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HIGIENE E SEGURANÇA EM ESTALEIROS

RESUMO:

Esta actividade da construção engloba um vasto e diversificado leque de


actividades com características normalmente muito particulares e especiais.
Atendendo ao funcionamento complexo do sistema onde se integram estas
actividades, mais especificamente os estaleiros, surgem riscos específicos para
os trabalhadores que importa prevenir, eliminando-os logo na sua origem ou,
quando tal não for possível, minimizando os seus efeitos.

Tal prevenção implica um conjunto de acções em todas as fases da


realização de um empreendimento ou obra, sendo particularmente relevante
o envolvimento efectivo de todos os intervenientes que, no estaleiro, directa
ou indirectamente, intervêm no processo de construção.
INTRODUÇÃO

As condições de segurança no trabalho desenvolvido em estaleiros


temporários ou móveis, são frequentemente muito deficientes e estão na
origem de um número preocupante de acidentes de trabalho graves e
mortais, provocados sobretudo por quedas em altura, esmagamentos e
soterramentos.

As escolhas arquitectónicas e/ou organizacionais inadequadas ou


uma má planificação dos trabalhos na elaboração do projecto da obra,
contribuíram para mais de metade dos acidentes de trabalho nos estaleiros na
União Europeia.

Estaleiros temporários ou móveis são os locais onde se desenvolvem


actividades de apoio à construção de edifícios ou outros trabalhos como:

Escavação; Terraplanagem; Construção, ampliação, alteração, reparação,


restauro, conservação e limpeza de edifícios; Montagem e desmontagem de
elementos pré-fabricados, andaimes, gruas e outros aparelhos elevatórios;
Demolição; Construção, manutenção, conservação e alterações de vias de
comunicação rodoviárias, ferroviárias e aeroportuárias. etc…..

O conceito de prevenção evoluiu da perspectiva da correcção para


a perspectiva da antecipação, eliminação do perigo e avaliação do risco,
visando adaptar o trabalho ao homem, através de um processo permanente
de melhoria contínua.

Com vista à redução dos acidentes de trabalho graves e mortais e,


consequentemente, da elevação dos níveis da produtividade e da qualidade,
criou-se um conjunto de medidas.
2. OS INSTRUMENTOS DE PREVENÇÃO

Conjunto de instrumentos de prevenção, com vista à redução dos acidentes


de trabalho graves e mortais e, consequentemente, da elevação dos níveis da
produtividade e da qualidade.

Comunicação Prévia;

Plano de Segurança e Saúde;

Fichas de Procedimentos;

Compilação Técnica.

2.1. COMUNICAÇÃO PREVIA

Na comunicação prévia é essencial reter dois objectivos principais: publicitar à


população presente no estaleiro as características fundamentais da
edificação a construir, e a identificação dos principais coordenadores para a
segurança e saúde do trabalho, respectivos papéis e responsabilidades;
e possibilitar à Inspecção Regional de Trabalho (IRT) o conhecimento de
determinados empreendimentos que, pela sua grandeza e ou
complexidade devam ser objecto de intervenção que antecipe a própria
abertura do estaleiro, facultando, a montante da realização dos trabalhos,
contribuir para a definição de um bom nível de segurança essencial à
execução da obra.

2.2. PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE (PSS)

No trabalho em estaleiros temporários ou móveis, o plano de segurança e


saúde, é fundamental no planeamento e na organização da segurança. O
plano deve ser elaborado a partir da fase do projecto da obra, sendo
continuamente desenvolvido e detalhado antes de se passar à execução da
obra, com a abertura do estaleiro.

2.2.1. Objectivo

Tem como finalidade planificar a segurança no estaleiro através da junção de


todas as informações e indicações relevantes em matéria de segurança e de
saúde que se mostrem necessárias para eliminar ou reduzir o risco de
ocorrência de acidentes e para protecção da saúde dos trabalhadores
durante a fase de construção.

Contribuir para a redução das causas que originam doenças profissionais no


sector da Construção Civil e Obras Públicas;

Alcançar bons níveis de produtividade decorrentes das boas condições de


trabalho;

Contribuir para a existência de uma Cultura de Segurança no estaleiro, através


do envolvimento de todos os intervenientes na empreitada.
2.2.2. Elaboração

Este plano é obrigatório em obras que estejam sujeitas a projecto, e que


envolvam trabalhos que impliquem riscos especiais ou a comunicação prévia.

No entanto é importante referir que, nos casos em que não haja projecto ou a
comunicação prévia, mas os trabalhos impliquem riscos especiais, é sempre
obrigatório a Ficha de Procedimentos de Segurança (FPS).

A existência do PSS é indefinidamente da responsabilidade do dono da obra


que deverá assegurá-lo, ainda na fase de projecto, através das seguintes
escolhas:

Elaboração pelo coordenador de segurança em projecto ou, em alternativa;

Elaboração por outro técnico por si designado, devendo neste caso, o


coordenador de segurança validar tecnicamente o plano.

2.2.3. Aprovação pelo dono de obra

O progresso e pormenorização do PSS, da responsabilidade da entidade


executante, são submetidos à aprovação do dono da obra, com base num
parecer técnico do coordenador de segurança em obra.

2.2.4. Inclusão nos processos de edificação

O PSS deve ser incluído pelo dono de obra, tanto em obras públicas, como em
obras particulares, no entanto nas primeiras, devem ser compreendidas no
conjunto de elementos que servem de base ao concurso, e nas outras no
conjunto dos elementos que servem de base à negociação, para que a
entidade executada o conheça no momento de contratar a empreitada.

Deve ficar anexo ao contrato de empreitada.

2.2.5. Aplicação

A implantação do estaleiro não deve ser iniciada de modo algum pela


entidade executante, antes da aprovação pelo dono da obra do PSS para a
execução da obra.

A entidade executante deve certificar-se que o PSS e as suas alterações, estão


acessíveis no estaleiro, aos subempreiteiros, trabalhadores independentes e
aos representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde que
nele trabalhem.

Nos contractos realizados com a entidade executante ou o dono de obra,


deve ser referido que os subempreiteiros e os trabalhadores independentes,
têm o dever de cumprir o PSS para a execução da obra.

2.2.6. Controlo público

A IRT pode determinar a apresentação do PSS, quer ao dono de obra, nas


fases de projecto, quer à entidade executante na fase da execução da obra.
tendo conhecimento que a origem da prevenção está relacionada com o PSS
de riscos profissionais nos empreendimentos da construção, a IRT tem
evidentemente presente, nos diversos momentos da sua actividade, o
interesse do conhecimento desse documento.

O desenvolvimento do plano da fase do projecto à execução da obra,


acontece impulsionado pela entidade executante, ou seja, o empreiteiro que
se destina a executar a obra, situação predominante, ou o dono da obra, se
este a realizar por administração directa. A entidade executante, fornece os
equipamentos de trabalho, recruta e dirige os trabalhadores, e decide se
recorre a subempreiteiros e operários independentes. Detém o domínio da
organização e da direcção integral do estaleiro e está, por isso, em posição
privilegiada para promover o desenvolvimento do plano de segurança e
saúde, para a fase da execução da obra. É de grande importância o facto do
dono da obra, ter a responsabilidade de impedir que a entidade executante
inicie a implantação do estaleiro, sem que o plano de segurança e saúde
para a fase da execução da obra, primeiro esteja concluído.

O regime de empreitada de obras públicas, prevê que o projecto da


obra, que serve de base ao concurso, deverá ser elaborado de acordo com
os princípios respeitantes à segurança, higiene e saúde no trabalho. Este plano
está associado à necessidade de se respeitar os princípios gerais da
prevenção de riscos profissionais na elaboração do projecto. Na evolução
desses princípios, e para que a empreitada de obras públicas tenha em
consideração a prevenção dos riscos profissionais, o plano de segurança e
saúde em projecto deve ser incluído pelo dono da obra no conjunto dos
elementos que servem de base ao concurso e, posteriormente, o plano deve
ficar agregado ao contrato de empreitada de obras públicas.

2.2.7. Deve ser contemplada no PSS a existência de:

Política de segurança;

Estrutura evolutiva no documento que assegure o correcto enquadramento


das futuras adaptações do PSS;

Clara definição de funções e responsabilidades de todos (incluindo


subempreiteiros);

Modelos de registos a utilizar na actividade de Coordenação de Segurança e


Saúde na fase de obra;

Plano de controlo de equipamentos e mão-de-obra;

Plano de inspecção e prevenção;

Plano de formação e informação devidamente calendarizado;

Plano de emergência;

Planos específicos de segurança.

2.2.7.1. Riscos Elevados:

Ex: (Decreto-Lei n.º 41821 de 11 de Agosto de 1958 Brasil)


Andaimes, plataformas suspensas, passadiços, pranchadas e escadas;

Aberturas e sua protecção (negativos e corettes);

Obras em telhados;

Demolições;

Escavações;

Aparelhos elevatórios;

Equipamento de protecção e primeiros socorros.

2.2.7.2. Riscos Especiais:

(Decreto-Lei n.º 273/2003 de 29 de Outubro – artigo 7º)

Riscos de soterramento, afundamento ou queda em altura;

Riscos químicos e biológicos;

Riscos de radiações ionizantes;

Linhas de eléctricas de média e alta tensão nas proximidades;

Riscos de afogamento (aparelhos de mergulho e outros);

Utilização de explosivos;

Pré-fabricados (betão, estruturas metálicas, outros);

Riscos susceptíveis de causar danos.

2.2.7.3. Riscos Específicos:

Plano de demolições;

Execução do movimento de terras;

Execução da contenção periférica;

Execução de estacas e respectivos maciços de encabeçamento;

Plano de montagem de estruturas pré-fabricadas;

Plano de montagem de estruturas metálicas;

Plano de montagem, desmontagem e utilização de andaimes;

Plano de montagem, desmontagem e utilização de gruas;

Planos de montagem de instalações e especialidades.

2.3. FICHAS DE PROCEDIMENTOS

A Ficha de Procedimentos de Segurança (FPS), tem como objectivo a


simplificação quanto aos instrumentos de planeamento da prevenção de
riscos profissionais ligados à execução de determinados trabalhos. Esta
simplificação, visa em assegurar uma utilização prática dos princípios da
Directiva “Estaleiros temporários ou móveis”, porém sem diminuir os níveis de
segurança a verificar na realização dos trabalhos de construção.

2.3.1. Elaboração

As FPS são realizadas pela entidade executante sempre que se esteja perante
trabalhos para os quais não seja obrigatória a elaboração de PSS, (pois a obra
pode ser realizada, sem projecto ou, porque não se encontra sujeita a
comunicação prévia), mas que envolvem riscos especiais.

2.3.2. Aplicação

Só depois de estar disponível a correspondente FPS, previamente analisada


pelo coordenador de segurança, quando for obrigatória a sua nomeação, a
entidade executante poderá dar início aos trabalhos no estaleiro.

A FPS deve estar acessível no estaleiro, a todos os intervenientes.

2.3.3. Controlo público

A IRT pode determinar à entidade executante a apresentação da FPS.

2.4. COMPILAÇÃO TÉCNICA DA OBRA (CT)

2.4.1. Objectivo

Dispor de um registo de informações de apoio à utilização e intervenções


futuras na edificação, de forma a preservar a segurança e saúde de quem
executar os trabalhos.

Activar, nas fases de projecto e de obra, a incorporação na edificação de


sistemas permanentes de prevenção.

2.4.2. Elaboração

O dono de obra deverá elaborar ou mandar elaborar uma CT da obra que


inclua os elementos úteis a ter em conta na utilização vindoura da edificação.
Não se efectua de uma vez só. Acompanha a dinâmica própria do acto de
construir.

NB: A CT não está sujeita a consentimento por parte de qualquer entidade


pública. No entanto, a respectiva elaboração, tem de estar adequada à obra
e ao PSS.

2.4.3. Actualização

Em intervenções posteriores, que afectem as características e as


circunstâncias de execução de trabalhos anteriores, o dono de obra deverá
assegurar que, a CT seja actualizada com os elementos úteis. Exceptuam-se
do dever de actualização, as operações de conservação, reparação e
limpeza da obra, uma vez que, por regra, estas operações não afectam a
configuração de situações de risco.

2.4.4. Recepção provisória da obra

Os donos de obra podem recusar a recepção provisória da obra, enquanto a


entidade executante não prestar os elementos necessários à elaboração e
actualização da Compilação Técnica.

A coordenação de segurança, estrutura-se em função das actividades do


coordenador de segurança em projecto e do coordenador de segurança em
obra.

A legislação portuguesa é, neste tema, mais exigente do que a referida


directiva comunitária, porque impõe a coordenação de segurança em fase
de projecto quando este for elaborado por uma equipa de projecto. A
nomeação dos coordenadores de segurança pertence ao dono da obra, de
acordo com a directiva.

A coordenação e o acompanhamento das actividades da entidade


executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores independentes, são
fundamentais para a prevenção dos riscos profissionais na construção. O
coordenador de segurança em obra tem especiais responsabilidades na
coordenação e no acompanhamento do conjunto das actividades de
segurança, higiene e saúde desenvolvidas no estaleiro. A função da
coordenação de segurança passará por isso, a ser reconhecida através de
uma declaração escrita do dono da obra que identifica os coordenadores, as
funções que devem exercer e indica a todos os intervenientes que devem
colaborar com os coordenadores.

O desempenho da coordenação de segurança contribui, tanto mais para a


prevenção dos riscos profissionais, quanto os coordenadores forem
qualificados para tal função. A regulamentação da coordenação de
segurança vai ser, por isso, sequencialmente completada por um quadro legal
promotor da qualificação dos coordenadores, que tenham em consideração
as exigências da função e a respectiva acreditação para a qual serão
determinantes a formação profissional específica, a experiência profissional e
as habilitações académicas.

3. COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA

Temos presentes duas figuras, para assegurar o princípio fundamental da


coordenação:

Coordenador de Segurança em Projecto.

Coordenador de Segurança em Obra.

3.1. Missão

São os coordenadores de segurança que representam o dono da obra.


Estes têm como função, aconselhar e oferecer apoio técnico aos processos de
decisão do dono de obra e de dinamização da acção dos diversos
intervenientes, no que se refere ao cumprimento dos princípios gerais de
prevenção, nas fases de elaboração do projecto, de contratualização da
empreitada, de execução dos trabalhos de construção.

3.1.1. Coordenador de Segurança em Projecto

Uma correcta intervenção da equipa de Coordenação de Segurança,


durante esta fase, resolverá “a montante” situações de indefinição, geradoras
de potenciais pontos de conflito, de situações de insegurança e de acréscimo
de custos durante a fase de execução de obra.

3.1.1.1. Obrigações em projecto

Assegurar que os autores do projecto, tenham em atenção a integração dos


princípios gerais da prevenção de riscos profissionais no respectivo projecto.

Elaborar ou validar tecnicamente o PSS, quando este for elaborado por outra
pessoa designada pelo dono da obra.

Iniciar a organização da CT da obra, e completá-la quando não existir


coordenador de segurança em obra.

Prestar informações ao dono da obra no âmbito da SHST e colaborar com ele


na preparação do processo de contratualização da empreitada e nos actos
preparatórios da execução da obra, na parte respeitante à segurança,
higiene e saúde no trabalho.

3.1.2. Coordenador de Segurança em Obra

3.1.2.1. Obrigações em obra

Apoiar o dono da obra na elaboração e actualização da


comunicação prévia. Apreciar o desenvolvimento e as alterações do PSS para
a execução da obra. Promover e verificar o cumprimento do PSS. Registar as
actividades de coordenação em matéria de segurança e saúde no livro de
obra e, na sua falta, de acordo com um sistema de registos apropriado que
deve ser estabelecido para cada obra. Integração dos princípios gerais de
prevenção nos métodos e processos construtivos são: Garantir boa
organização de estaleiro. Garantir o bom cumprimento da programação dos
trabalhos. Assegurar o cumprimento da programação relativa a trabalhos que
impliquem riscos especiais. Garantir a adaptação de Plano de Segurança e
Saúde. Garantir o bom funcionamento da cadeia de responsabilidades
Organizar inspecções ao estaleiro. Promover reuniões de Coordenação com
os intervenientes no Estaleiro. Zelar a adaptação da Compilação Técnica face
aos desvios de projecto. Zelar pela correcta integração do Dono de Obra no
sistema de relacionamento estabelecido com todos os intervenientes
Assegurar os registos previstos no Plano de Segurança e Saúde Princípios Gerais
de Prevenção (PGP)

1. Evitar os riscos;

2. Avaliar os riscos que não possam ser evitados;

3. Combater os riscos na origem;

4. Adaptar o trabalho ao homem;

5. Ter em conta o estádio de evolução da técnica;

6. Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

7. Planificar a prevenção;

8. Dar prioridade à prevenção colectiva em relação à individual;

9. Dar instruções adequadas aos trabalhadores.

3.2. Nomeação

A nomeação dos coordenadores de segurança, quer em projecto, quer em


obra, estão a cargo do dono da obra. Esta escolha é obrigatória em obra,
quando interferem duas ou mais empresas, (incluindo a entidade executante
e subempreiteiros), e em projecto quando for elaborado por mais de um
indivíduo, desde que as opções arquitectónicas e as escolhas técnicas dos
projectistas, impliquem complexidade técnica para a integração dos
princípios gerais de prevenção de riscos profissionais ou, quando os trabalhos a
executar envolvam riscos especiais ou ainda, quando for prevista a
intervenção na execução da obra de duas ou mais empresas (incluindo a
entidade executante e subempreiteiros).

3.3. Exercício

A actividade de coordenador de segurança, seja em projecto ou em obra,


deve ser oficializada contratualmente traduzindo-se numa declaração escrita
do dono da obra, onde devem constar os elementos contidos no n.º 2 do
art.9º, como por ex:

Se a coordenação estiver a cargo de uma pessoa colectiva, a pessoa que


desempenha o exercício da mesma, deve estar devidamente identificada.
Os recursos a afectar ao exercício da coordenação.

Junto com a declaração do dono da obra deve estar uma declaração de


aceitação subscrita pelo(s) coordenador(es).

3.4. Requisitos

Tanto em projecto, como em obra, as actividades inerentes ao exercício da


função de coordenador de segurança, devem ser exercidas por um indivíduo
qualificado.

Existem aspectos indispensáveis na qualificação para o exercício da função, a


experiência da pessoa na área profissional, a aptidão escolar (científica ou
técnica) no ramo da actividade e ainda a formação profissional específica no
sector da coordenação de segurança na construção (quando existir).

3.5. Incompatibilidades

O coordenador de segurança em obra não pode intervir na execução da


obra como executante, subempreiteiro ou trabalhador independente, nem ser
trabalhador por conta da entidade executante ou de qualquer
subempreiteiro.

No entanto, é permitido ao coordenador de segurança em obra, integrar a


equipa de fiscalização da obra, bem como a equipa de projecto.

4. SISTEMA DE REGISTOS DOS INTERVENIENTES NO ESTALEIRO

Existência de um sistema de registo dos intervenientes no estaleiro. Este sistema


permitirá compreender o universo desses intervenientes, bem como os vínculos
laborais existentes.

Cabe, quer à entidade executante, quer a cada empregador, realizar


determinados registos.

4.1. Registo a organizar pela entidade executante

Organizar um registo de cada subempreiteiro ou trabalhador independente


por si contratado durante um prazo superior a 24 horas, com os elementos
constantes do n.º 1 do art. 21º por ex:

A identificação completa, residência ou sede e número fiscal de contribuinte.

O número de registo ou da autorização para o exercício da actividade de


empreiteiro de obras públicas ou de industrial da construção civil, bem como
de certificação exigida por lei para o exercício de outra actividade realizada
no estaleiro.

A actividade a efectuar no estaleiro e a sua calendarização.

O responsável do subempreiteiro no estaleiro.

4.2. Registo a organizar por todos os empregadores


Cada empregador deve organizar um registo de cada trabalhador e,
trabalhador independente por si contratado, durante um prazo superior a 24
horas, que inclui: A identificação completa e a residência habitual. O número
fiscal de contribuinte. O número de beneficiário da Segurança Social. A
categoria profissional ou profissão. As datas do início e do termo previsível do
trabalho no estaleiro. As apólices de seguros de acidentes de trabalho
relativas a todos os trabalhadores que trabalhem no estaleiro, com os quais
tenha vínculo laboral e a trabalhadores independentes por si contratados,
bem como os recibos correspondentes. Os subempreiteiros devem comunicar
esse registo à entidade executante, ou permitir o acesso ao mesmo por meio
informático.

5. COMUNICAÇÃO DA SINISTRALIDADE

Na excussão dos trabalhos em estaleiro, nem tudo corre como se esperaria, e


por vezes surgem acidentes de trabalho com vários graus de gravidade.
Portanto, os acidentes de trabalho de que resultem morte ou lesão grave para
o trabalhador, ou que apresente particular gravidade na perspectiva da
segurança do trabalho, mesmo que as consequências não sejam graves sob o
ponto de vista humano, devem ser comunicadas à Inspecção Regional do
Trabalho e ao coordenador de segurança em obra, no prazo mais curto
possível, (no máximo 24 horas), e devem ser recolhidos com a maior brevidade
possível os elementos necessários ao levantamento de um inquérito, para
reduzir ao mínimo a interrupção dos trabalhos no estaleiro. Esta comunicação
feita à IRT sobre o acidente de trabalho, é feita pelo respectivo empregador,
ou seja, a pessoa singular ou colectiva que, no estaleiro, tem trabalhadores ao
seu serviço, podendo ser o dono da obra, a entidade executante ou
subempreiteiro.

Se o acidente envolver um trabalhador independente, a comunicação é feita


pela entidade que o tiver contratado.

Se por qualquer motivo não for possível, às entidades anteriormente referidas,


efectuar a comunicação do acidente, essa obrigação deverá ser assegurada
pela entidade executante não excedendo o mesmo prazo.

Se após as primeiras 24 horas, o acidente não tiver sido comunicado à IRT,


caberá ao dono de obra fazer a comunicação nas 24 horas posteriores.

Após a ocorrência do acidente, os intervenientes no estaleiro, devem


suspender todos os trabalhos, visto que ao continuar a decorrer os trabalhos,
os vestígios ou provas do acidente, correm o risco de vir a ser destruídos ou
alterado, tornando-se assim uma barreira às investigações.

Compete à entidade executante, adoptar as medidas necessárias, de


modo a impedir o acesso de pessoas, máquinas e materiais ao local do sinistro,
enquanto estiverem a ser recolhidos os elementos necessários para a
execução do inquérito ao acidente. Compete à IRT a realização do inquérito
sobre as causas do acidente de trabalho.

Cabe à Inspecção Regional do Trabalho, autorizar o prosseguimento dos


trabalhos, assim que a entidade executante comprove estarem reunidas as
condições técnicas ou organizativas necessárias à prevenção dos riscos
profissionais.

6. OBRIGAÇÕES DOS DIVERSOS INTERVENIENTES

A distribuição de responsabilidades pelos diferentes intervenientes, relaciona-


se com o papel que desenvolvem, com a capacidade de intervir e de
influenciar em cada uma das fases da construção, e com a repercussão que
as opções tomadas possam ter sobre a configuração dos riscos profissionais,
que podem suscitar-se, seja durante a execução da obra em estaleiro, seja
sobre a utilização da edificação, uma vez concluída, seja sobre as
intervenções construtivas futuras, designadamente a sua manutenção,
alteração ou demolição.

6.1. Dono de obra

O dono da obra representa, no âmbito da actividade da construção, o


primeiro nível de decisão. É a partir deste nível de decisão que os trabalhos
inerentes, quer à concepção, quer à execução dos empreendimentos da
construção se desenvolvem, naturalmente condicionados pelas decisões do
dono da obra. Por outro lado, é a partir do dono de obra que se gera toda
uma cadeia específica de responsabilidades que, claramente, transporta o
sector da construção para uma abordagem específica da prevenção de
riscos profissionais.

O papel do dono da obra, no que diz respeito à prevenção de riscos


profissionais, assume expressão significativa no quadro das opções
conceptuais, da programação e preparação da execução e da execução
propriamente dita, nos seguintes aspectos:

De acordo com o art. 17º do DL n.º273/2003

Nomear os coordenadores de segurança, quer em projecto, quer em obra,


sempre que exista essa obrigatoriedade.

Elaborar ou mandar elaborar o PSS, quando tal for obrigatório.

Assegurar a divulgação do PSS.


Aprovar o desenvolvimento e as alterações do PSS para a execução da obra.

Dar conhecimento, por escrito, à entidade executante, do PSS aprovado.

Impedir que a entidade executante inicie a implantação do estaleiro sem que


esteja aprovado o PSS para a execução da obra.

Elaborar ou mandar elaborar a compilação técnica da obra.

6.2. Autor do projecto

O papel do autor do projecto afigura-se fundamental no âmbito do processo


construtivo, uma vez que as suas opções nos domínios da concepção
arquitectónica e das opções técnicas revelam-se determinantes para a
criação do ambiente de segurança e saúde apropriados à execução da obra
e aos trabalhos a desenvolver durante o ciclo de vida útil da edificação.

A Directiva “Estaleiros temporários ou móveis”, assinala a relevância do


princípio da prevenção de concepção, para a configuração do ambiente da
segurança em obra.

Neste quadro, aos projectistas competirá, nomeadamente, integrar os


princípios gerais de prevenção nas suas opções relativas à concepção e
avaliar o impacto das suas opções no âmbito dos diversos projectos,
equacionando as formas seguras de executar as soluções por si preconizadas.

De acordo com o art. 18º do DL n.º273/2003

Na elaboração do projecto da obra, ter em conta os princípios gerais de


prevenção de riscos profissionais, designadamente nos seguintes domínios:

No que diz respeito às opções arquitectónicas.

No âmbito das escolhas técnicas equacionadas e desenvolvidas no projecto,


incluindo as metodologias relativas aos processos e métodos construtivos, bem
como os materiais e equipamentos a incorporar na edificação.

Nas definições relativas aos processos de execução do projecto, incluindo as


relativas à estabilidade e às diversas especialidades, as condições de
implantação da edificação e os condicionalismos envolventes da execução
dos trabalhos.

Nas definições relativas à utilização, manutenção, conservação e demolição


da edificação.
6.3. Entidade executante

À entidade executante cabe, de acordo com a relação contratual


estabelecida com o dono da obra, assegurar a execução da totalidade ou
de parte da obra. A entidade executante, habitualmente designada como
“adjudicatário” ou “empreiteiro geral” fornece os equipamentos de trabalho,
selecciona os métodos de trabalho que entende mais adequados à
realização da obra, decide sobre a organização do trabalho no estaleiro da
obra, constitui e/ou define a necessidade de constituição das equipas de
trabalho, encontrando-se, pois, em posição adequada para promover o
desenvolvimento do planeamento da prevenção de riscos profissionais
iniciado na fase de projecto e para equacionar estes aspectos no quadro dos
mecanismos de contratação de subempreiteiros e trabalhadores
independentes.

De acordo com o art. 20º do DL n.º273/2003

Avaliar os riscos associados à execução da obra e definir e implementar as


medidas de prevenção adequadas.

Elaborar a FPS para os trabalhos que impliquem riscos especiais e assegurar


que os subempreiteiros e trabalhadores independentes tenham conhecimento
das mesmas.

Dar a conhecer o PSS para a execução da obra e as suas alterações aos


subempreiteiros e trabalhadores independentes, ou pelo menos a parte que os
mesmos necessitam de conhecer por razões de prevenção.

Assegurar a aplicação do PSS ou da FPS por parte dos seus trabalhadores, de


subempreiteiros e trabalhadores independentes.

Organizar um registo actualizado dos subempreiteiros e trabalhadores


independentes por si contratados com actividade no estaleiro.

Assegurar que os subempreiteiros e trabalhadores independentes cumpram as


suas obrigações no âmbito da SHST.

Colaborar com o coordenador de segurança em obra.

Fornecer ao dono da obra as informações necessárias à elaboração e


actualização da comunicação prévia.

Fornecer os elementos necessários à elaboração da compilação técnica.


6.4. Empregadores

Todos os intervenientes no estaleiro, nomeadamente as entidades que


desenvolvam trabalhos com o recurso de trabalhadores a si (subordinados)
juridicamente vinculados deverão enquadrar-se e cumprir os aspectos
relacionados com o planeamento da prevenção de riscos profissionais e
assegurar a esses trabalhadores condições de segurança, higiene e saúde em
todos os aspectos relacionados com o trabalho, tendo em atenção e
observando as obrigações gerais de prevenção.

De acordo com o art. 22º do DL n.º273/2003

Comunicar, pela forma mais adequada, aos respectivos trabalhadores e aos


trabalhadores independentes por si contratados o PSS ou FPS, no que diz
respeito aos trabalhos por si executados, e fazer cumprir as suas
especificações.

Comunicar, à IRT e ao coordenador de segurança em obra, qualquer


acidente de trabalho de que resulte a morte ou a lesão grave de trabalhador
ou trabalhador independente, colocado sob sua responsabilidade.

Organizar um registo dos seus trabalhadores e trabalhadores independentes


por si contratados que trabalhem no estaleiro durante um prazo superior a 24
horas.

Informar e consultar os trabalhadores e os seus representantes para a


segurança, higiene e saúde no trabalho sobre a aplicação das respectivas
disposições legais.

Manter o estaleiro em boa ordem e em estado de salubridade adequado.

Cumprir as indicações do coordenador de segurança em obra e da entidade


executante.

Efectuar a manutenção e o controlo das instalações e dos equipamentos de


trabalho antes da sua entrada em funcionamento e com intervalos regulares
durante a laboração.

Delimitar e organizar as zonas de armazenagem de materiais, em especial de


substâncias, preparações e materiais perigosos.
6.5. Trabalhadores independentes

São obrigados a respeitar os princípios que visam promover a segurança e a


saúde, devendo, no exercício da sua actividade:

Cumprir, na medida em que lhes sejam aplicáveis, as obrigações


estabelecidas no artigo 22º.

Cooperar na aplicação das disposições específicas estabelecidas para o


estaleiro, respeitando as indicações do coordenador de segurança em obra e
da entidade executante.

Cumprir as prescrições de segurança, higiene e saúde no trabalho.

Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde das
outras pessoas que possam ser afectadas pelo trabalho;

Utilizar correctamente os equipamentos e meios de protecção colectiva e


individual;

Utilizar correctamente o equipamento de protecção individual, conservando e


mantendo-o em bom estado.

Comunicar imediatamente ao superior hierárquico as avarias e deficiências


por si detectadas, assim como qualquer defeito verificado;

Participar nas acções de formação.

Prestar informações que permitam avaliar no momento da admissão a sua


aptidão física e psíquica para o exercício das suas funções.

É terminantemente proibido entrar ou permanecer no local de trabalho sobre


o efeito do álcool.

7. RESPONSABILIDADE PENAL

Artigo 277º do Código Penal:

No âmbito da sua actividade profissional infringir regras legais, regulamentares


ou técnicas que devam ser observadas no planeamento, direcção ou
execução de construção, demolição ou instalação, ou na sua modificação e
criar deste modo perigo para a vida ou para a integridade física de outrem é
punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.
8. SINALIZAÇÃO

8.1. Equipamentos de Segurança Obrigatórios em todos os Estaleiros

O empregador deve garantir a existência de sinalização de segurança e


saúde em estaleiro de uma obra e a mensagem que traduz deve estar
acessível e clara tais como:

Deve-se evitar a afixação de um número excessivo de placas próximas umas


das outras.

Para prevenir os acidentes de trabalho em estaleiro, torna-se obrigatório:

Uso de botas de biqueira e palmilha de aço;

Uso de luvas de protecção;

Uso de capacete;

Uso de colete reflector;

Uso de protectores auriculares em actividades elaboradas no estaleiro, que


ponham em causa a audição do trabalhador;

Uso de óculos especiais na elaboração de actividades que ponham em risco


a visão do trabalhador;

Os estaleiros devem estar bem vedados e não acessíveis a pessoas estranhas;

Os caminhos rodoviários devem estar desocupados, para possibilitar o fácil


acesso a cada área do estaleiro.

Uso obrigatório de arnês de segurança;

Uso obrigatório de máscara de segurança.


8.2. Outros Sinais de Segurança

9. EM CASO DE ACIDENTE:

Informe de imediato o Encarregado Geral da Obra, Chamar os Serviços de


Urgência (112), e informar o seguinte:

O local do acidente;

O tipo de acidente;

O número de acidentados;

Parte do corpo atingida.

Enquanto não são prestados os primeiros Socorros deve-se:

Estabelecer a calma no local;

Afastar os curiosos, não os isolando;

Conversar com o acidentado;

Garantir que o trabalhador evacuado é portador dos seguintes elementos:


Nome da Companhia de Seguros e Nº da Apólice de Seguro de Acidentes de
Trabalho.

10. CONCLUSÃO

A segurança e saúde no trabalho da construção é responsabilidade de todos


os intervenientes no processo de construção, incluindo os donos das obras,
autores dos projectos, coordenadores de segurança e saúde (projecto e
obra), fiscalizações, empreiteiros e subempreiteiros, trabalhadores, mas
também entidades oficiais responsáveis pela legislação, companhias de
seguros, etc.

Independentemente dessa responsabilidade que a cada um cabe conforme


definido na legislação, importa sobretudo reconhecer que a melhoria das
condições de trabalho dos trabalhadores interessa a todos esses
intervenientes, sendo os principais “beneficiários” dessa melhoria os
trabalhadores da construção, que vêem assim aumentada a probabilidade
de regressarem a casa no final de cada dia de trabalho, objectivo que deverá
estar sempre presente por razões de natureza social e humana.
Para essa melhoria, contribui o esforço, empenho e sentido de
responsabilidade de todas as pessoas envolvidas em cada projecto e obra,
aplicando o seu profissionalismo e saber no acto de projectar e construir
assente em atitudes que revelem o respeito por todos aqueles que estão ou
estarão sujeitos as riscos na sua actividade profissional. Devem também
cumprir e fazer cumprir pelos seus subordinados, com toda a legislação
aplicável, a qual possui também um importante papel nessa melhoria
enquanto reguladora e orientadora das acções mínimas a implementar para
salvaguardar a vida e saúde de todos os intervenientes no processo de
construção.

Considera-se pois que a legislação constitui o “motor” para a desejada


melhoria da segurança e saúde no trabalho, situação que justifica a
referência a um conjunto de medidas centradas na necessidade de
adequação da legislação existente (mais do que a produção de nova
legislação), sem prejuízo de outras medidas igualmente importantes que se
abordarão em futuros desenvolvimentos do tema.

11. BIBLIOGRAFIA
[1] Directiva comunitária sobre Segurança e Saúde a aplicar nos Estaleiros
Temporários ou Móveis, Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro;

[2] Regulamento de Sinalização de Obras e Obstáculos Ocasionais na Via


Pública, Decreto Regulamentar nº 33/88 de 12 de Setembro;

[3] Princípios Gerais de Promoção da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho,


Decreto-Lei nº 141/95 de 14 de Junho.

[4] http://www.oasrn.org/pdf_upload/decretolei_273_2003.pdf

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