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Associação dos Oficiais de Justiça, do Sindicato dos Ofi- c) A condenação à não emissão de atos administrati-
ciais de Justiça e do Movimento Justiça e Democracia. vos, nas condições admitidas neste Código;
Assim: d) [Anterior alínea h)];
No uso da autorização legislativa concedida pelo e) A condenação à emissão de normas devidas ao
artigo 1.º da Lei n.º 100/2015, de 19 de agosto, e nos termos abrigo de disposições de direito administrativo;
das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, f) [Anterior alínea a)];
o Governo decreta o seguinte: g) O reconhecimento de qualidades ou do preenchi-
mento de condições;
Artigo 1.º h) A condenação à adoção ou abstenção de com-
portamentos, pela Administração Pública ou por par-
Objeto
ticulares;
O presente decreto-lei procede: i) A condenação da Administração à adoção das con-
dutas necessárias ao restabelecimento de direitos ou
a) À quarta alteração ao Código de Processo nos Tri-
interesses violados, incluindo em situações de via de
bunais Administrativos, aprovado pela Lei n.º 15/2002,
facto, desprovidas de título que as legitime;
de 22 de fevereiro, alterada pelas Leis n.os 4-A/2003, de
j) A condenação da Administração ao cumprimento
19 de fevereiro, 59/2008, de 11 de setembro, e 63/2011,
de deveres de prestar que diretamente decorram de nor-
de 14 de dezembro;
mas jurídico-administrativas e não envolvam a emissão
b) À décima primeira alteração ao Estatuto dos Tribunais
de um ato administrativo impugnável, ou que tenham
Administrativos e Fiscais, aprovado pela Lei n.º 13/2002,
sido constituídos por atos jurídicos praticados ao abrigo
de 19 de fevereiro;
de disposições de direito administrativo, e que podem
c) À sétima alteração ao Código dos Contratos Públi-
ter objeto o pagamento de uma quantia, a entrega de
cos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de
uma coisa ou a prestação de um facto;
janeiro;
k) A condenação à reparação de danos causados por
d) À décima quarta alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99,
pessoas coletivas e pelos titulares dos seus órgãos ou
de 16 de dezembro;
respetivos trabalhadores em funções públicas;
e) À primeira alteração à Lei n.º 83/95, de 31 de
l) A apreciação de questões relativas à interpretação,
agosto;
validade ou execução de contratos;
f) À segunda alteração à Lei n.º 27/96, de 1 de agosto,
m) A restituição do enriquecimento sem causa,
alterada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novem-
incluindo a repetição do indevido;
bro;
n) [Anterior alínea l)];
g) À primeira alteração à Lei n.º 19/2006, de 12 de
o) A intimação para proteção de direitos, liberdades
junho.
e garantias;
p) A extensão dos efeitos de julgados;
Artigo 2.º
q) A adoção das providências cautelares adequadas
Alteração ao Código de Processo nos Tribunais Administrativos para assegurar o efeito útil das decisões a proferir em
processo declarativo.
Os artigos 2.º a 5.º, 8.º a 12.º, 14.º, 16.º, 19.º, 20.º, 23.º
a 27.º, 29.º a 31.º, 35.º a 39.º, 41.º, 45.º, 48.º, 50.º, 51.º,
53.º a 56.º, 58.º, 59.º, 61.º, 63.º, 64.º, 66.º a 71.º, 73.º, Artigo 3.º
74.º, 76.º a 105.º, 107.º, 110.º a 124.º, 126.º e 127.º, 130.º [...]
a 132.º, 135.º, 140.º a 145.º, 149.º a 152.º, 157.º, 159.º,
1 — [...].
161.º a 164.º, 169.º a 173.º, 175.º, 176.º, 180.º, 182.º, 184.º,
2 — [...].
185.º, 187.º e 191.º do Código de Processo nos Tribunais
3 — Os tribunais administrativos asseguram os meios
Administrativos, aprovado pela Lei n.º 15/2002, de 22
declarativos urgentes necessários à obtenção da tutela
de fevereiro, alterada pelas Leis n.os 4-A/2003, de 19 de
adequada em situações de constrangimento temporal,
fevereiro, 59/2008, de 11 de setembro, e 63/2011, de 14
assim como os meios cautelares destinados à salva-
de dezembro, passam a ter a seguinte redação:
guarda da utilidade das sentenças a proferir nos pro-
cessos declarativos.
«Artigo 2.º
4 — Os tribunais administrativos asseguram ainda a
[...] execução das suas sentenças, designadamente daque-
las que proferem contra a Administração, seja através
1 — O princípio da tutela jurisdicional efetiva com-
da emissão de sentença que produza os efeitos do ato
preende o direito de obter, em prazo razoável, e mediante
administrativo devido, quando a prática e o conteúdo
um processo equitativo, uma decisão judicial que apre-
deste ato sejam estritamente vinculados, seja providen-
cie, com força de caso julgado, cada pretensão regular-
ciando a concretização material do que foi determinado
mente deduzida em juízo, bem como a possibilidade de
na sentença.
a fazer executar e de obter as providências cautelares,
antecipatórias ou conservatórias, destinadas a assegurar
o efeito útil da decisão. Artigo 4.º
2 — [...]: [...]
a) A anulação ou a declaração de nulidade ou de 1 — [...].
inexistência de atos administrativos; 2 — [...].
b) A condenação à prática de atos devidos, nos termos 3 — Havendo cumulação sem que entre os pedidos
da lei ou de vínculo contratualmente assumido; exista a conexão exigida, o juiz notifica o autor ou auto-
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res para, no prazo de 10 dias, indicarem o pedido que quias locais e o Ministério Público têm legitimidade
pretendem ver apreciado no processo, sob cominação para propor e intervir, nos termos previstos na lei, em
de, não o fazendo, haver absolvição da instância quanto processos principais e cautelares destinados à defesa de
a todos os pedidos. valores e bens constitucionalmente protegidos, como a
4 — No caso de absolvição da instância por cumu- saúde pública, o ambiente, o urbanismo, o ordenamento
lação ilegal de pedidos, podem ser apresentadas novas do território, a qualidade de vida, o património cultural e
petições no prazo de 30 dias a contar do trânsito em os bens do Estado, das Regiões Autónomas e das autar-
julgado, considerando-se estas apresentadas na data de quias locais, assim como para promover a execução das
entrada da primeira, para efeitos de tempestividade da correspondentes decisões jurisdicionais.
sua apresentação.
5 — [Revogado]. Artigo 10.º
[...]
Artigo 5.º
Cumulação de pedidos em processos urgentes 1 — [...].
2 — Nos processos intentados contra entidades públi-
1 — A cumulação de pedidos é possível mesmo cas, parte demandada é a pessoa coletiva de direito
quando, nos termos deste Código, a algum dos pedidos público, salvo nos processos contra o Estado ou as Regi-
cumulados corresponda uma das formas da ação admi- ões Autónomas que se reportem à ação ou omissão de
nistrativa urgente, que deve ser, nesse caso, observada órgãos integrados nos respetivos ministérios ou secre-
com as adaptações que se revelem necessárias, devendo tarias regionais, em que parte demandada é o ministério
as adaptações que impliquem menor celeridade do pro- ou ministérios, ou a secretaria ou secretarias regionais,
cesso cingir-se ao estritamente indispensável. a cujos órgãos sejam imputáveis os atos praticados ou
2 — Quando a complexidade da apreciação do pedido sobre cujos órgãos recaia o dever de praticar os atos
ou pedidos cumulados o justifiquem, o tribunal pode jurídicos ou observar os comportamentos pretendidos.
antecipar a decisão do pedido principal em relação à 3 — [...].
instrução respeitante ao pedido ou pedidos cumulados, 4 — O disposto nos n.os 2 e 3 não obsta a que se
que apenas tem lugar se a procedência destes pedidos considere regularmente proposta a ação quando na peti-
não ficar prejudicada pela decisão tomada quanto ao ção tenha sido indicado como parte demandada um
pedido principal. órgão pertencente à pessoa coletiva de direito público,
3 — Quando algum dos pedidos cumulados não per- ao ministério ou à secretaria regional que devem ser
tença ao âmbito da competência dos tribunais adminis- demandados.
trativos, há lugar à absolvição da instância relativamente 5 — Quando, na situação prevista no número ante-
a esse pedido. rior, a citação for feita no órgão indicado na petição,
considera-se citada a pessoa coletiva, o ministério ou a
Artigo 8.º secretaria regional a que o órgão pertence.
[...] 6 — [Anterior n.º 5].
7 — Quando o pedido principal deva ser deduzido
1 — [...]. contra um Ministério, este também tem legitimidade
2 — [...]. passiva em relação aos pedidos que com aquele sejam
3 — [...]. cumulados.
4 — [...]: 8 — [Anterior n.º 6].
a) [...] 9 — [Anterior n.º 7].
b) [...] 10 — Sem prejuízo da aplicação subsidiária, quando
c) [...] tal se justifique, do disposto na lei processual civil em
d) A revogação ou anulação do ato impugnado. matéria de intervenção de terceiros, quando a satisfa-
ção de uma ou mais pretensões deduzidas contra uma
5 — Todas as entidades públicas ou privadas devem entidade pública exija a colaboração de outra ou outras
fornecer os elementos e prestar a colaboração necessária entidades, cabe à entidade demandada promover a res-
ao exercício da ação pública pelo Ministério Público, petiva intervenção no processo.
podendo este, em caso de recusa, solicitar ao tribunal
competente para o julgamento da ação proposta ou a Artigo 11.º
propor a aplicação das sanções previstas na lei pro- [...]
cessual civil para as situações de recusa ilegítima de
colaboração para a descoberta da verdade. 1 — Nos tribunais administrativos é obrigatória a
constituição de mandatário, nos termos previstos no Có-
Artigo 9.º digo do Processo Civil, podendo as entidades públicas
fazer-se patrocinar em todos os processos por advogado,
[...]
solicitador ou licenciado em direito ou em solicitadoria
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte com funções de apoio jurídico, sem prejuízo da repre-
e no capítulo II do título II, o autor é considerado parte sentação do Estado pelo Ministério Público.
legítima quando alegue ser parte na relação material 2 — No caso de o patrocínio recair em licenciado
controvertida. em direito ou em solicitadoria com funções de apoio
2 — Independentemente de ter interesse pessoal na jurídico, expressamente designado para o efeito, a refe-
demanda, qualquer pessoa, bem como as associações e rida atuação no âmbito do processo fica vinculada à
fundações defensoras dos interesses em causa, as autar- observância dos mesmos deveres deontológicos, desig-
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nadamente de sigilo, que obrigam o mandatário da outra 3 — As ações que tenham por objeto litígios emer-
parte. gentes de vínculos de emprego público intentadas por
3 — [...]. trabalhador contra o empregador público podem ser
4 — [...]. propostas no tribunal do lugar da prestação de trabalho
5 — [...]. ou do domicílio do autor.
6 — Os agentes de execução desempenham as suas
funções nas execuções que sejam da competência dos Artigo 20.º
tribunais administrativos.
[...]
Artigo 12.º 1 — Os processos respeitantes à prática ou à omis-
[...] são de normas e de atos administrativos das Regiões
Autónomas e das autarquias locais, assim como das
1 — [...]. entidades por elas instituídas, e das pessoas coletivas
2 — Nos processos impugnatórios, é possível a coli- de utilidade pública são intentados no tribunal da área
gação de diferentes autores na impugnação, seja de da sede da entidade demandada.
um único, seja de vários atos jurídicos, desde que se 2 — [Revogado].
preencha qualquer dos pressupostos estabelecidos no 3 — [...].
número anterior. 4 — O conhecimento dos pedidos de intimação para
3 — [...]. prestação de informações, consulta de documentos e
4 — No caso previsto no número anterior, bem como passagem de certidões é da competência do tribunal
quando haja coligação ilegal de autores, podem ser apre- da área onde deva ter lugar a prestação, consulta ou
sentadas novas petições, no prazo de 30 dias a contar do passagem pretendida.
trânsito em julgado da decisão, considerando-se estas 5 — [...].
apresentadas na data de entrada da primeira, para efeitos 6 — [...].
da tempestividade da sua apresentação. 7 — [...].
8 — A competência territorial para os processos
Artigo 14.º executivos é determinada nos termos da lei processual
[...] civil.
9 — Para a execução jurisdicional de atos administra-
1 — Quando a petição seja dirigida a tribunal in-
tivos que não possam ser impostos coercivamente pela
competente, o processo é oficiosamente remetido, se
Administração, o tribunal competente é o da área da sede
possível por via eletrónica, ao tribunal administrativo
da residência ou sede do executado ou da localização
ou tributário competente.
2 — Quando a petição seja dirigida a tribunal incom- dos bens a executar.
petente, sem que o tribunal competente pertença à juris-
dição administrativa e fiscal, pode o interessado, no Artigo 23.º
prazo de 30 dias a contar do trânsito em julgado da Regime aplicável
decisão que declare a incompetência, requerer a remessa
do processo ao tribunal competente, com indicação do É subsidiariamente aplicável ao processo adminis-
mesmo. trativo o disposto na lei processual civil em matéria
3 — [...]. de entrega ou remessa das peças processuais, dos du-
plicados dos articulados e das cópias dos documentos
Artigo 16.º apresentados, bem como em matéria de realização das
citações e notificações.
[...]
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes Artigo 24.º
e das soluções que resultem da distribuição das com- Realização de atos processuais
petências em função da hierarquia, os processos são
intentados no tribunal da área da residência habitual 1 — Os atos processuais, incluindo os atos das partes
ou da sede do autor. que devam ser praticados por escrito, e a tramitação
2 — Havendo pluralidade de autores, a ação pode do processo, são efetuados, preferencialmente, por via
ser proposta no tribunal da área da residência habitual eletrónica, nos termos a definir por portaria do membro
ou da sede da maioria deles, ou, no caso de não haver do Governo responsável pela área da justiça.
maioria, no tribunal da área da residência habitual ou 2 — A apresentação de peças processuais e docu-
da sede de qualquer deles. mentos por via eletrónica dispensa a sua remessa ao
tribunal, e a dos respetivos duplicados e cópias, em
Artigo 19.º suporte de papel, sem prejuízo da possibilidade de o
juiz exigir a apresentação do original, nos termos da
[...]
lei processual civil.
1 — As pretensões relativas a contratos são deduzidas 3 — Apresentada a petição por via eletrónica, a cita-
no tribunal do lugar de cumprimento do contrato. ção das entidades públicas ou dos órgãos nela indi-
2 — Se as partes convencionarem o tribunal perante cados é efetuada automaticamente por via eletrónica,
o qual se comprometem a deduzir as suas pretensões sem necessidade de despacho do juiz, salvo nos casos
relativas ao contrato, o tribunal competente para o efeito expressamente previstos em que há lugar a despacho
é o tribunal convencionado. liminar.
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dos danos que tenha sofrido, para o efeito de interromper em relação a este ato, qualquer dos factos previstos nos
a prescrição deste direito, nos termos gerais. n.os 2 e 3 do artigo 59.º
4 — Às ações de declaração de inexistência de ato 3 — Os atos jurídicos de execução de atos admi-
administrativo é aplicável, com as devidas adaptações, nistrativos só são impugnáveis por vícios próprios, na
o disposto nos artigos 55.º e 57.º, em matéria de legiti- medida em que tenham um conteúdo decisório de caráter
midade, assim como no artigo 64.º, no caso de o autor
ter interesse em deduzir, em substituição ou cumulação inovador.
superveniente com o pedido inicial, a impugnação de 4 — Quando seja admitida a impugnação do ato con-
ato administrativo praticado durante a pendência do firmativo, nos termos do n.º 2, os efeitos da sentença
processo. que conheça do objeto do processo são extensivos ao
ato confirmado.
Artigo 51.º
Atos impugnáveis Artigo 54.º
1 — Ainda que não ponham termo a um procedi- [...]
mento, são impugnáveis todas as decisões que, no exer-
cício de poderes jurídico-administrativos, visem produ- 1 — Os atos administrativos só podem ser impugna-
zir efeitos jurídicos externos numa situação individual dos a partir do momento em que produzam efeitos.
e concreta, incluindo as proferidas por autoridades não 2 — O disposto no número anterior não exclui a
integradas na Administração Pública e por entidades faculdade de impugnação de atos que não tenham come-
privadas que atuem no exercício de poderes jurídico- çado a produzir efeitos jurídicos quando:
-administrativos.
2 — São designadamente impugnáveis: a) [Anterior alínea a) do n.º 1];
b) [Anterior alínea b) do n.º 1].
a) As decisões tomadas no âmbito de procedimentos
administrativos sobre questões que não possam ser de
novo apreciadas em momento subsequente do mesmo 3 — [Anterior n.º 2].
procedimento;
b) As decisões tomadas em relação a outros órgãos Artigo 55.º
da mesma pessoa coletiva, passíveis de comprometer
as condições do exercício de competências legalmente [...]
conferidas aos segundos para a prossecução de inte-
1 — [...]:
resses pelos quais esses órgãos sejam diretamente res-
ponsáveis. a) [...]
b) [...]
3 — Os atos impugnáveis de harmonia com o dis- c) Entidades públicas e privadas, quanto aos direitos
posto nos números anteriores que não ponham termo a e interesses que lhes cumpra defender;
um procedimento só podem ser impugnados durante a
pendência do mesmo, sem prejuízo da faculdade de im- d) Órgãos administrativos, relativamente a atos pra-
pugnação do ato final com fundamento em ilegalidades ticados por outros órgãos da mesma pessoa coletiva
cometidas durante o procedimento, salvo quando essas pública que alegadamente comprometam as condições
ilegalidades digam respeito a ato que tenha determinado do exercício de competências legalmente conferidas aos
a exclusão do interessado do procedimento ou a ato primeiros para a prossecução de interesses pelos quais
que lei especial submeta a um ónus de impugnação esses órgãos sejam diretamente responsáveis;
autónoma. e) [...]
4 — Se contra um ato de indeferimento ou de recusa f) [...].
de apreciação de requerimento não tiver sido deduzido o
adequado pedido de condenação à prática de ato devido, 2 — A qualquer eleitor, no gozo dos seus direitos
o tribunal convida o autor a substituir a petição, para o
efeito de deduzir o referido pedido. civis e políticos, é permitido impugnar as decisões e
5 — Na hipótese prevista no número anterior, quando deliberações adotadas por órgãos das autarquias locais
haja lugar à substituição da petição, considera-se a sediadas na circunscrição onde se encontre recenseado,
nova petição apresentada na data do primeiro registo assim como das entidades instituídas por autarquias
de entrada, sendo a entidade demandada e os contrain- locais ou que destas dependam.
teressados de novo citados para contestar. 3 — [...].
a) Não tenha sido cumprido o dever de emitir um ato 1 — Quando a pretensão do interessado seja inde-
administrativo que resultava diretamente da lei; ferida na pendência de processo intentado em situação
b) Se pretenda obter a substituição de um ato admi- de inércia ou de recusa de apreciação de requerimento,
nistrativo de conteúdo positivo. pode o autor alegar novos fundamentos e oferecer dife-
rentes meios de prova em favor da sua pretensão.
Artigo 68.º 2 — [...].
[...] 3 — Quando, na pendência do processo, seja profe-
rido um ato administrativo que não satisfaça integral-
1 — Tem legitimidade para pedir a condenação à
prática de um ato administrativo: mente a pretensão do interessado, o autor pode promover
a alteração do objeto do processo, para o efeito de pedir
a) [...] a anulação parcial do novo ato ou a condenação da enti-
b) O Ministério Público, sem necessidade da apresen- dade demandada à prática do ato necessário à satisfação
tação de requerimento, quando o dever de praticar o ato integral da sua pretensão.
resulte diretamente da lei e esteja em causa a ofensa de
direitos fundamentais, a defesa de interesses públicos 4 — Em todas as situações previstas nos números
especialmente relevantes ou de qualquer dos valores e anteriores, o autor deve apresentar articulado próprio no
bens referidos no n.º 2 do artigo 9.º; prazo de 30 dias, contado desde a data da notificação do
c) [Anterior alínea b)]. ato, considerando-se como tal, quando não tenha havido
d) Órgãos administrativos, relativamente a condutas notificação, a data do conhecimento do ato obtido no
de outros órgãos da Administração Pública, que alega- processo.
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1 — Ainda que o requerimento apresentado não tenha 1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
obtido resposta ou a sua apreciação tenha sido recusada, a declaração de ilegalidade de normas pode ser pedida
o tribunal não se limita a devolver a questão ao órgão a todo o tempo.
administrativo competente, anulando ou declarando 2 — A declaração de ilegalidade com fundamento em
nulo o eventual ato de indeferimento, mas pronuncia-se ilegalidade formal ou procedimental da qual não resulte
inconstitucionalidade só pode ser pedida no prazo de
sobre a pretensão material do interessado, impondo a
seis meses, contado da data da publicação, salvo nos
prática do ato devido. casos de carência absoluta de forma legal ou de prete-
2 — [...]. rição de consulta pública exigida por lei.
3 — Quando tenha sido pedida a condenação à
prática de um ato com um conteúdo determinado, Artigo 76.º
mas se verifique que, embora seja devida a prática
[...]
de um ato administrativo, não é possível determinar o
seu conteúdo, o tribunal não absolve do pedido, mas 1 — A declaração com força obrigatória geral da
condena a entidade demandada à emissão do ato em ilegalidade de uma norma, nos termos previstos neste
questão, de acordo com os parâmetros estabelecidos Código, produz efeitos desde a data da entrada em vigor
no número anterior. da norma, salvo no caso de ilegalidade superveniente.
2 — [...].
Artigo 73.º 3 — Nos processos intentados por quem tenha sido
[...] diretamente prejudicado pela vigência de norma imedia-
tamente operativa, a aplicação do disposto no número
1 — A declaração de ilegalidade com força obri- anterior não prejudica a eliminação dos efeitos lesivos
gatória geral de norma imediatamente operativa pode causados pela norma na esfera jurídica do autor.
ser pedida por quem seja diretamente prejudicado pela 4 — [Anterior n.º 3].
vigência da norma ou possa vir previsivelmente a sê-lo 5 — A declaração a que se refere o presente artigo
em momento próximo, independentemente da prática implica a repristinação das normas revogadas, salvo
de ato concreto de aplicação, pelo Ministério Público e quando estas sejam ilegais ou tenham deixado por outro
por pessoas e entidades nos termos do n.º 2 do artigo 9.º, motivo de vigorar.
assim como pelos presidentes de órgãos colegiais, em
relação a normas emitidas pelos respetivos órgãos. Artigo 77.º
2 — Quem seja diretamente prejudicado ou possa Condenação à emissão de normas
vir previsivelmente a sê-lo em momento próximo pela 1 — O Ministério Público, as demais pessoas e en-
aplicação de norma imediatamente operativa que incorra tidades defensoras dos interesses referidos no n.º 2 do
em qualquer dos fundamentos de ilegalidade previstos artigo 9.º, os presidentes de órgãos colegiais, em rela-
no n.º 1 do artigo 281.º da Constituição da República ção a normas omitidas pelos respetivos órgãos, e quem
Portuguesa pode obter a desaplicação da norma, pedindo alegue um prejuízo diretamente resultante da situação
a declaração da sua ilegalidade com efeitos circunscritos de omissão podem pedir ao tribunal administrativo com-
ao seu caso. petente que aprecie e verifique a existência de situações
3 — Quando os efeitos de uma norma não se produ- de ilegalidade por omissão das normas cuja adoção, ao
zam imediatamente, mas só através de um ato adminis- abrigo de disposições de direito administrativo, seja
trativo de aplicação, o lesado, o Ministério Público ou necessária para dar exequibilidade a atos legislativos
qualquer das pessoas e entidades nos termos do n.º 2 carentes de regulamentação.
do artigo 9.º podem suscitar a questão da ilegalidade da 2 — Quando verifique a existência de uma situação
norma aplicada no âmbito do processo dirigido contra de ilegalidade por omissão, o tribunal condena a enti-
o ato de aplicação a título incidental, pedindo a desa- dade competente à emissão do regulamento em falta,
fixando prazo para que a omissão seja suprida.
plicação da norma.
4 — O Ministério Público tem o dever de pedir a Artigo 78.º
declaração de ilegalidade com força obrigatória geral
quando tenha conhecimento de três decisões de desa- [...]
plicação de uma norma com fundamento na sua ilega- 1 — A instância constitui-se com a propositura da
lidade, bem como de recorrer das decisões de primeira ação e esta considera-se proposta logo que a petição
instância que declarem a ilegalidade com força obri- inicial seja recebida na secretaria do tribunal ao qual
gatória geral. é dirigida.
5 — Para o efeito do disposto no número anterior, a 2 — Na petição inicial, deduzida por forma articu-
secretaria remete ao representante do Ministério Público lada, deve o autor:
junto do tribunal certidão das sentenças que tenham a) [...]
desaplicado, com fundamento em ilegalidade, quaisquer b) Identificar as partes, incluindo eventuais con-
normas emitidas ao abrigo de disposições de direito trainteressados, indicando os seus nomes, domicílios
administrativo ou que tenham declarado a respetiva ou sedes e, sempre que possível, não se tratando de
ilegalidade com força obrigatória geral. entidades públicas, números de identificação civil, de
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(25)
Artigo 82.º termos do artigo 11.º, deve ser junta cópia do despacho
Prazo da contestação e cominação
que o designou.
do artigo 91.º, o Ministério Público é notificado para 8 — A absolvição da instância sem prévia emissão de
intervir nas mesmas; despacho pré-saneador, em casos em que podia haver
b) Caso as diligências instrutórias requeridas não lugar ao suprimento de exceções dilatórias ou de irregu-
devam ser realizadas em audiência final, o Minis- laridades, não impede o autor de, no prazo de 15 dias,
tério Público é notificado para alegar, nos termos contado da notificação da decisão, apresentar nova
do artigo 91.º-A. petição, com observância das prescrições em falta, a
qual se considera apresentada na data em que o tinha
Artigo 86.º sido a primeira, para efeitos da tempestividade da sua
[...]
apresentação.
9 — Em tudo o que não esteja expressamente regu-
1 — Os factos constitutivos, modificativos ou lado neste artigo, aplica-se, com as necessárias adap-
extintivos supervenientes podem ser deduzidos em tações, o disposto no Código de Processo Civil em
novo articulado, pela parte a que aproveitem, até ao matéria de despacho pré-saneador e de gestão inicial
encerramento da discussão. do processo.
2 — [...]. Artigo 88.º
3 — [...].
4 — [...]. Despacho saneador
5 — As provas são oferecidas com o articulado e 1 — O despacho saneador destina-se a:
com a resposta e os factos articulados que interessem à
decisão da causa são incluídos nos temas da prova. a) Conhecer das exceções dilatórias e nulidades pro-
6 — [Revogado]. cessuais que hajam sido suscitadas pelas partes, ou que,
em face dos elementos constantes dos autos, o juiz deva
Artigo 87.º apreciar oficiosamente;
b) Conhecer total ou parcialmente do mérito da causa,
Despacho pré-saneador
sempre que a questão seja apenas de direito ou quando,
1 — Findos os articulados, o processo é concluso sendo também de facto, o estado do processo permita,
ao juiz, que, sendo caso disso, profere despacho pré- sem necessidade de mais indagações, a apreciação dos
-saneador destinado a: pedidos ou de algum dos pedidos deduzidos, ou de
alguma exceção perentória.
a) Providenciar pelo suprimento de exceções dila-
tórias;
2 — As questões prévias referidas na alínea a) do
b) Providenciar pelo aperfeiçoamento dos articula-
número anterior que não tenham sido apreciadas no
dos, nos termos dos números seguintes;
despacho saneador não podem ser suscitadas nem de-
c) Determinar a junção de documentos com vista a
cididas em momento posterior do processo e as que
permitir a apreciação de exceções dilatórias ou o conhe-
cimento, no todo ou em parte, do mérito da causa no sejam decididas no despacho saneador não podem vir
despacho saneador. a ser reapreciadas.
3 — O despacho saneador pode ser logo ditado para a
ata da audiência prévia mas, quando não seja proferido
2 — O juiz convida as partes a suprir as irregulari-
dades dos articulados, fixando prazo para o suprimento nesse contexto ou quando a complexidade das questões
ou correção do vício, designadamente quando careçam a resolver o exija, o juiz pode proferi-lo por escrito e,
de requisitos legais ou a parte não haja apresentado se for caso disso, suspendendo-se a audiência prévia e
documento essencial ou de que a lei faça depender o fixando-se logo data para a sua continuação.
prosseguimento da causa. 4 — No caso previsto na alínea a) do n.º 1, o despa-
3 — Incumbe ainda ao juiz convidar as partes ao cho constitui, logo que transite, caso julgado formal e,
suprimento das insuficiências ou imprecisões na expo- na hipótese prevista na alínea b), fica tendo, para todos
sição ou concretização da matéria de facto alegada, os efeitos, o valor de sentença.
fixando prazo para a apresentação de articulado em que 5 — Em tudo o que não esteja expressamente regu-
se complete ou corrija o inicialmente produzido. lado neste artigo, aplica-se, com as necessárias adapta-
4 — Os factos objeto de esclarecimento, aditamento ções, o disposto no Código de Processo Civil em matéria
ou correção ficam sujeitos às regras gerais sobre con- de despacho saneador e de gestão inicial do processo.
traditoriedade e prova.
5 — As alterações à matéria de facto alegada não Artigo 89.º
podem implicar convolação do objeto do processo Exceções
para relação jurídica diversa da controvertida, devendo
conformar-se com os limites traçados pelo pedido e 1 — As exceções são dilatórias ou perentórias.
pela causa de pedir, se forem introduzidas pelo autor, e 2 — As exceções dilatórias são de conhecimento
pelos limites impostos pelo artigo 83.º, quando o sejam oficioso e obstam a que o tribunal conheça do mérito
pelo demandado. da causa, dando lugar à absolvição da instância ou à
6 — Não cabe recurso do despacho de convite ao remessa do processo para outro tribunal.
suprimento de irregularidades, insuficiências ou impre- 3 — As exceções perentórias consistem na invocação
cisões dos articulados. de factos que impedem, modificam ou extinguem o
7 — A falta de suprimento de exceções dilatórias ou efeito jurídico dos factos articulados pelo autor, são de
de correção, dentro do prazo estabelecido, das deficiên- conhecimento oficioso quando a lei não faz depender
cias ou irregularidades da petição inicial determina a a sua invocação da vontade do interessado e importam
absolvição da instância. a absolvição total ou parcial do pedido.
8588-(28) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
4 — São dilatórias, entre outras, as exceções seguintes: 3 — No início da audiência, o juiz procura conciliar
as partes, se a causa estiver no âmbito do seu poder de
a) Incompetência do tribunal;
disposição, findo o que se realizam os seguintes atos,
b) Nulidade de todo o processo;
se a eles houver lugar:
c) Falta de personalidade ou de capacidade judiciária
de alguma das partes; a) Prestação dos depoimentos de parte;
d) Falta de autorização ou deliberação que o autor b) Exibição de reproduções cinematográficas ou de
devesse obter; registos fonográficos, podendo o juiz determinar que
e) Ilegitimidade de alguma das partes, designada- ela se faça apenas com assistência das partes, dos seus
mente por falta da identificação dos contrainteressa- advogados e das pessoas cuja presença se mostre con-
dos; veniente;
f) Coligação de autores ou demandados, quando entre c) Esclarecimentos verbais dos peritos cuja com-
os pedidos não exista a conexão exigida no artigo 12.º parência tenha sido determinada oficiosamente ou a
g) Pluralidade subjetiva subsidiária, salvo caso de requerimento das partes;
dúvida fundamentada sobre o sujeito da relação con- d) Inquirição das testemunhas;
trovertida; e) Alegações orais, nas quais os advogados exponham
h) Falta de constituição de advogado ou de represen- as conclusões, de facto e de direito, que hajam extraído
tante legal por parte do autor e a falta, insuficiência ou da prova produzida, podendo cada advogado replicar
irregularidade de mandato judicial por parte do man- uma vez.
datário que propôs a ação;
i) [Anterior alínea c) do n.º 1]; 4 — O juiz pode, nos casos em que tal se justifi-
j) [Anterior alínea g) do n.º 1]; que, alterar a ordem de produção de prova referida no
k) Intempestividade da prática do ato processual; número anterior e, quando o considere conveniente
l) [Anterior alínea i) do n.º 1]. para a descoberta da verdade, determinar a audição em
simultâneo, sobre determinados factos, de testemunhas
Artigo 90.º de ambas as partes.
5 — Quando a complexidade da matéria o justifique
Instrução e decisão parcelar da causa ou qualquer das partes não prescinda da sua apresen-
1 — A instrução tem por objeto os factos relevantes tação, o juiz, no termo da audiência, determina que as
para o exame e decisão da causa que devam considerar- alegações previstas na alínea e) do n.º 3 sejam apresen-
-se controvertidos ou necessitados de prova. tadas por escrito pelo prazo simultâneo de 20 dias.
2 — A instrução rege-se pelo disposto na lei proces- 6 — [Revogado].
sual civil, sendo admissíveis todos os meios de prova
nela previstos. Artigo 92.º
3 — No âmbito da instrução, o juiz ou relator ordena [...]
as diligências de prova que considere necessárias para o
apuramento da verdade, podendo indeferir, por despacho 1 — Nos tribunais superiores, uma vez concluso o
fundamentado, requerimentos dirigidos à produção de processo ao relator, tem lugar a vista simultânea aos
prova sobre certos factos ou recusar a utilização de juízes-adjuntos, que, no caso de evidente simplicidade
certos meios de prova, quando o considere claramente da causa, pode ser dispensada pelo relator.
desnecessário. 2 — [...].
4 — Quando tenham sido cumulados pedidos fun-
dados no reconhecimento, a título principal, da ilega- Artigo 93.º
lidade da conduta administrativa e a complexidade da Julgamento em formação alargada e consulta prejudicial
apreciação desses pedidos o justifique, o tribunal pode para o Supremo Tribunal Administrativo
antecipar a decisão do pedido principal em relação à 1 — Quando à apreciação de um tribunal adminis-
instrução respeitante ao pedido ou pedidos cumulados, trativo de círculo se coloque uma questão de direito
que apenas terá lugar se a procedência destes pedidos nova que suscite dificuldades sérias e possa vir a ser
não ficar prejudicada pela decisão tomada quanto ao suscitada noutros litígios, pode o respetivo presidente,
pedido principal. por proposta do juiz da causa, adotar uma das seguintes
providências:
Artigo 91.º
Audiência final
a) Determinar que no julgamento intervenham todos
os juízes do tribunal, sendo o quórum de dois terços e
1 — Há lugar à realização de audiência final quando havendo lugar à aplicação do disposto no artigo ante-
haja prestação de depoimentos de parte, inquirição de rior;
testemunhas ou prestação de esclarecimentos verbais b) Submeter a sua apreciação ao Supremo Tribunal
pelos peritos. Administrativo, para que este emita pronúncia vincu-
2 — Salvo em tribunal superior, a audiência decorre lativa dentro do processo sobre a questão, no prazo de
perante juiz singular e rege-se pelos princípios da pleni- três meses.
tude da assistência do juiz e da publicidade e continui-
dade da audiência, segundo o disposto na lei processual 2 — A consulta prevista na alínea b) do número an-
civil, gozando o juiz de todos os poderes necessários terior não pode ter lugar em processos urgentes e pode
para tornar útil e breve a discussão e para assegurar a ser liminarmente recusada, a título definitivo, quando
justa decisão da causa. uma formação constituída por três juízes de entre os
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(29)
mais antigos da secção de contencioso administrativo dicos ou comportamentos que envolvam a formulação
do Supremo Tribunal Administrativo considere que não de valorações próprias do exercício da função adminis-
se encontram preenchidos os respetivos pressupostos trativa, sem que a apreciação do caso concreto permita
ou que a escassa relevância da questão não justifica a identificar apenas uma atuação como legalmente pos-
emissão de uma pronúncia. sível, o tribunal não pode determinar o conteúdo do ato
3 — A pronúncia emitida pelo Supremo Tribunal jurídico ou do comportamento a adotar, mas deve expli-
Administrativo não o vincula relativamente a novas pro- citar as vinculações a observar pela Administração.
núncias, que, em sede de consulta ou em via de recurso, 6 — Quando, na hipótese prevista no número ante-
venha a emitir no futuro, sobre a mesma matéria, fora rior, o quadro normativo permita ao tribunal especifi-
do âmbito do mesmo processo. car o conteúdo dos atos e operações a adotar, mas da
4 — [Revogado]. instrução realizada não resultem elementos de facto
suficientes para proceder a essa especificação, o tribu-
Artigo 94.º nal notifica a Administração para apresentar, no prazo
de 20 dias, proposta fundamentada sobre a matéria e
Conteúdo da sentença
ouve em seguida os demais intervenientes no processo,
1 — Encerrada a audiência final ou apresentadas podendo ordenar as diligências complementares que
as alegações escritas ou decorrido o respetivo prazo, considere necessárias antes de proferir a sentença.
quando a essa apresentação haja lugar, o processo é 7 — [Anterior n.º 6].
concluso ao juiz, para ser proferida sentença no prazo
de 30 dias. Artigo 96.º
2 — A sentença começa por identificar as partes e [...]
o objeto do litígio, enunciando as questões de mérito
que ao tribunal cumpra solucionar, ao que se segue Nos tribunais superiores, quando não possa ser la-
a exposição dos fundamentos de facto e de direito, a vrado acórdão na sessão em que seja julgado o processo,
decisão e a condenação dos responsáveis pelas custas o resultado é anotado, datado e assinado pelos juízes
processuais, com indicação da proporção da respetiva vencedores e vencidos e o juiz que tire o acórdão fica
responsabilidade. com o processo para lavrar a decisão respetiva que,
3 — Na exposição dos fundamentos, a sentença deve sem embargo de o resultado ser logo publicado, será
discriminar os factos que julga provados e não provados, lida em conferência na sessão seguinte e aí datada e
analisando criticamente as provas, e indicar, interpretar assinada pelos juízes que nela tenham intervindo, se
e aplicar as normas jurídicas correspondentes. estiverem presentes.
4 — O juiz aprecia livremente as provas segundo a
sua prudente convicção acerca de cada facto, ressalvados Artigo 97.º
os factos para cuja prova a lei exija formalidade especial [...]
e aqueles que só possam ser provados por documentos
ou que estejam plenamente provados, quer por docu- 1 — Regem-se pelo disposto no presente capítulo e,
mentos, quer por acordo ou confissão das partes. no que com ele não contenda, pelo disposto nos capítu-
5 — [Anterior n.º 3]. los II e III do título II:
a) O contencioso dos atos administrativos em matéria
Artigo 95.º eleitoral da competência dos tribunais administrati-
[...] vos;
b) O contencioso dos atos administrativos praticados
1 — A sentença deve decidir todas as questões que as no âmbito de procedimentos de massa, com o âmbito
partes tenham submetido à sua apreciação e não pode estabelecido na secção II;
ocupar-se senão das questões suscitadas, salvo quando c) O contencioso dos atos relativos à formação dos
a lei lhe permita ou imponha o conhecimento oficioso contratos previstos na secção III.
de outras.
2 — A sentença não pode condenar em quantidade 2 — [Revogado].
superior ou em objeto diverso do que se pedir, mas, se
não houver elementos para fixar o objeto ou a quanti- Artigo 98.º
dade, o tribunal condena no que vier a ser liquidado,
Contencioso eleitoral
sem prejuízo de condenação imediata na parte que já
seja líquida. 1 — Os processos do contencioso eleitoral são de
3 — [Anterior n.º 2]. plena jurisdição e podem ser intentados por quem, na
4 — Nas sentenças que condenem à emissão de atos eleição em causa, seja eleitor ou elegível ou, quanto à
administrativos ou normas ou imponham o cumprimento omissão nos cadernos ou listas eleitorais, também pelas
de outros tipos de deveres à Administração, o tribunal pessoas cuja inscrição haja sido omitida.
tem o poder de fixar oficiosamente um prazo para o 2 — [...].
respetivo cumprimento, que, em casos justificados, pode 3 — Nos processos abrangidos pelo contencioso
ser prorrogado, bem como, quando tal se justifique, o eleitoral, a ausência de reação contra os atos relativos
poder de impor sanção pecuniária compulsória, desti- à exclusão, inclusão ou omissão de eleitores ou elegí-
nada a prevenir o incumprimento, segundo o disposto veis nos cadernos eleitorais, e demais atos com eficácia
no artigo 169.º externa anteriores ao ato eleitoral, assim como de cada
5 — Quando no processo tenha sido deduzido pedido ato eleitoral adotado no âmbito de procedimentos enca-
de condenação da Administração à adoção de atos jurí- deados impede o interessado de reagir contra as decisões
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subsequentes com fundamento em ilegalidades de que concessão de serviços públicos, de aquisição ou locação
enfermem os atos anteriormente praticados. de bens móveis e de aquisição de serviços.
4 — Os prazos a observar durante a tramitação do 2 — Para os efeitos do disposto na presente secção,
processo são os seguintes: são considerados atos administrativos os atos praticados
a) Cinco dias para a contestação; por quaisquer entidades adjudicantes ao abrigo de regras
b) Cinco dias para a decisão do juiz ou do relator, ou de contratação pública.
para este submeter o processo a julgamento; 3 — [Revogado].
c) Três dias para os restantes casos.
Artigo 101.º
5 — Nos processos da competência de tribunal supe- [...]
rior, quando o processo não seja decidido pelo relator,
é julgado, independentemente de vistos, na primeira Os processos do contencioso pré-contratual devem
sessão que tenha lugar após o despacho referido na ser intentados no prazo de um mês, por qualquer pessoa
alínea b) do número anterior. ou entidade com legitimidade nos termos gerais, sendo
aplicável à contagem do prazo o disposto no n.º 3 do
Artigo 99.º artigo 58.º e nos artigos 59.º e 60.º
Contencioso dos procedimentos de massa Artigo 102.º
1 — Para os efeitos do disposto na presente secção, [...]
e sem prejuízo de outros casos previstos em lei espe-
cial, o contencioso dos atos administrativos praticados 1 — Os processos do contencioso pré-contratual
no âmbito de procedimentos de massa compreende as obedecem à tramitação estabelecida no capítulo III do
ações respeitantes à prática ou omissão de atos admi- título II, salvo o preceituado nos números seguintes.
nistrativos no âmbito de procedimentos com mais de 2 — [...].
50 participantes, nos seguintes domínios: 3 — [...].
4 — [...].
a) Concursos de pessoal; 5 — Quando o considere aconselhável ao mais rápido
b) Procedimentos de realização de provas; esclarecimento da questão, o tribunal pode, oficiosa-
c) Procedimentos de recrutamento. mente ou a requerimento de qualquer das partes, optar
pela realização de uma audiência pública para discussão
2 — Salvo disposição legal em contrário, o prazo de da matéria de facto e de direito.
propositura das ações a que se refere o presente artigo é 6 — No âmbito do contencioso pré-contratual, há
de um mês e as ações devem ser propostas no tribunal lugar à aplicação do disposto nos artigos 45.º e 45-A.º,
da sede da entidade demandada. quando se preencham os respetivos pressupostos.
3 — O modelo a que devem obedecer os articulados 7 — O disposto no número anterior é também aplicá-
é estabelecido por portaria do membro do Governo vel nas situações em que, tendo sido cumulado pedido
responsável pela área da justiça. respeitante à invalidade de contrato por violação das
4 — Quando, por referência ao mesmo procedimento, regras relativas ao respetivo procedimento de forma-
sejam propostas diferentes ações em relação às quais se ção, o tribunal proceda, segundo o disposto na lei subs-
preencham os pressupostos de admissibilidade previstos tantiva, ao afastamento dessa invalidade em resultado
para a coligação e a cumulação de pedidos, os respetivos da ponderação dos interesses públicos e privados em
processos são objeto de apensação obrigatória àquele presença.
que tiver sido intentado em primeiro lugar, segundo o
disposto no artigo 28.º Artigo 103.º
5 — Os prazos a observar durante a tramitação do
processo são os seguintes: Impugnação dos documentos conformadores do procedimento
Público pode requerer o seguimento de eventual pro- 2 — Constituem fundamento de rejeição liminar do
cesso cautelar, que, com relação a esse processo, se requerimento:
encontre pendente, nele assumindo também a posição
a) [...]
de requerente.
b) [...]
c) [...]
Artigo 114.º
d) A manifesta falta de fundamento da pretensão
Requerimento cautelar formulada;
1 — [...]. e) A manifesta desnecessidade da tutela cautelar;
2 — [...]. f) A manifesta ausência dos pressupostos processuais
3 — [...]: da ação principal.
a) [...] 3 — [...].
b) [...] 4 — A rejeição com os fundamentos indicados nas
c) [...] alíneas b), d) e e) do n.º 2 não obsta à possibilidade de
d) Indicar a identidade e residência dos contrainte- apresentação de novo requerimento com fundamentos
ressados a quem a adoção da providência cautelar possa diferentes ou supervenientes em relação aos invocados
diretamente prejudicar; no requerimento anterior.
e) [...] 5 — O juiz, oficiosamente ou a pedido deduzido
f) [...] no requerimento cautelar, pode, no despacho liminar,
g) [...] decretar provisoriamente a providência requerida ou
h) [...] aquela que julgue mais adequada, segundo o disposto
i) [...] no artigo 131.º
j) Indicar o valor da causa.
Artigo 117.º
4 — No requerimento cautelar, o interessado pode
Citação
pedir que a citação seja urgente, nos termos e para os
efeitos previstos na lei processual civil, e que, no despa- 1 — [...].
cho liminar, o juiz proceda ao decretamento provisório 2 — A situação prevista no n.º 3 do artigo 115.º não
da providência, segundo o disposto no artigo 131.º obsta à citação da entidade requerida e dos contrainteres-
5 — Na falta da indicação de qualquer dos elementos sados cuja identidade e residência se encontre indicada
enunciados no n.º 3, o interessado é notificado para no requerimento cautelar, sendo os demais contrainteres-
suprir a falta no prazo de cinco dias. sados apenas citados se a resposta da entidade requerida
6 — [Anterior n.º 5]. o vier a permitir.
3 — Os contrainteressados incertos ou de residên-
Artigo 115.º cia desconhecida são citados por anúncio a emitir pela
secretaria e que o requerente deve fazer publicar em dois
[...]
jornais diários de circulação nacional ou local, depen-
1 — [...]. dendo do âmbito da matéria em causa, convidando-os
2 — [...]. a intervir até ao limite do prazo do n.º 6.
3 — Se a certidão não for passada, o interessado, no 4 — [...].
requerimento cautelar, junta prova de que a requereu, 5 — [...].
indica a identidade e residência dos contrainteressados 6 — [...].
que conheça e requer a intimação judicial da entidade
demandada para fornecer ao tribunal a identidade e Artigo 118.º
residência dos contrainteressados em falta.
[...]
4 — No caso previsto no número anterior, quando
não haja fundamento para rejeição liminar do reque- 1 — Juntas as oposições ou decorrido o respetivo
rimento cautelar, o juiz, no prazo de dois dias, intima prazo, o processo é concluso ao juiz, podendo haver
a autoridade requerida a remeter, também no prazo de lugar a produção de prova, quando este a considere
dois dias, a certidão pedida, fixando sanção pecuniária necessária.
compulsória, segundo o disposto no artigo 169.º 2 — [Anterior n.º 1].
5 — O incumprimento pela entidade demandada da 3 — O juiz pode ordenar as diligências de prova que
intimação referida no número anterior sem justificação considere necessárias, não sendo admissível a prova
adequada é constitutivo de responsabilidade, nos termos pericial.
previstos no artigo 159.º 4 — O requerente não pode oferecer mais de cinco
testemunhas para prova dos fundamentos da pretensão
Artigo 116.º cautelar, aplicando-se a mesma limitação aos requeridos
que deduzam a mesma oposição.
[...]
5 — Mediante despacho fundamentado, o juiz pode
1 — Uma vez distribuído, o processo é concluso ao recusar a utilização de meios de prova quando consi-
juiz com a maior urgência, para despacho liminar, a dere assentes ou irrelevantes os factos sobre os quais
proferir no prazo máximo de 48 horas, no qual, sendo o eles recaem ou quando entenda que os mesmos são
requerimento admitido, é ordenada a citação da entidade manifestamente dilatórios.
requerida e dos contrainteressados. 6 — [Anterior n.º 4].
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(33)
1 — [...]. 1 — [...].
2 — [...]. 2 — O recurso é interposto mediante requerimento
3 — [...]. dirigido ao tribunal que proferiu a decisão, que inclui ou
4 — Pode ainda recorrer das decisões dos tribunais junta a respetiva alegação e no qual são enunciados os
administrativos quem seja direta e efetivamente preju- vícios imputados à decisão e formuladas conclusões.
dicado por elas, ainda que não seja parte na causa ou 3 — [Anterior n.º 1 do artigo 145.º].
seja apenas parte acessória. 4 — Se o recurso tiver por objeto a reapreciação da
prova gravada, ao prazo de interposição e de resposta
Artigo 142.º acrescem 10 dias.
[...] Artigo 145.º
1 — O recurso das decisões que, em primeiro grau Despacho sobre o requerimento
de jurisdição, tenham conhecido do mérito da causa é
admitido nos processos de valor superior à alçada do 1 — Findos os prazos concedidos às partes, o juiz
tribunal de que se recorre, quando a decisão impugnada ou relator aprecia os requerimentos apresentados e
seja desfavorável ao recorrente em valor superior a pronuncia-se sobre as nulidades arguidas e os pedidos
metade da alçada desse tribunal, atendendo-se, em caso de reforma, ordenando a subida do recurso se a tal nada
de fundada dúvida acerca do valor da sucumbência, obstar.
somente ao valor da causa. 2 — O requerimento é indeferido quando:
2 — [...]. a) Se entenda que a decisão não admite recurso, que
3 — Para além dos casos previstos na lei processual este foi interposto fora do prazo ou que o requerente não
civil, é sempre admissível recurso, independentemente tem as condições necessárias para recorrer;
do valor da causa e da sucumbência, das decisões: b) Não contenha ou junte a alegação do recorrente
ou quando esta não tenha conclusões, sem prejuízo do
a) [...] disposto no n.º 4 do artigo 146.º
b) [...]
c) [...] 3 — Do despacho do juiz ou relator que não admita
d) [...]. o recurso pode o recorrente reclamar, segundo o dis-
posto na lei processual civil, para o tribunal que seria
4 — [Revogado]. competente para dele conhecer.
5 — As decisões proferidas em despacho interlo- 4 — Do despacho do relator que não receba o recurso
cutório podem ser impugnadas no recurso que venha interposto de decisão da Secção de contencioso admi-
a ser interposto da decisão final, exceto nos casos em nistrativo do Supremo Tribunal Administrativo para o
que é admitida apelação autónoma nos termos da lei Pleno do mesmo Tribunal, ou o retenha, cabe reclamação
processual civil. para a conferência e da decisão desta não há recurso.
Artigo 143.º Artigo 149.º
[...] [...]
1 — Salvo disposto em lei especial, os recursos ordi- 1 — [...].
nários têm efeito suspensivo da decisão recorrida. 2 — [Anterior n.º 3].
2 — Para além de outros a que a lei reconheça tal 3 — [Anterior n.º 4].
efeito, são meramente devolutivos os recursos inter- 4 — Nas situações previstas nos números anteriores,
postos de: há lugar, no tribunal superior, à produção da prova que,
ouvidas as partes pelo prazo de cinco dias, for julgada
a) Intimações para proteção de direitos, liberdades necessária, sendo aplicável às diligências ordenadas,
e garantias; com as necessárias adaptações, o disposto quanto à
b) Decisões respeitantes a processos cautelares e instrução, discussão, alegações e julgamento em pri-
respetivos incidentes; meira instância.
c) Decisões proferidas por antecipação do juízo sobre 5 — Na situação prevista no número anterior, o rela-
a causa principal no âmbito de processos cautelares, nos tor, antes de ser proferida decisão, ouve as partes pelo
termos do artigo 121.º prazo de 10 dias.
3 — Quando a suspensão dos efeitos da sentença seja Artigo 150.º
passível de originar situações de facto consumado ou a
produção de prejuízos de difícil reparação para a parte [...]
vencedora ou para os interesses, públicos ou privados, 1 — [...].
por ela prosseguidos, o recorrente, no requerimento de 2 — [...].
interposição de recurso, pode requerer que ao recurso 3 — [...].
seja atribuído efeito meramente devolutivo. 4 — [...].
4 — [...]. 5 — Na revista de decisão de atribuição ou recusa
5 — [...]. de providência cautelar, o Supremo Tribunal Admi-
8588-(36) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
nistrativo, quando não confirme o acórdão recorrido, qualquer outro título executivo passível de ser acio-
substitui-o mediante decisão que decide a questão con- nado contra uma pessoa coletiva de direito público, um
trovertida, aplicando os critérios de atribuição das pro- ministério ou uma secretaria regional, mas, quando diga
vidências cautelares por referência à matéria de facto respeito a títulos executivos emitidos fora do âmbito
fixada nas instâncias. das relações jurídicas administrativas, a execução corre
6 — [Anterior n.º 5]. termos nos tribunais judiciais.
5 — As execuções contra particulares das sentenças
Artigo 151.º proferidas pelos tribunais administrativos, assim como
dos demais títulos executivos produzidos no âmbito
[...]
de relações jurídico-administrativas que careçam de
1 — Os recursos interpostos de decisões de mérito execução jurisdicional, correm termos nos tribunais
proferidas por tribunais administrativos de círculo são administrativos, mas, na ausência de legislação especial,
da competência do Supremo Tribunal Administra- regem-se pelo disposto na lei processual civil.
tivo quando as partes, nas alegações, suscitem apenas
questões de direito e o valor da causa seja superior a Artigo 159.º
500.000 € ou seja indeterminada, designadamente nos [...]
processos de declaração de ilegalidade de norma ou de
declaração de ilegalidade por omissão de norma. 1 — [...].
2 — O disposto no número anterior não se aplica a 2 — A inexecução também constitui crime de deso-
processos respeitantes a atos administrativos em maté- bediência qualificada, sem prejuízo de outro procedi-
ria de emprego público ou relacionados com formas mento especialmente fixado na lei, quando, tendo a
públicas ou privadas de proteção social. Administração sido notificada para o efeito, o órgão
3 — Os recursos previstos no n.º 1 são julgados como administrativo competente:
revista, sendo-lhes aplicável o disposto nos n.os 2 a 4 do
a) [...]
artigo anterior.
b) [...].
4 — [Anterior n.º 3].
5 — [Anterior n.º 4].
Artigo 161.º
Artigo 152.º [...]
[...] 1 — Os efeitos de uma sentença transitada em jul-
gado que tenha anulado ou declarado nulo um ato ad-
1 — [...].
ministrativo desfavorável, ou reconhecido a titularidade
2 — A petição de recurso é acompanhada de alegação
de uma situação jurídica favorável a uma ou várias
na qual se identifiquem, de forma precisa e circuns-
pessoas, podem ser estendidos a outras pessoas que,
tanciada, os aspetos de identidade que determinam a
quer tenham recorrido ou não à via contenciosa, tenham
contradição alegada e a infração imputada ao acórdão
sido objeto de ato administrativo com idêntico conteúdo
recorrido.
ou se encontrem colocadas na mesma situação jurídica,
3 — [...].
desde que, quanto a estas, não exista sentença transitada
4 — [...].
em julgado.
5 — A decisão de provimento emitida pelo tribunal
2 — O disposto no número anterior vale apenas para
superior não afeta qualquer decisão anterior àquela que
situações em que existam vários casos perfeitamente
tenha sido impugnada, nem as situações jurídicas ao seu idênticos, nomeadamente no domínio do emprego
abrigo constituídas. público e em matéria de concursos, e só quando se preen-
6 — A decisão que verifique a existência da contra- cham cumulativamente os seguintes pressupostos:
dição alegada anula o acórdão recorrido e substitui-o,
decidindo a questão controvertida. a) Terem sido proferidas por tribunais superiores, no
7 — O recurso de uniformização de jurisprudência mesmo sentido, cinco sentenças transitadas em julgado
deve ser interposto pelo Ministério Público, mesmo ou, existindo situações de processos em massa, nesse
quando não seja parte na causa, caso em que não tem sentido terem sido decididos em três casos, por sen-
qualquer influência na decisão desta, destinando-se, tença transitada em julgado, os processos selecionados
unicamente à emissão de acórdão de uniformização segundo o disposto no artigo 48.º;
sobre o conflito de jurisprudência. b) Não ter sido proferido número superior de sen-
tenças, também transitadas em julgado, em sentido
Artigo 157.º contrário ao das sentenças referidas na alínea anterior,
nem serem as referidas sentenças contrárias a doutrina
[...]
assente pelo Supremo Tribunal Administrativo em
1 — [...]. recurso para uniformização de jurisprudência.
2 — As vias de execução previstas no presente Título
também podem ser utilizadas para obter a execução de 3 — Para o efeito do disposto no n.º 1, o interessado
atos administrativos inimpugnáveis a que a Adminis- deve apresentar, no prazo de um ano, contado desde a
tração não dê a devida execução, por quem possa fazer data em que a sentença foi proferida, um requerimento
valer uma pretensão dirigida à execução desses atos. dirigido à entidade pública que, nesse processo, tenha
3 — [Anterior n.º 4]. sido demandada.
4 — As vias de execução previstas no presente Título 4 — [...].
podem ser ainda utilizadas para obter a execução de 5 — [...].
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(37)
b) O direito de requerer a fixação à entidade obri- anulação, mas a sua situação jurídica não pode ser posta
gada de um prazo limite para proceder ao pagamento, em causa se esses danos forem de difícil ou impossível
com imposição de uma sanção pecuniária compulsória reparação e for manifesta a desproporção existente entre
aos titulares do órgão competente para determinar tal o seu interesse na manutenção da situação e o interesse
pagamento. na execução da sentença anulatória.
4 — Quando à reintegração ou recolocação de um
7 — Quando o crédito exequendo onere uma entidade trabalhador que tenha obtido a anulação de um ato
pertencente à Administração indireta do Estado ou à administrativo se oponha a existência de terceiros com
Administração autónoma, o crédito só pode ser satis- interesse legítimo na manutenção de situações incompa-
feito por conta da dotação orçamental a que se refere o tíveis, constituídas em seu favor por ato administrativo
n.º 3 desde que, através da prévia aplicação do regime praticado há mais de um ano, o trabalhador que obteve a
da execução para pagamento de quantia certa regulado anulação tem direito a ser provido em lugar ou posto de
na lei processual civil, não tenha sido possível obter o trabalho vago e na categoria igual ou equivalente àquele
pagamento da entidade devedora. em que deveria ter sido colocado, ou, não sendo isso
8 — Na situação prevista no número anterior, caso imediatamente possível, em lugar ou posto de trabalho
se mostrem esgotadas as providências de execução para a criar no quadro ou mapa de pessoal da entidade onde
pagamento de quantia certa previstas na lei processual vier a exercer funções.
civil sem que tenha sido possível obter a execução do
crédito, a secretaria do tribunal, independentemente de Artigo 175.º
despacho judicial e de tal ter sido solicitado, a título sub-
sidiário, na petição de execução, notifica imediatamente [...]
o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e 1 — Salvo ocorrência de causa legítima de inexecu-
Fiscais para que este emita a ordem de pagamento a ção, o dever de executar deve ser integralmente cum-
que se refere o n.º 4. prido, no máximo, no prazo procedimental de 90 dias.
9 — A satisfação do crédito pelo Orçamento do 2 — [...].
Estado, na hipótese prevista no número anterior, cons- 3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 177.º,
titui o Estado em direito de regresso, incluindo juros de quando a execução da sentença consista no pagamento
mora, sobre a entidade responsável, a exercer mediante de uma quantia pecuniária, não é invocável a existência
uma das seguintes formas: de causa legítima de inexecução e o pagamento deve
a) Desconto nas transferências a efetuar para a en- ser realizado, no máximo, no prazo procedimental de
tidade em causa no Orçamento do Estado do ano se- 30 dias.
guinte;
b) Tratando-se de entidade pertencente à Administra- Artigo 176.º
ção indireta do Estado, inscrição oficiosa no respetivo [...]
orçamento privativo pelo órgão tutelar ao qual caiba a
aprovação do orçamento; ou 1 — Quando a Administração não dê execução es-
c) Ação de regresso a intentar no tribunal compe- pontânea à sentença no prazo estabelecido no n.º 1 do
tente. artigo anterior, o interessado e o Ministério Público,
quando tenha sido autor no processo ou estejam em
Artigo 173.º causa os valores referidos no n.º 2 do artigo 9.º, podem
[...] exigir o cumprimento do dever de execução perante o
tribunal que tenha proferido a sentença em primeiro
1 — Sem prejuízo do eventual poder de praticar novo grau de jurisdição.
ato administrativo, no respeito pelos limites ditados 2 — A petição, que é autuada por apenso aos autos
pela autoridade do caso julgado, a anulação de um ato em que foi proferida a sentença de anulação, deve ser
administrativo constitui a Administração no dever de apresentada no prazo de um ano, contado desde o termo
reconstituir a situação que existiria se o ato anulado não do prazo do n.º 1 do artigo anterior ou da notificação
tivesse sido praticado, bem como de dar cumprimento da invocação de causa legítima de inexecução a que se
aos deveres que não tenha cumprido com fundamento refere o mesmo preceito.
naquele ato, por referência à situação jurídica e de facto 3 — [...].
existente no momento em que deveria ter atuado. 4 — [...].
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, 5 — [...].
a Administração pode ficar constituída no dever de 6 — [...].
praticar atos dotados de eficácia retroativa, desde que 7 — [...].
não envolvam a imposição de deveres, encargos, ónus
ou sujeições a aplicação de sanções ou a restrição de Artigo 180.º
direitos ou interesses legalmente protegidos, assim
como no dever de anular, reformar ou substituir os atos [...]
consequentes, sem dependência de prazo, e alterar as 1 — [...]:
situações de facto entretanto constituídas, cuja manu-
tenção seja incompatível com a execução da sentença a) Questões respeitantes a contratos, incluindo a anu-
de anulação. lação ou declaração de nulidade de atos administrativos
3 — Os beneficiários de boa-fé de atos consequentes relativos à respetiva execução;
praticados há mais de um ano têm direito a ser indem- b) Questões respeitantes a responsabilidade civil
nizados pelos danos que sofram em consequência da extracontratual, incluindo a efetivação do direito de
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(39)
capacidade de exercício de direitos, sendo aplicável e) Por quem, tendo participado no procedimento que
ao processo administrativo o regime de suprimento da precedeu a celebração do contrato, alegue que o clausu-
incapacidade previsto na lei processual civil. lado não corresponde aos termos da adjudicação;
3 — Para além dos demais casos de extensão da f) Por quem alegue que o clausulado do contrato não
personalidade judiciária estabelecidos na lei proces- corresponde aos termos inicialmente estabelecidos e
sual civil, os ministérios e os órgãos da Administração que justificadamente o tinham levado a não participar
Pública têm personalidade judiciária correspondente à no procedimento pré-contratual, embora preenchesse
legitimidade ativa e passiva que lhes é conferida neste os requisitos necessários para o efeito;
Código. g) Pelas pessoas singulares ou coletivas titulares ou
4 — Nas ações indevidamente propostas contra defensoras de direitos subjetivos ou interesses legal-
ministérios, a respetiva falta de personalidade judiciá- mente protegidos aos quais a execução do contrato cause
ria pode ser sanada pela intervenção do Estado e a rati- ou possa causar prejuízos;
ficação ou repetição do processado. h) Pelas pessoas e entidades nos termos do n.º 2 do
5 — A propositura indevida de ação contra um órgão artigo 9.º
administrativo não tem consequências processuais, nos
termos do n.º 4 do artigo 10.º 2 — A anulabilidade de quaisquer contratos por falta
e vícios da vontade só pode ser arguida pelas pessoas
Artigo 45.º-A em cujo interesse a lei a estabelece.
3 — Os pedidos relativos à execução de contratos
Extensão de regime podem ser deduzidos:
1 — O disposto no artigo anterior é aplicável quando, a) Pelas partes na relação contratual;
tendo sido deduzido pedido respeitante à invalidade de b) Pelas pessoas singulares e coletivas portadoras ou
contrato por violação das regras relativas ao respetivo defensoras de direitos subjetivos ou interesses legal-
procedimento de formação, o tribunal: mente protegidos em função dos quais as cláusulas
a) Verifique que já não é possível reinstruir o proce- contratuais tenham sido estabelecidas;
dimento pré-contratual, por entretanto ter sido celebrado c) Pelo Ministério Público;
d) Pelas pessoas e entidades nos termos do n.º 2 do
e executado o contrato;
artigo 9.º;
b) Proceda, segundo o disposto na lei substantiva,
e) Por quem tenha sido preterido no procedimento
ao afastamento da invalidade do contrato, em resultado
que precedeu a celebração do contrato.
da ponderação dos interesses públicos e privados em
presença.
Artigo 77.º-B
2 — O disposto no artigo anterior também é apli- Prazos
cável quando, na pendência de ação de condenação
à prática de ato devido, se verifique que a entidade 1 — A invalidade dos contratos com objeto passível
demandada devia ter satisfeito a pretensão do autor em de ato administrativo pode ser arguida dentro dos prazos
previstos para o ato com o mesmo objeto e idêntica
conformidade com o quadro normativo aplicável, mas a
regulamentação da situação concreta.
alteração superveniente desse quadro normativo impeça
2 — A anulabilidade, total ou parcial, dos demais
a procedência da ação.
contratos pode ser arguida no prazo de seis meses, con-
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, tado desde a data da celebração do contrato, em relação
a alteração superveniente só impede a procedência da às partes, ou do respetivo conhecimento, quanto a ter-
ação de condenação à prática de ato devido quando se ceiros e ao Ministério Público.
verifique que, mesmo que a pretensão do autor tivesse 3 — A anulação de quaisquer contratos por falta e
sido satisfeita no momento próprio, a referida alteração vícios da vontade pode ser sempre pedida no prazo
teria o alcance de lhe retirar a titularidade da correspon- de seis meses, contado desde a data da cessação do
dente situação jurídica de vantagem, constituindo-o no vício.
direito de ser indemnizado por esse facto.
Artigo 78.º-A
Artigo 77.º-A Contrainteressados
Legitimidade 1 — Quando o autor não conheça, no todo ou em
1 — Os pedidos relativos à validade, total ou parcial, parte, a identidade e residência dos contrainteressados,
de contratos podem ser deduzidos: pode requerer à Administração, previamente à propo-
situra da ação, a passagem de certidão da qual constem
a) Pelas partes na relação contratual; aqueles elementos de identificação.
b) Pelo Ministério Público; 2 — Se a certidão não for passada no prazo legal,
c) Por quem tenha sido prejudicado pelo facto de o autor, na petição inicial, deve juntar prova de que a
não ter sido adotado o procedimento pré-contratual requereu, indicar a identidade e residência dos contrain-
legalmente exigido; teressados que conheça e requerer a intimação judicial
d) Por quem tenha impugnado um ato administra- da entidade demandada para, no prazo de cinco dias,
tivo relativo ao respetivo procedimento e alegue que a fornecer ao tribunal a identidade e residência dos con-
invalidade decorre das ilegalidades cometidas no âmbito trainteressados em falta, para o efeito de poderem ser
desse procedimento; citados.
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(41)
Reconvenção
a) Realizar tentativa de conciliação, nos termos do
artigo 87.º-C;
1 — Quando na contestação seja deduzida reconven- b) Facultar às partes a discussão de facto e de direito,
ção, esta deve ser expressamente identificada e deduzida quando o juiz tencione conhecer imediatamente, no todo
em separado do restante articulado, e conter: ou em parte, do mérito da causa;
c) Discutir as posições das partes, com vista à deli-
a) Exposição dos factos essenciais que constituem mitação dos termos do litígio, e suprir as insuficiências
a causa de pedir e das razões de direito que servem de ou imprecisões na exposição da matéria de facto que
fundamento à reconvenção; ainda subsistam ou se tornem patentes na sequência
b) Formulação do pedido; do debate;
c) Declaração do valor da reconvenção. d) Proferir despacho saneador, nos termos do n.º 1
do artigo 88.º;
2 — Se na contestação não for declarado o valor da e) Determinar, após debate, a adequação formal, a
reconvenção, a contestação não deixa de ser recebida, simplificação ou a agilização do processo;
mas o reconvinte é convidado a indicar o valor, sob pena f) Proferir, após debate, despacho destinado a iden-
de a reconvenção não ser atendida. tificar o objeto do litígio e enunciar os temas da prova,
3 — Quando o prosseguimento da reconvenção esteja e decidir as reclamações deduzidas pelas partes;
dependente de qualquer ato a praticar pelo reconvinte, o g) Programar, após audição dos mandatários, os atos a
reconvindo é absolvido da instância se, no prazo fixado, realizar na audiência final, estabelecer o número de ses-
sões e a sua duração, e designar as respetivas datas.
tal ato não se mostrar realizado.
2 — Para efeitos do disposto na alínea e) do número
Artigo 85.º-A anterior, o juiz pode determinar a adoção da tramitação
Réplica e tréplica processual adequada às especificidades da causa e adap-
tar o conteúdo e a forma dos atos processuais ao fim que
1 — É admissível réplica para o autor responder, por visam atingir, assegurando um processo equitativo.
forma articulada, às exceções deduzidas na contestação 3 — O despacho que marque a audiência prévia
ou às exceções perentórias invocadas pelo Ministério indica o seu objeto e finalidade, mas não constitui caso
Público no exercício dos poderes que lhe confere o julgado sobre a possibilidade de apreciação imediata do
artigo anterior, assim como para deduzir toda a defesa mérito da causa.
quanto à matéria da reconvenção, não podendo a esta 4 — Não constitui motivo de adiamento a falta das
opor nova reconvenção. partes ou dos seus mandatários.
2 — Nas ações de simples apreciação negativa, a 5 — A audiência prévia é, sempre que possível, gra-
réplica serve para o autor impugnar os factos constitu- vada, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o
tivos que o demandado tenha alegado e para alegar os disposto sobre a matéria na lei processual civil.
factos impeditivos ou extintivos do direito invocado 6 — Os requerimentos probatórios podem ser alte-
pelo demandado. rados na audiência prévia.
3 — A réplica em resposta a exceções é apresentada
no prazo de 20 dias e em resposta a reconvenção no Artigo 87.º-B
prazo de 30 dias, a contar da data em que seja ou se Não realização da audiência prévia
considere notificada a apresentação da contestação. 1 — A audiência prévia não se realiza quando seja
4 — Quando tenha havido reconvenção, o autor, na claro que o processo deve findar no despacho saneador
réplica, deve: pela procedência de exceção dilatória.
a) Expor as razões de facto e de direito por que se 2 — Nas ações que hajam de prosseguir, o juiz pode
opõe à reconvenção; dispensar a realização da audiência prévia quando esta
b) Expor os factos essenciais em que se baseiam as se destine apenas aos fins previstos nas alíneas d), e)
e f) do n.º 1 do artigo anterior, proferindo, nesse caso,
exceções deduzidas, especificando-as separadamente. despacho para os fins indicados, nos 20 dias subsequen-
tes ao termo dos articulados.
5 — No caso previsto no número anterior, o autor, no 3 — Notificadas as partes, se alguma delas pretender
final da réplica, deve apresentar o rol de testemunhas, reclamar dos despachos proferidos para os fins previstos
juntar documentos e requerer outros meios de prova. nas alíneas e), f) e g) do n.º 1 do artigo anterior, pode
6 — Só é admissível tréplica para o demandado res- requerer, em 10 dias, a realização de audiência pré-
ponder, por forma articulada, às exceções deduzidas na via, que, neste caso, deve realizar-se num dos 20 dias
réplica quanto à matéria da reconvenção, no prazo de seguintes e destinar-se a apreciar as questões suscitadas
20 dias a contar da notificação da réplica. e, acessoriamente, a fazer uso do disposto na alínea c)
8588-(42) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
do n.º 1 do artigo anterior, podendo haver alteração dos automaticamente os efeitos do ato impugnado ou a exe-
requerimentos probatórios. cução do contrato, se este já tiver sido celebrado.
2 — No caso previsto no número anterior, a entidade
Artigo 87.º-C demandada e os contrainteressados podem requerer ao
Tentativa de conciliação e mediação
juiz o levantamento do efeito suspensivo, alegando que o
diferimento da execução do ato seria gravemente preju-
1 — Quando a causa couber no âmbito dos poderes dicial para o interesse público ou gerador de consequên-
de disposição das partes, pode ter lugar, em qualquer cias lesivas claramente desproporcionadas para outros
estado do processo, tentativa de conciliação ou media- interesses envolvidos, havendo lugar, na decisão, à apli-
ção, desde que as partes conjuntamente o requeiram ou cação do critério previsto no n.º 2 do artigo 120.º
o juiz a considere oportuna, mas as partes não podem 3 — No caso previsto no número anterior, o deman-
ser convocadas exclusivamente para esse fim mais do dante dispõe do prazo de sete dias para responder, findo
que uma vez. o que o juiz decide no prazo máximo de 10 dias, contado
2 — Para o efeito do disposto no número anterior, da data da última pronúncia apresentada ou do termo
as partes são notificadas para comparecer pessoalmente do prazo para a sua apresentação.
ou se fazerem representar por mandatário judicial com 4 — O efeito suspensivo é levantado quando, pon-
poderes especiais. derados os interesses suscetíveis de serem lesados, os
3 — A tentativa de conciliação é presidida pelo juiz, danos que resultariam da manutenção do efeito suspen-
devendo este empenhar-se ativamente na obtenção da sivo se mostrem superiores aos que podem resultar do
solução mais adequada aos termos do litígio. seu levantamento.
4 — Frustrando-se, total ou parcialmente, a conci-
liação, ficam consignadas em ata as concretas soluções Artigo 103.º-B
sugeridas pelo juiz, bem como os fundamentos que,
no entendimento das partes, justificam a persistência Adoção de medidas provisórias
do litígio. 1 — Nos processos que não tenham por objeto a
5 — A mediação processa-se nos termos definidos impugnação de atos de adjudicação, pode ser requerida
em diploma próprio. ao juiz a adoção de medidas provisórias, dirigidas a
prevenir o risco de, no momento em que a sentença
Artigo 89.º-A venha a ser produzida, se ter constituído uma situação
Despacho de prova e aditamento ou alteração de facto consumado ou já não ser possível retomar o
do rol de testemunhas procedimento pré-contratual para determinar quem nele
1 — Proferido despacho saneador, quando a ação seria escolhido como adjudicatário.
deva prosseguir, o juiz profere despacho destinado a 2 — No caso previsto no número anterior, o pedido
identificar o objeto do litígio e a enunciar os temas da da adoção de medidas provisórias é tramitado como
prova. um incidente, que corre termos nos autos do próprio
2 — As partes podem reclamar do despacho previsto processo declarativo, devendo a respetiva tramitação ser
no número anterior. determinada, no respeito pelo contraditório, em função
3 — O despacho proferido sobre as reclamações da complexidade e urgência do caso.
apenas pode ser impugnado no recurso interposto da 3 — Nas situações previstas nos números anterio-
decisão final. res, a medida provisória é recusada quando os danos
4 — Quando ocorram na audiência prévia e esta seja que resultariam da sua adoção se mostrem superiores
gravada, os despachos e as reclamações previstas nos aos que podem resultar da sua não adoção, sem que
números anteriores podem ter lugar oralmente, devendo tal lesão possa ser evitada ou atenuada pela adoção de
constar da respetiva ata. outras medidas.
5 — O rol de testemunhas pode ser aditado ou alte-
rado até 20 dias antes da data em que se realize a audiên- Artigo 110.º-A
cia final, sendo a parte contrária notificada para usar, Substituição da petição e decretamento
querendo, de igual faculdade, no prazo de cinco dias. provisório de providência cautelar
6 — Incumbe às partes a apresentação das testemu-
nhas indicadas em consequência do aditamento ou da 1 — Quando verifique que as circunstâncias do caso
alteração ao rol previsto no número anterior. não são de molde a justificar o decretamento de uma
intimação, por se bastarem com a adoção de uma provi-
Artigo 91.º-A dência cautelar, o juiz, no despacho liminar, fixa prazo
para o autor substituir a petição, para o efeito de requerer
Alegações escritas a adoção de providência cautelar, seguindo-se, se a peti-
Quando sejam realizadas diligências de prova, sem ção for substituída, os termos do processo cautelar.
que haja lugar à realização de audiência final, as partes, 2 — Quando, na hipótese prevista no número ante-
finda a instrução, são notificadas para apresentarem rior, seja de reconhecer que existe uma situação de espe-
alegações escritas pelo prazo simultâneo de 20 dias. cial urgência que o justifique, o juiz deve, no mesmo
despacho liminar, e sem quaisquer outras formalidades
Artigo 103.º-A ou diligências, decretar provisoriamente a providência
cautelar que julgue adequada, sendo, nesse caso, apli-
Efeito suspensivo automático
cável o disposto no artigo 131.º
1 — A impugnação de atos de adjudicação no âmbito 3 — Na hipótese prevista no número anterior, o
do contencioso pré-contratual urgente faz suspender decretamento provisório caduca se, no prazo de cinco
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(43)
dias, o autor não tiver requerido a adoção de providência d) Fiscalização da legalidade das normas e demais
cautelar, segundo o disposto no n.º 1. atos jurídicos praticados por quaisquer entidades, inde-
pendentemente da sua natureza, no exercício de poderes
Artigo 185.º-A públicos;
e) Validade de atos pré-contratuais e interpretação,
Impugnação das decisões arbitrais
validade e execução de contratos administrativos ou
As decisões proferidas pelo tribunal arbitral podem de quaisquer outros contratos celebrados nos termos
ser impugnadas nos termos e com os fundamentos es- da legislação sobre contratação pública, por pessoas
tabelecidos na Lei de Arbitragem Voluntária. coletivas de direito público ou outras entidades adju-
dicantes;
Artigo 185.º-B f) Responsabilidade civil extracontratual das pes-
soas coletivas de direito público, incluindo por danos
Publicidade das decisões arbitrais resultantes do exercício das funções política, legislativa
As decisões proferidas por tribunais arbitrais tran- e jurisdicional, sem prejuízo do disposto na alínea a)
sitadas em julgado são obrigatoriamente publicadas do n.º 4;
por via informática, em base de dados organizada pelo g) Responsabilidade civil extracontratual dos titulares
Ministério da Justiça.» de órgãos, funcionários, agentes, trabalhadores e demais
servidores públicos, incluindo ações de regresso;
Artigo 4.º h) Responsabilidade civil extracontratual dos demais
sujeitos aos quais seja aplicável o regime específico da
Alteração ao Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais responsabilidade do Estado e demais pessoas coletivas
Os artigos 1.º, 2.º, 4.º, 9.º, 13.º, 14.º, 17.º, 24.º, 29.º, de direito público;
i) Condenação à remoção de situações constituídas
40.º, 41.º, 43.º, 44.º, 46.º, 48.º, 49.º, 51.º, 52.º e 74.º do
em via de facto, sem título que as legitime;
Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais, aprovado j) Relações jurídicas entre pessoas coletivas de direito
pela Lei n.º 13/2002, de 19 de fevereiro, passam a ter a público ou entre órgãos públicos, reguladas por dispo-
seguinte redação: sições de direito administrativo ou fiscal;
k) Prevenção, cessação e reparação de violações a
«Artigo 1.º valores e bens constitucionalmente protegidos, em maté-
[...] ria de saúde pública, habitação, educação, ambiente,
ordenamento do território, urbanismo, qualidade de
1 — Os tribunais da jurisdição administrativa e fis- vida, património cultural e bens do Estado, quando
cal são os órgãos de soberania com competência para cometidas por entidades públicas;
administrar a justiça em nome do povo, nos litígios l) Impugnações judiciais de decisões da Administra-
compreendidos pelo âmbito de jurisdição previsto no ção Pública que apliquem coimas no âmbito do ilícito
artigo 4.º deste Estatuto. de mera ordenação social por violação de normas de
2 — Nos feitos submetidos a julgamento, os tribunais direito administrativo em matéria de urbanismo;
da jurisdição administrativa e fiscal não podem aplicar m) [...]
normas que infrinjam o disposto na Constituição ou os n) Execução da satisfação de obrigações ou respeito
princípios nela consignados. por limitações decorrentes de atos administrativos que
não possam ser impostos coercivamente pela Admi-
Artigo 2.º nistração;
[...]
o) Relações jurídicas administrativas e fiscais que
não digam respeito às matérias previstas nas alíneas an-
Os tribunais da jurisdição administrativa e fiscal teriores.
são independentes e apenas estão sujeitos à lei e ao
Direito. 2 — Pertence à jurisdição administrativa e fiscal a
competência para dirimir os litígios nos quais devam
Artigo 4.º ser conjuntamente demandadas entidades públicas e
[...] particulares entre si ligados por vínculos jurídicos de
solidariedade, designadamente por terem concorrido
1 — Compete aos tribunais da jurisdição adminis- em conjunto para a produção dos mesmos danos ou
trativa e fiscal a apreciação de litígios que tenham por por terem celebrado entre si contrato de seguro de res-
objeto questões relativas a: ponsabilidade.
a) Tutela de direitos fundamentais e outros direitos e 3 — [Anterior n.º 2].
interesses legalmente protegidos, no âmbito de relações 4 — Estão igualmente excluídas do âmbito da juris-
jurídicas administrativas e fiscais; dição administrativa e fiscal:
b) Fiscalização da legalidade das normas e demais a) A apreciação das ações de responsabilidade por
atos jurídicos emanados por órgãos da Administração erro judiciário cometido por tribunais pertencentes a
Pública, ao abrigo de disposições de direito adminis- outras ordens de jurisdição, assim como das correspon-
trativo ou fiscal; dentes ações de regresso;
c) Fiscalização da legalidade de atos administrati- b) A apreciação de litígios decorrentes de contratos
vos praticados por quaisquer órgãos do Estado ou das de trabalho, ainda que uma das partes seja uma pessoa
Regiões Autónomas não integrados na Administração coletiva de direito público, com exceção dos litígios
Pública; emergentes do vínculo de emprego público;
8588-(44) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
b) Elaborar os planos anuais e plurianuais de ativi- 8 — Compete aos tribunais administrativos de círculo
dades e relatórios de atividades; onde se localiza o prédio no qual se devam realizar as
c) Elaborar os regulamentos internos do tribunal; obras de urbanização conhecer os pedidos previstos no
d) Propor as alterações orçamentais consideradas presente artigo.
adequadas; 9 — [...].
e) Participar na conceção e execução das medidas de
organização e modernização dos tribunais; Artigo 95.º
f) Planear as necessidades de recursos humanos.
[...]
6 — O presidente exerce ainda as competências que
lhe forem delegadas pelo Conselho Superior dos Tribu- 1 — [...].
nais Administrativos e Fiscais. 2 — [...].
7 — As competências referidas no n.º 5 são exercidas 3 — O mandado previsto no número anterior é reque-
por delegação do presidente, sem prejuízo do poder de rido pelo presidente da câmara municipal junto dos
avocação e de recurso. tribunais administrativos e segue os termos previstos
8 — Dos atos administrativos praticados ao abrigo no código do processo nos tribunais administrativos
dos n.os 3 e 4 cabe recurso necessário, no prazo de para os processos urgentes.
20 dias, para o Conselho Superior dos Tribunais Admi-
nistrativos e Fiscais.
9 — Para efeitos do acompanhamento da atividade Artigo 112.º
do tribunal, incluindo os elementos relativos à duração [...]
dos processos e à produtividade, são disponibilizados
dados informatizados do sistema judicial, no respeito 1 — No caso previsto na alínea a) do artigo anterior,
pela proteção dos dados pessoais.» o interessado pode deduzir junto dos tribunais adminis-
trativos um pedido de intimação dirigido à interpelação
Artigo 6.º da entidade competente para o cumprimento do dever
Alteração ao Código dos Contratos Públicos de decisão.
2 — O requerimento de intimação deve ser instruído
O artigo 285.º do Código dos Contratos Públicos, apro- com cópia do requerimento apresentado.
vado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, passa
3 — O prazo para a contestação da entidade requerida
a ter a seguinte redação:
é de 14 dias e, apresentada a contestação ou decorrido
«Artigo 285.º o respetivo prazo, o processo é concluso ao juiz para
decisão no prazo de 5 dias.
[...]
4 — A intimação pode ser rejeitada por falta de preen-
1 — Aos contratos com objeto passível de ato admi- chimento dos pressupostos para a constituição do dever
nistrativo é aplicável o regime de invalidade previsto de decisão, por violação de disposições legais ou regu-
para o ato com o mesmo objeto e idêntica regulamen- lamentares.
tação da situação concreta. 5 — O processo pode terminar por inutilidade super-
2 — A anulabilidade, total ou parcial, dos demais veniente da lide se for provada a prática do ato preten-
contratos pode ser arguida no prazo de seis meses, con- dido dentro do prazo da contestação.
tado desde a data da celebração do contrato ou, quanto
6 — Na decisão, o juiz estabelece prazo não inferior
a terceiros, do conhecimento do seu clausulado.
3 — A anulação de quaisquer contratos por falta e a 30 dias para o cumprimento do dever de decisão e fixa
vícios da vontade pode ser sempre pedida no prazo sanção pecuniária compulsória, nos termos previstos no
de seis meses, contado desde a data da cessação do Código de Processo nos Tribunais Administrativos.
vício. 7 — [...].
4 — [Anterior n.º 3].» 8 — [...].
9 — [...].
Artigo 7.º 10 — [...].»
Alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro
Artigo 8.º
Os artigos 85.º, 95.º e 112.º do Decreto-Lei n.º 555/99,
de 16 de dezembro, passam a ter a seguinte redação: Alteração à Lei n.º 83/95, de 31 de agosto
b) Pelo capítulo II com a epígrafe «Das intimações», que 1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,
integra os artigos 104.º a 111.º e as seguintes secções: o presente decreto-lei entra em vigor 60 dias após a sua
publicação.
i) A secção I com a epígrafe «Intimação para a prestação 2 — As alterações efetuadas pelo presente decreto-lei
de informações, consulta de processos ou passagem de ao Código de Processo nos Tribunais Administrativos,
certidões» composta pelos artigos 104.º a 108.º; aprovado pela Lei n.º 15/2002, de 22 de fevereiro, alterada
ii) A secção II com a epígrafe «Intimação para prote- pelas Leis n.os 4-A/2003, de 19 de fevereiro, 59/2008, de 11
ção de direitos, liberdades e garantias» composta pelos de setembro, e 63/2011, de 14 de dezembro, só se aplicam
artigos 109.º a 111.º; aos processos administrativos que se iniciem após a sua
entrada em vigor.
3 — Os atuais títulos V, VI, VIII e X passam a ser, 3 — As alterações efetuadas pelo presente decreto-lei
respetivamente os títulos IV, V, VII e IX. ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, e às Leis
4 — O atual título VII passa a ser o título VI e o respe- n.os 83/95, de 31 de agosto, 27/96, de 1 de agosto, alterada
tivo capítulo III passa a ter a epígrafe «Recursos extraor- pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro, 46/2007,
dinários». de 24 de agosto, e 19/2006, de 12 de junho, só se aplicam
5 — O atual título IX passa a ser o título VIII, com a aos processos administrativos que tenham início após a
epígrafe «Tribunais arbitrais e centros de arbitragem». sua entrada em vigor.
8588-(50) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
4 — As alterações efetuadas pelo presente decreto-lei ao 2 — A todo o direito ou interesse legalmente protegido
Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais, aprovado corresponde a tutela adequada junto dos tribunais adminis-
pela Lei n.º 13/2002, de 19 de fevereiro, em matéria de trativos, designadamente para o efeito de obter:
organização e funcionamento dos tribunais administrativos,
incluindo dos tribunais administrativos de círculo, entram a) A anulação ou a declaração de nulidade ou de ine-
em vigor no dia seguinte ao da publicação do presente xistência de atos administrativos;
decreto-lei. b) A condenação à prática de atos devidos, nos termos
5 — A alteração efetuada pelo presente decreto-lei à da lei ou de vínculo contratualmente assumido;
alínea l) do n.º 1 do artigo 4.º do Estatuto dos Tribunais c) A condenação à não emissão de atos administrativos,
Administrativos e Fiscais, aprovado pela Lei n.º 13/2002, nas condições admitidas neste Código;
de 19 de fevereiro, em matéria de ilícitos de mera ordena- d) A declaração de ilegalidade de normas emitidas ao
ção social por violação de normas de direito administra- abrigo de disposições de direito administrativo;
tivo em matéria de urbanismo, entra em vigor no dia 1 de e) A condenação à emissão de normas devidas ao abrigo
setembro de 2016. de disposições de direito administrativo;
f) O reconhecimento de situações jurídicas subjetivas
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 27 de diretamente decorrentes de normas jurídico-administrativas
agosto de 2015. — Paulo Sacadura Cabral Portas — Ma- ou de atos jurídicos praticados ao abrigo de disposições
ria Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque — Rui de direito administrativo;
Manuel Parente Chancerelle de Machete — Paula Ma- g) O reconhecimento de qualidades ou do preenchi-
ria von Hafe Teixeira da Cruz — Leonardo Bandeira de mento de condições;
Melo Mathias — Jorge Manuel Lopes Moreira da Sil- h) A condenação à adoção ou abstenção de comporta-
va — Maria de Assunção Oliveira Cristas Machado da mentos, pela Administração Pública ou por particulares;
Graça — Fernando Serra Leal da Costa. i) A condenação da Administração à adoção das con-
Promulgado em 25 de setembro de 2015. dutas necessárias ao restabelecimento de direitos ou inte-
resses violados, incluindo em situações de via de facto,
Publique-se. desprovidas de título que as legitime;
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. j) A condenação da Administração ao cumprimento de
deveres de prestar que diretamente decorram de normas
Referendado em 28 de setembro de 2015. jurídico-administrativas e não envolvam a emissão de
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. um ato administrativo impugnável, ou que tenham sido
constituídos por atos jurídicos praticados ao abrigo de dis-
posições de direito administrativo, e que podem ter objeto
ANEXO I o pagamento de uma quantia, a entrega de uma coisa ou a
prestação de um facto;
Republicação do Código de Processo k) A condenação à reparação de danos causados por
nos Tribunais Administrativos
pessoas coletivas e pelos titulares dos seus órgãos ou res-
petivos trabalhadores em funções públicas;
(a que se refere o n.º 1 do artigo 14.º)
l) A apreciação de questões relativas à interpretação,
validade ou execução de contratos;
TÍTULO I m) A restituição do enriquecimento sem causa, incluindo
Parte geral a repetição do indevido;
n) A intimação da Administração a prestar informações,
permitir a consulta de documentos ou passar certidões;
CAPÍTULO I o) A intimação para proteção de direitos, liberdades e
garantias;
Disposições fundamentais p) A extensão dos efeitos de julgados;
q) A adoção das providências cautelares adequadas para
Artigo 1.º assegurar o efeito útil das decisões a proferir em processo
Direito aplicável declarativo.
O processo nos tribunais administrativos rege-se pela Artigo 3.º
presente lei, pelo Estatuto dos Tribunais Administrativos e Poderes dos tribunais administrativos
Fiscais e, supletivamente, pelo disposto na lei de processo
civil, com as necessárias adaptações. 1 — No respeito pelo princípio da separação e inter-
dependência dos poderes, os tribunais administrativos
Artigo 2.º julgam do cumprimento pela Administração das normas e
princípios jurídicos que a vinculam e não da conveniência
Tutela jurisdicional efetiva
ou oportunidade da sua atuação.
1 — O princípio da tutela jurisdicional efetiva com- 2 — Por forma a assegurar a efetividade da tutela, os
preende o direito de obter, em prazo razoável, e mediante tribunais administrativos podem fixar oficiosamente um
um processo equitativo, uma decisão judicial que aprecie, prazo para o cumprimento dos deveres que imponham à
com força de caso julgado, cada pretensão regularmente Administração e aplicar, quando tal se justifique, sanções
deduzida em juízo, bem como a possibilidade de a fazer pecuniárias compulsórias.
executar e de obter as providências cautelares, antecipa- 3 — Os tribunais administrativos asseguram os meios
tórias ou conservatórias, destinadas a assegurar o efeito declarativos urgentes necessários à obtenção da tutela ade-
útil da decisão. quada em situações de constrangimento temporal, assim
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(51)
9 — Podem ser demandados particulares ou conces- 2 — Nos processos impugnatórios, é possível a coliga-
sionários, no âmbito de relações jurídico-administrativas ção de diferentes autores na impugnação, seja de um único,
que os envolvam com entidades públicas ou com outros seja de vários atos jurídicos, desde que se preencha qual-
particulares. quer dos pressupostos estabelecidos no número anterior.
10 — Sem prejuízo da aplicação subsidiária, quando tal 3 — Havendo coligação sem que entre os pedidos exista
se justifique, do disposto na lei processual civil em matéria a conexão exigida pelo n.º 1, o juiz notificará o autor ou
de intervenção de terceiros, quando a satisfação de uma autores para, no prazo de 10 dias, indicarem o pedido que
ou mais pretensões deduzidas contra uma entidade pública pretendem ver apreciado no processo, sob cominação de,
exija a colaboração de outra ou outras entidades, cabe à não o fazendo, haver absolvição da instância quanto a
entidade demandada promover a respetiva intervenção todos os pedidos.
no processo. 4 — No caso previsto no número anterior, bem como
quando haja coligação ilegal de autores, podem ser apre-
Artigo 11.º sentadas novas petições, no prazo de 30 dias a contar do
Patrocínio judiciário e representação em juízo
trânsito em julgado da decisão, considerando-se estas apre-
sentadas na data de entrada da primeira, para efeitos da
1 — Nos tribunais administrativos é obrigatória a cons- tempestividade da sua apresentação.
tituição de mandatário, nos termos previstos no Código
do Processo Civil, podendo as entidades públicas fazer-se
patrocinar em todos os processos por advogado, solicitador CAPÍTULO III
ou licenciado em direito ou em solicitadoria com funções Da competência
de apoio jurídico, sem prejuízo da representação do Estado
pelo Ministério Público.
2 — No caso de o patrocínio recair em licenciado em SECÇÃO I
direito ou em solicitadoria com funções de apoio jurídico, Disposições gerais
expressamente designado para o efeito, a referida atuação
no âmbito do processo fica vinculada à observância dos Artigo 13.º
mesmos deveres deontológicos, designadamente de sigilo,
que obrigam o mandatário da outra parte. Conhecimento da competência e do âmbito da jurisdição
3 — Para o efeito do disposto no número anterior, e sem O âmbito da jurisdição administrativa e a competência
prejuízo do disposto nos dois números seguintes, o poder dos tribunais administrativos, em qualquer das suas espé-
de designar o representante em juízo da pessoa coletiva de cies, é de ordem pública e o seu conhecimento precede o
direito público ou, no caso do Estado, do ministério com- de qualquer outra matéria.
pete ao auditor jurídico ou ao responsável máximo pelos
serviços jurídicos da pessoa coletiva ou do ministério. Artigo 14.º
4 — Nos processos em que esteja em causa a atuação
ou omissão de uma entidade administrativa independente, Petição a tribunal incompetente
ou outra que não se encontre integrada numa estrutura 1 — Quando a petição seja dirigida a tribunal incom-
hierárquica, a designação do representante em juízo pode petente, o processo é oficiosamente remetido, se possível
ser feita por essa entidade. por via eletrónica, ao tribunal administrativo ou tributário
5 — Nos processos em que esteja em causa a atuação ou competente.
omissão de um órgão subordinado a poderes hierárquicos, 2 — Quando a petição seja dirigida a tribunal incompe-
a designação do representante em juízo pode ser feita por tente, sem que o tribunal competente pertença à jurisdição
esse órgão, mas a existência do processo é imediatamente administrativa e fiscal, pode o interessado, no prazo de
comunicada ao ministro ou ao órgão superior da pessoa 30 dias a contar do trânsito em julgado da decisão que
coletiva. declare a incompetência, requerer a remessa do processo
6 — Os agentes de execução desempenham as suas ao tribunal competente, com indicação do mesmo.
funções nas execuções que sejam da competência dos 3 — Em ambos os casos previstos nos números anterio-
tribunais administrativos. res, a petição considera-se apresentada na data do primeiro
registo de entrada, para efeitos da tempestividade da sua
Artigo 12.º apresentação.
Coligação
Artigo 15.º
1 — Podem coligar-se vários autores contra um ou vá-
rios demandados e pode um autor dirigir a ação conjunta- Extensão da competência à decisão de questões prejudiciais
mente contra vários demandados, por pedidos diferentes, 1 — Quando o conhecimento do objeto da ação de-
quando: penda, no todo ou em parte, da decisão de uma ou mais
a) A causa de pedir seja a mesma e única ou os pedidos questões da competência de tribunal pertencente a outra
estejam entre si numa relação de prejudicialidade ou de jurisdição, pode o juiz sobrestar na decisão até que o tri-
dependência, nomeadamente por se inscreverem no âmbito bunal competente se pronuncie.
da mesma relação jurídica material; 2 — A suspensão fica sem efeito se a ação da compe-
b) Sendo diferente a causa de pedir, a procedência dos tência do tribunal pertencente a outra jurisdição não for
pedidos principais depende essencialmente da apreciação proposta no prazo de dois meses ou se ao respetivo pro-
dos mesmos factos ou da interpretação e aplicação dos cesso não for dado andamento, por negligência das partes,
mesmos princípios ou regras de direito. durante o mesmo prazo.
8588-(54) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
3 — No caso previsto no número anterior, deve pros- são intentados no tribunal da área da sede da entidade
seguir o processo do contencioso administrativo, sendo a demandada.
questão prejudicial decidida com efeitos a ele restritos. 2 — [Revogado].
3 — O contencioso eleitoral é da competência do tribu-
SECÇÃO II nal da área da sede do órgão cuja eleição se impugna.
4 — O conhecimento dos pedidos de intimação para
Da competência territorial prestação de informações, consulta de documentos e pas-
sagem de certidões é da competência do tribunal da área
Artigo 16.º onde deva ter lugar a prestação, consulta ou passagem
Regra geral pretendida.
5 — Os demais processos de intimação são intentados
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes e no tribunal da área onde deva ter lugar o comportamento
das soluções que resultem da distribuição das competên-
ou a omissão pretendidos.
cias em função da hierarquia, os processos são intentados
6 — Os pedidos dirigidos à adoção de providências cau-
no tribunal da área da residência habitual ou da sede do
autor. telares são julgados pelo tribunal competente para decidir
2 — Havendo pluralidade de autores, a ação pode ser a causa principal.
proposta no tribunal da área da residência habitual ou da 7 — Os pedidos de produção antecipada de prova são
sede da maioria deles, ou, no caso de não haver maioria, deduzidos no tribunal em que a prova tenha de ser efetuada
no tribunal da área da residência habitual ou da sede de ou da área em que se situe o tribunal de comarca a que a
qualquer deles. diligência deva ser deprecada.
8 — A competência territorial para os processos execu-
Artigo 17.º tivos é determinada nos termos da lei processual civil.
9 — Para a execução jurisdicional de atos administra-
Processos relacionados com bens imóveis tivos que não possam ser impostos coercivamente pela
Os processos relacionados com bens imóveis ou direitos Administração, o tribunal competente é o da área da sede
a eles referentes são intentados no tribunal da situação da residência ou sede do executado ou da localização dos
dos bens. bens a executar.
1 — Os atos processuais, incluindo os atos das partes a) Espécies de processos, definidas pelo Conselho Supe-
que devam ser praticados por escrito, e a tramitação do rior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, sob proposta
processo, são efetuados, preferencialmente, por via ele- do presidente do tribunal;
trónica, nos termos a definir por portaria do membro do b) Carga de trabalho dos juízes e respetiva disponibili-
Governo responsável pela área da justiça. dade para o serviço;
2 — A apresentação de peças processuais e documentos c) Tipo de matéria a apreciar, desde que, no tribunal,
por via eletrónica dispensa a sua remessa ao tribunal, e a haja um mínimo de três juízes afetos à apreciação de cada
dos respetivos duplicados e cópias, em suporte de papel, tipo de matéria.
sem prejuízo da possibilidade de o juiz exigir a apresenta-
ção do original, nos termos da lei processual civil. 3 — Em tudo o que não esteja expressamente regulado
3 — Apresentada a petição por via eletrónica, a citação neste artigo, aplica-se, com as necessárias adaptações, o
das entidades públicas ou dos órgãos nela indicados é disposto no Código de Processo Civil quanto à distribuição.
efetuada automaticamente por via eletrónica, sem neces-
sidade de despacho do juiz, salvo nos casos expressamente
previstos em que há lugar a despacho liminar. Artigo 27.º
4 — Na situação prevista no número anterior, a enti- Poderes do relator nos processos em primeiro
dade pública demandada fica obrigada a apresentar as suas grau de jurisdição em tribunais superiores
peças processuais, o eventual processo instrutor e demais
documentos, preferencialmente, por via eletrónica, nas 1 — Compete ao relator, sem prejuízo dos demais po-
condições a definir por portaria do membro do Governo deres que lhe são conferidos neste Código:
responsável pela área da justiça, devendo o autor, sempre a) Deferir os termos do processo, proceder à sua ins-
que possível, receber as notificações judiciais pela mesma trução e prepará-lo para julgamento;
via, de modo automático. b) Dar por findos os processos;
5 — Os atos processuais referidos nos números ante- c) Declarar a suspensão da instância;
riores podem, ainda, ser apresentados a juízo por uma das d) Ordenar a apensação de processos;
seguintes formas: e) Julgar extinta a instância por transação, deserção,
a) Entrega na secretaria judicial, em suporte de papel, desistência, impossibilidade ou inutilidade da lide;
valendo como data da prática do ato a da respetiva en- f) Rejeitar liminarmente os requerimentos e incidentes
trega; de cujo objeto não deva tomar conhecimento;
b) Remessa pelo correio, sob registo, valendo como data g) Conhecer das nulidades dos atos processuais e dos
da prática do ato a da expedição; próprios despachos;
c) Envio através de telecópia, valendo como data da h) Conhecer do pedido de adoção de providências cau-
prática do ato a da expedição. telares ou submetê-lo à apreciação da conferência, quando
o considere justificado;
Artigo 25.º i) Proferir decisão quando entenda que a questão a deci-
dir é simples, designadamente por já ter sido judicialmente
Citações e notificações
apreciada de modo uniforme e reiterado, ou que a pretensão
1 — Salvo disposição em contrário, as citações editais é manifestamente infundada;
são realizadas mediante a publicação de anúncio em pá- j) Admitir os recursos de acórdãos, declarando a sua
gina informática de acesso público, nos termos a definir espécie, regime de subida e efeitos, ou negar-lhes admissão.
em portaria do membro do Governo responsável pela área
da justiça. 2 — Dos despachos do relator cabe reclamação para a
2 — Em todas as formas de processo, todos os articu- conferência, com exceção dos de mero expediente.
lados e requerimentos autónomos e demais documentos
apresentados após a notificação ao autor da contestação
do demandado são notificados pelo mandatário judicial Artigo 28.º
do apresentante ao mandatário judicial da contraparte nos Apensação de processos
termos da lei processual civil.
3 — A notificação determinada no número anterior pode 1 — Quando sejam separadamente propostas ações que,
realizar-se por meios eletrónicos, nos termos de portaria do por se verificarem os pressupostos de admissibilidade pre-
membro do Governo responsável pela área da justiça. vistos para a coligação e a cumulação de pedidos, possam
ser reunidas num único processo, deve ser ordenada a apen-
Artigo 26.º sação delas, ainda que se encontrem pendentes em tribunais
diferentes, a não ser que o estado do processo ou outra
Distribuição
razão torne especialmente inconveniente a apensação.
1 — O sistema informático dos tribunais administrativos 2 — Os processos são apensados ao que tiver sido inten-
e fiscais assegura a distribuição diária dos processos e tado em primeiro lugar, considerando-se como tal o de
demais documentos sujeitos a distribuição, que se realiza numeração inferior, salvo se os pedidos forem dependentes
automaticamente por forma eletrónica. uns dos outros, caso em que a apensação é feita na ordem
2 — Para o efeito do disposto no número anterior, são da dependência.
previamente introduzidos no sistema os dados necessá- 3 — A apensação pode ser requerida ao tribunal perante
rios, determinados no respeito pelos princípios da impar- o qual se encontre pendente o processo a que os outros
8588-(56) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
1 — O prazo geral supletivo para os atos processuais 1 — A toda a causa deve ser atribuído um valor certo,
das partes é de 10 dias. expresso em moeda legal, o qual representa a utilidade
2 — [Revogado]. económica imediata do pedido.
3 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, 2 — Atende-se ao valor da causa para determinar se
são aplicáveis aos processos nos tribunais administrativos, cabe recurso da sentença proferida em primeira instância
e que tipo de recurso.
em primeira instância ou em via de recurso, os prazos 3 — Para o efeito das custas e demais encargos legais,
estabelecidos na lei processual civil para juízes, magistra- o valor da causa é fixado segundo as regras estabelecidas
dos do Ministério Público e funcionários, com as devidas na legislação respetiva.
consequências legais. 4 — É aplicável o disposto na lei processual civil quanto
4 — Na falta de disposição especial, os despachos judi- aos poderes das partes e à intervenção do juiz na fixação
ciais são proferidos no prazo de 10 dias. do valor da causa.
5 — Na falta de disposição especial, as promoções do
Ministério Público são deduzidas no prazo de 10 dias. Artigo 32.º
6 — Os despachos ou promoções de mero expediente, Critérios gerais para a fixação do valor
bem como os considerados urgentes, devem ser proferidos
1 — Quando pela ação se pretenda obter o pagamento
no prazo máximo de dois dias.
de quantia certa, é esse o valor da causa.
7 — Decorridos três meses sobre o termo do prazo 2 — Quando pela ação se pretenda obter um benefício
fixado para a prática de ato próprio do juiz sem que o diverso do pagamento de uma quantia, o valor da causa é
mesmo tenha sido praticado, deve o juiz consignar a con- a quantia equivalente a esse benefício.
creta razão da inobservância do prazo. 3 — Quando a ação tenha por objeto a apreciação da
8 — A secretaria remete, mensalmente, ao presidente existência, validade, cumprimento, modificação ou reso-
do tribunal informação discriminada dos casos em que lução de um contrato, atende-se ao valor do mesmo, deter-
se mostrem decorridos três meses sobre o termo do prazo minado pelo preço ou estipulado pelas partes.
fixado para a prática de ato próprio do juiz, ainda que o 4 — Quando a ação diga respeito a uma coisa, o valor
ato tenha sido entretanto praticado, incumbindo ao presi- desta determina o valor da causa.
dente do tribunal, no prazo de 10 dias contado da data de 5 — Quando esteja em causa a cessação de situações
receção, remeter o expediente à entidade com competência causadoras de dano, ainda que fundadas em ato administra-
tivo ilegal, o valor da causa é determinado pela importância
disciplinar. do dano causado.
6 — O valor dos processos cautelares é determinado
Artigo 30.º pelo valor do prejuízo que se quer evitar, dos bens que
Publicidade do processo e das decisões
se querem conservar ou da prestação pretendida a título
provisório.
1 — O processo administrativo é público, com as restri- 7 — Quando sejam cumulados, na mesma ação, vários
ções previstas na lei, processando-se o acesso nos termos pedidos, o valor é a quantia correspondente à soma dos
e condições previstos na lei processual civil. valores de todos eles, mas cada um deles é considerado em
2 — Os acórdãos do Supremo Tribunal Administrativo, separado para o efeito de determinar se a sentença pode
assim como os dos Tribunais Centrais Administrativos e ser objeto de recurso, e de que tipo.
8 — Quando seja deduzido pedido acessório de conde-
dos tribunais administrativos de círculo que tenham transi-
nação ao pagamento de juros, rendas e rendimentos já ven-
tado em julgado, são objeto de publicação obrigatória por cidos e a vencer durante a pendência da causa, na fixação
via informática, em base de dados de jurisprudência. do valor atende-se somente aos interesses já vencidos.
3 — Do tratamento informático devem constar pelo 9 — No caso de pedidos alternativos, atende-se uni-
menos a identificação do tribunal que proferiu a decisão camente ao pedido de valor mais elevado e, no caso de
e dos juízes que a subscreveram, a data e o sentido e os pedidos subsidiários, ao pedido formulado em primeiro
fundamentos da decisão. lugar.
4 — [Revogado]. Artigo 33.º
5 — [Revogado].
6 — [Revogado]. Critérios especiais
7 — [Revogado]. Nos processos relativos a atos administrativos, atende-se
8 — [Revogado]. ao conteúdo económico do ato, designadamente por apelo
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(57)
aos seguintes critérios, para além daqueles que resultam d) Intimação para prestação de informações, consulta
do disposto no artigo anterior: de documentos ou passagem de certidões;
e) Intimação para defesa de direitos, liberdades e garan-
a) Quando esteja em causa a autorização ou licencia- tias;
mento de obras e, em geral, a apreciação de decisões res- f) Providências cautelares.
peitantes à realização de empreendimentos públicos ou
privados, o valor da causa afere-se pelo custo previsto da 2 — Os processos urgentes e respetivos incidentes cor-
obra projetada; rem em férias, com dispensa de vistos prévios, mesmo em
b) Quando esteja em causa a aplicação de sanções de fase de recurso jurisdicional, e os atos da secretaria são
conteúdo pecuniário, o valor da causa é determinado pelo praticados no próprio dia, com precedência sobre quais-
montante da sanção aplicada; quer outros.
c) Quando esteja em causa a aplicação de sanções sem 3 — O julgamento dos processos urgentes tem lugar,
conteúdo pecuniário, o valor da causa é determinado pelo com prioridade sobre os demais, logo que o processo esteja
montante dos danos patrimoniais sofridos; pronto para decisão.
d) Quando estejam em causa atos ablativos da pro- 4 — Na falta de especificação própria quanto à respetiva
priedade ou de outros direitos reais, o valor da causa é tramitação, os processos urgentes previstos em lei especial
determinado pelo valor do direito sacrificado. seguem os termos da ação administrativa, com os prazos
reduzidos a metade, regendo-se, quanto ao mais, pelo dis-
Artigo 34.º posto nos n.os 2 e 3 do presente artigo e, em fase de recurso
Critério supletivo
jurisdicional, pelo disposto no artigo 147.º
o montante da indemnização adicional que possa ser devida a suspensão da tramitação dos demais processos não tem
pela ocorrência das situações previstas no n.º 1. o alcance de limitar o âmbito de instrução, afastando a
5 — [Revogado]. apreciação de factos ou a realização de diligências de prova
necessárias para o completo apuramento da verdade.
Artigo 45.º-A 4 — Quando a verificação dos pressupostos requeridos
Extensão de regime
no número anterior apenas possa ser alcançada através da
seleção conjugada, para efeito de decisão prioritária, de
1 — O disposto no artigo anterior é aplicável quando, mais do que um processo, os processos selecionados devem
tendo sido deduzido pedido respeitante à invalidade de ser apensados num único processo.
contrato por violação das regras relativas ao respetivo 5 — Das decisões de suspensão de tramitação ou de
procedimento de formação, o tribunal: apensação de processos, podem as partes interpor, no prazo
a) Verifique que já não é possível reinstruir o procedi- de 15 dias, recurso com efeito devolutivo com funda-
mento pré-contratual, por entretanto ter sido celebrado e mento na ausência de qualquer dos pressupostos referi-
executado o contrato; dos no n.º 1.
b) Proceda, segundo o disposto na lei substantiva, ao 6 — O disposto nos números anteriores também é apli-
afastamento da invalidade do contrato, em resultado da cável quando a situação se verifique no conjunto de dife-
ponderação dos interesses públicos e privados em pre- rentes tribunais, podendo o impulso partir do presidente
sença. de qualquer dos tribunais envolvidos ou de qualquer das
partes nos processos em causa.
2 — O disposto no artigo anterior também é aplicável 7 — A aplicação do regime do presente artigo a situa-
quando, na pendência de ação de condenação à prática de ções de processos existentes em diferentes tribunais,
ato devido, se verifique que a entidade demandada devia segundo o previsto no número anterior, é determinada
ter satisfeito a pretensão do autor em conformidade com o pelo Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, a
quadro normativo aplicável, mas a alteração superveniente quem compete estabelecer qual ou quais os processos aos
desse quadro normativo impeça a procedência da ação. quais deve ser dado andamento, com suspensão dos demais,
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, a alte- oficiosamente ou mediante proposta dos presidentes dos
ração superveniente só impede a procedência da ação de tribunais envolvidos.
condenação à prática de ato devido quando se verifique 8 — Ao processo ou processos selecionados é aplicável
que, mesmo que a pretensão do autor tivesse sido satisfeita o disposto no n.º 4 do artigo 36.º para os processos urgentes
no momento próprio, a referida alteração teria o alcance de e no seu julgamento intervêm todos os juízes do tribunal
lhe retirar a titularidade da correspondente situação jurídica ou da secção.
de vantagem, constituindo-o no direito de ser indemnizado 9 — A decisão emitida no processo ou nos processos
por esse facto. selecionados é notificada às partes nos processos suspen-
sos, podendo o autor nestes processos optar, no prazo de
Artigo 46.º 30 dias, por desistir do pedido ou recorrer da sentença
proferida no processo ou nos processos selecionados.
Objeto 10 — O tribunal decide oficiosamente a extensão dos
[Revogado]. efeitos da sentença aos processos suspensos em cujo âmbito
não haja sido praticado, no prazo determinado no número
Artigo 47.º anterior, qualquer dos atos ali previstos.
11 — Quando mereça provimento, o recurso previsto
Cumulação de pedidos no n.º 9 produz efeitos apenas na esfera jurídica do recor-
[Revogado]. rente.
uma quantia certa, sem natureza sancionatória, e tenha 2 — O não exercício do direito de impugnar um ato
sido prestada garantia por qualquer das formas previstas contido em diploma legislativo ou regulamentar não obsta
na lei tributária. à impugnação dos seus atos de execução ou aplicação.
3 — A impugnação de atos lesivos exprime a intenção, 3 — O não exercício do direito de impugnar um ato
por parte do autor, de exercer o direito à reparação dos que não individualize os seus destinatários não obsta à
danos que tenha sofrido, para o efeito de interromper a impugnação dos seus atos de execução ou aplicação cujos
prescrição deste direito, nos termos gerais. destinatários sejam individualmente identificados.
4 — Às ações de declaração de inexistência de ato
administrativo é aplicável, com as devidas adaptações, o Artigo 53.º
disposto nos artigos 55.º e 57.º, em matéria de legitimidade, Impugnação de atos confirmativos e de execução
assim como no artigo 64.º, no caso de o autor ter interesse
em deduzir, em substituição ou cumulação superveniente 1 — Não são impugnáveis os atos confirmativos,
com o pedido inicial, a impugnação de ato administrativo entendendo-se como tal os atos que se limitem a reiterar,
praticado durante a pendência do processo. com os mesmos fundamentos, decisões contidas em atos
administrativos anteriores.
SUBSECÇÃO I 2 — Excetuam-se do disposto no número anterior os
casos em que o interessado não tenha tido o ónus de impug-
Da impugnabilidade dos atos administrativos nar o ato confirmado, por não se ter verificado, em relação
a este ato, qualquer dos factos previstos nos n.os 2 e 3 do
Artigo 51.º artigo 59.º
Atos impugnáveis 3 — Os atos jurídicos de execução de atos administrati-
vos só são impugnáveis por vícios próprios, na medida em
1 — Ainda que não ponham termo a um procedimento, que tenham um conteúdo decisório de caráter inovador.
são impugnáveis todas as decisões que, no exercício de 4 — Quando seja admitida a impugnação do ato con-
poderes jurídico-administrativos, visem produzir efeitos firmativo, nos termos do n.º 2, os efeitos da sentença que
jurídicos externos numa situação individual e concreta, conheça do objeto do processo são extensivos ao ato con-
incluindo as proferidas por autoridades não integradas na firmado.
Administração Pública e por entidades privadas que atuem
no exercício de poderes jurídico-administrativos. Artigo 54.º
2 — São designadamente impugnáveis: Impugnação de ato administrativo ineficaz
a) As decisões tomadas no âmbito de procedimentos 1 — Os atos administrativos só podem ser impugnados
administrativos sobre questões que não possam ser de a partir do momento em que produzam efeitos.
novo apreciadas em momento subsequente do mesmo 2 — O disposto no número anterior não exclui a facul-
procedimento; dade de impugnação de atos que não tenham começado a
b) As decisões tomadas em relação a outros órgãos da produzir efeitos jurídicos quando:
mesma pessoa coletiva, passíveis de comprometer as con-
dições do exercício de competências legalmente conferidas a) Tenha sido desencadeada a sua execução;
aos segundos para a prossecução de interesses pelos quais b) Seja seguro ou muito provável que o ato irá produzir
esses órgãos sejam diretamente responsáveis. efeitos, designadamente por a ineficácia se dever apenas
ao facto de o ato se encontrar dependente de termo inicial
3 — Os atos impugnáveis de harmonia com o disposto ou de condição suspensiva cuja verificação seja provável,
nos números anteriores que não ponham termo a um pro- nomeadamente por depender da vontade do beneficiário
cedimento só podem ser impugnados durante a pendência do ato.
do mesmo, sem prejuízo da faculdade de impugnação
do ato final com fundamento em ilegalidades cometidas 3 — O disposto na alínea a) do número anterior não
durante o procedimento, salvo quando essas ilegalidades impede a utilização de outros meios de tutela contra a
digam respeito a ato que tenha determinado a exclusão execução ilegítima do ato administrativo ineficaz.
do interessado do procedimento ou a ato que lei especial
submeta a um ónus de impugnação autónoma. SUBSECÇÃO II
4 — Se contra um ato de indeferimento ou de recusa
de apreciação de requerimento não tiver sido deduzido o Da legitimidade
adequado pedido de condenação à prática de ato devido,
o tribunal convida o autor a substituir a petição, para o Artigo 55.º
efeito de deduzir o referido pedido. Legitimidade ativa
5 — Na hipótese prevista no número anterior, quando
haja lugar à substituição da petição, considera-se a nova 1 — Tem legitimidade para impugnar um ato admi-
petição apresentada na data do primeiro registo de entrada, nistrativo:
sendo a entidade demandada e os contrainteressados de a) Quem alegue ser titular de um interesse direto e pes-
novo citados para contestar. soal, designadamente por ter sido lesado pelo ato nos seus
direitos ou interesses legalmente protegidos;
Artigo 52.º b) O Ministério Público;
Irrelevância da forma do ato
c) Entidades públicas e privadas, quanto aos direitos e
interesses que lhes cumpra defender;
1 — A impugnabilidade dos atos administrativos não d) Órgãos administrativos, relativamente a atos pratica-
depende da respetiva forma. dos por outros órgãos da mesma pessoa coletiva pública
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(61)
que alegadamente comprometam as condições do exercício b) No prazo de três meses, contado da data da cessação
de competências legalmente conferidas aos primeiros para do erro, quando se demonstre, com respeito pelo contra-
a prossecução de interesses pelos quais esses órgãos sejam ditório, que, no caso concreto, a tempestiva apresentação
diretamente responsáveis; da petição não era exigível a um cidadão normalmente
e) Presidentes de órgãos colegiais, em relação a atos diligente, em virtude de a conduta da Administração ter
praticados pelo respetivo órgão, bem como outras autori- induzido o interessado em erro; ou
dades, em defesa da legalidade administrativa, nos casos c) Quando, não tendo ainda decorrido um ano sobre a
previstos na lei; data da prática do ato ou da sua publicação, quando obri-
f) Pessoas e entidades mencionadas no n.º 2 do artigo 9.º gatória, o atraso deva ser considerado desculpável, aten-
dendo à ambiguidade do quadro normativo aplicável ou às
2 — A qualquer eleitor, no gozo dos seus direitos civis e dificuldades que, no caso concreto, se colocavam quanto
políticos, é permitido impugnar as decisões e deliberações à identificação do ato impugnável, ou à sua qualificação
adotadas por órgãos das autarquias locais sediadas na cir- como ato administrativo ou como norma.
cunscrição onde se encontre recenseado, assim como das
entidades instituídas por autarquias locais ou que destas 4 — [Revogado].
dependam.
3 — A intervenção do interessado no procedimento em Artigo 59.º
que tenha sido praticado o ato administrativo constitui mera
Início dos prazos de impugnação
presunção de legitimidade para a sua impugnação.
1 — Sem prejuízo da faculdade de impugnação em mo-
Artigo 56.º mento anterior, dentro dos condicionalismos do artigo 54.º,
Aceitação do ato
os prazos de impugnação só começam a correr na data da
ocorrência dos factos previstos nos números seguintes se,
1 — Não pode impugnar um ato administrativo com nesse momento, o ato a impugnar já for eficaz, contando-
fundamento na sua mera anulabilidade quem o tenha acei- -se tais prazos, na hipótese contrária, desde o início da
tado, expressa ou tacitamente, depois de praticado. produção de efeitos do ato.
2 — A aceitação tácita deriva da prática, espontânea 2 — O prazo para a impugnação pelos destinatários a
e sem reserva, de facto incompatível com a vontade de quem o ato administrativo deva ser notificado só corre
impugnar. a partir da data da notificação ao interessado ou ao seu
3 — A execução ou acatamento por funcionário ou mandatário, quando este tenha sido como tal constituído
agente não se considera aceitação tácita do ato executado no procedimento, ou da data da notificação efetuada em
ou acatado, salvo quando dependa da vontade daqueles a último lugar caso ambos tenham sido notificados, ainda
escolha da oportunidade da execução. que o ato tenha sido objeto de publicação, mesmo que
obrigatória.
Artigo 57.º 3 — O prazo para a impugnação por quaisquer outros
Contrainteressados
interessados começa a correr a partir de um dos seguintes
factos:
Para além da entidade autora do ato impugnado, são
obrigatoriamente demandados os contrainteressados a a) Quando os atos tenham de ser publicados, da data
quem o provimento do processo impugnatório possa di- em que o ato publicado deva produzir efeitos;
retamente prejudicar ou que tenham legítimo interesse na b) Quando os atos não tenham de ser publicados, da
manutenção do ato impugnado e que possam ser identi- data da notificação, da publicação, ou do conhecimento
ficados em função da relação material em causa ou dos do ato ou da sua execução, consoante o que ocorra em
documentos contidos no processo administrativo. primeiro lugar.
produz efeitos desde a data da entrada em vigor da norma, dimento pré-contratual, embora preenchesse os requisitos
salvo no caso de ilegalidade superveniente. necessários para o efeito;
2 — O tribunal pode, no entanto, determinar que os efei- g) Pelas pessoas singulares ou coletivas titulares ou
tos da decisão se produzam apenas a partir da data do trân- defensoras de direitos subjetivos ou interesses legalmente
sito em julgado da sentença quando razões de segurança protegidos aos quais a execução do contrato cause ou possa
jurídica, de equidade ou de interesse público de excecional causar prejuízos;
relevo, devidamente fundamentadas, o justifiquem. h) Pelas pessoas e entidades nos termos do n.º 2 do
3 — Nos processos intentados por quem tenha sido dire- artigo 9.º
tamente prejudicado pela vigência de norma imediatamente
operativa, a aplicação do disposto no número anterior não 2 — A anulabilidade de quaisquer contratos por falta
prejudica a eliminação dos efeitos lesivos causados pela e vícios da vontade só pode ser arguida pelas pessoas em
norma na esfera jurídica do autor. cujo interesse a lei a estabelece.
4 — A retroatividade da declaração de ilegalidade não 3 — Os pedidos relativos à execução de contratos
afeta os casos julgados nem os atos administrativos que podem ser deduzidos:
entretanto se tenham tornado inimpugnáveis, salvo deci-
são em contrário do tribunal, quando a norma respeite a a) Pelas partes na relação contratual;
matéria sancionatória e seja de conteúdo menos favorável b) Pelas pessoas singulares e coletivas portadoras ou
ao particular. defensoras de direitos subjetivos ou interesses legalmente
5 — A declaração a que se refere o presente artigo protegidos em função dos quais as cláusulas contratuais
implica a repristinação das normas revogadas, salvo tenham sido estabelecidas;
quando estas sejam ilegais ou tenham deixado por outro c) Pelo Ministério Público;
motivo de vigorar. d) Pelas pessoas e entidades nos termos do n.º 2 do
artigo 9.º;
Artigo 77.º e) Por quem tenha sido preterido no procedimento que
precedeu a celebração do contrato.
Condenação à emissão de normas
1 — O Ministério Público, as demais pessoas e entidades Artigo 77.º-B
defensoras dos interesses referidos no n.º 2 do artigo 9.º, os Prazos
presidentes de órgãos colegiais, em relação a normas omi-
tidas pelos respetivos órgãos, e quem alegue um prejuízo 1 — A invalidade dos contratos com objeto passível
diretamente resultante da situação de omissão podem pedir de ato administrativo pode ser arguida dentro dos prazos
ao tribunal administrativo competente que aprecie e veri- previstos para o ato com o mesmo objeto e idêntica regu-
fique a existência de situações de ilegalidade por omissão lamentação da situação concreta.
das normas cuja adoção, ao abrigo de disposições de direito 2 — A anulabilidade, total ou parcial, dos demais con-
administrativo, seja necessária para dar exequibilidade a tratos pode ser arguida no prazo de seis meses, contado
atos legislativos carentes de regulamentação. desde a data da celebração do contrato, em relação às
2 — Quando verifique a existência de uma situação de partes, ou do respetivo conhecimento, quanto a terceiros
ilegalidade por omissão, o tribunal condena a entidade e ao Ministério Público.
competente à emissão do regulamento em falta, fixando 3 — A anulação de quaisquer contratos por falta e vícios
prazo para que a omissão seja suprida. da vontade pode ser sempre pedida no prazo de seis meses,
contado desde a data da cessação do vício.
SECÇÃO IV
CAPÍTULO III
Ações relativas à validade e execução de contratos
Marcha do processo
Artigo 77.º-A
Legitimidade SECÇÃO I
1 — Os pedidos relativos à validade, total ou parcial, Articulados
de contratos podem ser deduzidos:
Artigo 78.º
a) Pelas partes na relação contratual;
b) Pelo Ministério Público; Requisitos da petição inicial
c) Por quem tenha sido prejudicado pelo facto de não 1 — A instância constitui-se com a propositura da ação
ter sido adotado o procedimento pré-contratual legalmente e esta considera-se proposta logo que a petição inicial seja
exigido; recebida na secretaria do tribunal ao qual é dirigida.
d) Por quem tenha impugnado um ato administrativo 2 — Na petição inicial, deduzida por forma articulada,
relativo ao respetivo procedimento e alegue que a invali- deve o autor:
dade decorre das ilegalidades cometidas no âmbito desse
procedimento; a) Designar o tribunal em que a ação é proposta;
e) Por quem, tendo participado no procedimento que b) Identificar as partes, incluindo eventuais contrainte-
precedeu a celebração do contrato, alegue que o clausulado ressados, indicando os seus nomes, domicílios ou sedes e,
não corresponde aos termos da adjudicação; sempre que possível, não se tratando de entidades públicas,
f) Por quem alegue que o clausulado do contrato não números de identificação civil, de identificação fiscal ou
corresponde aos termos inicialmente estabelecidos e que de pessoa coletiva, profissões e locais de trabalho;
justificadamente o tinham levado a não participar no proce- c) Indicar o domicílio profissional do mandatário judicial;
8588-(66) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
5 — Nos processos em que haja contrainteressados 4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 6 do artigo 84.º, a
em número superior a 10, o juiz, sem prejuízo de outros falta de impugnação especificada nas ações relativas a atos
meios de publicitação, pode promover a respetiva citação administrativos e normas não importa confissão dos factos
mediante a publicação de anúncio, com a advertência de articulados pelo autor, mas o tribunal aprecia livremente
que os interessados dispõem do prazo de 15 dias para se essa conduta para efeitos probatórios.
constituírem como contrainteressados no processo. 5 — Depois da contestação só podem ser deduzidas as
6 — Quando esteja em causa a impugnação de um ato exceções, incidentes e meios de defesa que sejam super-
administrativo que tenha sido publicado, a publicação venientes, ou que a lei expressamente admita passado esse
do anúncio mencionado no número anterior faz-se, sem momento, ou de que se deva conhecer oficiosamente.
prejuízo de outros meios de publicitação, pelo meio e no 6 — É aplicável à contestação, com as necessárias adap-
local utilizados para dar publicidade ao ato impugnado, e, tações, o disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 79.º, sendo, quanto
se o ato não tiver sido objeto de publicação, o anúncio é ao mais, aplicável o disposto na lei processual civil sobre a
publicado em dois jornais diários de circulação nacional apresentação do documento comprovativo do pagamento
ou local, dependendo do âmbito da matéria em causa. da taxa de justiça.
7 — Na hipótese prevista no n.º 5, os contrainteressa- 7 — Quando a contestação seja subscrita por licenciado
dos que como tais se tenham constituído são citados para em Direito com funções de apoio jurídico, nos termos
contestarem no prazo previsto no artigo seguinte. do artigo 11.º, deve ser junta cópia do despacho que o
designou.
Artigo 82.º
Prazo da contestação e cominação
Artigo 83.º-A
Reconvenção
1 — Os demandados podem contestar no prazo de 30 dias
a contar da citação, começando o prazo a correr desde o 1 — Quando na contestação seja deduzida reconvenção,
termo da dilação, quando a esta houver lugar. esta deve ser expressamente identificada e deduzida em
2 — Quando, por erro cometido na petição inicial, na separado do restante articulado, e conter:
hipótese prevista no n.º 3 do artigo 78.º, seja citado um
a) Exposição dos factos essenciais que constituem a
órgão diferente daquele que praticou ou devia ter emitido
a norma ou o ato administrativo, o órgão citado deve dar causa de pedir e das razões de direito que servem de fun-
imediato conhecimento àquele que o deveria ter sido, bene- damento à reconvenção;
ficiando, nesse caso, a entidade demandada de um prazo b) Formulação do pedido;
suplementar de 15 dias para apresentar a contestação e c) Declaração do valor da reconvenção.
enviar o processo administrativo, quando exista.
3 — Se a um contrainteressado não tiver sido facultada, 2 — Se na contestação não for declarado o valor da
em tempo útil, a consulta ao processo administrativo, ele reconvenção, a contestação não deixa de ser recebida, mas
pode dar conhecimento disso ao juiz do processo, podendo, o reconvinte é convidado a indicar o valor, sob pena de a
nesse caso, apresentar a contestação no prazo de 15 dias, reconvenção não ser atendida.
contado desde o momento em que venha a ser notificado 3 — Quando o prosseguimento da reconvenção esteja
de que o processo administrativo foi junto aos autos. dependente de qualquer ato a praticar pelo reconvinte, o
4 — Mediante pedido devidamente fundamentado, é reconvindo é absolvido da instância se, no prazo fixado,
concedida ao Ministério Público prorrogação de prazo, tal ato não se mostrar realizado.
não superior a 30 dias, quando careça de informações que
não possa obter dentro dele ou quando tenha de aguardar SECÇÃO II
resposta a consulta feita a instância superior.
Trâmites subsequentes
5 — [Revogado].
Artigo 84.º
Artigo 83.º
Envio do processo administrativo
Conteúdo e instrução da contestação
1 — Com a contestação, ou dentro do respetivo prazo,
1 — Na contestação, deduzida por forma articulada, os
a entidade demandada é obrigada a proceder, preferen-
demandados devem:
cialmente por via eletrónica, ao envio do processo admi-
a) Individualizar a ação; nistrativo, quando exista, assim como todos os demais
b) Expor as razões de facto e de direito por que se opõem documentos respeitantes à matéria do processo de que seja
à pretensão do autor; detentora, sendo que o sistema informático dos Tribunais
c) Expor os factos essenciais em que se baseiam as Administrativos e Fiscais deve garantir a apensação dos
exceções deduzidas, especificando-as separadamente. mesmos aos autos.
2 — Quando por razões técnicas ou por outros motivos
2 — No final da contestação, os demandados devem justificados não for possível o envio eletrónico, nos termos
apresentar o rol de testemunhas, juntar documentos e re- do número anterior, a entidade demandada deve remeter
querer outros meios de prova. ao Tribunal os originais do processo administrativo e dos
3 — Toda a defesa deve ser deduzida na contestação, demais documentos, que são apensados aos autos.
excetuados os incidentes que a lei mande deduzir em sepa- 3 — Quando o processo administrativo se encontre já
rado, devendo os demandados nela tomar posição definida apensado a outros autos, a entidade demandada deve dar
perante os factos que constituem a causa de pedir invocada conhecimento do facto ao tribunal, indicando a que autos
pelo autor. se refere.
8588-(68) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
2 — O juiz convida as partes a suprir as irregularida- g) Programar, após audição dos mandatários, os atos a
des dos articulados, fixando prazo para o suprimento ou realizar na audiência final, estabelecer o número de sessões
correção do vício, designadamente quando careçam de e a sua duração, e designar as respetivas datas.
requisitos legais ou a parte não haja apresentado documento
essencial ou de que a lei faça depender o prosseguimento 2 — Para efeitos do disposto na alínea e) do número
da causa. anterior, o juiz pode determinar a adoção da tramitação
3 — Incumbe ainda ao juiz convidar as partes ao supri- processual adequada às especificidades da causa e adaptar
mento das insuficiências ou imprecisões na exposição ou o conteúdo e a forma dos atos processuais ao fim que visam
concretização da matéria de facto alegada, fixando prazo atingir, assegurando um processo equitativo.
para a apresentação de articulado em que se complete ou 3 — O despacho que marque a audiência prévia indica
corrija o inicialmente produzido. o seu objeto e finalidade, mas não constitui caso julgado
4 — Os factos objeto de esclarecimento, aditamento sobre a possibilidade de apreciação imediata do mérito
ou correção ficam sujeitos às regras gerais sobre contra- da causa.
ditoriedade e prova. 4 — Não constitui motivo de adiamento a falta das
5 — As alterações à matéria de facto alegada não podem partes ou dos seus mandatários.
implicar convolação do objeto do processo para relação 5 — A audiência prévia é, sempre que possível, gravada,
jurídica diversa da controvertida, devendo conformar-se aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto
com os limites traçados pelo pedido e pela causa de pedir, sobre a matéria na lei processual civil.
se forem introduzidas pelo autor, e pelos limites impostos 6 — Os requerimentos probatórios podem ser alterados
pelo artigo 83.º, quando o sejam pelo demandado. na audiência prévia.
6 — Não cabe recurso do despacho de convite ao supri-
mento de irregularidades, insuficiências ou imprecisões Artigo 87.º-B
dos articulados. Não realização da audiência prévia
7 — A falta de suprimento de exceções dilatórias ou de
correção, dentro do prazo estabelecido, das deficiências ou 1 — A audiência prévia não se realiza quando seja claro
irregularidades da petição inicial determina a absolvição que o processo deve findar no despacho saneador pela
da instância. procedência de exceção dilatória.
8 — A absolvição da instância sem prévia emissão de 2 — Nas ações que hajam de prosseguir, o juiz pode
despacho pré-saneador, em casos em que podia haver lugar dispensar a realização da audiência prévia quando esta se
ao suprimento de exceções dilatórias ou de irregularida- destine apenas aos fins previstos nas alíneas d), e) e f) do
des, não impede o autor de, no prazo de 15 dias, contado n.º 1 do artigo anterior, proferindo, nesse caso, despacho
da notificação da decisão, apresentar nova petição, com para os fins indicados, nos 20 dias subsequentes ao termo
observância das prescrições em falta, a qual se considera dos articulados.
apresentada na data em que o tinha sido a primeira, para 3 — Notificadas as partes, se alguma delas pretender
efeitos da tempestividade da sua apresentação. reclamar dos despachos proferidos para os fins previstos
9 — Em tudo o que não esteja expressamente regulado nas alíneas e), f) e g) do n.º 1 do artigo anterior, pode
neste artigo, aplica-se, com as necessárias adaptações, o requerer, em 10 dias, a realização de audiência prévia,
disposto no Código de Processo Civil em matéria de des- que, neste caso, deve realizar-se num dos 20 dias seguintes
pacho pré-saneador e de gestão inicial do processo. e destinar-se a apreciar as questões suscitadas e, acesso-
riamente, a fazer uso do disposto na alínea c) do n.º 1 do
Artigo 87.º-A artigo anterior, podendo haver alteração dos requerimentos
probatórios.
Audiência prévia
1 — Concluídas as diligências resultantes do preceituado Artigo 87.º-C
no artigo anterior, se a elas houver lugar, e sem prejuízo do Tentativa de conciliação e mediação
disposto no artigo seguinte, é convocada audiência prévia,
a realizar num dos 30 dias subsequentes, destinada a algum 1 — Quando a causa couber no âmbito dos poderes de
ou alguns dos fins seguintes: disposição das partes, pode ter lugar, em qualquer estado
do processo, tentativa de conciliação ou mediação, desde
a) Realizar tentativa de conciliação, nos termos do ar- que as partes conjuntamente o requeiram ou o juiz a con-
tigo 87.º-C; sidere oportuna, mas as partes não podem ser convocadas
b) Facultar às partes a discussão de facto e de direito, exclusivamente para esse fim mais do que uma vez.
quando o juiz tencione conhecer imediatamente, no todo 2 — Para o efeito do disposto no número anterior, as
ou em parte, do mérito da causa; partes são notificadas para comparecer pessoalmente ou se
c) Discutir as posições das partes, com vista à delimi- fazerem representar por mandatário judicial com poderes
tação dos termos do litígio, e suprir as insuficiências ou especiais.
imprecisões na exposição da matéria de facto que ainda 3 — A tentativa de conciliação é presidida pelo juiz,
subsistam ou se tornem patentes na sequência do debate; devendo este empenhar-se ativamente na obtenção da solu-
d) Proferir despacho saneador, nos termos do n.º 1 do ção mais adequada aos termos do litígio.
artigo 88.º; 4 — Frustrando-se, total ou parcialmente, a conciliação,
e) Determinar, após debate, a adequação formal, a sim- ficam consignadas em ata as concretas soluções sugeridas
plificação ou a agilização do processo; pelo juiz, bem como os fundamentos que, no entendimento
f) Proferir, após debate, despacho destinado a identificar das partes, justificam a persistência do litígio.
o objeto do litígio e enunciar os temas da prova, e decidir 5 — A mediação processa-se nos termos definidos em
as reclamações deduzidas pelas partes; diploma próprio.
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Artigo 95.º sessão seguinte e aí datada e assinada pelos juízes que nela
Objeto e limites da decisão
tenham intervindo, se estiverem presentes.
Artigo 104.º
Artigo 103.º-A Objeto
Efeito suspensivo automático 1 — Quando não seja dada integral satisfação a pedidos
formulados no exercício do direito à informação proce-
1 — A impugnação de atos de adjudicação no âmbito
dimental ou do direito de acesso aos arquivos e registos
do contencioso pré-contratual urgente faz suspender auto- administrativos, o interessado pode requerer a correspon-
maticamente os efeitos do ato impugnado ou a execução dente intimação, nos termos e com os efeitos previstos na
do contrato, se este já tiver sido celebrado. presente secção.
2 — No caso previsto no número anterior, a entidade 2 — O pedido de intimação é igualmente aplicável nas
demandada e os contrainteressados podem requerer ao situações previstas no n.º 2 do artigo 60.º e pode ser uti-
juiz o levantamento do efeito suspensivo, alegando que o lizado pelo Ministério Público para o efeito do exercício
diferimento da execução do ato seria gravemente prejudi- da ação pública.
cial para o interesse público ou gerador de consequências
Artigo 105.º
lesivas claramente desproporcionadas para outros interes-
ses envolvidos, havendo lugar, na decisão, à aplicação do Pressupostos
critério previsto no n.º 2 do artigo 120.º 1 — A intimação deve ser requerida contra a pessoa
3 — No caso previsto no número anterior, o demandante coletiva de direito público, o ministério ou a secretaria
dispõe do prazo de sete dias para responder, findo o que o regional cujos órgãos sejam competentes para facultar a
juiz decide no prazo máximo de 10 dias, contado da data informação ou a consulta, ou passar a certidão.
da última pronúncia apresentada ou do termo do prazo 2 — Quando o interessado faça valer o direito à infor-
para a sua apresentação. mação procedimental ou o direito de acesso aos arquivos
4 — O efeito suspensivo é levantado quando, ponde- e registos administrativos, a intimação deve ser requerida
no prazo de 20 dias, a contar da verificação de qualquer
rados os interesses suscetíveis de serem lesados, os danos
dos seguintes factos:
que resultariam da manutenção do efeito suspensivo se
mostrem superiores aos que podem resultar do seu levan- a) Decurso do prazo legalmente estabelecido, sem que
tamento. a entidade requerida satisfaça o pedido que lhe foi diri-
gido;
Artigo 103.º-B b) Indeferimento do pedido;
c) Satisfação parcial do pedido.
Adoção de medidas provisórias
Artigo 106.º
1 — Nos processos que não tenham por objeto a im-
pugnação de atos de adjudicação, pode ser requerida ao Efeito interruptivo do prazo de impugnação
juiz a adoção de medidas provisórias, dirigidas a prevenir 1 — O efeito interruptivo do prazo de impugnação que
o risco de, no momento em que a sentença venha a ser decorre da apresentação dos pedidos de informação, con-
produzida, se ter constituído uma situação de facto con- sulta de documentos ou passagem de certidão, quando
sumado ou já não ser possível retomar o procedimento efetuados ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 60.º,
pré-contratual para determinar quem nele seria escolhido mantém-se se o interessado requerer a intimação judicial
como adjudicatário. e cessa com:
2 — No caso previsto no número anterior, o pedido a) O cumprimento da decisão que defira o pedido de in-
da adoção de medidas provisórias é tramitado como um timação ou com o trânsito em julgado da que o indefira;
incidente, que corre termos nos autos do próprio processo b) O trânsito em julgado da decisão que extinga a ins-
declarativo, devendo a respetiva tramitação ser determi- tância por satisfação do requerido na pendência do pedido
nada, no respeito pelo contraditório, em função da com- de intimação.
plexidade e urgência do caso.
2 — Não se verifica o efeito interruptivo quando o
3 — Nas situações previstas nos números anteriores, a tribunal competente para conhecer do meio contencioso
medida provisória é recusada quando os danos que resulta- que venha a ser utilizado pelo requerente considere que o
riam da sua adoção se mostrem superiores aos que podem pedido constituiu expediente manifestamente dilatório ou
resultar da sua não adoção, sem que tal lesão possa ser foi injustificado, por ser claramente desnecessário para per-
evitada ou atenuada pela adoção de outras medidas. mitir o uso dos meios administrativos ou contenciosos.
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dade requerida a remeter, também no prazo de dois dias, 5 — Se a providência cautelar for requerida como inci-
a certidão pedida, fixando sanção pecuniária compulsória, dente em processo já intentado e a entidade requerida e
segundo o disposto no artigo 169.º os contrainteressados já tiverem sido citados no processo
5 — O incumprimento pela entidade demandada da principal, são chamados por mera notificação.
intimação referida no número anterior sem justificação 6 — Qualquer interessado que não tenha recebido a
adequada é constitutivo de responsabilidade, nos termos citação só pode intervir no processo até à conclusão ao
previstos no artigo 159.º juiz ou relator para decisão.
recusa, sem que possam ser evitados ou atenuados pela três meses por negligência sua em promover os respetivos
adoção de outras providências. termos ou de algum incidente de que dependa o andamento
3 — As providências cautelares a adotar devem limitar- do processo;
-se ao necessário para evitar a lesão dos interesses defendi- c) Se esse processo findar por extinção da instância e o
dos pelo requerente, devendo o tribunal, ouvidas as partes, requerente não intentar novo processo, nos casos em que
adotar outra ou outras providências, em cumulação ou em a lei o permita, dentro do prazo fixado para o efeito;
substituição daquela ou daquelas que tenham sido concreta- d) Se se extinguir o direito ou interesse a cuja tutela a
mente requeridas, quando tal se revele adequado a evitar a providência se destina;
lesão desses interesses e seja menos gravoso para os demais e) Se se verificar o trânsito em julgado da decisão que
interesses públicos ou privados, em presença. ponha termo ao processo principal, no caso de ser desfa-
4 — Se os potenciais prejuízos para os interesses, vorável ao requerente;
públicos ou privados, em conflito com os do requerente f) Se ocorrer termo final ou se preencher condição reso-
forem integralmente reparáveis mediante indemnização lutiva a que a providência cautelar estivesse sujeita;
pecuniária, o tribunal pode, para efeitos do disposto no g) [Revogada].
número anterior, impor ao requerente a prestação de garan-
tia por uma das formas previstas na lei tributária. 2 — Quando a tutela dos interesses a que a providência
5 — Na falta de contestação da autoridade requerida cautelar se destina seja assegurada por via contenciosa não
ou da alegação de que a adoção das providências cautela- sujeita a prazo, o requerente deve, para efeitos da alínea a)
res pedidas prejudica o interesse público, o tribunal julga do número anterior, usar essa via no prazo de 90 dias,
verificada a inexistência de tal lesão, salvo quando esta contado desde o trânsito em julgado da decisão.
seja manifesta ou ostensiva. 3 — A extinção do processo cautelar ou a caducidade da
6 — Quando no processo principal esteja apenas em providência é reconhecida pelo tribunal, oficiosamente ou
causa o pagamento da quantia certa, sem natureza san- a pedido fundamentado de qualquer interessado, mediante
cionatória, as providências cautelares são adotadas, inde- prévia audição das partes.
pendentemente da verificação dos requisitos previstos no 4 — Apresentado o requerimento, o juiz ordena a noti-
n.º 1, se tiver sido prestada garantia por uma das formas ficação do requerente da providência para responder no
previstas na lei tributária. prazo de sete dias.
5 — Concluídas as diligências que se mostrem necessá-
Artigo 121.º rias, o juiz decide sobre o pedido no prazo de cinco dias.
Decisão da causa principal
Artigo 124.º
1 — Quando, existindo processo principal já intentado,
se verifique que foram trazidos ao processo cautelar todos Alteração e revogação das providências
os elementos necessários para o efeito e a simplicidade do 1 — A decisão de adotar ou recusar a adoção de provi-
caso ou a urgência na sua resolução definitiva o justifique, dências cautelares, desde que transitada em julgado, pode
o tribunal pode, ouvidas as partes pelo prazo de 10 dias, ser revogada ou alterada, oficiosamente ou mediante reque-
antecipar o juízo sobre a causa principal, proferindo deci- rimento, com fundamento em alteração dos pressupostos
são que constituirá a decisão final desse processo. de facto e de direito inicialmente existentes.
2 — O recurso da decisão final do processo principal, 2 — À situação prevista no número anterior é aplicável,
proferida nos termos do número anterior, tem efeito mera- com as devidas adaptações, o preceituado nos n.os 3 a 5 do
mente devolutivo. artigo anterior.
3 — É, designadamente, relevante, para os efeitos do
Artigo 122.º disposto no n.º 1, a eventual improcedência da causa prin-
Efeitos da decisão cipal, decidida por sentença de que tenha sido interposto
recurso com efeito suspensivo.
1 — A decisão sobre a adoção de providências caute-
lares determina a notificação com urgência às partes para Artigo 125.º
cumprimento imediato e, quando seja caso disso, às demais
pessoas e entidades que lhe devam dar cumprimento. Notificação e publicação
2 — As providências cautelares podem ser sujeitas a 1 — A alteração e a revogação das providências cau-
termo ou condição. telares, bem como a declaração da respetiva caducidade,
3 — Na falta de determinação em contrário, as provi- são imediatamente notificadas ao requerente, à entidade
dências cautelares subsistem até caducarem ou até que seja requerida e aos contrainteressados.
proferida decisão sobre a sua alteração ou revogação. 2 — A adoção de providências cautelares que se refiram
à vigência de normas ou à eficácia de atos administrativos
Artigo 123.º que afetem uma pluralidade de pessoas é publicada nos
Caducidade das providências termos previstos para as decisões finais de provimento dos
respetivos processos impugnatórios.
1 — Os processos cautelares extinguem-se e, quando
decretadas, as providências cautelares caducam:
Artigo 126.º
a) Se o requerente não fizer uso, no respetivo prazo, do Utilização abusiva da providência cautelar
meio contencioso adequado à tutela dos interesses a que o
pedido de adoção de providência cautelar se destinou; 1 — Sem prejuízo da possibilidade de aplicação pelo juiz
b) Se, tendo o requerente feito uso desses meios, o da taxa sancionatória excecional, prevista no artigo 531.º
correspondente processo estiver parado durante mais de do Código de Processo Civil, o requerente responde pelos
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(79)
danos que, com dolo ou negligência grosseira, tenha cau- Artigo 129.º
sado ao requerido e aos contrainteressados. Suspensão da eficácia do ato já executado
2 — Quando as providências cessem por causa diferente
da execução de decisão do processo principal favorável A execução de um ato não obsta à suspensão da sua
ao requerente, a Administração ou os terceiros lesados eficácia quando desta possa advir, para o requerente ou
pela sua adoção podem solicitar a indemnização que lhes para os interesses que este defenda ou venha a defender,
seja devida ao abrigo do disposto no número anterior, no no processo principal, utilidade relevante no que toca aos
prazo de um ano a contar da notificação prevista no n.º 1 efeitos que o ato ainda produza ou venha a produzir.
do artigo anterior.
3 — Decorrido o prazo referido no número anterior sem
que tenha sido pedida qualquer indemnização, é autorizado Artigo 130.º
o levantamento da garantia, quando exista. Suspensão da eficácia de normas
1 — O interessado na declaração da ilegalidade de
Artigo 127.º
norma emitida ao abrigo de disposições de direito admi-
Garantia da providência nistrativo cujos efeitos se produzam imediatamente, sem
1 — A execução da decisão cautelar corre termos nos dependência de um ato administrativo ou jurisdicional de
próprios autos do processo cautelar, sob as formas previs- aplicação, pode requerer a suspensão da eficácia dessa
tas neste Código para os processos executivos, ou sob as norma, com efeitos circunscritos ao seu caso.
formas previstas na lei processual civil, quando se trate 2 — O Ministério Público e as pessoas e entidades refe-
de uma execução contra particulares, sendo-lhe aplicável ridas no n.º 2 do artigo 9.º podem pedir a suspensão, com
o regime dos processos urgentes. força obrigatória geral, dos efeitos de qualquer norma em
2 — Quando a providência decretada exija da Admi- relação à qual tenham deduzido ou se proponham deduzir
nistração a adoção de providências infungíveis, de con- pedido de declaração de ilegalidade com força obrigatória
teúdo positivo ou negativo, o tribunal pode condenar de geral.
imediato o titular do órgão competente ao pagamento da 3 — [Revogado].
sanção pecuniária compulsória que se mostre adequada a 4 — Aos casos previstos no presente artigo aplica-se,
assegurar a efetividade da providência decretada, sendo, com as adaptações que forem necessárias, o disposto no
para o efeito, aplicável o disposto no artigo 169.º capítulo I e nos dois artigos precedentes.
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, os
órgãos ou agentes que infrinjam a providência cautelar Artigo 131.º
decretada ficam sujeitos à responsabilidade prevista no
Decretamento provisório da providência
artigo 159.º
1 — Quando reconheça a existência de uma situação
de especial urgência, passível de dar causa a uma situação
CAPÍTULO II de facto consumado na pendência do processo, o juiz, no
Disposições particulares despacho liminar, pode, a pedido do requerente ou a título
oficioso, decretar provisoriamente a providência requerida
Artigo 128.º ou aquela que julgue mais adequada, sem mais considera-
ções, no prazo de 48 horas, seguindo o processo cautelar
Proibição de executar o ato administrativo
os subsequentes termos dos artigos 117.º e seguintes.
1 — Quando seja requerida a suspensão da eficácia 2 — O decretamento provisório também pode ter lugar
de um ato administrativo, a autoridade administrativa, durante a pendência do processo cautelar, com fundamento
recebido o duplicado do requerimento, não pode iniciar em alteração superveniente dos pressupostos de facto ou
ou prosseguir a execução, salvo se, mediante resolução de direito.
fundamentada, reconhecer, no prazo de 15 dias, que o 3 — Quando as circunstâncias imponham que o decre-
diferimento da execução seria gravemente prejudicial para tamento provisório seja precedido da audição do requerido,
o interesse público. esta pode ser realizada por qualquer meio de comunicação
2 — Sem prejuízo do previsto na parte final do número que se revele adequado.
anterior, deve a autoridade que receba o duplicado impedir, 4 — O decretamento provisório não é passível de
com urgência, que os serviços competentes ou os interes- impugnação.
sados procedam ou continuem a proceder à execução do 5 — O decretamento provisório é notificado de ime-
ato. diato às pessoas e entidades que o devam cumprir, sendo
3 — Considera-se indevida a execução quando falte a aplicável, em caso de incumprimento, o disposto nos n.os 4
resolução prevista no n.º 1 ou o tribunal julgue improce- a 6 do artigo 128.º, com as adaptações que se mostrem
dentes as razões em que aquela se fundamenta. necessárias.
4 — O interessado pode requerer ao tribunal onde penda 6 — Mediante requerimento devidamente fundamen-
o processo de suspensão da eficácia, até ao trânsito em tado, os requeridos, durante a pendência do processo cau-
julgado da sua decisão, a declaração de ineficácia dos atos telar, podem solicitar o levantamento ou a alteração da pro-
de execução indevida. vidência provisoriamente decretada, sendo o requerimento
5 — O incidente é processado nos autos do processo de decidido por aplicação do n.º 2 do artigo 120.º, depois de
suspensão da eficácia. ouvido o requerente pelo prazo de cinco dias e de produzida
6 — Requerida a declaração de ineficácia dos atos de a prova que o juiz considere necessária.
execução indevida, o juiz ou relator ouve os interessados 7 — As decisões proferidas ao abrigo do número ante-
no prazo de cinco dias, tomando de imediato a decisão. rior são passíveis de impugnação nos termos gerais.
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pode determinar a adoção de providências adequadas a 2 — No caso de o Ministério Público exercer a facul-
evitar ou minorar esses danos e impor a prestação, pelo dade que lhe é conferida no número anterior, as partes são
interessado, de garantia destinada a responder pelos mes- notificadas para responder no prazo de 10 dias.
mos. 3 — Cumpridos os trâmites previstos nos números ante-
5 — A atribuição de efeito meramente devolutivo ao riores, os autos são conclusos ao relator, que ordena a
recurso é recusada quando os danos que dela resultariam notificação do recorrente para se pronunciar, no prazo de
se mostrem superiores àqueles que podem resultar da sua 10 dias, sobre as questões prévias de conhecimento oficioso
não atribuição, sem que a lesão possa ser evitada ou ate- ou que tenham sido suscitadas pelos recorridos.
nuada pela adoção de providências adequadas a evitar ou 4 — Quando o recorrente, na alegação de recurso contra
minorar esses danos. sentença proferida em processo impugnatório, se tenha
limitado a reafirmar os vícios imputados ao ato impugnado,
Artigo 144.º sem formular conclusões ou sem que delas seja possível
Interposição de recurso e alegações deduzir quais os concretos aspetos de facto que considera
incorretamente julgados ou as normas jurídicas que consi-
1 — O prazo para a interposição de recurso é de 30 dias
dera terem sido violadas pelo tribunal recorrido, o relator
e conta-se a partir da notificação da decisão recorrida.
deve convidá-lo a apresentar, completar ou esclarecer as
2 — O recurso é interposto mediante requerimento diri-
gido ao tribunal que proferiu a decisão, que inclui ou junta conclusões formuladas, no prazo de 10 dias, sob pena de
a respetiva alegação e no qual são enunciados os vícios não se conhecer do recurso na parte afetada.
imputados à decisão e formuladas conclusões. 5 — No caso previsto no número anterior, a parte con-
3 — Recebido o requerimento, a secretaria promove trária é notificada da apresentação de aditamento ou escla-
oficiosamente a notificação do recorrido ou recorridos recimento pelo recorrente, podendo responder no prazo
para alegarem no prazo de 30 dias. de 10 dias.
4 — Se o recurso tiver por objeto a reapreciação da
prova gravada, ao prazo de interposição e de resposta Artigo 147.º
acrescem 10 dias. Processos urgentes
2 — A inexecução também constitui crime de desobe- em seu favor, sendo aplicáveis, com as devidas adaptações,
diência qualificada, sem prejuízo de outro procedimento os trâmites previstos no presente título para a execução das
especialmente fixado na lei, quando, tendo a Administra- sentenças de anulação de atos administrativos.
ção sido notificada para o efeito, o órgão administrativo 5 — A extensão dos efeitos da sentença, no caso de
competente: existirem contrainteressados que não tenham tomado parte
no processo em que ela foi proferida, só pode ser requerida
a) Manifeste a inequívoca intenção de não dar execução
à sentença, sem invocar a existência de causa legítima de se o interessado tiver lançado mão, no momento próprio,
inexecução; da via judicial adequada, encontrando-se pendente o cor-
b) Não proceda à execução nos termos que a sentença respondente processo.
tinha estabelecido ou que o tribunal venha a definir no 6 — Quando, na pendência de processo impugnatório, o
âmbito do processo de execução. ato impugnado seja anulado por sentença proferida noutro
processo, pode o autor fazer uso do disposto nos n.os 3 e
Artigo 160.º 4 do presente artigo para obter a execução da sentença de
anulação.
Eficácia da sentença
1 — Os prazos dentro dos quais se impõe à Adminis- CAPÍTULO II
tração a execução das sentenças proferidas pelos tribunais Execução para prestação de factos ou de coisas
administrativos correm a partir do respetivo trânsito em
julgado. Artigo 162.º
2 — Quando a sentença tenha sido objeto de recurso
a que tenha sido atribuído efeito meramente devolutivo, Execução espontânea por parte da Administração
os prazos correm com a notificação à Administração da 1 — Se outro prazo não for por elas próprias fixado, as
decisão mediante a qual o tribunal tenha atribuído efeito sentenças dos tribunais administrativos que condenem a
meramente devolutivo ao recurso. Administração à prestação de factos ou à entrega de coisas
devem ser espontaneamente executadas pela própria Admi-
Artigo 161.º nistração, no máximo, no prazo procedimental de 90 dias,
Extensão dos efeitos da sentença salvo ocorrência de causa legítima de inexecução, segundo
o disposto no artigo seguinte.
1 — Os efeitos de uma sentença transitada em julgado 2 — Extinto o órgão ao qual competiria dar execução
que tenha anulado ou declarado nulo um ato administrativo à sentença ou tendo-lhe sido retirada a competência na
desfavorável, ou reconhecido a titularidade de uma situa- matéria, o dever recai sobre o órgão que lhe tenha suce-
ção jurídica favorável a uma ou várias pessoas, podem ser dido ou sobre aquele ao qual tenha sido atribuída aquela
estendidos a outras pessoas que, quer tenham recorrido ou competência.
não à via contenciosa, tenham sido objeto de ato adminis-
trativo com idêntico conteúdo ou se encontrem colocadas Artigo 163.º
na mesma situação jurídica, desde que, quanto a estas, não
exista sentença transitada em julgado. Causas legítimas de inexecução
2 — O disposto no número anterior vale apenas para 1 — Só constituem causa legítima de inexecução a
situações em que existam vários casos perfeitamente idên- impossibilidade absoluta e o excecional prejuízo para o
ticos, nomeadamente no domínio do emprego público interesse público na execução da sentença.
e em matéria de concursos, e só quando se preencham 2 — A causa legítima de inexecução pode respeitar a
cumulativamente os seguintes pressupostos: toda a decisão ou a parte dela.
a) Terem sido proferidas por tribunais superiores, no 3 — A invocação de causa legítima de inexecução deve
mesmo sentido, cinco sentenças transitadas em julgado ou, ser fundamentada e notificada ao interessado, com os res-
existindo situações de processos em massa, nesse sentido petivos fundamentos, dentro do prazo estabelecido no n.º 1
terem sido decididos em três casos, por sentença transitada do artigo anterior, e só pode reportar-se a circunstâncias
em julgado, os processos selecionados segundo o disposto supervenientes ou que a Administração não estivesse em
no artigo 48.º; condições de invocar no momento oportuno do processo
b) Não ter sido proferido número superior de sentenças, declarativo.
também transitadas em julgado, em sentido contrário ao das
sentenças referidas na alínea anterior, nem serem as referi- Artigo 164.º
das sentenças contrárias a doutrina assente pelo Supremo Petição de execução
Tribunal Administrativo em recurso para uniformização
de jurisprudência. 1 — Quando a Administração não dê execução es-
pontânea à sentença no prazo estabelecido no n.º 1 do
3 — Para o efeito do disposto no n.º 1, o interessado artigo 162.º, o interessado e o Ministério Público, quando
deve apresentar, no prazo de um ano, contado desde a tenha sido autor no processo ou estejam em causa os valo-
data em que a sentença foi proferida, um requerimento res referidos no n.º 2 do artigo 9.º, podem pedir a respetiva
dirigido à entidade pública que, nesse processo, tenha execução ao tribunal que tenha proferido a sentença em
sido demandada. primeiro grau de jurisdição.
4 — Indeferida a pretensão ou decorridos três meses 2 — Caso outra solução não resulte de lei especial, a
sem decisão da Administração, o interessado pode requerer, petição de execução, que é autuada por apenso aos autos em
no prazo de dois meses, ao tribunal que tenha proferido a que foi proferida a decisão exequenda, deve ser apresentada
sentença, a extensão dos respetivos efeitos e a sua execução no prazo de um ano, contado desde o termo do prazo do
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n.º 1 do artigo 162.º ou da notificação da invocação de no prazo de 20 dias, acordarem no montante da indemni-
causa legítima de inexecução. zação devida pelo facto da inexecução, podendo o prazo
3 — Na petição, o exequente pode pedir a declaração ser prorrogado se for previsível que o acordo se possa vir
de nulidade dos atos desconformes com a sentença, bem a concretizar em momento próximo.
como a anulação daqueles que mantenham, sem funda- 2 — Na falta de acordo, o tribunal ordena as diligências
mento válido, a situação ilegal. instrutórias que considere necessárias, findo o que se segue
4 — Na petição, o exequente deve especificar os atos e a abertura de vista simultânea aos juízes-adjuntos, caso se
operações em que entende que a execução deve consistir, trate de tribunal colegial, fixando o tribunal o montante da
podendo requerer, para além da indemnização moratória indemnização devida no prazo máximo de 20 dias.
a que tenha direito: 3 — Se a Administração não ordenar o pagamento
a) A entrega judicial da coisa devida; devido no prazo de 30 dias contado da data do acordo
b) A prestação do facto devido por outrem, se o facto ou da notificação da decisão judicial que tenha fixado a
for fungível; indemnização devida, seguem-se os termos do processo
c) Estando em causa a prática de ato administrativo executivo para pagamento de quantia certa.
legalmente devido de conteúdo vinculado, a emissão pelo
próprio tribunal de sentença que produza os efeitos do ato Artigo 167.º
ilegalmente omitido; Providências de execução
d) Estando em causa a prestação de facto infungível, a
fixação de um prazo limite, com imposição de uma sanção 1 — Quando, dentro do prazo concedido para a opo-
pecuniária compulsória aos titulares dos órgãos incumbidos sição, a Administração não dê execução à sentença nem
de executar a sentença. deduza oposição, ou a oposição deduzida venha a ser
julgada improcedente, o tribunal deve adotar as provi-
5 — Se a Administração tiver invocado a existência dências necessárias para efetivar a execução da sentença,
de causa legítima de inexecução, segundo o disposto no declarando nulos os atos desconformes com a sentença e
n.º 3 do artigo anterior, deve o exequente deduzir, se for anulando aqueles que mantenham, sem fundamento válido,
caso disso, as razões da sua discordância e juntar cópia da a situação ilegal.
notificação a que se refere aquele preceito. 2 — Quando o órgão competente para executar esteja
6 — No caso de concordar com a invocação da exis- sujeito a poderes hierárquicos ou de superintendência, o
tência de causa legítima de inexecução, o exequente pode tribunal manda notificar o titular dos referidos poderes para
requerer, no prazo estabelecido no n.º 2, a fixação da indem- dar execução à sentença em substituição desse órgão.
nização devida, segundo o disposto no artigo 166.º 3 — Em ordem à execução das suas sentenças, os tri-
bunais administrativos podem requerer a colaboração das
Artigo 165.º autoridades e agentes da entidade administrativa obrigada
bem como, quando necessário, de outras entidades admi-
Oposição à execução nistrativas.
1 — Apresentada a petição, é ordenada a notificação da 4 — Todas as entidades públicas estão obrigadas a pres-
entidade ou entidades obrigadas para, no prazo de 20 dias, tar a colaboração que, para o efeito do disposto no número
executarem a sentença ou deduzirem a oposição que te- anterior, lhes for requerida, sob pena de os responsáveis
nham, podendo o fundamento da oposição consistir na pela falta de colaboração poderem incorrer no crime de
invocação da existência de causa legítima de inexecução desobediência.
da sentença ou da circunstância de esta ter sido entretanto 5 — Dependendo do caso concreto, o tribunal pode
executada. proceder à entrega judicial da coisa devida ou determinar
2 — O recebimento da oposição suspende a execu- a prestação do facto devido por outrem, se o facto for
ção, sendo o exequente notificado para replicar no prazo fungível, sendo aplicáveis, com as necessárias adaptações,
de 10 dias. as disposições correspondentes do Código de Processo
3 — No caso de concordar com a oposição deduzida Civil.
pela Administração, o exequente pode, desde logo, pedir 6 — Estando em causa a prática de ato administrativo
a fixação da indemnização devida, seguindo-se os termos legalmente devido de conteúdo vinculado, o próprio tri-
prescritos no artigo seguinte. bunal emite sentença que produza os efeitos do ato ilegal-
4 — Junta a réplica do exequente ou expirado o respe- mente omitido.
tivo prazo sem que ele tenha manifestado a sua concordân-
cia com a oposição deduzida pela Administração, o tribunal Artigo 168.º
ordena as diligências instrutórias que considere necessá- Execução para prestação de facto infungível
rias, findo o que se segue a abertura de vista simultânea
aos juízes-adjuntos, caso se trate de tribunal colegial. 1 — Quando, dentro do prazo concedido para a oposi-
5 — A oposição é decidida no prazo máximo ção, a Administração não dê execução à sentença nem de-
de 20 dias. duza oposição, ou a oposição deduzida venha a ser julgada
improcedente, o tribunal, estando em causa a prestação
Artigo 166.º de um facto infungível, fixa, segundo critérios de razoa-
bilidade, um prazo limite para a realização da prestação
Indemnização por causa legítima de inexecução e, se não o tiver já feito na sentença condenatória, impõe
e conversão da execução
uma sanção pecuniária compulsória, segundo o disposto
1 — Quando o tribunal julgue procedente a oposição no artigo seguinte.
fundada na existência de causa legítima de inexecução, 2 — Quando tal não resulte já do próprio teor da sen-
ordena a notificação da Administração e do exequente para, tença exequenda, o tribunal especifica ainda, no respeito
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pelos espaços de valoração próprios do exercício da função sado do prazo de um ano para pedir a respetiva execução
administrativa, o conteúdo dos atos e operações que devem ao tribunal competente, podendo, para o efeito, solicitar:
ser adotados, identificando o órgão ou órgãos administra-
a) A compensação do seu crédito com eventuais dívidas
tivos responsáveis pela sua adoção.
que o onerem para com a mesma pessoa coletiva ou o
3 — Expirando o prazo a que se refere o n.º 1 sem que a
mesmo ministério;
Administração tenha cumprido, pode o exequente requerer
b) A execução do seu crédito, nos termos dos n.os 3 e
ao tribunal a fixação da indemnização que lhe é devida a
seguintes do artigo 172.º
título de responsabilidade civil pela inexecução ilícita da
sentença, seguindo-se os trâmites estabelecidos no n.º 2
Artigo 171.º
do artigo 166.º
Oposição à execução
Artigo 169.º 1 — Apresentada a petição, é ordenada a notificação
Sanção pecuniária compulsória da entidade obrigada para pagar, no prazo de 20 dias, ou
deduzir oposição fundada na invocação de facto superve-
1 — A imposição de sanção pecuniária compulsória con- niente, modificativo ou extintivo da obrigação.
siste na condenação dos titulares dos órgãos incumbidos 2 — O recebimento da oposição suspende a execução,
da execução, que para o efeito devem ser individualmente sendo o exequente notificado para responder no prazo
identificados, ao pagamento de uma quantia pecuniária por de 10 dias.
cada dia de atraso que, para além do prazo limite estabele- 3 — Junta a réplica do exequente ou expirado o respe-
cido, se possa vir a verificar na execução da sentença. tivo prazo sem que ele tenha manifestado a sua concordân-
2 — A sanção pecuniária compulsória prevista no n.º 1 cia com a oposição deduzida pela Administração, o tribunal
é fixada segundo critérios de razoabilidade, podendo o seu ordena as diligências instrutórias que considere necessá-
montante diário oscilar entre 5 % e 10 % do salário mínimo rias, findo o que se segue a abertura de vista simultânea
nacional mais elevado em vigor no momento. aos juízes adjuntos, caso se trate de tribunal colegial.
3 — Se o órgão ou algum dos órgãos obrigados for cole- 4 — A oposição é decidida no prazo de 20 dias.
gial, não são abrangidos pela sanção pecuniária compulsó- 5 — A inexistência de verba ou cabimento orçamental
ria os membros do órgão que votem a favor da execução que permita o pagamento imediato da quantia devida não
integral e imediata, nos termos judicialmente estabelecidos, constitui fundamento de oposição à execução, sem prejuízo
e que façam registar em ata esse voto, nem aqueles que, de poder ser causa de exclusão da ilicitude da inexecução
não estando presentes na votação, comuniquem por escrito espontânea da sentença, para os efeitos do disposto no
ao presidente a sua vontade de executar a sentença. artigo 159.º
4 — A sanção pecuniária compulsória cessa quando se 6 — Quando a situação de incumprimento se deva à ine-
mostre ter sido realizada a execução integral da sentença, xistência de verba ou cabimento orçamental que permita o
quando o exequente desista do pedido ou quando a exe- pagamento imediato da quantia devida, a entidade obrigada
cução já não possa ser realizada pelos destinatários da deve, dentro do prazo previsto no n.º 1, dar conhecimento
medida, por terem cessado ou sido suspensos do exercício da situação ao tribunal, que convida as partes a chegarem
das respetivas funções. a acordo, no prazo de 20 dias, quanto ao pagamento esca-
5 — A liquidação das importâncias devidas em conse- lonado da quantia em dívida.
quência da imposição de sanções pecuniárias compulsórias, 7 — Na ausência do acordo referido no número anterior,
nos termos deste artigo, é feita pelo tribunal, a cada período aplica-se o disposto nos n.os 3 a 9 do artigo 172.º
de três meses, e, a final, uma vez cessada a aplicação da
medida, podendo o exequente solicitar a liquidação. Artigo 172.º
6 — No âmbito da liquidação, o titular do órgão pode
deduzir oposição com fundamento na existência de causas Providências de execução
de justificação ou de desculpação da conduta. 1 — O tribunal dá provimento à pretensão executiva do
7 — As importâncias que resultem da aplicação de san- autor quando, dentro do prazo concedido para a oposição,
ção pecuniária compulsória constituem receita consignada a Administração não dê execução à sentença nem deduza
à dotação anual, inscrita à ordem do Conselho Superior oposição ou a eventual alegação da existência de factos
dos Tribunais Administrativos e Fiscais, a que se refere o supervenientes, modificativos ou extintivos da obrigação
n.º 3 do artigo 172.º venha a ser julgada improcedente.
2 — Quando tenha sido requerida a compensação de
CAPÍTULO III créditos entre exequente e Administração obrigada, a
compensação decretada pelo juiz funciona como título de
Execução para pagamento de quantia certa pagamento total ou parcial da dívida que o exequente tinha
para com a Administração, sendo oponível a eventuais
Artigo 170.º reclamações futuras do respetivo cumprimento.
Execução espontânea e petição de execução
3 — No Orçamento do Estado é anualmente inscrita
uma dotação à ordem do Conselho Superior dos Tribunais
1 — Se outro prazo não for por elas próprias fixado, as Administrativos e Fiscais, afeta ao pagamento de quantias
sentenças dos tribunais administrativos que condenem a devidas a título de cumprimento de decisões jurisdicionais,
Administração ao pagamento de quantia certa devem ser a qual corresponde, no mínimo, ao montante acumulado
espontaneamente executadas pela própria Administração, das condenações decretadas no ano anterior e respetivos
no máximo, no prazo procedimental de 30 dias. juros de mora.
2 — Caso a Administração não dê execução à sentença 4 — Quando não tenha sido requerida a compensação
no prazo estabelecido no número anterior, dispõe o interes- de créditos entre exequente e Administração obrigada, o
8588-(88) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
tribunal dá conhecimento da sentença e da situação de ine- a situação que existiria se o ato anulado não tivesse sido
xecução ao Conselho Superior dos Tribunais Administrati- praticado, bem como de dar cumprimento aos deveres
vos e Fiscais, ao qual cumpre emitir, no prazo de 30 dias, que não tenha cumprido com fundamento naquele ato,
a correspondente ordem de pagamento. por referência à situação jurídica e de facto existente no
5 — No caso de insuficiência de dotação, o Presidente momento em que deveria ter atuado.
do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, a
Fiscais oficia ao Presidente da Assembleia da República Administração pode ficar constituída no dever de praticar
e ao Primeiro-Ministro para que se promova a abertura de atos dotados de eficácia retroativa, desde que não envolvam
créditos extraordinários. a imposição de deveres, encargos, ónus ou sujeições a
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o aplicação de sanções ou a restrição de direitos ou interesses
exequente deve ser imediatamente notificado da situação legalmente protegidos, assim como no dever de anular,
de insuficiência de dotação, assistindo-lhe, nesse caso, reformar ou substituir os atos consequentes, sem depen-
em alternativa: dência de prazo, e alterar as situações de facto entretanto
a) O direito de requerer que o tribunal administrativo dê constituídas, cuja manutenção seja incompatível com a
seguimento à execução, aplicando o regime da execução execução da sentença de anulação.
para pagamento de quantia certa, previsto na lei processual 3 — Os beneficiários de boa-fé de atos consequentes
civil; ou praticados há mais de um ano têm direito a ser indemniza-
b) O direito de requerer a fixação à entidade obrigada de dos pelos danos que sofram em consequência da anulação,
um prazo limite para proceder ao pagamento, com impo- mas a sua situação jurídica não pode ser posta em causa se
sição de uma sanção pecuniária compulsória aos titulares esses danos forem de difícil ou impossível reparação e for
do órgão competente para determinar tal pagamento. manifesta a desproporção existente entre o seu interesse
na manutenção da situação e o interesse na execução da
7 — Quando o crédito exequendo onere uma entidade sentença anulatória.
pertencente à Administração indireta do Estado ou à 4 — Quando à reintegração ou recolocação de um tra-
Administração autónoma, o crédito só pode ser satisfeito balhador que tenha obtido a anulação de um ato adminis-
por conta da dotação orçamental a que se refere o n.º 3 trativo se oponha a existência de terceiros com interesse
desde que, através da prévia aplicação do regime da exe- legítimo na manutenção de situações incompatíveis, cons-
cução para pagamento de quantia certa regulado na lei tituídas em seu favor por ato administrativo praticado há
processual civil, não tenha sido possível obter o pagamento mais de um ano, o trabalhador que obteve a anulação tem
da entidade devedora. direito a ser provido em lugar ou posto de trabalho vago e
8 — Na situação prevista no número anterior, caso se na categoria igual ou equivalente àquele em que deveria ter
mostrem esgotadas as providências de execução para paga- sido colocado, ou, não sendo isso imediatamente possível,
mento de quantia certa previstas na lei processual civil em lugar ou posto de trabalho a criar no quadro ou mapa
sem que tenha sido possível obter a execução do crédito, de pessoal da entidade onde vier a exercer funções.
a secretaria do tribunal, independentemente de despacho
judicial e de tal ter sido solicitado, a título subsidiário, na Artigo 174.º
petição de execução, notifica imediatamente o Conselho Competência para a execução
Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais para que
este emita a ordem de pagamento a que se refere o n.º 4. 1 — O cumprimento do dever de executar a que se refere
9 — A satisfação do crédito pelo Orçamento do Estado, o artigo anterior é da responsabilidade do órgão que tenha
na hipótese prevista no número anterior, constitui o Estado praticado o ato anulado.
em direito de regresso, incluindo juros de mora, sobre a 2 — Se a execução competir, cumulativa ou exclusi-
entidade responsável, a exercer mediante uma das seguintes vamente, a outro ou outros órgãos, deve o órgão referido
formas: no número anterior enviar-lhes os elementos necessários
para o efeito.
a) Desconto nas transferências a efetuar para a entidade 3 — Extinto o órgão ao qual competiria dar execução à
em causa no Orçamento do Estado do ano seguinte; sentença ou tendo-lhe sido retirada a competência na maté-
b) Tratando-se de entidade pertencente à Administra- ria, o dever recai sobre o órgão que lhe sucedeu ou sobre
ção indireta do Estado, inscrição oficiosa no respetivo aquele ao qual tenha sido atribuída aquela competência.
orçamento privativo pelo órgão tutelar ao qual caiba a
aprovação do orçamento; ou Artigo 175.º
c) Ação de regresso a intentar no tribunal competente.
Prazo para a execução e causas legítimas de inexecução
TÍTULO IX TÍTULO I
Disposições finais e transitórias Tribunais administrativos e fiscais
Artigo 188.º
CAPÍTULO I
Informação anual à Comissão das Comunidades Europeias
Disposições gerais
1 — Até 1 de março de cada ano, o Estado Português
informa a Comissão das Comunidades Europeias sobre Artigo 1.º
os processos principais e cautelares que tenham sido in- Jurisdição administrativa e fiscal
tentados durante o ano anterior, no âmbito do contencioso 1 — Os tribunais da jurisdição administrativa e fiscal
pré-contratual regulado neste Código e relativamente aos são os órgãos de soberania com competência para admi-
quais tenha sido suscitada a questão da violação de dispo- nistrar a justiça em nome do povo, nos litígios compreen-
sições comunitárias, bem como das decisões que tenham didos pelo âmbito de jurisdição previsto no artigo 4.º deste
sido proferidas nesses processos. Estatuto.
2 — A recolha dos elementos a que se refere o número 2 — Nos feitos submetidos a julgamento, os tribunais
da jurisdição administrativa e fiscal não podem aplicar
anterior compete ao serviço do Ministério da Justiça res- normas que infrinjam o disposto na Constituição ou os
ponsável pelas relações com a União Europeia. princípios nela consignados.
1 — O Estado e as demais entidades públicas estão Os tribunais da jurisdição administrativa e fiscal são
independentes e apenas estão sujeitos à lei e ao Direito.
sujeitos ao pagamento de custas.
2 — O regime das custas na jurisdição administrativa e Artigo 3.º
fiscal é objeto de regulação própria no Código das Custas
Garantias de independência
Judiciais.
1 — Os juízes da jurisdição administrativa e fiscal são
inamovíveis, não podendo ser transferidos, suspensos,
Artigo 190.º aposentados ou demitidos senão nos casos previstos na lei.
Prazo para os atos judiciais 2 — Os juízes da jurisdição administrativa e fiscal
podem incorrer em responsabilidade pelas suas decisões
[Revogado]. exclusivamente nos casos previstos na lei.
3 — Os juízes da jurisdição administrativa e fiscal estão
Artigo 191.º sujeitos às incompatibilidades estabelecidas na Consti-
tuição e na lei e regem-se pelo estatuto dos magistrados
Recurso contencioso de anulação judiciais, nos aspetos não previstos nesta lei.
A partir da data da entrada em vigor deste Código, as
Artigo 4.º
remissões que, em lei especial, são feitas para o regime do
recurso contencioso de anulação de atos administrativos Âmbito da jurisdição
consideram-se feitas para o regime da ação administra- 1 — Compete aos tribunais da jurisdição administrativa
tiva. e fiscal a apreciação de litígios que tenham por objeto
questões relativas a:
Artigo 192.º a) Tutela de direitos fundamentais e outros direitos e
interesses legalmente protegidos, no âmbito de relações
Extensão da aplicabilidade jurídicas administrativas e fiscais;
Sem prejuízo do disposto em lei especial, os processos b) Fiscalização da legalidade das normas e demais atos
jurídicos emanados por órgãos da Administração Pública,
em matéria jurídico-administrativa cuja competência seja
ao abrigo de disposições de direito administrativo ou fiscal;
atribuída a tribunais pertencentes a outra ordem jurisdi- c) Fiscalização da legalidade de atos administrativos
cional regem-se pelo disposto no presente Código, com praticados por quaisquer órgãos do Estado ou das Regi-
as necessárias adaptações. ões Autónomas não integrados na Administração Pública;
8588-(92) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
d) Fiscalização da legalidade das normas e demais atos 4 — Estão igualmente excluídas do âmbito da jurisdição
jurídicos praticados por quaisquer entidades, independente- administrativa e fiscal:
mente da sua natureza, no exercício de poderes públicos;
e) Validade de atos pré-contratuais e interpretação, vali- a) A apreciação das ações de responsabilidade por erro
dade e execução de contratos administrativos ou de quais- judiciário cometido por tribunais pertencentes a outras
quer outros contratos celebrados nos termos da legislação ordens de jurisdição, assim como das correspondentes
sobre contratação pública, por pessoas coletivas de direito ações de regresso;
público ou outras entidades adjudicantes; b) A apreciação de litígios decorrentes de contratos de
f) Responsabilidade civil extracontratual das pessoas trabalho, ainda que uma das partes seja uma pessoa coletiva
coletivas de direito público, incluindo por danos resultantes de direito público, com exceção dos litígios emergentes
do exercício das funções política, legislativa e jurisdicional, do vínculo de emprego público;
sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 4 do presente c) A apreciação de atos materialmente administrativos
artigo; praticados pelo Conselho Superior da Magistratura e seu
g) Responsabilidade civil extracontratual dos titulares Presidente;
de órgãos, funcionários, agentes, trabalhadores e demais d) A fiscalização de atos materialmente administrati-
servidores públicos, incluindo ações de regresso; vos praticados pelo Presidente do Supremo Tribunal de
h) Responsabilidade civil extracontratual dos demais Justiça.
sujeitos aos quais seja aplicável o regime específico da
responsabilidade do Estado e demais pessoas coletivas Artigo 5.º
de direito público;
i) Condenação à remoção de situações constituídas em Fixação da competência
via de facto, sem título que as legitime; 1 — A competência dos tribunais da jurisdição admi-
j) Relações jurídicas entre pessoas coletivas de direito nistrativa e fiscal fixa-se no momento da propositura da
público ou entre órgãos públicos, reguladas por disposições
causa, sendo irrelevantes as modificações de facto e de
de direito administrativo ou fiscal;
direito que ocorram posteriormente.
k) Prevenção, cessação e reparação de violações a valo-
res e bens constitucionalmente protegidos, em matéria de 2 — Existindo, no mesmo processo, decisões divergen-
saúde pública, habitação, educação, ambiente, ordena- tes sobre questão de competência, prevalece a do tribunal
mento do território, urbanismo, qualidade de vida, patri- de hierarquia superior.
mónio cultural e bens do Estado, quando cometidas por
entidades públicas; Artigo 6.º
l) Impugnações judiciais de decisões da Administração
Pública que apliquem coimas no âmbito do ilícito de mera Alçada
ordenação social por violação de normas de direito admi- 1 — Os tribunais da jurisdição administrativa e fiscal
nistrativo em matéria de urbanismo; têm alçada.
m) Contencioso eleitoral relativo a órgãos de pessoas 2 — A alçada dos tribunais tributários corresponde a um
coletivas de direito público para que não seja competente quarto da que se encontra estabelecida para os tribunais
outro tribunal;
judiciais de 1.ª instância.
n) Execução da satisfação de obrigações ou respeito
3 — A alçada dos tribunais administrativos de círculo
por limitações decorrentes de atos administrativos que não
possam ser impostos coercivamente pela Administração; corresponde àquela que se encontra estabelecida para os
o) Relações jurídicas administrativas e fiscais que não tribunais judiciais de 1.ª instância.
digam respeito às matérias previstas nas alíneas anteriores. 4 — A alçada dos tribunais centrais administrativos
corresponde à que se encontra estabelecida para os tribu-
2 — Pertence à jurisdição administrativa e fiscal a com- nais da Relação.
petência para dirimir os litígios nos quais devam ser con- 5 — Nos processos em que exerçam competências de
juntamente demandadas entidades públicas e particulares 1.ª instância, a alçada dos tribunais centrais administrativos
entre si ligados por vínculos jurídicos de solidariedade, e do Supremo Tribunal Administrativo corresponde, para
designadamente por terem concorrido em conjunto para a cada uma das suas secções, respetivamente à dos tribunais
produção dos mesmos danos ou por terem celebrado entre administrativos de círculo e à dos tribunais tributários.
si contrato de seguro de responsabilidade. 6 — A admissibilidade dos recursos por efeito das alça-
3 — Está nomeadamente excluída do âmbito da juris- das é regulada pela lei em vigor ao tempo em que seja
dição administrativa e fiscal a apreciação de litígios que instaurada a ação.
tenham por objeto a impugnação de:
a) Atos praticados no exercício da função política e Artigo 7.º
legislativa; Direito subsidiário
b) Decisões jurisdicionais proferidas por tribunais não
integrados na jurisdição administrativa e fiscal; No que não esteja especialmente regulado, são subsi-
c) Atos relativos ao inquérito e instrução criminais, diariamente aplicáveis aos tribunais da jurisdição adminis-
ao exercício da ação penal e à execução das respetivas trativa e fiscal, com as devidas adaptações, as disposições
decisões. relativas aos tribunais judiciais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(93)
1 — Os juízes são nomeados para cada uma das secções 1 — Entre os juízes que integram cada formação de jul-
e distribuídos pelas subsecções respetivas, se as houver. gamento deve existir uma diferença de três posições quanto
2 — O Presidente do Tribunal pode determinar que ao lugar que lhes corresponde na escala da distribuição
um juiz seja agregado a outra secção, a fim de acorrer no Tribunal ou na secção, sendo a contagem dos lugares
a necessidades temporárias de serviço, com ou sem dis- realizada a partir da posição que corresponde ao relator.
pensa ou redução do serviço da secção de que faça parte, 2 — Cada adjunto é substituído, em caso de falta ou
conforme os casos. impedimento, pelo juiz que imediatamente se lhe segue.
3 — A agregação pode ser determinada para o exer-
cício integral de funções ou apenas para as de relator ou Artigo 19.º
de adjunto. Eleição do Presidente e dos vice-presidentes
4 — O juiz que mude de secção mantém a sua compe-
tência nos processos já inscritos para julgamento em que 1 — O Presidente do Supremo Tribunal Administrativo
seja relator e naqueles em que, como adjunto, já tenha é eleito, por escrutínio secreto, pelos juízes em exercício
aposto o seu visto para julgamento. efetivo de funções no Tribunal.
2 — Os vice-presidentes são eleitos, por escrutínio
Artigo 16.º secreto, pelos juízes que exerçam funções na secção respe-
tiva e de entre os que se encontrem nas condições referidas
Sessões de julgamento no número anterior.
1 — As sessões de julgamento realizam-se nos mesmos 3 — É eleito o juiz que obtenha mais de metade dos
termos e condições que no Supremo Tribunal de Justiça, votos validamente expressos e, se nenhum obtiver esse
sendo aplicável, com as devidas adaptações, o disposto número de votos, procede-se a segunda votação, apenas
entre os dois juízes mais votados.
quanto a este Tribunal.
4 — Em caso de empate, são admitidos a segundo sufrá-
2 — O Presidente do Supremo Tribunal Administrativo
gio os dois juízes mais antigos que tenham sido mais vota-
pode determinar que em certas sessões de julgamento
dos e, verificando-se novo empate, considera-se eleito o
intervenham todos os juízes da secção, quando o considere juiz mais antigo.
necessário ou conveniente para assegurar a uniformidade
da jurisprudência. Artigo 20.º
3 — Na falta ou impedimento do Presidente e dos vice-
-presidentes, a presidência das sessões é assegurada pelo Duração do mandato
juiz mais antigo que se encontre presente. 1 — O mandato do Presidente e dos vice-presidentes do
4 — Quando esteja em causa a impugnação de delibe- Supremo Tribunal Administrativo tem a duração de cinco
ração do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos anos, sem lugar a reeleição.
e Fiscais ou decisão do seu Presidente, a sessão realiza- 2 — O Presidente e os vice-presidentes mantêm-se em
-se sem a presença do Presidente do Supremo Tribunal funções até à tomada de posse dos novos eleitos.
Administrativo, sendo presidida pelo mais antigo dos vice-
-presidentes que não seja membro do Conselho Superior Artigo 21.º
dos Tribunais Administrativos e Fiscais ou pelo juiz mais
antigo que se encontre presente. Substituição do Presidente e dos vice-presidentes
1 — O Presidente é substituído pelo vice-presidente
Artigo 17.º mais antigo.
Formações de julgamento 2 — Na ausência, falta ou impedimento do Presidente
e dos vice-presidentes, a substituição cabe ao juiz mais
1 — O julgamento em cada secção compete ao relator antigo no Tribunal.
e a dois juízes.
2 — O julgamento no pleno compete ao relator e aos Artigo 22.º
demais juízes em exercício na secção.
Gabinete do Presidente
3 — O pleno da secção só pode funcionar com a pre-
sença de, pelo menos, dois terços dos juízes. 1 — Junto do Presidente funciona um gabinete diri-
4 — Salvo no caso de recurso para a uniformização de gido por um chefe de gabinete e composto por adjuntos e
jurisprudência ou quando tal seja necessário à observân- secretários pessoais, em número e com estatuto definidos
cia do disposto no número anterior, não podem intervir na lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(95)
2 — O Presidente pode delegar nos vice-presidentes 1 — Compete ao pleno da Secção de Contencioso Admi-
a competência para a prática de determinados atos ou nistrativo do Supremo Tribunal Administrativo conhecer:
sobre certas matérias e para presidir às sessões do pleno a) Dos recursos de acórdãos proferidos pela Secção em
da secção e no secretário do Tribunal a competência para 1.º grau de jurisdição;
a correção dos processos. b) Dos recursos para uniformização de jurisprudência.
8588-(96) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
3 — À eleição do presidente e dos vice-presidentes são tituição provisória do relator, por redistribuição, em caso
aplicáveis, com as necessárias adaptações, as disposições de impedimento prolongado;
estabelecidas para idênticos cargos no Supremo Tribunal m) Solicitar o suprimento de necessidades de resposta
Administrativo. adicional através do recurso à bolsa de juízes;
4 — O mandato do presidente e dos vice-presidentes n) Estabelecer a forma mais equitativa de intervenção
dos tribunais centrais administrativos tem a duração de dos juízes-adjuntos;
cinco anos, não sendo permitida a reeleição. o) Agregar transitoriamente a uma secção juízes de outra
5 — A substituição do presidente é assegurada pelos secção, a fim de acorrerem a necessidades temporárias de
vice-presidentes, a começar pelo mais antigo. serviço;
6 — Os vice-presidentes substituem-se reciprocamente p) Fixar os turnos de juízes;
e a substituição destes cabe ao juiz mais antigo da respe- q) Exercer a ação disciplinar sobre os funcionários de
tiva secção. justiça em serviço no tribunal, relativamente a penas de
gravidade inferior à de multa;
Artigo 34.º r) Dar posse ao secretário do tribunal;
Composição, preenchimento das secções e regime das sessões s) Elaborar um relatório anual sobre o estado dos ser-
viços;
1 — As secções dos tribunais centrais administrati- t) Exercer as demais funções que lhe sejam atribuídas
vos são compostas pelo presidente do tribunal, pelo vice- por lei.
-presidente respetivo e pelos restantes juízes.
2 — São aplicáveis aos tribunais centrais administrati-
2 — O presidente é apoiado administrativamente por
vos, com as necessárias adaptações, as disposições esta-
um secretário pessoal, nos termos a fixar em diploma
belecidas para o Supremo Tribunal Administrativo quanto
ao preenchimento das secções e ao regime das sessões de complementar.
julgamento. 3 — O presidente pode delegar nos vice-presidentes a
competência para a prática de determinados atos ou sobre
Artigo 35.º certas matérias e no secretário do tribunal a competência
para a correção dos processos.
Formação de julgamento
1 — O julgamento em cada secção compete ao relator SECÇÃO II
e a dois outros juízes.
2 — As decisões são tomadas em conferência. Secção de Contencioso Administrativo
3 — É aplicável aos adjuntos o disposto no artigo 18.º
Artigo 37.º
Artigo 36.º Competência da Secção de Contencioso Administrativo
Competência dos presidentes dos tribunais Compete à Secção de Contencioso Administrativo de
centrais administrativos
cada tribunal central administrativo conhecer:
1 — Compete ao presidente de cada tribunal central
a) Dos recursos das decisões dos tribunais adminis-
administrativo:
trativos de círculo para os quais não seja competente o
a) Representar o tribunal e assegurar as relações deste Supremo Tribunal Administrativo, segundo o disposto na
com os demais órgãos de soberania e quaisquer autori- lei de processo;
dades; b) Dos recursos de decisões proferidas por tribunal
b) Dirigir o tribunal, superintender nos seus serviços e arbitral sobre matérias de contencioso administrativo, salvo
assegurar o seu funcionamento normal, emitindo as ordens o disposto em lei especial;
de serviço que tenha por necessárias; c) Das ações de regresso, fundadas em responsabili-
c) Nomear, no âmbito do contencioso administrativo, os dade por danos resultantes do exercício das suas funções,
árbitros que, segundo a lei de arbitragem voluntária, são propostas contra juízes dos tribunais administrativos de
designados pelo presidente do tribunal da Relação; círculo e dos tribunais tributários, bem como dos magis-
d) Propor ao Conselho Superior dos Tribunais Adminis- trados do Ministério Público que prestem serviço junto
trativos e Fiscais os critérios que devem presidir à distri- desses tribunais;
buição, no respeito pelo princípio do juiz natural; d) Dos demais processos que por lei sejam submetidos
e) Planear e organizar os recursos humanos do tribunal, ao seu julgamento.
assegurando uma equitativa distribuição de processos pelos
juízes e o acompanhamento do seu trabalho;
f) Providenciar pela redistribuição equitativa dos pro- SECÇÃO III
cessos, no caso de alteração do número de juízes; Secção de Contencioso Tributário
g) Determinar os casos em que, por razões de unifor-
mização de jurisprudência, no julgamento devem intervir Artigo 38.º
todos os juízes da secção;
h) Fixar o dia e a hora das sessões; Competência da Secção de Contencioso Tributário
i) Presidir às sessões e apurar o vencimento nas con- Compete à Secção de Contencioso Tributário de cada
ferências; tribunal central administrativo conhecer:
j) Votar as decisões em caso de empate;
l) Assegurar o andamento dos processos no respeito a) Dos recursos de decisões dos tribunais tributários,
pelos prazos estabelecidos, podendo determinar a subs- salvo o disposto na alínea b) do artigo 26.º;
8588-(98) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015
b) Dos recursos de atos administrativos respeitantes a dade de substituição nos termos do número anterior, a
questões fiscais praticados por membros do Governo; substituição defere-se, sucessivamente, ao juiz do tribunal
c) Dos pedidos de declaração de ilegalidade de normas judicial, ao conservador do registo predial, ao conservador
administrativas de âmbito nacional, emitidas em matéria do registo comercial ou ao conservador do registo civil
fiscal; em serviço nos tribunais ou conservatórias sediados na
d) Dos pedidos de adoção de providências cautelares mesma localidade.
relativos a processos da sua competência;
e) Dos pedidos de execução das suas decisões; Artigo 43.º
f) Dos pedidos de produção antecipada de prova formu-
lados em processo nela pendente; Presidente do tribunal
g) Dos demais meios processuais que por lei sejam 1 — Os presidentes dos tribunais administrativos de cír-
submetidos ao seu julgamento. culo são nomeados pelo Conselho Superior dos Tribunais
Administrativos e Fiscais para um mandato de três anos.
CAPÍTULO V 2 — O mandato pode ser renovado uma vez, mediante
avaliação favorável, resultante de auditoria sobre os
Tribunais administrativos de círculo moldes em que foram exercidos os poderes de gestão do
movimento processual do tribunal, a realizar por entidade
Artigo 39.º externa, designada para o efeito pelo Conselho Superior
Sede, área de jurisdição e instalação dos Tribunais Administrativos e Fiscais.
3 — Os presidentes dos tribunais administrativos de
1 — A sede dos tribunais administrativos de círculo
círculo com mais de três juízes são nomeados em comissão
e as respetivas áreas de jurisdição são determinadas por
decreto-lei. de serviço, que não dá lugar à abertura de vaga, de entre
2 — O número de juízes em cada tribunal administrativo juízes que:
de círculo é fixado por portaria do Ministro da Justiça. a) Exerçam funções efetivas como juízes desembar-
3 — Os tribunais administrativos de círculo são decla- gadores e possuam classificação não inferior a Bom com
rados instalados por portaria do Ministro da Justiça. distinção; ou
b) Exerçam funções efetivas como juízes de Direito e
Artigo 40.º possuam 10 anos de serviço efetivo nos tribunais admi-
Funcionamento nistrativos e classificação não inferior a Bom com dis-
tinção.
1 — Exceto nos casos em que a lei processual admi-
nistrativa preveja o julgamento em formação alargada, os
4 — A nomeação para o exercício das funções de pre-
tribunais administrativos de círculo funcionam apenas com
juiz singular, a cada juiz competindo a decisão, de facto e sidente em tribunais administrativos de círculo com mais
de direito, dos processos que lhe sejam distribuídos. de três juízes pressupõe a habilitação prévia com curso
2 — [Revogado]. de formação próprio, o qual inclui as seguintes áreas de
3 — [Revogado]. competências:
a) Organização e atividade administrativa;
Artigo 41.º b) Organização do sistema judicial e administração do
Intervenção de todos os juízes do tribunal tribunal;
c) Gestão do tribunal e gestão processual;
1 — Quando à sua apreciação se coloque uma questão d) Simplificação e agilização processuais;
de direito nova que suscite dificuldades sérias e se possa e) Avaliação e planeamento;
vir a colocar noutros litígios, pode o presidente do tribunal
f) Gestão de recursos humanos e liderança;
determinar que o julgamento se faça com a intervenção
de todos os juízes do tribunal, sendo o quórum de dois g) Gestão dos recursos orçamentais, materiais e tec-
terços. nológicos;
2 — O procedimento previsto no número anterior tem h) Informação e conhecimento;
obrigatoriamente lugar quando esteja em causa uma situ- i) Qualidade, inovação e modernização.
ação de seleção de processos com andamento prioritário,
nos termos previstos na lei de processo. 5 — O curso de formação a que se refere o número
anterior é ministrado pelo Centro de Estudos Judiciários
Artigo 42.º com a colaboração de outras entidades formadoras, nos
termos definidos por portaria do membro do Governo
Substituição dos juízes
responsável pela área da justiça, que aprova o respetivo
1 — Os juízes são substituídos pelo que imediatamente regulamento.
se lhes segue na ordem de antiguidade em cada tribunal.
2 — Quando não se possa efetuar segundo o disposto Artigo 43.º-A
no número anterior, designadamente para a formação de Competência do presidente do tribunal
coletivos em tribunais com reduzido número de juízes,
a substituição defere-se a juízes de qualquer dos outros 1 — Sem prejuízo da autonomia do Ministério Público e
tribunais administrativos e tributários. do poder de delegação, o presidente do tribunal administra-
3 — Nos tribunais localizados nas Regiões Autónomas tivo de círculo possui poderes de representação e direção,
dos Açores e da Madeira, verificando-se a impossibili- de gestão processual, administrativas e funcionais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015 8588-(99)
Artigo 49.º-A fiscal, cujo valor ultrapasse duas vezes o valor da alçada
Competência das instâncias especializadas
dos Tribunais da Relação;
c) Dos incidentes, embargos de terceiro, reclamação da
1 — Quando tenha havido desdobramento, nos termos verificação e graduação de créditos, anulação da venda,
do disposto no artigo 9.º-A, compete ao juízo de grande oposições e impugnação de atos lesivos, bem como de
instância tributária decidir: todas as questões relativas à legitimidade dos responsáveis
a) Das ações de impugnação, cujo valor ultrapasse subsidiários, levantadas nos processos de execução fiscal,
10 vezes o valor da alçada dos Tribunais da Relação: cujo valor ultrapasse duas vezes o valor da alçada dos
Tribunais da Relação;
i) Dos atos de liquidação de receitas fiscais estaduais, d) De providências cautelares para garantia de créditos
regionais ou locais, e parafiscais, incluindo o indeferimento fiscais, cujo valor ultrapasse duas vezes o valor da alçada
total ou parcial de reclamações desses atos; dos Tribunais da Relação;
ii) Dos atos de fixação dos valores patrimoniais e dos e) De declaração da ilegalidade de normas adminis-
atos de determinação de matéria tributável suscetíveis de trativas de âmbito regional ou local, emitidas em matéria
impugnação judicial autónoma; fiscal;
iii) Dos atos administrativos respeitantes a questões f) Dos seguintes pedidos:
fiscais que não sejam atribuídos à competência de outros
tribunais; i) De produção antecipada de prova, formulados em
processo neles pendente ou a instaurar que seja da sua
b) Das ações destinadas a obter o reconhecimento de competência;
direitos ou interesses legalmente protegidos em matéria ii) De providências cautelares relativas a atos adminis-
fiscal, cujo valor ultrapasse 10 vezes o valor da alçada dos trativos cuja ação de impugnação, pendente ou a instaurar,
Tribunais da Relação; seja da sua competência;
c) Dos incidentes, embargos de terceiro, reclamação da iii) De execução das suas decisões;
verificação e graduação de créditos, anulação da venda,
oposições e impugnação de atos lesivos, bem como de g) Dos pedidos que não recaiam no âmbito de compe-
todas as questões relativas à legitimidade dos responsá- tência definido nos n.os 1 e 3 e das demais matérias que
veis subsidiários, levantadas nos processos de execução lhes sejam deferidas por lei.
fiscal, cujo valor ultrapasse dez vezes o valor da alçada
dos Tribunais da Relação; 3 — Quando tenha havido desdobramento, nos termos
d) Dos seguintes pedidos: do disposto no artigo 9.º-A, compete ao juízo de pequena
instância tributária decidir:
i) De produção antecipada de prova, formulados em
processo neles pendente ou a instaurar que seja da sua a) Das ações de impugnação, cujo valor não ultrapasse
competência; duas vezes o valor da alçada dos Tribunais da Relação:
ii) De providências cautelares relativas a atos adminis-
trativos cuja ação de impugnação, pendente ou a instaurar, i) Dos atos de liquidação de receitas fiscais estaduais,
seja da sua competência; regionais ou locais, e parafiscais, incluindo o indeferimento
iii) De execução das suas decisões; total ou parcial de reclamações desses atos;
iv) Das demais matérias que lhes sejam deferidas por ii) Dos atos de fixação dos valores patrimoniais e dos
lei. atos de determinação de matéria tributável suscetíveis de
impugnação judicial autónoma;
2 — Quando tenha havido desdobramento, nos termos iii) Dos atos praticados pela entidade competente nos
do disposto no artigo 9.º-A, compete ao juízo de média processos de execução fiscal;
instância tributária: iv) Da impugnação de decisões de aplicação de coimas
e sanções acessórias em matéria fiscal;
a) Das ações de impugnação, cujo valor ultrapasse duas v) Dos atos administrativos respeitantes a questões fis-
vezes o valor da alçada dos Tribunais da Relação: cais que não sejam atribuídos à competência de outros
i) Dos atos de liquidação de receitas fiscais estaduais, tribunais;
regionais ou locais, e parafiscais, incluindo o indeferimento
total ou parcial de reclamações desses atos; b) Das ações destinadas a obter o reconhecimento de
ii) Dos atos de fixação dos valores patrimoniais e dos direitos ou interesses legalmente protegidos em matéria
atos de determinação de matéria tributável suscetíveis de fiscal, cujo valor não ultrapasse duas vezes o valor da
impugnação judicial autónoma; alçada dos Tribunais da Relação;
iii) Dos atos praticados pela entidade competente nos c) Dos incidentes, embargos de terceiro, reclamação da
processos de execução fiscal; verificação e graduação de créditos, anulação da venda,
iv) Da impugnação de decisões de aplicação de coimas oposições e impugnação de atos lesivos, bem como de
e sanções acessórias em matéria fiscal; todas as questões relativas à legitimidade dos responsáveis
v) Dos atos administrativos respeitantes a questões fis- subsidiários, levantadas nos processos de execução fiscal,
cais que não sejam atribuídos à competência de outros cujo valor não ultrapasse duas vezes o valor da alçada dos
tribunais; Tribunais da Relação;
d) De providências cautelares para garantia de créditos
b) Das ações destinadas a obter o reconhecimento de fiscais, cujo valor não ultrapasse duas vezes o valor da
direitos ou interesses legalmente protegidos em matéria alçada dos Tribunais da Relação;
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3 — As vagas de juízes dos tribunais administrativos 4 — Os juízes dos tribunais administrativos de círculo e
de círculo e dos tribunais tributários são preenchidas por dos tribunais tributários tomam posse perante os respetivos
transferência de outros tribunais administrativos de círculo presidentes e estes perante os seus substitutos.
ou tribunais tributários, bem como por concurso nos termos
da lei que define o regime de ingresso nas magistraturas SECÇÃO II
e de formação de magistrados.
Supremo Tribunal Administrativo
Artigo 62.º
Permuta
Artigo 65.º
Provimento
1 — É permitida a permuta entre juízes dos tribunais
administrativos de círculo e dos tribunais tributários, bem O provimento de vagas no Supremo Tribunal Admi-
como, nos tribunais superiores, entre juízes de diferentes nistrativo é feito:
secções do mesmo tribunal, quando tal não prejudique
direitos de terceiros nem o andamento dos processos que a) Por transferência de juízes de outra secção do Tri-
lhes estejam distribuídos, e desde que tenham mais de dois bunal;
anos de serviço no respetivo lugar. b) Por nomeação de juízes do Supremo Tribunal de
2 — Em casos devidamente justificados, pode o Con- Justiça, a título definitivo ou em comissão permanente
selho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais de serviço;
autorizar a permuta com dispensa do requisito temporal c) Por concurso.
referido no número anterior.
Artigo 66.º
Artigo 63.º Avaliação curricular, graduação e preenchimento de vagas
Quadro complementar de juízes 1 — Ao concurso para juiz do Supremo Tribunal Ad-
1 — Na jurisdição administrativa e fiscal existe uma ministrativo podem candidatar-se:
bolsa de juízes para destacamento em tribunais, quando a) Juízes dos tribunais centrais administrativos com
se verifique uma das seguintes circunstâncias e o período cinco anos de serviço nesses tribunais;
de tempo previsível da sua duração, conjugado com o b) Juízes dos tribunais da Relação que tenham exercido
volume de serviço, desaconselhem o recurso ao regime funções na jurisdição administrativa e fiscal durante cinco
de substituição ou o alargamento do quadro do tribunal: anos;
a) Falta ou impedimento de titular do tribunal ou va- c) Procuradores-gerais-adjuntos com 10 anos de serviço,
catura do lugar; 5 dos quais junto da jurisdição administrativa e fiscal, no
b) Necessidade pontual de reforço do número de juí- Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República
zes no tribunal para acorrer a acréscimo temporário de ou em auditorias jurídicas;
serviço. d) Juristas com pelo menos 10 anos de comprovada
experiência profissional, na área do direito público, nomea-
2 — Cabe ao Conselho Superior dos Tribunais Adminis- damente através do exercício de funções públicas, da advo-
trativos e Fiscais efetuar a gestão da bolsa de juízes. cacia, da docência no ensino superior ou da investigação,
3 — O destacamento é feito por período certo a fixar ou ao serviço da Administração Pública.
pelo Conselho, renovável enquanto se verifique a neces-
sidade que o ditou, podendo cessar antes do prazo ou da 2 — A graduação faz-se segundo o mérito relativo dos
sua renovação, a requerimento do interessado ou em con- concorrentes de cada classe, tomando-se globalmente em
sequência de aplicação de pena disciplinar de suspensão conta a avaliação curricular, com prévia observância do
ou superior. disposto no número seguinte e, nomeadamente, tendo em
4 — À matéria do presente artigo é aplicável, com as consideração os seguintes fatores:
devidas adaptações, o disposto no domínio da organização
e funcionamento dos tribunais judiciais. a) Anteriores classificações de serviço;
b) Graduação obtida em concursos de habilitação ou
Artigo 64.º cursos de ingresso em cargos judiciais;
c) Currículo universitário e pós-universitário;
Posse d) Trabalhos científicos realizados;
1 — O Presidente do Supremo Tribunal Administrativo e) Atividade desenvolvida no âmbito forense ou no
toma posse perante os juízes do Tribunal. ensino jurídico;
2 — Tomam posse perante o Presidente do Supremo f) Outros fatores que abonem a idoneidade dos reque-
Tribunal Administrativo: rentes para o cargo a prover.
a) Os vice-presidentes e os restantes juízes do Tribunal; 3 — Os concorrentes defendem publicamente os seus
b) Os presidentes dos tribunais centrais administrativos. currículos perante um júri com a seguinte composição:
3 — Tomam posse perante o presidente do tribunal a) Presidente do júri — o Presidente do Supremo Tribu-
central administrativo da respetiva jurisdição os vice- nal Administrativo, na qualidade de presidente do Conselho
-presidentes e os restantes juízes do tribunal. Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais;
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de candidatos, devendo fundamentar a decisão sempre que administrativa e fiscal e exercer a ação disciplinar relati-
houver discordância face ao parecer do júri. vamente a eles;
5 — O Conselho Superior dos Tribunais Administra- b) Apreciar, admitir, excluir e graduar os candidatos
tivos e Fiscais solicita, a cada uma das universidades, em concurso;
institutos universitários e outras escolas universitárias, c) Conhecer das impugnações administrativas interpos-
públicos e privados, que ministrem o curso de Direito, a tas de decisões materialmente administrativas proferidas,
indicação, no prazo de 20 dias úteis, do nome de um pro- em matéria disciplinar, pelos presidentes dos tribunais
fessor de Direito, com categoria não inferior à de professor centrais administrativos, pelos presidentes dos tribunais
associado, procedendo, subsequentemente, à escolha do administrativos de círculo e pelos presidentes dos tribunais
vogal a que se refere a subalínea iii) da alínea b) do n.º 3, tributários, bem como de outras que a lei preveja;
por votação, por voto secreto, de entre os indicados. d) Ordenar averiguações, inquéritos, sindicâncias e
6 — O concurso é aberto para cada uma das secções e inspeções aos serviços dos tribunais da jurisdição admi-
tem a validade de um ano, prorrogável até seis meses. nistrativa e fiscal;
e) Elaborar o plano anual de inspeções;
SECÇÃO IV f) Elaborar as listas de antiguidade dos juízes;
g) Suspender ou reduzir a distribuição de processos
Tribunais administrativos de círculo e tribunais tributários aos juízes que sejam incumbidos de outros serviços de
reconhecido interesse para a jurisdição administrativa e
Artigo 70.º fiscal ou em outras situações que justifiquem a adoção
Provimento dessas medidas;
h) Aprovar o seu regulamento interno, concursos e ins-
O provimento de vagas nos tribunais administrativos peções;
de círculo e nos tribunais tributários é feito: i) Emitir os cartões de identidade dos juízes, de modelo
a) Por transferência de juízes de qualquer daqueles idêntico aos dos juízes dos tribunais judiciais;
tribunais com mais de 2 anos de serviço no lugar em que j) Propor ao Ministro da Justiça providências legislati-
se encontrem; vas com vista ao aperfeiçoamento e à maior eficiência da
b) Por concurso. jurisdição administrativa e fiscal;
l) Emitir parecer sobre as iniciativas legislativas que se
Artigo 71.º relacionem com a jurisdição administrativa e fiscal;
m) Fixar anualmente, com o apoio do departamento
Concurso do Ministério da Justiça com competência no domínio da
Ao concurso para juiz dos tribunais administrativos de auditoria e modernização, o número máximo de processos
círculo e dos tribunais tributários são aplicáveis as normas a distribuir a cada magistrado e o prazo máximo admissível
previstas na lei que define o regime de ingresso nas ma- para os respetivos atos processuais cujo prazo não esteja
gistraturas e de formação de magistrados. estabelecido na lei;
n) Gerir a bolsa de juízes;
Artigo 72.º o) Estabelecer os critérios que devem presidir à dis-
tribuição nos tribunais administrativos, no respeito pelo
Formação dos juízes administrativos e fiscais princípio do juiz natural;
À formação, inicial e contínua, dos juízes administra- p) Nomear, de entre juízes jubilados que tenham exer-
tivos e fiscais são aplicáveis as normas previstas na lei cido funções nos tribunais superiores da jurisdição admi-
que define o regime de ingresso nas magistraturas e de nistrativa e fiscal, o presidente do órgão deontológico no
formação de magistrados. âmbito da arbitragem administrativa e tributária sob a
organização do Centro de Arbitragem Administrativa;
Artigo 73.º q) Exercer os demais poderes conferidos no presente
Estatuto e na lei.
Formação complementar periódica
dos juízes administrativos e fiscais
3 — O Conselho pode delegar no presidente, ou em
[Revogado]. outros dos seus membros, a competência para:
a) Praticar atos de gestão corrente e aprovar inspe-
TÍTULO III ções;
b) Nomear os juízes para uma das secções do Supremo
Conselho Superior dos Tribunais Tribunal Administrativo e dos tribunais centrais adminis-
Administrativos e Fiscais trativos;
c) Ordenar inspeções extraordinárias, averiguações,
Artigo 74.º inquéritos e sindicâncias.
Definição e competência
Artigo 75.º
1 — O Conselho Superior dos Tribunais Administrati- Composição
vos e Fiscais é o órgão de gestão e disciplina dos juízes
da jurisdição administrativa e fiscal. 1 — O Conselho Superior dos Tribunais Administrativos
2 — Compete ao Conselho: e Fiscais é presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal
Administrativo e composto pelos seguintes vogais:
a) Nomear, colocar, transferir, promover, exonerar e
apreciar o mérito profissional dos juízes da jurisdição a) Dois designados pelo Presidente da República;
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b) Quatro eleitos pela Assembleia da República; f) Exercer os poderes que lhe sejam delegados pelo
c) Quatro juízes eleitos pelos seus pares, de harmonia Conselho;
com o princípio da representação proporcional. g) Exercer as demais funções que lhe sejam deferidas
por lei.
2 — É reconhecido de interesse para a jurisdição admi-
nistrativa e fiscal o desempenho de funções de membro Artigo 79.º
do Conselho. Serviços de apoio
3 — O mandato dos membros eleitos para o Conselho é
de quatro anos, só podendo haver lugar a uma reeleição. 1 — O Conselho Superior dos Tribunais Administrati-
4 — A eleição dos juízes a que se refere a alínea c) vos e Fiscais dispõe de uma secretaria com a organização,
do n.º 1 abrange dois juízes suplentes, que substituem os quadro e regime de provimento do pessoal a fixar em
respetivos titulares nas suas ausências, faltas ou impedi- diploma complementar.
mentos. 2 — O Conselho tem um secretário, por si designado, de
5 — Para a eleição dos juízes referidos na alínea c) do preferência entre juízes que prestem serviço nos tribunais
n.º 1 têm capacidade eleitoral ativa todos os juízes que administrativos de círculo ou nos tribunais tributários.
prestem serviço na jurisdição administrativa e fiscal e
capacidade eleitoral passiva só os que nele se encontrem Artigo 80.º
providos a título definitivo ou em comissão de serviço. Funções da secretaria
6 — Quando necessidades de funcionamento o exijam,
À secretaria do Conselho Superior dos Tribunais Admi-
o Conselho pode afetar, em exclusivo, ao seu serviço um
nistrativos e Fiscais incumbe prestar o apoio administrativo
ou mais dos seus membros referidos na alínea c) do n.º 1, e a assessoria necessários ao normal desenvolvimento da
designando para substituir cada um deles, no tribunal res- atividade do Conselho e à preparação e execução das suas
petivo, um juiz auxiliar. deliberações, nos termos previstos em diploma comple-
mentar e no regulamento interno.
Artigo 76.º
Funcionamento Artigo 81.º
1 — O Conselho reúne ordinariamente uma vez por Competência do secretário
mês e extraordinariamente sempre que convocado pelo Compete ao secretário do Conselho:
presidente, por sua iniciativa ou a solicitação de pelo menos
um terço dos seus membros. a) Orientar e dirigir os serviços da secretaria, sob a
2 — O Conselho só pode funcionar com a presença de superintendência do presidente e conforme o regulamento
dois terços dos seus membros. interno;
b) Submeter a despacho do presidente os assuntos da
Artigo 77.º sua competência e os que justifiquem a convocação do
Conselho;
Presidência c) Propor ao presidente a elaboração de instruções de
1 — O presidente do Conselho Superior dos Tribu- execução permanente;
nais Administrativos e Fiscais é substituído pela ordem d) Promover a execução das deliberações do Conselho
seguinte: e das ordens e instruções do presidente;
e) Preparar a proposta de orçamento do Conselho;
a) Pelo mais antigo dos vice-presidentes do Supremo f) Elaborar os planos de movimentação dos magistra-
Tribunal Administrativo que faça parte do Conselho; dos;
b) Pelo mais antigo dos juízes do Supremo Tribunal g) Assistir às reuniões do Conselho e elaborar as res-
Administrativo que faça parte do Conselho. petivas atas;
h) Promover a recolha junto de quaisquer entidades de
2 — Em caso de urgência, o presidente pode praticar informações ou outros elementos necessários ao funcio-
atos da competência do Conselho, sujeitando-os a ratifi- namento dos serviços;
cação deste na primeira sessão. i) Dar posse ou receber a declaração de aceitação do
cargo quanto aos funcionários ao serviço do Conselho;
Artigo 78.º j) Exercer as demais funções que lhe sejam deferidas
por lei.
Competência do presidente
Compete ao presidente do Conselho Superior dos Tri- Artigo 82.º
bunais Administrativos e Fiscais: Inspetores
a) Dirigir as sessões do Conselho e superintender nos 1 — O Conselho Superior dos Tribunais Administrati-
respetivos serviços; vos e Fiscais dispõe de inspetores com quadro a fixar em
b) Fixar o dia e a hora das sessões ordinárias e convocar diploma próprio.
as sessões extraordinárias; 2 — O provimento de lugares de inspetor é feito por
c) Dar posse aos inspetores e ao secretário do Conse- nomeação e em comissão de serviço, por três anos, reno-
lho; vável, de entre juízes conselheiros com mais de dois anos
d) Dirigir e coordenar os serviços de inspeção; na categoria.
e) Elaborar, por sua iniciativa ou mediante proposta do 3 — A comissão de serviço rege-se pelo disposto no
secretário, as instruções de execução permanente; Estatuto dos Magistrados Judiciais.
8588-(108) Diário da República, 1.ª série — N.º 193 — 2 de outubro de 2015