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º ANO Proposta 1
ANO LETIVO: ________ / ________ ANO DE ESCOLARIDADE: 9.º Ano DATA: ______ / ______ / ______
NOME: _______________________________________________________________________________________________________ N.º: ________ TURMA: ________
CLASSIFICAÇÃO: ______________________ PROFESSOR: ________________________________ ENC. DE EDUCAÇÃO: _________________________________
DURAÇÃO DA PROVA: 90 minutos. | TOLERÂNCIA: 30 minutos.
GRUPO I
PARTE A
Lê o texto.
VISITAS AO SOFÁ
Jorge Sousa Braga
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Elisa Costa Pinto e Vera Saraiva Baptista • Novo Plural 9 / Português 9.º ano
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20 palavras depende das palavras que as acompanham: há palavras que se iluminam umas às outras, e que
quando não se encontram juntas desaparecem no escuro.
Há limites para a invenção de novas palavras? Isto por sua vez levanta outras questões: será
que as palavras morrem? Será que as palavras ressuscitam?
Em relação à questão (há limites para a invenção de novas palavras?), também é óbvio que não.
25 Quando me deram o meu primeiro dicionário, eu pensei que todas as palavras estavam lá. Só me apercebi
de que não, quando me deram um dicionário ainda maior. Só muito mais tarde me apercebi de que havia
palavras que não estavam nesses dicionários ainda maiores, porque ainda não tinham sido recolhidas, ou
ainda não tinham sido inventadas. Nesse sentido não há limites para as palavras: o limite somos nós. Por
outro lado, os dicionários estão cheios de palavras que ninguém usa, a maioria das vezes porque as
30 desconhecemos, palavras em vias de extinção. Porque não criamos o «clube dos amigos das palavras em
vias de extinção»? Todos os dias íamos ao dicionário e escolhíamos uma palavra. Eu hoje fui ao dicionário
e escolhi a palavra «mefitizar». Acho que já estou a mefitizar toda a gente com estas meditações.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. As frases apresentadas de (A) a (G) baseiam-se em opiniões do poeta Jorge Sousa Braga sobre
a palavra. 2
Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas opiniões aparecem no
texto.
(A) O mundo das palavras está em constante enriquecimento.
(B) Os limites de uma palavra variam, por exemplo, com o espaço.
(C) Não é possível traduzir para pintura um poema.
(D) Há palavras que nos permitem sonhar.
(E) Há palavras que um dia deixarão de existir, se o deixarmos.
(F) Não é possível dizer por palavras uma ária musical.
(G) Uma palavra pode ter múltiplos significados.
2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1 a 2.4), a única opção que permite obter uma
afirmação adequada ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
2.1 De acordo com a opinião expressa pelo poeta,
(A) a arte mais sublime assenta na palavra.
(B) cada domínio artístico tem a sua especificidade.
(C) um grande pintor consegue traduzir um grande poema, pintando-o.
(D) a palavra é apenas uma muleta para nos levar onde quer que seja.
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2.2 «São tantos os significados que a mesa corre o risco de partir ao meio, sob o peso deles.»
Com esta metáfora, o poeta pretende dizer que uma simples palavra como mesa
(A) pode ter muitos sinónimos.
(B) pode ser de difícil interpretação num poema.
(C) pode ter várias aceções, conforme o contexto.
(D) pode ser tão incorretamente utilizada que se perca o sentido original.
2.3 Questionado sobre se há limite para a invenção de palavras novas, o entrevistado
manifestou a opinião de que
(A) o limite são as palavras que se encontram registadas no dicionário da língua.
(B) esse limite pode existir de acordo com o tempo e o espaço.
(C) não há limite, pois estão sempre a ser necessárias palavras novas.
(D) o limite está no nosso conhecimento lexical.
2.4 Mefitizar significa «empestar» e formou-se a partir do nome «mefítico» (do latim
mephiticus) cujo significado é «fedorento», «malcheiroso». O poeta entrevistado utilizou
a palavra para
(A) confundir a maioria dos leitores que desconhece o significado dessa palavra.
(B) exemplificar como dar início ao «clube dos amigos das palavras em vias de extinção».
(C) a aplicar numa frase que lhe clarificasse o sentido.
3
(D) construir uma metáfora que só ele deve saber explicar.
3. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) Há muitas palavras no dicionário em vias de extinção, porque ninguém as usa.
(B) Há palavras que deixam de ser utilizadas, porque a realidade que referem deixou de
existir.
(C) Só os linguistas conhecem todos os vocábulos de uma língua.
(D) Há palavras que «ressuscitam» com o sentido original ou com novo significado.
PARTE B
Lê o texto.
ÁGUA NO DESERTO
1 Íamos no oitavo dia da minha avaria no deserto e, enquanto ouvia a história do vendedor, eu tinha
bebido as últimas gotas de água da minha provisão.
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– Ah! É bem interessante, isso que tu me contas! – disse para o principezinho. – Mas a verdade é que
eu ainda não consertei o avião e já não tenho que beber! Olha que eu também havia de ficar feliz se pudesse
5 ir calmamente à procura de uma fonte!
– A minha amiga raposa… – disse ele.
– Ó meu rico menino, agora já não se trata de raposas, nem de meias raposas…
– Porquê?
– Porque vamos morrer de sede…
10 Não percebeu:
– É bom ter tido um amigo, mesmo quando se vai morrer. Eu cá estou bem contente por ter tido uma
amiga raposa...
«Não tem a noção do perigo», pensei eu. «Nunca tem fome nem sede. Basta-lhe um bocadinho de
sol…»
15 Mas o principezinho olhou para mim e respondeu aos meus pensamentos:
– Também eu tenho sede… Vamos à procura de um poço…
Fiz um gesto de impotência: é perfeitamente absurdo uma pessoa pôr-se assim, a andar às cegas, à
procura de um poço na imensidão do deserto. Mas lá nos deitámos ao caminho.
Depois de termos andado horas e horas em silêncio, fez-se de noite e as estrelas começaram a brilhar.
4
20 Via-as como em sonhos porque a sede me fazia uma ponta de febre. As palavras do principezinho não me
saíam da cabeça.
– Então tu também tens sede? – perguntei-lhe.
Não respondeu à minha pergunta. Disse simplesmente:
– A água também pode ser boa para o coração…
25 Não percebi a resposta dele, mas calei-me… Sabia que era inútil insistir.
O principezinho estava cansado. Sentou-se. Eu sentei-me ao lado. Primeiro, ficou uma data de tempo
calado, mas depois disse:
– As estrelas são bonitas por causa de uma flor que não se vê…
Eu respondi «Claro!», e pus-me a observar, calado, as pregas da areia à luz do luar.
30 – O deserto é bonito – disse ainda o principezinho.
E era verdade. Sempre gostei do deserto. Uma pessoa senta-se numa duna. Não vê nada. Não ouve
nada. E, no entanto, há qualquer coisa a brilhar em silêncio.
– O que torna o deserto bonito é ele ter um poço escondido algures por aí… – disse o principezinho.
Ao ouvir isto, entendi finalmente o que era aquele brilho misterioso da areia. Na minha infância,
35 vivíamos numa casa antiga onde se dizia que havia um tesouro escondido. Claro que nunca ninguém o
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conseguiu descobrir ou talvez nunca ninguém se tivesse dado ao trabalho de o procurar. Mas o facto é que
ele encantava a casa toda. A minha casa tinha um segredo escondido no fundo do coração...
– Tens razão – disse ao principezinho. – Casas, estrelas ou desertos, é tudo a mesma coisa: o que lhes
dá beleza nunca se vê!
40 – Ainda bem que concordas com a minha raposa…
Descobri que o principezinho estava cheio de sono, peguei-lhe ao colo e recomecei a andar. Eu ia
comovido. Parecia-me levar nos braços um tesouro muito frágil.
E, sempre a andar a direito, acabei por descobrir um poço ao romper do dia.
Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho, tradução de Joana Morais Varela, Ed. Presença, 2001
PARTE C
Lê os excertos do Auto da Barca do Inferno e do Auto da Índia, de Gil Vicente. Responde, de forma
completa e bem estruturada, apenas a um dos itens, 9. A. ou 9. B., e identifica, na folha de
respostas, o item a que vais responder.
Em caso de necessidade, consulta as notas apresentadas.
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Anjo – Esta é; que demandais?
Fid. – Que me leixês embarcar.
Sou fidalgo de solar1,
é bem que me recolhais.
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Caso respondas ao item 9. A., não respondas ao item 9. B.
Ama – Asinha?5 7
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• Explicação do estado de espírito da Ama.
• Explicação do verso «Que falas? Que t'arreganhas?».
• Explicitação da importância da primeira fala da Moça.
• Explicação, com base no teu conhecimento da obra, da intenção de crítica social feita
através da Ama.
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GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. «É bem interessante, isso que tu me contas!» (l. 3)
Reescreve a frase utilizando o adjetivo no grau superlativo absoluto sintético.
3. Regista um adjetivo, um advérbio e um verbo que tenham como forma de base a palavra
«Silêncio».
3.1 Explica o processo de formação de cada uma dessas palavras.
4. Faz corresponder cada frase da coluna A à única opção da coluna B que a completa
adequadamente. Regista nas quadrículas abaixo o número da coluna B que selecionaste.
Coluna A Coluna B
O verbo da frase «eu tinha bebido as últimas
gotas de água da minha provisão» está no A 1 presente do indicativo
O verbo da frase «se pudesse ir calmamente à
procura de uma fonte!» está no B 2 pretérito perfeito do indicativo 9
O verbo da frase «Mas lá nos deitámos ao
caminho» está no C 3 pretérito imperfeito do indicativo
O verbo da frase «As palavras do principezinho
não me saíam da cabeça» está no D 4 pretérito mais-que-perfeito do indicativo simples
O verbo da frase «Basta-lhe um bocadinho de pretérito mais-que-perfeito do Indicativo
sol…» está no E 5 composto
6 futuro simples do indicativo
7 futuro composto do indicativo
8 condicional simples
9 presente do conjuntivo
10 pretérito perfeito do conjuntivo
11 pretérito imperfeito do conjuntivo
A B C D E
5. «Íamos no oitavo dia da minha avaria no deserto e, enquanto ouvia a história do vendedor,
eu tinha bebido as últimas gotas de água da minha provisão.»
Divide e classifica as orações que constituem esta frase.
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GRUPO III
É notória a amizade que o principezinho nutre pela raposa e a importância que atribui a essa
amizade. (Grupo I, B)
Também tu tens, certamente, amigos com quem partilhas muitos momentos da tua vida.
Redige uma página do teu diário imaginário em que exponhas as tuas reflexões sobre o que é ser
amigo e o papel que os amigos desempenham na tua vida
ou, se preferires,
conta na tua página de diário um episódio em que um amigo te tenha ajudado a ultrapassar um
problema que para ti era grave.
Se escolheres a segunda opção, não deixes de incluir diálogo no teu texto.
O teu texto deve ter um mínimo de 160 e um máximo de 240 palavras.
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COTAÇÕES
GRUPO I GRUPO II
1. ………………………………………………...... 5 pontos 1. ………………………………………………...... 3 pontos
2. 2.
2.1 ……………………………………………. 2 pontos 2.1 ……………………………………………. 2 pontos
2.2 ……………………………………………. 2 pontos 2.2 ……………………………………………. 2 pontos
2.3 ……………………………………………. 2 pontos 3. ………………………………………………...... 2 pontos
2.4 ……………………………………………. 2 pontos 3.1 ……………………………………………. 3 pontos
3. ………………………………………………...... 2 pontos 4. ………………………………………………...... 5 pontos
4. ………………………………………………...... 4 pontos 5. ………………………………………………... 3 pontos
5. ………………………………………………...... 5 pontos 20 pontos
6. ………………………………………………...... 5 pontos GRUPO III
7. ………………………………………………...... 5 pontos …………………………………………...... 30 pontos
8. ………………………………………………...... 6 pontos 30 pontos
9. ……………………………………………….... 10 pontos
50 pontos
TOTAL ……………………………………….. 100 pontos
11
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SOLUÇÕES
com que costuma tratar todos. O Anjo responde-lhe com
GRUPO I tranquilidade que tirania, vaidade e luxos não cabem na
PARTE A barca celestial. A crítica, que aqui se dirige ao poder,
constitui o essencial desta peça. Construindo tipos
1. F, C, D, G, B, A, E
representativos, o autor denuncia vícios de toda a
2.1 B sociedade. (119 palavras)
2.2 C
9. B. Um excerto, duas personagens fundamentais da peça:
2.3 C
a patroa (Ama) e a única pessoa com quem vive, a Moça,
2.4 B
sua empregada. O diálogo entre ambas centra-se no
3. C regresso do Marido da Ama que estava ausente na Índia.
Pela Moça sabemos que passaram dois anos e logo a seguir
indica-se que, entretanto, passaram três sobre a partida da
PARTE B
Armada, que estará de regresso. A Ama fica admirada pois
4. Os protagonistas deste episódio estão retidos no deserto não dera pelo passar do tempo. Isso deve-se à forma
porque o avião onde viajavam teve uma avaria e o piloto divertida e devassa como viveu a ausência do Marido, que
ainda não conseguiu reparar o aparelho. a Moça sintetiza magistralmente no aparte inicial, que irrita
5. A situação é particularmente preocupante porque a a Ama. Através desta mulher critica-se a deslealdade de
reserva de água que tinham se acabou. O piloto não sabe todas as que aproveitavam a partida dos maridos para
onde encontrar água, nem o tempo que ainda levará a viverem a seu bel-prazer. (118 palavras)
consertar o avião.
6. «Ó meu rico menino, agora já não se trata de raposas,
nem de meias raposas...» denota irritação; «Não tem a
noção do perigo…» revela que o narrador deixou, por GRUPO II
momentos, de pensar na sua grave situação para pensar nas 1. É interessantíssimo, isso que tu me contas!
atitudes e características do principezinho. (São apenas 2.1 Não acabou a frase porque o interlocutor não deixou.
sugestões.) Estava demasiado preocupado para querer ouvir as
7. O que dá beleza às coisas é, mais do que o que vemos, o histórias da raposa.
que sentimos. O que sentimos em relação à casa onde 2.2 São as reticências. 12
vivemos, onde temos as nossas recordações, as coisas de 3. e 3.1 Adjetivo «silencioso». Palavra derivada por
que gostamos, os pequenos espaços onde nos refugiamos, sufixação. À palavra base «silêncio» acrescentou-se o sufixo
é o que dá beleza à nossa casa. Vemos as estrelas conforme -oso. Advérbio «silenciosamente». Formado por sufixação.
o que sentimos quando as observamos. Como se a beleza Ao adjetivo «silencioso» (no feminino) juntou-se o sufixo
delas variasse, em consonância com os nossos sentimentos. -mente. Verbo «silenciar». Palavra derivada por sufixação.
8. É muito bonita, como todas as raposas. Mas nela, o mais À palavra «silêncio» juntou-se o sufixo verbal -ar.
bonito é o que ela me diz, o que me ensina e sobretudo a 4. A – 5; B – 11; C – 2; D – 3; E – 1
amizade que nos liga. 5. Íamos no oitavo dia da minha avaria no deserto – oração
subordinante; e, eu tinha bebido as últimas gotas de água
da minha provisão – oração coordenada copulativa;
PARTE C enquanto ouvia a história do vendedor, – oração
9. A. Este excerto põe em confronto Anjo e Fidalgo que, subordinada temporal.
acabado de morrer, se encontra no cais de embarque para
o Além. Pretende ir para o Céu que, a seu ver, é o que lhe
está destinado por ser um fidalgo de solar. O título não
convence o Anjo, o que muito espanta o nobre: «– Não sei GRUPO III
porque haveis por mal / que entr’a minha senhoria…». Mas Dada a natureza deste item, não é apresentado exemplo de
o Fidalgo está irritado: dirige-se ao Anjo com a prepotência resposta.
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