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OAB | Exame XX V

P R I M E I R A FA S E

PROCESSO DO TRABALHO
Prof. Douglas Caetano
processo DO TRABALHO
Prof. Douglas Caetano

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processo do trabalho

CAPÍTULO II – DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

1. PRINCÍPIOS

1.1 Princípio da conciliação


É indispensável a tentativa de conciliação no processo do trabalho.
A tentativa de conciliação deve ocorrer em duas oportunidades, de forma obrigatória, sob pena
de nulidade, conforme preconiza os artigos 846 e 850 da CLT.
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente
de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de
conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
A sentença homologatória de acordo extingue o feito com resolução de mérito, nos termos do
art. 487, III, “b” do CPC, bem como transita em julgado imediatamente para as partes.
DICA MAROTA: As partes não podem recorrer da sentença homologatória de acordo, no
entanto, se ocorrer a coação da parte na celebração do acordo, cabe o ajuizamento da ação
rescisória para rescindir a sentença homologatória de acordo, nos termos da Súmula 259 do
TST:

Súmula nº 259 do TST


TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
Só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do
art. 831 da CLT.
DICA MAROTA: A homologação do acordo é uma faculdade do juiz, de forma que a decisão
que nega a homologação não fere direito liquido e certo das partes, conforme inteligência da
Súmula 418 do TST.

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Súmula nº 418 do TST
MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 217/2017 – DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017
A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo
tutelável pela via do mandado de segurança.

1.2 Princípio da aplicação subsidiária e supletiva do código de processo


civil (art. 769 da CLT, art. 15 do CPC e art. 1º da in nº 39 do TST)
Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito
processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,
as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Art. 1º Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do
Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do
Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105,
de 17.03.2015.
Não há Código de Processo de Trabalho, e existem omissões na CLT, logo, haverá a aplicação
do CPC SUBSIDIARIA E SUPLETIVA, desde que, a norma a ser transladada para o processo do
trabalho seja compatível com as normas e princípios do processo do Trabalho.
Para ocorrer aplicação subsidiária e supletiva do CPC, necessita:
•• HAVER OMISSÃO DA CLT;
•• E COMPATIBILIDADE COM OS PRINCIPIOS QUE NORTEIAM O PROCESSO DO TRABALHO.
EXEMPLO: Art. 840, §1º CLT – traz os requisitos da petição inicial; porém, este é omisso na
questão do valor da causa – logo, aplica-se, o artigo 319 do CPC que traz o valor da causa
como requisito da petição inicial, não é norma incompatível, pelo contrario, é amplamente
compatível; pois os ritos processuais do processo do trabalho são denominados pelo valor da
causa.

1.3 Princípio do “jus postulandi”


Art. 791. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça
do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
O art. 791 da CLT ressalta que as partes na justiça do trabalho podem postular sem a presença
do advogado, exceção ao artigo 133 da CF que dispõe que o advogado é indispensável para a
aplicação da justiça.
Na hipótese da parte optar por ser representada por advogado, faz-se necessário a outorga de
poderes para tanto, o que será realizado através do instrumento de procuração ou mandato,
que poderá ser expresso ou tácito, sendo que o expresso pode ser por escrito ou verbal em
audiência, a requerimento do advogado e anuência da parte, nos termos do art. 791, § 3º da
CLT, já o tácito ocorre pelo simples fato da parte estar acompanhada por advogado na audiência.

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DICA MAROTA: A assistência judiciária gratuita pode ser conferida ao empregado que
demonstrar que não tem condições de arcar com as custas e demais despesas do processo,
nos termos do art. 790, § 3º da CLT. O mencionado beneficio pode ser requerido a qualquer
momento no processo, inclusive na fase recurso, desde que no prazo alusivo ao recurso,
conforme dispõe a OJ 296 da SDI-1 do TST.
SÚMULA 425, TST – Limita o “Jus Postulandi” – pois, não é permitido existir o “jus postulandi”
até o final da ação; além de que, há algumas ações que nem permitem o referido princípio.

Súmula nº 425 – TST


Jus Postulandi – Justiça do Trabalho – Alcance – Limitação
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho
e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o
mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
NÃO CABE O “JUS POSTULANDI” (não importando aonde for proposto):
1) Nas Ações Rescisórias;
2) Nas Ações Cautelares;
3) Nos Mandados de Segurança;
4) Nos Recursos de Competência do Tribunal Superior do Trabalho.
Nas ações comuns, caberá “Jus Postulandi”, nas Varas e TRT’S, menos no TST.

1.4 Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias


O art. 893 da CLT, em seu § 1º, determina que as decisões interlocutórias somente são recorríveis
em recursos da decisão definitiva.
Art. 893. Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
...

§ 1º Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se


a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão
definitiva.
Entretanto, a Súmula 214 do TST, traz três exceções a regra, quais sejam:
a) Decisões interlocutórias dos Tribunais incompatíveis com Sumulas ou OJs do TST;
b) Decisões interlocutórias suscetíveis de recurso para o próprio Tribunal;
c) Decisão interlocutória que acolhe exceção de incompetência em razão do local, e remete os
autos para Vara do trabalho de Tribunal distinto daquele do Juízo que apreciou a exceção.

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Súmula nº 214 do TST
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) – Res. 127/2005, DJ 14, 15 e
16.03.2005
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do
Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção
de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto
daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

2. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

2.1 Órgãos que compõem a justiça do trabalho – Art. 111 CF/88


•• Juiz do Trabalho/Varas do Trabalho;
•• Tribunais Regionais do Trabalho;
•• Tribunal Superior do Trabalho.

1º – VARAS DO TRABALHO: Emenda Constitucional 24/1999 – Trata-se de órgãos exclusivos de


1º instância na justiça do trabalho.
•• Juiz singular ou monocrático;
•• Nas Comarcas não abrangidas pelas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um
Juiz de Direito;
•• Nesse caso, da sentença proferida por um Juiz de Direito investido em de jurisdição
trabalhista caberá Recurso Ordinário para o TRT, nos termos do art. 112 da CF/88;
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por
sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do
Trabalho.
•• O princípio da Identidade Física do Juiz passou a ser aplicado a Justiça do Trabalho com
cancelamento da Súmula 136 do TST;

2º – TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO


Atualmente existem 24 Tribunais Regionais do Trabalho.
Os Tribunais Regionais do Trabalho quando se instituem lançam seu regimento interno,
tornando o autônomo de outros tribunais, regionalizando, não tendo competência federativa;
só tem jurisdição na sua região.
Cada região tem seu Tribunal Regional, e eles são autônomos.
Os tribunais regionais do trabalho são compostos por turmas, que julgam o processo. Podendo
atuar em 2º Instância, mas também, podendo atuar em 1º Instância.

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3º – TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Composto por 27 ministros.
No TST há uma subdivisão em turmas e seções, sendo que quando o processo chega ao TST é
encaminhado a uma de suas turmas. E do julgamento dessas turmas cabe recurso para uma
das seções, que será eleita de acordo com a matéria a ser julgada, direito individual ou coletivo
do trabalho.

DE OLHO NA REFORMA!!!
Uma das competências do TST é estabelecer súmulas e Ojs. Ocorre que a Reforma Trabalhista
através da alteração da redação da alínea “f” do inciso I e da inclusão dos parágrafos 3º e 4º
ao artigo 702 da CLT, passou a regulamentar o procedimento para criação e alteração das
mencionadas súmulas e Ojs.
Ainda nesse sentido, vale ressaltar que os dispositivos acima também se aplicam para o
procedimento de criação e alteração nos tribunais regionais.
Art. 702. ...
I – ...
f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto
de pelo menos dois terços de seus membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida
de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos
dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços de
seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de sua publicação no Diário Oficial;
§ 3º As sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas e outros
enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias
de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo Procurador-Geral do Trabalho,
pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e
por confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional.
§ 4º O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência
pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea f do inciso I e
no § 3º deste artigo, com rol equivalente de legitimados para sustentação oral, observada a
abrangência de sua circunscrição judiciária.

3. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Tem por finalidade a tentativa de conciliação dos conflitos individuais de trabalho.


É composta de forma paritária, ou seja, em igual número por representantes dos empregados
e dos empregadores;
Poderá ser criada no âmbito das empresas (grupo de empresas) ou dos sindicatos;
Se composta no âmbito do sindicato terá suas regras tratadas em Norma Coletiva;

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Se composta no âmbito da empresa terá normas tratadas na CLT;
•• No mínimo dois e no máximo dez membros;
•• Metade indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados;
•• Terão tantos suplentes quanto forem os titulares;
•• Mandato de um ano, permitida uma recondução;
•• Estabilidade provisória, desde o registro da candidatura até um ano após o termino do
mandato, garantia aos membros eleitos (titulares ou suplentes);
•• A passagem do empregado pela CCP é facultativa;
•• Suspende o prazo prescricional, desde a provocação até frustrar a conciliação ou esgotar o
prazo de 10 dias.

4. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Competência é a possibilidade que o juiz tem de exercer a sua jurisdição.


Na seara trabalhista é importante estudarmos dois tipos de competência, a material, ligada a
matéria objeto do litígio, e territorial, ligada ao local do ajuizamento da ação.

4.1 Competência Material ou Absoluta – Art. 114 da CF – EC. 45/04

4.1.1 Relação de trabalho


Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo
e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho.
Ação oriunda da relação de trabalho (o autônomo postula seu direito na Justiça do Trabalho).
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – Súmula 363 do STJ

STJ Súmula nº 363


Competência – Processo e Julgamento – Ação de Cobrança – Profissional Liberal Contra
Cliente
Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional
liberal contra cliente.
Neste caso, trata-se de honorários advocatícios particulares. Essa súmula trata dos honorários
de qualquer profissional liberal. Logo, honorários particulares não são cobrados na Justiça
do Trabalho, e sim na Justiça Comum, uma vez que o STJ entendeu que a relação entre o
profissional liberal e seu cliente se aproxima mais de uma relação de consumo do que de uma
relação de trabalho.

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4.1.2 Entes de direito público externo
São entes de direito publico externos:
a) Estados Estrangeiros (Outros Países);
b) Organismos Internacionais (ONU, OTAN, OIT).

a) Estados Estrangeiros:
Analisar qual ato ele praticou, Atos de Império ou de Gestão:
•• Atos de Império (decorrem da sua soberania, exemplo: concessão do visto de estrangeiro),
possuem IMUNIDADE absoluta, ou seja, não pode ser contestado por lei brasileira;
•• Atos de Gestão (decorrem da sua gestão, como, por exemplo, a contratação de empregado
para trabalhar na sua embaixada, NÃO possuem IMUNIDADE de jurisdição (fase de
conhecimento), mas SIM de execução (fase de execução).
DICA MAROTA: Nos atos de gestão a execução deverá ocorrer por Carta Rogatória, salvo
expressa renúncia do Estado Estrangeiro.

b) Organismos Internacionais
Criados por normas internacionais que são incorporadas ao ordenamento jurídico de cada
País, de forma que são as referidas normas que vão ditar as regras de IMUNIDADE (em regra é
imunidade absoluta, ou seja, de jurisdição e execução), nos termos da OJ 416 da SDI – 1 do TST.
416. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. (DEJT
divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) (mantida conforme julgamento do processo TST-E-
RR-61600-41.2003.5.23.0005 pelo Tribunal Pleno em 23.05.2016)
As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição
quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro,
não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos
praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia
expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.

4.1.3 Entes da administração pública direta e indireta


São entes da administração pública Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), e da
Indireta (Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista).
DICA MAROTA: Os trabalhadores da ADM Direta e Indireta podem ser:
a) Celetistas (Ex.: Empregado Público);
b) Estatuários;
c) Contratados através de outros regimes jurídicos (Ex.: Trab. Temporário – art. 37, IX da
CF/88).

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DICA MAROTA: O STF nos autos da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) nº 3395, excluiu
os estatutários e os contratados sob outros regimes da competência da Justiça do Trabalho.

4.1.4 Dano moral e patrimonial


Art. 114...
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho;
As ações de dano moral ou material, decorrentes do acidente de trabalho, são de competência
da justiça do trabalho, ou seja, as ações do empregado ou de seus sucessores em face do
empregador, em razão de acidente do trabalho é de competência da JT.
A configuração do acidente de trabalho contra o INSS é de competência da justiça comum, ou
seja, as ações dos sucessores em face do INSS pleiteando um benefício, por exemplo, em razão
do acidente do trabalho é de competência da Justiça Comum Estadual ou Federal.

4.1.5 Sindicatos
A competência para julgar ações que envolvem sindicato será sempre da Justiça do Trabalho.
Art. 114...
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores,
e entre sindicatos e empregadores;
Não importa o que o sindicato estiver postulando, a competência sempre será da justiça do
trabalho.

4.1.6 Ações que envolvam o exercício de greve


Art. 114...
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
As ações individuais ou coletivas que envolvam o direito de greve são de competência da Justiça
do trabalho
DICA MAROTA: Ações possessórias envolvendo o direito de greve são de competência da
Justiça do Trabalho, nos termos da Súmula Vinculante nº 23:

Súmula Vinculante 23
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
DICA MAROTA: Ações envolvendo direito de greve de servidores públicos é da Justiça Comum.

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4.1.7 Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores
Art. 114...
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
Multa aplicada pelo MTE – Inscrição na Dívida Ativa – Execução fiscal.
Multa aplicada pelo MTE – Auto de Infração – Ação anulatória.

4.8 Mandado de Segurança/Habeas Corpus/Habeas Data


Art. 114...
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
Caberá MS, HC e HD, quando a matéria do ato questionado for de jurisdição da JT.
DICA MAROTA: não compete a Justiça do Trabalho o julgamento de crimes, mesmo aqueles
cometidos em face da organização do trabalho, conforme decido na ADI nº 3684.

4.1.9 Execução de ofício das contribuições sociais


Art. 114...
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Compete a Justiça do Trabalho executar de ofício as contribuições sociais incidentes sobre as
sentenças:
a) Condenatórias em pecúnia;
b) Homologatória de acordo;
DICA MAROTA: A Súmula 368 do TST, em seu item I, decidiu que não cabe a Justiça do Trabalho
executar as contribuições incidentes sobre as sentenças que decidiu sobre “salários pagos
durante o período reconhecido”.

Súmula nº 368 do TST


DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO
PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno
realizada em 16.04.2012) – Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012
I – A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições
previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores,
objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-
1 – inserida em 27.11.1998 )

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II – É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias
e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo ser
calculadas, em relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A
da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010.
III – Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se
disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991
e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada
mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do
salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em
14.03.1994 e 20.06.2001)

4.1.10 Conflito de competência entre seus órgãos, ressalvado o art. 102, I, “o” da CF/88
Ocorre o conflito de competência quando existe a dúvida entre dois órgãos sobre de quem é
a competência para processar e julgar determinado processo. Esse conflito pode ser positivo,
quando os dois entendem ter competência para o julgamento ou negativo quando entender
que não são competentes para o julgamento.
Art. 114...
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto
no art. 102, I, o;
Para facilitar a compreensão do instituto vamos separá-lo em quatro partes:
1ª Parte: Lógica – art. 808, “d” da CLT
Juiz do Trabalho X Juiz do Trabalho (mesmo TRT) = TRT que julga;
Juiz do Trabalho. X Juiz do Trabalho (TRT distintos) = TST que julga;
TRT x TRT = TST que julga;
Juiz de Direito Investido na jurisdição trabalhista X Juiz de Dir. Investido na jurisdição trabalhista
(mesmo TRT) = TRT que julga;
Juiz de Direito investido na jurisdição trabalhista X Juiz de Direito investido na jurisdição
Trabalhista (TRT distinto) = TST que julga;
2ª Parte: Competência do STJ – art. 105, “d” CF/88
Justiças distintas = STJ que julga;
Juiz do Trabalho X Juiz de Direito = STJ que julga;
ATENÇÃO: Lembre-se da Súmula 363 do STJ (competência para cobrança de honorários do
profissional liberal)
3ª Parte: Competência do STF – art. 102, I, “o” da CF/88
Sempre que envolver tribunais superiores.
TST x STJ = STF

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4ª Parte: Súmula 420 do TST

Súmula nº 420 do TST


COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA
REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) –
Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005
Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do
Trabalho a ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 – DJ 11.08.2003)
O examinador irá tentar te induzir a erro, pois no caso em tela não há conflito, pois são
órgãos com hierarquia distinta, na verdade a regra é “manda quem pode, obedece quem tem
inteligência”.
Juiz do Trabalho X TRT mesma região = TRT;
TRT x TST = TST.

4.1.11 Complementação de Aposentadoria


Em regra a competência para processar e julgar as ações que versem sobre direito ligado a
complementação de aposentadoria privada é da Justiça Comum, conforme decidiu o STF no
julgamento do Recurso Extraordinário 586.456.
Porém, na hipótese da aposentadoria privada ter sido instituída através do próprio contrato de
trabalho ou regulamento da empresa, a competência passa a ser da Justiça do Trabalho, nos
termos da OJ 26 da SDI-1 do TST.

4.1.12 Outras controvérsias previstas na lei


Art. 114...
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
Nesse caso o legislador tentou abrir ainda mais o leque de possibilidades, entretanto, para sua
prova destaco duas situações sumuladas pelo TST:

a) PIS
Súmula nº 300 do TST
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS (mantida) – Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de
empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).

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b) Seguro desemprego
Súmula nº 389 do TST
SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO
POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 210 e 211 da
SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I – Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e
empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-
desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000)
II – O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-
desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 – inserida em
08.11.2000)

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei 13.467/2013 (Reforma Trabalhista) alterou o artigo 652 da CLT incluindo a alínea “f”,
aumentando a competência material da Justiça do Trabalho ao autorizar o processamento
e julgamento da homologação de acordo extrajudicial em matéria trabalhista. Como, por
exemplo, o seguinte caso: empregado e empregador celebram acordo para extinção do contrato
de trabalho e pagamento das verbas rescisórias e trabalhistas no âmbito administrativo,
peticionam nesse sentido e comparecem junto a Vara do Trabalho apenas para que o juiz
homologue o acordo.
Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:
...
f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da
Justiça do Trabalho.

4.2 Competência Territorial ou Relativa – art. 651 da CLT


A competência territorial da Justiça do Trabalho é o local da prestação de serviço, não
interessando se o empregado foi contratado em local diverso.
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha
sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

4.2.1 Exceções
Há três exceções, inseridas nos parágrafos do artigo 651, CLT, sendo:

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4.2.1.1 Empregado viajante
§ 1º Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da
Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja
subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha
domicílio ou a localidade mais próxima.
Neste caso a ação deverá ser proposta aonde o empregado trabalha e for subordinado, sendo
que, na falta de cumulatividade desses requisitos a ação deverá ser proposta onde o empregado
reside ou na localidade mais próxima.
EXEMPLO: Imagine que um empregado foi contratado em São Paulo para trabalhar na Baixada
Santista, logo trabalhando em Santos, na Praia Grande e Guarujá. PERGUNTA: Aonde o
empregado deve propor a ação? Neste caso, deverá propor ação no local onde prestar serviço e
tiver sido subordinado ao mesmo tempo.
Mas e se for subordinado em outro local, que não seja os que ele trabalhou? Neste caso, será o
local onde ele reside ou a localidade mais próxima.

4.2.1.2 Empregador viajante


§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar
do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
Neste caso, a ação deverá ser proposta, tanto no local da contratação, como também, no da
prestação dos respectivos serviços.
Neste caso tem foro optativo.
EXEMPLO: O empregado do Circo prestou serviços em Santos, Praia Grande e Guarujá, mas foi
contratado em São Paulo. Pode propor ação em qualquer um dos lugares citados.

4.2.1.3 Prestação de serviço no exterior


§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo,
estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado
seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
O Empregado brasileiro contratado para prestar serviço no exterior pode ajuizar a RT no Brasil,
desde que não haja norma internacional proibindo.
DICA MAROTA: Com relação a legislação aplicável, aplica-se o Princípio da Territorialidade
(aplica a lei do país da prestação do serviço).
Exceção: Empregado transferido para o exterior com prazo maior do que 90 dias de trabalho
em outro país, aplica-se a Lei nº 7064/82.
A referida lei prevê em três situações que a legislação aplicável será aquela mais favorável ao
empregado (art. 3º da Lei 7064/82):

#OABMODEON 17
a) Removido;
b) Cedido (Filial no Brasil – cedido exterior);
c) Sede da empresa no Brasil – empregado contratado para trabalhar no exterior.

5. NULIDADES

Ocorre a nulidade quando é deixado de observar algum requisito estabelecido por lei para
pratica do ato processual.

5.1 Formas das nulidades


a) Nulidade absoluta: ocorre quando é inobservada norma de interesse público, pode ser
declarada de ofício pelo juiz e alegada em qualquer momento no processo.
b) Nulidade relativa: ocorre quando é inobservada norma de interesse das partes, não
pode ser declarada de ofício, sua apreciação depende de alegação das partes na primeira
oportunidade que falarem no processo ou em audiência.
DICA MAROTA: Se as partes não alegarem a nulidade relativa opera-se a preclusão, de forma
que ocorre a convalidação do ato nulo.

5.2 Hipóteses do não pronunciamento da nulidade


a) Quando for possível repetir ou salvar o ato;
b) Quando arguida por quem lhe deu causa;
c) Quando a inobservância não trouxer manifesto prejuízo as partes.

5.3 Efeitos da declaração da nulidade


A declaração do ato nulo gera efeitos apenas em relação aos atos posteriores que dele
dependam ou sejam consequência, nos termos do art. 798 da CLT.
Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam
consequência.

6. ATOS E PRAZOS

O ato processual é aquele ato decorrente da vontade das pessoas envolvidas no processo,
sendo que a lei estipula um determinado prazo para prática dos referidos atos.

18 #OABMODEON
6.1 Forma de comunicação dos atos processuais
O CPC apresenta duas formas de comunicação dos atos processuais, a citação (art. 238) e a
intimação (art. 269).
A citação é o ato pelo qual se chama a integrar a relação processual o réu, o executado ou
interessado.
A intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo.
A CLT, por sua vez, utiliza de forma indistinta a “notificação” tanto para citação, como para as
intimações das partes.
Dessa forma, nos termos do art. 841 da CLT, após recebida e protocolada a petição inicial, a
Secretária, dentro de 48 horas, remeterá segunda via da petição ou do termo ao reclamado,
notificando-o para comparecer à audiência una ou inicial, que será designada na primeira data
desimpedida, depois de cinco dias.
Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta
e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao
mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida,
depois de 5 (cinco) dias.
Em regra a notificação é realizada via postal, e entre a notificação do reclamado e a data da
audiência deverá decorrer um prazo mínimo de cinco dias, a fim de que o mesmo possa se
preparar para prática do ato.
DICA MAROTA: Quanto a Fazenda Pública, o referido prazo é contado em quádruplo, ou seja,
entre o recebimento da notificação e a data da audiência deve decorrer um prazo mínimo de
20 dias.
Em razão da notificação ser realizada em regra através da via postal, é importante ter em mente
a regra contida na Súmula 16 do TST, a qual dispõe que presume-se recebida a notificação
postal 48 horas depois de sua postagem, sendo que o não recebimento ou a entrega fora do
prazo constituiu ônus do reclamado.

Súmula nº 16 do TST
NOTIFICAÇÃO (nova redação) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O
seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do
destinatário.
Muito embora, a regra para notificação seja via postal, se o reclamado criar embaraços ou não
for localizado, a notificação poderá ser realizada por Edital, nos termos do art. 841, § 1º, da CLT,
com exceção quando a reclamação trabalhista tramitar pelo rito sumaríssimo.

#OABMODEON 19
6.2 Da prática dos atos processuais
Em regra os atos processuais serão praticados em dias úteis, das 6 às 20 horas, com exceção da
penhora que poderá ser realizada em domingo ou dia feriado, mediante autorização judicial,
conforme dispõe o art. 770 e seu parágrafo único da CLT.
Art. 770. Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse
social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
Parágrafo único. A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante
autorização expressa do juiz ou presidente.
DICA MAROTA: Não confundir com os dias e horários para realização das audiências, que
deverão ser realizadas em dias úteis, das 8 às 18 horas, podendo ter até cinco horas de duração.

6.3 Da contagem dos prazos processuais


Nesse momento deve ser realizar duas análises distintas, uma com relação ao início do prazo e
ou outra relacionada ao início da contagem do prazo.
a) INÍCIO DO PRAZO: É o dia notificação ou da intimação;
b) INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO: É o primeiro dia subsequente a notificação ou intimação.

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei 13.467/2017 alterou o art. 775 da CLT lhe conferindo nova redação, que altera a forma da
contagem dos prazos processuais computados em dias, que deverão ser contados apenas em
dia úteis, sendo suspensos aos sábados, domingos e feriados.
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia
do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes
hipóteses:
I – quando o juízo entender necessário;
II – em virtude de força maior, devidamente comprovada.
DICA MAROTA: Ainda nesse sentido o aluno deverá estar atento para o fato de que as Súmulas
1 e 262 do TST continuam valendo para regra de contagem dos prazos que tenham como data
da notificação a sexta-feira ou sábado respectivamente.

Súmula nº 1 do TST
PRAZO JUDICIAL (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for
feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se
não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir.

20 #OABMODEON
Prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente se o início ou final da contagem cair em dia
NÃO útil.
Também prorroga-se o prazo para o dia útil subsequente, se no último dia da contagem for
determinado o fechamento do fórum ou o expediente forense for encerrado antes da hora
normal (art. 184, § 1º CPC).
Em contrapartida, se o expediente forense for iniciado depois da hora normal, mas encerrado
na hora de praxe, considera-se dia útil.
Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo é o primeiro dia útil subsequente
imediato, e a contagem, no subsequente, segundo a Súmula 262, I, do TST.

Súmula nº 262 do TST


PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM SÁBADO. RECESSO FORENSE. (redação
do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 19.05.2014) – Res. 194/2014,
DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
I – Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil
imediato e a contagem, no subsequente. (ex-Súmula nº 262 – Res. 10/1986, DJ 31.10.1986)
II – O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho
suspendem os prazos recursais. (ex-OJ nº 209 da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000)
DICA MAROTA: No processo do trabalho não se aplica a contagem do prazo em dobro, para
litisconsortes com procuradores distintos de escritórios distintos (art. 229 do CPC), uma vez
que fere o princípio da Celeridade, nos termos da OJ nº 310 da SDI-1 do TST.
310. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. art. 229, caput e §§
1º e 2º, do CPC de 2015. ART. 191 DO CPC de 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO
(atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016
Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC
de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe
é inerente.
DICA MAROTA: O prazo para o MPT (Ministério Público do Trabalho) será sempre em dobro,
salvo quando a lei manifestamente apontar prazo distinto.

7. PROCEDIMENTOS

7.1 Processo
O processo nada mais é do que a ferramenta pela qual a parte exerce seu direito material.
O processo é composto por um conjunto de atos devidamente organizados.
O processo possui um procedimento ou rito, que é um caminho ou meio, através do qual ele
nasce, cresce, se desenvolve e chega ao seu final, qual seja dizer o direito ao caso concreto.

#OABMODEON 21
7.2 Procedimento trabalhista
No processo do trabalho há 04 procedimentos, isolados.
Os procedimentos do Processo do Trabalho são:
•• RITO ORDINÁRIO;
•• RITO SUMARÍSSIMO;
•• RITO ESPECIAL;
•• RITO SUMÁRIO.

7.2.1 Rito ordinário – Art. 840 da CLT


Rito para reclamações trabalhistas com valor da causa acima de 40 salários mínimos.
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do
juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante
ou de seu representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.

7.2.2 Rito Sumaríssimo – Art. 852-A ao art. 852-I da CLT


O rito sumaríssimo deverá ser aplicado quando o valor da causa da reclamação trabalhista for
maior do que 2 salários mínimos até 40 salários mínimos.
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte
a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
Trata-se de um procedimento que foi criado em razão do princípio da celeridade.

7.2.2.1 Características
a) O pedido deve ser liquidado na propositura da ação, sob pena de arquivamento;
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;
b) Não cabe citação por edital;
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:

22 #OABMODEON
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e
endereço do reclamado;
c) Cada parte terá direito de ouvir até 2 testemunhas;
d) Na hipótese da testemunha não comparecer na audiência, a parte deve comprovar o
convite da mesma, para requerer a redesignação do ato;
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que
não requeridas previamente.
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de
instrução e julgamento independentemente de intimação.
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar
de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua
imediata condução coercitiva.
e) O processo deve terminar em 15 dias contados da distribuição da ação, ou se necessária a
redesignação da audiência o referido prazo será prorrogado por mais 30 dias;
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu
ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento
judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento.
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que
não requeridas previamente.
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no
prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
f) É possível a produção da prova testemunhal, entretanto, cada parte terá o prazo comum de
5 dias para manifestar a respeito do laudo;
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que
não requeridas previamente.
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova
técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.
EXCEÇÃO: Art. 852-A parágrafo único da CLT, dispõe sobre uma restrição ao Rito Sumaríssimo
para as pessoas da Administração Pública Direta, Autarquias e Fundações.

7.1.1 Rito Sumário


Também conhecido como Dissídio de Alçada, é célere, previsto no artigo 2º, §§ 1º, 2º e 4º da Lei
5.584/1970, abrange as demandas que o valor da causa não supere 2 salários mínimos vigentes na
data da distribuição.

#OABMODEON 23
Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acôrdo, o Presidente, da
Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da
alçada, se êste fôr indeterminado no pedido.
§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor
fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
ao Presidente do Tribunal Regional.
§ 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído com a petição
inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em
48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.
...
§ 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças
proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse
fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.
DICA MAROTA: Somente cabe recurso se a sentença ferir a CF/88, salvo pedido de revisão, no
prazo de 48 horas.

8. PETIÇÃO INICIAL

A reclamação trabalhista será escrita ou verbal, e tem previsão no artigo 840 da CLT e seus
parágrafos.
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das
partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo.
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem
resolução do mérito

8.2 Requisitos da petição inicial

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei nº 13.467/2017 alterou o parágrafo 1º do art. 840 da CLT introduzindo como requisito da
reclamação trabalhista o valor da causa, o que já não era sem tempo, haja vista que o valor da
causa é justamente o requisito objetivo que determina, em regra, o rito pela qual o processo
deverá tramitar.

24 #OABMODEON
a) Endereçamento;
b) Qualificação das partes;
c) Fatos (breve exposição) + Fundamentos jurídicos;
d) Pedido, que deverá ser certo e determinado;
e) Valor da causa;
f) Data;
g) Assinatura.
A petição inicial do processo do trabalho pode ser feita de duas formas, sendo escrita ou verbal.
Tanto a petição inicial escrita e verbal após reduzida a termo se pautará pelo artigo 840 da CLT
e seus parágrafos.
Entretanto, a petição inicial verbal possui um procedimento próprio a seguir até sua redução a
termo, conforme art. 786 da CLT:
Art. 786. A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único. Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força
maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a
termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
O trabalhador se dirige ao Distribuidor da Justiça do Trabalho e faz uma reclamação trabalhista
de forma oral, não necessitando de advogado.
Se na cidade onde o trabalhador levar sua petição inicial verbal tiver uma única vara, comparece
direto na secretaria, onde o servidor já reduzirá a mesma a termo, já saindo notificado da
audiência.
Se precisar fazer uma petição inicial verbal em cidade que possui mais de uma vara do trabalho
tem que passar pela distribuição. Na distribuição o servidor fará um sorteio da petição
inicial, informando para qual vara foi destinada, a partir desse momento, o empregado terá
o prazo de 5 dias para ir a secretaria da vara sorteada e reduzir a petição inicial a termo. Se
não comparecer no prazo de 5 dias na vara para atermar sua reclamação trabalhista lhe será
aplicada a perempção trabalhista.
A perempção trabalhista é específica, não se confundindo com a do processo civil.

8.3 Perempção trabalhista – Arts. 731 c.c 786 e 732 da CLT


a) Artigos 731 e 786 da CLT
É uma penalidade para o reclamante que não vai atermar sua reclamação trabalhista verbal
no prazo de 5 dias. Seu processo será extinto, sem resolução do mérito, e o juiz aplicará a
penalidade.

b) Artigo 732 da CLT


Art. 732. Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes
seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.

#OABMODEON 25
Ocorre quando o reclamante falta por duas vezes seguidas a audiência una ou inicial, dando
causa a dois arquivamento seguidos pelo mesmo motivo.

8.4 Da justiça gratuita

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei nº 13.467/2013 modificou o parágrafo 3º do art. 790 da CLT alterando o limite do requisito
objetivo para concessão da justiça gratuita ao reclamante, que agora passou a ser apenas o fato
do empregado perceber salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios da
Previdência Social.
Art. 790. ...
...
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de
qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior
a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social.
DICA MAROTA: Outra alteração importante trazida pela Lei nº 13.467/2017 foi inclusão do
parágrafo 4º ao art. 790, possibilitando expressamente a concessão da justiça gratuita a qualquer
uma das partes que demonstrem não possuir condições de pagar as custas processuais.
Art. 790. ...
...
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do processo.

8.5 Dos honorários Sucumbenciais

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei nº 13.467/2013 inseriu o art. 791-A a CLT dispondo a respeito da condenação da parte
sucumbente ao pagamento dos honorários sucumbenciais, no valor mínimo de 5% e máximo
de 15% do valor da condenação ou do valor atualizado da causa, a ser fixado pelo juiz.
O referido artigo em seus parágrafos ainda dispõe a respeito da condenação ao pagamento dos
honorários nas ações em face da Fazenda Pública ou que a parte estiver assistida ou substituída
por seu sindicato de classe, (parágrafo 1º).
Dispõe, também, sobre os critérios que deverão ser utilizados pelo juiz ao fixar os honorários
sucumbenciais, (parágrafo 2º).

26 #OABMODEON
Autoriza a condenação em pagamento dos honorários sucumbenciais de forma recíproca,
quando ocorrer o julgamento parcial dos pedidos, entretanto, exclui a possibilidade da
compensação entre os honorários, (parágrafo 3º).
Se a parte condenada ao pagamento dos honorários sucumbenciais for beneficiária da justiça
gratuita, e não tiver obtido crédito suficiente para pagar os referidos honorários, mesmo que
em outro processo, sua exigibilidade ficará suspensa pelo prazo máximo de dois anos contados
do trânsito em julgado da decisão, ocasião em que, dentro do referido prazo, os honorários
somente poderão ser cobrados se ficar comprovado que a situação que garantia a justiça
gratuita deixou de existir. Após o prazo sem alteração da condição do condenado a obrigação
deixa de existir (parágrafo 4º).
Os honorários sucumbenciais são devidos na reconvenção (parágrafo 5º).
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em
que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I – o grau de zelo do profissional;
II – o lugar de prestação do serviço;
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência
recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda
que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes
de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão
ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos
que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações
do beneficiário.
§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.

#OABMODEON 27
8.6 Da Litigância de Má-fé

DE OLHO NA REFORMA!!!
Muito embora no processo cada uma das partes busque defender seus interesses, pelo
menos no que se trata de jurisdição contenciosa, é preciso manter a boa-fé na pratica dos atos
processuais, ou seja, deve prevalecer a lealdade entre os litigantes.
Com o intuito de proteger a boa-fé processual, o legislador alterou a CLT, através da Lei nº
13.467/2017, para incluir os artigos 793-A ao 793-D, que passaram a regulamentar a litigância
de má-fé no processo do trabalho.
Os referidos artigos dispõem sobre os casos em que resta configurada a pratica da má-fé
processual, autoriza a aplicação da multa de ofício pelo juiz, limita o percentual de aplicação
da multa, e estende sua aplicação para as testemunhas que intencionalmente alterar a verdade
dos fatos ou omitir fatos essenciais para o julgamento do pedido.
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado
ou interveniente.
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa,
que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da
causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários
advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na
proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram
para lesar a parte contrária.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até
duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que
intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.

28 #OABMODEON
8.7 Reclamação Trabalhista plúrima
A reclamação trabalhista plúrima tem lugar quando dois ou mais reclamante que tenham
trabalhado para o mesmo empregador desejarem ajuizar a ação com identidade de matéria,
de forma que não será necessário que cada empregado ajuíze um ação, sendo possível o
ajuizamento de uma única ação.

9. RESPOSTAS DO RECLAMADO

Após ser notificado, o reclamado poderá apresentar quatro modalidades de defesas.

9.1 Espécies de defesa

9.1.1 Exceção
Além da contestação e reconvenção, o reclamado poderá apresentar como defesa três exceções
distintas, quais sejam, de impedimento, de suspeição ou de incompetência territorial.
a) EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO/IMPEDIMENTO
A CLT não traz expressamente a previsão legal da exceção de impedimento do juiz, uma vez que
entrou em vigor em 1943 e o citado instituto jurídico somente apareceu em nosso ordenamento
jurídico no CPC de 1973. Porém, é pacífico o entendimento de sua aplicação no processo do
trabalho, nos mesmos moldes da exceção de suspeição.
A Exceção de suspeição/impedimento tem previsão legal no artigo 801 da CLT, sendo que
deverá ser apresentada em audiência quando ocorrer a:
•• Suspeição
O Juiz for amigo ou inimigo de uma das partes, nos termos do art. 801, alíneas “a” ou “b” da
CLT.
•• Impedimento
O Juiz tiver algum parentesco por afinidade ou consanguíneo até o terceiro grau com uma das
partes, conforme, também preconiza o art. 801, alíneas “c” ou “d” da CLT.
Art. 801. O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, por
algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.

#OABMODEON 29
a.1) Procedimento
A CLT determina no art. 802 que após ser apresentada a exceção de suspeição/impedimento,
o Juiz deverá designar uma audiência no prazo de 48 horas, para instrução e julgamento da
exceção.
Art. 802. Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de
48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção.
DICA MAROTA: Esse procedimento não se aplica ao processo do trabalho, uma vez que foi
criado para as Juntas de Conciliação e Julgamento, que eram formadas por três juízes, sendo
que assim, quando apresentada a exceção em face de um dos juízes, os outros dois julgavam.
Entretanto, com a EC 24/1999, que extinguiu as JCJ e criou as Varas do Trabalho, esse órgão
passou a ter um juiz singular, de forma que atualmente não é possível que o próprio juiz julgue
uma exceção contra si, de maneira que nesse caso aplica-se o procedimento previsto no art.
146 do CPC.
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o
impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará
o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com
rol de testemunhas.
1) Se o Juiz se considerar suspeito ou impedido, deverá remeter os autos para seu substituto
legal;
2) Caso contrário terá o prazo de 15 dias para apresentar suas razões, juntar documentos e rol
testemunhas e remeter o feito para julgamento do TRT.

b) EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL


A exceção de incompetência territorial é a defesa que deverá ser utilizada pelo reclamado
quando o reclamante tiver ajuizado a reclamação trabalhista em local diverso da prestação do
serviço, como, por exemplo, o empregado prestou serviço em Fortaleza e ajuizou a reclamação
trabalhista em São Paulo.
A competência territorial ou em razão do lugar é definida pelo art. 651 da CLT.

DE OLHO NA REFORMA!!!
O art. 800 da CLT foi alterado pela Lei nº 13.467/2017 que passou prever novo procedimento
para apresentação, processamento e julgamento da exceção de incompetência territorial.
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da
notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o
procedimento estabelecido neste artigo.
§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se
refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.
§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se
existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.

30 #OABMODEON
§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo
o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo
que este houver indicado como competente.
§ 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a
designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente.
A referida exceção deverá ser apresentada em cinco dias, a contar da notificação do reclamado,
antes da audiência, em peça própria. Após protocolada a defesa, o processo é automaticamente
suspenso, o reclamante e os litisconsortes são notificados para se manifestarem, no prazo
comum de cinco dias, sendo necessário será designada audiência para oitiva das testemunhas,
que poderão ser ouvidas por carta precatória. Após decidida a exceção o processo voltará a
tramitar a partir da audiência una ou inicial.
DICA MAROTA: Muito embora, o CPC preveja em seu art. 337, II, a possibilidade da alegação da
incompetência territorial em preliminar da contestação, tal possibilidade não se aplica no caso
em comento, uma vez que a CLT não é omissa a respeito do tema.

9.1.2 Contestação
A contestação tem previsão no artigo 847 da CLT.
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei nº 13.467/2017 introduziu o parágrafo único ao art. 847 da CLT, que acabou por legalizar
apresentação da contestação de forma escrita, o que acontece diariamente no dia-a-dia da
justiça do trabalho.
Art. 847. ...
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial
eletrônico até a audiência.
A contestação será apresentada em audiência, de forma oral, em vinte minutos ou por escrito,
através do peticionamento eletrônico, até a audiência.

a) Princípios da Contestação
•• Princípio da Eventualidade
Toda a matéria de defesa deverá ser aduzida em um único momento, pois na eventualidade de
a primeira matéria não ser acolhida, se analisará a segunda, e assim, sucessivamente.

#OABMODEON 31
•• Princípio da Impugnação Específica dos Fatos
O referido princípio ressalta que tem que se fazer uma impugnação detalhada, especificada, ou
seja, atacar todos os argumentos expostos na petição inicial. Se não houver uma impugnação
detalhada terá a consequência de presunção de verdade daquilo que não foi impugnado
especificadamente.

b) Formatação da Contestação
No primeiro momento deverão ser alegadas as preliminares de mérito previstas no art. 337 do
CPC.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
DICA MAROTA: O CPC inovou ao dispor que a impugnação ao valor da causa deverá ser alegada
em sede de preliminar.

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei 13.467/2017 alterou o art. 840 da CLT e inclui mais uma preliminar de mérito que está fora
do rol do art. 337 do CPC, qual seja o parágrafo 3º do art. 840 da CLT, que prevê a possibilidade
de se requerer a extinção do pedido sem resolução do mérito, no caso do reclamante não
atender os requisitos do parágrafo 1º do mesmo artigo, como, por exemplo, confeccionar
pedido sem o valor da causa.
Art. 840. ...
...

32 #OABMODEON
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos
sem resolução do mérito.
No segundo momento, deverão ser alegadas as prejudiciais de mérito, quais sejam, a prescrição
e decadência.
E por fim, ataca-se o mérito.
DICA MAROTA: No mérito existem três teses que merecem destaque, quais sejam,
compensação, abatimento e retenção.

a) Compensação
É uma forma de extinção da obrigação, que deverá ser alegada quando reclamante e reclamado
forem credores e devedores ao mesmo tempo.
a.1) Requisitos
•• Reclamante e reclamado credores e devedores ao mesmo tempo;
•• A dívida a ser compensada deve ser de natureza trabalhista;
•• Requerida pelo reclamado em sede de contestação;
•• Deverá ser respeitado o limite da condenação.
Art. 767. A compensação, ou retenção, só poderá ser argüida como matéria de defesa.

Súmula nº 18 do TST
COMPENSAÇÃO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de natureza trabalhista.

Súmula nº 48 do TST
COMPENSAÇÃO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A compensação só poderá ser argüida com a contestação.

b) Abatimento ou Dedução
O abatimento tem lugar quando o reclamado deseja deduzir, reduzir, diminuir do valor da
condenação aquilo que já foi devidamente quitado.
DICA MAROTA: Pode ser declarado de ofício pelo Juiz, uma vez que tem como finalidade evitar
o enriquecimento ilícito.

c) Retenção
Trata-se do direito do empregado de reter consigo bens do empregador até o recebimento das
verbas trabalhistas.

#OABMODEON 33
9.1.3 Reconvenção
A reconvenção não tem previsão na CLT, sendo que é aplicada analogicamente ao Processo do
Trabalho com fulcro no principio da aplicação subsidiaria e supletiva do CPC na seara trabalhista.
A reconvenção é um contra-ataque do réu em face do autor na mesma ação.
A reconvenção deverá aduzida no mesmo prazo da contestação, ou seja, em audiência.
A reconvenção poderá ser aduzida em uma peça em separado quando alegada sozinha, ou
deverá ser uma das teses de mérito da contestação quando alegada em conjunto com esta.
Requisitos
•• Mesma relação processual;
•• Mesma competência do juízo;
•• Mesmo procedimento;
•• Legitimidade, importante lembra sobre a possibilidade de ampliar o pólo passivo;
•• Conexão, ou seja, ambos os pedidos devem ser conexos ao contrato de trabalho;
DICA MAROTA: Apresentada a reconvenção, o Juiz designará nova audiência para que o
reclamante reconvindo possa apresentar sua defesa.
DICA MAROTA: A reclamação trabalhista e a reconvenção serão decididas no mesmo momento,
na mesma sentença.
DICA MAROTA: O CPC de 2015 trouxe para nosso ordenamento jurídico a possibilidade da
inclusão de um terceiro ao polo ativo ou passivo da ação no momento da apresentação da
reconvenção, formando-se assim um litisconsórcio, conforme dispõe o art. 343, em seus §§ 3º
e 4º do CPC.
Exemplo: Em razão do contrato de trabalho, o reclamado fornece ao reclamante um quarto no
imóvel sede da empresa para que o mesmo resida durante a prestação do serviço. O reclamante,
por sua vez passa a residir no imóvel junto com sua esposa. Ao término do contrato de trabalho,
o reclamante e sua esposa não desocupam o imóvel, e o reclamante ainda ajuíza uma RT em
face do reclamado. Por ocasião da defesa, o recamado apresenta a contestação em face do
reclamante e a reconvenção em face do reclamante e de sua esposa para que desocupem o
imóvel.
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria,
conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar
resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

34 #OABMODEON
10. AUDIÊNCIA

A audiência Trabalhista é obrigatória e pública, pode ser realizada entre as 8hs às 18hs, com
duração máxima de 5 horas seguidas, salvo motivo justo, tendo alguns princípios vinculados a
ela, sendo:
•• Princípio da Conciliação;
•• Princípio da Concentração (todos os atos do processo são concentrados em uma única
audiência). A audiência no direito do trabalho é una. Porém, na prática os atos são divididos.
Quando os juízes dividem a audiência, a dividem em 03 (três) partes, sendo:

10.2 Audiência Inicial


Ocorre exclusivamente a tentativa de conciliação, e não havendo o reclamado entrega sua
defesa. Via de regra, as partes saem cientes da audiência de instrução.

10.3 Audiência de Instrução


Ocorre a colheita dos depoimentos dos peritos, das partes e interrogatório das testemunhas e
no final o juiz é obrigado a renovar a proposta de conciliação.

10.4 Audiência de Julgamento


Ocorre exclusivamente a prolação da sentença.

10.5 Tramitação das audiências

10.5.2 Rito ordinário

AUD. INICIAL AUD. INSTRUÇÃO AUD. JULGAMENTO


1ª Tentativa Conciliação Tentativa Conciliação
Leitura da P.I (dispensada) Depoimento pessoal
Defesa e documentos Test./Peritos/Técnicos Sentença
Razões Finais
Réplica em 15 dias
2ª Tentativa Conciliação

DICA MAROTA: Se a audiência for UNA todos os atos devem ocorrer na mesma audiência.

#OABMODEON 35
10.5.3 Rito sumaríssimo

AUD. INICIAL AUD. INSTRUÇÃO AUD. JULGAMENTO


1ª Tentativa Conciliação Tentativa Conciliação
Leitura da P.I (dispensada) Depoimento pessoal
Sentença
Defesa e documentos Test./Peritos/Técnicos
Réplica de forma oral 2ª Tentativa Conciliação

DICA MAROTA: Se a audiência for UNA a sentença deverá ser proferida de forma oral na própria
audiência.

10.6 Comparecimento das partes


As partes são obrigadas a comparecer em audiência, e se não o fizer, serão penalizadas.
DICA MAROTA: Não existe nenhuma penalidade se o reclamado ou reclamante não comparecer
na audiência de julgamento.

10.6.1 Substituição das partes em audiência


Art. 843. Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,
independente do comparecimento de seus representantes, salvo nos casos de Reclamatórias
Plúrimas ou Ações de cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo
Sindicato de sua categoria.
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto
que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for
possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da reclamada.

a) Substituição do Reclamante
O reclamante pode ser substituído por um colega de profissão ou por um membro do sindicato,
em razão de doença ou outro motivo poderoso.
DICA MAROTA: Ação trabalhista é personalíssima, sendo que a substituição tem caráter jus
juris, o único objetivo do substituto é justificar ao juiz a ausência do reclamante, não podendo
prestar depoimento em lugar dele, devendo o magistrado remarcar (redesignar) nova audiência.

36 #OABMODEON
b) Substituição do Reclamado
O reclamado pode ser substituído em audiência por um gerente ou por um preposto.

DE OLHO NA REFORMA!!!
O § 3º do art. 843 da CLT, alterado pela Lei 13.467/2017 colocou fim a exigência do preposto ser
empregado da reclamada, de forma que não se aplica mais ao caso a Súmula 377 do TST.
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da reclamada.

10.6.2 Ausência das partes em audiência


a) Reclamante ausente

DE OLHO NA REFORMA!!!
Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da
reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à
matéria de fato.
§ 1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova
audiência.
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas
calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita,
salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente
justificável.
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova
demanda.
§ 4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.
§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a
contestação e os documentos eventualmente apresentados.
Reclamante ausente é aquele que não compareceu na audiência e nem foi substituído. Quando
isto ocorrer, haverá o arquivamento do processo, bem como, nos termos da Lei 13.467/17, que
inclui o § 2º ao art. 844 da CLT, o reclamante ausente, mesmo que beneficiário da justiça gratuita
será condenado ao pagamento das custas processuais calculadas na forma da lei, salvo se no prazo
de quinze dias comprovar de forma justificável o motivo pelo qual não compareceu na audiência.

#OABMODEON 37
DICA MAROTA: O pagamento das custas que se refere o § 2º do art. 844 da CLT é condição
de admissibilidade de uma nova ação, conforme preconiza o § 3º do mesmo artigo, também
incluído pela Lei 13.467/17.
DICA MAROTA: Após dois arquivamentos, por ausência, ou seja, deixou de comparecer em duas
audiências consecutivas, terá uma penalidade de 06 meses para poder adentrar novamente
com a ação.
Quando o juiz designa o arquivamento do processo prática ato de sentença, extinguindo o
processo sem resolução do feito, o que desafia Recurso Ordinário.
DICA MAROTA: Se os dois arquivamentos seguidos não decorrerem de ausência do reclamante
(por exemplo, um foi por falta de notificação e outro por ausência), poderá este propor no dia
seguinte a 3ª ação trabalhista, de forma que não se aplica a pena de perempção.

DE OLHO NA REFORMA!!!
O ajuizamento da reclamação trabalhista mesmo em juízo incompetente, ainda que venha a ser
extinta sem resolução, interrompe a prescrição, entretanto tal efeito só ocorre em relação aos
pedidos deduzidos na ação extinta. Sendo que novos pedidos serão alcançados pela prescrição.
Art. 11...
§ 3º A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação
trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução
do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.

b) Reclamado ausente
Caso o reclamado esteja ausente haverá revelia e pena de confissão quanto a matéria de fato.
Ou seja, presumem-se verdadeiros todos os fatos alegados na inicial, conforme dispõe o caput
do art. 844 da CLT.

DE OLHO NA REFORMA!!!
A revelia em razão da ausência da reclamada na audiência não acarretará a confissão
com relação à matéria de fato se: a) havendo vários reclamados, algum deles apresentar
contestação; b) o litígio versar sobre direito indisponível; c) faltar a juntada do documentos
que a lei considera indispensável para prova do ato; e d) as alegações da petição inicial forem
inverossímeis ou contrarias a prova dos autos, conforme preconiza os incisos I, II, III e IV do § 4º
do art. 844 da CLT, incluídos pela Reforma Trabalhista.
Nesse mesmo sentido, o § 5º do art. 844 da CLT, também incluído pela Lei 13/467/17, dispõe
que muito embora não afaste a revelia, a presença do advogado na audiência, mesmo
desacompanhado do preposto, obriga o recebimento da contestação e demais documentos.
Dessa forma, a Súmula 122 do TST deverá ser alterada ou cancelada.
DICA MAROTA: as consequências pelo não comparecimento das partes não é o mesmo em
todas as audiências, quando ocorrer o seu fracionamento?

38 #OABMODEON
O TST pacificou a questão através da edição das Súmulas nº 9 e 74, de forma que:
a) O arquivamento (reclamante) e a revelia (reclamado) somente são aplicados na ausência
na audiência una ou inicial;

Súmula nº 9 do TST
AUSÊNCIA DO RECLAMANTE (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência,
não importa arquivamento do processo.
b) Deverá ser aplicada pena de confissão com relação a matéria de fato a ambas as partes que
deixarem de comparecer a audiência de instrução, se devidamente intimadas para prestar
depoimento pessoal;

Súmula nº 74 do TST
CONFISSÃO. (nova redação do item I e inserido o item III à redação em decorrência do
julgamento do processo TST-IUJEEDRR 801385-77.2001.5.02.0017) – Res. 174/2011, DEJT
divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
I – Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não
comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 – RA
69/1978, DJ 26.09.1978)
II – A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de
provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000)
III – A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica,
não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
DICA MAROTA: Caso ambas as partes não compareçam a audiência de instrução, sendo que
estavam intimadas para prestarem depoimento pessoal, quem ganha a ação?
Nesse caso ganhará a ação aquele que não tinha o ônus da prova.
DICA MAROTA: Analisar se há inversão do ônus da prova, de forma que nem sempre o ônus da
prova é do reclamante.

11. PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO

Com relação às provas no processo do trabalho, há três perguntas a serem feitas:


O que é prova?
São os objetos
Como provar?
São os meios.

#OABMODEON 39
Quem deve provar?
Está ligado ao ônus.

11.1 Objeto da prova dentro do processo


No processo do trabalho serão objetos de prova os fatos e o direito.

11.1.1 Fatos – Deverá ser provado os fatos:


a) Pertinentes (fatos pertinentes a causa – fatos relativos a causa);
b) Controvertidos (fatos alegados pelo autor e negados pelo réu).

11.1.2 Direitos
Se a parte faz um pedido com base em lei municipal, estadual, federal ou em normas coletivas,
deverá juntar aos autos o diploma legal ou a norma coletiva.

11.2 Meios de prova dentro do processo do trabalho


São válidos todos os tipos de meios de provas legais e moralmente admissíveis, porém há 3
meios específicos de prova (mais importantes), quais sejam, oral (confissão e testemunhas),
pericial e através de documentos.

11.2.1 Oral

11.2.1.1 Confissão
Ocorre a confissão quando uma das partes expressa (depoimento pessoal) ou tacitamente
concorda com os fatos alegados pela parte contrária.

11.2.1.2 Modalidades de Confissão


Confissão real – É aquela feita de forma expressa;
Confissão ficta – É a confissão presumida, por exemplo, no caso da revelia.

11.2.2 Testemunha
Toda pessoa capaz e que não seja suspeita ou impedida poderá ser testemunha.
Número de Testemunhas para cada Procedimento
•• Rito ordinário: Até 3 testemunhas para cada parte;

40 #OABMODEON
•• Rito sumaríssimo: Até 2 testemunhas para cada parte;
•• Inquérito judicial: Até 6 testemunhas para cada parte.

Quem não pode prestar depoimento como testemunha:


1) Amigo íntimo;
2) Inimigo capital;
3) Interesse na causa;
4) Parente consanguíneo ou por afinidade até o 3º grau.
DICA MAROTA: Não podem prestar depoimento como testemunha, porém podem prestar
como informante do juízo, conforme dispõe o art. 829 da CLT.
Art. 829. A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo
de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples
informação.
DICA MAROTA: A contradita das testemunhas consiste em apresentar um obstáculo que
impede que a testemunha seja ouvida em juízo. Esse obstáculo pode ser uma hipótese de
incapacidade, suspeição ou impedimento.
EXEMPLO: Uma pessoa cega, surda e muda é incapaz de ser testemunha.
A contradita deverá ser apresentada em audiência, de forma oral, após a qualificação e antes
da testemunha ser compromissada, nos termos do art. 828, CLT c.c art 457 do CPC, sendo que
depois que o Juiz a compromissar não pode mais apresentar a contradita.
Art. 828. Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando
o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço
prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais.
Parágrafo único. Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência,
pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser
assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes.
Art. 457. Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarará ou confirmará seus dados e
informará se tem relações de parentesco com a parte ou interesse no objeto do processo.
§ 1º É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento
ou a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os fatos que lhe são imputados, provar
a contradita com documentos ou com testemunhas, até 3 (três), apresentadas no ato e
inquiridas em separado.
DICA MAROTA: Não torna a testemunha suspeito o fato de estar litigando contra o mesmo
empregador, reclamado, no processo que servirá como testemunha, nos termos da Súmula 357
do TST.

Súmula nº 357 do TST


TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO
Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o
mesmo empregador.

#OABMODEON 41
DICAS MAROTAS:
•• O empregado não pode sofrer descontos em seu salário por conta de ter faltado ao trabalho
para servir de testemunha ou para ser parte no processo, nos termos do artigo 822 da CLT
e da Súmula 155 do TST.
Art. 822. As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço,
ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou
convocadas.

Súmula nº 155 do TST


AUSÊNCIA AO SERVIÇO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
As horas em que o empregado falta ao serviço para comparecimento necessário, como parte, à
Justiça do Trabalho não serão descontadas de seus salários (ex-Prejulgado nº 30).
•• A parte interessada em ter como testemunha servidor público civil ou militar deverá ter sua
ausência ao trabalho requisitada para o chefe da repartição, conforme preconiza o art. 823
da CLT.
Art. 823. Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço,
será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada.
•• O depoimento de uma testemunha não poderá ser ouvido pelas outras testemunhas que
ainda irão depor (art. 824 da CLT).
Art. 824. O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não seja
ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.
IMPORTANTE: O TST através da IN nº 39 decidiu que não se aplica o art. 459 do CPC (perguntas
diretas para as testemunhas) ao processo do trabalho.
Art. 11. Não se aplica ao Processo do Trabalho a norma do art. 459 do CPC no que permite a
inquirição direta das testemunhas pela parte (CLT, art. 820).

11.2.3 PERÍCIA
A prova pericial terá lugar quando a lei assim o exigir, como, por exemplo, adicional de
insalubridade e periculosidade, ou que seja necessária para comprovação do fato alegado,
como, por exemplo, doença ocupacional.
Art. 195 A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as
normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou
Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
§ 2º Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato
em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e,
onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
DICA MAROTA: O perito poderá ser tanto médico quanto engenheiro do trabalho, conforme OJ
165 da SDI – I do TST.

42 #OABMODEON
165. PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE.
VÁLIDO. ART. 195 DA CLT (inserida em 26.03.1999)
O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para efeito de
caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração
do laudo seja o profissional devidamente qualificado.

11.2.3.1 Procedimento da perícia


1) Juiz nomeia perito;
2) Em 15 dias a partir da nomeação do perito, as partes tem a faculdade de apresentarem
quesitos e indicar assistente técnico;
3) Perito apresenta o laudo no prazo fixado pelo Juiz;
4) Apresentado o laudo, as partes podem manifestar a respeito, se Procedimento Ordinário,
no prazo fixado pelo Juiz, se Procedimento Sumaríssimo, no prazo comum de 5 dias após
sua apresentação.
DICA MAROTA: Se a perícia se tornar impossível, o TST admite a produção de outras provas
para comprovar insalubridade, periculosidade e doença, conforme dispõe a OJ 278 da SDI-I do
TST.
278. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO (DJ
11.08.2003)
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for
possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-
se de outros meios de prova.
DICA MAROTA: O Juiz pode deferir o pedido de insalubridade mesmo que o reclamante tenha
o fundamentado em um agente na inicial e o perito tenha encontrado outro na pericia, nos
termos da Súmula 293 do TST.
SÚMULA Nº 293 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO
DO APONTADO NA INICIAL (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado
agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de
insalubridade.

11.2.3.2 Honorários Periciais

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei nº 13.467/2017 modificou o caput do art. 790-B da CLT e incluiu o parágrafo 4º,
determinando que a obrigação pelo pagamento dos honorários do perito é da parte
sucumbente ao pedido que originou a pericia, independente do resultado do laudo pericial,
inclusive do beneficiário da justiça gratuita, salvo se este no próprio ou em outro processo não
tiver obtido crédito suficiente para pagamento dos referidos honorários, como, por exemplo, o

#OABMODEON 43
empregado ajuíza reclamação trabalhista pleiteando a condenação da reclamada ao pagamento
das horas extras e adicional de insalubridade, o pedido de horas extras é julgado procedente
e o de insalubridade improcedente, se o valor da condenação da reclamada ao pagamento
das horas for suficiente para pagamento dos honorários periciais, mesmo sendo o empregado
beneficiário da justiça gratuita terá que arcar com o valor dos referidos honorários.
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente
na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
...
§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a
União responderá pelo encargo.
Dessa forma, não se aplica mais a Súmula 457 do TST.

Súmula nº 457 do TST


HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. RESPONSABILIDADE DA
UNIÃO PELO PAGAMENTO. RESOLUÇÃO Nº 66/2010 DO CSJT. OBSERVÂNCIA. A União é
responsável pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente no objeto
da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita, observado o procedimento
disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n.º 66/2010 do Conselho Superior da Justiça do
Trabalho – CSJT.
Ao art. 790-B ainda foi incluído o parágrafo 1º, 2º e 3º que dispõe respectivamente, sobre
o limite para o juiz fixar os honorários, a possibilidade de parcelamento dos honorários e
impossibilidade da exigência prévia dos honorários, condicionando o pagamento a realização
da perícia.
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente
na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
§ 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.
§ 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.
DICA MAROTA: O pagamento dos honorários do Assistente Técnico cabe a parte que o
contratou, sem direito a reembolso, nos termos da Súmula 341 do TST.

Súmula nº 341 do TST


HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos
honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.

44 #OABMODEON
11.2.4 Documental
A prova documental é constituída de qualquer coisa ou instrumento juntado pelas partes no
processo.
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo
próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada
para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário
competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos.
Pode ser juntadas cópias ao processo, e o advogado se responsabilizará pelas autenticidades
das mesmas.
O momento para produção da prova documental é na petição inicial, quando se tratar do
reclamante e na contestação quando se tratar do reclamado.
DICA MAROTA: As partes poderão juntar documentos na fase recursal em apenas dois casos,
desde que fique comprovado junto impedimento para realização da juntada no momento
adequado ou se tratar sobre fato posterior a sentença, nos termos da Súmula 8 do TST.

Súmula nº 8 do TST
JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento
para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.

11.3 Ônus da prova

11.3.1 Distribuição do ônus da prova

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei nº 13.467/2017 inovou ao inserir os incisos I e II e os parágrafos 1º ao 3º ao artigo 818 da
CLT, que trata da regulamentação do ônus da prova no processo do trabalho.
Art. 818. O ônus da prova incumbe:
I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
do reclamante.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou
à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar
à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

#OABMODEON 45
§ 2º A decisão referida no § 1º deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução
e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos
por qualquer meio em direito admitido.
§ 3º A decisão referida no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência
do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil
Cabe ao reclamante provar a alegação de fatos constitutivos de seu direito, como, por exemplo:
se o reclamante alegar que fez hora extra, terá que comprovar.
Por outro lado, cabe ao reclamado comprovar três espécies de fatos alegados:
IMPEDITIVOS: Fato que impede aquele direito. Exemplo: A existência de acordo de
compensação individual, que impede o pagamento das horas extras.
EXTINTIVO: Fato que extingue o direito do autor. Exemplo: Recibo de pagamento das horas
extras.
MODIFICATIVOS: Fato que modifica o direito do autor. Exemplo: O reclamante alega que
recebia parte do salário por fora da folha de pagamento, o reclamado alega que tal valor se
tratava de ajuda de custo e não de salário.
DICA MAROTA: A distribuição por convenção das partes não se aplica ao processo do trabalho,
nos termos da IN nº 39 do TST.
DICA MAROTA: O art. 818, § 1º da CLT regulamentou a dinamização do ônus da prova, sendo
que o juiz diante dos casos previstos em lei ou da impossibilidade ou à excessiva dificuldade
ou à maior facilidade de obter a prova do fato contrário, através de decisão fundamentada, o
juiz poderá alterar o ônus da prova, desde que conceda a nova parte responsável pelo ônus a
oportunidade de se desincumbir do mesmo.
Ainda nesse sentido, a decisão que trata o art. 818, § 1º da CLT deverá ser proferida antes da
abertura da audiência, porém se for a requerimento da parte já em audiência a mesma deverá
ser adiada, conforme § 2º do mesmo artigo.
Não ocorrerá dinamização do ônus da prova quando for impossível ou exageradamente difícil
da parte contraria produzir a prova, nos termos do art. 818, § 3º da CLT.

11.3.2 Casos específicos de inversão do ônus da prova

11.3.2.1 Hora extra


Em regra o ônus da prova quanto a alegação da realização de horas extraordinárias é do
reclamante, porém se a reclamada possuir mais de 10 empregados em seu estabelecimento e
não juntar os cartões de ponto na defesa ou juntar cartões de ponto com horários uniformes,
automaticamente inverte o ônus da prova, o qual passa a ser da reclamada, nos termos da
Súmula 338 do TST.

46 #OABMODEON
Súmula nº 338 do TST
JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações
Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I – É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada
de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles
de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode
ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.2003)
II – A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento
normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 – inserida em
20.06.2001)
III – Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos
como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser
do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306
da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

11.3.2.2 Negativa de reconhecimento do vínculo empregatício


Em regra o ônus da prova com relação ao pedido de reconhecimento do vínculo empregatício
cabe ao reclamante.
Entretanto, nesse caso em específico deve-se observar a seguinte regra: a) se o reclamado
negar a prestação do serviço o ônus continua com o reclamante; b) se o reclamado admitir a
prestação do serviço, porém na condição de trabalhador e não empregado atrai o ônus para si;
c) se o reclamado negar a prestação do serviço e também negar o despedimento atrai para si o
ônus, conforme dispõe a Súmula 212 do TST.

Súmula nº 212 do TST


DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço
e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego
constitui presunção favorável ao empregado.

11.3.2.3 Equiparação Salarial


Em regra o ônus da prova com relação aos requisitos para configuração da equiparação salarial
é do reclamado, com exceção da “função idêntica”, no termos da Súmula 6, item VIII do TST.

Súmula nº 6 do TST
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redação do item VI alterada) – Res. 198/2015,
republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015

#OABMODEON 47
...

VIII – É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da


equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 – RA 9/1977, DJ 11.02.1977)

11.3.2.4 Vale-transporte
Para o empregado fazer jus ao recebimento do vale-transporte é necessário preencher os
requisitos legais, sendo que o ônus de provar que o empregado não tem direito a tal instituto
por não preencher os requisitos legais é do empregador, conforme dispõe a Súmula 460 do TST.

Súmula nº 460 do TST


VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA – Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não satisfaz os requisitos
indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não pretenda fazer uso do benefício.

11.3.2.5 Diferenças no recolhimento do FGTS


O TST firmou entendimento de que o ônus da prova sobre a alegação de falta ou recolhimento
do FGTS é do empregador, conforme Súmula 461.

Súmula nº 461 do TST


FGTS. DIFERENÇAS. RECOLHIMENTO. ÔNUS DA PROVA – Res. 209/2016, DEJT divulgado em
01, 02 e 03.06.2016
É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do FGTS, pois o
pagamento é fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do CPC de 2015).

12. PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS

12.1 Sentença
O processo do trabalho tem por finalidade dizer o direito ao caso concreto colocando fim a um
conflito de interesse. A forma pela qual, o juiz coloca fim ao conflito denomina-se sentença.
A CLT não traz o conceito de sentença, de forma que temos que utilizar o conceito disposto no
CPC, em seu art. 203, § 1º, de maneira que sentença é o pronunciamento do juiz que coloca fim
a uma das fases do processo.
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e
despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o
pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.

48 #OABMODEON
12.2 Decisão Interlocutória
A decisão interlocutória também é um pronunciamento do juiz, porém que decide algum
incidente no processo, mas não coloca fim ao mesmo, os termos do art. 203, § 3º do CPC,
decisão interlocutória é aquele pronunciamento do juiz que se enquadra no conceito de
sentença.
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e
despachos.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se
enquadre no § 1º.
No processo do trabalho as decisões interlocutórias são imediatamente irrecorríveis, conforme
preconiza o art. 893, § 1º da CLT, de maneira que, em regra, somente poderão ser atacadas
quando a parte for recorrer da decisão definitiva.

12.3 Despacho
O conceito de despacho é dado por exclusão, de forma que o art. 203, § 3º do CPC dispõe que
será considerado despacho aquele pronunciamento do juiz que não se enquadre no conceito
de sentença ou decisão interlocutória.
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e
despachos.
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de
ofício ou a requerimento da parte.
Os despachos são irrecorríveis, uma vez que não possuem conteúdo decisório.

12.4 Acórdão
O acórdão é a decisão proferida através de julgamento colegiado de um tribunal, conforme
dispõe o art. 204 do CPC.
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.

12.5 Requisitos da Sentença


A sentença trata-se de um ato jurídico complexo, de forma que deve observar alguns requisitos
que encontram-se dispostos nos art. 832 da CLT e art. 489 do CPC.
Art. 832. Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a
apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
§ 1º Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as
condições para o seu cumprimento.

#OABMODEON 49
§ 2º A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
§ 3º As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica
das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do
pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do
processo;
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
Em regra, a sentença deve conter o relatório, a fundamentação e o dispositivo.
O relatório deverá registrar os fatos importantes relatados no processo.
OBS: O rito sumaríssimo dispensa o relatório, conforme art. 852-I.
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos
relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
A fundamentação é a parte da sentença onde o julgador vai informar seu raciocínio jurídico, ou
seja, as razões que o levou a emitir tal pronunciamento judicial.
O dispositivo é a conclusão da sentença, é o meio pelo qual o magistrado proclama o resultado
daquilo que lhe foi imposto pelas partes, o julgamento pode ser totalmente procedente,
totalmente improcedente ou parcialmente procedente.
Além desses três requisitos, os parágrafos 1º, 2º e 3º do art. 832 da CLT, ainda impõe ao juiz que
a sentença deverá indicar os prazos e condições de seu cumprimento, as custas que devem ser
pagas, e por fim, indicar a natureza jurídicas das parcelas constantes na condenação.

12.6 Princípio da Congruência


Pelo princípio da congruência o juiz é escravo do pedido feito na petição inicial, não podendo
decidir além, fora ou aquém do foi requerido pela parte, caso contrario, o julgado será
considerado “extra petita”, “ultra petita” ou “citra petita”.
a) “Extra petita”, ocorre quando o juiz julga além dos pedidos da inicial;
b) “Ultra petita”, ocorre quando o juiz julga em quantidade maior do que foi pleiteada;
c) “Citra petita”, ocorre quando o juiz deixa julgar um dos pedidos.
Em resumo, podemos esclarecer essa questão através do seguinte quadro:

Julgamento extra petita Além do pedido


Julgamento ultra petita Fora do pedido
Julgamento citra petita Aquém do pedido

50 #OABMODEON
OBS: O referido princípio admite exceção através de outro princípio, qual seja, o princípio da
extrapetição, que autoriza o juiz a condenar o réu ao pagamento de pedidos que constavam na
exordial, desde que previstos em lei, são os chamados pedidos implícitos, como, por exemplo,
no caso dos juros de mora e correção monetária.

12.7 Publicação e Intimação


Em regra a sentença será proferida ao final da audiência, oportunidade em que as partes já
saem intimadas, conforme art. 852 da CLT, já no caso de revelia, deverá ocorrer a notificação
nos termos do art. 841, § 1º da CLT.
Art. 852. Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na
própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do
art. 841.
Na hipótese da audiência ser fracionada, será designada audiência de julgamento que serve
como maço inicial para o prazo recursal, mesmo que as partes não compareçam, conforme
Súmula 197 do TST.

Súmula 197 do TST. Prazo


O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento
para prolação de sentença conta-se de sua publicação.

12.8 Juízo de Retratação


O art. 485, § 7º do CPC, inovou ao permitir o juízo de retratação, de forma simples, significa
o juiz voltar a trás na sua decisão, sempre que ocorrer a extinção do feito sem resolução do
mérito, sendo que o referido dispositivo legal é aplicável ao Processo do Trabalho por força do
art. 3º, VIII da IN 39 do TST.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
...
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz
terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e
compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:
...
VIII – art. 485, § 7º (juízo de retratação no recurso ordinário);

#OABMODEON 51
12.9 Julgamento Antecipado do Mérito
Como regra, para que o juiz possa dizer o direito ao caso concreto é necessária a fase instrutória
do processo, entretanto, em alguns casos específicos é permitido o julgamento do mérito e
forma total ou parcial sem a necessidade da referida fase.

a) Julgamento Antecipado Total do Mérito


O julgamento antecipado total poderá ocorrer quando não for necessária a produção da prova
ou o réu for revel, conforme art. 355 do CPC.
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova,
na forma do art. 349.

b) Julgamento Antecipado e Parcial do Mérito


Nos casos de cumulação de pedidos, o juiz poderá julgar alguns deles ou até mesmo parte
deles, sem a necessidade da instrução processual, desde sejam incontroversos, não houver
necessidade da produção de outras provas ou o réu for revel, conforme destaca o art. 356 do
CPC.
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
A mencionada decisão faz coisa julgada, de forma que poderá ser atacada através de recurso
ordinário, uma vez que o TST entendeu que tem força de sentença, conforme disciplina o art.
5º da IN 39.
Art. 5º Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 356, §§ 1º a 4º, do CPC que regem
o julgamento antecipado parcial do mérito, cabendo recurso ordinário de imediato da sentença.

13. TUTELA PROVISÓRIA

A primeira ideia que você deve ter a respeito de tutela provisória é que a mesma engloba a
tutela de urgência, que se divide em tutela de urgência cautelar e antecipada, sendo que estas
podem ser incidentais ou antecedentes, e a tutela de evidência, conforme esquema abaixo:
A segunda ideia que você deve ter em mente é que não existe mais em nosso ordenamento
jurídico a figura do processo cautelar autônomo, porém o pedido cautelar continua em vigor.

52 #OABMODEON
14. RECURSOS

De forma resumida, recurso é ato pelo qual a parte demonstra seu inconformismo com a
decisão judicial e busca sua alteração.
Não basta ter a intenção de interpor o recurso, precisa incuti-lo dentro de alguns pressupostos,
sendo esses denominados de pressupostos de admissibilidade dos recursos.

14.1 Pressupostos de admissibilidade dos recursos


Os pressupostos de admissibilidade dos recursos são divididos em:
•• Intrínsecos (subjetivos);
•• Extrínsecos (objetivos).

14.1.1 Intrínsecos (subjetivos)


São os pressupostos que estão ligados à parte que vai recorrer.
São considerados pressupostos intrínsecos a legitimidade, que o recurso deve ser interposto
pela parte vencida, pelo terceiro prejudica ou MPT, a capacidade, sendo que além de ser parte
legitima é necessário que seja capaz para pratica do ato processual e, por fim o interesse, de
forma que é preciso que recurso interposto traga alguma utilidade para a parte.

14.1.2 Extrínsecos (objetivos)


São os pressupostos que estão ligados ao ato de recorrer, quais sejam:
Previsão legal ou Adequação: para cada momento processual há um recurso adequado previsto
em lei.
Tempestividade: Os recursos devem ser interpostos dentro do prazo legal.
DICA MAROTA: Em regra todos os recursos regulados pela CTL possuem prazo de 8 dias,
com exceção dos embargos de declaração (5 dias), pedido de revisão (48 horas) e recurso
extraordinário (15 dias).
É importante destacar que havendo feriado local ou ausência de expediente forense no último
dia do prazo, o recorrente deverá comprovar tal situação na interposição do recurso, sendo que
não o fazendo, o relator deverá conceder o prazo de cinco dias para que o faça, sob pena do
não conhecimento do recurso, conforme entendimento consolidado na Súmula 385 do TST.

Súmula nº 385 do TST


FERIADO LOCAL OU FORENSE. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE. PRAZO RECURSAL. PRORROGAÇÃO.
COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. (alterada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 220/2017,
DEJT divulgado em 21, 22 e 25.09.2017

#OABMODEON 53
I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de
feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, do CPC de 2015).
No caso de o recorrente alegar a existência de feriado local e não o comprovar no momento
da interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja
sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena de não conhecimento se
da comprovação depender a tempestividade recursal;
II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de
admissibilidade certificar o expediente nos autos;
III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante prova
documental superveniente, em agravo de instrumento, agravo interno, agravo regimental, ou
embargos de declaração, desde que, em momento anterior, não tenha havido a concessão de
prazo para a comprovação da ausência de expediente forense.
Preparo: trata-se de um valor que deve recolhimento quando da interposição da maioria dos
recursos, constituído de Depósito Recursal e Custas Processuais.
a) Depósito recursal (Art. 899 da CLT): Mecanismo utilizado pela Justiça do Trabalho para
evitar recursos meramente protelatórios.
DICA MAROTA: Apenas o reclamado é obrigado a pagar o depósito recursal para recorrer,
inclusive aquele beneficiário da justiça gratuita, uma vez que o depósito recursal trata-se de
uma caução e não de uma taxa.
Se o reclamante perder e quiser recorrer não pagará depósito recursal.
O depósito recursal funciona como uma caução, parcial ou total, sendo que o TST estabelece o
teto do referido depósito.
Atualmente, o depósito recursal é no valor de R$ 9.189,00 para interposição do Recurso
Ordinário e R$ 18.378,00 para interposição de Recurso de Revista e Recurso em ação rescisória.
Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo,
salvo as exceções previstas neste Titulo, permitida a execução provisória até a penhora.
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o valor-de-referência regional, nos
dissídios individuais, só será admitido o recurso, inclusive o extraordinário, mediante prévio
depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á
o levantamento imediato da importância do depósito, em favor da parte vencedora, por
simples despacho do juiz.
§ 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito corresponderá ao que
for arbitrado para efeito de custas, pela Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez)
vezes o valor-de-referência regional.
§ 3º (Revogado pela L-007.033-1982)
§ 4º O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos
índices da poupança.
§ 5º Revogado.

54 #OABMODEON
§ 6º Quando o valor da condenação, ou o arbitrado para fins de custas, exceder o limite de 10
(dez) vezes o valor-de-referência regional, o depósito para fins de recurso será limitado a este
valor.
§ 7º No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a
50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.
§ 8º Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que
se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do
Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá
obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7º deste artigo.
§ 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins
lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e
empresa de pequeno porte.
§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação judicial.
§ 11. O depósito judicial poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia.

DE OLHO NA REFORMA!!!
O pagamento é feito em conta judicial e será corrigido pelos índices da poupança.
Se o reclamado ganhar o recurso reaverá o dinheiro dado em caução através do depósito
recursal.
DICA MAROTA: Se não há condenação em pecúnia não há necessidade de pagamento de
depósito recursal. Exemplo: reintegração do empregado no emprego, conforme Súmula 161 do
TST.

Súmula nº 161 do TST


DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA
Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º
e 2º do art. 899 da CLT.
DICA MAROTA: Massa Falida não paga depósito recursal ou custas processuais, nos termos da
Súmula 86 do TST.

Súmula nº 86 do TST
DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de de-
pósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquida-
ção extrajudicial.
Não preciso comprovar, necessariamente, o pagamento do deposito recursal na interposição
do recurso, mas sim, no prazo do recurso (Súmula 245, TST).

#OABMODEON 55
DE OLHO NA REFORMA!!!
O reclamado beneficiário da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em
recuperação judicial também são isentas do pagamento do depósito recursal.
O depósito recursal será devido pela metade pelas entidades sem fins lucrativos, empregador
doméstico, microempreendedores individuais, microempresa e empresa de pequeno porte.
O depósito recursal ainda poderá ser substituído por fiança bancária (banco fiador garante
o pagamento do depósito para seu cliente, no caso o reclamado) ou seguro garantia judicial
(modalidade de seguro, que visa cobrir gastos com depósitos judiciais).
DICA MAROTA: O depósito recursal não precisa ser, necessariamente, comprovado com a
interposição do recurso, mas sim, no prazo alusivo ao recurso, salvo nos casos do recurso de
agravo de instrumento (art. 899, § 7º da CLT).

Súmula nº 245 do TST


DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO
O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição
antecipada deste não prejudica a dilação legal.
DICA MAROTA: Na hipótese do recorrente recolher valor a menor referente ao preparo, o
mesmo será notificado para no prazo de cinco dias complementar a diferença, sob pena de
deserção, conforme OJ 140 da SDI-1 do TST.
140. DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE.
DESERÇÃO. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 217/2017 – DEJT divulgado
em 20, 24 e 25.04.2017
Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal,
somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º
do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido.
DICA MAROTA: A Súmula 128 do TST é de suma importância no estudo do depósito recursal,
uma vez que dispõe sobre a hipótese do aproveitamento do depósito por outro recorrente na
condenação solidária, bem como sobre a exigência do depósito no agravo de petição.

Súmula nº 128 do TST


DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da
SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo
recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito
mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 – alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 – inserida em 27.11.1998)
II – Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer
decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do
débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 – inserida
em 08.11.2000)

56 #OABMODEON
III – Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado
por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia
sua exclusão da lide.

b) CUSTAS PROCESSUAIS (ART. 789 DA CLT)


O valor das custas processuais serão de 2% sobre:
•• Valor da condenação ou do acordo, quando houver;
•• Valor da causa quando o processo for extinto sem resolução do mérito, julgado totalmente
improcedente ou for ação meramente declaratória;
•• Valor que o juiz fixar, quando tratar de valor indeterminado.
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos
de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça
Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento
incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e
quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, e serão calculadas:
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; (Redação dada pela Lei
nº 10.537, de 27.8.2002)
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente
improcedente o pedido, sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de
27.8.2002)
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva,
sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. (Redação dada pela Lei nº
10.537, de 27.8.2002)
§ 1º As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso
de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.
(Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
§ 2º Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das
custas processuais. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
§ 3º Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das
custas caberá em partes iguais aos litigantes. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
§ 4º Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento
das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal.
(Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
DICA MAROTA: O valor das custas deve obedecer o valor mínimo de R$ 10,64 e no processo do
trabalho quem paga as custas processuais é quem perde, após o transito em julgado, salvo nos
casos de interposição de recurso, quando as custas devem ser pagas e comprovadas no prazo
do recurso.

#OABMODEON 57
DICA MAROTA: Na celebração do acordo as custas serão rateadas em partes iguais entre as
partes, salvo se houver disposição em contrario no próprio acordo.

DE OLHO NA REFORMA!!!
O caput do art. 789 da CLT foi alterado pela Lei nº 13.467/2017 e passou a prever o valor máximo
das custas que será de quatro vezes o limite máximo do valor dos benefícios da Previdência
Social.
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos
de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça
Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento
incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e
quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, e serão calculadas:
DICA MAROTA: A administração pública direta, suas autarquias e fundações, o beneficiário da
justiça gratuita e o MPT são isentos do pagamento das custas processuais, nos termos do art.
790-A da CLT.
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita:
(Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações
públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; (Incluído
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
II – o Ministério Público do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizadoras do
exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de
reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora.

14.2 Recursos em espécie

14.2.1 Recurso ordinário (art. 895, I e II da CLT)


Prazo
O prazo é de 8 dias para razões e 8 dias para contrarrazões.
Efeito
O recurso ordinário tem efeito, somente, devolutivo.
Preparo
A interposição do R.O exige o recolhimento das custas e depósito recursal quando o recorrente
for o reclamado e custas, salvo de forem deferidos os benefícios da assistência judiciária
gratuita, quando o recorrente for o reclamante.

58 #OABMODEON
Hipóteses de Cabimento
O Recurso Ordinário possui duas hipóteses de cabimento:
1ª: Contra decisões definitivas ou terminativas proferidas pelo Juiz da Vara do Trabalho ou Juiz
de Direito investido em jurisdição trabalhista.
2ª: Contra decisões definitivas ou terminativas proferidas pelo Tribunal Regional do Trabalho
em processo de sua competência originária, nos dissídios individuais ou coletivos.
No Recurso Ordinário pode ser arguidas matérias de fato e de direito.
Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instância superior:
I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e –
caberá recurso ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua
competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos
dissídios coletivos. – Caberá R.O. ao Tribunal Superior do Trabalho julgar
DICA MAROTA: Cabe R.O da decisão proferida pela Vara do Trabalho, quer seja definitiva ou
terminativa do feito, para o TRT julgar e da decisão proferida pelo TRT, quando este órgão atuar
em 1ª instância (Ação Rescisória; Dissídios Coletivos e Mandados de Segurança), para o TST
julgar, salvo, quando o TRT julgar originariamente o HC (Habeas Corpus), pois, neste caso, a OJ
156 da SDI-II do TST destaca que em substituição ao Recurso Ordinário caberá novo HC, este
para o TST julgar.
156. “HABEAS CORPUS” ORIGINÁRIO NO TST. SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO EM
“HABEAS CORPUS”. CABIMENTO CONTRA DECISÃO DEFINITIVA PROFERIDA POR TRIBUNAL
REGIONAL DO TRABALHO. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)
É cabível ajuizamento de “habeas corpus” originário no Tribunal Superior do Trabalho, em
substituição de recurso ordinário em “habeas corpus”, de decisão definitiva proferida por
Tribunal Regional do Trabalho, uma vez que o órgão colegiado passa a ser a autoridade
coatora no momento em que examina o mérito do “habeas corpus” impetrado no âmbito da
Corte local.

14.2.2 Recurso de revista (Art. 896, “a”, “b”, “c”, § 2º e § 9º da CLT)


Prazo
O prazo é de 8 dias para razões e 8 dias para contrarrazões.
Preparo
É preciso recolher as custas e depósito recursal no prazo alusivo ao recurso.
Prequestionamento
O TST é um órgão revisor, de forma que somente irá apreciar recursos de matérias que já
tiverem sido discutidas e decididas nas instâncias ordinárias.

#OABMODEON 59
Assim, é necessário o prequestionamento da matéria, ou seja, é obrigatório que tenha ocorrido
decisão prévia acerca do direito supostamente lesado.
Ainda nesse sentido, é importante destacar que no momento da interposição do recurso, o
recorrente deverá indicar o trecho da decisão recorrida que demonstra seu inconformismo.

DE OLHO NA REFORMA!!!
Em alguns casos, a parte alega determinada matéria que não apreciada no recurso ordinário,
razão pela qual, antes de interpor o recurso de revista é necessário opor embargos de
declaração com a finalidade de pronunciamento do tribunal ordinário, para caracterizar o
prequestionamento da matéria.
Conforme alteração imposta pela Reforma Trabalhista, quando ocorrer tal situação é ônus da
parte recorrente transcrever trecho dos embargos que comprovam a negativa de prestação
jurisdicional do tribunal regional, sob pena do não conhecimento do recurso de revista,
conforme dispõe o art. 896, § 1º-A, IV da CLT devidamente alterado.
Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões
proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do
Trabalho, quando:
...
§ 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:
...
IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por
negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido
o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da
decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de
plano, da ocorrência da omissão.
Outra novidade trazida pela Reforma Trabalhista foi a positivação da possibilidade do
relator em denegar seguimento, de forma monocrática ao recurso de revista na hipótese:
1) intempestividade; 2) deserção; 3) irregularidade processual; e 4) ausência de qualquer
pressuposto extrínseco ou intrínseco.
§ 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática,
nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência
de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade.

Transcendência
É necessário comprovar a transcendência da matéria discutida no recurso, nos termos do art.
896-A.

60 #OABMODEON
DE OLHO NA REFORMA!!!
Art.896-A – O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a
causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política,
social ou jurídica.
§ 1º São indicadores de transcendência, entre outros:
I – econômica, o elevado valor da causa;
II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente
assegurado;
IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista.
§ 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não
demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado.
§ 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente
poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos
em sessão.
§ 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão
com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.
§ 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em
recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria.
§ 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais
Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo,
não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas.
A comprovação da transcendência será analisada a luz dos indicadores trazidos pelo novo § 1º,
inserido no art. 896-A através da Lei nº 13.467/17, quais sejam: a) econômico, b) político, c)
social e d) jurídico.
No caso de não observada a transcendência, o relator poderá denegar seguimento, sendo que
tal decisão poderá ser atacada através de agravo regimental, com a possibilidade de sustentação
oral por cinco minutos, mantida a decisão, a mesma é irrecorrível, conforme inteligência dos §
§ 2º, 3º, 4º e 5º do art. 896-A, inseridos pela Reforma Trabalhista.
No juízo “a quo” do recurso de revista, o juízo de admissibilidade se restringe aos pressupostos
intrínsecos e extrínsecos, excetuando a analise da transcendência, nos termos do § 6º do
mesmo artigo, também introduzido na CLT pela Lei nº 13.467/17.

Hipótese de Cabimento
Contra decisões proferidas pelos TRT em julgamento de Recurso Ordinário que:

#OABMODEON 61
a) No Procedimento Ordinário:
Divergência Jurisprudencial e de Súmula;
Divergência de Norma Coletiva, Sentença Normativa ou Regulamento da empresa que abranja
área de atuação de mais de um TRT;
Divergência da Constituição Federal e Lei Federal;
Divergência de Súmula Vinculante do STF.

b) No Procedimento Sumaríssimo:
Divergência Jurisprudencial e de Súmula;
Divergência da Constituição Federal ou de Lei Federal;
Divergência de Súmula Vinculante do STF.

c) Na fase de execução:
Divergência da Constituição Federal.
Art. 896 – Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões
proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do
Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver
dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência
uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo
Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em
área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida,
interpretação divergente, na forma da alínea a; (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 1998)
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à
Constituição Federal.
...
§ 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em
execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá
Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição
Federal.
...
§ 9º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso
de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da
Constituição Federal.

62 #OABMODEON
14.2.3 Agravo de instrumento (Art. 897, alínea “b”, CLT)
Prazo
O prazo é de 8 dias para minutar e 8 dias para contraminutar.
Preparo
Não são devidas as custas, enquanto que o depósito recursal será devido no percentual de 50%
do valor do depósito do recurso a ser destrancado.
Hipótese de Cabimento
Contra despacho denegatório de seguimento de recurso no juízo “a quo” (primeiro juízo de
admissibilidade).
Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.
DICA MAROTA: Nos termos do § 8º do artigo 899 da CLT trazido pela Lei 13.015/14, será
dispensado o depósito recursal no agravo de instrumento que pretende destrancar Recurso de
Revista que se baseia em Divergência de Súmula ou OJ do TST.

14.2.4 Agravo Interno ou Regimental


O Agravo Interno ou Regimental tem por finalidade atacar as decisões monocráticas proferidas
pelos tribunais. Muito embora a doutrina não é uniforme quanto a distinção dos agravos, o
entendimento majoritário é que este está previsto no regimento interno do tribunal, enquanto
aquele é previsto nos artigos 894, § 3º da CLT e 1021 do CPC.
Prazo
O prazo para interposição e contrarrazões é de 8 dias, nos termos do art. 1º, § 2º da IN nº 39 do
TST.
Preparo
As partes são isentas do recolhimento das custas e do depósito recursal na interposição do
agravo regimental.
Hipóteses de Cabimento
1ª Hipótese: Contra decisões monocráticas proferidas pelos Juízes dos Tribunais;
2ª Hipótese: Contra decisão denegatória de seguimento de recurso no 2º juízo de admissibili-
dade;

14.2.5 Embargos no TST (Art. 894 da CLT)


Os Embargos no TST são os recursos utilizados para atacar o acórdãos proferidos pelas Turmas
do TST em matéria de direito individual e coletivo do trabalho.

#OABMODEON 63
Os embargos no TST se dividem em Embargos de Divergência, quando a matéria atacada dizer
respeito ao direito individual do trabalho e Embargos Infringentes, quando a matéria atacada
dizer respeito ao direto coletivo do trabalho.
Prazo
O prazo para interposição de qualquer dos embargos e contrarrazões é de 8 dias.
Preparo
É obrigatório o recolhimento das custas e depósito recursal.
Pré-questionamento
É preciso o pré-questionamento por se tratar de recurso trabalhista com natureza extraordinária.
Hipóteses de cabimento:

a) Embargos de Divergência
Contra decisões das Turmas que:
1. Divergirem entre as outras turmas ou das decisões da SDI;
2. Contrariarem Súmula ou OJ do TST;
3. Contrariarem Súmula Vinculante do STF.

b) Embargos Infringentes
Contra decisões das Turmas que:
1. Não forem unânimes em dissídio coletivo de competência originária do TST.
DICA MAROTA: Será denegado seguimento se a decisão recorrida estiver em consonância com
Súmula do TST ou STF ou jurisprudência atual do TST ou ainda se faltar alguns dos pressupostos
de admissibilidade.
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
I – de decisão não unânime de julgamento que:
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a
competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças
normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e
II – das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção
de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.

14.3.6 Recurso adesivo


O Recurso Adesivo trata-se de um recurso subordinado ao recurso principal, porém a matéria
nele veiculado não precisa estar relacionada com a do recurso principal.

64 #OABMODEON
Prazo
O prazo para interposição e contrarrazões é de 8 dias.
Preparo
O recorrente deverá recolher as custas e o depósito recursal.
Hipóteses de Cabimento
Poderá ser interposto recurso adesivo de R.O, Agravo de Petição, R.R, Embargos no TST e de
Recurso Extraordinário.
DICA MAROTA: Muito embora esteja previsto apenas no art. 997 do CPC, sua aplicação no
processo do trabalho está assegurada pela Súmula 283 do TST.

Súmula nº 283 do TST


RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS
(mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias,
nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de
embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do
recurso interposto pela parte contrária.
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das
exigências legais.
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o
outro.
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as
mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de
que a parte dispõe para responder;
II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível.

14.3.7 Recurso extraordinário (Art. 102, III, alíneas “a”, “b” e “c”, CF)
Cabe Recurso Extraordinário das decisões proferidas pela última ou única instância trabalhista
que divergir da Constituição Federal, cabendo ao STF julgar.
O prazo para interposição é de 15 dias, sendo obrigatório o pagamento do preparo.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:

#OABMODEON 65
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;

14.3.8 Embargos de declaração (Art. 897-A da CLT e Arts. 1.022 a 1.026 do CPC)
Os embargos de declaração tem cabimento pra sanar um vício de uma determinada decisão.
Os vícios podem ser constituídos de uma omissão, contradição, obscuridade ou erro material.
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco
dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua
apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos
do recurso.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento;
III – corrigir erro material.

Prazo
O prazo dos embargos de declaração é de 5 dias e, este interrompe o prazo do recurso principal.
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz,
com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo
para a interposição de recurso.
DICA MAROTA: Quando os Embargos Declaratórios forem considerados protelatórios a
multa será de 2% sobre o valor atualizado da causa. E apenas, na reiteração dos embargos
protelatórios é que a multa poderá ser majorada para 10%, e a interposição de qualquer recurso
ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, com exceção da Fazenda Pública e do
beneficiário da justiça gratuita.
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo
para a interposição de recurso.
...
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal,
em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não
excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será
elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer
recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda
Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

66 #OABMODEON
DICA MAROTA: Quando os embargos declaratórios tiverem efeito modificativo será obrigatória
a intimação da parte contrária, para que ela se manifeste (art. 847-A, § 2º da CLT).
Art. 897-A. ...
§ 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em
virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no
prazo de 5 (cinco) dias.

14.3.9 Agravo de Petição


Recurso utilizado para atacar as decisões definitivas e terminativas na fase de execução.
Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
§ 1º O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as
matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até
o final, nos próprios autos ou por carta de sentença.
DICA MAROTA: Ao interpor o Agravo de Petição, o agravante deverá delimitar a matéria e o
valor a ser discutido, sob pena de inadmissibilidade do recurso.
Prazo
O prazo para interposição e contraminuta do agravo de petição é de 8 dias.
Preparo
O agravo de petição exige somente o recolhimento do depósito recursal na hipótese do juízo
não ter sido garantido, caso contrário não há falar em preparo, uma vez que as custas somente
são devidas ao final do processo pelo executado.

15. EXECUÇÃO TRABALHISTA

15.1 Teoria geral

a) Títulos Executivos
Podem ser executados perante a Justiça do Trabalho os títulos executivos judiciais e os
extrajudiciais.
Art. 876. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito
suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante
o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de
Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.

#OABMODEON 67
Pela leitura do dispositivo legal acima destacado percebe-se que são títulos executivos judiciais
as decisões (sentença e acórdão) transitadas em julgado e os acordos homologados perante
a Justiça do Trabalho, e são títulos executivos extrajudiciais os Termos de Ajustamento de
Conduta – TAC, celebrado junto ao Ministério Público do Trabalho e os Termos de Conciliação
celebrados na CCP.
DICA MAROTA: Também devem ser executados perante a Justiça do Trabalho as decisões
administrativas referente a fiscalizações do MTE, conforme art. 114, VII, da CF/88.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
DICA MAROTA: Em razão do art. 13 da IN nº 39 do TST, atualmente o cheque e a nota promissória
reconhecidos equivocadamente como dívida de natureza trabalhista são considerados títulos
executivos passiveis de serem executados perante a Justiça DO trabalho.

DE OLHO NA REFORMA!!!
Art. 896...
Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas
na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus
acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e
dos acordos que homologar.
A Lei 13.467/17 alterou o parágrafo único do art. 876 da CLT, para corrigir a sua antiga redação
que previa a possibilidade da execução de ofício das contribuições incidentes sobre os salários
pagos sobre o período contratual reconhecido, que contrariava o entendimento do TST exposto
na Súmula 368, item I. Assim, resta expressamente claro que a Justiça do Trabalho não tem
competência para executar as contribuições sociais incidentes sobre os salários do período
contratual reconhecido.

b) Competência
Com relação aos títulos executivos judiciais, em regra é competente para julgar as execuções
perante a JT, o Juiz ou Presidente do Tribunal que proferiu a decisão.
Art. 877. É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver
conciliado ou julgado originariamente o dissídio.
Com relação aos títulos executivos extrajudiciais, a competência para julgar a execução é do
Juiz ou Presidente do Tribunal que teria competência para julgar o processo de conhecimento a
respeito da matéria, com base nas regras do art. 651.
Art. 877-A. É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria
competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.

68 #OABMODEON
c) Atos de Ofício

DE OLHO NA REFORMA!!!
Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou
pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por
advogado.
A maior alteração em termos de execução trabalhista ocorreu no art. 878 da CLT, que vedou a
pratica de atos de ofício na fase de execução, salvo se o exequente não estiver representado
por advogado.

d) Aplicação Subsidiária e Supletiva


Quando a CLT for omissa com relação a alguma questão do processo de execução, aplica-se de
forma subsidiária, em primeiro plano a Lei de Execuções Fiscal, se a LEF também for omissa,
aplica-se a CLT.
Art. 889. Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não
contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.

DE OLHO NA REFORMA!!!

e) Prescrição Intercorrente
O legislador inovou ao trazer para o texto da Reforma Trabalhista a possibilidade da ocorrência
da prescrição intercorrente, que era questão de discórdia entre os entendimentos do TST e do
STF.
Com a inserção do art. 11-A a CLT o assunto foi pacificado, de maneira que se aplica prescrição
intercorrente de dois anos, contados a partir da inércia do exequente no cumprimento de uma
determinação judicial.
Por fim, a Reforma ainda prevê que a prescrição intercorrente pode ser declarada de ofício ou a
requerimento da parte interessada, em qualquer grau de jurisdição.
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.
§ 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de
cumprir determinação judicial no curso da execução.
§ 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em
qualquer grau de jurisdição.

13.2 Fases da execução de título judicial


a) Fase de Liquidação

#OABMODEON 69
Trata-se da fase em que as palavras da decisão serão transformadas em números, na qual será
apurado o valor da condenação.

a.1) Formas de Liquidação


Por cálculos: basta efetuar os cálculos matemáticos;
Por artigos: quando depende de provar novos fatos, por exemplo, na liquidação da sentença da
ação civil pública, onde cada empregado favorecido terá que executar sua parte em separado;
Por arbitramento: quando não der para aplicar as outras duas, por exemplo, condenação da
reclamada ao pagamento para o empregado em percentual de seu faturamento, entretanto, a
empresa não possui os documentos contábeis da época, o Juiz nomeia perito e fixa o valor por
arbitramento.
Art. 879. Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que
poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
§ 1º Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir
matéria pertinente à causa principal.
§ 1º-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devidas.
§ 1º-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de
liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.
§ 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de
oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
discordância, sob pena de preclusão.
§ 3º Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz
procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de
preclusão.
§ 4º A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos
na legislação previdenciária.
§ 5º O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a ma-
nifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário-de-contribuição,
na forma do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar perda de escala decor-
rente da atuação do órgão jurídico.
6º Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a ela-
boração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com
observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Refe-
rencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março
de 1991.

70 #OABMODEON
DE OLHO NA REFORMA!!!
A liquidação da sentença, que inicia a fase de execução de título executivo judicial, também
sofreu uma sensível modificação em razão da alteração da redação do § 2º e da inclusão do §
7º, ambos do art. 879 da CLT. Agora o juiz é obrigado a abrir prazo para partes se manifestarem
a respeito do calculo uma da outra, após elaborada a conta, bem como deixou claro que a
atualização dos créditos trabalhistas será pela Taxa Referencial (TR).
DICA MAROTA: A Liquidação da sentença termina com a decisão homologatória dos cálculos.

b) Fase de Citação e Penhora


Após homologado o valor deverá ser expedido mandado de citação, penhora e avaliação para
pagamento dentro do prazo de 48 horas.
A Citação nesta fase deverá ser realizada por Oficial de Justiça, sendo que no caso do executado
não ser encontrado por duas vezes, a citação deverá ser realizada por Edital.
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado
de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e
sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de
contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a
execução, sob pena de penhora.

DE OLHO NA REFORMA!!!
O executado poderá espontaneamente garantir o juízo através da realização de um depósito
judicial, do seguro garantia judicial, introduzido no artigo 882 da CLT através da Lei nº 13.467/17
ou do oferecimento de bens a penhora, devendo ser respeitada a ordem estipulada no art. 835
do CPC, ou ainda, caso não tome nenhuma das duas providencias, o juízo poderá ser garantido
através da penhora de bens.
Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução
mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais,
apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem
preferencial estabelecida no art. 835 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de
Processo Civil.
Art. 883. Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens,
tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e
juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a
reclamação inicial.
DICA MAROTA: É possível a realização da penhora on line em conta bancária do executado,
sem que isso fira direito liquido e certo do devedor.

#OABMODEON 71
Súmula nº 417 do TST
MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA EM DINHEIRO (alterado o item I, atualizado o item
II e cancelado o item III, modulando-se os efeitos da presente redação de forma a atingir
unicamente as penhoras em dinheiro em execução provisória efetivadas a partir de
18.03.2016, data de vigência do CPC de 2015) – Res. 212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e
22.09.2016
I – Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora
em dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à
gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).
II – Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito
líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio
banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC de
1973). (ex-OJ nº 61 da SBDI-2 – inserida em 20.09.2000).

DE OLHO NA REFORMA!!!
A Lei nº 13.467/17 inovou ao inserir o art. 883-A na CLT, e dispor que o executado somente
poderá ter seu nome protestado, inscrito nos órgãos de proteção ao crédito ou incluído no
BNDT, por sentença transitada em julgado, após quarenta e cinco dias da sua citação, se não
houver garantido o juízo.
Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a protesto, gerar
inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco Nacional de
Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo de quarenta e
cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia do juízo.
DICA MAROTA: Esta fase termina com a garantia do Juízo.

c) Fase da Impugnação
Trata-se da fase em que as partes podem se insurgirem em face das relações atinentes à
execução, após a garantia do Juízo.
Art. 884. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para
apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.
§ 1º A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo,
quitação ou prescrição da divida.
§ 2º Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do
Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das
provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3º Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de
liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo.

72 #OABMODEON
§ 4º Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas
pelos credores trabalhista e previdenciário.
§ 5º Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por
incompatíveis com a Constituição Federal.
§ 6º A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles
que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.
•• Exequente ou INSS = 5 dias = Impugnação
•• Executado = 5 dias = Embargos à execução
DICA MAROTA: Em regra, na execução por carta precatória, a competência para processar e
julgar os embargos de terceiro é do juízo deprecado, salvo se o juízo deprecante tiver indicado
o bem a ser penhorado ou carta já tiver sido devolvida.

Súmula nº 419 do TST


COMPETÊNCIA. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA. JUÍZO
DEPRECADO. (alterada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 212/2016, DEJT divulgado em
20, 21 e 22.09.2016
Na execução por carta precatória, os embargos de terceiro serão oferecidos no juízo
deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta
(art. 676, parágrafo único, do CPC de 2015).

DE OLHO NA REFORMA!!!
O § 6º do art. 884 da CLT, inserido através da Reforma Trabalhista isentou as entidades
filantrópicas ou seus diretores de garantir o juízo para opor os embargos à execução previstos
no caput do referido artigo.

d) Fase da Expropriação
Trata-se da fase em que o Juiz irá vender judicialmente o bem penhorado, para quitar a
execução.
Se a penhora recair sobre dinheiro não será necessária a existência desta fase.
Possibilidades de expropriação
Arrematação: compra dos bens por terceiro estranho ao processo em hasta pública, pelo maior
lance.
Adjudicação: é a compra dos bens pelo credor, que tem preferencia em concorrência com o
arrematante, e somente pelo valor da avaliação.

#OABMODEON 73
Art. 888. Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da nomeação do avaliador,
seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do juízo ou tribunal e
publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias.
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo
maior lance, tendo o exeqüente preferência para a adjudicação.
2º O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20% (vinte por cento)
do seu valor.
§ 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exeqüente a adjudicação dos bens penhora-
dos, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou Presidente.
§ 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço
da arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de que trata o § 2º deste artigo,
voltando à praça os bens executados.
DICA MAROTA: Se o arrematante der o sinal de 20% em hasta e não complementar o restante
do valor em 24 horas, perderá o valor sinal em prol da execução.

Remição – Lei nº 5584/70


Devedor paga toda a dívida para ficar com o bem penhorado.
DICA MAROTA: Em regra a remição prefere a adjudicação que prefere a arrematação.

15.3 Da Desconsideração da Pessoa Jurídica

DE OLHO NA REFORMA!!!
Tanto a doutrina quanto a jurisprudência já admitiam alcançar a pessoa do sócio da empresa,
quando a mesma não possuía condições de pagar o débito trabalhista, entretanto com
a Reforma Trabalhista o procedimento utilizado para alcançar a pessoa do sócio passou ser
positivado através do art. 855-A da CLT.
Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo
Civil.
§ 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta
Consolidação;
II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;
III – cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente
no tribunal.

74 #OABMODEON
§ 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de
urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil).
O art. 855-A da CLT dispõe que para utilização da desconsideração as partes e o juiz deverão
aplicar os preceitos previstos nos artigos 133 a 137 do CPC, o que já tinha sido autorizado pelo
TST no termos do art. 6º da IN 39 do TST.
Entretanto, deve ser tomado o devido cuidado com relação aos recursos em face da decisão que
apreciou o pedido de desconsideração. Primeiro, deve-se observar em qual fase do processo a
decisão foi proferida, cognitiva ou de execução, se na cognitiva, tanto no acolhimento quanto
na rejeição da desconsideração não caberá recurso, todavia, se a desconsideração ocorreu na
fase de execução caberá agravo de petição, sem a necessidade da garantia do juízo. Segundo,
deve-se observar em qual instancia a decisão foi proferida, uma vez que se a desconsideração
foi decidida no tribunal pelo relator caberá agravo interno.
Outro ponto que merece destaque é que o pedido de desconsideração suspende o processo,
sem prejuízo das medidas cautelares que poderão ser tomadas pelo juiz nos termos do art. 301
do CPC.

16. DA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL

DE OLHO NA REFORMA!!!
Uma das maiores inovações trazidas pela Reforma Trabalhista foi a possibilidade da
homologação pelo juiz do trabalho de um acordo celebrado entre empregado e empregador,
de forma extrajudicial, ou seja, fora do alcance do Poder Judiciário.
A homologação do acordo extrajudicial deverá ser realizada através de um processo de
jurisdição voluntária, devidamente regulamentado entre os artigos 855-B e 855-E da CLT.
Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta,
sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.
Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6º do art. 477 desta
Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8º art. 477 desta Consolidação.
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo,
designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.’
Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da
ação quanto aos direitos nela especificados.
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em
julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

#OABMODEON 75
16.1 Do processamento
As partes, em conjunto, cada uma com seu advogado, sendo que o empregado poderá estar
representado por advogado do seu sindicato de classe, deverão distribuir a petição inicial, e
no prazo de quinze dias, contados da distribuição o juiz deverá analisar o acordo, se necessário
designará audiência para ouvir as partes, e após proferirá a sentença.
A referida sentença não comportará recurso, uma vez que se tratando de sentença
homologatória de acordo transita em julgado imediatamente para partes.
DICA MAROTA: A distribuição da petição inicial importará suspensão do prazo prescrição
apenas para os pedidos ali deduzidos, que voltará a contar de onde parou no primeiro dia útil
seguinte ao trânsito em julgado.

17. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

17.1 Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave

17.1.1 Cabimento
Em regra o empregador tem a faculdade de rescindir por justa causa o contrato de trabalho
do empregado que comete falta grave, porém, em determinadas situações em que o referido
empregado é detentor de estabilidade provisória no emprego, antes de rescindir o contrato
faz-se necessário o ajuizamento de uma ação, ao passo que o Poder Judiciário irá declarar a
existência ou não da falta grave e autorizar a extinção do contrato.
A ação que deverá ser ajuizada pelo empregador em casos tais é o Inquérito Judicial para
Apuração de Falta Grave, conforme dispõe o art. 853 da CLT.
Art. 853. Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido
com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito,
dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado.
Ainda nesse diapasão, não é qualquer empregado estável que deve ser submetido ao inquérito
no suposto cometimento de falta grave, em regra a referida ação somente deverá ser utilizada
no caso de:

a) Dirigente sindical estável (art. 543, § 3º e Súmula 379 do TST)


Art. 543. O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional,
inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas
funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho
das suas atribuições sindicais.
...

76 #OABMODEON
§ 3º Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento
do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical
ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito
inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta
Consolidação.

Súmula nº 379 do TST


DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 114 da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e
25.04.2005
O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração
em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. (ex-OJ nº 114 da SBDI-1 –
inserida em 20.11.1997)

b) Empregado estável decenal (art. 494 da CLT)


Art. 494. O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua
despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação.

c) Diretor de cooperativa de consumo (art. 55 Lei 5.764/71)


Art. 55. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas
pelos mesmos criadas, gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo artigo 543
da Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943).

17.1.2 Prazo para ajuizamento


Após tomar ciência da suposta falta grave cometida pelo empregado, o empregador tem a
faculdade de suspendê-lo pelo prazo de 30 dias, conforme dispõe o art. 494 da CLT.
Caso o empregador decida pela suspensão, tem o prazo de 30 dias para o ajuizamento da ação,
contados do inicio da suspensão, conforme art. 853 da CLT.
O mencionado prazo é decadencial, conforme inteligência da Súmula 403 do STF.

Súmula 403
É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito judicial, a contar da
suspensão, por falta grave, de empregado estável.
Tendo em vista que a suspensão é uma faculdade do empregador, caso ele não entenda pela
necessidade de suspender o empregado, a ação deverá ser ajuizada o mais rápido possível, sob
pena da demora configurar o perdão tácito.

#OABMODEON 77
17.1.3 Procedimento
A ação de inquérito judicial segue o mesmo procedimento da reclamação trabalhista pelo rito
ordinário, com duas especificidades:
a) Petição inicial deverá ser escrita, art. 853 da CLT;
b) Cada parte poderá ouvir até 6 testemunhas, art. 821 da CLT
Art. 821. Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se
tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).

17.1.4 Efeitos da Sentença


A sentença da ação de inquérito judicial produzirá efeitos distintos dependendo da opção do
empregador pela suspensão ou não do empregado.

a) Procedência:
a.1) Com suspensão
Extingue o contrato de trabalho na data da sentença, o período de afastamento será considerado
de suspensão do contrato.
a.2) Sem suspensão
Extingue o contrato de trabalho na data da sentença.

b) Improcedência
b.1) Com suspensão
Determina a reintegração e ao pagamento dos salários devidos durante o período de suspensão.
b.2) Sem suspensão
Mantém o vínculo empregatício normalmente.

17.2 Ação Rescisória

17.2.1 Cabimento
A ação rescisória tem por finalidade desconstituir a coisa julgada material.
No processo do trabalho, o art. 836 dispõe sobre o cabimento da ação rescisória.
Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas,
excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida
na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 –
Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa,
salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.

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Entretanto, o referido dispositivo legal não apontou quais os casos de cabimento da ação
rescisória, razão pela qual deve aplicar de forma subsidiaria e supletiva as hipóteses previstas
no art. 966 do CPC.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda,
de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV – ofender a coisa julgada;
V – violar manifestamente norma jurídica;
VI – for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a
ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
favorável;
VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

17.2.2 Competência
A ação rescisória é de competência originária do tribunal, de forma que ela não pode ser
ajuizada na Vara do Trabalho.
A definição do tribunal competente será realizada com base na decisão a ser rescindida, se
for uma sentença ou acórdão do TRT, a competência é do TRT, se for um acórdão do TST, a
competência é do TRT.

17.2.3 Legitimidade
Conforme dispõe o art. 967 do CPC, é parte legitima para ajuizar a ação rescisória quem foi
parte no processo ou seu sucessor, o terceiro prejudicado, o MP e aquele que não foi parte e
era obrigatória sua intervenção.
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I – quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II – o terceiro juridicamente interessado;
III – o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de
fraudar a lei;

#OABMODEON 79
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV – aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

17.2.4 Pressupostos
Para o ajuizamento da ação rescisória é necessário observar três pressupostos:

a) Trânsito em Julgado;
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

b) Decisão de mérito ou que impeça a propositura da ação ou admissibilidade do


recurso;
Art. 966. ...
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em
julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I – nova propositura da demanda; ou
II – admissibilidade do recurso correspondente.

c) Depósito prévio de 20%;


Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas,
excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida
na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 –
Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa,
salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.

17.2.5 Prazo
O prazo para o ajuizamento da ação rescisória é decadencial de 2 anos, contados a partir o
trânsito em julgado da última decisão no processo, conforme art. 975 do CPC e Súmula 100 do
TST.
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da
última decisão proferida no processo.

Súmula nº 100 do TST


AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 13, 16,
79, 102, 104, 122 e 145 da SBDI-2) – Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005

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I – O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subseqüente ao
trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. (ex-Súmula
nº 100 – alterada pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001)

17.2.6 Acordo Judicial


O acordo realizado perante a Justiça do Trabalho é homologado através de uma sentença
homologatória, sendo irrecorrível para as partes, conforme preconiza o art. 831, parágrafo
único da CLT.
Nesse passo, o TST entende que a sentença homologatória de acordo somente poderá ser
atacada através de ação rescisória, conforme inteligência da Súmula 259.

Súmula nº 259 do TST


TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
Só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do
art. 831 da CLT.
Ocorre que, o CPC inovou e no seu art. 966, § 4º dispondo que os acordos celebrados e
homologados em juízo devem ser atacados através de ação anulatória.
Art. 966. ...
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do
processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso
da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
Assim, o aluno terá que se atentar para questão, uma vez que se a questão exigir uma resposta
a luz do entendimento do TST deverá usar a Súmula 259, se for a luz da letra da lei com relação
ao CPC, deverá usar o art. 966, § 4º.

17.2.7 Processamento
Após distribuída a petição inicial, o réu será citado para apresentar contestação no prazo de 15
a 30 dias, que fica a critério do tribunal fixar, conforme dispõe o art. 970 do CPC.
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze)
dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou
sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.

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17.3 Mandado de Segurança

17.3.1 Cabimento
O mandado de segurança trata-se de um remédio constitucional que tem cabimento para
proteger direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando
o responsável pela ilegalidade for autoridade pública, conforme dispõe o art. 1º da Lei
12.019/2009.
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer
pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade,
seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

17.3.2 Legitimidade
Nos termos do art 1º da Lei 12.019/09, qualquer pessoa física ou jurídica que tenha o direito
liquido e certo ferido tem legitimidade ativa para a impetração do mandado de segurança.

17.3.3 Competência
A competência material para julgamento do mandado de segurança, quando o ao impugnado
envolver matéria sujeita à jurisdição trabalhista é da Justiça do Trabalho, conforme dispõe o art.
114, IV da CF.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
...
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
A competência funcional do mandado de segurança é definida pela autoridade coatora, sendo
que em se tratando de autoridade coatora que não faz parte da organização da Justiça do
Trabalho, a competência é do Juiz do Trabalho, se a autoridade coatora for o Juiz do trabalho ou
Desembargador do TRT, a competência é do TRT, se a autoridade coatora for o Ministro do TST,
a competência é do próprio TST.

17.3.4 Direito Liquido e Certo


O requisito essencial para impetração do mandado de segurança é a existência do direito
liquido e certo a ser protegido.
Entende-se por direito liquido e certo aquele que não tem necessidade da dilação probatória,
razão pela qual a Súmula 415 do TST impossibilita a complementação de documentação.

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Súmula nº 415 do TST
MANDADO DE SEGURANÇA. PETIÇÃO INICIAL. ART. 321 DO CPC DE 2015. ART. 284 DO
CPC DE 1973. INAPLICABILIDADE.. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res.
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-constituída, inaplicável o art. 321 do
CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 1973) quando verificada, na petição inicial do “mandamus”,
a ausência de documento indispensável ou de sua autenticação. (ex-OJ nº 52 da SBDI-2 –
inserida em 20.09.2000).

17.3.5 Prazo
O prazo para impetração do mandado de segurança é decadencial de 120 dias, contados da
ciência do ato impugnado, conforme art. 23 da Lei 12.019/09.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte)
dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

17.3.6 Recurso
O objetivo do mandado de segurança é a concessão da segurança, que pode ser denegada ou
concedida pelo Poder Judiciário, sendo que dessa decisão cabe recurso.
Ressalte-se, que a autoridade coatora tem direito de recorrer da decisão, conforme dispõe o
art. 14, § 2º da Lei 12.019/09.
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.
§ 2º Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
Ainda caberão os seguintes recursos das decisões sobre o mandado de segurança:
a) Sentença da Vara do Trabalho cabe Recurso Ordinário para o TRT;
b) Acórdão do TRT cabe Recurso Ordinário para o TST;

Súmula nº 201 do TST


RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso
ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para
o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.
c) Decisão monocrática do Tribunal cabe Agravo Regimental para Turma ou Seção do próprio
Tribunal (OJ 69 SDI-II do TST);

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69. FUNGIBILIDADE RECURSAL. INDEFERIMENTO LIMINAR DE AÇÃO RESCISÓRIA
OU MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO PARA O TST. RECEBIMENTO COMO
AGRAVO REGIMENTAL E DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRT (inserida em 20.09.2000)
Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático indeferitório da petição inicial de
ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de fungibilidade recursal,
ser recebido como agravo regimental. Hipótese de não conhecimento do recurso pelo TST e
devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental.

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