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Self, palavra mantida em língua nativa, dada a dificuldade de tradução para o português.
conversação é expor, por um lado, o equívoco dos críticos de Peirce ao afirmarem que a
concepção de self dele é pouco elaborada, insuficiente e contraditória e, por outro,
sustentar que não só tal abordagem é robusta como atualíssima, radicalmente inovadora e
pouco explorada dentro do arcabouço conceitual da lógica. Trocando em miúdos,
Colapietro tem o trabalho de tornar explícito o que se encontrava implícito e mal
explicado na maquinaria da teoria geral dos signos.
Nesse sentido, o primeiro passo é apresentar os aspectos gerais da tríade
fundamental da obra de Peirce, a saber, objeto-signo-interpretante. Essa inovação permite
escapar de uma concepção mentalista ou subjetivista de como a consciência opera. A
mente é tratada, aqui, como resultado de um processo de ação sígnica da natureza das
coisas. Todavia, o problema da mente, nesse ponto específico, ainda é examinado em seu
aspecto formal e abstrato, não ganha os contornos singulares do self humano. No
capítulo seguinte, trava-se um debate instigante com Umberto Eco. Colapietro investiga a
validade da tese corrente nos textos do italiano de que a lógica não poderia abranger o
usuário concreto do signo, isto é, a subjetividade da pessoa. Esta seção reconhece com
Eco que a teoria geral e formal dos signos não considera os participantes históricos e
concretos da semiose, todavia – e essa é a hipótese de Colapietro – é possível extrair dela
conceitos indispensáveis para a compreensão da constituição do self. O autor defende
que, embora a insistência de Eco contra esse tópico, a lógica peirciana dispõe de
elementos teóricos suficientes e adequados para o desdobrar de uma perspectiva
semiótica da mente humana. Essa parte do trabalho situa o leitor dentro do diagnóstico
categórico dado por Peirce à lógica, destacando tanto os fundamentos da disciplina
quanto seu desenvolvimento subsequente. Aprendemos, assim, tanto o que seria o extrato
basilar para um exame semiótico da subjetividade quanto o que não faz parte da
abordagem do self.
No terceiro capítulo, Colapietro retoma a querela entre Peirce e James e, de algum
modo, a articula com ideias do próprio Saussure, para estabelecer a relação entre a
semiótica e a psicologia, uma vez que a psicologia toma para si a tarefa de explicar o
funcionamento da consciência humana. A partir desse debate, Colapietro indaga-se sobre
o estatuto científico de ambas as áreas do saber, de emergência sincrônica, além de
destacar como o desenvolvimentos teórico delas diverge. Para Peirce, a semiótica nomeia