Sei sulla pagina 1di 6

Literatura, imaginação e cosmovisão cristã1

Afirmar a importância da leitura e a necessidade de um ensino de literatura nas


escolas é, de certa forma, um ponto pacífico entre educadores. Aliás, a ideia de
que ler é importante, quase vital, está bastante difundida na sociedade em geral;
ideia comum na boca de ávidos leitores ou distantes espectadores, professores e
não professores. Entretanto, é sempre necessário perguntarmos “Por que isso tem
que ser assim?”. Por que ensinar literatura? Embora existam muitas frases de
efeito para responder a essa questão, é preciso pensar seriamente sobre o que é
literatura e qual seu papel no processo de formação de nossos alunos, pois é
somente a partir de uma sólida compreensão disso que podemos atuar mais
seguramente no âmbito do ensino de literatura nas escolas.

O que é literatura?
O que é a literatura se não um conjunto de estórias? De “mentiras bem
contadas”?2
Philip Sidney, em seu Apology for Poetry (apud VEITH, 1990, p.60)3, afirma
que: “Mentir é afirmar ser verdadeiro aquilo que é falso. [As obras ficcionais] nada
afirmam e, portanto, nunca mentem.”4. A obra ficcional não é uma mentira pois não
tem a intenção de se afirmar como verdade. A obra literária não é a constatação
de um fato, nem a exposição de uma argumentação lógica. Flaubert não quer
provar que Bovary existiu, ele quer, arriscamos dizer, fazer pensar “e se” Bovary
existisse. Pensar “e se” não é sair da realidade, é expandi-la, aprofundá-la.
Dessa forma, a Literatura é uma forma de expansão da realidade na
medida em que nos proporciona uma outra forma de experienciá-la. Obviamente
não queremos dizer que a leitura de Guerra e Paz nos permitirá dizer que vivemos
uma guerra, assim como ninguém se contentará em deixar de ir ao Egito apenas
por ter lido o guia de viagem. A experiência vivida através da leitura é uma
experiência vivida por meio da imaginação. A literatura é então referenciada como
algo importante por proporcionar ao ser humano um de seus atributos mais
extraordinários: a capacidade de experimentar, não hipotética, mas
imaginativamente, e significar a experimentação como “experiência de vida”. Ou
ainda:
5
As ideias comunicadas em um texto fazem uma diferença
prática na sua vida. De forma semelhante, poemas e histórias
podem trazer algo à sua atenção de modo que você comece a
pensar diferente sobre alguma coisa e então agir a partir
desse novo pensamento de modo bastante concreto. Ler

1 Jade Magave, mestranda em Educação, Arte e História da Cultura, formada em Letras. Raquel Endalécio, mestre em
Culturas e Identidades brasileiras, formada em letras, com bacharelado em edição. Noemih Sá Oliveira, estudante em
curso de extensão de Filosofia, formada em Letras e Pedagogia, pós-graduada em Escrita Criativa. Texto base da
Oficina Literatura, imaginação e cosmovisão cristã oferecida no Congresso Nacional de Educadores, Conduzindo os
alunos na verdade, 30 e 31 de maio de 2013 - Associação Internacional de Escolas Cristãs, Brasil.
2 Tradicionalmente, consideramos literatura textos produzidos em prosa e poesia, no entanto, nos deteremos em textos
em prosa, não por desmerecer a poesia, nem os outros gêneros, pelo contrário, apenas como estratégia para delimitar
nossa questão principal.
3 VEITH JR., Gene Edwards. Reading between the lines: a christian guide to literature. USA, Crossway books, 1990.
4 No original: “To lie is to affirm that to be true which is false. [The fictional works] nothing affirms, and therefore never
lieth.”
5 No original: “The ideas communicated through the text make a practical difference in your life. In similar way, poems
and stories can bring things to your attention in such a way that you might begin to think differently about something and
then go on to act on these new thoughts in a very concrete way. Reading texts enables us to participate in life, not to
escape it.”
textos nos permite participar da vida, não escapar dela.
(GALLANGHER;LUNDIN, XXV)6

Em outras palavras, a literatura, por exercitar a imaginação, nos


proporciona uma espécie de “sabedoria”, no sentido mais primordial da palavra:
um conjunto de saberes que direcionam a forma como vivemos. A literatura,
portanto, proporciona a vivência imaginativa promovida pela palavra.
Dessa forma, a literatura é um meio privilegiado para se pensar sobre a
condição humana, objeto caro à educação7.
Embora a literatura não seja o único lugar para se pensar sobre a condição
humana ela possibilita que este homem seja visto de forma mais pessoal, mais
profunda. Ou seja, poderá se fazer um estudo antropológico sobre um criminoso, o
que certamente nos trará muitos dados e insights interessantes, mas também
podemos ler sobre um criminoso; quem ele é, o que pensa, o que sente e assim
ele se torna o Raskolnikov (Crime e Castigo, Dostoiévski). Dessa forma, a
literatura propõe um sentido, uma ordenação da realidade, sem simplificá-la, ou
seja, ela trabalha com exemplos do todo; busca organizar, compreender uma parte
da vida: por exemplo, o sentido de um dia, como o Ulysses de Joyce. Como é
complexa, no entanto, cada leitor pode encontrar na obra um sentido que mais lhe
interesse no momento da leitura. Qual o sentido da Ilíada de Homero: o da guerra?
O do amor? O destino? Existem, evidentemente, alguns sentidos primordiais de
uma obra, mas que seja observado que por ter como objeto central a “vida”, ela
acaba trazendo um pouco de tudo. Ou seja, os personagens têm algo de todos os
homens, os enredos, algo de todos os conflitos humanos, os espaços, algo em
comum com os todos os ambientes, e as fábulas, algo das histórias de vida que já
ouvimos. Resgatando as palavras de Kirk Kilpatrick (apud VEITH, 1990, p.64): “A
vida é abundantemente rica e complexa como uma história, não é abstrata e
asséptica como uma teoria.”8
É nesse sentido que a leitura de um livro pode ser a forma de enxergar
novos aspectos da própria realidade, ou vê-la a partir de um novo parâmetro de
interpretação. Mesmo se vivêssemos 100 anos não teríamos tempo de ter tantas
experiências quanto a dos personagens das histórias que lemos. Assim, ler é uma
forma de expandir nosso conhecimento do mundo, de testar interpretações da
realidade, de conhecer novas “pessoas”, essa análise da experiência de outrem.

Literatura e educação

Então, dos meios que existem de “vivermos imaginativamente”, a literatura


é um dos que mais se apropriam do elemento “complexidade da vida” e um dos
que mais se relacionam com nossa “busca por compreensão da vida” e,
exatamente por essas razões que o trabalho com literatura constitui-se um dos
problemas fundamentais da educação em geral, e da educação cristã em
particular. Há uma questão profunda que secretamente nos fazemos a respeito
dessa maneira como conseguimos formar uma “sabedoria” à partir daquilo que
passa a povoar nosso imaginário: que poder têm essas coisas de determinar
nossa conduta? De conjugar-se aos nossos valores? De construir nosso caráter?
Um poder relativamente grande. Se não fosse assim, não teríamos pais
preocupados com as amizades feitas por seus filhos, ou um debate sempre

6 GALLAGHER, Susan; LUNDIN, Roger. Literature through the eyes of faith. USA: Haper Collins, 1989.
7
MORIN, Edgar. Amor, poesia e sabedoria. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,1998.
8 No original: “Life is full and rich and complex like a story, not abstract and neat like a theory.”
corrente sobre o impacto dos jogos, sobretudo os de videogames, na vida das
crianças, ou mesmo classificações indicativas nos cinemas.
Isso significa que sim: um amigo, um filme, um jogo podem impactar
profundamente a vida de uma pessoa, ao servir de critérios para seu parâmetro de
verdade e conduta. Quando se é um instrumento de “humanização”, está implícito
participar ou ter poderes de acessar esse âmago da condição humana: a busca
pela verdade e uma verdade que sirva de parâmetro para a vida.
Mas ser um dos “instrumentos” que têm esse poder de acesso às nossas
questões existenciais não é, como acabamos de constatar, exclusividade da
literatura. E, como foi colocado também esse “poder” é relativo. Ele é relativo
porque não é um livro, ou um filme, ou uma conversa que consolidam uma
verdade de vida, eles podem até ser decisivos, mas nunca autônomos. E é
justamente por isso, que a literatura realmente pode ser um “instrumento”
imprescindível em educação.
Por um lado, a educação tem como um bem a ser defendido que o
estudante entenda a complexidade da vida, e desenvolva e amadureça sua
consciência. Mas, por outro lado, não há como ensinar a complexidade da vida e
desenvolver a consciência do outro sem verdadeiramente tocarmos nos assuntos
complexos e difíceis de se lidar. Ou seja, é preciso estar preparado para a
literatura. E o principal mediador nesse processo, hoje, é o professor.

Desafios do ensino de literatura ― para as escolas, no geral, e para as


escolas cristãs, especificamente...

Comecemos pela dificuldade mais propriamente literária: ao se falar em


compreensão da realidade por intermédio da literatura, partimos do pressuposto de
que a vida tem um sentido.
Mas de que sentido estaríamos falando?
Para os cristãos, um sentido universal. Ao criar o mundo Deus estabeleceu
uma ordem e um propósito para sua criação, o homem ao pecar alterou a ordem e
desviou-se do propósito, Cristo por sua vez veio ao mundo para que o homem
pudesse novamente caminhar rumo ao propósito para o qual foi criado e hoje
esperamos o “fim da história” para que o propósito e significado da vida aconteça
em sua plenitude. A literatura é uma tentativa de ordenação da realidade, não no
sentido de sermos o criadores de uma nova ordem, mas no sentido de manifestar
uma busca por restabelecer uma ordem anteriormente criada, isto é, queremos por
meio das histórias que inventamos mostrar “qual o sentido da vida desse
personagem”. Portanto, em última análise, a literatura é forma de explorar as
possibilidades do mundo criado por Deus, significa “cuidar e cultivar o jardim”.
Quando lemos, encontramos as várias possibilidades de
reações humanas à vida e exploramos as infinitas opções do
mundo de Deus. Ler nos ajuda a descobrir as incríveis
possibilidades e inevitáveis limitações da vida. (GALLAGHER;
LUNDIN, p.45)9
Por outro lado, para diversas correntes de pensamento, o sentido da vida é
relativo, ou seja, a vida não tem nenhum sentido maior, extra-humano, e o homem
pode criar realidades, à medida que constitui, para si e para seus iguais, sentidos e
maneiras de se ordenar a vida.
Diversas visões de mundo podem ser identificadas no discurso literário. Por
exemplo: o que motiva a crueldade de um homem para com seu igual?

9 No original: “As we read, we encounter the many possible human reactions to life and explore the infinite options of
God’s world. Reading helps us to discover some of the incredible possibilities and inevitable limitations of life.”
No realismo de Eça de Queiroz, uma sociedade burguesa de mentalidade
diminuta (Luísa, que tem relações conjugais com o primo Brasílio, é Luisinha,
mesmo10). No existencialismo de Sartre, uma escolha que os homens fazem pela
vida que têm diante de si (e a prostituta pode ser infinitamente mais respeitosa do
que o filho de uma respeitada figura política11). No fairy de Tolkien, existe um mal
que incita a corrupção do coração dos homens12.
Isso significa que as obras literárias, embora sempre ofereçam um sentido
para aspectos da vida, e metonimicamente, para a vida inteira, divergem no
parâmetro de sentido que oferecem? Precisamente.
Mas, existe essa diversidade de crenças sobre o sentido da vida desde a
nossa pré-história ― a julgar pelo que atesta a própria diversidade de sentidos
manifestada pela pintura rupestre.
Nesse sentido, como primeiro dissemos na abertura desse tópico, a
literatura tem sido defendida no âmbito escolar justamente por proporcionar uma
discussão da complexidade, exercitando a consciência. E mais: poderíamos
discutir a complexidade da ação humana contra seu igual de infinitas formas, mas
poucas delas nos dariam um campo tão confortável (para um assunto tão
incômodo) como o literário: é bem mais fácil discutir essas questões quando
sabemos que as estamos discutindo como que tendo-as vivenciadas nós mesmos,
julgando nossa própria consciência diante de momentos difíceis de tomadas de
decisão, mas falando do que Luísa fez, ou se Juliana tinha ou não razões para
fazer o que fez, ou para merecer o fim que teve, ou mesmo definirmos o caráter de
Basílio.
Ainda assim, no entanto, assusta a missão de discutir, em âmbito escolar,
assuntos de natureza tão pessoal, tão carregados de subjetividades, e crenças, e
achismos, e preconceitos. A pergunta é: não é importante que essas questões
sejam discutidas? Não é importante que as crianças e adolescentes percebam a
complexidade dessa busca de sentido, de como as pessoas criam parâmetros
diferentes para lidar tanto com uma como com a outra? Não é importante que ela
defina um parâmetro seu conscientemente, já que será inevitável que estabeleça
algum ― afinal lida com as mesmas questões?
Em Notas sobre a experiência Jorge Larrosa defende uma educação a
partir da experiência e do sentido, o que, se levarmos em conta o que tem sido
defendido neste artigo, seria uma educação onde a literatura é fator essencial.
Para Larrosa, vivemos em um mundo onde “nunca se passaram tantas coisas,
mas a experiência é cada vez mais rara.”13 Ou seja, a cada dia muitas coisas
passam e acontecem, mas não nos passam, não nos acontecem, enfim não nos
tocam. Isso significa que não temos tido tempo para de fato viver experiências e
assim dar sentido ao que nos acontece. Assim, a escola oferece muita informação
sobre literatura e as revistas estão cheias de opiniões sobre tal livro e tal autor,
mas poucas vezes temos a felicidade de viver de fato a experiência da literatura e
muito menos de falar sobre essa experiência vivida em nossas salas de aula.
Aliada ao problema da falta de tempo está a valorização do saber científico
em detrimento dos valores éticos e morais, isto é, a escola tem sido um lugar para
se adquirir informações, se preparar para agir, somente, e não um lugar para
aperfeiçoar o caráter, formar a alma. O filósofo espanhol Fernando Savater explica
que:

10 QUEIROZ, Eça. O primo Basílio. São Paulo: Martin Claret, 2012.


11 SARTRE, Jean-Paul. A prostituta respeitosa. São Paulo: Papirus, 2004.
12 TOLKIEN, J.R.R. O senhor dos anéis. São Paulo: Martins Editora, 2001.
13 Conferência proferida no I Seminário Internacional de Educação de Campinas, traduzida e publicada, em julho de
2001, por Leituras SME, p.25.
Em linhas gerais, a educação, orientada para a formação da
alma e o cultivo respeitoso dos valores morais e patrióticos,
sempre foi considerado de mais alto nível do que a instrução,
que oferece o conhecimento de destrezas técnicas ou teorias
científicas. [...] Mais tarde, a proporção de apreço se inverte, e
os conhecimentos técnicos, tanto melhores quanto mais
especializados e adequados a um rendimento do trabalho
imediato, chegaram a ser considerados superiores a uma
formação cívica e ética sujeita a incansáveis controvérsias. O
modelo científico do saber é antes unitário, ao passo que as
propostas morais e políticas se enfrentam com multiplicidade
cacofônica: portanto, alguns chegam a recomendar que o
ensino institucional se atenha ao seguro e prático ― o que
tem uma aplicabilidade produtiva direta ―, deixando às
famílias e a outras instâncias ideológicas o encargo das
formas de socialização mais controvertidos.14

Cabe, portanto, à escola cristã, para que seja coerente com seus
fundamentos, investir tempo na formação da alma e isso significa investir tempo,
também, na leitura e discussão de obras literárias. Não significa que a literatura
servirá como redenção do homem, ou salvação de sua alma. E, embora ela possa
ser um meio de edificação do caráter cristão, isto não é algo que lhe é exclusivo e
nem é essa sua função principal. A maior importância da literatura na escola cristã
parece ser essa capacidade de cultivar a reflexão e a “experimentação” (ainda que
imaginativa) da complexidade do mundo criado por um Deus provedor de sentido.
Mas o que fazer quando o sentido, o parâmetro de mundo formador de uma
obra literária for conflitante com o parâmetro cristão? Em regra geral, acreditamos
que ainda assim tais obras devam ser lidas e discutidas, embora também
entendamos que existem obras que não lemos (nem nós mesmos) ou indicamos
porque julgamos a obra uma literatura “menor” (no sentido de explorar pouco da
complexidade da vida), ou porque falta-nos maturidade para aquele tipo de texto –
tudo o que pode acontecer também às pessoas para quem indicamos, ou com
quem trabalhamos com leituras. Mas se deixar de ler, ou discutir, um livro
considerando-o maligno em si por anuência a um estereótipo é resvalar em um
separatismo não apenas impossível, mas inconsequente, porque assim não
formaremos cristãos capazes de intervir na cultura. Cristo ao orar por seus
discípulos pede ao Pai não que os tire do mundo, mas que os proteja do maligno15
e também ordena aos seus discípulos que sejam sal e luz neste mundo16 ― o que,
por razões lógicas, é impossível de se fazer caso não se esteja nesse mundo.
Portanto, a maior preocupação da escola cristã não deve ser proteger do contato
com mundo, mas proteger do maligno: ou seja, estar disponível ao contato mas
estabelecer critérios, parâmetros, para a interação.
Portanto, mais importante do que a escolha dos livros, é essencial a uma
escola e à comunidade cristã (família, igreja) o ensino sólido do parâmetro que
elas têm a oferecer: Jesus Cristo e a mensagem de Deus revelada nas escrituras.
Note-se também que ensinar um parâmetro não implica em obrigá-lo. A exemplo
dos judeus, ninguém é obrigado a matricular seus filhos em escolas judaicas, mas
eles as têm para seus próprios filhos, justamente para que eles aprendam os

14 SAVATER, Fernando. O valor de educar. São Paulo: Martins Fontes, 1998.


15 “Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno”. Jo 17:15 NVI
16 "Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para
ser jogado fora e pisado pelos homens. "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída
sobre um monte.” Mateus 5:13-14 NVI
parâmetros judaicos, e eles fazem isso sem ignorar a diversidade de outros
parâmetros existentes. E estão cientes da conduta da escola. Nada é feito em
surdina. Tudo é declarado: do momento da matrícula, à divulgação do horário
escolar, com as disciplinas da grade.
Há hoje um temor tão grande em não se pecar pelo politicamente correto,
que acaba-se muitas vezes em pecar pela parcialidade. Não é possível, em uma
proposta de educação que se preocupe com a formação da alma, manter um
discurso eternamente “em cima do muro”. Se é uma educação que se preocupa
com a formação da alma, ela tem de ter uma visão de alma, e de vida, e de valor e
de ética. Ela tem opiniões a defender. E isso não significa a inexistência do
diálogo, pelo contrário, significa a existência dele. Quem nada tem a dizer, nada
tem a dialogar, e é indiferente ao que ouvir. Por isso, na escola em geral, e
sobretudo na cristã, há um lugar de fato bem-vindo para a literatura e para a
discussão que ela promove. E investir tempo nessa discussão é, sobretudo para
uma escola cristã, primordial.

Potrebbero piacerti anche