Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
nellstno
SALVADOR - BA
Novembro, 1989
Universidade Federal da Bahia - UFBA
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
2009
Contatos: lab@ufba.br / poshisto@ufba.br
ftCSTRADO EM CII:NCIA9
Banca Examinadora־
CAPITULO I
O Coronellsmo como Modelo Explicativo do Mandonismo Rural ,.10
CAPITULO II
A Formação• Histórica do Baixo Medio Sao Francisco............ 30
1. Antecedentes................................................ 38
2. Circulação de Mercadorias.................................. 48
3. Consolidação dó Poder Regional........................ ..«..60
4. Revolução de 30 e seu significado para a região:
um novo pacto social........ .. .91
CAPITULO III
A dinâmica do sistema coronelista no Medio SaoFrancisco...102
AÍtrajetória de Franklin Lins de Albuquerque................. 106
CONCLUSÕES.................................................... 130
MAPA DA REGiA O
ESCALA - 1’ 6 . O O O . O 0 0 NOV. 8 9
I N T R O D U Ç Ã O
!»TRODUCÃO
do.
C A P I T U L O
o CORONELISMO COMO MODELO EXPLICATIVO DO MANDONISMO RURAL
feitor.
11
Vale ressaltar ainda que, para LEAL, o coronel exerce uma função
de legitimador do governo estadual e federal pela sua força elei-
toral; é este, em última instancia, o "trunfo" que possui o coro-
nel para negociar/trocar favores cora o governo estadual.
Esta base da vida política que para a autora resulta de uma socle^
dade latifundiária e paternalista tem continuidade mesmo após a
Revolução de 1930 que não só foi realizada com o apolo dos coro
néls, como incorporou-os ao poder. Isto prova, segundo QUEIROZ ,
que a era do coronel no Brasil não acaba com a Revolução de 1930,
como afirma alguns autores.
ó o poder federal.
20
quico-coronelista.
camente" (p.49).
Do ponto de vista camponês
"A base da relação política exprimia também a situação pecu
liar do cidadão — livre, mas cliente. Uma liberdade que.no
ãmbíto da troca, era totalmente dominada pelo poder monopo
lístico do fazendeiro, comerciante e coronel" (P.49).
do" (p.9).
26
do.
onal.
C A P I T U L O I I
A FORMAÇÃO HISTÓRICA DO BAIXO MEDIO SÃO FRANCISCO
1, Antecedentes
0 relatório menciona Casa Nova como uma povoação que vivia essen-
cialmente do fabrico do sal, exportando 4 a 5 mil alqueires ou
juntamente com outras salinas vizinhas, 40 a 50 mil alqueires. Es
te sal era muito valorizado e ia subindo de preço rio acima; em
Carinhanha o alqueire era três vezes mais caro que na região do
Baixo Médio São Francisco e em Manga era trls vezes e meia mais
caro. Embora o relatório HALFELD não faça maiores referências ao
Riacho da Casa Nova, sabe-se por outras fontes que a pecuária va
cum era bastante desenvolvida na localidade e também a agricultu
ra para auto-abastecimento, que ocupava sobretudo as ilhas.
QUADRO N» 1 ־
., POPULAÇÃO TOTAL POR MUNICÍPIO
2» A Circulação de Mercadorias
Este depoimento que se refere a Tonhá Sento Sé, mostra dos desdo
bramentos das relaçdes de produção que vão no mesmo sentido do
que acontece em Pilão Arcado; se neste município, todo *' agregado
era Jagunço era potencial", naquele os agregados eram eleitores in
condicionais da família Sento Sé. Porém, apesar do chefe político
tentar uniformizar as relações de trabalho, erã Sento Sé, alguns
membros da família adotavam outras condutas. Na conhecida fazenda
das Pedras de propriedade do Dr. Custódio Sento Sé, a cobrança do
renda era feita em dinheiro e variava conforme o tamaiiho da roça,
isto 6 a quantidade de tarefas de terra plantada. Outro tipo de
relação dc trabalho existente em Sento Sé era a parceria feita en
tre pequenos proprietários com títulos de posse onde a produção
era dividida ao meio (no caso do proprietário fornecer a semente)
ou o lavrador pagava 1/4 da produção.
Os depoimentos relatam que a luta durou mais ou menos três a qua ־
tro noites. As forças de Franklin respondendo ao cerco à sua casa
e obrigaram os Correas a rezlerem-se. Muitos abandonaram a cidade,
outros permaneceram, mas foram derrotados. Os Correas chegaram
a buscar apoio do governo estadual que diante da derrota eminente
dos mesmos, resolveu não intervir.
**um grande criador era aquele que ganhava» vamos dizer, cem bezer-
ros por a n o 1 5 ) .)יי
Esta nova situação deu um outro status político aos coronéis que
haviam partclpado da chamada Revolução Sertaneja, e no Sao Francl¿
co à Anfllóflo Castelo Branco.
Outro:
0 ייDr. Juca era um doutor de nedlcina. Saía aqui na mar
gem do município dando remédios. Apanhava aqueles com -
prlnldos de malária, aqueles comprimidos verdes pra
quando a gente tinha paludismo e la dando;trabalhou mujL
to pro povo, e de graça, vlu?i A gente aqui tudo acompa
nhava ele'* (26).
Tonhá desenvolveu portanto a sua coerção social mais com base nas
relações patriarcais, no "tête-a-tête" coi .
í seus agregados, deixan
do o uso das armas para situaçÕes exteriores. Em Sento sé , as dis
putas políticas eram no seio da própria fai.iília. Janjão Sento sé
é o velho coronel, líder inconteste do município até raeados dos
anos 30 quaado uorre. A partir daí coiaeçai.1 as disputas caracteri-
zadas por Jairo Sento Ge (32) da seguinte maneira:
1930 06 ייa 1970 houve uma briga na minha familia entre
os coronáis» meus avós, e os doutores, meus tios; e nes
ta luta entre coronéis e doutores, os coronéis sempre
£ ' a n h a r a m ' 3 2 ) .)י.
que lam desde a mudança para a caatinga, em Ixagares mais Isola >
dos, passando pela uudança e atividade economlca de lavrador
para paquetclro — quando o simples contato com outros comorclan-
tes podia aumentar o poder de barganha da força d’
e trabalho, até
ao protesto raals explícito, coletivo, como o movimento de Pau dc
Colher em Casa Ilova, ou Individual — neste caso o mais coi.ium é
a mudança de patrao.
prio relato:
Mais adiante:
cos" (36)
(04) Manuel IJovaes. Salvador, jai1./G4
(35) idem
(3Ü) idem
94
•
A fala de Novaes explicita claramente o slcnlfioado da Revolução
de 30 para a reglHo. No baixo médio Sao Francisco, a Revolução
de 30 che£;ou para restabelecer as antigas lideranças, referendar
a ordem coronelista cou apenas uinaft pequenas mudanças na composi ~
ção das aliaiiças, Frémklin era reconhecidamente a grande lideran-
ça regional, caudilho-mor couo o dono1;1 1 nava líovaos.
31ção política.
Ascendendo ao poder pela força das arnas, este foi o seu instru-
mento básico de sustentação. Franklin era reconhecido, ter-iido e
respeitado no uuiiicípio e nas vizinhanças como "hoi.nen de ja;׳un -
ços". Esta foi sua fonte de poder, sem dúvida tradicionalíssima
que pouco se diferenciava dos tempos imperiais quando o único re
curso de sustentação do poder, uma vez que Se tratava *.־
icsuio de
disputa de território com os índios. Apesar disto, o e::ército de
Franklin esteve muito r.1ais envolvido eu conflitos fora do r.iunicí
pio que diretamente e1.1 defesa dos seus interesses cowo em 1D18 .
Pairava, entretanto, a possibilidade de confronto ar*.1ado a quem
quisesse desafiar o novo chefe político.
Uma das suas posturas básicas era a relação direta co..i a client¿
la, cuidadosa1.4ente cultivada; o coronel vai à procura do seu po
vo, e nao so o povo e quei ״prestigia o coronel. IZsta conduta e
atestada pela maioria dos depoimentos. Zis os mais si^nificati -
vos;
"Seu Franklin tinha aquele costurac de dar um dinheiro
a um, um dinheiro a outro, mas quai^do precisava de nós
113
CONCLUSÕES
FONTES ESCRITAS
A. Bibliografia
SOUZA, Ma. Mercedes Lopes de. José riarcelino de Souza e sua obra
administrativa do Sao Francisco. Rio de Janeiro. A.Norte, 1955
B. Relatórios de Viagens
C. J o m á i s
FONTES ORAIS
B. Depoentes de Remanso
c. Depoentes de Sento sé