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1ª AULA
UMA DEFINIÇAO:
Garcia-Pablos de Molina, Antonio. “Criminologia” págs. 33/51 – São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2ª ed.1997.
Características:
Método: empírico (indutivo, indiciário) e interdisciplinar.
Objeto: análise do delito, do delinqüente, da vítima e do controle social.
Funções: explicar e prevenir o crime e intervir na pessoa do infrator.
O CRIME
A criminologia estuda o crime como um “problema”, ressaltando sua base conflitual e
enigmática e seu lado humano e doloroso, com as transcendentais implicações de toda ordem que
derivam de tal análise, enquanto que o Direito Penal preocupa-se com a imposição de limites ao
poder punitivo do Estado, mediante definições claras e precisas das hipóteses de incidência
comportamental sujeitas a castigo.
AMPLITUDE CIENTÍFICA
PREVENÇÃO.
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Privilegia-se uma orientação prevencionista da criminologia, atenuando-se a obsessão
repressiva explícita.
Interessa prevenir eficazmente o delito e não castiga-lo cada vez mais e melhor.
A criminologia não constitui uma arte, uma prática ou um ramo da Sociologia, Psicologia ou da
Biologia. Possui um método empírico, baseado na observação e análise da realidade do
comportamento humano que se desvia das expectativas gerais da sociedade. Logo, seu objeto de
conhecimento é diferenciado de outras ciências humanas. As investigações que foram realizadas,
durante mais de um século, constituem um sólido corpo doutrinário.
COMPORTAMENTO DESVIANTE
Assim, tanto as orientações críticas, de cunho sociológico, que concebem a criminologia como
teorias da criminalidade, que buscam a gênese do comportamento criminoso, serão estudadas.
Isto significa que não se trata de uma ciência exata, com respostas definitivas sobre o objeto
de sua investigação.
É uma ciência do ser, que se afasta do modelo causal-explicativo, próprio do positivismo
naturalista.
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O saber empírico atualmente é aberto, provisório, porque o homem não é um objeto da
história, mas o sujeito do acontecer.
A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica. Seu método é indutivo, baseado na análise
e na observação da realidade.
O Direito é uma ciência cultural, do “dever ser”, normativa. Seu método é lógico, abstrato e
dedutivo.
O objeto da criminologia se insere no mundo real, do verificável, e não no mundo dos
valores e do enfoque normativo.
A experimentação é um método empírico, mas não o único. Não se pode aceitar como
cientifico somente aquilo que se possa ser demonstrado em um laboratório.
No âmbito criminológico, muitas vezes a experimentação é inviável ou ilegal, porém o
criminólogo utilizará outras técnicas, não experimentais, para testar sua hipótese de trabalho.
OUTROS MÉTODOS
INTERDISCIPLINARIDADE
É alguém engajado no estudo cientifico do crime e dos criminosos. Normalmente está nas
Universidades, lecionando e realizando pesquisas.
Excluem-se os policiais, os advogados, os Promotores, os juízes e outros que integram o
sistema da justiça criminal, caso não exerçam nenhuma atividade acadêmica nesta área.
O criminologista é um produtor de conhecimentos, enquanto que o operador do sistema
penal é um consumidor ou um aplicador destes conhecimentos, apesar de algumas pessoas
exercerem ambas as tarefas.
2ª AULA
O OBJETO DA CRIMINOLOGIA
O DELITO
O Direito Penal serve-se de um conceito formal e normativo imposto por exigências
impostergáveis de legalidade e segurança jurídica. O injusto penal é toda conduta prevista na lei
penal e aquela exclusivamente submetida ao castigo penal.
O conceito sociológico considera o delito uma “conduta desviada”, assim considerando todo
comportamento que se afaste das expectativas sociais, contraindo os padrões e modelos da maioria
social. Os sociólogos adeptos consideram o delito mera rotulagem que o seletivo e discriminatório
sistema legal atribui a certas pessoas.
O ponto de partida para o estudo criminológico do delito deve ser o conceito jurídico-penal,
porém a Criminologia avança sobre áreas não alcançadas pelo Direito Penal: o campo prévio do
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crime, a esfera social e psicológica do infrator, condutas atípicas, mas de interesse criminólogo,
como a prostituição e o alcoolismo, sua dimensão coletiva e supranacional.
Para a Criminologia moderna o delito se apresenta, antes de tudo, como um problema social
e comunitário, que exige do investigador uma empatia para ele se aproximar.
3ª AULA
O DELIQÜENTE
A VITIMA
O CONTROLE SOCIAL
CONTROLE SOCIAL – 1
CONTROLE SOCIAL – 2
O AUTOR DA CONDUTA
A IMAGEM DO DELIQÜENTE – 1
CLÁSSICA: Todos os homens são iguais, não há diferenças qualitativas entre o delinqüente
e o não-delinqüente. Todo homem é livre, senhor absoluto de seus atos.
O delinqüente faz mal, uso de sua liberdade em uma situação concreta. Optou pelo mau,
embora pudesse e devesse respeitar a Lei.
A IMAGEM DO DELIQÜENTE – 2
a Criminologia positiva naturalista nega o livre arbítrio, que é uma ilusão subjetiva.
o delinqüente está inserido na dinâmica naturalista de causas e efeitos. É um animal
selvagem e perigoso.
É qualitativamente diferente dos outros homens, é um doente (determinismo biológico) ou
produto do meio social (determinação social).
A IMAGEM DO DELIQÜENTE – 3
A IMAGEM DO DELIQÜENTE – 4
A VÍTIMA – 1
FASES PERANTE A SOCIEDADE
PROTAGONISMO : Justiça privada, vingança. A vítima aplica o castigo.
NEUTRALIZACÃO : A vítima deixa de ser protagonista dos direitos de perseguir e punir o
delinqüente. O Estado assume com exclusividade o Direito de Punir. A vítima exerce função
testemunhal. O processo moderno busca a aplicação serena, objetiva e institucionalizada das leis ao
caso concreto.
A VÍTIMA – 2
REDESCOBRIMENTO : a necessidade de investigar a interação entre delinqüentes e
vítima; grupos de risco de vitimização; a vitimização primária, derivada do delito e a vitimização
secundaria, fruto do processo; ressocialização da vítima; programas de reparação do dano e
assistência às vitimas; Psicologia Social e a terapia do medo.
A VITIMOLOGIA
Centros de Interesse
A interação delinqüente/vítima.
A vítima coletiva ou anônima. (meio ambiente)
A prevenção a partir da vítima potencial.
Pesquisas de vitimização. (cifras negras)
A ressocialização da vítima. (Programas de assistência e reparação do dano, apoio à vítima
declarante).
Vítima e efetividade do sistema penal. (alienação, medo da polícia, as dificuldades do
processo e a ineficiência das penas).
QUARTA AULA
A ETAPA PRÉ-CIENTÍFICA
Postulados da Escola Clássica ou Criminologia clássica
O crime como fato individual, isolado, mera infração da lei. Dogma da equipotencialidade.
Enfoque reativo: pena justa, proporcional e útil. Método lógico-abstrato.
Homem: ser racional, igual e livre. Pacto social: fundamento do poder. Concepção utilitarista
do castigo.
O penitenciarismo: John Howard publica em 1777 o relatório: “A situação das prisões na
Inglaterra e no país de Gales”.
Jeremy Bentham: função utilitarista do castigo (1780) e o Panoptico (1791).
A fisionomia: Della Porta – artista italiano – publicou “A fisionomia humana”: (1586) Johann
Kaspar Savater, pastor suíço, descreveu o caráter humano através dos traços fisionômicos. (1775).
Édito de Valério: “quando se tem dúvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais
feio”.
A frenologia, precursora da Neurofisiologia e da Neuropsiquiatria. Franz Joseph Gall, 1810
determinava o caráter do indivíduo através da estrutura externa do crânio (craneoscopia) e outras
disfunções cerebrais. Cubí y Soler, utilizou em 1843, a expressão criminoso nato.
A psiquiatria, fundada pelo médico francês Philippe Pinel, separou os delinqüentes dos
doentes mentais. Outros psiquiatras sustentaram a existência de uma loucura moral (Morel – 1857).
A antropologia, parte da análise de crânios de assassinos (Paul Broca – fundador da Escola
de Antropologia da Faculdade de Medicina de Paris) Charles Robert Darwin publicada em 1859 a
Origem das Espécies. O criminoso é um homem que não evoluiu.
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A Escola Cartográfica ou Estatística Moral: o crime como fenômeno regular e normal, regido
por leis naturais (Mecânica ou Física Social) – Lambert-Adolphe-Jacques Quételet – matemático
belga (Curva de Quételet).
A CRIMINOLOGIA CIENTÍFICA
A Escola Positivista: (Scuola Positivista)
A antropologia de Cesare Lombroso: A publicação em 1876 do Tratado antropológico
Experimental do homem delinqüente marca a origem da criminologia cientifica.
A sociologia criminal de Enrico Ferri: Sociologia criminal obra publicada em 1884.
O positivismo moderado de Raffaele Garofalo: Criminologia obra publicada em 1885.
QUINTA AULA
Primeira parte.
Modelos de cunho biológico. De Lombroso aos neo-lombrosianos.
SOCIOLOGIA E BIOQUÍMICA
A sociobiologia afirma que o homem não é só natureza, biologia ou experiência (história),
senão um complexo organismo biossocial, que sofre a influencia decisiva da interação de fatores
físicos e ambientais. Wilson, E. – Sociobiology. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1976.
O compontente bioquímico: Déficit de vitaminas e sais minerais. Insuficiência de vitamina B
– hiperatividade. Linus Pauling: defende a Psiquiatria Ortomolecular.
Hipoglicemia, alergias e contaminantes ambientais (ondas eletromagnéticas, gases tóxicos
lançados na atmosfera, luminosidade e ruídos urbanos) produzem agressividade.
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NEUROFISIOLOGIA
Disfunções elétricas cerebrais e criminalidade.
Disfunção cerebral mínima: “reações explosivas”(violência física).
Anomalias eletroencefalográficas: ondas cerebrais lentais e bilaterais = comportamentos
hostis.
Outras disfunções de correntes de traumatismo e doenças do sistema nervoso central.
As sociobatias e disfunções do sistema nervoso autônomo e vegetativo. Encenck: 1964.
BIOTIPOLOGIA
Escola Italiana: obrevilíneo: predomina o sistema vegetativo. Pessoas energéticas e vitais o
longelíneo: predomina a vida de relação. Pessoas maiores, tórax e membros largos, sem vontade e
depressiva, com tendência à introversão e a fantasia.
Escola Alemã: tipos constitucionais: leptossomáticos (corpo comprido, cabeça pequena,
nariz pontiagudo- linha vertical – ladrões e extelionatários); atléticos (esqueleto e musculatura
desenvolvidos. Tórax e cabeça grandes – uma pirâmide invertida – crimes violentos – alta
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criminalidade); picnico (abdômen proeminente, cabeça redonda, e larga, extremidades curtas,
obeso – um círculo – baixa criminalidade); displástico (não se enquadra nos modelos anteriores).
tipos caracterológicos: esquizotinícos, ciclotínico e viscoso.
Escola norte-americana: tipos endomorfos (obeso) mesomorfos (forte – maior tendência
criminal) ectomorfos (frágil e comprido).
ANTROPOMETRIA E ANTROPOLOGIA
Antropometria: medidas corporais indicadoras da criminalidade. Bertillon: criou um sistema
de onze medidas corporais, ex.: comprimento da cabeça, dedo médio, braços..., que usado em todo
o mundo pela criminalística.
Antropologia Criminal: Pós – lombrosianos. Göring: “o preso inglês: um estudo estatístico”
1913. Hooton: “o criminoso americano: um estudo antropológico”. 1939 – traçou o perfil físico inferior
dos criminosos. Di Túlio: desenvolveu o método biotipológico em “Princípios de Criminologia Clínica”
– 1950
GENÉTICA CRIMINAL
Famílias com decendentes criminais: grande número de delinqüentes com ascendentes
delinqüentes.
Estudos sobre gêmeos: nos univitelinos, quando um deles se torna delinqüente o outro
quase sempre o é.
Estudos sobre a adoção: os índices de criminalidades aumentam em função da existência
de pais naturais delinqüentes e não de pais adotivos delinqüentes.
A malformação cromossômica. Síndrome de Turner (XO): uma em cada cinco mil mulheres.
Agressividade. Trissomia XYY: ausente na raça negra. Homens brancos agressivos.
AS ESCOLAS INTERMEDIÁRIAS
Escola de Lyon ou antropossocial ou criminal-sociológica: opostas às teses lombrosianas e
críticas do positivismo ( Lakassagne).
Terza Escuola: eclética. Método experimental e o lógico abstrato.crime produto de variados
fatores. Sistema do duplo binário (penas e medidas de segurança). Responsabilidade moral e
temibilidade. Finalidades retributiva, preventiva e corretiva da pena. (Ipallomene; Alimena, etc.)
A jovem escola alemã ou de Marburgo: Franz Von Liszt e o programa de Marburgo ( 1872).
Análise da realidade; relativização da questão do livre arbitrio; duplo binário; defesa social e
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prevenção especial. O Direito Penal como barreira intransponível para qualquer política criminal. “o
século XVIII queria combater o crime sem estuda-lo”.
O movimento da defesa social: Marc Ansel – 1954 pretende a ação coordenada do Direito
Penal da Criminologia e do Direito Penitenciário. O principal não é o castigo do delinqüente mas a
proteção da sociedade, por estratégias que, a partir do conhecimento do delinqüente, neutralizem
sua periculosidade de modo humanitário e individualizado.
O movimento psicossociológico: Gabriel Tarde (1843 – 1904) sociólogo francês. Foi diretor
de estatística criminal. Formulou a lei da integração social ou da imitação: o crime, como todo
comportamento social, é inventado, repetido, conflitado e adaptado (dialética de Hegel). Começa
como moda, torna-se costume e submete-se a imitação. O delinqüente é um imitador consciente ou
inconsciente.
6ª AULA
MODELOS TEÓRICO EXPLICATIVOS DO COMPORTAMENTO CRIMINAL
O POSTULADO SOCIOLÓGICO
A perspectiva sociológica enfatiza a importância de fatores ambientais, de natureza social,
na determinação do estado interno das pessoas e que, conseqüentemente, influem no
comportamento humano.
O comportamento biológico, mas o resultado de influencias sociais.
A sociologia procura justificar o comportamento desviante através das variações nas
categorias sociais, como classe social, raça, sexo, idade, religião, etc.
Augusto Comte (1798-1857) : criou o termo sociologia
Emile Durkheim (1858-1917) : somente a realidade social explica o comportamento humano.
Max Weber (1864-1920) : teoria da ação social
TEORIA DA ANOMIA
O crime integra a estrutura de funcionamento da sociedade. É indispensável para a
estabilidade e a mudança social.
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Durkheim (1858-1917) : sustentou que o delito é uma modalidade de conduta irregular que
deve ser analisada de acordo com as estruturas sociais. Se o comportamento social é regrado, o
delito é a outra face da moeda. Anormal é o súbito aumento do índice de criminalidade.
Anomia é a crise dos valores ou normas em razão da deficiência dos meios socioestruturais
existentes, que não permitem a satisfação das expectativas culturais de toda a sociedade.
A conduta criminosa é o sintoma desta discordância entre as expectativas culturais
existentes e os meios oferecidos pela sociedade para alcança-las.
TEORIAS MULTIFATORIAIS
Cinco fatores polarizam as investigações: os lares desfeitos as tensões familiares,
indisciplina e abandono dos filhos.
O crime é produto da acumulação de vários fatores, que exigem pesquisa empírica.
As pesquisas foram realizadas com adolescentes infratores.
A conduta desviante seria fruto da conjugação de vários destes fatores criminógenos.
(Glueck : 1950).
A ESCOLA DE CHICAGO
Em 1892 o curso de sociologia foi separado da economia, na Universidade de Chicago
Crime foi visto como produto da urbanização conflitos culturais, imigração, pobreza, meio-
ambiente e socialização.
Teoria ecológica ou do ambiente: (Park: 1915) crime é produto da desorganização da
grande cidade, na qual se debilita o controle social primário se deterioram as relações humanas,
possibilitando um contagioso clima de vícios e corrupção.
Interacionismo simbólico : Psicologia Social (Mead : 1934) – as idéias produzem a ação . Os
valores culturais dos imigrantes entraram em conflito com o puritanismo americano. Os crimes
ocorrem em áreas pobres, habitadas por imigrantes da Europa e da Ásia.
TEORIAS DO CONFLITO
A ordem social da moderna sociedade industrializada tem por base a discórdia.
O conflito reflete a própria estrutura e dinâmica social, sendo funcional quando contribui para
uma alteração positiva da sociedade.
O Direito representa os valores e interesse das classes e setores dominantes.
O crime é uma reação à desigual e injusta distribuição de poder e riqueza na sociedade.
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A Criminologia critica (Taylor, Walton e Young), a Criminologia da reação social (Lola
Anyar de Castro) e outros movimentos.
TEORIAS SUBCULTURAIS
Crime é produto de um sistema de normas e valores que se opõem aos valores majoritários
e oficiais.
O espaço social é disputado pelas diversas subculturas, que querem se impor.
A subcultura criminal forma suas regras a partir da cultura dominante, invertendo-as. A
conduta do criminoso torna-se justa no âmbito sub-cultural, exatamente porque é injusta de acordo
com as normas culturais dominantes. Cohen : 1955.
SÉTIMA AULA
MODELOS TEÓRICOS EXPLICATIVOS DO COMPORTAMENTO CRIMINAL
Modelos de cunho psicológico. Psicopatologia. Psicologia e Psicanálise criminal.
PSICOPATOLOGIA CRIMINAL
É a psiquiatria. Adota uma perspectiva clínica. O criminoso é um homem psiquicamente
enfermo. O crime é expressão de um transtorno patológico da personalidade.
Procura a correlação entre categorias patológicas como as psicopatias, as neuroses, a
esquizofrenia, etc. e as manifestações delituosas.
MODELOS PSIQUIÁTRICOS
Deficiência na definição de personalidade psicopática. Psicopata é o indivíduo não
socializável, em constante conflito com a sociedade. Desleais, egoístas, insensíveis, irresponsáveis,
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impulsivos, incapazes de se sentirem culpados e de aprenderem com o castigo. Não toleram
frustrações. Responsabilizam os outros e justificam racionalmente seus comportamentos.
PERSONALIDADES PSICOPATOLÓGICAS:
Oligofrenias: são atrasos mentais. Síndrome de Down – hidrocefalias – idiotas = QI < 20 –
imbecis = QI 35 a 49 – débeis mentais = QI < 70.
Psicoses, Esquizofrenias, Histerias e Demências são distúrbios senso-perceptivos, da
ideação e do juízo crítico.
Neuroses: sofrimento consciente de causa inconsciente.
Personalidade Psicopata (anti-social)
Personalidade Dissocial.
PSICANÁLISE CRIMINAL
Crime é um comportamento funcional simbólico, expressão de conflitos psíquicos profundos,
pretéritos, de desequilíbrios da personalidade, que se revelam no inconsciente do homem.
A partir do estudo das neuroses e da histeria, formou-se uma complexa ciência, que estuda
a estrutura da personalidade, seus conflitos e frustrações. Procura identificar as motivações do
delinqüente.
MODELOS PSICANALÍTICOS
Admitem uma dinâmica psicológica, aceitam um determinismo biológico, põem em relevo o
instinto sexual. Sustentam que o psiquismo possui áreas determinadas (pré-consciente, consciente e
inconsciente). E é influenciado pelas várias etapas do desenvolvimento da libido. Consideram a
existência de três instancias metais: Id, Ego e Superego, estes responsáveis pela correta
interiorização das normas e valores.
MODELOS PSICOLÓGICOS
Condicionamento do processo de socialização (condutual): Crime representa a falha no
sistema pedagógico-educativo. Ensensk.
Aprendizagem social: Crime se aprende. Bandura.
Desenvolvimento moral: o crime depende do grau de desenvolvimento moral da pessoa.
Piaget (1982).
As variáveis da personalidade: alguns traços da personalidade se relacionam com o crime:
extroversão, impulsividade, ansiedade, inteligência, auto-estima, tolerância às frustrações. Garrido
Genovês.
OITAVA AULA
MODELOS TEÓRICOS EXPLICATIVOS DO COMPORTAMENTO
A Criminologia Crítica e a Reação Social
MECANISMO DE SELEÇÃO
Em primeiro lugar a seleção dos bens e penalmente protegidos e das condutas ofensivas a
estes bens, descritas nos tipos penais.
Em segundo lugar, a seleção dos indivíduos estigmatizados entre todos aqueles que
realizam as hipóteses de incidência comportamental tipificada.
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CRÍTICA AO MITO DA IGUALDADE NO DIREITO PENAL
O Direito Penal não consegue proteger somente os bens jurídicos essenciais e que
interessam a todas as pessoas.
A lei penal não consegue ser igual para todos. A igualdade formal, desigualdade
substancial.
A efetividade da tutela penal não é proporcional a lesividade das condutas. A reação
criminalizadora e a sua intensidade são condicionadas por outras variáveis.
PRINCIPAIS AUTORES
1973 – Ian Taylor, Paul Walton e Jock Young, publicam em Londres, “A nova criminologia”
utilizando a expressão criminológica crítica. Reúne-se em Florença o grupo europeu para o Estudo
do Desvio e do Controle Social, que se opõe à criminologia oficial.
Na América Latina: Eugênio Raul Zaffaroni, Lola Anyar de Castro, Rosa del Olmo, Juarez
Cirino dos Santos, Nilo Batista, entre outros optaram por uma criminologia radical
9ª AULA
PREVENÇÃO DO DELITO
A prevenção do delito no estado social e democrático de Direito. Conceito de
prevenção.
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A PRENVENÇÃO PRIMÁRIA
Procura neutralizar as causas, atingir a raiz do conflito terminal.
Deve atuar na solução de carências sociais crinógenas.
Estratégia de política cultural, econômica e social, com o objetivo de criar uma capacidade
comunitária de superar os conflitos de forma produtiva.
Educação, trabalho, bem estar social, ...
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
Atua quando e onde ocorre o crime.
Vincula-se à política criminal, á ação policial e volta-se a uma prevenção geral do fenômeno
criminal especifico.
Manifesta-se através de operações policiais preventivas, ordenamento urbano, programas
de desenvolvimento de bairros periféricos, ...
PREVENÇÃO TERCIÁRIA
Dirigida especificamente ao preso, ao condenado.
Pretende impedir a reincidência.
Opera no âmbito penitenciário
Programas de reabilitação e ressocialização.
Reinserção social e amparo à família do preso
CONCEITOS DE PREVENÇÃO
Dissuadir: significa a coação moral exercida pela eficácia preventiva da pena cominada.
Atua no processo de motivação do infrator.
Obstaculizar: compreende uma contramotivação indireta, com intervenção na cena do crime
aumentando o risco da atividade criminosa. (arquitetura, sistema penal, impedir a reincidência, ...)
10ª AULA
MODELOS DE PREVENÇÃO DE DELITO
Modelos clássicos e neoclássicos. Principais programas de prevenção.
MODELOS CLÁSSICOS
Polariza em torno da pena cominada, em razão de sua severidade, a eficácia da prevenção
Considera a opção pelo delito como uma fria e refletida decisão racional, na qual o
criminoso pondera a gravidade da pena cominada e as vantagens que poderão ser obtidas.
MODELOS NEOCLÁSSICOS.
Baseia-se na efetividade do sistema penal.
PREVENÇÃO VITIMOLÓGICA
A partir de estatísticas de risco, determinam-se pessoas e situações vitimizadas.
Desenvolvem-se programas educativos para conscientizar as vitimas potenciais dos riscos
que assumem, fomentando atitudes maduras de responsabilidade e autocontrole.
PREVENÇÃO POLÍTICO-SOCIAL
Problemas de orientação política. “luta contra a pobreza”; “aliança para o progresso”...
Estimulam a participação política do cidadão.
Exercem uma prevenção primaria, pois pretendem assegurar uma distribuição igualitária de
riqueza, oportunidade, bem-estar social e qualidade de vida.
12ª AULA
SISTEMA DE REAÇÃO AO DELITO
O modelo clássico. Dissuadir.
O MODELO DISSUASÓRIO.
Põe em relevo a pretensão punitiva do Estado com a aplicação do justo e necessário castigo
ao delinqüente.
Produz o contramotivo capaz de dissuadir o delinqüente da prática criminosa. É o efeito
preventivo da pena cominada e na eficácia do sistema penal.
O MODELO RESSOCIALIZADOR
Destaca como objetivo especifico e prioritário do sistema a reinserção social do infrator.
Busca a intervenção positiva no condenado.
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A pena não deve ser exclusivamente um castigo meramente dogmático, mas deve ser
orientada de forma utilitária e realista.
13ª AULA
SISTEMA DE REAÇÃO AO DELITO.
A ORIENTAÇÃO HUMANISTA.
ao invés de privilegiar o funcionamento do sistema penal, busca a utilidade social do sistema
penal.
Os castigos devem ser úteis, também, para o infrator.
A ressocialização tem sido interpretada de varias formas, ensejando um amplo debate a sua
eficácia.
14ª AULA
SISTEMA DE REAÇÃO AO DELITO
15ª AULA
O MODELO CONSENSUAL DE JUSTIÇA CRIMINAL NO BRASIL
Princípios fundamentais. A influência da vitimologia. Reparação dos danos.
Ressocialização.
ESPAÇOS DE CONSENSO.
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Infrações Penais de Menor Potencial Ofensivo. (art. 98, I da Constituição Federal e art. 61
da lei 9099/95)
Todas as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima cominada não exceda um
ano excluídos os crimes que se submetem a procedimentos especiais.