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Capítulo I

Noções Básicas Sobre a Gagueira:


suas características, sua etiologia
e as teorias sobre sua natureza
Lucia Maria Gonzales Barbosa

No campo dos distúrbios da fala, a gagueira é uma das áreas de estudo mais
fascinantes. Aqueles que nela se aprofundam, se deparam com intrigantes questões,
que instigam a curiosidade científica(2-4,8,12,27). Ainda não se estabeleceu qual a sua
etiologia, nem se explicou porque, em certos casos, o quadro, que surge
repentinamente na infância, às vezes pode desaparecer espontaneamente – sem
nenhum tratamento – ou, em alguns casos, se cronificar de forma persistente, para o
resto da vida (4,10,18). O seu diagnóstico não é uma tarefa simples, embora existam
diversos critérios para se avaliar tal distúrbio, um consenso sobre quais os mais
relevantes ainda não foi estabelecido (5-7,15).
Por falta de informação especializada sobre o que é a gagueira, como prevení-
la, avaliá-la e tratá-la eficientemente (2), muitos estudantes de fonoaudiologia, ou
mesmo alguns fonoaudiólogos, não se sentem confortáveis para atender pacientes
que gaguejam. Tal fato não se restringe ao Brasil, mas também é observado em outros
países (28). A área da gagueira ainda não se constitui em uma especialidade. No entanto,
faz-se necessária uma formação específica (que ainda não é oferecida), para que se
possa compreender melhor tal distúrbio e, desta forma, oferecer serviços de melhor
qualidade para a população que apresenta gagueira. Mas isto não vem impedindo o
aprimoramento de diversos profissionais que, movidos pelas dificuldades e desafios
que encontram em sua prática clínica com pacientes que gaguejam, vêm buscando,
por conta própria, a atualização de seus conhecimentos sobre a gagueira. De fato, já
se conta com fonoaudiólogos sérios, capacitados para oferecer serviços de qualidade
nesta área. No entanto, as fontes de informações disponíveis são muito reduzidas,
em face das demandas que existem neste campo. Muito ainda existe a ser estudado
sobre os aspectos essenciais referentes à gagueira. Neste capítulo, pretende-se fornecer
noções básicas relativas às suas características e sua etiologia, assim como às diversas
teorias que foram propostas ao longo dos anos.
Antes, porém, convém esclarecer ao leitor que ao longo deste capítulo o
termo “sintoma” – que, devido a diferentes enfoques, pode ser entendido como sinal
de doença ou de conflitos inconscientes – está sendo empregado de acordo com um
sentido específico. Na literatura sobre gagueira, vem sendo utilizado para denotar
um comportamento que expressa um aspecto do próprio distúrbio (12), ou uma
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manifestação indicativa de um distúrbio (13). Assim, neste texto, deve-se considerar que
a palavra “sintoma” está sendo usada com base em tal perspectiva.

AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA GAGUEIRA


A gagueira é um distúrbio universal, referido em todas as partes do mundo
e encontrado entre todas as raças e classes sócio-econômicas (5,10,20). Geralmente
surge na infância, no período entre os dois e os cinco anos de idade. O seu
aparecimento costuma ser gradual. Por isso, nem sempre os seus primeiros sintomas
são facilmente identificados. Porém, um terço das crianças pode começar a gaguejar
abruptamente (1,5,10,11,18).
Entre 50 a 80% das crianças que apresentam sintomas de gagueira na infância
conseguem se recuperar, com ou sem tratamento fonoaudiológico, antes da puberdade.
Até os 16 anos, 84% das crianças que já gaguejaram terão se recuperado (1,5,18). Tal
remissão da gagueira costuma ocorrer, no máximo, em até dois anos ou ao redor dos
18 meses, após o surgimento de seus primeiros sintomas (10). Depois desta época, a
gagueira pode manter-se estável, progredir ou piorar, mas jamais desaparecer
completamente. Após o estabelecimento do quadro, a tendência é a de se cronificar.
Por isso, a recuperação do adolescente ou do adulto é sempre parcial, sendo que em
muitos casos a cura não é alcançada (4,8,13).
Sua incidência, ou seja, a porcentagem da população que gaguejou em algum
momento de sua vida, é de 4%. No entanto, após a puberdade tal número sobe para
5% (1,5,13,18). Quanto à sua prevalência, ou seja, a porcentagem da população que
gagueja em um determinado período é de 1% para crianças. Esta porcentagem se
mantém constante até por volta dos 12 anos de idade. A partir daí, tende a declinar,
em função do curso da gagueira (1,5,13,18). Após a puberdade encontra-se ao redor de
0,8%, podendo chegar a 0,5%. Sua prevalência é menor do que sua incidência porque
a remissão espontânea do quadro costuma ocorrer antes da adolescência.
A gagueira afeta mais o sexo masculino do que o feminino, numa proporção
de 2.3:1 a 3.0:1. Há, praticamente, três vezes mais homens do que mulheres, entre a
população que gagueja (1,4,5,12,18,20).
Tal distúrbio tende a ocorrer dentro de famílias que já possuem outros
membros que também gaguejam, ou gaguejaram (1,4,5,20). Em comparação com a
população em geral, o risco para a gagueira é três vezes maior, entre parentes de
primeiro grau de indivíduos que gaguejam (1,4,5). Um terço ou metade de tais indivíduos
referem que possuem um membro de sua família que gagueja ou que já gaguejou (12).
Há evidências de transmissão genética, principalmente a partir dos
estudos com gêmeos. Gêmeos univitelinos (monozigóticos) têm maiores
probabilidades de ambos se tornarem gagos do que gêmeos fraternos (dizigóticos)
(1,5,12,20)
. De fato, acredita-se que a predisposição para gaguejar deva ser determinada
por fatores genéticos (12,13,17).

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Capítulo II
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DAS DISFLUÊNCIAS
Verena Maiorino Degiovani

Trabalhar clinicamente com os distúrbios da fluência requer do fonoaudiólogo


a apropriação de conhecimentos específicos desta área. Nesse sentido, este capítulo
busca fornecer informações e referências para que se possa identificar e diferenciar as
disfluências, auxiliando assim no processo diagnóstico e possibilitar encaminhamentos
e abordagens terapêuticas adequados. Muitos são os distúrbios da fluência. A seguir
serão descritos, além da gagueira, a disfluência psicogênica, disfluência neurológica,
taquifemia e a disfluência como conseqüência de um atraso na aquisição de fala e
linguagem.
Se considerarmos qualquer distúrbio de fluência como gagueira o resultado
pode ser um tratamento ineficaz. Algumas abordagens, além de não apresentarem o
resultado esperado sobre a disfluência do indivíduo, podem ainda, constituir fator
agravante do distúrbio da fluência. Devemos considerar também que alguns
procedimentos utilizados na terapia de gagueira mostram-se prejudiciais às disfluências
psicogênicas, por exemplo.
O fonoaudiólogo é, freqüentemente, o primeiro profissional a ser procurado
pela pessoa - ou família da pessoa - com alteração da fluência da fala. É fundamental,
portanto, que este profissional conheça profundamente os diversos distúrbios da
fluência, suas características, suas diferenças e suas peculiaridades, para realizar uma
avaliação fonoaudiológica minuciosa e melhor conduzir o caso. Ao reconhecermos as
diferentes disfluências, observamos que, por vezes, torna-se necessário recorrer a uma
equipe multidisciplinar a fim de obter-se um diagnóstico mais preciso. Observa-se
também que em determinados distúrbios da fluência, o tratamento fonoaudiológico
é insuficiente e o encaminhamento a outros profissionais torna-se fundamental para
que se obtenha resultados terapêuticos satisfatórios.

GAGUEIRA
Apesar da gagueira ser um distúrbio de fala bastante freqüente (cerca de
1% da população (1)) e conhecido desde tempos remotos, ainda não existe um consenso
em relação à sua definição e provável causa. A Stuttering Foundation of América (10),
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registra 12 definições de gagueira que variam de acordo com os estudos e experiências
de cada autor. Uma das definições mais aceita divide o tema em vários tópicos.
A gagueira tem seu início predominantemente na infância: como já relatado,
a gagueira tem seu início predominantemente na infância e, em menor proporção,
na adolescência. Dessa forma, quando nos deparamos com uma pessoa com queixa
de que seu distúrbio de fluência teve início na fase adulta, este caso deve ser
exaustivamente investigado, pois podemos estar frente a um caso de disfluência
psicogênica ou disfluência neurológica. Durante a anamnese, pode-se constatar que
a alteração da fluência já existia anteriormente mas de uma forma mais amena ou
que nunca foi valorizada até o momento que a disfluência passa a ser um obstáculo
na vida pessoal e/ou profissional desta pessoa.
Fatores etiológicos ainda não totalmente identificados: a causa da gagueira
ainda não foi completamente esclarecida. Ao se investigar o início da gagueira em
crianças observou-se que, na maioria delas, não era possível afirmar com precisão
quais os fatores que eram responsáveis pelo seu desencadeamento (20). Na grande
maioria dos casos não havia conflitos aparentes, doenças, oportunidades de imitação,
choques ou experiências de medo. A gagueira parecia se iniciar em condições normais
de vida e comunicação. Sendo assim, nos casos onde há um marco claro do início da
gagueira, devemos ficar atentos para não confundi-la com outro distúrbio da fluência.
Apesar de existirem algumas linhas de pesquisas que tentam explicar a(s) possível (is)
causa(s) da gagueira, nenhuma delas dá conta de toda a sua complexidade. As pesquisas
atualmente tendem a defender a multicausalidade, ou seja, tendem a considerar que
a gagueira é causada pela inter-relação de fatores lingüísticos, orgânicos, psicológicos
e sociais.
Repetições diferentes das “normais”: ao observarmos a fala de pessoas sem
queixa de gagueira, eventualmente encontramos repetição de sílabas, de palavras e
breves prolongamentos, porém a freqüência é pequena e dificilmente vem associada
à tensão. Não se encontram bloqueios ou pausas inadequadas.
A gagueira é modificada com a intervenção terapêutica: existem algumas
estratégias que promovem a fluência na fala de pessoas apresentando gagueira como
é o caso de cantar, ler em uníssono, usar da fala sussurrada, falar no ruído (utilizando-
se de fone de ouvido), fenômeno de adaptação na leitura (quanto mais vezes um
mesmo texto é lido pelo paciente, mais fluente ele vai se tornando neste texto) e
automatismo. Dificilmente o paciente gagueja ao contar de 0 a 10, por exemplo, ou
ao fazer uma oração a que está habituado. Caso esses “fenômenos” não ocorram na
fala da pessoa que está sendo avaliada, mais uma vez devemos ficar atentos ao
diagnóstico diferencial com outros distúrbios da fluência.
Movimentação secundária não evidente durante os períodos de fluência:
há evidências de que a movimentação secundária, ou seja, os movimentos que a
pessoa que gagueja faz durante os períodos de disfluência — como, por exemplo,
jogar o pescoço para trás, piscar os olhos com tensão, bater as mãos no joelho, arregalar

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Capítulo III
AVALIANDO CRIANÇAS COM GAGUEIRA
Anelise Junqueira Bohnen

INTRODUÇÃO
Como atender bem a pessoa que gagueja?
Essa é uma pergunta intrigante que requer um posicionamento individual.
Partindo do princípio de que não dá para tornar unidimensional o que é
multidimensional (8), nem dá para considerar unânime o que ainda é controvertido,
inicio este capítulo dividindo com o leitor os pressupostos que norteiam meu trabalho
com gagueira:
1. Atender bem é um pressuposto inerente ao trabalho e já está discutido
na Introdução deste volume.
2. Pessoa que gagueja ou pessoa com gagueira (ao invés de gago) é um
pressuposto que tem a ver intrinsicamente com concepção de ser humano. A pessoa
é um ser de pensamento, palavra, ação e afetos, adequado ao seu tempo e ao espaço,
que constrói seus relacionamentos com os outros(8) e que, portanto, não pode ser
reduzido a um rótulo. Como profissionais da saúde, em geral e da fonoaudiologia
em particular, temos que desenvolver e aprimorar os padrões de comunicação das
pessoas. Se lhes atribuímos rótulos, parece-me que não estamos colaborando para o
estabelecimento de um diálogo facilitador, para a melhoria da auto-estima e do
sentimento de pertencimento dessas pessoas.
3. Gagueira é um distúrbio de comunicação que vem sendo desvendado
aos poucos, principalmente através da genética e das neurociências* . É uma ruptura
na expressão oral de um indivíduo, caracterizada por desvios no fluxo, suavidade,
ritmo, velocidade e/ou esforço com as quais as unidades fonológicas, lexicais,
morfológicas e/ou sintáticas são faladas (4,28). Há interrupções significativas na seqüência
estabelecida de sílabas e palavras emitidas em um determinado tempo.
Na criança, a gagueira se manifesta predominantemente ao redor dos três
anos, idade que coincide com o aumento da complexidade do desenvolvimento da
linguagem oral (25). Repete sílabas ou parte de palavras, pode apresentar traços
acessórios, a respiração tem interrupções, há evidências de tensão vocal (elevação de

* Embora exista um grande número de publicações nesta área, ao final do capítulo deixo algumas sugestões de leituras.
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pitch e dB). Geralmente a criança percebe sua gagueira.
4. Na disfluência aparecem interrupções no fluir das palavras, mas repetições
de sílabas, pausas (bloqueios) ou traços acessórios não são percebidos (29). São mais
comuns na fala fluente normal e podem manifestar incertezas e/ou imprecisões
lingüísticas. Qualquer pessoa pode apresentar algum momento de disfluência, sem
que isso signifique que esteja gaguejando (28,29). A criança não se dá conta da sua
disfluência, não repete sílabas e sim toda a palavra ou segmentos de sentença, as
pausas são raras, a respiração não tem interrupções e não há evidências de tensão
vocal (24,29). Manifesta-se entre os dois e os seis anos, tem um tempo curto de duração
(na minha experiência entre seis e dez semanas, mas têm autores que acreditam
poder durar até 65 meses (11,23)), desaparece espontânea e totalmente, se bem manejada.
5. Linguagem é a representação do que sabemos e pensamos sobre o
mundo, transmitida e entendida através de sinais e símbolos convencionados e
arbitrários e que tem a comunicação como seu objetivo maior (5). A comunicação
precisa se estabelecer, mesmo que os códigos lingüísticos estejam alterados. Como
a fluência é um dos parâmetros da linguagem, entendo a gagueira como um
distúrbio de comunicação que deve ser bem entendido e bem atendido por
fonoaudiólogos.
Embora pareça óbvio, nunca é demais reforçar. O meu atender bem pessoas
que gaguejam começa por estes pressupostos. Espero que o leitor possa recorrer a eles
sempre que sentir necessidade e que o auxiliem na sua compreensão do que virá a seguir.

AVALIANDO A GAGUEIRA INFANTIL


Avaliar significa, no caso da Fonoaudiologia, fazer uso de procedimentos,
observações e recursos que possam auxiliar na identificação de um problema de
comunicação, fluência inclusive. No caso da gagueira, avaliar NÃO significa definir
sua etiologia ou sua natureza. Significa usar recursos e medidas quantitativas e
qualitativas que nos permitam compreender o nível de fluência, disfluência e ou
gagueira, além de permitir que se defina objetivos terapêuticos para uma terapia
centrada na pessoa que gagueja e não necessariamente só na sua patologia.

PRINCÍPIOS DA AVALIAÇÃO
a. Princípio da Unicidade
O ser humano é único, importante e especial. O que serve para um não
necessariamente serve para outro.
b. Princípio da Complexidade
A linguagem é relativa, dinâmica, condicional e complexa. Se gagueira é
um distúrbio de comunicação, a avaliação tem que ser dinâmica, complexa e voltada
para os processos de linguagem e comunicação usados pela pessoa-alvo. As pessoas
que gaguejam tendem a usar uma linguagem menos complexa para privilegiar a

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Capítulo IV
FAZENDO TERAPIA PARA CRIANÇAS QUE
GAGUEJAM E ORIENTANDO SUAS FAMÍLIAS
Anelise Junqueira Bohnen

TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA


A CRIANÇA QUE GAGUEJA

INTRODUÇÃO
Como ainda não temos conhecimento pleno sobre sua etiologia, a gagueira é
um distúrbio que gera muita controvérsia. Na medida em que sua origem ainda não é
clara, acabamos esbarrando na falta de um saber mais específico sobre como tratá-la.
Como o homem é um processo, ou seja, não é completo nem perfeitamente
acabado, está em constante evolução, suas habilidades de comunicação seguem o
mesmo critério. Na gagueira não poderia ser diferente. O que se sabe sobre o assunto
ainda está distante de nos proporcionar uma real compreensão de todas as variáveis
que se inter-relacionam neste distúrbio de comunicação. No entanto, as possibilidades
de contribuir para uma melhora de qualidade de vida dos que gaguejam são concretas.
Exigem esforço, muito estudo, persistência e disponibilidade, tanto dos
fonoaudiólogos e dos profissionais da saúde e da educação, quanto das próprias
pessoas que gaguejam e seus familiares. Já há evidências científicas e clínicas de que
pessoas que gaguejam se beneficiam da terapia fonoaudiológica (8).
Neste capítulo se vai abordar a terapia para a gagueira infantil através de
princípios, objetivos, critérios e exemplos. Também se pretende discutir sobre algumas
habilidades que os fonoaudiólogos podem desenvolver, que considero fundamentais
para aumentar a eficácia da terapia.

PRINCÍPIOS
Já se falou nos princípios da avaliação da gagueira, no capítulo anterior.
Por uma questão de coerência, os princípios da avaliação são os mesmos que
fundamentam a terapia. Um plano terapêutico emerge da análise dos resultados
encontrados numa avaliação ao mesmo tempo abrangente e específica. Deve
contemplar objetivos que sejam coerentes e consistentes com os paradigmas de cada
profissional, e que estejam sintonizados com os avanços da ciência neste assunto.
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Convido o leitor a ler (ou reler) os princípios já relacionados no capítulo anterior
(unicidade, compreensão e compreensão). Além desses, dois outros princípios
ajudam a definir os paradigmas da terapia.
a) Princípio da hierarquia
O vocábulo “hierarquia” tem muitas interpretações, nem sempre de caráter
positivo por estarem ligadas a conceitos de poder e autoritarismo. No caso específico
da terapia da gagueira, o princípio da hierarquia diz respeito à organização crescente
ou decrescente de objetivos terapêuticos fundada numa ordem ou seqüência de
prioridades, inerentes ao processo evolutivo. Ou seja, aquisições em um nível mental,
cognitivo, motor, afetivo ou social superior não ocorrem acidentalmente. “São
intrinsicamente derivadas das aquisições realizadas em níveis precedentes” (20).
O princípio da hierarquia pressupõe que sejamos capazes de organizar as
seqüências necessárias para que o processo terapêutico tenha sucesso. Isto implica
em conhecimento das várias etapas evolutivas da criança, dos processos de aquisição
da linguagem, e da evolução da gagueira, por um lado. Por outro, também é necessário
o entendimento sobre as dificuldades que existem nos processos de mudanças de
atitudes comunicativas em geral e nas pessoas que gaguejam em particular.
Hierarquia aqui NÃO pressupõe rigidez nem engessamentos paradigmático
e metodológico. Pressupõe a compreensão de como e quando os vários processos de
aquisição vão acontecendo, tanto no que tange aos considerados “normais” ou
esperados para cada faixa etária, quanto àqueles que temos que estabelecer como
etapas de aquisição de uma fluência mais adequada.
b) Princípio da flexibilidade
Como a abordagem filosófica é a avaliação e a terapia centradas na pessoa
que gagueja e não na patologia, o respeito ao princípio da flexibilidade é fundamental
para que possamos atingir os objetivos terapêuticos decididos em conjunto com a
criança, sua família e cuidadores e outros profissionais envolvidos em cada caso. A
flexibilidade deve ser vista como um princípio que possibilita a adequação sensível,
ágil, permeável e compreensiva das necessidades específicas de cada um, seja da pessoa
que gagueja, da sua família, da escola, seja dos integrantes da equipe de trabalho.
Para reforçar, flexibilidade NÃO significa ausência de rigor metodológico,
ausência de planos terapêuticos, terapia centrada na atividade, ausência de critérios.
Significa sim levar em consideração as características e necessidades individuais de
cada criança que gagueja, e ter a capacidade de mudar o rumo da terapia quando os
resultados que estão sendo obtidos não são os esperados.
O respeito ao princípio da hierarquia permite manter os critérios do
princípio da flexibilidade. Nem sempre o que determinamos para uma etapa da
terapia funciona como havíamos planejado. É preciso ser rápido no uso das
observações e do conhecimento, ser ágil na busca de respostas, ser humilde para
reconhecer nossa falibilidade.

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Capítulo V
O ADOLESCENTE E A GAGUEIRA
Ignês Maia Ribeiro

“É possível acordar alguém, mas despertar, só a si mesmo.”


John Lenon

INTRODUÇÃO
A gagueira é um distúrbio da comunicação que pode causar transtornos,
mais ou menos importantes, à vida da pessoa que gagueja. Por esta razão merece por
parte do fonoaudiólogo uma atenção especial na adolescência, período de tantas
inseguranças e indefinições. Uma alteração na fluência pode interferir no
amadurecimento emocional do jovem, dificultar sua vida social, alterar sua auto-
estima e influenciar no desenvolvimento de suas potencialidades.
Dessa forma, a terapia fonoaudiológica para o adolescente que gagueja exige
do profissional conhecimentos específicos em relação a fluência e seus distúrbios. É
ainda imprescindível que se conheça bem o universo adolescente e o processo da
adolescência, com suas características e peculiaridades.

FLUÊNCIA E GAGUEIRA
Definir fluência não é uma tarefa fácil (15). Não são apenas as hesitações, os
prolongamentos ou bloqueios que determinam se a fala é ou não fluente. Uma pessoa
que fala sem hesitações, porém extremamente devagar, pode não ser considerado um
orador fluente. Ritmo, entonação, velocidade, tonicidade são aspectos temporais
inerentes a produção de uma fala fluente (30,31). Temos então que a fluência se
caracteriza pela seqüência, traduzida pela organização temporal dos fonemas inserida
em uma realidade lingüística; pela duração, expressa pelo tempo utilizado para a
articulação do elemento fonético; pela velocidade, definida pela rapidez com que os
elementos fonéticos são articulados, levando-se em conta que cada elemento fonético
tem duração variável e pelo ritmo, a forma da velocidade da fala, ou seja, a prosódia,
a cadência, a duração dos elementos (5,6). Pode-se incluir, também, o esforço com que
o orador fala (30). Ao falar esforço, nos referimos ao trabalho mental e físico que um
orador faz ao falar. Fundamentalmente, a fluência pode ser pensada simplesmente
como a falta de esforço na produção da fala (30,31,32).
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Contudo, é importante apontar para a constatação de que não há fluência
plena . A disfluência é parte integrante da fala de qualquer pessoa. Todos
(15)

apresentamos alguma disfluência em algum momento. Temos então que a atividade


de fala é composta de momentos de fluência e disfluência integrados (10,22).
As disfluências apresentam-se também na infância, em diferentes graus de
ocorrência e intensidade, como já citado em capítulos anteriores deste livro. Autores
de diversas correntes científicas, têm-se dedicado ao estudo das disfluências buscando
diferenciá-las da gagueira e critérios de avaliação foram definidos com o objetivo de
saber quando uma intervenção clínica específica se faz necessária (ver capítulo III,
deste volume).
Apesar da gagueira ser conhecida desde a mais remota antigüidade e ser
amplamente investigada, até o momento, não há consenso sobre sua etiologia. Sua
ocorrência pode ser observada nas mais diferentes culturas, não se restringindo a
uma região em particular, ou mesmo a diversas regiões do mundo. (ver capitulo I
deste livro)
Uma posição científica bastante aceita no momento e aqui assumida, é que
a gagueira é um distúrbio da comunicação, caracterizado por rupturas involuntárias
na fala e que a sua aquisição e desenvolvimento se dá a partir da integração dialética
de fatores hereditários, biológicos, psicológicos, lingüísticos e sociais (1,3,5,22,23).
Para entender o gaguejar é fundamental que se compreenda todo o
desenvolvimento da habilidade de fala(10,22). É preciso construir um raciocínio dialético
que articule a dimensão biológica, incluindo-se aqui a motricidade e a ativação das
emoções, com a psicológica, que compreende a habilidade de racionar e os estados
afetivos, com a social, que compreende os costumes, valores e regras assumidas pelo
grupo a que pertence (9,10,11,22).
Como também já referido no Capítulo I deste livro, a gagueira pode iniciar-
se na maioria dos casos na infância e mais raramente na adolescência. Quando começa
na fase adulta faz-se necessária uma avaliação minuciosa para se chegar a um
diagnóstico preciso. Nesses casos, muitos determinantes podem estar envolvidos (19),
como por exemplo, fatores neurológicos (Disfluência Neurogênica) ou psicológicos
(Disfluência Psicogênica) (ver capítulo II deste volume). Por tudo isso, é fundamental
que se faça um diagnóstico diferencial e que, se recomendado, se inicie um trabalho
terapêutico o mais breve possível na busca de evitar a apropriação, desenvolvimento
e/ou fixação de comportamentos e atitudes desfavoráveis à produção da fala e à
comunicação como um todo.
A gagueira é um quadro de fala extremamente complexo (3,7,8,13,14). Entre
suas características estão: hesitações; repetições de frases, de segmentos lingüísticos,
de palavras, de sílabas ou de sons; prolongamentos de um determinado som, de
sílabas ou de palavras monossilábicas; pausas; posições fixas de laringe e dos órgãos
fonoarticulatórios, silenciosos ou audíveis. Podem-se também serem observados outros

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Capítulo VI
O ADULTO QUE GAGUEJA
Eliana Maria Nigro Rocha

INTRODUÇÃO
Trabalhar com pessoas que gaguejam tem sido o processo de aprendizagem
no qual mais tenho mergulhado durante minha vida como fonoaudióloga. Mais
recentemente foi surgindo o desejo de dividir estas vivências com pessoas interessadas
no tema.
Parte do que me proponho a transmitir neste texto, pertence mais
diretamente à área da fluência, parte é composta de informações relativas a
Fonoaudiologia em geral e ainda uma terceira parte tem relação intrínseca com o ser
humano, independentemente de distúrbios quaisquer. Esta colocação já deixa entrever
minha visão a respeito do adulto que gagueja: uma pessoa, que apresenta uma queixa,
que é da competência da Fonoaudiologia, relativa à sua fluência verbal.
Nesta minha vivência com pessoas que gaguejam, faço uso de toda informação
e formação que obtive na Fonoaudiologia, na Lingüística, na Psicomotricidade, na
Psicologia e na Psicanálise. Todos estes conhecimentos foram modelados, remodelados,
digeridos e recriados no contato contínuo com os que gaguejam, sendo que foi através
destas pessoas que os textos lidos efetivamente criaram vida e eu fui motivada a buscar
outros artigos, outros autores, outras visões que só fizeram sentido no contato com cada
uma destas pessoas com queixa de alteração na fluência.
Assim, em muitos momentos torna-se difícil, ou mesmo impossível,
determinar a exata referência bibliográfica de uma postura terapêutica, de uma
proposta de vivência ou de um termo utilizado. Devo declarar no entanto, que na
área de Fonoaudiologia, Charles Van Riper (41,42) continua sendo meu livro de cabeceira
no que se refere à gagueira. Reiteradas leituras de um mesmo texto seu, costumam me
fornecer novas visões sobre esta matéria, uma vez que poucos autores conseguiram me
transmitir tanto a respeito do “indefinível” da gagueira, sobre a individualidade marcante
de cada paciente e sobre as limitações de qualquer enfoque. É de Van Riper que vem
meu modo de entender a terapia de gagueira, como uma arte a ser criada a cada novo
paciente, a cada nova sessão e que me estimulou a buscar em outras áreas as ferramentas
que me faziam falta no atendimento clínico. Talvez eu sempre tenha feito uma leitura
peculiar deste autor e sua abordagem, uma vez que não conseguia vê-lo como um dos
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introdutores da modificação de comportamento na terapia para gagueira (30), já que
carregava comigo conceitos obsoletos sobre esta área da Psicologia. Posteriormente
obtive informações suficientes que me permitiram considerar a terapia comportamental
em toda sua profundidade, que encampa os “eventos encobertos” (1,2,29) e as
individualidades (3,11,12).
Mas isto não significa que eu siga as propostas de Van Riper tais como elas
são por ele expostas. Sendo meu alvo de interesse as pessoas que gaguejam, foram
estas pessoas as norteadoras de minhas buscas, e sempre privilegiei suas singularidades,
utilizando os textos mais atuais e as diversas teorias e técnicas sobre gagueira como
um modo de melhor conhecê-las e poder auxiliá-las mais diretamente, sem nenhum
objetivo de defender a teoria ou a técnica em si (36).
Na Lingüística, além de aprofundar meus conhecimentos a respeito dos
diversos níveis de análise da linguagem, abracei a Psicolingüística como meu foco de
estudo, o que me permitiu atentar para os processos de planejamento e execução da
fala em sua concomitância (24, 34), tornando-me ainda mais atenta à complexidade
inerente ao processo de comunicação.
Dos estudos realizados na área da Psicomotricidade, é a Sócio-
Psicomotricidade Ramain-Thiers (39,40) que mais diretamente influencia meu modo
de atuar em terapia, pois foi nesta abordagem que encontrei o respaldo que buscava
para fundamentar minha percepção do indivíduo, como um complexo que inclui
seus aspectos motores, intelectuais, emocionais e sociais, que, indubitavelmente,
interagem dinâmica e continuamente em sua comunicação. A Sócio-Psicomotricidade
Ramain-Thiers é uma releitura psicanalítica da Psicomotricidade Ramain (31), que
aprofunda seus princípios e propõe novos caminhos. De toda a riqueza e amplitude
deste modo de atuar, destaco, no momento, o conceito de “atenção interiorizada”
que foi criado por Simone Ramain e que - associando à influência que tiveram em
mim os grupos de estudo com a fonoaudióloga Yara Mello (27) - eu adaptei para
“quietude interior” e resumo como a idéia de encontro do indivíduo com sua
possibilidade intrínseca de observar-se, tranqüilizar-se e de buscar por seus próprios
caminhos. O terapeuta, neste enfoque, tem a responsabilidade de ser a pessoa que
acompanha atentamente o percurso que seu paciente segue, e atua como seu norteador,
flexível e aberto às soluções que se apresentam aos problemas que vão sendo conhecidos
cada vez mais profundamente, tendo como compromisso maior, o de procurar pelas
alternativas mais verdadeiras, mais coerentes ao modo de ser daquele indivíduo.
Na área da Psicologia tive o privilégio de acompanhar os cursos da Prof.Dra
Sonia Beatriz Meyer (29) na pós-graduação em Psicologia Clínica da Universidade de
São Paulo, que favoreceram uma organização melhor, mais clara e mais objetiva, de
meu raciocínio clínico.
Já na Psicanálise foram os grupos de estudo com a psicanalista Maria Cristina
Gondim (16), a análise pessoal com a psicanalista Luciana Saddi Menucci (28) e leituras
de Freud (14), Klein (22,23) e Winnicott,(43-45) que paulatinamente modificaram minha
visão e modelaram minha atuação prática no atendimento direcionado à gagueira.

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Capítulo VII
ALTERAÇÕES NA FLUÊNCIA:
ATENDIMENTO EM INSTITUIÇÃO
Eliana Maria Nigro Rocha

INTRODUÇÃO
Inicio a redação deste capítulo com a certeza de que será para mim uma
experiência enriquecedora sintetizar meu trabalho no Hospital do Servidor Público
Estadual - São Paulo, na área de fluência, e com a expectativa de que este relato possa
contribuir para o fazer clínico fonoaudiológico, interessando e auxiliando outras pessoas
que iniciam ou realizam atendimento nesta área.
Muitos autores já discursaram sobre o hiato que se observa entre a pesquisa
– que busca propriedades comuns num grupo - e a prática clínica – que procura a
individualidade do sujeito (4,14,27,36). O relato de caso pode ser a resposta ansiada para
a dissolução deste hiato, sendo visto como elemento fundamental pelos psicólogos
clínicos de diversas linhas terapêuticas (29). O estudo de caso apresenta peculiaridades
que não são passíveis de abordagem nas pesquisas e permite o conhecimento mais
amplo e profundo da realidade que enfoca (22). Seguindo este raciocínio – da
importância do relato de uma experiência como ponte viável entre a teoria e a prática
clínica – faço aqui, como num estudo de caso, o relato do atendimento fonoaudiológico
em uma instituição, sem ter a pretensão de expor um modelo a ser seguido, mas
ansiando transmitir uma vivência de muitos anos, que tem produzido resultados
positivos no que diz respeito ao tratamento das disfluências e me proporcionado
enorme satisfação profissional. O leitor poderá avaliar criticamente o relato que se
segue e buscar por aspectos fundamentais que possam contribuir para seu próprio
enriquecimento.

Modificações ocorridas no processo de atendimento


Há mais de vinte anos atrás, o atendimento fonoaudiológico realizado no
ambulatório do Hospital do Servidor Público Estadual, apesar de nossos protestos, já
havia deixado de ser bissemanal. Tivemos que aceitar que a grande demanda dos
pacientes não nos permitia manter o esquema até então tradicional na Fonoaudiologia.
Sem com isto conseguir resolver a questão das filas de espera, imediatamente houve
a necessidade de alterar mais uma vez o esquema, deixando o atendimento individual
restrito a alguns poucos pacientes e introduzindo o atendimento em grupo. Meus
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temores iniciais em relação a esta nova mudança se desfizeram rapidamente frente aos
resultados obtidos. O esforço em adaptar um modo de atendimento já vivenciado e
transformá-lo num modo até então inexistente em nossa área deu frutos benéficos. Na
literatura específica versando sobre terapia grupal, obtive o respaldo inicial necessário
(5,11,17,26)
que no decorrer do tempo pode ser complementado por publicações
posteriores.(6, 8, 11, 16, 19, 28, 15, 3, 1) Pude aprender a trabalhar com o grupo, a deixar de
considerá-lo exclusiva necessidade da instituição e encará-lo como uma enriquecedora
possibilidade de vivência terapêutica, onde os pacientes interagem e se completam,
modificando mais do que nunca a antiga visão de que o terapeuta é quem ensina e o
paciente é aquele que aprende. O encontro entre pessoas com dificuldades semelhantes
em sua comunicação constitui por si só a possibilidade de integração, de fazer parte,
de se perceber entendido, de se identificar, o que traz como resultado um bem estar
que favorece o trabalho terapêutico.
Foi em meio a estas transformações que assumi o atendimento aos pacientes
com distúrbio na fluência. Nossas fichas de triagem eram arquivadas em pastas
separadas, por patologia. Bastou um rápido levantamento visual para constatar que a
maior fila de espera era a de gagueira. Eram tantos pacientes, que aguardavam há
tanto tempo, que precisei de um critério inicial que me norteasse. Decidi principiar a
convocação pelos mais jovens, ciente que o prognóstico destes era melhor, seu atendimento
provavelmente seria mais rápido e deste modo poderíamos evitar uma série de vivências
negativas que os mais velhos, sem dúvida, já estariam experimentando há algum tempo,
fator que por si só, demandaria maiores investimentos na terapia. Assim sendo, iniciei a
tarefa que me propus com o atendimento preventivo da gagueira (2,35).
Num trabalho constante, pude aos poucos ir atendendo aos grupos de
crianças menores, grupos de pais, em direção aos mais velhos. Nesta época, os grupos
eram montados no início do ano e mantidos em atendimento apenas durante o
decorrer deste, quando então se encerrava, conforme norma definida pela direção do
Serviço. Logo se tornou claro que este era um esquema de trabalho irreal quando
abordamos pessoas com distúrbio na fluência, cujo processo terapêutico pode avançar
além deste período estabelecido, sendo que todo o trabalho efetuado poderia se perder
devido a uma “alta” fora do momento adequado. Havia ainda os pacientes que
abandonavam a terapia ou eram desligados por faltarem mais que três sessões no
semestre não cumprindo assim o estipulado em nosso contrato inicial. Nossa realidade
então era de grupos que podiam minguar durante o processo terapêutico e que eram
automaticamente desfeitos após terem recebido um ano de terapia.
A partir destas constatações, deixei de excluir pacientes que já tinham um
ano de atendimento caso estes ainda necessitassem de terapia e as novas convocações
passaram a ser semestrais, de modo que a cada início de semestre havia um novo
grupo estruturado, composto de pacientes já em atendimento junto com pacientes
que estavam iniciando este processo. Foi um modo de continuar dando vazão à fila
de espera, sem necessitar para isto de desligar compulsoriamente o paciente em

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