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A Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, conhecida como Reforma Trabalhista, implementou uma
série de mudanças visando modernizar e flexibilizar as relações de trabalho e atualizar a legislação trabalhista,
cuja principal compilação (a CLT - Consolidação das Leis do Trabalho), fora originalmente editada em 1943. A
Reforma alterou 117 dos 922 artigos (13%) da CLT, foi publicada em 14/07/2017 e entrará em vigor no dia
13/11/2017.
Neste trabalho, preparado exclusivamente para nossos clientes, analisamos os dispositivos da
Reforma Trabalhista, um a um, sempre em comparação com o artigo original alterado. Tecemos comentários
detalhados sobre cada alteração, indicando nossa interpretação das mudanças, principais impactos e pontos
polêmicos.
A equipe trabalhista de Lacaz Martins, Pereira Neto, Gurevich & Schoueri Advogados está
plenamente capacitada para assessorá-lo(a) com relação à adequação dos documentos e das relações de
trabalho da sua empresa ao novo regramento, bem como para auxiliá-lo(a) na otimização de recursos em
decorrência da aplicação das novidades implementadas pela Reforma Trabalhista.
Renato Rossato Amaral
(11) 3897-0130
renato.rossato@lacazmartins.com.br
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
CLT - Art. 2º - §2º - Sempre que uma ou CLT - Art. 2º - §2º Sempre que uma ou
O novo texto esclarece que o grupo
mais empresas, tendo, embora, cada uma mais empresas, tendo, embora, cada uma
econômico pode ser formado mesmo que
delas, personalidade jurídica própria, delas, personalidade jurídica própria,
as empresas tenham autonomia entre sim.
estiverem sob a direção, controle ou estiverem sob a direção, controle ou
Porém, ainda que isto não estivesse claro
administração de outra, constituindo administração de outra, ou ainda quando,
no texto antigo da CLT, este entendimento
grupo industrial, comercial ou de qualquer mesmo guardando cada uma sua
já era majoritariamente aplicado pela
outra atividade econômica, serão, para os autonomia, integrem grupo econômico,
Justiça do Trabalho. Assim, a alteração
efeitos da relação de emprego, serão responsáveis solidariamente pelas
neste dispositivo não implica em
solidariamente responsáveis a empresa obrigações decorrentes da relação de
mudanças significativas.
principal e cada uma das subordinadas. emprego.
Atualmente a mera identidade de sócios,
CLT - Art. 2º - §3º - Não caracteriza grupo
ainda que minoritários, é suficiente para
econômico a mera identidade de sócios,
declaração judicial de grupo econômico.
sendo necessárias, para a configuração do
O novo dispositivo busca limitar a
grupo, a demonstração do interesse
formação de grupo; de acordo com o novo
integrado, a efetiva comunhão de
texto, não basta a identidade de sócios,
interesses e a atuação conjunta das
sendo necessário que haja conjunção de
empresas dele integrantes.
interesses e atuação conjunta.
CLT - Art. 4º - Parágrafo único - Computar- CLT - Art. 4º - § 1º Computar-se-ão, na
se-ão, na contagem de tempo de serviço, contagem de tempo de serviço, para
para efeito de indenização e estabilidade, efeito de indenização e estabilidade, os
Sem alteração; apenas exclusão da
os períodos em que o empregado estiver períodos em que o empregado estiver
palavra “vetado”.
afastado do trabalho prestando serviço afastado do trabalho prestando serviço
militar ... (VETADO) ... e por motivo de militar e por motivo de acidente do
acidente do trabalho. trabalho.
CLT - Art. 4º - §2° - Por não se considerar Atualmente a interpretação majoritária
tempo à disposição do empregador, não da Justiça do Trabalho é no sentido de
será computado como período que o mero fato do empregado estar nas
extraordinário o que exceder a jornada dependências da empresa, ainda que não
normal, ainda que ultrapasse o limite de efetivamente trabalhando nem
cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 aguardando ordens, é suficiente para que
desta Consolidação, quando o empregado, fique caracterizado tempo à disposição do
por escolha própria, buscar proteção empregador, com consequente cômputo
pessoal, em caso de insegurança nas vias do período na jornada do trabalho e
públicas ou más condições climáticas, pagamento das respectivas horas extras,
bem como adentrar ou permanecer nas conforme o caso. O novo dispositivo visa
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
dependências da empresa para exercer
atividades particulares, entre outras: diferenciar situações de efetivo tempo à
I – práticas religiosas; disposição de outras em que o
II – descanso; empregado, a despeito de estar nas
III – lazer; dependências do empregador, não está
IV – estudo; trabalhando. Entendemos, porém, que na
V – alimentação; prática o empregador continuará
VI – atividades de relacionamento social; precisando provar que o trabalhador não
VII – higiene pessoal; estava à disposição, mas sim realizando
VIII – troca de roupa ou uniforme, quando atividades particulares, como aquelas
não houver obrigatoriedade de realizar a listadas no dispositivo.
troca na empresa.
O Direito do Trabalho possui Princípios
que, por essência, visam reequilibrar a
relação de trabalho, prestigiando o polo
hipossuficiente (o trabalhador). Assim, a
legislação trabalhista protege o
trabalhador em detrimento do
empregador, garantindo ao empregado
diversos direitos irrenunciáveis. Em outras
palavras, para proteger empregado o
Direito do Trabalho, muitas vezes, tolhe
CLT - Art. 8º - Parágrafo único - O direito do trabalhador a autonomia da vontade.
comum será fonte subsidiária do direito Já o Direito Civil (comum) parte da
CLT - Art. 8º - §1º - O direito comum será
do trabalho, naquilo em que não for premissa de que as ralações jurídicas são
fonte subsidiária do direito do trabalho.
incompatível com os princípios entabuladas entre pessoas com direitos e
fundamentais deste. capacidades iguais, prestigiando,
consequentemente, a livre disposição de
vontade. O novo dispositivo, ao garantir a
aplicação supletiva do Direito Civil às
relações de trabalho, mesmo em caso de
incompatibilidade com os princípios
fundamentais deste, a nosso ver pretende
alterar profundamente a forma como as
relações jurídicas de trabalho são
apreciadas, deslocando a análise do
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
campo da mera proteção do trabalhador
para o campo do respeito à autonomia da
vontade. Precisaremos verificar como a
jurisprudência trabalhista se assentará
neste tema, já que a mudança
pretendida, em tese, fulmina de morte a
natureza – e consequentemente a própria
existência – do Direito do Trabalho.
Hoje uma série de obrigações não
previstas em lei são impostas por decisões
judiciais. O Tribunal Superior do Trabalho
tem atuado de forma ativa na regulação
de direitos trabalhistas. O objetivo do
novo dispositivo é limitar esta atuação,
impondo aos Tribunais o dever de julgar
de acordo com a lei. Entendemos, porém,
CLT - Art. 8º - §2º - Súmulas e outros
que o novo dispositivo pode ser inócuo, já
enunciados de jurisprudência editados
que a aplicação da lei é atividade
pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos
eminentemente interpretativa; assim, os
Tribunais Regionais do Trabalho não
Tribunais poderão fundamentar suas
poderão restringir direitos legalmente
decisões na interpretação das leis,
previstos nem criar obrigações que não
alegando que não estão criando
estejam previstas em lei.
obrigações nem restringindo direitos, mas
garantindo a efetiva aplicação da lei. Da
mesma forma, a aferição do cumprimento
do dispositivo será feito, na grande
maioria dos casos, pela própria Justiça do
Trabalho, já que um pequeno número da
ações trabalhistas sobe ao Supremo
Tribunal Federal.
CLT - Art. 8º - § 3º No exame de
convenção coletiva ou acordo coletivo de A intenção é privilegiar a autonomia da
trabalho, a Justiça do Trabalho analisará vontade e prestigiar a negociação
exclusivamente a conformidade dos coletiva. Vide comentários ao novo §1º do
elementos essenciais do negócio jurídico, Art. 8º da CLT.
respeitado o disposto no art. 104 da Lei nº
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil), e balizará sua atuação pelo
princípio da intervenção mínima na
autonomia da vontade coletiva.
A Justiça do Trabalho, em muitos casos,
não vem aplicando o disposto no
parágrafo único do art. 1.033 do Código
CLT - Art. 10-A - O sócio retirante Civil, segundo o qual a responsabilidade
responde subsidiariamente pelas do sócio retirante está limitada a dois
obrigações trabalhistas da sociedade anos a contar da averbação da
relativas ao período em que figurou como modificação do contrato social.
sócio, somente em ações ajuizadas até Consequentemente, sócios podem ser
dois anos depois de averbada a responsabilizados por dívidas relativas a
modificação do contrato, observada a períodos nos quais não integravam o
seguinte ordem de preferência: quadro societário, e muitas vezes mais de
I – a empresa devedora; dois anos depois da retirada. O novo
II – os sócios atuais; e dispositivo da CLT pretende, basicamente,
III – os sócios retirantes. reforçar o quanto já disposto no Código
Parágrafo único. O sócio retirante Civil, limitando a responsabilidade do
responderá solidariamente com os demais sócio por débitos trabalhistas contraídos
quando ficar comprovada fraude na no período em que era sócio, e desde que
alteração societária decorrente da a ação seja proposta em até dois anos
modificação do contrato. após a averbação da alteração contratual,
respeitada, ainda, a ordem de preferência
(empresa, atuais sócios e sócios
retirantes).
CLT - Art. 11 - O direito de ação quanto a Os prazos prescricionais para
CLT - Art. 11 - A pretensão quanto a
créditos resultantes das relações de trabalhadores urbanos e rurais já haviam
créditos resultantes das relações de
trabalho prescreve: I - em cinco anos para sido igualados pela Emenda Constitucional
trabalho prescreve em cinco anos para os
o trabalhador urbano, até o limite de dois nº 28, de 25/05/2000. Assim, o novo
trabalhadores urbanos e rurais, até o
anos após a extinção do contrato; Il - em dispositivo vem apenas adequar a CLT ao
limite de dois anos após a extinção do
dois anos, após a extinção do contrato de que já era aplicável, nos termos da
contrato de trabalho.
trabalho, para o trabalhador rural. Constituição.
CLT – Art. 11 - § 2o Tratando-se de O novo dispositivo inclui na CLT o
pretensão que envolva pedido de entendimento que já era aplicado pelo
prestações sucessivas decorrente de TST, nos termos da Súmula nº 294. Assim,
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
não há alterações práticas ao entendi-
alteração ou descumprimento do
mento jurídico aplicável, mas confere-se
pactuado, a prescrição é total, exceto
mais segurança jurídica, na medida em
quando o direito à parcela esteja também
que o que era mero entendimento
assegurado por preceito de lei.
jurisprudencial consolidado se torna lei.
O novo dispositivo inclui na CLT o
CLT - Art. 11 - § 3º A interrupção da entendimento que já era aplicado pelo
prescrição somente ocorrerá pelo TST, nos termos da Súmula nº 268. Assim,
ajuizamento de reclamação trabalhista, não há alterações práticas ao
mesmo que em juízo incompetente, ainda entendimento jurídico aplicável, mas
que venha a ser extinta sem resolução do confere-se mais segurança jurídica, na
mérito, produzindo efeitos apenas em medida em que o que era mero
relação aos pedidos idênticos. entendimento jurisprudencial consolidado
se torna lei.
O STF entende, nos termos da Súmula nº
327, que a prescrição intercorrente não é
aplicável ao Direito do Trabalho. Já o TST
entende o contrário (Súmula 114). Ainda
CLT - Art. 11-A. Ocorre a prescrição que o STF seja a última instância judicial
intercorrente no processo do trabalho no no Brasil, são raros os recursos
prazo de dois anos. trabalhistas que chegam ao STF. Assim,
§ 1º A fluência do prazo prescricional atualmente prevalece o entendimento do
intercorrente inicia-se quando o TST. Neste contexto, o novo dispositivo
exequente deixa de cumprir determinação legal implementa importante alteração.
judicial no curso da execução. Com a prescrição intercorrente,
§ 2º A declaração da prescrição execuções que deixarem de sofrer
intercorrente pode ser requerida ou movimentação por inércia do Autor
declarada de ofício em qualquer grau de prescrevem no prazo de dois anos. Assim,
jurisdição. se, por exemplo, o exequente não localiza
bens do executado, hábeis a garantir a
execução, no prazo de dois anos, a
execução será extinta em decorrência da
prescrição.
CLT - Art. 47 - A empresa que mantiver CLT - Art. 47. O empregador que mantiver O dispositivo anterior estabelecia o valor
empregado não registrado nos termos do empregado não registrado nos termos do da multa em salário-mínimo regional, que
art. 41 e seu parágrafo único, incorrerá na art. 41 desta Consolidação ficará sujeito a não foi recepcionado pela Constituição de
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
1988. Com a promulgação desta o valor do
multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil
último salário-mínimo regional foi
reais) por empregado não registrado,
convertido em Unidade Fiscal de
multa de valor igual a 1 (um) salário acrescido de igual valor em cada
Referência (UFIR), a qual era atualizada
mínimo regional, por empregado não reincidência.
constantemente pelo poder público, de
registrado, acrescido de igual valor em § 1º Especificamente quanto à infração a
modo manter a atualização monetária do
cada reincidência. que se refere o caput deste artigo, o valor
valor da multa. Como a UFIR foi extinta
final da multa aplicada será de R$ 800,00
no ano 2000, desde então as multas
Parágrafo único. As demais infrações (oitocentos reais) por empregado não
trabalhistas foram fixadas no valor da
referentes ao registro de empregados registrado, quando se tratar de
última UFIR. Assim, a multa por falta de
sujeitarão a empresa à multa de valor microempresa ou empresa de pequeno
registro de empregado era, desde 2000,
igual à metade do salário-mínimo porte.
fixa no valor de R$402,53. Assim, o novo
regional, dobrada na reincidência. § 2º A infração de que trata o caput deste
dispositivo aumenta consideravelmente o
artigo constitui exceção ao critério da
valor da multa. A forma de atualização do
dupla visita.
valor da multa foi regulado pelo novo § 2º
do artigo 634 da CLT.
Foi criada uma nova multa administrativa
CLT - Art. 47-A. Na hipótese de não serem
aplicável quando o empregador deixar de
informados os dados a que se refere o
atualizar a CTPS do empregado com
parágrafo único do art. 41 desta
informações como duração e efetividade
Consolidação, o empregador ficará sujeito
do trabalho, a férias, acidentes e demais
à multa de R$ 600,00 (seiscentos reais)
circunstâncias que interessem à proteção
por empregado prejudicado.
do trabalhador.
CLT - Art. 58 - § 2º O tempo despendido O novo dispositivo extingue o conceito de
CLT - Art. 58 - § 2o O tempo despendido
pelo empregado desde a sua residência jornada in itinere, que era o período
pelo empregado até o local de trabalho e
até a efetiva ocupação do posto de despendido pelo empregado para ir e
para o seu retorno, por qualquer meio de
trabalho e para o seu retorno, voltar do trabalho, quando este era em
transporte, não será computado na
caminhando ou por qualquer meio de local de difícil acesso ou não servido por
jornada de trabalho, salvo quando,
transporte, inclusive o fornecido pelo transporte público. No regramento
tratando-se de local de difícil acesso ou
empregador, não será computado na anterior, tal período era considerado
não servido por transporte público, o
jornada de trabalho, por não ser tempo à parte da jornada de trabalho; agora não é
empregador fornecer a condução.
disposição do empregador. mais computado.
CLT - Art. 58 - § 3o Poderão ser fixados, Como não há mais jornada in itinere, a
para as microempresas e empresas de regra excepcional prevista no dispositivo
pequeno porte, por meio de acordo ou CLT - Art. 58 - § 3º (Revogado). anterior não faz mais sentido, tendo sido
convenção coletiva, em caso de transpor- revogada.
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
transporte fornecido pelo empregador, em
local de difícil acesso ou não servido por
transporte público, o tempo médio
despendido pelo empregado, bem como a
forma e a natureza da remuneração.
CLT - Art. 58-A - Considera-se trabalho em No regramento anterior os empregados
regime de tempo parcial aquele cuja sob o regime de tempo parcial não
duração não exceda a trinta horas poderiam prestar horas extras. No novo
CLT - Art. 58-A. Considera-se trabalho em
semanais, sem a possibilidade de horas sistema, criam-se dois tipos de regime de
regime de tempo parcial aquele cuja
suplementares semanais, ou, ainda, tempo parcial: o de trinta horas semanais,
duração não exceda a vinte e cinco horas
aquele cuja duração não exceda a vinte e que não permite realização de horas
semanais.
seis horas semanais, com a possibilidade extras, e o de vinte e seis horas por
de acréscimo de até seis horas semana, que permite até seis horas extras
suplementares semanais. semanais.
CLT - Art. 58-A - § 3º As horas Como no regramento anterior não era
suplementares à duração do trabalho possível a realização de horas extras, não
semanal normal serão pagas com o havia previsão da forma de pagamento.
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) No novo sistema, serão remuneradas
sobre o salário-hora normal. dentro da regra geral de horas extras.
CLT - Art. 58-A - § 4º Na hipótese de o
contrato de trabalho em regime de tempo
parcial ser estabelecido em número
inferior a vinte e seis horas semanais, as Regramento do pagamento de horas
horas suplementares a este quantitativo extras trabalhadas em regime de tempo
serão consideradas horas extras para fins parcial.
do pagamento estipulado no § 3º, estando
também limitadas a seis horas
suplementares semanais.
CLT - Art. 58-A - § 5º As horas
suplementares da jornada de trabalho
Passa a ser possível a compensação (banco
normal poderão ser compensadas
de horas) no caso de regime de tempo
diretamente até a semana imediatamente
parcial, independentemente de acordo
posterior à da sua execução, devendo ser
individual ou convenção ou acordo
feita a sua quitação na folha de
coletivos.
pagamento do mês subsequente, caso não
sejam compensadas.
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
CLT - Art. 58-A - § 6º É facultado ao
empregado contratado sob regime de O regramento anterior era omisso,
tempo parcial converter um terço do levando a dúvidas interpretativas sobre a
período de férias a que tiver direito em possibilidade do abono pecuniário.
abono.
CLT - Art. 58-A - § 7º As férias do regime
Da mesma forma, havia dúvidas sobre o
de tempo parcial são regidas pelo disposto
regramento aplicável.
no art. 130 desta Consolidação.
CLT - Art. 59 - A duração normal do
CLT - Art. 59 - A duração diária do A nova redação apenas deixou claro o
trabalho poderá ser acrescida de horas
trabalho poderá ser acrescida de horas entendimento – que já era majoritário –
suplementares, em número não excedente
extras, em número não excedente de no sentido de que a jornada diária – e não
de 2 (duas), mediante acordo escrito
duas, por acordo individual, convenção a semanal – poderia ser acrescida de duas
entre empregador e empregado, ou
coletiva ou acordo coletivo de trabalho. horas extras.
mediante contrato coletivo de trabalho.
CLT - Art. 59 - § 1º - Do acordo ou do
O dispositivo anterior não havia sido
contrato coletivo de trabalho deverá
CLT - Art. 59 - § 1º A remuneração da hora recepcionado pela Constituição, que fixou
constar, obrigatoriamente, a importância
extra será, pelo menos, 50% (cinquenta em, no mínimo, 50% o adicional de horas
da remuneração da hora suplementar, que
por cento) superior à da hora normal. extras. Assim, apenas houve adequação do
será, pelo menos, 20% (vinte por cento)
texto da CLT ao que já era aplicado.
superior à da hora normal.
O dispositivo anterior regulava o
pagamento, na rescisão, das horas
pendentes em banco de horas, o qual,
CLT - Art. 59 - § 3º Na hipótese de rescisão CLT - Art. 59 - § 3º Na hipótese de rescisão
obrigatoriamente, dependia de acordo ou
do contrato de trabalho sem que tenha do contrato de trabalho sem que tenha
convenção coletiva. A reforma trabalhista
havido a compensação integral da jornada havido a compensação integral da jornada
inseriu uma nova forma de banco de horas
extraordinária, na forma do parágrafo extraordinária, na forma dos §§ 2º e 5º
(§5º do art. 59 da CLT), que independe de
anterior, fará o trabalhador jus ao deste artigo, o trabalhador terá direito ao
acordo ou convenção coletiva. Assim, o
pagamento das horas extras não pagamento das horas extras não
dispositivo em questão apenas estende a
compensadas, calculadas sobre o valor da compensadas, calculadas sobre o valor da
tal nova modalidade de banco de horas a
remuneração na data da rescisão. remuneração na data da rescisão.
regra de quitação das horas pendentes,
em caso de rescisão do contrato de
trabalho.
CLT - Art. 59 - § 5º O banco de horas de Vide comentários ao novo §3º do artigo 59
que trata o § 2º deste artigo poderá ser da CLT. Além do banco de horas anterior-
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
pactuado por acordo individual escrito, anteriormente existente, que permitia a
desde que a compensação ocorra no compensação de jornada, mediante
período máximo de seis meses. convenção ou acordo coletivos desde que
o número de horas em banco não
excedesse, no período máximo de um
ano, à soma das jornadas semanais de
trabalho previstas, nem fosse
ultrapassado o limite máximo de dez
horas diárias. O novo dispositivo regula o
novo banco de horas, que passa a ser
permitido mediante acordo individual,
diferenciando-o do pactuado por
convenção ou acordo coletivos pelo prazo
máximo de compensação – que, aqui, é de
seis meses.
Entendimento já previsto na Súmula 85 do
CLT - Art. 59 - § 6º É lícito o regime de
TST. Cria-se, porém, o limitador
compensação de jornada estabelecido por
(compensação dentro do mesmo mês)
acordo individual, tácito ou escrito, para
para diferenciar a compensação de
a compensação no mesmo mês.
jornada do banco de horas.
A chamada “jornada doze por trinta e
seis” (doze horas de trabalho seguidas de
CLT - Art. 59-A - Em exceção ao disposto trinta e seis de descanso) não encontrava
no art. 59 desta Consolidação, é facultado previsão legal no regramento anterior,
às partes, mediante acordo individual mas já era excepcionalmente validada
escrito, convenção coletiva ou acordo pelo TST, desde que prevista em
coletivo de trabalho, estabelecer horário convenção ou acordo coletivos. O novo
de trabalho de doze horas seguidas por dispositivo, além de conferir maior
trinta e seis horas ininterruptas de segurança jurídica, já que torna lei o
descanso, observados ou indenizados os entendimento anteriormente previsto na
intervalos para repouso e alimentação. Súmula nº 444 do TST, passa a permitir
também a fixação de tal jornada por
acordo individual.
CLT - Art. 59-A - Parágrafo único. A O novo dispositivo regula a forma de
remuneração mensal pactuada pelo pagamento em caso de jornada doze por
horário previsto no caput deste artigo trinta e seis.
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
abrange os pagamentos devidos pelo
descanso semanal remunerado e pelo
descanso em feriados, e serão
considerados compensados os feriados e
as prorrogações de trabalho noturno,
quando houver, de que tratam o art. 70 e
o § 5º do art. 73 desta Consolidação.
CLT - Art. 59-B. O não atendimento das
exigências legais para compensação de O entendimento constante no novo
jornada, inclusive quando estabelecida dispositivo já era previsto na Súmula nº 85
mediante acordo tácito, não implica a do TST. Assim, não há mudança do
repetição do pagamento das horas entendimento jurídico aplicável, mas
excedentes à jornada normal diária se não confere-se maior segurança jurídica, já
ultrapassada a duração máxima semanal, que o entendimento jurisprudencial passa
sendo devido apenas o respectivo a ser lei.
adicional
Neste caso houve a mudança do
Parágrafo único. A prestação de horas
entendimento previsto na Súmula nº 85 do
extras habituais não descaracteriza o
TST, segundo a qual a prestação habitual
acordo de compensação de jornada e o
de horas extras descaracterizava o acordo
banco de horas.
de compensação de jornada.
CLT - Art. 60 - Parágrafo único. Excetuam-
O dispositivo determina que não é
se da exigência de licença prévia as
necessária a aprovação do poder público
jornadas de doze horas de trabalho por
para a realização de jornada doze por
trinta e seis horas ininterruptas de
trinta e seis não em atividades insalubres.
descanso.
No regramento anterior, sempre que o
CLT - Art. 61 - § 1º - O excesso, nos casos
empregador impusesse a realização de
deste artigo, poderá ser exigido
mais de duas horas extras por dia (o que
independentemente de acordo ou
CLT - Art. 61 - § 1º O excesso, nos casos já era permitido de forma excepcional,
contrato coletivo e deverá ser
deste artigo, pode ser exigido em decorrência de necessidade
comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à
independentemente de convenção imperiosa), tinha o dever de comunicar a
autoridade competente em matéria de
coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Superintendência Regional do Trabalho, o
trabalho, ou, antes desse prazo,
que, via de regra, dava início a
justificado no momento da fiscalização
fiscalizações. Referida obrigatoriedade de
sem prejuízo dessa comunicação.
comunicação foi extinta, conferindo mais
Como era Como ficou Comentários: o que mudou
flexibilidade ao empregador que
demandar mais de duas horas extras por
dia.