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TESTE DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS – 10.

º C

25 de janeiro de 2017

Grupo I
Parte A

Leia, com atenção, o excerto do Auto de Inês Pereira de Gil Vicente abaixo transcrito.
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Aqui vem Pêro Marques, vestido como filho de lavrador rico, com um gabão azul deitado ao ombro, com o capelo por diante, e
vem dizendo:
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Pêro Homem que vai aonde eu vou Pêro Mais gado tenho já quanto , Vossa mãe foi-se? Ora bem…
não se deve de correr. e o mor de todo o gado, Sós nos leixou ela assi?...
Ria embora quem quiser, digo maior algum tanto. Cant’ eu quero-me ir daqui,
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que eu em meu siso estou. E desejo ser casado, não diga algum demo
Não sei onde mora aqui… prouguesse ao Espírito Santo, alguém…
olhai que m’esquece a mi! prouguesse ao Espírito Santo, Se eu fora já casado,
Eu creo que nesta rua… com Inês, que eu me espanto Inês Vós que me havíeis de fazer?
E esta parreira é sua. quem me fez seu namorado. Nem ninguém que há de dizer?
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Já conheço que é aqui. Parece moça de bem, (O galante despejado !).
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e eu de bem, er também. Pêro Se eu fora já casado,
Chega Pêro Marques aonde elas Ora vós er ide vendo d’outra arte havia de ser,
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estão, e diz: se lhe vem milhor ninguém, como homem de bom recado .
a segundo o que eu entendo.
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Pêro Digo que esteis muito embora. Inês (Quão desviado este está!
Folguei ora de vir cá… Cuido que lhe trago aqui Todos andam por caçar
Eu vos escrevi de lá peras da minha pereira… suas damas sem casar,
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Ũa cartinha, senhora… Hão de estar na derradeira . e este... tomade-o lá!).
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E assi que de maneira… Tende ora, Inês, per i. Pêro Vossa mãe é lá no muro?
Mãe Tomai aquela cadeira. E isso hei de ter na mão? Inês Minha mãe eu vos seguro
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Pêro E que val aqui uma destas? Inês Deitai as peas no chão. que ela venha cá dormir.
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Inês (Ó Jesu! que João das bestas ! Pêro As perlas pera enfiar… Pêro Pois, senhora, eu quero-me ir
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Olhai aquela canseira !) Inês Três chocalhos e um novelo… antes que venha o escuro.
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E as peias no capelo… Inês E não cureis mais de vir.
Assentou-se com as costas pera elas, e
diz: E as peras? Onde estão?
Nunca tal me aconteceu! VICENTE, Gil, 2011. Farsa de Inês
Pêro
Pêro Eu cuido que não estou bem… Algum rapaz m’as comeu Pereira (edição didática de Albano
Mãe Como vos chamais, amigo? que as meti no capelo, Soares Monteiro). Porto: Porto
Editora
Pêro Eu Pêro Marques me digo, e ficou aqui o novelo,
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como meu pai que Deos tem. e o pentem não se perdeu.
Faleceu, perdoe-lhe Deos, Pois trazia-as de boa mente…
que fora bem escusado, Inês Fresco vinha aí o presente
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e ficamos dous eréos . com folhinhas borrifadas!
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Porém meu é o mor gado . Pêro Não, que elas vinham
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Mãe De morgado é vosso estado? chentadas
Isso viria dos céus. cá em fundo no mais quente.
Glossário:
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capote com mangas e capuz; capuz; que val: quanto vale (no caso concreto, como equivalente de “para que serve”); João das bestas:
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João Palerma; referência ao esforço de Pêro Marques para se sentar na cadeira; herdeiros; mor gado: a maior parte do gado; filho mais
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velho, herdeiro de todos os bens dos progenitores; Mais gado tenho já quanto: tenho muito gado; partícula de reforço (além disso, por
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outro lado) por vezes associada a “também”; na derradeira: no fundo (do capelo, por baixo de todos os outros objetos); segurai; cordas
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com que se prendem os animais; contas de vidro; pente; colocadas; algo, algumas coisas más; gracioso, atrevido; de bom recado:
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sério, decente, sensato; antiquado; trateis, penseis.
Apresente, de forma bem estruturada, as respostas ao questionário.

1. Refira dois dos traços de carácter de Inês visíveis no texto, confirmando as afirmações com passagens
ilustrativas.
2. Relacione os apartes de Inês com a caracterização de Pêro Marques feita ao longo do diálogo entre os dois.
3. Enumere três exemplos de cómico utilizados no excerto.

Parte B

Leia, atentamente, a seguinte composição poética e apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos
itens que se seguem.

Do que sabia nulha1 rem nom sei,


polo mundo, que vej’ assi andar;
e quand’ i cuido2, hei log’ a cuidar,
per boa fé, o que nunca cuidei:
ca vej’ agora o que nunca vi
e ouço cousas que nunca oí.

Aquesto mundo, par Deus, nom é tal


qual eu vi outro, nom há gram sazom3;
e por aquesto, no meu coraçom,
aquel desej’ e este quero mal:
ca vej’ agora o que nunca vi
e ouço cousas que nunca oí.

E nom receo mia morte por en


e, Deus lo sabe, queria morrer;
ca nom vejo de que haja prazer
nem sei amigo de que diga bem:
ca vej’ agora o que nunca vi
e ouço cousas que nunca oí.

E se me a mim Deus quisess’ atender,


per boa fé, ũa pouca razom4,
eu post’5 havia no meu coraçom
de nunca jamais nem um bem fazer:
ca vej’ agora o que nunca vi
e ouço cousas que nunca oí.

E nom daria rem por viver i


en’ este mundo mais do que vivi.

Pero Gomes Barroso (CBN 1366, CV 974), in LOPES, Graça Videira (ed.),
2002. Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores e Jograis Galego-Portugueses. Lisboa: Estampa

Glossário:
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nenhuma; i cuido: penso nisso; tempo; vv. 19-20: E se Deus quisesse atender o meu pedido e me desse um pouco de razão; depois.

4. Explicite a crítica desenvolvida ao longo da cantiga, destacando a sua relevância documental.


5. Analise a importância da finda na construção do sentido global do texto.
Grupo II

Leia o texto:

Desta vez não fui eu, mas um grupo de cientistas – categoria humana acima de qualquer suspeita – quem
apontou o dedo a mais um inimigo do clima: as consolas de jogos. […]
O resultado encontra-se estampado numa revista científica, que é onde normalmente as verdades são
publicadas. Antes, também vinham nos jornais, mas já ninguém acredita.[…]
5 Os aludidos cientistas computaram as emissões de CO2 de um jogo de PlayStation ao longo de toda a sua
existência, passando pela sua criação, utilização e eliminação. É o que se chama “análise de ciclo de vida” […].
Não sem surpresa, o que mais suga energia é a fase do jogo em si. Mobiliza no máximo quatro dedos, mas
requer 137 watts de potência. Três miúdos à frente de três consolas durante uma hora por dia consomem tanta
eletricidade como um frigorífico.
10 Desde o momento em que é instalado até ao dia em que é deitado fora, um jogo é utilizado em média 232
horas, segundo o estudo. […]
Revelação surpreendente é a de que comprar um jogo numa loja, em CD, implica menos emissões de CO2 do
que fazer o download do programa na Internet. O quê? Absurdo? Pois é, parece. Ao longo de anos de vassalagem
ideológica, fomo-nos acostumando à imagem da Internet como um mundo desmaterializado e libertador, capaz de
15 mobilizar massas e promover a economia com um simples clique, sem sacar pedaços ao planeta.
Mas eis que cientistas […] conseguem provar o contrário, que o material às vezes pode ser melhor do que o
imaterial. Os cálculos, depois de varridas para baixo do tapete todas as incertezas, mostram que a eletricidade
utilizada para transferir um ficheiro pesado como o de um jogo é superior a toda a energia gasta no processo de
produção, distribuição, venda, transporte e eliminação de um disco blu-ray – um DVD de alta capacidade.
20 Com tudo incluído, a vida de um jogo baixado da internet é responsável por 5 a 32% mais emissões de CO2 do
que as do mesmo produto em disco. Como há coisas que têm mesmo de ser conversadas em família, comuniquei
estas conclusões ao meu filho, que, muitíssimo interessado, respondeu: “ok, pai”, e voltou para a consola.

Texto de Ricardo Garcia, in Público – blogues (Nós no Mundo), 27 de outubro de 2014 (consultado em janeiro de 2015).

1. De acordo com o texto, um jogo de computador


(A) é mais prejudicial para o ambiente se for comprado em formato DVD.
(B) não é muito nocivo para o ambiente.
(C) só é fonte de poluição se for colocado no lixo indiferenciado.
(D) é mais nocivo se for transferido da internet do que se for produzido e vendido em formato DVD.

2. Consciente de que as questões ambientais são importantes, o autor comunicou-as ao filho que
(A) ficou também muito interessado no assunto.
(B) desvalorizou o problema.
(C) ficou muito interessado no assunto, parando de jogar.
(D) agradeceu ao pai as informações que este lhe deu.

3. No contexto em que surge, o termo “estampado” (l. 3) tem o significado de


(A) desenhado.
(B) pintado.
(C) gravado.
(D) publicado.
4. O termo destacado em “são publicadas” (ll. 3 e 4) e em “Este fruto não está são!” tem origens etimológicas
diferentes; logo, essas palavras designam-se de
(A) convergentes.
(B) divergentes.
(C) homófonas.
(D) parónimas.

5. O termo download (l. 13) exemplifica o processo de formação de palavras denominado


(A) empréstimo.
(B) acronímia.
(C) extensão semântica.
(D) truncação.

6. O termo sublinhado em “que o material” (l. 16) é uma conjunção subordinativa


(A) consecutiva.
(B) concessiva.
(C) causal.
(D) completiva.
7. O elemento sublinhado em “comuniquei estas conclusões ao meu filho” (ll. 21 e 22) desempenha a função
sintática de
(A) sujeito.
(B) vocativo.
(C) complemento indireto.
(D) complemento direto.
8. Identifique o sujeito do predicado “é utilizado em média 232 horas” (ll. 11-12).
9. Identifique a função sintática do constituinte sublinhado em “o download do programa” (l. 13).
10. Transcreva uma oração subordinada adverbial causal do último parágrafo.

Grupo III

As relações entre pais e filhos são hoje muito mais consensuais e flexíveis do que eram antigamente.

Escreva um texto de texto de cento e oitenta a duzentas e cinquenta palavras em que exponha os vários modos que essas
relações assumem nos nossos dias – destacando o melhor e o pior deles.

OM TRABALHO!

COTAÇÃO:

Grupo I Grupo II Grupo


1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6 7 8.1 8.2 8.3 III
12 8 12 8 12 8 12 8 12 8 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 30 20

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