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CRIMINOLOGIA
VITIMOLOGIA
Por Rochester Araújo
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SUMÁRIO
ATUALIZADO EM 26/03/201712
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo
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VITIMOLOGIA
1. CONCEITO DE VITIMOLOGIA
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Os primeiros trabalhos sobre vítimas, segundo o professor Marlet (1995), foram de Hans Gross
(1901). Somente a partir da década de 1940, com Von Hentig e Benjamim Mendelsohn, é que se
começou a fazer um estudo sistemático das vítimas. Conforme já se disse, em razão da postura das
Escolas Clássica e Positiva, naquela época ao direito penal só importavam o delito, o delinquente e a
pena.
3. CLASSIFICAÇÕES
Uma primeira classificação importante das vítimas é atribuída a Benjamim Mendelsohn, que
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É importante analisar a relação entre criminoso e vítima (par penal) para aferir o dolo e a culpa
daquele, bem como a responsabilidade da vítima ou sua contribuição involuntária para o fato crime. Isso
repercute na adequação típica e na aplicação da pena (art. 59 do CP). É inegável o papel da vítima no
homicídio privilegiado, por exemplo.
Da mesma maneira que existem criminosos reincidentes, é certa para a criminologia a
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Fundado em São Paulo, em 1987, o Instituto de Ensino e Pesquisa – Insper é uma instituição de
ensino sem fins lucrativos que tem o compromisso de ser um centro de referência em ensino e pesquisa
nas áreas de negócios e economia. (#ATENÇÃO)
Nesse terreno, coadjuvado pelo Centro de Políticas Públicas do IFB (Instituto Futuro Brasil),
realizou importante pesquisa acerca da vitimização na cidade de São Paulo no período de 2003 a 2008,
revelando dados inéditos sobre a criminalidade. O estudo mostra a evolução da violência em São Paulo
nesse período, com dados de criminalidade como estelionato, agressão verbal, agressão física, trânsito,
crime contra a pessoa, roubo de veículos e roubos a residências. O estudo utilizou como base pesquisa
domiciliar com 2.967 pessoas na cidade de São Paulo no ano de 2008.
À guisa de ilustração, transcrevemos as tabelas acerca da pesquisa de vitimização acima
referida:
Criminalidade ao longo da
Baixa Média Alta Total
vida e renda
N % N % N % N %
Sofreu agressão física 131 11,1 218 10,9 118 14,7 568 11,4
Ameaçado por outra arma 67 5,7 151 7,6 116 14,4 402 8,0
Por sua vez, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo elaborou pesquisa,
coordenada pelo sociólogo Túlio Kahn2, que asseverou, dentre outros relevantes criminais, que o
homicídio é o tipo de crime com consequências mais graves para a sociedade, o que eleva muito a
importância de estudar sua ocorrência com o objetivo de entendê-lo e encontrar ações efetivas no seu
combate e prevenção.
A ocorrência de homicídios tem predominância noturna; após as 19h a incidência aumenta
muito, atingindo o pico às 22h. Depois o número de ocorrências decresce durante a madrugada, mas
ainda com altas taxas, até atingir o ponto mínimo por volta das 10h.
Tendo em vista os dias da semana, a ocorrência de homicídios se concentra nos finais de
semana, tanto no sábado como no domingo. A diferença na distribuição dos dois dias reside no fato de
que no sábado existe um aumento de homicídios durante todo o dia, enquanto no domingo o aumento
ocorre praticamente só no período da manhã.
Por derradeiro, ao contrário da maioria dos tipos de crime, os homicídios estão mais
relacionados a favelas do que a qualquer outro tipo de infraestrutura urbana, relacionando-se, num só
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4) Por derradeiro, o fomento à ajuda e atenção à vítima por parte das instituições públicas, com a
criação de órgãos de apoio e proteção, bem como o dever estatal de indenização, caso o réu seja
insolvente, prevenindo-se a vitimização terciária.
#ATENÇÃO #ISSOCÊNUMCONTA: lembra do atenção marcado no início desse texto? Pois é. Observe
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qual a finalidade do instituto que apresentou os dados pesquisados. Econômico. Por isso, muita
atenção e cuidado ao repetir esse discurso relacionado a política criminal e a vítima. Sobretudo porque
quando se apontam as correntes internacionais que desenham o reforço ao discurso punitivista, isto
pode ser questionado e facilmente afastado ao se destacar, mais uma vez, que não há uma relação
entre aumento do punitivismo (criar novos crimes, endurecer as penas, diminuir as garantias) e a
redução da criminalidade.
Ao contrário, discutir a vítima modernamente passa muito mais por políticas de reaproximação entre
criminoso e vítima, resolução extrajudicial dos conflitos (quanto mais extrapenal) e os diversos
modelos de justiça restaurativa.
As propostas elencadas, ao contrário, apenas acentuam os problemas relacionados à vítima, visto que
além de não ter seus direitos reestabelecidos, segue afastada da solução do conflito que existe
naturalmente em um evento crime.
crime.
• Vitimização secundária: ou sobrevitimização; entende-se ser aquela causada pelas instâncias
formais de controle social, no decorrer do processo de registro e apuração do crime, com o sofrimento
adicional causado pela dinâmica do sistema de justiça criminal (inquérito policial e processo penal). (Ex.:
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher)
• Vitimização terciária: falta de amparo dos órgãos públicos às vítimas; nesse contexto, a
própria sociedade não acolhe a vítima, e muitas vezes a incentiva a não denunciar o delito às
autoridades, ocorrendo o que se chama de cifra negra (quantidade de crimes que não chegam ao
conhecimento do Estado).