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A ATUAÇÃO DO TERCEIRO SETOR NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Ana Claudia Vieira Tavares1


Marcos Marques Da Costa2
Taciane de Souza Lopes3

RESUMO:
Brasil, um país de jovens, percebe a alteração de seu perfil demográfico,
face ao crescimento de idosos, dentro das causas do processo de
envelhecimento, os aspectos econômicos, políticos, culturais, sociais,
biológicos e psicológicos que são características peculiares ao processo
de envelhecer bem e com saúde.
O presente trabalho abordará a atuação das Organizações do
TERCEIRO SETOR para o processo de envelhecimento, para garantir
condições dignas de existência. Sendo assim, discutiremos as
estratégias gerenciais adotadas por organizações não governamentais
voltadas para intervenção desses problemas ligados ao idoso.
O Essas organizações têm como objetivo Contribuir para a cultura de
inclusão do idoso, assegurando seus direitos e valorizando a sua
participação na sociedade. Os resultados conseguidos revelam o
começo das ações existentes hoje dentro das ONGs que trabalham
dentro do assunto do processo de envelhecimento. A metodologia
utilizada trata-se de uma pesquisa bibliográfica, descritiva, documental,
exploratória e de um estudo de caso com abordagem qualitativa.
Justifica-se o tema, pois desperta atenções, sobre as intenções de
atuação das organizações, hoje o TERCEIRO SETOR ocupa um
espaço representando em ações próprias para dar soluções que possam
dignificar a qualidade vida dos idosos, promovendo um conjunto de
ações, tanto na esfera acadêmica quanto no âmbito das políticas sociais
concretas.
Não se trata de querer inventar novos termos, conceitos, e novas teorias
para a gestão de serviços, mais sim a inclusão daqueles que tiveram sua
parcela de colaboração e continuam tendo seus direitos e importância
como seres humanos.

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PALAVRAS CHAVE: TERCEIRO SETOR; Envelhecimento.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como A Atuação do TERCEIRO SETOR No Processo De


Envelhecimento.

Ainda é grande a desinformação, as peculiaridades e desafios do envelhecimento


populacional em nosso contexto social. Nesse sentido, o problema do
envelhecimento humano recebe atenção crescente no mundo inteiro, tanto os
problemas de saúde característicos desse período da vida, quanto os vários
aspectos relativos a uma relevante no bem estar dessa população, sendo assim, o
presente trabalho procura discutir as estratégias gerenciais adotadas por
organizações não governamentais voltadas para intervenção dos problemas sociais
e econômicos ligados ao idoso.

O presente artigo foi elaborado com base em estudo realizado através de


pesquisas bibliográficas, com intuito de adquirir conhecimento e compreensão que
as entidades filantrópicas podem fazer com a sua atuação dentro do processo de
envelhecimento, com objetivo de dar certa prioridade no atendimento das
necessidades dos idosos nos dias atuais. Os fatos desconhecidos ligados ao
estudo do idoso é a busca do conhecimento que suscita objetivo desse trabalho.

O TERCEIRO SETOR mostra um grande interesse em planejar uma coordenação


em atividades de apoio para o processo de envelhecimento, sendo essas ações
com total maleabilidade dentro da sociedade. Portanto, procura envolver com
encorajamento todos os ramos da sociedade, sempre mostrando os direitos e
principalmente as necessidades desses idosos.

Diante dos fatos mencionados, podemos dizer que o envelhecimento é um


processo inevitável, mas que pode ser encarado com menos sofrimento e com a
perspectiva de uma vida com qualidade, mesmo sabendo que idoso não tem mais
vitalidade da força para o trabalho, não rende para as empresas o que elas
esperam e não contribuem com a sua lógica de produção, e de acordo com a

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ideologia não tem mais utilidade dentro da sociedade, porém na maioria das vezes,
dentro desta já deram o melhor de si, porém, a pessoa da terceira idade passou a
ser um fardo muito pesado para o sistema governamental.

O País está envelhecendo rápido, e vinculado a esse problema, as políticas


públicas não estão especialmente voltadas a essa nova realidade, e nos
deparamos com a falta de soluções para a quantidade de problemas relacionados
ao envelhecimento, quer seja por parte do governo ou por parte da sociedade civil.

Sabe-se que é especialmente necessária, uma união de esforços nas diferentes


áreas, para empreenderem um maior conhecimento sobre o fenômeno do
envelhecimento, e principalmente como chegar à velhice de forma saudável para a
independência e autonomia do indivíduo.

O ponto de vista avesso a gestão do envelhecimento na maioria das vezes


acontece da baixa instrução em consideração a essa demanda, produzindo
representações ilusórias, envolvendo a reciprocidade entre a comunidade e o
idoso. Estes sentidos formam opiniões que não são alteradas que podem ou não
conduzir a eliminação ou reconhecimento das qualidades dos idosos na sociedade

2. A ATUAÇÃO DO TERCEIRO SETOR NO PROCESSO DE


ENVELHECIMENTO: Elementos Para o Debate.

O TERCEIRO SETOR, é:

“O espaço composto por organizações privadas, sem fins


lucrativos, cuja atuação é dirigida a finalidades coletivas ou
públicas. Sua presença no cenário brasileiro é ampla e
diversificada, constituída por organizações não-
governamentais, fundações de direito privado, entidades de
assistência social e de benemerência, entidades religiosas,
associações culturais, educacionais, as quais desempenham
papéis que não diferem significativamente do padrão
conhecido de atuação de organizações analógicas em países

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desenvolvidos. Essas organizações variam em tamanho, grau
de formalização, volume de recursos, objetivo institucional e
forma de atuação (Fischer 2002, p.45 apud Morgan e
Benedicto, 2009)”.

“TERCEIRO SETOR é uma terminologia sociológica que dá significado a todas as


iniciativas privadas de utilidade pública com origem na sociedade civil. A palavra é
uma tradução de Third Sector, um vocábulo muito utilizado nos Estados Unidos
para definir as diversas organizações sem vínculos diretos com o Primeiro setor
(Público, o Estado) e o Segundo setor (Privado, o Mercado). De um modo mais
simplificado o TERCEIRO SETOR é o conjunto de entidades da sociedade civil
com fins públicos e não lucrativos conservados pela ênfase na participação
voluntária em âmbito não governamental”.

O TERCEIRO SETOR são entidades criadas e compostas, essencialmente


administradas e sustentadas pela iniciativa privada, são constituídas para benefício
público, consideravelmente marcado pelas suas atividades em prol dos menos
favorecidos, na ausência do governo, sem estar subordinado a ele no controle de
suas ajudas, desse modo, não ficar preso às estratégias de governo. As ONGs não
almejam proveito ou lucro em suas atividades e são sujeitas ao código civil do País.
O Estado; as empresas; e as Organizações da Sociedade Civil; Assim sendo, o
governo atua na esfera pública estatal, as empresas atuam na esfera privada e o
TERCEIRO SETOR atua na esfera pública não estatal. Logo, ao falar sobre os três
setores governo, empresas e ONGs, de modo independente, é apenas para instruir
o esclarecimento, os objetivos são de grande alcance, e se ligam entre si,
produzindo uma discussão social e que na maioria das vezes ganha mais
velocidade, na sociedade do nosso tempo, com evidencias mutáveis.

"Uma imponente rede de organizações privadas, autônomas,


não voltadas à distribuição de lucros para acionistas e
diretores, atendendo propósitos públicos, embora localizada à
margem do aparelho formal do Estado... O crescimento do

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TERCEIRO SETOR decorre de várias pressões, demandas e
necessidades advindas das pessoas, como cidadãos, das
instituições e até dos próprios governos. Ele reflete um
conjunto de mudanças sociais tecnológicas, aliado a continua
crise de confiança na capacidade do estado." (SALAMON,
1998,).

Nas entidades da sociedade civil as ações são projetadas e submetidas a um


controle organizado, com grande atenção as atividades necessárias de forma
específica, dentro de um modelo globalizado constituído com ações para a terceira
idade dentro da sociedade, ações essas que dignificam, valorizam, incluem os
seres humanos, quer seja ele criança, jovem, adulto, vitimas de preconceitos, ou
idoso que é o foco do presente trabalho, com ações bem elaboradas, ou seja, um
belo projeto que nasce do desejo de pessoas que tem o anseio do bem em seus
corações, e ampliam seu olhar aos menos favorecidos, então desejam integrar,
ressocializar essas pessoas ao seio de uma sociedade.

“Ao envelhecer, as pessoas confrontam-se com Novos


desafios e novas exigências. As limitações físicas são
acrescidas àquelas que a sociedade coloca como os
preconceitos, e os estereótipos, e o grande desafio é construir
permanentemente o próprio caminho a desenvolver atitudes
que as levem a superar dificuldades, integrando limites e
possibilidades de conquistar mais qualidade de vida.” Freire e
Sommerhakder (2000).

As carências que provém do envelhecimento populacional do país, despertaram a


atenção do TERCEIRO SETOR que passa a organizar um plano essencial para
beneficiar o ato natural de envelhecer, pegando como gancho principal os graves
problemas que se proliferam entre a sociedade e o poder publico.

“O envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos quanto a


grupos populacionais. Ele permite que as pessoas percebam
o seu potencial para um conforto físico, social e mental ao

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longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da
sociedade com suas necessidades, desejos e capacidades;
ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados
adequados, quando necessários (OMS, 2005, p.13).”

Sabe-se que é um processo natural envelhecer. Será que o idoso é totalmente


responsável pela sua condição de vida? Na verdade, essa pergunta tem origem no
mau funcionamento e no mau gerenciamento das nações que não desenvolveram
sua capacidade de administrar os benefícios sociais que a terceira idade precisa, e
dentro dessa proteção social, deveria estar à proposta de uma vida digna, livre de
preconceito e de toda forma de opressão.

“(...) livre e espontânea vontade, seja para repousar, seja para


divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para
desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua
participação social voluntária ou sua livre capacidade
criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações
profissionais, familiares e sociais” (DUMAZEDIER, 2001).

Segundo Lehr (1999, p. 23), pode-se inferir que:

[...] “é preciso haver uma mudança de valores, sobretudo no


que tange à imagem negativa que a sociedade propaga dos
idosos, de fragilidade e dependência. Entre as necessidades
de um grande grupo de indivíduos idosos, está a exigência de
oportunidades de serem incluídos nas decisões a respeito da
sociedade e de sua vida diária. Os indivíduos da Terceira
Idade não desejam ser desligados e serem rotulados como
objetos de cuidado somente”.

Ficar velho tem um fator incontestável, viver muitos anos, porem viver por anos e
anos não representa uma vida com qualidade. A velhice deveria esta em
compatibilidade com a vida que levamos. O processo de envelhecer acontece
desde o nascimento da espécie em vida, isso é importante saber, não depois de

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certo período da vida, porém mesmo com a demonstração de pele enrugada,
cabelos grisalhos, e mesmo que tenha ênfase no rosto envelhecido, pelo
sofrimento causado ao longo da vida, as pessoas mostram-se não como idosas,
mas em processo de envelhecimento.

O governo divide com o TERCEIRO SETOR os deveres de edificar a direção do


crescimento social, colocando em certa ordem as parcerias, convênios, contratos
ou constituindo parte da renda que as ONGs necessitam para executar suas ações
propostas, para que seja superadas as seqüência de ações estabelecidas inovando
sempre, primando para uma atividade coordenada com qualidade.

Existem leis que promovem os direitos desses idosos, existem às políticas públicas
de intervenção social e às políticas de proteção a essa classe, porém mesmo
assim, há muito ainda para contribuir e manter o equilíbrio dos mesmos na vida em
sociedade, visto que, essas normas e leis nem sempre são executadas com êxito.
A cultura brasileira é insignificante em comparação aos idosos e propõe mudanças
na maneira de pensar em relação e eles, mas existe também uma cultura de que
tudo isso é realizado por “pena”, juntamente com o desrespeito social, o abandono
familiar e o egoísmo capitalista.

“[..]com base em um conjunto de indagações em pauta entre


as organizações civis que, partindo de um compromisso
social efetivo, colocam-se em campo com o propósito de
buscar alternativas aos atuais desafios, especialmente no que
diz respeito à promoção dos direitos humanos e sociais e à
democracia; ao combate à pobreza, à exclusão social e a
qualquer espécie de discriminação e preconceito; à busca de
alternativas de desenvolvimento sustentável; e ao
fortalecimento e à promoção da cidadania e da participação
política e cultural de todos os setores da sociedade.[...]”.
SERGIO HADDAD (Presidente Da Abong Nas Gestões 1998-
2001 E 2001-2003).

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2.1 SERVIÇO SOCIAL E O TERCEIRO SETOR VOLTADO AO PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO.

O Serviço Social é necessário dentro das ONGs porque as suas ações atendem às
carências sociais, por fim tem um valor de uso, uma serventia social.

A ocupação percorre e constituir-se como parte de uma ação social produzido


fabricado pelo conjunto da população, participando da criação e prestando serviços
que atendem às necessidades sociais, A questão social é a matéria-prima do
trabalho profissional, entretanto, é preciso pesquisar e conhecer a realidade, no
qual almeja um processo de mudanças. Para a sociedade é uma enorme a afronta,
transformar a última fase da vida de uma pessoa um tempo de perfeita satisfação,
conforto, uma boa condição de vida, a realidade do envelhecimento da população
está cada dia mais se evidenciando. Portanto esse aumento da população idosa
ainda não tem sido executado de maneira prazerosa. Não existem políticas
públicas que garantam a essa população usufruir dos serviços e bens sociais, de
um serviço público de saúde preparado para na perspectiva de ganhar mais
qualidade de vida e atender às suas necessidades.

É de grande importância à busca pela auto sustentabilidade, as ONGs necessitam


de profissionais habilitados nas suas tarefas exclusivas e compreende-se que há
carência na qualificação das pessoas que irão desempenhar as funções neste
âmbito, Conforme Drucker (2003, p. 84), “[...] pode ser que o espírito
empreendedor social seja aquilo de que mais necessitamos – em serviços de
saúde, educação, nos governos municipais [...]”.

Nesse contexto surge à importância de fomentar a formação de pessoas com o


interesse e aptidão para a particular atuação junto a questão do envelhecimento,
serão pessoas hábeis, responsáveis, competentes, muitas vezes voluntarias, com
capacidade de planejar, elaborar projetos, saber executar os projetos, saber
administrar e ter nitidez na gestão social. Neste espaço, cabe a atuação de um
Assistente Social, portanto, é ideal que o serviço social inquiete-se para apropriar-
se dos anseios que o tema propõe.

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“Sendo a velhice, portanto um fato biológico, ela é natural e
universal; e isto significa que está presente em todas as
sociedades humanas. Parece, no entanto que somente este
fato natural e biológico é insuficiente para definir a velhice.
Uma definição, apoiada somente na biologia, explicaria
parcialmente a velhice; não seria capaz de dar uma visão
mais ampla dos comportamentos, das atitudes e dos
pensamentos dos indivíduos. O envelhecimento humano
sempre ocorre em uma determinada sociedade e em um
tempo histórico”. Mercadante (1998, p. 24).

Essas instituições são amplos campos de acolhimento aos idosos em situação de


risco e vulnerabilidade social, e o trabalhador do serviço social, é um profissional
que tem capacitação para dominar a luta dentro de um ambiente que buscará
encontrar a solução legal para encarar os desafios da questão dentro do processo
de envelhecimento. Ele deverá conhecer os termos e impossibilidades da entidade
e com seu grau de instrução será necessário, que o trabalhador do serviço social
nunca perca a capacidade de revoltar-se diante das conseqüências injustas que a
questão social reproduz nos dias atuais, não sendo apenas um pacificador de
desavenças, mas sim um multiplicador de ambientes sociais saudáveis.

O profissional de serviço social que trabalha dentro da instituição tem jurisdição


para ser o dirigente da instituição, trabalhando com foco para promover a garantia
de direitos a estes idosos. O jeito com que ele irá conduzir a sua atuação será a
solução no confronto dos caminhos que a entidade irá acolher. Dentro da
instituição o trabalhador do serviço social terá que ter clareza na aplicação das
atribuições de cada um para andar em conformidade com o cargo e a resistência
aos empecilhos e transtornos, necessitará então cumpri seu papel de líder com
aptidão para o desempenho da função, essa função requer do trabalhador do
serviço social eficácia para dominar a seqüência de atos e atividades
estabelecidos, inovando sempre e dominando seu conhecimento para um serviço
com maior qualidade e competência. Na gerencia das ONGs o trabalhador do
serviço social terá sua participação com destaque técnico; discutindo as ações, a

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missão, a visão, os objetivos, as justificativas e até mesmo os orçamentos da
entidade, terá que conhecer os problemas e aplicar a melhor decisão através das
Leis tais como a Lei Orgânica da Saúde, Lei Orgânica da Assistência Social e o
Estatuto do Idoso e fazer uso de cada uma delas. O trabalho do Assistente Social
no seu dia-a-dia dentro do TERCEIRO SETOR é cada vez mais declarado ao
fortalecimento do grupo de pessoas vulneráveis, agindo para a proteção da
soberania popular fundamental, para promover ingresso dentro das políticas sociais
com qualidade, a defender os direitos das pessoas, dentre outras tantas lutas. É
preciso não ter medo para prosseguir com segurança na construção de uma
sociedade que tenha como critério a independência das pessoas.

2.2 O TERCEIRO SETOR E O ESTADO: Olhar Direcionado Ao Envelhecimento

Várias palavras são designadas para falar sobre o TERCEIRO SETOR, portanto
esse ambiente social é o mais importante caminho e sem limites definidos do
trabalhador do serviço social. “O TERCEIRO SETOR é um conceito, uma
expressão de linguagem entre outras. Existe, portanto no âmbito do discurso e na
medida em que as pessoas reconheçam o seu sentido num texto ou numa
conversação” (FERNANDES, 2000, p.25).

Vale ressaltar neste item que o crescimento do TERCEIRO SETOR se dá graças


da atuação com pouco ou nenhum resultado do Estado, em atender a um numero
de cidadãos menos favorecido, em vários sentido requisitando a busca por serviços
sociais, estes espaços constituem importantes tentativas a igualar a sociedade
como um todo, realizando atividades socioculturais e assistenciais ao público e
com certeza o idoso não ficaria fora disto.

Quando nos debruçamos sobre o setor de serviços, é surpreendente constatar que,


apesar de sua importância, este é sem dúvida um dos setores mais mal definidos.
Mal definido, a princípio, se contarmos o número relativamente pequeno de
estudos que lhe são dedicados. Mal definido e, sobretudo indefinido em seus
limites. O campo de serviços é, efetivamente, um dos mais delicados a serem

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explorados, pois suas próprias fronteiras são um problema. O que devemos
entender exatamente quando se fala de serviços? (TÉBOUL, 2002, p.7)

O TERCEIRO SETOR não se ocupa em suas ações excepcionalmente com


dinheiro, mas sim, manifesta o interesse dos seus membros em encontrar uma
melhoria na vida do próximo e na sua própria vida, como também o cuidado
essencial das condições sociais ou a força moral da sociedade, aperfeiçoando as
qualidades e disposições profissionais, e tornar-se maduro como cidadãos.

Trata-se de organizações não-governamentais, sem fins econômicos, que


canalizam uma parcela da “ajuda internacional” para um sem-número de projetos.
Esta “ajuda” é pensada como um instrumento de “promoção social” dos povos do
TERCEIRO SETOR mundo

[...] Manipulam somas vultosas, mas não visam ao lucro.


Mobilizam a dedicação voluntária, mas não são igrejas.
Insistem na gratuidade do serviço, mas não são centros de
filantropia. Mexem muito com a política, mas não são
partidárias e, via de regra, querem ser distantes do Estado.
Promovem o desenvolvimento, mas não são “especialistas em
produtividade”. Fazem pesquisa, mas não são “acadêmicas”.
(OLIVEIRA, 2004, p. 2-3).

Reconhece-se a ligação do TERCEIRO SETOR e as mudanças ocorridas na vida


das pessoas idosas, quer sejam culturais familiares, demográficas ou econômicas.
Sabemos que o TERCEIRO SETOR nunca vai tomar o lugar do governo nas
ações dirigidas para a sociedade, nem as empresas com sua responsabilidade
social e sua relevante contribuição as causas sociais mesmo visando lucro, mas o
TERCEIRO SETOR tem a pretensão própria, e pode realizar convênios e unir-se
com o primeiro e o segundo setor no que diz respeito a gestão dos serviços
próprios aos idosos.

Em se tratando da parcela idosa da população, as instituições do TERCEIRO


SETOR deveriam propor também atividades, para as famílias desses usuários,

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julgando que não deveria ser possível realizar ações sociais sem incluir os
parentes como um todo, visto que, esse público geralmente tem uma certa
dependência dos seus cuidadores.

Ocupar-se em uma organização de caráter social para apoiar o idoso carente e


gerar uma melhor qualidade de vida, mostra-nos que a função do TERCEIRO
SETOR não é tomar o lugar do estado no cumprimento das habilidades inerentes
ao governo, mas percorrer o caminho juntos, e assim as ONGS com certeza
viabilizarão uma visível a mudança a partir do instante em que os indivíduos se
organizem com a intenção de reverter a realidade da sociedade de idosos
excluídos e abandonados.

Para aumentar o conhecimento da atual relação entre o TERCEIRO SETOR e o


processo de envelhecimento, no que queremos dizer a respeito da gestão de
serviços, está o mérito do presente artigo, relacionando à necessidade de soluções
para o atendimento que esse público tanto precisa, situação que cabe
primeiramente ao poder público, e depois as organizações filantrópicas que darão
sua pequena parte de contribuição e realizarão a inclusão social dos idosos, no
âmbito social, o que é em primeiro lugar um direito, e uma pena que não
reconhecido por todos, pois, num mundo em que o egoísmo apoderou-se justifica-
se dizer que as pessoas querem viver muito, mas ninguém quer ficar velho.

A sociedade capitalista descarta o idoso, é como se o ser humano tivesse um


prazo de validade, chegando a determinada idade é jogado fora. Segundo
Zimerman (2000, p. 28),

“Vivemos em uma sociedade em que a expectativa é ser


adulta. Quando uma criança ou um adolescente projeta o
futuro sempre se vê como um adulto jovem, formado, com
alguma profissão, trabalhando e ganhando dinheiro, não se
imagina um velho feliz e até prefere nem pensar na velhice,
como se um idoso já fosse um inútil ou alguém com uma
doença infectocontagiosa. Para muitas pessoas, quando se

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fala em velho à imagem que vem à mente é a de um sapato
gasto, furadas e que, portanto, já não serve pra mais nada”.

A idade avançada de uma pessoa não deveria fazê-la ter menor relevância que os
outros cidadãos, como muitos os julgam, mas sim, deveria apenas existir uma
consciência de que acontecem duas fases da vida, em que o ser humano precisa
de maiores cuidados e atenção, que é a infância e a velhice, e que muitos desses
idosos que muitas vezes são desprezados, maltratados, judiados, são os mesmos
adultos que outrora empregaram seu amor, seus cuidado, preocupações e zelo a
quem hoje os desprezam.

Um dos segmentos da população brasileira que é vitima de


maior preconceito e marginalizado é o idoso. Magalhães
(1989, p. 18) assinala a seguinte afirmação: [...] Se a velhice
passar a ser encarada como fase normal da vida e não como
marginal, haverá uma mudança significativa em relação ao
papel e importância dos idosos na sociedade brasileira, porém
entendemos que há muitas trilhas a serem percorridas,
sobretudo porque o idoso ainda é forte alvo de preconceitos
numa sociedade marcada pelo consumo.

As pessoas idosas deveriam ser inclusas no mundo globalizado, e participar com


sua força política, sua experiência de vida, expondo suas reais organizando-se, em
parcerias com representantes da esfera civil como as ONGs, juntamente com os
poderes executivo, legislativo e judiciário, e demais órgãos assim sentir-se-iam
úteis para contribuírem a criar, modificar ou mesmo tornar reais as leis que
regulamentam o estatuto do idoso de acordo com as suas reais necessidades.

“Nossa expectativa de vida depende do nosso estilo de vida.


Expectativa de vida não significa somente tempo de vida, mas
também qualidade de vida; não leva em consideração
somente a idade que um indivíduo terá, mas como ele
envelhecerá. (Schaefer, 1975).”

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Discute-se hoje em dia sobre um novo processo político para combater o
preconceito contra o idoso, mas seria necessária uma mudança individual,
começando realmente do interior de cada ser, e depois dessa transformação cada
um em particular reproduziria ao externo, só assim quem sabe, cada pessoa que
tivesse esse bloqueio dentro de si com relação ao idoso, passaria a olhar para o
mesmo com mais atenção, com a decência de tratar bem uma pessoa vulnerável,
mesmo sabendo que não é fácil, visto que cada um traz consigo sua própria
personalidade, porém com a união e ajuda de uns pelos outros isso poderia sim ser
possível, pois também é uma questão de ética inerente ao ser humano, ao ser
cidadão.

Ser idoso é ter uma idade acima de 60 anos, e por isso geralmente recebe
cognomes, passam a ser chamado de velho, de tio, de tiazinha, dona Maria, ou
seja, o idoso perdem a sua identidade, o seu nome, ou seja, uma velhice marcada
pelo preconceito, pela desigualdade, pela miséria, ninguém pergunta sobre sua
vida, a sua história cai no esquecimento, e então o que lhe sobra?

Dentro dos programas e projetos ofertados pelas entidades do TERCEIRO


SETOR, o cidadão idoso poderá voltar a ter a dignidade de sua vida de volta,
poderão dançar, praticar esportes, participar de eventos culturais, encontro com
amigos da mesma idade, ou mesmo mais jovens que os aceite com naturalidade,
também ter relacionamento amoroso e uma vida social ativa e almejada. O idoso
poderá ser atendido no TERCEIRO SETOR através da valorização da sua história
de vida, da sua experiência.

De acordo com a opinião de Sueli A. Freire e Cínara Sommerhalder,

“Envelhecer nos tempos modernos pode significar um


presente da alta tecnologia, de corrida contra o tempo, de
produção e renovação de conhecimentos. Mas, para
vislumbrarmos um futuro em que possamos viver como
pessoas felizes, como cidadãos dignos e atuantes, é preciso
não desprezar as vivências do passado, boas ou ruins, que
deram certo ou não, pois elas podem gerar a força necessária

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para vivermos o amanhã. Além disso, é necessário olhar para
dentro de nós mesmos e para as pessoas a nossa volta, a fim
de resgatarmos as relações interpessoais e a confiança em
nós mesmos e nos outros.”

5.CONCLUSÃO

Pode-se perceber com o presente artigo, que o problema do envelhecimento


populacional é real e gera dentro do seu processo de condução uma gama de
preposições preocupantes que carecem de muita atenção, dentro das áreas
econômicas, política, habitacional, cultural, social e de saúde, no interior das
entidades do TERCEIRO SETOR.

A cultura Brasileira tem pouca condição de tratamento com o idoso, à faixa etária
cresceu muito nos últimos anos, e a perspectiva de vida aumentou, e de contra
mão, ha poucos nascimentos.

Os idosos constituíram famílias, foram pessoas poderosas, foram pessoas simples,


foram trabalhadores, foram arrimos de famílias e de repente estão sós, estão
pobres fisicamente, pobre materialmente, pobre afetivamente, abandonados. O
idoso é parte da história do país, das nações. O que restou para os idosos foi
apenas o esquecimento de sua história. Na gestão de serviços, para essa parcela
da sociedade, está aberto um moderno campo de trabalho no que se refere às
oportunidades atividades que surgem dentro das ONGs.

Não foi com a intenção de assimilar todas as deficiências relacionadas ao processo


de envelhecimento que este trabalho foi produzido, mais também, salientar a
carência que existe diretamente ligada tanto a população idosa como nas próprias
instituições que procuram dar ênfase ao assunto.

O processo de envelhecimento trabalhado nas entidades sem fins econômicos,


ainda é uma matéria até agora sem extensão determinada, sem apoio real ao
desenvolvimento das suas funções, em comparação ao que é conhecido no seu

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real crescimento histórico. Durante o período da pesquisa, alguns pontos sobre o
TERCEIRO SETOR ficaram fortemente evidenciados, a existência de entidades de
vários tipos agindo sob a denominação TERCEIRO SETOR (ONGs, fundações,
associações, entidades de assistência social e filantrópicas, preservadores e
defensores etc.), com objetivos excelentemente sociais, mas que apresentam
organismos estruturados e seus usuários totalmente distintos, e que entrevêem, em
particularidade, na sociedades, em suporte ou o não comparecimento do Estado. O
presente trabalho, não é dotado de vaidade de exaurir as opções sobre a gestão
de serviços para o processo de envelhecimento via TERCEIRO SETOR,
exatamente porque ficou evidenciado a vasta carências de pesquisas, e análises
de vários outros fatores, restringindo à possibilidade de uso de ONGs como
membro de hábitos na gestão de serviços no processo de envelhecimento em um
ponto de vista interdisciplinar.

Com relação ao objetivo geral do estudo, pôde-se comprovar que ainda não é
solida a ligação entre o TERCEIRO SETOR e o processo de envelhecimento, o
que deixar bem transparente que há uma ampla carência neste seguimento, visto
que, dentro dessas organizações ainda prevelace um destaque totalmente voltado
para os serviços da infância e juventude. Não é objetivo final do presente trabalho,
discutir as teorias das políticas do estado sobre a questão do processo de
envelhecimento, trata-se, de emitir uma nova visão, um modelo padrão não
assistencialista, mas definido e viável no que se refere ao uso das ONGs como
complemento as ações do Governo, na gestão de serviços para os problemas do
processo de envelhecimento.

Em todas essas circunstâncias, eis que surgem algumas dúvidas: as organizações


da sociedade civil têm como foco e trabalham em virtude do público supracitado,
criança e adolescentes, não poderiam sem ampliados horizontes e olhares a esse
público que se forma e aumenta dia após dia, que são denominados “ os velhos”?

De forma geral, pode-se entender que as ONGs, estão trabalhando para um bom
resultado procurando realizar cada vez mais ações desse setor, através de
instrumentos de gerencia que podem levar a esse resultado, no entanto a
necessidade, de um protótipo de gestão exclusivo para esse Setor que, como já foi

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dito antes, tem particularidades especificas, e vem a ser um processo bem mais
devagar. Somando a todos os fatores, percebe-se através da pesquisa que não
basta apenas o gestor da entidade ter conhecimentos a respeito da importância de
uma boa administração, tem que haver uma combinação entre todos, incluindo os
que trabalham assalariados e voluntários. Essas entidades não devem tirar proveito
apenas da dedução e bom julgamento na hora de tomar decisões, mas sim de
preceitos técnicos gerenciais.

O mérito presente do artigo está arrolado ao fato do envelhecimento da população


e à carência de soluções convenientes para o atendimento do novo ser social,
situação que cabe as ONGs realizar sua contribuição e causar a inclusão social
dos idosos. Pois tais entidades estão em crescimento, moldando-se cada vez mais
aos graves problemas sociais que estão presentes no Brasil e no mundo.

A solução para diminuir o sofrimento do envelhecer, acontece quando pessoas


tratam o idoso com respeito, quando levam alegria a eles, quando transmite-lhes
confiança, dando-lhes carinho, força suficiente para que seja intensificado o vigor
de viver, mas na sociedade acontece o contrario, o que muitas vezes se
multiplicam é a falta de educação, a falta de carinho, de paciência, e principalmente
desrespeito para com os mesmos.

Nem sempre é ensinado a lidar com as fragilidades sociais ou com as pessoas


idosas em casa, na escola, ou em qualquer outro lugar. Se a sociedade tivesse
respeito ao idoso, acatasse as suas reais preferências, os enxergasse como
pessoas que já deram o seu melhor e fizeram tudo o que puderam, poderiam ainda
usufruir das suas experiências, dos seus saberes e essa lei que oferece para eles
proteção social, nem precisaria existir.

Porém, infelizmente para sentirem-se vivos, e sentir a alegria da pouca honra


humana que lhes resta, a lei deverá se manter cada vez mais atualizada e
vigorosa, pois se não for assim, com tanta ignorância essas crianças grandes
jamais conseguiriam manter esses corpos tão frágeis de pé.

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6.REFERÊNCIAS:

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http://www.abong.org.br/novosite 2004.
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