertura poderão ser dispensadas ou reduzidas, ficando na
dependência do estágio nutricional das plantas.
Controle integrado com o uso de sementes sadias, cultivares resistentes, rotação de cultura e outras,
minimizam ou até mesmo elimina o uso de agrotóxicos, por exemplo a doença Queima das Folhas
COLHEITA E PÓS-COLHEITA
A colheita da cenoura inicia-se aos 80-110 dias após a semeadura, dependendo da cultivar/
híbrido e época de plantio. O ponto de colheita, é quando ocorre o amarelecimento e secamento
das folhas mais velhas e o arqueamento para baixo das folhas mais novas.
O arrancamento das raízes da cenoura pode ser feito de modo manual ou semi-mecanizado.
Após esta operação, a parte aérea da planta da cenoura é destacada da raiz. Em seguida as raízes
devem ser lavadas, selecionadas, padronizadas, classificadas, de acordo com as portarias oficiais
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA ou através das legislações de
cada unidade da Federação e acondicionadas em diferentes embalagens. A embalagem conven-
cional é de madeira ou de plástico, que comporta (20-25 kg).
O produtor terá maior margem de remumeração do seu produto quando buscar diferentes
canais de comercializações
COMERCIALIZAÇÃO E AGREGAÇÃO DE
VALOR
A comercialização de cenoura é realizada em diferentes canais, podendo ser vendida na
porteira a intermediários, feiras livres, nas associações ou cooperativas de produtores, na Ceasa,
no atacado e varejo, em sacolões e supermercados. É importante alertar, que o produtor obterá
maior margem de remuneração do seu produto, quando diminuir a intermediação na sua co-
mercialização.
A cultura da cenoura, além de apresentar significativos ganhos de produtividade, é um pro-
duto de alto valor agregado, que permite retornos econômicos pela sua segmentação de merca-
do. A cenoura in natura é vendida em embalagem de isopor (bandeja) com 3 raízes, coberta com
película de plástico, cenoura minimamente processada e cenoura processada, conhecida como
cenourete e catetinho, tecnologia desenvolvida pela Embrapa/Hortaliças.
Estudos mostram preços altos nos meses quentes e úmidos (chuvosos) e preços baixos, nos
meses secos e frios
COMPORTAMENTO DE MERCADO
O cenário atual exige, de técnicos e produtores, cada vez mais informações para a tomada de
decisão. Já não é suficiente a informação sobre como produzir. Muitas são as variáveis que devemos
dominar para reduzir os riscos inerentes às atividades agropecuárias. É preciso reciclar nossos co-
nhecimentos, agregando informações importantes e que contribuam para melhorar a rentabilidade
das atividades agrícolas.
Para auxiliar na tomada de decisão de plantio de pimentão, estudos de variação estacional, de
margem bruta e de preços, elaborados pelos serviços de pesquisa e extensão rural, nas diferentes
regiões do Brasil, têm mostrados comportamentos de preços altistas, nos meses quentes e úmidos
(chuvosos), e preços baixistas, nos meses secos e frios. Acresce a estes estudos, os calendários de
comercialização elaborados pelas Ceasas existentes no Brasil, que demonstram as épocas de baixa,
média e alta oferta de hortigranjeiros.
Estudos elaborados pela EMATER-DF, de Margem Bruta, (representa rentabilidade no negócio)
e de Curva Estacional de Preços (mostra o comportamento de preços no período), demonstraram
que de dezembro a abril (meses quentes e chuvosos), margem de preços mais lucrativos em com-
paração aos meses secos e frios (clima ameno).
Fonte: EMATER-DF
Fonte: Dados para a elaboração da curva estacional fornecidos pela Ceasa.
Preços médios de 2002 a 2009 corrigidos.
INSUMOS
Descrição Unidade Quantidade
Adubo Mineral (04 – 14 -08) t 3,00
Adubo Mineral (20 – 20) t 0,20
Adubo Mineral (Bórax) kg. 20,00
Adubo Mineral (Sulfato de Zinco) kg. 20,00
Adubo Orgânico (Esterco de Galinha) t 10,00
Agrotóxicos (herbicidas) l 3,00
Agrotóxicos (fungicidas) kg. 8,00
Espalhante Adesivo l 2,00
Energia Elétrica para irrigação kwh. 1310,00
Sementes kg. 6,00
Observações:
1) d/h: dia/homem, h/mt : hora/microtrator: h/m: hora/máquina;
2) Coeficientes Técnicos podem variar conforme a região, o clima e o sistema de produção a ser
adotado pelo produtor rural.
Pronaf
Para financiar suas plantações, o produtor rural pode solicitar
nas agências do Banco do Brasil crédito do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar, conhecido como PRONAF.
Trata-se da principal política pública do Governo Federal para
apoiar os agricultores familiares. Executado pelo Ministério do De-
senvolvimento Agrário (MDA), tem como objetivo o fortalecimento
das atividades produtivas geradoras de renda das unidades fami-
liares de produção, com linhas de financiamento rural adequadas
à sua realidade.
Mais informações sobre o Pronaf podem ser obtidas em car-
tilha sobre o Pronaf produzida pelo SEBRAE em parceria com o
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O material está dis-
ponível na Biblioteca On Line do Sebrae. O endereço completo é:
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/F8D5FB4FAB47
89938325771C0068DA07/$File/NT00044052.pdf