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1ª AULA

CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA


Definição. Características. Método. Interdisciplinaridade.

UMA DEFINIÇAO:

Garcia-Pablos de Molina, Antonio. “Criminologia” págs. 33/51 – São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2ª ed.1997.

 A Criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime,


da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo.

 A Criminologia trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese,


dinâmica e variáveis principais do crime – contemplando este como problema individual e social –
assim como programas de prevenção e técnicas de intervenção positiva do delinqüente.

Características:
Método: empírico (indutivo, indiciário) e interdisciplinar.
Objeto: análise do delito, do delinqüente, da vítima e do controle social.
Funções: explicar e prevenir o crime e intervir na pessoa do infrator.

O CRIME
A criminologia estuda o crime como um “problema”, ressaltando sua base conflitual e
enigmática e seu lado humano e doloroso, com as transcendentais implicações de toda ordem que
derivam de tal análise, enquanto que o Direito Penal preocupa-se com a imposição de limites ao
poder punitivo do Estado, mediante definições claras e precisas das hipóteses de incidência
comportamental sujeitas a castigo.

AMPLITUDE CIENTÍFICA

O âmbito tradicional da criminologia está sendo ampliado, incorporando em seu objeto as


investigações sobre a vítima do delito e o denominado controle social, que deram à noção clássica
um moderado giro sociológico, que compensa o desmedido biologismo positivista sob cujos
auspícios ela nasceu.

PREVENÇÃO.
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Privilegia-se uma orientação prevencionista da criminologia, atenuando-se a obsessão
repressiva explícita.

Interessa prevenir eficazmente o delito e não castiga-lo cada vez mais e melhor.

INTERVENÇÃO POSITIVA DO HOMEM DELINQUENTE

A idéia de intervenção positiva possui uma noção mais dinâmica, complexa e


pluridimensional, em consonância com o substrato real, individual e comunitário do fenômeno
delitivo.

Abandona-se a idéia de “tratamento”do homem delinqüente, em razão de sua conotação


clínica, biologista, individualista e fatalista, que caracteriza o criminoso como um doente que
necessita de uma terapia específica.

A CRIMINOLOGIA É UMA CIÊNCIA

A criminologia não constitui uma arte, uma prática ou um ramo da Sociologia, Psicologia ou da
Biologia. Possui um método empírico, baseado na observação e análise da realidade do
comportamento humano que se desvia das expectativas gerais da sociedade. Logo, seu objeto de
conhecimento é diferenciado de outras ciências humanas. As investigações que foram realizadas,
durante mais de um século, constituem um sólido corpo doutrinário.

COMPORTAMENTO DESVIANTE

As causas do desvio comportamental primário serão analisadas, sem preconceitos radicais e


ideológicos.

Assim, tanto as orientações críticas, de cunho sociológico, que concebem a criminologia como
teorias da criminalidade, que buscam a gênese do comportamento criminoso, serão estudadas.

A CRIMINOLOGIA É UMA CIÊNCIA EMPÍRICA

 Isto significa que não se trata de uma ciência exata, com respostas definitivas sobre o objeto
de sua investigação.
 É uma ciência do ser, que se afasta do modelo causal-explicativo, próprio do positivismo
naturalista.
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 O saber empírico atualmente é aberto, provisório, porque o homem não é um objeto da
história, mas o sujeito do acontecer.

SABER EMPÍRICO E SABER NORMATIVO

 A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica. Seu método é indutivo, baseado na análise
e na observação da realidade.
 O Direito é uma ciência cultural, do “dever ser”, normativa. Seu método é lógico, abstrato e
dedutivo.
 O objeto da criminologia se insere no mundo real, do verificável, e não no mundo dos
valores e do enfoque normativo.

CIÊNCIA EMPÍRICA, MAS NÃO EXPERIMENTAL

 A experimentação é um método empírico, mas não o único. Não se pode aceitar como
cientifico somente aquilo que se possa ser demonstrado em um laboratório.
 No âmbito criminológico, muitas vezes a experimentação é inviável ou ilegal, porém o
criminólogo utilizará outras técnicas, não experimentais, para testar sua hipótese de trabalho.

OUTROS MÉTODOS

 O empirismo não é o único método à disposição do criminólogo. Se um crime é um


fenômeno humano e cultural, o subjetivismo, a intuição, os sintomas, os indícios e a empatia podem
ser métodos úteis de investigação cientifica.
 O método indiciário baseia-se na investigação de vestígios, relatos, questionários,
valorizando-se a intuição, elemento subjetivo importante. Ver: Cerqueira Filho, Gisálio e Neder,
Gizlene. Emoção e Política – (a) ventura e imaginação sociológica para o século XXI. Porto Alegre:
Sérgio Antonio Fabris Editor, 1997

INTERDISCIPLINARIDADE

 A criminologia constitui a instancia superior das diversas ciências – como a Biologia


Criminal, a Psicologia Criminal e a Sociologia Criminal – que estudam o comportamento desviante.
Pretende integrar e coordenar as informações setoriais, eliminando possíveis contradições internas
do sistema.
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QUEM É O CRIMINOLOGISTA?

 É alguém engajado no estudo cientifico do crime e dos criminosos. Normalmente está nas
Universidades, lecionando e realizando pesquisas.
 Excluem-se os policiais, os advogados, os Promotores, os juízes e outros que integram o
sistema da justiça criminal, caso não exerçam nenhuma atividade acadêmica nesta área.
 O criminologista é um produtor de conhecimentos, enquanto que o operador do sistema
penal é um consumidor ou um aplicador destes conhecimentos, apesar de algumas pessoas
exercerem ambas as tarefas.

2ª AULA

O OBJETO DA CRIMINOLOGIA

O DELITO
O Direito Penal serve-se de um conceito formal e normativo imposto por exigências
impostergáveis de legalidade e segurança jurídica. O injusto penal é toda conduta prevista na lei
penal e aquela exclusivamente submetida ao castigo penal.

A Criminologia positiva naturalista estabeleceu um conceito material de crime: “é a ofensa


feita a parte do senso moral formados pelos sentimentos altruístas de piedade e de probidade,
segundo o padrão médio das sociedades civilizadas.”Garofalo, R. “Criminologia” . Campinas: Péritas
Editora, 1997

O conceito sociológico considera o delito uma “conduta desviada”, assim considerando todo
comportamento que se afaste das expectativas sociais, contraindo os padrões e modelos da maioria
social. Os sociólogos adeptos consideram o delito mera rotulagem que o seletivo e discriminatório
sistema legal atribui a certas pessoas.

Tais conceitos privam o criminólogo de um marco teórico definido e de um referencial


metodológico. O “labelling approach” transfere ao controle social uma função criadora do crime, o
que impossibilita uma análise autônoma do delito

 O ponto de partida para o estudo criminológico do delito deve ser o conceito jurídico-penal,
porém a Criminologia avança sobre áreas não alcançadas pelo Direito Penal: o campo prévio do
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crime, a esfera social e psicológica do infrator, condutas atípicas, mas de interesse criminólogo,
como a prostituição e o alcoolismo, sua dimensão coletiva e supranacional.
 Para a Criminologia moderna o delito se apresenta, antes de tudo, como um problema social
e comunitário, que exige do investigador uma empatia para ele se aproximar.

PROBLEMA SOCIAL E COMUNITÁRIO

O delito é um problema da comunidade, nasce na comunidade e nela deve encontrar fórmulas


de solução positivas. É um problema de todos. Nada mais errôneo supor que o crime representa um
mero enfrentamento simbólico entre o infrator e a lei. E que o delito preocupa e interessa somente à
policia, ao Judiciário e a administração penitenciária.

O investigador deve agir com empatia, despedindo-se dos preconceitos formalistas ou


tecnocráticos, para tentar penetrar no universo enigmático, profundo e doloroso deste drama
humano e comunitário.

3ª AULA

OBJETO DE CRIMINOLOGIA - 2ª PARTE

O DELIQÜENTE

A VITIMA

O CONTROLE SOCIAL

CONTROLE SOCIAL – 1

 É o conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem promover e


garantir a submissão do indivíduo aos modelos e normas da comunidade.
 Visa assegurar a coerência interna do grupo social
 Para alcançar a disciplina social existem classes informais e formais de controle.

CONTROLE SOCIAL – 2

 AGENTES INFORMAIS: família, igrejas, escolas, atividade profissional, opinião pública,


partidos políticos, moda, artes, esportes, etc.
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 AGENTES FORMAIS : Política, Justiça, administração penitenciária.

 O sistema penal é um dos instrumentos de controle social.

O AUTOR DA CONDUTA

 O princípio da diversidade levou a Criminologia naturalista a tratar o delinqüente como uma


realidade biopsicopatológica.

 A moderna Criminologia, em razão da influencia sociológica, considera-o como uma


realidade biopsicossocial.

A IMAGEM DO DELIQÜENTE – 1

 CLÁSSICA: Todos os homens são iguais, não há diferenças qualitativas entre o delinqüente
e o não-delinqüente. Todo homem é livre, senhor absoluto de seus atos.
 O delinqüente faz mal, uso de sua liberdade em uma situação concreta. Optou pelo mau,
embora pudesse e devesse respeitar a Lei.

A IMAGEM DO DELIQÜENTE – 2

 a Criminologia positiva naturalista nega o livre arbítrio, que é uma ilusão subjetiva.
 o delinqüente está inserido na dinâmica naturalista de causas e efeitos. É um animal
selvagem e perigoso.
 É qualitativamente diferente dos outros homens, é um doente (determinismo biológico) ou
produto do meio social (determinação social).
A IMAGEM DO DELIQÜENTE – 3

 O utópico e paternalista pensamento correcional vê o criminoso com piedade. É tutelado,


vigiado. É incapaz de dirigir sua própria vida.
 O marxismo o considera vitima inocente de determinadas estruturas econômicas. Todas a
responsabilidade criminal é da própria sociedade.

A IMAGEM DO DELIQÜENTE – 4

 PARA A MODERNA CRIMINOLOGIA:


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 O delito é um comportamento previsível, esperado, em qualquer sociedade, independente
de seu modelo organizacional. É um comportamento normal, sob a ótica da Estatística e da
Sociologia.
 O delinqüente é um homem comum, real, como qualquer outro, que pode acatar ou não as
leis.

A VÍTIMA – 1
 FASES PERANTE A SOCIEDADE
 PROTAGONISMO : Justiça privada, vingança. A vítima aplica o castigo.
 NEUTRALIZACÃO : A vítima deixa de ser protagonista dos direitos de perseguir e punir o
delinqüente. O Estado assume com exclusividade o Direito de Punir. A vítima exerce função
testemunhal. O processo moderno busca a aplicação serena, objetiva e institucionalizada das leis ao
caso concreto.

A VÍTIMA – 2
 REDESCOBRIMENTO : a necessidade de investigar a interação entre delinqüentes e
vítima; grupos de risco de vitimização; a vitimização primária, derivada do delito e a vitimização
secundaria, fruto do processo; ressocialização da vítima; programas de reparação do dano e
assistência às vitimas; Psicologia Social e a terapia do medo.

A VITIMOLOGIA
Centros de Interesse
 A interação delinqüente/vítima.
 A vítima coletiva ou anônima. (meio ambiente)
 A prevenção a partir da vítima potencial.
 Pesquisas de vitimização. (cifras negras)
 A ressocialização da vítima. (Programas de assistência e reparação do dano, apoio à vítima
declarante).
 Vítima e efetividade do sistema penal. (alienação, medo da polícia, as dificuldades do
processo e a ineficiência das penas).

QUARTA AULA

A CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA


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A consolidação da criminologia como ciência. A etapa pré-científica. A Escola positiva.
Escolas intermediárias e ambientais. Breve evolução histórica.

A ORIGEM DA CIÊNCIA CRIMINOLÓGICA


 O crime sempre acompanhou a história da humanidade e sempre fascinou e preocupou o
homem.
 Em sentido amplo, a Criminologia, enquanto experiência cultural em relação ao delito,
sempre existiu.
 Em sentido estrito, como ciência, de base empírica, surge com a Escola Positiva italiana
(1876)

A ETAPA PRÉ-CIENTÍFICA
Postulados da Escola Clássica ou Criminologia clássica
 O crime como fato individual, isolado, mera infração da lei. Dogma da equipotencialidade.
Enfoque reativo: pena justa, proporcional e útil. Método lógico-abstrato.
 Homem: ser racional, igual e livre. Pacto social: fundamento do poder. Concepção utilitarista
do castigo.
O penitenciarismo: John Howard publica em 1777 o relatório: “A situação das prisões na
Inglaterra e no país de Gales”.
Jeremy Bentham: função utilitarista do castigo (1780) e o Panoptico (1791).
A fisionomia: Della Porta – artista italiano – publicou “A fisionomia humana”: (1586) Johann
Kaspar Savater, pastor suíço, descreveu o caráter humano através dos traços fisionômicos. (1775).
Édito de Valério: “quando se tem dúvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais
feio”.
A frenologia, precursora da Neurofisiologia e da Neuropsiquiatria. Franz Joseph Gall, 1810
determinava o caráter do indivíduo através da estrutura externa do crânio (craneoscopia) e outras
disfunções cerebrais. Cubí y Soler, utilizou em 1843, a expressão criminoso nato.
A psiquiatria, fundada pelo médico francês Philippe Pinel, separou os delinqüentes dos
doentes mentais. Outros psiquiatras sustentaram a existência de uma loucura moral (Morel – 1857).
A antropologia, parte da análise de crânios de assassinos (Paul Broca – fundador da Escola
de Antropologia da Faculdade de Medicina de Paris) Charles Robert Darwin publicada em 1859 a
Origem das Espécies. O criminoso é um homem que não evoluiu.
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A Escola Cartográfica ou Estatística Moral: o crime como fenômeno regular e normal, regido
por leis naturais (Mecânica ou Física Social) – Lambert-Adolphe-Jacques Quételet – matemático
belga (Curva de Quételet).

A CRIMINOLOGIA CIENTÍFICA
 A Escola Positivista: (Scuola Positivista)
 A antropologia de Cesare Lombroso: A publicação em 1876 do Tratado antropológico
Experimental do homem delinqüente marca a origem da criminologia cientifica.
 A sociologia criminal de Enrico Ferri: Sociologia criminal obra publicada em 1884.
 O positivismo moderado de Raffaele Garofalo: Criminologia obra publicada em 1885.

POSTULADOS DA ESCOLA POSITIVISTA


 O delito é um fato real e histórico, natural e não uma fictícia abstração jurídica;
 Sua nocividade deriva não da mera contradição com a lei, mas das exigências da vida
social. (defesa da sociedade)
 O livre arbítrio é uma ficção. O castigo se fundamenta na responsabilidade social.
 O homem criminoso: análise biopsicopatológica. Nega a equipotencialidade: há uma
diversidade natural. Determinismo antropológico ou sociológico.
 Método positivista clássico: indutivo-experimental (empírico)

OS PRIMEIROS CRIMINOLOGISTAS BRASILEIROS

 Tobias Barreto (1839 – 1889)


 Silvio Romero (1851 – 1914)
 Clóvis Bevilacqua (1859 – 1944)
 Euclides da Cunha (1839 – 1889)
 Nina Rodrigues (1862 - 1906)
 Afrânio Peixoto (1876 – 1947)
 Júlio Pires Porto-Carrero (1887-1937)
 Luis Carpenter (1876 – 1957)
 Evaristo de Morais ( 1871 – 1939)
 Joaquim Pimenta (1886 – 1963)

A ESCOLA POSITIVISTA NO BRASIL


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 Teixeira Mendes (1855 – 1927) – chefe do apostolado positivista no Brasil – justificou, a
pedido de Ruy Barbosa (1849 – 1923), o lema Ordem e Progresso na bandeira republicana –
Síntese do programa sociológico de Augusto Comte (1798 – 1857), fundador do positivismo.

QUINTA AULA

OS MODELOS TEÓRICOS EXPLICATIVOS DO COMPORTAMENTO CRIMINAL.

Primeira parte.
Modelos de cunho biológico. De Lombroso aos neo-lombrosianos.

Cesare Lombroso (1835 – 1909)


 Foi médico militar e biologista. Realizou mais de 600 publicações.
 Recebeu influência de Augusto Comte e do positivismo (francês), do materialismo alemão,
do evolucionismo de Darwin (inglês) e da frenologia de Gall.
 Publica em 1876 “L’Uomo Delinqüente”, quando era catedrático de Medicina Legal na
Faculdade de Turim.
 Publicou em 1895: “La femme criminelle et la prostituée” e em 1906: “Crime: causas e
remédios”.
OS POSTULADOS LOMBROSIANOS
 Os criminosos são diferentes dos não-criminosos em razao do atavismo, que é o retorno a
uma etapa anterior e primitiva da evolução humana (estudo de 25.000 presos na Europa).
 Distinguiu o criminoso epiléptico, o imbecil moral (doente), o criminoso nato ou atávico
(análise de mais de 400 necropsias e seis mil entrevistas com presos), o criminoso passional.
 Em 1906, reconheceu as falhas de sua doutrina e considerou as variáveis sociais da
pobreza, migração, alcoolismo, corrupção policial, bandos e quadrilhas, raça e crescimento urbano,
como influenciadoras das taxas de criminalidade.

SOCIOLOGIA E BIOQUÍMICA
 A sociobiologia afirma que o homem não é só natureza, biologia ou experiência (história),
senão um complexo organismo biossocial, que sofre a influencia decisiva da interação de fatores
físicos e ambientais. Wilson, E. – Sociobiology. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1976.
 O compontente bioquímico: Déficit de vitaminas e sais minerais. Insuficiência de vitamina B
– hiperatividade. Linus Pauling: defende a Psiquiatria Ortomolecular.
 Hipoglicemia, alergias e contaminantes ambientais (ondas eletromagnéticas, gases tóxicos
lançados na atmosfera, luminosidade e ruídos urbanos) produzem agressividade.
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CRIMINOLOGIA BIOSSOCIAL DE JEFFERY


 A conduta humana deriva tanto de variantes ambientais como genéticas. A aprendizagem é
um processo psicobiológico que inclui mudanças na estrutura na bioquímica e celular do cérebro.
 Três idéias decisivas: Prevenção: o castigo não é efetivo. Castigar por castigar não tem
sentido. Melhora do ambiente físico: “Se o crime é seletivo e busca determinados físicos, uma
política criminal cientifica deve atuar no desenho arquitetônico e urbanístico, nos espaços que
condicionam a vida do homem moderno”. Intervenção biológica agressiva: meios de engenharia
genética, intervenção no equilíbrio bioquímico cerebral através do uso das dietas e o uso de
psicofarmacos. Atuar fora das penitenciárias, preventivamente.
 Jefferey Clarency Ray. “Criminology and interdisciplinary approach” Englewood Cliffs, New
Jersey: Prentice- hall Inc., 1990.
ENDOCRINOLOGIA
 Hipertireoidismo: violência física.
 Distireiodismo: imoralidades.
 Dispituitarismo: fraudes e falsificações.
 Elevado nível de testosterona. 1972: Kreuz e Rose. 1976: Rada.
 Tensão-Pré-menstrual e violência feminina.

NEUROFISIOLOGIA
 Disfunções elétricas cerebrais e criminalidade.
 Disfunção cerebral mínima: “reações explosivas”(violência física).
 Anomalias eletroencefalográficas: ondas cerebrais lentais e bilaterais = comportamentos
hostis.
 Outras disfunções de correntes de traumatismo e doenças do sistema nervoso central.
 As sociobatias e disfunções do sistema nervoso autônomo e vegetativo. Encenck: 1964.

BIOTIPOLOGIA
 Escola Italiana: obrevilíneo: predomina o sistema vegetativo. Pessoas energéticas e vitais o
longelíneo: predomina a vida de relação. Pessoas maiores, tórax e membros largos, sem vontade e
depressiva, com tendência à introversão e a fantasia.
 Escola Alemã: tipos constitucionais: leptossomáticos (corpo comprido, cabeça pequena,
nariz pontiagudo- linha vertical – ladrões e extelionatários); atléticos (esqueleto e musculatura
desenvolvidos. Tórax e cabeça grandes – uma pirâmide invertida – crimes violentos – alta
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criminalidade); picnico (abdômen proeminente, cabeça redonda, e larga, extremidades curtas,
obeso – um círculo – baixa criminalidade); displástico (não se enquadra nos modelos anteriores).
tipos caracterológicos: esquizotinícos, ciclotínico e viscoso.
 Escola norte-americana: tipos endomorfos (obeso) mesomorfos (forte – maior tendência
criminal) ectomorfos (frágil e comprido).

ANTROPOMETRIA E ANTROPOLOGIA
 Antropometria: medidas corporais indicadoras da criminalidade. Bertillon: criou um sistema
de onze medidas corporais, ex.: comprimento da cabeça, dedo médio, braços..., que usado em todo
o mundo pela criminalística.
 Antropologia Criminal: Pós – lombrosianos. Göring: “o preso inglês: um estudo estatístico”
1913. Hooton: “o criminoso americano: um estudo antropológico”. 1939 – traçou o perfil físico inferior
dos criminosos. Di Túlio: desenvolveu o método biotipológico em “Princípios de Criminologia Clínica”
– 1950

GENÉTICA CRIMINAL
 Famílias com decendentes criminais: grande número de delinqüentes com ascendentes
delinqüentes.
 Estudos sobre gêmeos: nos univitelinos, quando um deles se torna delinqüente o outro
quase sempre o é.
 Estudos sobre a adoção: os índices de criminalidades aumentam em função da existência
de pais naturais delinqüentes e não de pais adotivos delinqüentes.
 A malformação cromossômica. Síndrome de Turner (XO): uma em cada cinco mil mulheres.
Agressividade. Trissomia XYY: ausente na raça negra. Homens brancos agressivos.

AS ESCOLAS INTERMEDIÁRIAS
 Escola de Lyon ou antropossocial ou criminal-sociológica: opostas às teses lombrosianas e
críticas do positivismo ( Lakassagne).
 Terza Escuola: eclética. Método experimental e o lógico abstrato.crime produto de variados
fatores. Sistema do duplo binário (penas e medidas de segurança). Responsabilidade moral e
temibilidade. Finalidades retributiva, preventiva e corretiva da pena. (Ipallomene; Alimena, etc.)
 A jovem escola alemã ou de Marburgo: Franz Von Liszt e o programa de Marburgo ( 1872).
Análise da realidade; relativização da questão do livre arbitrio; duplo binário; defesa social e
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prevenção especial. O Direito Penal como barreira intransponível para qualquer política criminal. “o
século XVIII queria combater o crime sem estuda-lo”.
 O movimento da defesa social: Marc Ansel – 1954 pretende a ação coordenada do Direito
Penal da Criminologia e do Direito Penitenciário. O principal não é o castigo do delinqüente mas a
proteção da sociedade, por estratégias que, a partir do conhecimento do delinqüente, neutralizem
sua periculosidade de modo humanitário e individualizado.
 O movimento psicossociológico: Gabriel Tarde (1843 – 1904) sociólogo francês. Foi diretor
de estatística criminal. Formulou a lei da integração social ou da imitação: o crime, como todo
comportamento social, é inventado, repetido, conflitado e adaptado (dialética de Hegel). Começa
como moda, torna-se costume e submete-se a imitação. O delinqüente é um imitador consciente ou
inconsciente.

6ª AULA
MODELOS TEÓRICO EXPLICATIVOS DO COMPORTAMENTO CRIMINAL

OS MODELOS SOCIOLÓGICOS. DE ENRICO FERRI AO MODELO CRIMINOLÓGICO


MARXISTA.

Teorias do processo social


 Etiquetamento (labelling approach) : (grafinkel) o crime é produto do controle social que,
seletiva e discriminatoriamente, rotula algumas pessoas como delinqüentes.
 Teorema Thomas: “se um homem assume certas situações como reais, elas são reais em
suas conseqüências” – interação simbólica.
 Postulados: interação simbólica e construtivismo social. Processo sociais de definição. A
pena produz criminalidade. Modelo de controle social.

ENRICO FERRI (1856 – 1929)


 Oposição às noções legais de livre arbítrio e de responsabilidade moral.
 Publicou em 1884: “Sociologia Criminal”
 Definiu o criminoso como um anormal e sustentou a interferência de fatores sociais nas
taxas de criminalidades.
 Acompanhou as teses de Rafael Garofalo, rejeitando as definições e procedimentos legais,
pugnando pelo tratamento do delinqüente, sem limites legais ou judiciais. O tipo e duração do
tratamento ficariam a cargo dos terapeutas. Deu ênfase ao poder do Estado e não aos direitos
humanos.
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TEORIAS DO PROCESSO SOCIAL


 Controle social: todo homem pode delinqüir, porém a maioria não o faz em razão de motivos
sensíveis que o obrigam a um comportamento conformista.
 Enraizamento social : (Hirschi) – 1969 – ausência de raízes e o vazio moral afastam os
freios éticos.
 Contenção: (Reckless) – 1970 – falham os mecanismos de contenção.
 Antecipação diferencial : (Glaser) – 1798 – Antecipação mental das vantagens e
desvantagens do comportamento criminoso.

O POSTULADO SOCIOLÓGICO
 A perspectiva sociológica enfatiza a importância de fatores ambientais, de natureza social,
na determinação do estado interno das pessoas e que, conseqüentemente, influem no
comportamento humano.
 O comportamento biológico, mas o resultado de influencias sociais.
 A sociologia procura justificar o comportamento desviante através das variações nas
categorias sociais, como classe social, raça, sexo, idade, religião, etc.
 Augusto Comte (1798-1857) : criou o termo sociologia
 Emile Durkheim (1858-1917) : somente a realidade social explica o comportamento humano.
 Max Weber (1864-1920) : teoria da ação social

TEORIA CRIMINOLÓGICA SOCIALISTA


 Infra-estrutura econômica como fator determinante de qualquer mudança ou fenômeno
social.
 Postula a total erradicação do crime, posto que ele deixaria de existir com a mudança da
estrutura capitalista para a socialista e com uma prevenção eficaz.
 Estreito marco teórico : o pensamento marxista
 Engels : “a situação da classe trabalhadora na Inglaterra” – 1845

TEORIA DA ANOMIA
 O crime integra a estrutura de funcionamento da sociedade. É indispensável para a
estabilidade e a mudança social.
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 Durkheim (1858-1917) : sustentou que o delito é uma modalidade de conduta irregular que
deve ser analisada de acordo com as estruturas sociais. Se o comportamento social é regrado, o
delito é a outra face da moeda. Anormal é o súbito aumento do índice de criminalidade.
 Anomia é a crise dos valores ou normas em razão da deficiência dos meios socioestruturais
existentes, que não permitem a satisfação das expectativas culturais de toda a sociedade.
 A conduta criminosa é o sintoma desta discordância entre as expectativas culturais
existentes e os meios oferecidos pela sociedade para alcança-las.

TEORIAS MULTIFATORIAIS
 Cinco fatores polarizam as investigações: os lares desfeitos as tensões familiares,
indisciplina e abandono dos filhos.
 O crime é produto da acumulação de vários fatores, que exigem pesquisa empírica.
 As pesquisas foram realizadas com adolescentes infratores.
 A conduta desviante seria fruto da conjugação de vários destes fatores criminógenos.
(Glueck : 1950).

A ESCOLA DE CHICAGO
 Em 1892 o curso de sociologia foi separado da economia, na Universidade de Chicago
 Crime foi visto como produto da urbanização conflitos culturais, imigração, pobreza, meio-
ambiente e socialização.
 Teoria ecológica ou do ambiente: (Park: 1915) crime é produto da desorganização da
grande cidade, na qual se debilita o controle social primário se deterioram as relações humanas,
possibilitando um contagioso clima de vícios e corrupção.
 Interacionismo simbólico : Psicologia Social (Mead : 1934) – as idéias produzem a ação . Os
valores culturais dos imigrantes entraram em conflito com o puritanismo americano. Os crimes
ocorrem em áreas pobres, habitadas por imigrantes da Europa e da Ásia.

TEORIAS DO CONFLITO
 A ordem social da moderna sociedade industrializada tem por base a discórdia.
 O conflito reflete a própria estrutura e dinâmica social, sendo funcional quando contribui para
uma alteração positiva da sociedade.
 O Direito representa os valores e interesse das classes e setores dominantes.
 O crime é uma reação à desigual e injusta distribuição de poder e riqueza na sociedade.
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 A Criminologia critica (Taylor, Walton e Young), a Criminologia da reação social (Lola
Anyar de Castro) e outros movimentos.

TEORIAS DO PROCESSO SOCIAL


 Aprendizagem social : o crime se aprende mediante um complexo processo de
racionalidade comunicativa.
 Teoria da associação diferencial: ( Sutherland – 1939 Cressey – 1955) crime se aprende. A
aprendizagem e complexa e ativa. Depende das relações intimas. Racionalidade.
 Da ocasião diferencial – oportunidade : (Cloward Ohlin - 1960) aprendizagem e
oportunidade.
 Do condicionamento operante: (Akers - 1977) aprendizagem e vantagens que justifiquem o
delito.

TEORIAS SUBCULTURAIS
 Crime é produto de um sistema de normas e valores que se opõem aos valores majoritários
e oficiais.
 O espaço social é disputado pelas diversas subculturas, que querem se impor.
 A subcultura criminal forma suas regras a partir da cultura dominante, invertendo-as. A
conduta do criminoso torna-se justa no âmbito sub-cultural, exatamente porque é injusta de acordo
com as normas culturais dominantes. Cohen : 1955.

SÉTIMA AULA
MODELOS TEÓRICOS EXPLICATIVOS DO COMPORTAMENTO CRIMINAL
Modelos de cunho psicológico. Psicopatologia. Psicologia e Psicanálise criminal.

PSICOPATOLOGIA CRIMINAL
 É a psiquiatria. Adota uma perspectiva clínica. O criminoso é um homem psiquicamente
enfermo. O crime é expressão de um transtorno patológico da personalidade.
 Procura a correlação entre categorias patológicas como as psicopatias, as neuroses, a
esquizofrenia, etc. e as manifestações delituosas.

MODELOS PSIQUIÁTRICOS
 Deficiência na definição de personalidade psicopática. Psicopata é o indivíduo não
socializável, em constante conflito com a sociedade. Desleais, egoístas, insensíveis, irresponsáveis,
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impulsivos, incapazes de se sentirem culpados e de aprenderem com o castigo. Não toleram
frustrações. Responsabilizam os outros e justificam racionalmente seus comportamentos.

PERSONALIDADES PSICOPATOLÓGICAS:
 Oligofrenias: são atrasos mentais. Síndrome de Down – hidrocefalias – idiotas = QI < 20 –
imbecis = QI 35 a 49 – débeis mentais = QI < 70.
 Psicoses, Esquizofrenias, Histerias e Demências são distúrbios senso-perceptivos, da
ideação e do juízo crítico.
 Neuroses: sofrimento consciente de causa inconsciente.
 Personalidade Psicopata (anti-social)
 Personalidade Dissocial.

PSICANÁLISE CRIMINAL
 Crime é um comportamento funcional simbólico, expressão de conflitos psíquicos profundos,
pretéritos, de desequilíbrios da personalidade, que se revelam no inconsciente do homem.
 A partir do estudo das neuroses e da histeria, formou-se uma complexa ciência, que estuda
a estrutura da personalidade, seus conflitos e frustrações. Procura identificar as motivações do
delinqüente.

MODELOS PSICANALÍTICOS
 Admitem uma dinâmica psicológica, aceitam um determinismo biológico, põem em relevo o
instinto sexual. Sustentam que o psiquismo possui áreas determinadas (pré-consciente, consciente e
inconsciente). E é influenciado pelas várias etapas do desenvolvimento da libido. Consideram a
existência de três instancias metais: Id, Ego e Superego, estes responsáveis pela correta
interiorização das normas e valores.

 Psicanálise ortodoxa: Freud. A radical contraposição entre o instinto da vida – Eros – e o da


morte – Thanatos – produz criminalidade. A pessoa que não supera o complexo de Édipo não forma
corretamente o superEgo.
 Psicanálise heterodoxa – pós – freudiana – Adler: Psicologia individual.Complexo de
inferioridade = inferioridade –complexo – tendência ao poder – supra compensação – crime. Jung:
Inconsciente coletivo. Modelos culturais inconscientes transmitidos hereditariamente. Fromm Teoria
social da psicanálise – Patologia da normalidade.
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PSICOLOGIA CRIMINAL
 Estuda o crime como qualquer outro comportamento humano. Procura explicar a origem do
comportamento criminoso, identificando fatores ou variáveis que o condicionam.
 Acompanha as correntes sociológicas que tratam da aprendizagem dos modelos
comportamentais criminosos, identificando uma predisposição psicológica para a assimilação da
conduta criminal.

MODELOS PSICOLÓGICOS
 Condicionamento do processo de socialização (condutual): Crime representa a falha no
sistema pedagógico-educativo. Ensensk.
 Aprendizagem social: Crime se aprende. Bandura.
 Desenvolvimento moral: o crime depende do grau de desenvolvimento moral da pessoa.
Piaget (1982).
 As variáveis da personalidade: alguns traços da personalidade se relacionam com o crime:
extroversão, impulsividade, ansiedade, inteligência, auto-estima, tolerância às frustrações. Garrido
Genovês.

OITAVA AULA
MODELOS TEÓRICOS EXPLICATIVOS DO COMPORTAMENTO
A Criminologia Crítica e a Reação Social

MOVIMENTO DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA


 Uma teoria materialista, ou seja, econômico-política, dos comportamentos socialmente
negativos e da criminalização, levando em conta conceitos e hipóteses Marxistas.
 Criminalidade é um estado atribuído a certas pessoas, seletivamente. Constitui um “bem
negativo”distribuído desigualmente conforme a hierarquia sócio-economica dos interesses e
conforme a desigualdade social entre as pessoas.

MECANISMO DE SELEÇÃO
 Em primeiro lugar a seleção dos bens e penalmente protegidos e das condutas ofensivas a
estes bens, descritas nos tipos penais.
 Em segundo lugar, a seleção dos indivíduos estigmatizados entre todos aqueles que
realizam as hipóteses de incidência comportamental tipificada.
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CRÍTICA AO MITO DA IGUALDADE NO DIREITO PENAL
 O Direito Penal não consegue proteger somente os bens jurídicos essenciais e que
interessam a todas as pessoas.
 A lei penal não consegue ser igual para todos. A igualdade formal, desigualdade
substancial.
 A efetividade da tutela penal não é proporcional a lesividade das condutas. A reação
criminalizadora e a sua intensidade são condicionadas por outras variáveis.

SISTEMA PENAL E REPRODUÇÃO DA REALIDADE SOCIAL


 O sistema escolar é seletivo e marginalizador. A meritocracia discriminatória e punitiva na
escola.
 Os preconceitos inconscientes do julgador.
 A cultura penitenciária e sua meritocracia. O sistema de classificação dos presos.
 A crise da segurança pública como justificativa para uma gestão autoritária do Estado.

POLÍTICA CRIMINAL ALTERNATIVA


 Privilegiar o sancionamento de comportamentos socialmente negativos mais importantes:
criminalidade econômica, lesões ao ambiente, criminalidade administrativa, organizações criminosas,
etc.
 Direito penal mínimo.
 Abolição da instituição carcerária.
 Modificar a opinião pública os conceitos sobre o castigo penal.

PRINCIPAIS AUTORES
 1973 – Ian Taylor, Paul Walton e Jock Young, publicam em Londres, “A nova criminologia”
utilizando a expressão criminológica crítica. Reúne-se em Florença o grupo europeu para o Estudo
do Desvio e do Controle Social, que se opõe à criminologia oficial.
 Na América Latina: Eugênio Raul Zaffaroni, Lola Anyar de Castro, Rosa del Olmo, Juarez
Cirino dos Santos, Nilo Batista, entre outros optaram por uma criminologia radical

9ª AULA
PREVENÇÃO DO DELITO
A prevenção do delito no estado social e democrático de Direito. Conceito de
prevenção.
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A PRENVENÇÃO PRIMÁRIA
 Procura neutralizar as causas, atingir a raiz do conflito terminal.
 Deve atuar na solução de carências sociais crinógenas.
 Estratégia de política cultural, econômica e social, com o objetivo de criar uma capacidade
comunitária de superar os conflitos de forma produtiva.
 Educação, trabalho, bem estar social, ...

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
 Atua quando e onde ocorre o crime.
 Vincula-se à política criminal, á ação policial e volta-se a uma prevenção geral do fenômeno
criminal especifico.
 Manifesta-se através de operações policiais preventivas, ordenamento urbano, programas
de desenvolvimento de bairros periféricos, ...
PREVENÇÃO TERCIÁRIA
 Dirigida especificamente ao preso, ao condenado.
 Pretende impedir a reincidência.
 Opera no âmbito penitenciário
 Programas de reabilitação e ressocialização.
 Reinserção social e amparo à família do preso

CONCEITOS DE PREVENÇÃO
 Dissuadir: significa a coação moral exercida pela eficácia preventiva da pena cominada.
Atua no processo de motivação do infrator.
 Obstaculizar: compreende uma contramotivação indireta, com intervenção na cena do crime
aumentando o risco da atividade criminosa. (arquitetura, sistema penal, impedir a reincidência, ...)

10ª AULA
MODELOS DE PREVENÇÃO DE DELITO
Modelos clássicos e neoclássicos. Principais programas de prevenção.

MÉTODOS TRADICIONAIS DE PREVENÇÃO.


 Modelos Clássicos e Neoclássicos.
 Admitem a ameaça do castigo como meio adequado para prevenir o delito.
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 Entendem que o mecanismo dissuasório ou contramotivador constitui a essência da
prevenção.
 Consideram o potencial infrator como único destinatário dos programas de prevenção.

MODELOS CLÁSSICOS
 Polariza em torno da pena cominada, em razão de sua severidade, a eficácia da prevenção
 Considera a opção pelo delito como uma fria e refletida decisão racional, na qual o
criminoso pondera a gravidade da pena cominada e as vantagens que poderão ser obtidas.

MODELOS NEOCLÁSSICOS.
 Baseia-se na efetividade do sistema penal.

 Aumento do número e melhor qualificação dos policiais, Promotores e Juízes.


 Maior número de estabelecimentos prisionais.
 A sociedade tem o crime que quer ter, porque pode aumentar o rendimento do sistema
penal.

PREVENÇÃO VITIMOLÓGICA
 A partir de estatísticas de risco, determinam-se pessoas e situações vitimizadas.
 Desenvolvem-se programas educativos para conscientizar as vitimas potenciais dos riscos
que assumem, fomentando atitudes maduras de responsabilidade e autocontrole.

PREVENÇÃO POLÍTICO-SOCIAL
 Problemas de orientação política. “luta contra a pobreza”; “aliança para o progresso”...
 Estimulam a participação política do cidadão.
 Exercem uma prevenção primaria, pois pretendem assegurar uma distribuição igualitária de
riqueza, oportunidade, bem-estar social e qualidade de vida.

PREVENÇÃO DE DELITO ATRAVÉS DO DESENHO ARQUITETÔNICO E URBANO


 Baseados na obra de Newman, o Defensible Space – New York, 1972.
 Pretendem que a reestruturação urbana e o desenho arquitetônico atuem positivamente no
ambiente e sobre o homem, neutralizando o efeito criminógeno ou vitimário de certos ambientes.
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PROGRAMAS DE PREVENÇÃO SOBRE ÁREAS GEOGRÁFICAS
 Inspirado na Escola de Chicago.
 Os núcleos urbanos possuem espaços deteriorados favoráveis ao desenvolvimento do
crime. O programa identifica estas áreas e inicia reformas de infra-estrutura, reordenação,
implantação de serviços públicos, maior atuação policial, etc, visando diminuir os índices de
criminalidade.

12ª AULA
SISTEMA DE REAÇÃO AO DELITO
O modelo clássico. Dissuadir.

O MODELO DISSUASÓRIO.
 Põe em relevo a pretensão punitiva do Estado com a aplicação do justo e necessário castigo
ao delinqüente.
 Produz o contramotivo capaz de dissuadir o delinqüente da prática criminosa. É o efeito
preventivo da pena cominada e na eficácia do sistema penal.

ESTRUTURA DO MODELO CLÁSSICO


 Ampla cobertura normativa penal, atingindo o maior número possível de bens jurídicos.
 Cominação de penas graves, com efeito, intimidatório (coação moral).
 Persecução penal eficaz e implacável.
 Aplicação rápida e rigorosa das penas.
 Severa execução penal.

PREVENÇÃO GERAL NEGATIVA.


 A prevenção geral negativa consiste na intimidação dos possíveis delinqüentes através da
cominação de penas graves e na eficácia e rigor do sistema punitivo estatal.
 São efeitos secundários neste sistema a reparação do dano e a ressocialização do infrator.

O MODELO RESSOCIALIZADOR
 Destaca como objetivo especifico e prioritário do sistema a reinserção social do infrator.
 Busca a intervenção positiva no condenado.
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 A pena não deve ser exclusivamente um castigo meramente dogmático, mas deve ser
orientada de forma utilitária e realista.

13ª AULA
SISTEMA DE REAÇÃO AO DELITO.

O modelo humanista. Ressocializar.

A ORIENTAÇÃO HUMANISTA.
 ao invés de privilegiar o funcionamento do sistema penal, busca a utilidade social do sistema
penal.
 Os castigos devem ser úteis, também, para o infrator.
 A ressocialização tem sido interpretada de varias formas, ensejando um amplo debate a sua
eficácia.

PREVENÇÃO ESPECIAL POSITIVA.


 O ideal ressocializador é a prevenção especial positiva, que consiste na intervensao positiva
sobre o condenado.
 O castigo penal deve ter um impacto real positivo sobre o condenado. Privilegia-se a
execução penal, que deve habilitar o infrator para se integrar e participar da sociedade, sem
traumas, limitações, ou condicionamentos especiais.

RESSOCIALIZAÇÃO: MITO OU REALIDADE.


 Anti-retribucionismo radical: subdivide-se na construção de um novo Direito pena, dirigido ao
futuro, como meio de transformação social e na busca da efetividade do principio da igualdade social
 Assistencialismo: pena remédio social.
 Neo-retribucionismo : pena castigo e adaptação coativa ao modele social.

14ª AULA
SISTEMA DE REAÇÃO AO DELITO

Modelo integrador. Conciliação.


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O MODELO INTEGRADOR.
 Procura inserir no sistema penal, alem da retribuição, prevenção e ressocialização a
satisfação de outras expectativas sociais.
 Pacificação das relações sociais.
 Reparação dos danos causados à vitima.
 Reparação do dano comunitário.
 Admite soluções informais, alternativas ao sistema penal.

PACIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS.


 A Conciliação e a Medição são instrumentos idôneos para satisfazer as pretensões de todas
as pessoas afetadas pelo conflito, incidindo sobre a raiz do problema e no comportamento do
envolvidos.
 Não se confunde a conciliação a com a simples composição pecuniária.

REPARAÇÃO DO DANO CAUSADO À VÍTIMA.


 Os instrumentos integradores evitam que a vitima se transforme em objeto fungível dos
sistemas penal.
 Evita-se a vitimização secundaria e permite a intervenção da vítima na escolha da correta
solução do conflito.
 Facilita a reparação dos danos morais e materiais.

15ª AULA
O MODELO CONSENSUAL DE JUSTIÇA CRIMINAL NO BRASIL
Princípios fundamentais. A influência da vitimologia. Reparação dos danos.
Ressocialização.

O PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA E O ESPAÇO DE CONSENSO.


 Ao privilegiar o principio da intervenção mínima na solução de conflitos criminais a
Constituição Brasileira, no seu art. 98 , I delimitou o “espaço de consenso”, ou seja quais as
infrações penais que se submetem ao novo sistema de resposta ao delito.
 São as Infrações Penais de Menor Potencial Ofensivo.

ESPAÇOS DE CONSENSO.
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 Infrações Penais de Menor Potencial Ofensivo. (art. 98, I da Constituição Federal e art. 61
da lei 9099/95)
 Todas as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima cominada não exceda um
ano excluídos os crimes que se submetem a procedimentos especiais.

REPARAÇÃO DO DANO E VITIMOLOGIA


 Prioridade: indenizar os prejuízos morais e materiais causados pelo delito em favor da
vítima;
 Justiça penal comunicativa, racional e resolutiva, encarando o delito como problema social e
comunitário.
 Mecanismos reparatórios: composição civil (art.74); representação da vítima nas lesões
corporais leves e culposas (art.88) e a suspensão condicional do processo, com obrigação
reparatória (art.89).

VIAS ALTERNATIVAS RESSOCIALIZADAS DA LEI 9099/95


 Suspensão condicional do processo – art. 89
 Aplicação imediata de uma pena restritiva de direitos – alternativa à privação de liberdade –
transação penal art. 76
 Composição civil art. 74

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