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Ciência & Ensino, vol. 2, n.

1, dezembro de 2007

ARTIGOS

ENSINO DE BIOLOGIA EVOLUTIVA UTILIZANDO


A ESTRUTURA CONCEITUAL DA SISTEMÁTICA
FILOGENÉTICA - II

Charles Morphy Dias Santos


Adolfo Ricardo Calor

Hipóteses científicas delimitados para a escolha e descarte de


conjecturas e com a idéia de que a ciência
No Brasil, os Parâmetros
é um campo aberto, são formas de
Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002)
introduzir os alunos ao mundo científico e
para o Ensino Médio sugerem que os
de fornecer-lhes ferramentas para melhor
conteúdos das aulas de biologia sejam
compreender a realidade que os cerca.
tratados como tópicos trans-disciplinares
Dessa forma, o ensino de biologia passa a
fundamentados em explicações ecológicas
ser encarado como um exercício
e evolutivas. É clara a necessidade de se
constante de avaliação e discernimento de
apresentar as disciplinas de ciências em
hipóteses científicas.
um contexto histórico-filosófico,
Como qualquer idéia nas ciências, os
possibilitando aos estudantes um
cladogramas são hipóteses sobre as
primeiro contato com as particularidades
relações filogenéticas entre entidades
da produção desse tipo de conhecimento.
biológicas e podem ser considerados mais
O uso da abordagem filogenética nas
ou menos confiáveis (com maior ou
escolas está de acordo com as orientações
menor poder explanatório) quando
dos PCN, uma vez que ela abrange todos
comparados à conjecturas baseadas em
os aspectos do ensino de biologia por
outras classes de evidências (de Pinna,
meio da teoria evolutiva e os apresenta
2001; Amorim, 2002). As filogenias não
conectados à história do desenvolvimento
representam cenários conclusivos sobre a
científico, à filosofia e à prática da ciência.
história evolutiva dos organismos
Geralmente, o ensino de ciências é
estudados, e sim hipóteses transitórias
deficiente na exposição dos critérios de
sobre as relações de parentesco, baseadas
avaliação das teorias científicas e não
em conjuntos particulares de dados. Ao
estimula perguntas a respeito de como as
apresentar o conhecimento científico
hipóteses foram criadas, se há teorias
como dinâmico e não hermético, a
alternativas, se existem muitas (ou
abordagem filogenética traz a discussão
poucas) questões ainda a serem
sobre a filosofia das ciências para a sala
respondidas etc. Não obstante, trabalhar
de aula, especialmente sobre conceitos
com idéias conflitantes, com critérios
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relacionados à natureza transitória das El-Hani, 2005; Amorim, 2008; Bizzo,


teorias e a importância do espírito crítico 2008; Santos & Calor, 2008).
em relação a métodos e hipóteses. Ainda, Muitos fatores contribuem para a
a filogenética sugere ao professor uma aprendizagem da teoria evolutiva,
mudança nas suas concepções sobre a incluindo os conceitos sobre o assunto
construção do conhecimento científico, trazidos pelos estudantes, sua visão do
permitindo que ele passe a enxergar as mundo biológico e suas crenças
perspectivas da filosofia da ciência como religiosas. A maior parte dessas
facilitadoras do processo de informações é obtida fora do espaço
aprendizagem. Em contrapartida, os escolar, o que se traduz em interpretações
alunos são estimulados a utilizar a amplificadas pela falta de conhecimento
argumentação para escolher entre elementar sobre evolução por parte do
hipóteses rivais, ultrapassando a mera público não-especializado e da mídia de
assimilação de conteúdos conceituais e massa, as quais refletem a defasagem
factuais. É preciso deixar claro que a generalizada de formação científica, em
abordagem aqui proposta demanda do qualquer área, da maioria da população.
professor um esforço para compreender a A disseminação de interpretações
estrutura conceitual da sistemática incorretas ou superficiais pela
filogenética e as suas implicações, o que, publicidade, televisão, cinema, histórias
na maioria das vezes, extrapola o em quadrinhos, revistas, jornais e
tratamento superficial sobre o assunto internet acaba por afetar diretamente a
dado pela maioria dos livros-texto forma como os conceitos sobre as ciências
disponíveis. Leitura e atualização serão compreendidos na sala de aula, o
constantes, incluindo consultas a obras que fica patente nas aulas de evolução.
originais, revisões, compêndios e sites O uso da sistemática filogenética
confiáveis sobre os tópicos estudados são pode ser útil para resolver algumas dessas
de grande importância para evitar concepções errôneas, possibilitando aos
caricaturas e simplificações demasiadas estudantes o acesso a hipóteses
do método. alternativas àquelas aceitas pelo senso
comum. No entanto, com o objetivo de
desconstruir esses pré-conceitos, vale
Problemas conceituais
trabalhar o conhecimento prévio dos
Apesar do grande valor de uma alunos, permitindo a eles discutir e
abordagem que tome a evolução como analisar cientificamente o seu referencial
base, e que é fortemente fundamentada (Calor & Santos, 2004). A despeito das
em critérios filosóficos, ainda permanece críticas a essa perspectiva, assumindo o
não resolvido o problema das difundidas critério de cientificidade do filósofo
interpretações errôneas sobre evolução e austríaco Karl Popper e do filósofo
como lidar com elas na sala de aula (para húngaro Inri Lakatos (Popper, 1959;
comentários adicionais e exemplos de Lakatos, 1979), segundo o qual apenas
erros comuns veja Roque, 2003; Meyer & hipóteses falseáveis são consideradas
científicas, a contradição entre as
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concepções convencionais sobre evolução Paleozóico seria a “era dos artrópodes”, o


e o raciocínio evolutivo próprio da Mesozóico, a “era dos dinossauros”, e
sistemática filogenética pode ser assim por diante), bastante comuns e
apresentada e utilizada para o benefício continuamente utilizadas no ensino. A
dos estudantes. A comparação e discussão idéia da evolução como transformação
de ambas as classes de conhecimento – o linear de um grupo mais simples em
científico, baseado em evidências, outro com maior grau de complexidade
perguntas e critérios, e o contraria as proposições originais de
pseudocientífico, criado sem evidências Darwin e Wallace, uma vez que o seu
claras ou metodologias definidas – pode diferencial foi a percepção da história
lançar luz sobre o processo de construção evolutiva dos organismos como uma
das ciências, tornando explícita a conexão grande “árvore” ramificada. Tendo por
entre hipóteses científicas e as suas bases base o conceito de evolução como
de dados e observações. Isso está de descendência com modificação a partir de
acordo com os elementos do um ancestral comum, isto é, ramificação
construtivismo aplicados ao ensino de no tempo, pode-se começar a repensar o
ciências (para discussões adicionais a esse ensino de biologia dentro de um
respeito, ver Alters & Nelson, 2002 e Gil- arcabouço evolutivo. Aí se encaixa a
Pérez et al., 2002). sistemática filogenética, com sua
Uma das grandes falácias sobre apresentação das relações de parentesco
evolução é a tentativa de se representar entre os organismos através de
grandes cadeias de organismos cladogramas.
sucedendo-se continuamente, Para Darwin, os padrões
pretensamente conectados pelo processo genealógicos ramificados eram a essência
evolutivo, que corresponderia, assim, à do processo evolutivo e sua representação
sobreposição de linhagens no tempo como uma grande árvore, a metáfora
(Gould, 1994). Essa perspectiva parte da mais correta. Nas suas próprias palavras,
idéia de que é possível estabelecer quais “(...) Algumas vezes tem-se usado uma
são os grupos ancestrais dos grupos figura de uma grande árvore para
recentes, e leva a anomalias conceituais representar todos os seres da mesma
classe. Acredito que esta é a maneira
como a célebre ilustração que mostra uma mais adequada para isso. Os ramos e
série de antropóides caminhando em os gomos representam as espécies
linha reta, tendo o Homo sapiens como existentes, as ramificações produzidas
primeiro da fila. Outras concepções durante os anos precedentes
representam a longa sucessão das
artísticas sobre evolução incorrem no espécies extintas. A cada período de
mesmo erro. Isso sugere, especialmente crescimento, todas as ramificações
para o iniciante no assunto, que a teoria tendem a estender os ramos por toda
parte, a superar e a destruir as
evolutiva descreve como os grupos de ramificações e os ramos ao redor, da
espécies se substituem no tempo – basta mesma maneira que as espécies na
verificar as concepções artísticas grande luta pela sobrevivência. As
tradicionais que apresentam a história bifurcações do tronco, que se dividem
em grossos ramos, e este em ramos
biológica através de grandes “eras” (o menos grossos e mais numerosos,
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tinham, quando a árvore era nova, um grupo ‘B’, independentemente deles


apenas ramificações com brotos. (...)
viverem no mesmo período – é desse
Desde o crescimento inicial da árvore,
mais de um ramo deve ter murchado e raciocínio que provém expressões como
caído. Ora, esses ramos caídos, de “o homem veio do macaco”, quando tanto
espessura diferente, podem nossa espécie quanto nossos primos
representar ordens, famílias e gêneros
inteiros, que não possuem exemplares símios vivemos no mesmo horizonte
vivos e que apenas conhecemos em temporal e, portanto, um grupo não pode
estado fóssil. (...) Os ramos mortos e ter descendido do outro.
quebrados são sepultados nas
Na abordagem filogenética, a noção
camadas da crosta terrestre, enquanto
que as suas suntuosas ramificações, de evolução ramificada, que implica em
sempre vivas e incessantemente uma origem única do mundo vivo e sua
renovadas, cobrem a superfície” ramificação posterior, é garantida através
(Darwin, 1859, p.195).
da disposição dos organismos sempre
A fila indiana da evolução humana, como ramos terminais nos cladogramas.
liderada pelo Homo sapiens e iniciada Como discutido anteriormente, o método
por um primata pequeno semelhante a filogenético é a forma de expressar as
um chimpanzé, o Australopithecus (ou relações genealógicas entre as espécies
mesmo um chimpanzé verdadeiro em segundo os princípios evolutivos da
algumas das suas variações), é um ancestralidade comum e da descendência
exemplo claro da permanência de falsas com modificação. O método proíbe o
concepções científicas, disseminadas na posicionamento de ancestrais diretos dos
cultura de massa. A iconografia canônica grupos terminais nos nós dos
da evolução (como é chamada por Gould, cladogramas – nenhum grupo deve ser
1989) esconde uma das maiores interpretado como ancestral de um táxon
deturpações da teoria da evolução: a idéia disposto “acima” deste na filogenia. Como
de progresso na história biológica. A fila não se pode imputar cientificamente (de
indiana é considerada a escalada do forma falseável) a condição de ancestral a
mundo orgânico em direção à melhoria e nenhuma espécie, mesmo estando ela
ao aperfeiçoamento, empurrado extinta, os ancestrais em cada um dos nós
naturalmente pelo processo evolutivo, um das filogenias são sempre hipotéticos.
tipo de “evolução” linear que remonta à A interpretação correta das relações
Scala Naturae aristotélica e seus degraus filogenéticas, no caso da evolução dos
de aumento de complexidade (Mayr, antropóides exemplificada na iconografia
2000). A partir dessa marcha em linha canônica, deve claramente mostrar que o
poder-se-ia inferir a transformação de Homo sapiens não é um descendente
espécies “primitivas”, “inferiores” ou “não direto dos chimpanzés ou de algum outro
evoluídas” em espécies “superiores” ou primata moderno (nem mesmo dos
“evoluídas”. Essa interpretação errônea é Australopithecus os quais, apesar de
comum nas aulas ou textos de biologia, extintos, também são considerados ramos
representando um quadro distorcido do terminais no cladograma), e sim uma
processo evolutivo, centrado na linhagem dentro do grupo composto por
transformação direta de um grupo ‘A’ em todos os demais primatas, mais
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proximamente relacionado a outras determinar, com certo grau de certeza, ou


espécies do gênero Homo (como o Homo com rigor científico, se uma determinada
neanderthalensis) do que a outras espécie (fóssil ou não) foi realmente o
espécies pertencentes a outros gêneros de ancestral de qualquer grupo. Apesar de
hominídeos. Para essa mudança de geralmente fósseis precederem os
perspectiva, basta associar a iconografia organismos recentes, está além das
clássica a um cladograma que conecte possibilidades científicas imputar o status
todos os seus componentes, mostrando os de ancestral a qualquer espécie. Assim, é
agrupamentos por similaridade sem impossível saber se um fóssil representa
considerar a possibilidade de um ramo de fato o ancestral de outro grupo ou
terminal se transformar, diretamente, em grupos reconhecíveis (Schuh, 2000).
outro ramo terminal – os ramos Levando isso em conta, o uso de
compartilham ancestrais comuns, mas cladogramas como base para a
tais ancestrais não são espécies organização dos conteúdos da biologia
reconhecíveis e sim hipóteses. O permite que as falsas interpretações
posicionamento de grupos fósseis como acerca do progresso evolutivo sejam
ancestrais verdadeiros de grupos mais minimizadas, uma vez que um diagrama
derivados, recentes, é contrário aos ramificado representando as relações de
fundamentos do método filogenético – grupo-irmão entre os organismos é
ancestrais são sempre construções essencialmente diferente de uma linha
hipotéticas, idéias a respeito de como progressiva de espécies mudando rumo à
podem ter sido as espécies primitivas, perfeição. Os argumentos que procuram
impossíveis de serem reconhecidas associar a evolução biológica ao progresso
diretamente. Com a sistemática caem por terra quando a biodiversidade é
filogenética, ficou claro que fósseis, por filogeneticamente organizada.
muito tempo considerados a prova de que Uma vez que está fortemente
a evolução havia ocorrido, são meramente arraigada à teoria evolutiva, a abordagem
partes da hierarquia natural e sujeitos aos filogenética também é útil para suprimir a
mesmos limites de interpretação que os idéia essencialista de espécies fixas.
organismos vivos. O método de Hennig Através, por exemplo, da comparação
marcou o início do fim da busca por entre estruturas homólogas de grupos
ancestrais da paleontologia tradicional, filogeneticamente relacionados, o
tornando essa disciplina não mais a professor pode discutir como as espécies
detentora das verdades evolutivas, mas mudam e como surgem novas espécies no
sim a guarda de partes extintas de curso da evolução. Com uma visão
hierarquia da natureza. científica e não-essencialista do mundo
É preciso ressaltar a necessidade de natural, e com um arcabouço filogenético
cuidado com o assunto, por parte dos organizando o conhecimento biológico,
professores, para não confundir os questões sobre o posicionamento do
alunos. Os ancestrais das espécies Homo sapiens na evolução podem ser
recentes existiram, quanto a isso não há mais bem compreendidas e a idéia de que
dúvidas. Nós só não conseguimos nossa espécie é a obra-prima da natureza,
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facilmente refutada. O posicionamento da via contraposição de hipóteses e


nossa espécie entre os demais animais levantamento de evidências.
facilita discussões de cunho ético, como a
necessidade da conservação da
Participação ativa dos alunos
biodiversidade e de cuidados na utilização
de animais em experimentos Os estudantes de ciências devem ser
laboratoriais. Para Mayr (1997, p. 17), participantes ativos do mundo científico.
“(...) toda pessoa instruída deveria ter Alunos de ciências precisam ter
uma compreensão de conceitos desenvolvida a sua capacidade de criticar
biológicos básicos – evolução, teorias e hipóteses sob a luz da
biodiversidade, competição, extinção,
adaptação, seleção natural, metodologia científica, a fim de
reprodução, desenvolvimento e vários minimizar suas próprias concepções
outros (...). A superpopulação, a errôneas e, conseqüentemente, contribuir
destruição do meio ambiente e a
questão da degradação urbana não
para o processo de aprendizado. Vale
podem ser resolvidas por avanços ressaltar que os alunos não devem ser
tecnológicos, nem pela literatura ou tratados como cientistas em um sentido
pela história, mas em última análise estrito, mas sim como sujeitos críticos das
somente por medidas que se baseiem
na compreensão das raízes biológicas informações recebidas e não simples
desses problemas. O ‘conhece-te a ti receptores passivos do conhecimento
mesmo’ a que os gregos nos incitam científico, como é praxe no ensino das
requer antes de tudo o conhecimento
ciências. Convencionalmente, os
das nossas origens biológicas”.
conteúdos dessas disciplinas são
A abordagem filogenética fornece apresentados pelo professor e os alunos
alguns dos subsídios imprescindíveis para os assimilam sem que seja questionada a
compreender o papel da nossa espécie em natureza desse conhecimento. Não há
meio a toda diversidade biológica. espaço para discutir se essa ou aquela
Apesar dos avanços que novas teoria tem maior ou menor fundamento
metodologias possam proporcionar, a ou se as classes de evidências utilizadas
solução definitiva das interpretações são aceitáveis. O núcleo da abordagem
errôneas sobre evolução na escola é uma filogenética para o ensino é apresentar
tarefa árdua e de longo prazo. Grande uma biologia dinâmica, que busca
parte dessas incorreções, derivadas não aumentar sua compreensão acerca do
de conceitos científicos mas de mundo natural com base na inferência e
perspectivas do senso comum, aparecem comparação de hipóteses, que se apóiam
com tal freqüência e são tão difundidas na em conjuntos de dados, observações e
cultura popular que acabam por ser experimentos.
tomadas como verdadeiras durante as Como nenhuma teoria é aprendida
aulas – para o rompimento dessa visão de forma isolada, seu aprendizado
deturpada da evolução orgânica o papel depende do estudo das suas aplicações,
do professor é indispensável, incluindo a resolução de problemas. Isso
especialmente para desestabilizar as é válido tanto para cientistas quanto para
“verdades” trazidas pelos alunos, estudantes. A sistemática filogenética
levando-os a raciocinar cientificamente,
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aplicada ao ensino de biologia possibilita Referências


aos alunos visualizar problemas
ALTERS, B.J. & NELSON, C. E. Perspective:
evolutivos reais. Como explicar a Teaching evolution in higher education.
semelhança entre gatos, leões, tigres e Evolution, 56 (10), 1891-1901, 2002.
onças? Por que as primeiras etapas da AMORIM, D.S. Paradigmas pré-
respiração das células eucarióticas são tão evolucionistas, espécies ancestrais e o ensino
semelhantes à fermentação das bactérias? de Zoologia e Botânica. Ciência & Ambiente,
36, 125-150, 2008.
Os parasitas são menos complexos
AMORIM, D.S. Fundamentos de sistemática
porque mais primitivos ou porque são
filogenética. Ribeirão Preto: Editora Holos,
muito mais modificados que seus primos 2002.
não-parasitas? Questões como essas BIZZO, N.M.V. Darwin e a evolução humana:
podem estimular o aluno, ou funcionar desfazendo alguns mitos. Ciência &
como o próprio mote das aulas. Além da Ambiente, 36, 23-36, 2008.
possibilidade de trabalhar com questões BRASIL. MEC. PCN – ENSINO MÉDIO.
evolutivas, o método filogenético fornece Parâmetros Curriculares Nacionais do
Ensino Médio Parte III - ciências da
as bases para a comparação entre
natureza, matemática e suas tecnologias.
hipóteses alternativas que explicam esses Brasília: Secretaria da Educação Média e
problemas, aproximando os alunos da Tecnológica, Ministério da Educação, 2002.
epistemologia e da prática científica. CALOR, A.R. & SANTOS, C.M.D. Filosofia e
Juntamente com a estrutura ensino de ciências: uma convergência
conceitual a ela subjacente, a abordagem necessária. Ciência Hoje, 210 (35), 59-61,
2004.
filogenética permite a assimilação de um
DARWIN, C. Origem das espécies. São Paulo:
amplo corpo de conhecimentos úteis para
Editora Martin Claret, 2004 [1859].
a compreensão de diversos domínios da
DE PINNA, M.C. Conrad Gesner e a
biologia e das ciências como um todo. O sistemática biológica. Ciência Hoje, 178,
uso de cladogramas como base para as 82-84, 2001.
aulas, além de solucionar más GIL PÉREZ, D., GUISASOLA, J., MORENO,
interpretações sobre a teoria evolutiva, A., CACHAPUZ, A., PESSOA DE
ajuda professores e estudantes a CARVALHO, A., TORREGROSA, M.,
SALINAS, J., VALDÉS, P., GONZÁLEZ, E.,
compreender a evolução como um
DUCH, A., DUMASCARRÉ, A., TRICÁRICO,
processo intensamente atuante na H. & GALLEGO, R. Defending
história da vida. A apresentação da Constructivism in Science Education. Science
diversidade biológica sob a forma de & Education, 11, n.6, p. 557–571, 2002.
cladogramas permite ao professor GOULD, S.J. Vida maravilhosa: o acaso na
trabalhar conceitos como homologia e evolução e a natureza da história. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990 [1989].
analogia, modificação através do tempo e
GOULD, S.J. A evolução da vida na Terra.
ancestralidade comum – fundamentais
Scientific American Brasil, Edição Especial
para o pensamento evolutivo – com uma nº 5, 2004 [1994].
elegante simplicidade, introduzindo para LAKATOS, I. O falseamento e a metodologia
o aluno uma nova forma de enxergar a dos programas de pesquisa científica. Em:
natureza. LAKATOS, I. & MUSGRAVE, A. (org.) A
crítica e o desenvolvimento do conhecimento,
p. 115-141. São Paulo: Editora Cultrix, 1979.
Ciência & Ensino, vol. 2, n. 1, dezembro de 2007

MAYR, E. O impacto de Darwin no


pensamento moderno. Scientific American
Brasil, Edição Especial nº 7, 2007 [2000].
MAYR, E. Isto é biologia: a ciência do
mundo vivo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2008 [1997].
MEYER, D. & EL-HANI, C.N. Evolução: o
sentido da biologia. São Paulo: Editora
Unesp, 2005.
POPPER, K. A lógica da pesquisa científica.
São Paulo: Editora Cultrix, 1972 [1959].
ROQUE, I.R. Girafas, mariposas e
anacronismos didáticos. Ciência Hoje, 34,
64-67, 2003.
SANTOS, C.M.D. & CALOR, A.R. Using the
logical basis of phylogenetics as the
framework for teaching biology. Papéis
Avulsos de Zoologia, vol.48, no.18, p.199-211,
2008.
SCHUH, R.T. Biological Systematics.
Ithaca: Cornell University Press, 2000.

____________________________
Charles Morphy Dias Santos e Adolfo
Ricardo Calor são professores do
Departamento de Biologia, Setor de
Ecologia e Evolução da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo.
E-mails, respectivamente:
charlesmorphy@gmail.com e acalor@usp.br

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