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DIFUSOS E COLETIVOS

Texto do Examinador  JUSTITIA n° 171 – a Defesa do MA e a saúde do


trabalhador.

Antes era promotor de acidentes do trabalho, toda a formação dele é na área de


acidente do trabalho – dar um foco para a área de acidente do trabalho.

Atuou num processe que discutia as telhas de amiantro – indenizar trabalhadores


doentes por razão dessas telhas.

A partir da EC 45 essas discussões nem são da justiça estadual, mas agora tudo
está na justiça do trabalho.

Luis Guilherme – examinador de processo civil


O mestrado dele foi sobre embargos de declaração – analisar. Inclusive ele tem
um livro publicado nisso.

É um dos responsáveis pela atualização do Teotônio Negrão.

Livro publicado pela Saraiva sobre as reformas do CPC.

Tópicos mínimos para ler antes da prova  leituras obrigatórias:

Até agora, sempre caiu texto de lei.

1) Súmulas do CSMP – total de 45 súmulas (acha no site do MP/SP)


2) LOMP – lei orgânica do MP – 8625/93
3) LC 734/93 – Lei de SP
4) Resolução n° 23 do CNMP  para uniformizar as regras sobre IP.
17.09.2007

1) INTERESSES DIFUSOS COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Existe diferença entre direitos e interesses, todavia, para o nosso sistema


coletivo a diferença é inútil.

O Art. 81, CDC, estabelece que as expressões são como sinônimas. O nosso
legislador fez uma opção de entrar na briga se trata de interesses ou direitos
difusos ou coletivos.

Prof. Barbosa Moreira – faz uma classificação dos interesse meta ou


transindividuais. E quando faz isso, diz que pode chamar de direitos ou
interesses. São aqueles que transcendem a figura do indivíduo. A idéia é fazer
uma classificação dos direitos trans ou meta individuais.
Divide em grupos:
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a) Naturalmente coletivos – indivisibilidade do objeto. O tópico de atuação
é impossível de ser cindido. São divididos em dois grandes grupos:
i. Difusos  são os direitos coletivos de maior abstração.
São os direitos mais indeterminados que pode imaginar.
a. Sujeitos indetermináveis – é incapaz de
descobrir quais são os titulares.
b. Circunstância de fato – é o que liga os
sujeitos entre si. E essa circunstância é
extremamente mutável. Ou seja, entre
eles não há nenhuma relação jurídica.
Exemplos:
- Meio ambiente – direito difuso por excelência. Se poluem
determinado rio, não prejudica só quem mora na beira do
rio, mas um número indeterminado de sujeitos. Esses
sujeitos são ligados por circunstância de fato – consumirem
a água do rio, pescarem do rio, comerem o peixe do rio.
Essa circunstâncias são mutáveis – hoje bebo da água do
rio, amanhã posso não beber mais. Por serem circuntâncias
de fato não há nenhuma relação jurídica.
- Moralidade administrativa – todos têm direito a um
governo honesto – hoje moramos em São Paulo, amanhã
podemos ir para outro lugar.
- Patrimônio Público
- Propagando Enganosa – não interessa quem vai cair no
conto do vigário.Todos somos sujeito a ver a
propaganda e cair - Súm 2 do CSMP/SP.

ii. Coletivos (propriamente ditos – s.s.) – são também


indivisíveis, mas são menos abstratos, isso porque:
a. Sujeitos determináveis – na hora de
ajuizar a ação não sabe, mas no futuro há
possibilidade saber.
b. Relação jurídica base – entre si ou com o
réu. Assim, diminui a abstração porque
consegue identificar os titulares do
direito. Por causa desse vínculo jurídico
existente. Importante ressaltar que o
vínculo não seja só entre si, podem até
nem se conhecer, desde que tenham
vínculo com o réu.

Exemplos: - seriam basicamente direito dos membros de


uma associação (sindicato, partido político, entidade de
classe)
- Metalúrgicos – direito coletivo a um meio de ambiente
de trabalho saudável. Não sabe quantos são, mas pode
identificar eles com um grupo – os metalúrgicos.
Não é relação só entre os autores. A relação pode ser com
o réu:

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- Direitos dos consorciados. Súm 643 STF (ilegalidade de
reajuste de mensalidades escolares) – não há relação
jurídica entre si, mas todos têm com o réu uma relação
jurídica contratual.

b) Acidentalmente coletivos – está diante da divisibilidade do objeto.

É o fato de poder ter um direito e o vizinho não.

Na verdade é um interesse individual – porque pode ser partido. Cada um


tem o seu, cada um pode entrar com uma ação. Mas há tanta gente que tem
esse direito, tantas pessoas com o mesmo individual, que ele está de forma
homogênea na sociedade, e então cria a categoria do interesse individual
homogêneo. Mas também o sistema permite que um só pode entrar com a
ação para todos.
Isso por questão de política legislativa – o nosso sistema por pura questão de
política legislativa falou que esse interesse é individual, cada um defende o
seu, mas como muitos possuem – o sistema permite dar tratamento coletivo
para um direito que na realidade é individual.
i. Sujeitos determináveis
ii. Pretensão tem origem comum – todas derivam do mesmo
fundamento de fato ou de direito.
Ex.
- Consumidores vítimas de um produto
- Microvilar – anticoncepcional de farinha (placebo) – os sujeitos são
determináveis. Todas elas tem direito a uma indenização por terem tomado esse
remédio (origem comum)
- Vítimas de montadoras de veículo – todas tem uma pretensão de origem
comum – terem adquirido o veículo da marca tal, lote tal etc.
- Acidente aéreo – é típico caso de individual homogêneo – a origem comum é a
queda do avião.

Depois cada vítima tem que se habilitar – é o momento que ocorre a divisão.
Porque alguns têm esse direito e outros não – esse é o momento da divisibilidade
do objeto.

Razões para o direito individual ser tratado como coletivo:


- Kazuo Watanabe – moleculariza o conflito – tratar todos de maneira
uniformte. Ações individuais são átomos, quando transforma em uma ação
coletiva moleculariza os átomos.
- Economia processual – em uma canetada resolvem muitas situações.
- Redução de custos – não é o pensamento das custas processuais, é o custo
para o judiciário. Para tocar uma ação é muito menos do que tocar 3000
ações.
- Evita decisões contraditórias e conflitantes - permite que todos tem a
mesma interpretação dos casos. Coerência no tratamento e nas decisões.
- Acesso à justiça – há certos direitos e situações na vida que
individualmente são antieconômicas para serem tuteladas. Ex. Leite com 50
ml a menos. Para um seria pouco custo, mas para muitos, fica maior.

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Se o direito for naturalmente coletivo – ou todo mundo ganha, ou todo mundo
perde (não dá para picotar entre os titulares, uns ganhando outros perdendo), já
nos acidentalmente coletivos – dá para uma parcela dos titulares ganharem e dos
pretensos titulares perderem.

Se fosse um litisconsórcio – os naturalmente coletivos seriam o litisconsórcio


unitário. Já os acidentalmente coletivos seria um litisconsórcio simples – uns
ganhando outros perdendo.

Observações Finais
- Há uma zona cinzenta entre os coletivos e os individuais homogêneos. A ponto
de alguns autores negarem a existência dos coletivos.
Ex. Súm. 643 (ação para discutir mensalidade). O pai de uma criança pode entrar
com uma ação, se ganhar a ação vale para ele. O direito é coletivo, mas o efeitos
será só para ele. Se fosse coletivo, se ele ganhasse individual – todos os outros
teriam que abaixar.

- Um mesmo fato pode dar origem aos 3 direitos (difusos, coletivos e individuais
homogêneos). Quem diz isso é o Nelson Nery Júnior (MP/SP tem veneração por
Nelson Nery e Mazzilli).
Ex. Acidente Bateau Mouche:
- Famílias precisam ser indenizadas – individual
homogêneo
- Associação de turismo de Angra – ação para obrigar
todos os barcos terem o n° mínimo de botes salva-
vidas, para voltarem a usar aqueles barcos – direito
coletivo (preocupados com o turismo)
- Obrigar todas as embarcações da bacia de Angra ter o
n° de botes suficientes (preocupados com a vida).

- Quando se tratar de direitos difusos e de coletivos (naturalmente coletivos) –


majoritariamente, ninguém nega a legitimidade do MP. O problema surge com os
individuais homogêneos, o MP sempre pode? Súm 7 CSMP/SP – diz que o MP
pode em 3 situações (não dizem que sempre pode, como o Nelson Nery
entende), porque haver uma razão:
o Substantiva  sempre que estiver presente a
hipótese do art. 127, CF – interesses sociais e
individuais indisponíveis. Plano de saúde – pode
porque saúde é um interesse indisponível.
Criança de uma determinada escola – direito
social.
o Quantitativa  Nos casos de grande dispersão
dos lesados. Casos de dano de massa. Não dá
para identificar com clareza quais são as
vítimas de determinado dano. Ex. leite
o Pragmática (prática)  hipótese de
conveniência à coletividade. (professor não
entende correto, por ser um cheque em branco
para atuar em qualquer situação). Ex.
assinantes de TV a cabo.

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2) CATEGORIAS E LEGISLAÇÃO RESPECTIVA

Indica as leis que cuidam do processo coletivos. É preciso ler essas lei. Para
entendê-las é preciso antes saber que o nosso sistema de processo coletivo é um
sistema integrativo, isso quer dizer que tem um núcleo central composto pela
LACP (art. 21) e pelo CDC (art. 90). Isso é um núcleo porque esses dois artigos
são normas de reenvio, porque um manda para o outro.

A partir disso, do núcleo central, o sistema abre as portas para mais um monte
de lei. Nosso sistema será repleto de outras leis que se comunicam com o núcleo
central. Significa que uma lei fala como a LACP e com o CDC, mas também pode
falar com outra lei. Ex. ECA não tem IC, pode aplicar para o ECA também? Sim,
porque tem no núcleo. Mas e uma regra de legitimidade prevista na lei de
deficientes físicos? Pode usar, porque se vai no núcleo e não tem, vai na lei que
tem.

E só se não tiver em nenhum lugar – aplica o CDC  aplicação subsidiária. No


microssistema a aplicação é integrativa e o CPC subsidiária.

Lei que conversam entre si:


- Legislação ambiental – L. 4771/65 (código Florestal); L. 6938/81; L. 9605/98
(política nacional do MA); L. 9985/2000 (regulamenta o art. 225, § 1o da CF- fala
das áreas de proteção ambiental)  professor acha que essa última vai cair na 1 a
fase.
- L. 6766/79  Lei de parcelamento do solo urbano (na última prova do MP caiu
uma questão dessa lei)
- L. 7853/89  Estatuto do deficiente
- L. 7813/89  Mercado de Capitais
- ECA
- Estatuto do Idoso
- Estatuto da Cidade
- Lei de Ação popular
- Lei de Improbidade Administrativa

3) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (L. 8429/92)

Possui 3 tipos de atos de improbidade, art. 9o, 10 e 11

Art. 9o – Enriquecimento Ilícito


Mais grave de todos.
Entende-se majoritariamente que essa conduta só é apenada a título de dolo.

Art. 10 – Prejuízo ao Erário


Agente não necessariamente fica rico.
Punidos a título de dolo ou culpa.

Art. 11 – Violação aos princípios da administração pública


Aqui também se entende que é só a título de dolo.
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Aquele que pratica atos de improbidade administrativa está sujeito a várias
sanções. E essas sanções estão previstas no art. 12 da LIA. Nesse grupo há
sanções de natureza civil (multa), administrativas (perda do cargo e proibição de
contratar) e políticas (suspensão dos direitos políticos).

A improbidade administrativa é uma ação civil, mas com graves sanções. A ACP
não tem aplicação de sanções.

Legitimidade Ativa
Prova de que a ação de improbidade é uma coisa e ACP é outra.
Art. 17, caput:
 MP
 Pessoa jurídicas de direito

Legitimidade Passiva
Art. 2o e 3o da Lei 8429/92

O STF tem entendido que a ação de improbidade não se aplica aos agentes
políticos (aqueles que exercem parcela de poder do Estado e cujos deveres e
forma desinvestidura têm previsão constitucional)
Os agentes políticos quando praticam ato de improbidade, estão sujeitos a crime
de responsabilidade (cuja pena é a perda do cargo e a inexigibilidade) – esses
crimes estão previsto no Decr. Lei 201/67 e a 1079/50 (prefeitos e
impeachment)

Ou seja, é para todos, menos para os agentes políticos – que não estariam
sujeitos à improbidade administrativa: Agentes políticos:
- e cujos deveres e forma de
Rec. 2138/STF

O STF acolheu a tese do Sadenber – quando os agentes praticam um ato de


improbidade

Prefeito, Governador, ministro, presidente, deputando, Juiz. Principal sanção do


crime de responsabilidade
Crimes de responsabilidade – Prefeito (DL 201)
Para os outros – lei do impeachment.

Joaquim Barboa deu uma resposta.l

Cargo e inexigilidade – se aplicasse as duas.

Os promotores acham isso uma aberração.

Se cair na prova, e disser de acordo com o entendimento do STF – usa esse


entendimento.
Se não for – pode dizer que aplicas as duas.

O regime político tem previsão expressa – logo, lei especial não aplica a geral. E
as sanções são as mesmas.
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Posição da Pessoa Jurídica de Direito Público
Art. 17, § 3o - LIA
Na legitimidade ativa a PJ de Direito público pode ser autora. (Prof. nunca julgou
uma ação assim). Essa PJ não é autora da ação, mas se o MP ganhar o dinheiro
irá para seus cofres, assim, é nitidamente interessada.

Copiando o art. 6o, § 3o da Lei da Ação Popular 

Pessoa juridica de direito público não é autora – mas foi citada para o processo,
tem 3 opções:
a) Pode incampar a ação, quer dizer que pode virar autora junto com o MP –
integrar o pólo ativo (porque o dinheiro vai para o cofre dela se o MP
ganhar)
b) Pode virar réu – pode defender o ato praticado, dizendo que não houve
improbidade.
c) Pode não fazer nada.

Isso tem na improbidade e na ação popular.

Competência da Improbidade
A ação de improbidade administrativa SEMPRE será em 1a instância. Não existe
improbidade administrativa originária.

Houve uma tentativa em 2002 de tentar colocar foro privilegiado para a


improbidade administrativa – art. 84 do CPP. L. 10.628/2002. Esse artigo 84 não
só criava o foro privilegiado para a improbidade, como também estendia o foro
do crime para os mandatários (perde o cargo, mas não perde o foro). Essa lei, e
o art. 84 foram declarados inconstitucional pelo STF – ADI 2797 – fundamento:
quem prevê regra de foro privilegiado são as constituições – poder constituinte
decorrente. Porque a CF só prevê para as autoridades federais, e a estadual
prevê para as autoridades estaduais.

HNM – dizia que se for aplicável a improbidade aos agentes políticos a perda do
cargo não pode ser decretada pelo juiz de 1 a instância se a autoridade tiver forma
de desinvestidura prevista na CF. A CF previu a forma de entrar e a forma de
sair, a norma infraconstitucional pode até dizer que perda do cargo é
conseqüência, é para os outros. Senão criariam uma nova forma de
desinvestidura não prevista na CF.

Perda do cargo e Suspensão dos direitos políticos

Art. 20 – só se efetiva com o trânsito em julgado. Ele fará de tudo para não
transitar em julgado.
Na hora que acaba o efeito suspensivo do recurso deveria perder o cargo, mas
não é assim que a lei entende.

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Exceção
PU – prevê que o juiz poderá tirar o governante do cargo, o impacto político é
muito grande, por isso que o juiz deve ter muita coragem. Ex. Pitta foi afastado
por 48 horas, e o Régis Fernandes que foi prefeito nesses dois dias.

Prescrição
Previsão no artigo 23
Esse artigo disciplina a prescrição da improbidade. Isso significa que o agente
não pode mais sofrer as sanções do art. 12. Passou esse prazo, não mais pode
haver perda de direitos políticos etc. Mas a reparação do dano é imprescritível. O
que prescreve é a via da improbidade. Art. 37, § 5o – coloca a salvo da prescrição
a reparação do patrimônio público – será sempre imprescritível (isso caiu na
última prova do MP).

Se for mandato  5 anos após o término.


Se for servidor de carreira  dentro do prazo prescricional previsto em lei
específica para as faltas disciplinares punidas com demissão (depende do tipo de
cargo, de falta etc.)

Procedimento da Improbidade
Tem previsão no art. 17, § 6o até o 11. Foi inserido pela Med. Provisória 2245 –
efeitos delas é igual da lei, os efeitos foram perenizados.

O processo civil normal é assim:


PI
Juiz analisa requisitos
Manda citar
Contestação
Provas
Sentença
Recurso

No processo civil não há uma fase chamada recebimento da ação. No crime o juiz
faz um juízo de aptidão da ação penal. Inclusive pode até julgar improcedente
liminarmente. No cível não existia isso. E a improbidade criou uma coisa nova.

1) Petição Inicial
2) Réu é notificado (não é citado) para apresentar defesa preliminar (fala
que é resposta escrita) – Em 15 DIAS.
3) Processo vai para o juiz – opções:
i. Indeferir a inicial (extinguindo o processo sem mérito)
ii. Decretar a improcedência da improbidade (decisão com
mérito) – julga improcedente sem citar o réu.
iii. Cite-se
Nas duas primeiras o autor que não vai gostar, logo, faz uma apelação. No
caso da citação, não cabe recurso, é despacho (decisão interlocutória
simples) no processo civil normal, não é recorrido, porque se defende na
contestação. Mas na ação de improbidade é recorrível por agravo de
instrumentos o réu

4) Prazo para a contestação e continua como o procedimento normal.


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Isso ocorreu em virtude do Luis Francisco de Sousa – é um procedimento
preliminar para a analisar a adequação da ação de improbidade.
Parecido com o procedimento dos crimes funcionais, embora seja um processo de
natureza civil.

4) AÇÃO CIVIL PÚBLICA (L. 7347/75)

Conceito
A origem do nome ação civil pública é a ação penal pública. É a forma do MP agir
no cível. Entende-se, majoritariamente, que ação civil pública é qualquer ação
não penal ajuizada pelo MP ou equiparado, com fundamento na lei 7347/85, ou
no CDC. Ficam de fora: as ações penais, improbidade administrativa, ação
rescisória, ação de nulidade de casamento (ação que o MP ajuíza como curador,
custus legis).

Alguns autores fazem diferenciação em ACP e ação coletiva (Mazzilli é um deles)


– ação coletiva é a ação com base no CDC, e ACP as outras. Essa é a única
diferença.

Objeto
Art. 1o, 3o e 11 da LACP.
Nas provas anteriores do MP sempre que se referiu a ACP, o examinador dizia a
ação civil pública e/ou coletiva – para mostrar que o tratamento é um só das
mesmas.
- Tutela preventiva ou ressarcitória dos seguintes bens ou direitos:
o MA
o Consumidor
o Bens de valor histórico e etc.
o Outros direitos difusos, coletivos ou individuais
o Ordem econômica
o Ordem urbanística

O principal objeto da tutela é a preventiva – MA.

Tutela Preventiva e Ressarcitória


Marinoni faz uma diferenciação entre ambas:

- Tutela preventiva – objetiva evitar o ilícito (de tabela


evita também a causação do dano)

o Tutela inibitória – quer evitar o ilícito, ainda não


aconteceu o vício.
o Tutela da remoção do ilícito – já ocorreu o ilícito
e pretende cessar o ilícito. Já está ocorrendo o
dano, para com o dano e então busca a
reparação.

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- Tutela ressarcitória (reparatória) – recomposição do
dano. Ex. plantar árvore no local que foi desmatado.

Poder ter uma ACP que tutela ao mesmo tempo as 3 tutelas.

Meio Ambiente
Pode se dividir em 3:

- Natural - Art. 3o, I – L. 6938/81


Uma das primeiras leis que regulamentam o MA. Seria Fauna, flora, terra, ar e
água. A responsabilidade civil tem previsão no art. 14 dessa lei, e também no
art. 3o da Lei 9605/98. Princípio da proteção integral – apontam que a
responsabilidade civil em matéria ambiental adota a teoria do risco integral, que
é uma responsabilidade objetiva agravada. Não admite exclusão de
responsabilidade pela força maior.
Princípio do poluidor pagador
Mesmo que tenha sido sem sua participação, se explorou a atividade, ainda que o
dano não tenha sido realizado diretamente – é responsável pelo princípio do
poluidor e risco integral.
O MA do trabalho tem sido considerado como natural. Há várias controvérsias.
ACP protegeria o MA do trabalho também. Súm 736 do STF diz que compete à
justiça do trabalho julgar essas ações relativas ao MA do trabalho. Nosso
examinador não poderia atuar na ação das telhas de amianto – a competência
para isso é da Justiça do Trabalho.

Leitura da Súm. 39 do CSMP – trata exatamente dessa matéria. Empregado


comum, CLT – MP do trabalho, se for servidor público, será do MP/SP.

- Artificial
É o espaço urbano. ACP para proteger a poluição visual, sonora.
Nem precisaria então dizer que há a proteção da ordem urbanística

- Cultural
É o patrimônio histórico cultural. Áreas que integram a cultura brasileira não
poderiam ser alteradas, porque fazem parte do MA cultural. O inciso III também
não precisaria existir, porque já estaria inserido no MA cultura.

A LACP protege os 3 tipos de MA, porque não foi limitado.

A LACP foi moldada nos seus primórdios para a proteção do MA.

Obs: Consumidor tem muito pouco no edital, analisar se no edital de consumidor


tem mais.

Bens de valor histórico estético cultural e paisagístico

Tombamento
É um atestado administrativo de que determinado bem tem valor histórico e
cultural. É uma restrição ao livre exercício do direito de propriedade, e advém da
polícia administrativa – poder de polícia do Estado.

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Com esse atestado há uma presunção absoluta (não há prova em contrário) de
valor histórico.

Posso proteger via ACP bem não tombado – sob o fundamento de que ele tem
valor histórico?
Sim, a diferença é a necessidade da prova do valor histórico. No bem tombado
não há a necessidade em razão do atestado.
Provar o valor histórico é difícil, tem que levantar elementos históricos e culturais
etc.

Outros interesses difusos, coletivos ou individuais


Não diz individuais homogêneos – mas é óbvio, em função do microssistema da
defesa dos interesses difusos e coletivos.

É uma norma de encerramento – que abrange todas as demais.


Ao dizer outros interesses difusos etc. pode inserir todos os outros incisos aqui.
Protege, portanto, patrimônio público, moralidade, idoso, deficiente, mercado de
capitais.

Tinha que estar no caput, não ser um inciso.

Súm 329, STJ – diz que o MP tem legitimidade para proteger o patrimônio pública
– havia gente que discordava. O fundamento era que havia uma PJ de direito
público que era violada, e assim o MP estaria advogando para ela. Mas a súmula
diz que é patrimônio público, bem de todos.

Hipótese de Vedação do Objeto


PU, art. 1o
Nosso sistema não deixa a ACP para:
- tributos
- contribuições previdenciárias
- FGTS
- Outros fundos de natureza institucional
Os beneficiários podem ser individualmente determinados. – ABSURDO!!

Isso ocorreu porque o Estado é o réu. O processo não pode funcionar quando o
Estado é réu. Seria um prejuízo para o patrimônio público, assim não aplica a
molecularização.

É pacificamente declarada constitucional pelo STJ e pelo STF – de modo que não
adianta chover no molhado.

Mas embora, seja pacífico na jurisprudência, na súm 44 CSMP diz que MP pode
atuar para a coletividade em matéria tributária.

LEGITIMIDADE ATIVA
Art. 5o LACP e 82 do CDC

Nosso sistema foi inspirado no dos EUA, tentou copiar o processo coletivo deles.
Mas lá, qualquer cidadão pode propor a ação coletiva. Mas se o juiz irá ou não
aceitar já é outra história.

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Porque nos EUA, se estabelece o controle judicial da adequada representação.
Ele controla se o cidadão representa adequadamente os interesses daquela
coletividade. Irá ver se a pessoa tem histórico na proteção coletiva, se tem
dinheiro (lá não tem processo grátis), se tem confiança da coletividade, se é um
bom escritório. Porque o juiz só pode autorizar alguém que será um bom
representante para coletividade.
Ex. Filme da Erin Brocovic – ela que ia propor a ação.
No Brasil é diferente, o cidadão não pode propor a ACP, só a ação popular.

O nosso legislador já estabeleceu o rol de legitimados no art. 5o:


A discussão é saber se no Brasil em que o rol é legal, há ou não o controle da
adequada representação. Posições:

1) Só para as associações (Nery e Mazzilli) – há controle judicial da adequada


representação só para associações. Porque na LACP, o artigo 5o, V, estabeleceu
expressamente o controle da representação das associações.
O juiz para admitir que a associação entre com a ACP irá analisar a pertinência
temática. IDEC – só pode propor ação para consumidor, Greepeace – MA.
O juiz faria um controle da representaçaõ – se aquele bem que pretende ser
tutela está n os fins da associação.
Já para os outros legitimados não haverá controle.
A legitimidade na ACP é ope judicis para associação e ope legis (por força de lei)
para os demais.

2) Para todos – o juiz controlaria não só a da associação (tem previsão legal


dizendo que controla), mas de todos, inclusive a representação do MP. Faria esse
controle de acordo com a finalidade institucional.

MP – com base no art. 127, CF – regime democrático, interesses sociais e


individuais indisponíveis. Extinção do processo sem julgamento do mérito porque
o promotor seria parte ilegítima.

Defensoria pública – art. 134, CF – finalidade é proteger o hipossuficiente (ou


seja, o pobre, não tem condição de pagar um profissional). Ex. não poderia
defender a importação do caviar norueguense.

Órgão público – poder público.

Ministério Público
As principais ACPs ajuizadas no país são propostas pelo MP.
MPU e MPEs – o próprio artigo 5o, § 5o da LACP prevê a possibilidade de
litisconsórcio de MPs de todos, e também dos demais legitimados no § 2o .
Pode haver litisconsórcio entre todos os legitimados coletivos, sem nenhuma
exceção.

Prevalece o entendimento de que o MP é um órgão único, igual o poder judiciário.


Não há distinção no órgão, é apenas para organização administrativa. A
remuneração de todas as magistraturas tem que ser idêntica – a base tem que
ser igual, muda de entrância.

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O MP pode ajuizar a ação na esfera do outro. Ex. MP/SP propor ação em Minas,
MPF propor ação na Justiça Federal. DÚVIDA  CONSULTAR ISSO

Defensoria Pública
Entrou em 2007, o que despertou a ira do Conamp (órgão central do MP) – ADI
3943, ainda não foi julgada (Rel. Min. Carmén Lúcia), sustentando que essa lei
viola o art. 129 da CF, porque este artigo prevê que é atribuição do MP defender
direitos difusos e coletivos. Não poderia aumentar o espectro de abrangência das
finalidades da defensoria por uma lei infraconstitucional. E para a defensoria
atuar, tem que ser necessitado, e só pode ser analisado sob o ponto de vista
individual, analisando sua situação concreta. A conseqüência prática é que não
poderia ter ação coletiva pela defensora.
Prof. acha que talvez caia essa discussão na 2 a fase – discutir legitimidade na
dissertação. Não pode dizer que é uma posição institucional contra a defensoria,
porque o MPF não aceitou essa ADIN, e no MPE houve uma comoção maior.

Entrar no site do STF pega essa ADIN e faz um download da petição inicial – e
analisa todos os argumentos.

Partindo-se do princípio que ela pode, a segunda questão é se pode haver grupo
de beneficiados não necessitados?
Ex. entraram uma ação do plano Bresser e Verão, ela irá atingir também quem
não era necessitado, porque não pode picar os efeitos da ação.

Administração Direta e Indireta


No art. 82 do CDC, houve uma aumentada nesse inciso. Acrescenta órgãos da
administração direta e indireta sem personalidade jurídica, mas com
prerrogativas a defender. Ex. Procon – não tem personalidade jurídica autônoma,
exceto em capitais, nos outros municípios é órgão da prefeitura, pode propor,
porque tem prerrogativas a defender.
Outro exemplo é uma secretaria do MA pode propor a ação, mesmo sem ter PJ.

Associações
Essa expressão trata dos sindicatos (associação com registro do estatuto no min.
do trabalho), partidos políticos (associação com registro do Estatuto no Tribunal
eleitoral), entidades de classe.
OAB – não importa se entra na autarquia ou na associação (controle da
pertinência temática), importa que pode propor a ACP.

A associação tem que ser constituída ou em funcionamento há pelo menos 1 ano.


Para evitar a associação ad hoc, mostra que é relativamente séria essa
associação.

O § 4o do art. 5o – o juiz pode dispensar esse prazo de 1 ano, toda vez que tiver
um interesse social grande, ou o bem jurídico protegido é muito importante, o
objeto da ação ser relevante.
Não é assim um requisito absoluto.

O Leading case da constituição de 1 ano – Adesp (associação de defesa dos


fumantes) ação para indenizar fumantes com câncer, por não haver informado. A
associação tinha 2 meses, e o juiz autorizar a propor a ação.

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Pertinência temática

Associação pode propor ação contra o poder público. Condições:

- Lei 9494/97 
Art. 2o-A, PU – essa lei acabou com as associações para tutelar direitos
individuais homogêneos contra o poder público.
A petição inicial deverá obrigatoriamente estar com a ata da assembléia que
autorizou a ação, e a relação nominal dos associados com seu endereço.- Isso
porque a ação só valerá para esses associados.

Isso é para dificultar a proposição das coletivas – o STJ entende que é


constitucional.

*Importante  Súm 629 – STF não é para ACP, mas para MS coletivo. Ou seja,
não aplica para ACP.

Observações finais
- Essa legitimidade do art. 5o tem incidido que é uma legitimidade concorrente
(vários legitimados) e disjuntiva (sem depender do outro).

Natureza jurídica da Legitimidade (principalmente quando é o MP) 

- 1a posição:
o Legitimidade Extraordinária (HNM – maioria) –
art. 6o do CPC. Ocorre quando uma pessoa age
em nome próprio na defesa de um direito alheio
(NPDA) – Substituição processual.

- 2a posição Nelson Nery:

o Individual homogêneo – Legitimidade


Extraordinária

o Difusos e coletivos – legitimidade autônoma


para a condução do processo – não pode tratar
dentro da ordinária e extraordinária. É dever do
MP entrar com a ACP, seria ordinária, mas por
ser coletiva, defende interesse alheio, sendo
extraordinária também, logo, propõe um
modelo que mistura essas duas. Não decorre
nem de direito próprio dele, nem de interesse
alheio, legitimidade, portanto, autônoma para
conduzir o processo, não está vinculada a um
direito, próprio ou alheio.

LEGITIMIDADE PASSIVA

14
Quem será réu é o causador do dano e todo aquele que direta ou indiretamente
contribuir ou se beneficiar diretamente dele.
Não há beneficiário indireto, só contribuição.

Não há disposição legal na LACP sobre legitimado passivo. Se não tem na ACP irá
no CDC. Lá também não tem. Terá somente no art. 6o da Lei de Ação Popular
(microssistema, todos ligados, pode pegar dispositivo de outro quando não tem
no seu).

Para a ação popular é pacífico que o litisconsórcio é necessário, a conseqüência é


que na ACP tenha que ser necessário também (HNM).
Mas há jurisprudência há julgados dizendo que na ACP é facultativo.

Professor entende que o HNM está certo, porque a ACP veio da APP, não existe o
princípio da indisponibilidade, não pode escolher contra quem entrará, até na
queixa é assim. Logo, aqui tem que propor a ação contra todos que se
beneficiaram.

Perguntas
Lei de improbidade
Argumentos para aplicar a lei de improbidade para os agentes políticos:
1) Ordem legal - a lei de improbidade administrativa diz mandato, eleição,
cargo político, é interpretação literal.
2) Ordem sistemática – crime de responsabilidade é direito penal.
Improbidade administrativa é processo civil. Não tem bis in idem. Não é
preso e indeniza família quando há homicídio.
3) Ordem de tipologia – nem todas as condutas prescritas nas leis de crime
de responsabilidade, tem análoga na lei de improbidade. Prevê várias
condutas que não são crimes, assim, ao menos teria que se pereguntar
( min. Joaquim Barbosa), esse fato é crime? Mas se o fato não for crime,
aplica a improbidade, porque não haveria bis in idem (grande crítica que
fizeram)

Decreto 201 – crime para prefeitos somente. No Decreto lei 201 não tem sanção
para o vereador, assim, pode aplicar a lei de improbidade.

Os artigos de tipo não são cumulativos – não pode enquadrar em dois tipos.
Começa no 9, deopis no 10 e depois no 11.

Sanções do art. 12 – não são cumulativas (entendimento majoritário), pode


aplicar todas ou nenhuma. Será verificada a gravidade do ato pelo juiz.

MP de 1a instância pode propor MS em 2 o grau? Sim, pode cautelar e MS, como


ocorre no crime.
Art. 527, III do CPC.

Todos os MPs adotam que aplicam as duas – crime de responsabilidade e ato de


improbidade. Mesmo porque o crime de responsabilidade é julgado pelo Tribunal.

Professor disse que queria revogar o art. 20, mas todos concordam que é
constitucional.
15
Interrupção da prescrição – regra geral do CPC. Antigamente era a citação, agora
não é mais (art. 219), com o CC será o despacho positivo do juiz (art. 202 do
CC) , o cite-se- art. 219, § 1o – retroage à data da propositura. O que interrompe
é o cite-se, mas retroage.

Se o MP não for é necessariamente custus legis – art. 5o, um dos parágrafos.

INTERESSE DE AGIR

Adequação
uso da via adequada.

Necessidade (ou utilidade)


Verifica se a parte precisa da tutela jurisdicional. Se ela não precisar, não há
interesse de agir necessidade.

Ex.: ação exoneratória de alimentos – súmula do STJ 358. O pai tem que pagar
alimentos para o filho até completar a maioridade, quando ele completa os 18
anos, a própria lei estabelece que o pai não tem que pagar mais alimentos para o
filho. Até 18 anos paga com base do poder familiar, e depois disso se há
necessidade ainda, ele que tem que entrar com a ação. Não precisa o judiciário
declarar que não precisa pagar.

Mas no STJ entendeu-se que necessariamente, mesmo que venha a maioridade,


o filho tem que ser citado, há interesse de agir necessidade na pretensão do filho
que pretende exonerar alimentos em razão do pai.

No processo coletivo
Eles precisam do provimento, senão não teriam entrado com a ação. Mas muitos
autores fazem uma relação entre interesse de agir e pertinência temática. Ope
judicis – juiz analisa se o MP está dentro das funções institucionais etc.

Alguns autores ao invés de ligar a pertinência temática à legitimidade, eles ligam


ao interesse de agir.

O professor entende que o problema é na legitimidade, mas alguns autores


entendem que a pertinência temática está no interesse de agir.

O efeito prático para o processo: Extinção sem apreciação do mérito. É uma


discussão mais técnica do que prática, porque em ambos extingue o processo.

LITISCONSÓRCIO E ASSISTÊNCIA

As regras têm previsão no art. 5º, §s 2º e 5º. Também há o art. 94 do CDC


(prevê o dever de comunicação – necessidade de uma vez ajuizada a ação
coletiva seja publicado no jornal editais de que a ação foi ajuizada).

16
Na questão do art. 5º e seu §s tem-se dito que se a parte entra no início do
processo (no ajuizamento do processo), ex. associação e MP, poder público e
associação, o caso é de litisconsórcio, igual está na lei. Agora, se a intervenção
foi após o ajuizamento da ação o caso é de assistência litisconsorcial (tem os
mesmos poderes do litisconsorte, só não entrou no momento correto).
Não consideram listiconsórcio ulterior, em que precisa de expressa determinação
legal. Pois, o sistema não deixa claro que é ulterior. Assim tem prevalecido que
se a parte entrar após o ajuizamento da ação, não será ulterior, mas de
assistência litisconsorcial.
Na prática o raciocínio é o mesmo.

Litisconsórcio do art. 5º é ativo, inicial (se passar vira assistente, não será
ulterior), facultativo (é opção, pode entrar junto ou não) e unitário (decisão será
idêntica, se um ganha o outro também, se fosse simples a decisão poderia ser
diferente).
Nos individuais homogêneos quando condena – condena todo mundo, há a
divisão do objeto, decide quem ganha ou perde só na hora da execução,
liquidação, e não na fase de conhecimento que ocorre a divisão.

Autor popular pode ser litisconsorte dos legitimados da ACP?


Há uma discussão na doutrina se é ou não possível ao autor da ação popular ser
litisconsorte na ACP quando ambas tiverem o mesmo objeto. Ex. ACP para
proteger MA, cidadão entrará com uma popular, sobre o mesmo MA.

O entendimento é majoritariamente contra tal possibilidade. Porque entende-se


que os legitimados para a ACP.

No art. 94 ocorre assistência litisconsorcial e não litisconsórcio, pois é posterior


ao ajuizamento da ação. Hugo Nigro diz que esse artigo só se aplica nas ações
coletiva para a tutela dos direitos individuais homogêneos e coletivos.
O art. 94 permite que a vítima ingresse como assistente litisconsorcial do autor
da coletiva. Mas isso não é interessante em razão does efeitos da coisa julgada
na ação coletiva que acabam atingido o assistente.

ATUAÇÃO DO MP

Art. 5º, § 1º
Se o MP não for o autor, necessariamente atuará como fiscal da lei.

Princípio da Indisponibilidade Mitigada


Art. 5o, § 3o - (art. 9º da Lei de ação popular)
Pode desistir da ação se a desistência for fundada.
O MP pode desistir da ACP se já tiver sido feito TAC com outro órgão legitimado.
Vide Súm. 21 CSMP.

Se a desistência for infundada – ocorre a sucessão processual, não a extinção.


Qualquer outro co-legitimado pode assumir ou, caso ele não assuma, o MP irá
assumir. O que é faculdade para qualquer outro legitimado, para o MP é dever.
No caso de não quiser assumir – art. 28 por analogia.

COMPETÊNCIA

17
Analisar a competência com base em 4 critérios, e nessa ordem:

1) Critério funcional (hierárquico)


Verifico o elemento da ação parte. Regra geral – analisa a existência de foro
privilegiado.

2) Critério Material
Alguns dizem impropriamente que é o critério do assunto. Momento em que
se define a competência da justiça conforme a sua vocação:
- Justiça Eleitoral – o que define em regra a competência
é a causa de pedir (fundamentos de fato e de direito)
- Justiça do Trabalho / Mesma coisa do Eleitoral
- Justiça Federal – O que define é a parte
- Justiça Estadual – O que define é a parte

3) Critério Valorativo
O que define é o valor da causa

4) Critério Territorial
É onde ajuizará a ação. O que vale é o critério do local.

Competência na ACP

1) Critério Funcional
Não existe ação coletiva em outro grau que não seja o 1o – todas as coletivas são
em 1a instância.
Mazzilli até diz que se for para perder o cargo a autoridade do 1o não poderá
decretar.

A única coletiva que tem foro privilegiado é o MS coletivo e MI coletivo. Além


dessas, não há foro privilegiado.

2) Critério Material
Ao definir qual justiça, já define qual é o MP com atribuição, que é vinculada à
justiça que ele atua.

Art. 121, CF – trata da competência da justiça eleitoral. Remete a uma lei


complementar a competência dos juizes eleitorais (código eleitoral) – apesar de
ser lei ordinária, foi recepcionada pela CF (o mesmo ocorrer com o código
tributário)

Justiça Eleitoral
No cível a Justiça Eleitoral julga:

- sufrágio – é gênero, dentro cabe eleições, plebiscito,


referendo etc.
- Questões político-partidárias

Se a causa de pedir for uma dessas duas, ACP na justiça eleitoral e o juiz del lá
que irar julgar. Ex. MP eleitorall – ACP para anular eeli

18
Justiça do Trabalho (art. 114, CF)
Súm 736, STF
MA do trabalho  antes da EC45 era da J. Estadual.

Examinador gosta desse assunto.

Justiça Federal
O que define sua competência é a parte, para lembrar o art. 109, I, CF. Define a
competência da justiça federal.
Se define que é parte a União, autarquia fundações etc.
O qe define a competência da Federa não é qual bem foi violado. Mas quem é o
titular de tal idireito .

Não é a natureza do bem (do dinheiro p úblico) que de

Súmm 150, STJ


Justiça estadual – se acha que é federal – envia. Se este discorar, manda de
volta para o Estadual que prossegue.

Súm 42, STJ  sociedade de economia mista – J. estadual que julga.

Justiça Estadual
A competência é residual.

4) Critério valorativo
Hoje nacionalmente o jvalor da causa so

Não há ACP no âmbito dos juizados. Art. 3o, I da L. 10259/2001. Mas para o
foro regional em SP pode até (até 500 ).

Critério Territorial
Critério do local

Posições:
a) tanto para difusos, coletivos e individuais homogêneos – regra do art 93
do CDC. ´regra central de competência.
(ignorar o ressalvada)
Dano local – local do dano
Dano regional – capital do Estado ou Brasília (DF) – até 4 comarcas ,
qulaquer delas, definido por prevenção. (entendimento doutrinário)
Dano regional – mais de 4 comarcas – não será qualquer delas, mas a capital
do Estado. (entendimento doutrniário)
- Dano Interestadual – até 4 Estados – qualquer capital do Estaado

- Dano Nacional – pode entrar na capital do Estado, que em tese

A lei só p revê o dano local, regional e nacional.

As regras territoriais protegem o interesse particular, não o público – se


ninguém reclamar – preclusa.
19
Posição 1o - Regra do art. 93 é uma regra de competência territorial absoluta
– significa que o juiz pode de ofício reconhecer a nulidade. (Aplicar esse
entendimento no MP)
Tem prevalecido na jurisprudência.

Posição 2 - Para os individuais homogêneos – parte da doutriona diz que


aplica a regra do art. 93, CDC – competência relativa. Já para os difusos e
coletivos aplica o ar.t 2o da LACP, é competência territorial absoluta. Essa
posição professor entende que é complexa, por não estabelecer no caso de
dano nacional, local etc.

Art. 16, LACP


Confundiu competência com coisa julgada
Diz que a decisão da coletiva só vale nos limites territoriais do órgão prolator.
A sentença individual vale para o Brasil inteiro.

O art. 16 é inconstitucional por dois fundamentos:


1) Porque não é razoável – violação do devido processo legal, que tem
caráter de razoabilidade.
2) É ineficaz porque não foi acompanhado da correspondente alteração dos
artigos 93 e 103 do CDC.
Quais são os limites territoriais do juiz da capital quando for dano nacional? O
Brasil inteiro.
Se o dano for do Estado – juiz da capital tem competência sobre todo o Estado.

Não adiantou – não mexeu no art. 93 e 103 – em virtude do microssistema – a


ACP irá beber no art. 93 e 103 do CDC.
Principalmente na prova do MP – considerar inconstitucional – ninguém que é do
MP diz o contrário.
Isso pode cair numa prova dissertativa.

RELAÇÃO ENTRE DEMANDAS

a) relação entre individual e coletiva


No processo individual quando há em duas individuais:
i. Identidade total dos elementos da ação  No processo
civil tradicional, a identidade total leva à extinção do
processo, porque ocorre o fenômeno da litispendência ou
da coisa julgada.
ii. Identidade parcial  pode estar diante de dois fenômenos
– conexão (pedido ou causa de pedir) ou continência
(parte, causa de pedir, o pedido de uma é maior que a
outra – quase uma litispendência) – neste caso ocorrerá
reunião para julgamento conjunto.

No âmbito coletivo não é possível identidade total - nem a litispendência ou a


coisa julgada – porque as partes são diferentes (mas alguns podem considerar
que são as mesmas), mas o pedido sempre será diferente (art. 95, CDC), isso
porque o pedido da coletiva sempre será genérico e o da individual sempre será
específico.
20
Nunca haverá uma identidade total entre individual e coletiva – art. 104, CDC. Se
não bastou o argumento de técnica, vai o argumento de autoridade.

Já identidade parcial – a continência nunca dará, porque exige as mesmas partes.


Mas pode haver conexão – isso porque entre a individual e a coletiva pode bater
a causa de pedir.

Se os processos fossem individuais a conseqüência seria a reunião dos processos


para o julgamento conjunto, mas como é com coletivo, ocorre a suspensão da
individual como possibilidade (Art. 104, CDC).

Se ganhar a coletiva, desiste da individual ou converte em execução. Mas se


perder a coletiva, segue com a individual.

b) Relação entre coletiva e coletiva


Podem ser de diversas naturezas. Duas ACPs, ACP e ação popular.

Não pode ter sempre 3 associações com a mesma ação, 3 MPs, defensoria de um
Estado e de outro. Logo, dá para ter identidade total – prevalece na doutrina e na
jurisprudência a idéia de que a identidade total, de duas coletivas, não leva à
extinção das ações, mas à reunião para julgamento conjunto. Apesar da
identidade, é uma situação em que elas poderiam ser julgadas conjuntamente.

Mas pode haver a identidade parcial, seja pela conexão ou pela continência.
Neste caso, o efeito será o mesmo – reunião para julgamento conjunto (não
muda nada entre processo coletivo e individual)

PREVENÇÃO
Critério de prevenção do CPC – 106 (juiz de mesma competência territorial – o
cite-se) e 219 (competências territoriais diferentes).

No art. 2o , § 1o, da LACP – há o critério da propositura.

Mas pela integratividade do sistema coletivo, aplica-se o art. 2o da LACP, porque


o CPC é subsidiário. Assim, a regra é a da propositura. Será aquele que recebeu
o primeiro processo da propositura.

TRANSAÇÃO

Essa é a transação judicial, feita em juízo, não é o TAC.


À exceção da improbidade administrativa (lá não tem transação, porque tem as
sanções), admite-se transação no processo coletivo.

O promotor não pode abrir mão de ajuizar a ação, depois que ajuíza, pode haver
a transação, porque possui o controle do judiciário. Se for realizado um mau
acordo, é culpa do judiciário.

A questão do acordo judicial, não se submete ao crivo do CSMP – quando o


promotor faz um TAC no IC, ele tem que submeter disso à aprovação do CSMP.

21
Mas se for feito judicialmente, não precisa da aprovação do CSMP (Súm. 25,
CSMP/SP).

SENTENÇA
A sentença no processo coletivo não tem previsão legal específica. Mas a
sentença da ACP pode ter todas as naturezas, depende do que foi pedido. Pode
ter todas as suas naturezas, sem exceção.
O comum atualmente é o MP ajuizar uma ACP para anular acordo malfeito, e
improbidade administrativa contra quem fez o acordo.

Sucumbência
Na ACP as regras sobre sucumbência estão previstas nos artigos 17 e 18 da
LACP. Há previsão idêntica no art. 87 do CDC.

MP + Associações
- Procedente
o MP  sem sucumbência, porque promotor não
pode receber honorários.
o Associação  com sucumbência, porque teve
que contratar um advogado.
- Improcedente
o MP e Associação  sem sucumbência, salvo
má-fé. Art. 17 e 18 diz que serão condenados,
estes dispositivo é constitucional. Já ocorreu a
aplicação disso para o MP. Quem paga os
honorários é o Estado, porque o MP não tem
responsabilidade direta.

Outros legitimados
- Procedente  Com sucumbência, ou seja, eles irão
receber dinheiro de quem perdeu. A defensoria entra
aqui também, porque o dinheiro arrecada de honorários
vai para um fundo.

- Improcedente  Também com sucumbência. Professor


entende que o MP deveria estar nessa regra. Se o MP
perde ação, é razoável que os outros re ceba.

MULTA e LIMINAR

Multa
Cominatória – Astreintes.

O Astreinte é considerado, de acordo com o sistema, meio de execução indireta.


É uma técnica de coerção, que atua sobre a vontade do devedor.
Faça...não vai fazer?... Terá que fazer mediante o pgaemtno de

A técnica da coerção é diferente da técnica da subrogação (VER ISSO).

22
Destinatário da Multa
O destinatário da multa é o credor, e no caso do processo coletivo, o credor e´a
coletividade. O dinheiro será revertido para o fundo de reparação de lesados –
art. 13, LACP.

Exigibilidade
Art. 12, § 2o – super criticada pela doutrina, apesar de ser aplicada.

A multa vale desde o dia que se configurou o descumprimento. Mas a lei


estabelece que a execução da multa ocorre depois do trânsito em julgado da
decisão.

A doutrina diz que na verdade deveria ter a multa com a possibilidade de


execução imediata, e seria exigível não após o trânsito em julgado,e se o réu
não concordasse com a multa poderia agravar no tribunal.
Porque torna a multa inútil, principalmente quando réu o poder público, e já saiu
do mandato.

A multa é perfeitamente cabível contra o poder público. A multa será paga via
precatório.

Liminar
Art. 12, caput.
Liminar antes, de início, ocorre antes da sentença.

Poderá ser liminar de natureza cautelar ou antecipatória.

A liminar de natureza cautelar no direito individual precisa ingressar com uma


ação cautelar, mas na ACP a liminar cautelar pode ser pedida nos próprios autos
do processo de conhecimento, mas também num processo cautelar preparatório
autônomo.

Com ou sem justificação prévia


É uma audiência que o juiz faz para verificar os requisitos da liminar. Essa
audiência não tem nada a ver com a cautelar de justificação. Juiz fica na dúvida
se dá ou não, ele não vê com clareza os requisitos da tutela antecipada.
Então ele faz uma audiência de justificação prévia, ele pede para as partes
provarem os requisitos da liminar – assim poderá conceder ou negá-la. Não é a
audiência principal do processo. Se quiser ouvir as mesmas testemunhas dessa
audiência na instrução, deverá fazer tudo novamente.

Liminar Inaldita Altera pars


Sem a oitiva da parte contrária.
Pode ocorrer, mas só nas hipóteses excepcionais. Só ocorrerá se a oitiva do réu
comprometer a tutela do direito.

Cabimento contra o poder público

23
Cabe. Mas, apesar disso, existem duas leis que limitam profundamente o
cabimento da liminar contra poder público.

Uma lei é 9494/97 (art. 1o ), outra é a Lei 8437/92 (art. 2o)

Não cabe liminar nas seguintes hipóteses de ACP (L. 9494/97):


- Aumento e vantagens para servidor público
- Reclassificação funcional

Esse dispositivo foi considerado constitucional na ADC n° 4, STF – entendendo


por 5X1 (Marco Aurélio é o voto vencido) assim.

Já a lei 84397/92 fala a mesma coisa que os outros, e acrescenta – compensação


em matéria tributária (é inútil porque não cabe ACP contra matéria tributária,
logo não cabe também liminar)

Art. 2o da L. 9437/92 – no MS e na ACP.

Já a liminar inaldita altera pars não poderá ocorrer contra o poder público. Para
liminar – representante judicial (procuradorias) serão ouvidas anteriormente.

RECURSOS

Recurso da sentença da ACP – apelação.

Art.14, LACP, art. 85 10741/03 - Estatuto do idoso, art. 198 do ECA.

Apelação na ACP – tem efeito devolutivo.


O efeito suspensivo fica por conta do juiz.
Projeto de lei estabelece que a apelação não terá mais efeito devolutivo.

*Importante* - Na ação popular, é duplo efeito, apelação com efeitos suspensivo


ou devolutivo. Na ACP – tem devolutivo e suspensivo o juiz decide.
O prazo é de 15 dias – porque não há previsão, assim aplica a do CPC.

Cuidado com prazo do ECA – apesar de constar 10 dias –para todo os recursos,
aplica para a ACP 15 dias, de acordo com o REsp n° 610. 438  item 3

Reexame necessário nas ações coletivas


A lei de ação popular (L1717/65) e a dos deficientes físicos (L. 7853/89) –
prevêem o reexame necessário em favor do autor da coletiva. A decisão do juiz
só vale depois de julgada pelo tribiunal
O reexame é uma condição de eficácia da sentença.

Reexame necessário em favor da coletividade – caberá em todas as coletivas?


Para que o interesse públioc.
Duas posições:
- Não se aplicam esses dispositivos às demais ações civil,
só na popular e só no deficiente. É esse o entendimento
que prevalece.
24
- Aplica aos demais – idéia de microssistema. Mas não é
essa que prevalece.

Logo, salvo nessas hipóteses, não há reexame necessário na ACP.

COISA JULGADA

Coisa julgada Coisa julgada Sem coisa


erga omnes ultra partes julgada
Difusos Procedente ou Improcedente por
improcedente falta de provas
(coisa julgada
secundum
eventum
probationes)
Coletivos Procedente ou Improcedente por
Improcedente – falta de provas –
porque não pega não impede outra
todas, mas o coletiva.
grupo da relação
jurídica base.
Individuais Procedente ou
homogêneos improcedente
(seja com prova
ou sem prova) –
pega todas as
vítimas.

**Se tem coisa julgada, não pode ter outra ação coletiva. Se não tem coisa
julgada, pode ter outra coletiva.

Secundum eventum litis (segundo o evento da lide) – se é erga omnes ou ultra


partes.
Secundum eventum probationes – sem coisa julgada

O nosso sistema considerou que a falta de provas é impróprio para fazer coisa
julgada para a coletividade. Para o autor não combinar com o réu de mover uma
ação sem provas, e então ela fazer coisa julgada, e não incomodarem mais o réu.

Observações
A coisa julgada em todos os interesses transindividuais – nunca prejudica as
pretensões individuais.
Esse quadro é só coletivo.
25
Mesmo nas individuais homogêneas – prejudica só o autor coletivo, não pode
mover mais uma ação coletiva, e pode propor individual. A coletiva nunca pega a
individual, não há litispendência ou coisa julgada entre individual e coletiva.

Exceção – art. 94, CDC – para aquele que quis ser assistentes litisconsorcial nos
individuais homogêneos e nos coletivos  se perder o processo, fez parte do
processo, a coisa julgada tem efeito em relação a ele, não podendo propor ação
individual.

Transporte in utilibus da coisa julgada coletiva –


Isso significa que a sentença coletiva só beneficia o indivíduo, que quer dizer que
julgada procedente a coletiva, o individuo pode executá-la.
Mas se for improcedente, ela não é transportada para prejudicar, assim, só
transporta se for para beneficiar.

Mas para usar a coisa julgada coletiva, a parte deve observar o art. 104, CDC – a
ação coletiva não induz litispendência para as individuais, mas os efeitos das
coisas julgadas erga omnes ou ultra partes não beneficiarão os autores das
individuais se não requererem a suspensão no prazo de 30 dias, contados da
hora que o réu ou o juiz avisarem da existência da coletiva com objeto
semelhante. Se não avisarem, não precisa suspender.
A suspensão da individual será por prazo indeterminado – dura até o julgamento
da coletiva.

Improcedente a coletiva  Prossegue na individual


Procedente a coletiva  transporte in utilibus da coisa julgada – extingue a
individual ou transforma-se em liquidação e execução (instrumentalidade).
Não pediu a suspensão da individual – não se beneficia da coisa julgada coletiva.

Se a individual for improcedente e só depois veio uma coletiva procedente, o


individuo não teve oportunidade para suspender a individual, aproveita ou não
aproveita? Duas posições:
- Aproveita – HNM (adotar essa na prova do MP)
- Não aproveita – prof. Ada  a coisa julgada julgou a
situação individual daquela pessoa, logo, não aproveita.

Coisa julgada secundum eventum probationes


Será na improcedência por falta de provas, caso dos difusos e dos coletivos –
permite a propositura de uma outra ação.

A sua ocorrência não precisa ser expressamente declarada na sentença, é só ver


na fundamentação.

Para o ajuizamento da nova coletiva, a parte precisa preliminarmente, indicar a


nova prova, dizendo assim que agora será capaz de provar.

O mesmo legitimado que propôs a primeira, poderá propor a segunda.

Transporte in utilibus da sentença penal condenatória


Art. 103, § 3o e 4o do CDC

26
Em matéria de dano ambiental tem responsabilidade penal da pessoa jurídica. Às
vezes no crime foi condenada a pessoa jurídica – teve conduta, nexo e resultado.
A sentença poderá ser executada no cível.
Essa sentença só poderá ser executada contra o condenado, se foi a pessoa
jurídica, só ela pode ser executada. Não poderá executar o sócio – o título não
ultrapassa a pessoa jurídica.

A sentença absolutória do crime, como regra, não impede a ação individual.

Aplica-se a teoria da relativização da coisa julgada na sentença coletiva


Na verdade não relativiza, mas afasta, desconsidera.
É permitir que assuntos transitados em julgados possam ser reabertas.
Ex. ACP foi julgada improcedente não por falta de provas, mas por falta de
direito. Entretanto, anos depois concluiu que tal substância prejudicava o
ambiente – a ação poderá ser reaberta.

Há 3 temas que são mais problemáticos do Processo coletivos:


- Legitimidade
- Competência
- Coisa Julgada

EXECUÇÃO E FUNDO PARA RESTITUIÇÃO DOS BENS LESADOS

Fundo de Restituição dos Bens Lesados


Art. 13 – complementado pelo art. 20.

Há um fundo para cada bem lesado. A o fundo do MA, do ECA, do Idoso, do


patrimônio histórico etc.

Existe um fundo por Estado para cada bem lesado. E também um fundo federal –
fundo MPF.
Esse fundo, é disciplinado em duas leis:
- L. 9008/95
- L. 8242/91

O fundo é gerido por membros da comunidade e por um promotor de justiça

O fundo será utilizado para:


1) Recompor o bem lesado (plantar arvores, passarela para deficiente)
2) Para campanhas educativas

Questões

MP estadual, sem litisconsórcio, ajuiza uma ação na justiça federal.


Hipóteses de repasse de verbas do SUS para os hospitais locais – o patrimônio
passou para o hospital, mas a verba é federal, e há interesse da União nessas
verbas.

Desistência para todos os legitimados


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A desistência é permitida, desde que fundada, para todos os legitimados. Ao
dizer associação no artigo, o legislador disse menos do que queria.

Transação Judicial
O juiz irá fazer o controle – se o MP transaciona em prejuízo da coletividade ele
não homologa por dispor de direitos que não lhe pertencem.

Reexame necessário
Se há regra específica de reexame necessário não aplica o 475 do CPC – se aplica
em favor do deficiente etc.

Art. 100, CF – só a transitada em julgado pode ser inscrita nos precatórios, não
pode executar em primeiro grau.

INQUÉRITO CIVIL

1) PARTE GERAL
Art. 8, § 1O e art. 9o da LACP.
- IC (stricto sensu) – invetigações mais compexas,
perícias, depoimentos etc.
- Peças de Informação – menos complexas, ex.
requisição de documentos.
Tem como finalidade colher elementos para a propositura da ACP.

Características do IC
- Procedimento meramente informativo
- Procedimetno Administrativo
- Facultativo (idem ao IP)
- Regra geral, o IC é procedimento público
- *Privativo do MP*

Ato normativo n° - 484 CPJ/06 (MP/SP)


CNMP – Resolução n° 23 de 17.09.07

2) INSTAURAÇÃO DO IC

Mediante portaria
Precisa ter:
- Número
- objeto da investigação
- principais ocorrências que fizeram o promotor resolver
investigar.

Procedimento Preparatório de IC (PPIC)


Art. 106 da LC 734/93 de SP  Lei orgânica do MP de SP
Se o promotor não estiver convencido da necessidade da instauração do IC, ele
instaura um procedimento preparatório do IC.
O promotor pode ter dúvida da idoneidade da informação, e a instauração por ter
um impacto grande em certos locais, faz com o que seja melhor instaurar o PPIC.

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E não afasta a necessidade de controle do arquivamento pelo órgão superior (sai
quase na mesma do que instaurar o IC).

Mecanismos para trancar o IC


- Via administrativa – recurso administrativo
- Via judiciária – MS contra o promotor

O Art. 108 da LOMP/SP estabelece a existência de um recurso contra a


instauração do IC, um recurso administrativo perante o CSMP – alguns
consideram esse artigo inconstitucional. A finalidade do recurso é trancar o IC – o
qual possui efeito suspensivo – haverá suspensão da investigação em curso. Esse
artigo muitas vezes é utilizado para fazer o investigado se desfazer das provas,
professor Nelson Nery entende que é matéria de processo, o que seria de
exclusiva competência da União (professor apesar de achar um absurdo o
recurso, não entende inconstitucional por esse argumento).

É pacífico o entendimento de que contra a instauração abusiva de IC caberá


Mandado de Segurança. A autoridade coatora desse mandado é o promotor de
justiça.

Esse Mandado de Segurança será julgado pelo TJ (art. 74, II, CE/SP)  é uma
das poucas ações cíveis que tem foro por prerrogativa de função (em nenhuma
ação coletiva tem foro por prerrogativa, somente o MS).

Assim, o promotor de justiça quando figurar como autoridade coatora em HC ou


MS será julgado pelo TJ.

A presidência do IC não obsta o ajuizamento da ACP, ou seja, o fato do promotor


começar a investigar aos fatos, e chegar à conclusão que deve propor ou não a
ação, não o impede de propor a ação, mesmo porque o objetivo do IC é
justamente esse, convencê-lo ou não da proposição do IC.

Não haverá suspeição ou impedimento do promotor de justiça para o IC ainda


que ele também seja um dos prejudicados pelo fato investigado. Se não for
assim, quando o dano for nacional não haverá promotor para entrar com a ação,
porque todos serão vítimas.

Efeito da Instauração do IC
Art. 26, § 2o, III - CDC – suspensão do prazo decadencial (volta a correr com o
restante)
Obsta a decadência na a instauração de IC até o seu encerramento, e depois
volta a correr o prazo, e assim pode instaurar a ação.  Aplica-se só para a
relação de consumo (porque está na parte de direito individual).

Crime de denunciação caluniosa


Art. 339, CP  crime de denunciação caluniosa
Dar causa à instauração de IC – imputando crime que se sabe inocente, pratica a
denunciação caluniosa. Está expresso

3) INSTRUÇÃO DO IC

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Poderes Instrutórios do MP no IC

Art. 26 da L. 8625/93 LONMP (**LER)

- Vistorias e Inspeções
- Intimação (notificação) para depoimento – Sob
pena de condução coercitiva e desobediência. Tem
prevalecido o entendimento de que nos termos do art.
300 e 42 do CP poderá responder por falso testemunho
também.
- Requisição de documentos – de qualquer entidade,
pública ou privada de pessoa física ou jurídica, de quem
quer que seja. Todavia, o único documento que o
promotor não pode requisitar no IC são aqueles que
têm sigilo constitucional, porque a CF estabelece alguns
sigilos, são situações em que não é possível a obtenção
da informação, salvo prévia ordem judicial. Será:
• Sigilo Telefônico
• Sigilo de Correspondência
Documentos fiscais e bancários (LC 105/2001) 
assim o sigilo não está expresso na CF, mas em
lei infraconstitucional. Poderá requisitar sem
ordem judicial? Duas posições:
o Sim (Nelson Nery e Hugo Mazzili)  A LONMP é
lei especial, e a LC 105 é lei geral, e a lei
especial prevalece sobre a geral, não sendo
protegido pelo MP o sigilo fiscal, por terem
autorização na LONMP para quebrar sigilo fiscal
e bancário.
o Não  Esses documentos também têm
proteção constitucional, não de forma explícita,
mas no direito à vida privada, à intimidade.
Apesar de preferir a primeira corrente, os
promotores não arriscam, e sempre solicitam a
autorização judicial.
Aqui é requisição (determinação), não é ordem, assim, o
descumprimento não gera crime de desobediência (prevê superioridade
hierarquica), mas o crime do art. 10 da LACP.
Não há contraditório no IC
Prevalece o entendimento de que não há contraditório no IC  é procedimento
inquisitivo.
Mas o investigado pode juntar provas, etc. Mas não irá somente ter que se
manifestar sobre a juntada de qualquer prova pelo MP.

Segredo de Justiça no IC
Usará por analogia o art. 20 do CPP quando for fundamental para:
- elucidação do fato
- exigido pelo interesse da sociedade.

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Mas os promotores geralmente não fazem isso, mas guardar as provas boas
somente par ao momento que entrará com a ação. Porque podem querer alegar
que violou a publicidade do IC.

4) CONCLUSÃO DO IC
O promotor poderá:

Propor a ACP
Se convenceu da existência de elementos para propor a ACP.

Arquivamento fundamentado
Art. 9o, LACP  não se convenceu da existência de elementos suficientes para a
propositura da ação. Esse arquivamento deve ser submetido à apreciação do
Conselho Superior do MP (CSMP).
A promoção de arquivamento é feita no prazo de 3 dias, e será distribuída a um
procurador de justiça do CSMP, que designará uma sessão de julgamento. Até a
data da sessão, qualquer interessado pode juntar documentos.
Nessa sessão o CSMP poderá:
- Homologar o arquivamento – concorda com o promotor,
por não haver indícios e provas. Mas essa homologação
não impede outra ACP, assim, qualquer outro
legitimado pode propor a ACP, até o mesmo promotor.
Porque podem surgir novos elementos, que permitem o
ajuizamento da ação. Essa homologação só serve para
o MP, que só no caso de novas provas para propor a
ACP, os outros legitimados não.
A decadência estava obstada pela instauração do IC, e
aqui volta a correr o prazo.

- Conversão do julgamento de diligências - Súmulas 16


e 17 do CSMP  ocorre quando entende que falta
provas, e determina que o representante do MP colha
provas. E ele depois de produzir essas provas poderá
mudar o parecer dele e assim propor a ACP. E não
precisará enviar novamente o processo, só comunica
por ofício.

- Nomeação de outro promotor para ajuizar a ACP - Não


pode arquivar – há elementos que comprovem lesão
aos interesses metaindividuais. Esse promotor nomeado
será longa manus do CSMP, não atua em nome próprio,
mas do CSMP.

*Ver nos meus cadernos sobre o arquivamento parcial.

5) COMPROMISSO OU TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (CAC OU


TAC)
Art. 5o, § 6o , LACP

Natureza Jurídica

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Tem prevalecido na doutrina e jurisprudência de que a natureza é de transação
(concessões mútuas e recíprocas). Professor discorda, porque ninguém pode
transacionar com o interesse público, abrir mão daquilo que não é seu. A
natureza jurídica tem que ser de reconhecimento jurídico do pedido.
Legitimidade
Instaurar o IC – só o MP.
Mas para propor TAC  MP e órgãos públicos legitimados. Fica de fora somente a
associação, sociedade de economia mista, empresa pública, ou seja, aqueles que
têm personalidade jurídica de direito privado.

Fiscalização
Súm 11 e 30, CSMP  quem fiscaliza o cumprimento do TAC é quem celebra. Um
legitimado não precisa de concordância do outro para celebrar o TAC, mas
precisa ter a responsabilidade de fazer um TAC bem feito, bem como fiscalizar o
seu cumprimento.
Se fizer um TAC mal feito ou não observar o cumprimento do que foi prometido,
responderá por improbidade administrativa. E qualquer outro legitimado poderá
propor a ACP em cima desse TAC.

Eficácia
Título Executivo extrajudicial – porque o acordo não é celebrado perante o órgão
judiciário. Ou o MP ou as pessoas jurídicas legitimadas.

Requisito Essencial
Todo TAC por força normativa tem que ter a cominação de uma multa, a qual
deve ser cominatória (Súm. 23 do CSMP). O que interessa é o cumprimento da
obrigação, não o pagamento da indenização.
E de natureza cominatória (astreinte) – paga a multa (castigo), sem prejuízo de
ser obrigado a fazer por outras vias. E não de natureza compensatória, em que é
paga no lugar para compensar.

Compromisso Celebrado no IC
Na maioria das vezes o TAC é celebrado dentro do IC. Neste caso, por resolver o
problema, o promotor propõe o arquivamento fundamentado do TAC, devendo,
assim, haver aprovação do CSMP.
Súm. 25 do CSMP  Porque na ACP foi feito o acordo, por ser ação, quem
extinguirá o processo será o juiz, e não o CSMP. Os promotores quando querem
atenuar os rigores da lei, não faz o acordo no IC, ele entra com a ACP e pede
para o juiz marcar uma audiência de conciliação, e o juiz homologa, sem passar
pelo CSMP.

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