Em 1444 atingem a ilha de Arguim, onde

instalam a primeira feitoria em território africano, e

Expansão marítima portuguesa
A tomada de Ceuta, no norte da África, em
1415, marca o início da expansão portuguesa rumo à
África e à Ásia. Em menos de um século, Portugal
domina as rotas comerciais do Atlântico sul, da África
e da Ásia. Sua presença é tão marcante nesses
mercados que, do século XVI ao XVIII, o português é
usado nos portos como língua franca – aquela que
permite o entendimento entre marinheiros de
diferentes nacionalidades.
iniciam a comercialização de escravos, marfim e ouro.
Entre 1445 e 1461 descobrem Cabo Verde, navegam
pelos rios Senegal e Gâmbia e avançam até Serra
Leoa. De 1470 a 1475 exploram a costa de Serra Leoa
até o cabo Santa Catarina. Em 1482 chegam a São
Jorge da Mina e avançam até o rio Zaire, o trecho
mais difícil da costa ocidental africana. Cinco anos
mais tarde, em 1487, Bartolomeu Dias atinge o cabo
das Tormentas, no extremo sul do continente – que
passa a ser chamado de cabo da Boa Esperança –, e
atinge o Índico. Conquista, assim, o trecho mais difícil
do caminho para as Índias.

Financiamento das viagens

A expansão ultramarina envolve somas
milionárias. Para financiá-la, a Coroa portuguesa
aumenta impostos, recorre a empréstimos junto a
grandes comerciantes e banqueiros, inclusive
italianos, e aos recursos acumulados pela Ordem de Cristóvão Colombo em Sagres
Cristo, herdeira da antiga Ordem dos Templários. Na época em que os portugueses atingem a
foz do rio Zaire, Cristóvão Colombo trabalha para
Portugal e integra a equipe de pilotos de Sagres.
Templários
Ali elabora seus cálculos – errados – sobre a
Braço armado da Igreja, a Ordem dos circunferência da Terra em léguas: imagina as Índias
Templários enriquece com os saques realizados no muito mais próximas da Europa. Em 1483 oferece ao
Oriente Médio durante as cruzadas, nos séculos XII e rei de Portugal Dom João II seu projeto de alcançar as
XIII. Com hierarquia própria, homens armados e muito Índias pelo ocidente. Como os portugueses já têm
dinheiro, transforma-se em um poder paralelo dentro seus próprios planos – chegar às Índias contornando a
da Igreja. Dissolvida pelo papa, os integrantes da África –, rejeitam a proposta de Colombo, mais tarde
ordem são perseguidos por toda a Europa. Portugal bancada pela Espanha.
acolhe os templários e suas fortunas durante o reinado
de dom Diniz, de 1279 a 1325. Eles fundam a Ordem
de Cristo. Dom Henrique, membro da ordem e
administrador de seus recursos, usa essa riqueza para
financiar o projeto ultramarino.

Conquista da costa africana

Entre 1421 e 1434 os lusitanos chegam aos
arquipélagos da Madeira e dos Açores e avançam
para além do cabo Bojador. Em 1436 atingem o Rio
Douro e começam a conquista da Guiné. Ali se
apropriam da Mina, centro aurífero explorado pelos
reinos nativos em associação aos comerciantes
mouros, a maior fonte de ouro de toda a história de
Portugal. Em 1441 os portugueses chegam ao cabo
Branco.

DISCIPLINA: HISTÓRIA / PROFESSOR: DIOGO C.S. 1

 DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13
caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares
Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de
um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal.
No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no
Brasil.
Após deixarem o local em direção à Índia,
Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se
de um continente ou de uma grande ilha, alterou o
nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração
realizada por outras expedições portuguesas, foi
descoberto tratar-se realmente de um continente, e
novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a
ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois
da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511,
nosso país passou a ser chamado pelo nome que
conhecemos hoje: Brasil.
A descoberta do Brasil ocorreu no período das
grandes navegações, quando Portugal e Espanha
exploravam o oceano em busca de novas terras.
Poucos anos antes da descoberta do Brasil, em 1492,
Cristóvão Colombo, navegando pela Espanha, chegou
a América, fato que ampliou as expectativas dos
exploradores. Diante do fato de ambos terem as
mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras
pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram
o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com
este acordo, Portugal ficou com as terras recém
descobertas que estavam a leste da linha imaginária
( 200 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde),
enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta
linha. Mesmo com a descoberta das terras brasileiras,
Portugal continuava empenhado no comércio com as
Índias, pois as especiarias que os portugueses
encontravam lá eram de grande valia para sua
comercialização na Europa.
As especiarias comercializadas eram: cravo,
pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas
orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo
comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo
do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas
da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era
comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o
escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos
portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e
chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e
carregamento das toras de madeira até as caravelas.
Foi somente a partir de 1530, com a
expedição organizada por Martin Afonso de Souza,
que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela
colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um
grande receio dos portugueses em perderem as novas
terras para invasores que haviam ficado de fora do
tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses,
holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes
povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira
de nossas matas. A colonização seria uma das formas
de ocupar e proteger o território.
Para tanto, os portugueses começaram a fazer
experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando
um promissor comércio desta mercadoria na Europa.
Período colonial
A história do Brasil, nos três primeiros séculos
a partir do descobrimento, é parte preponderante da
história da expansão colonial e comercial europeia. O
Brasil, nos quadros do sistema colonial então vigente,
representa tanto uma meta da expansão da economia
mercantil europeia quanto um instrumento de poder da
metrópole portuguesa. Portugal, como os demais
antigos reinos medievais europeus -- Espanha, Países
Baixos, França e Inglaterra -- buscava organizar-se
em estado moderno, unificado e centralizado, e como
eles lançava-se à construção do seu império colonial.
COLONIZAÇÃO ESPANHOLA E
INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA LATINA
Na colonização espanhola da América, a
estruturação político-administrativa era basicamente a
mesma do reino. A Casa de Contratación, em Sevilha,
era a responsável pela gestão dos negócios coloniais,
nomeando os funcionários para as colônias,
funcionários estes que comumente lesavam a coroa
por meio de corrupção sempre protegida pela
impunidade. Constituía-se, também, na mais alta corte
espanhola o Supremo Tribunal de Justiça, estância
máxima de apelação para questões relacionadas ao
processo de colonização. O transporte e a distribuição
adotados pelos espanhóis era composto por dois
sistemas que se interligavam e se completavam. O
sistema de Porto Único, instituído em 1503,
determinando que a frota sairia e chegaria na Espanha
somente através do porto de Sevilha (mais tarde este
monopólio é quebrado ao incluir também o porto de
Cádiz). A idéia era centralizar a entrada e saída de
mercadorias para facilitar a fiscalização e impedir o
contrabando, coisas muito difíceis de se fazer até os
dias de hoje.
O outro sistema utilizado era o de Frota Anual,
surgido em 1540, estabelecia que as viagens de
transporte marítimo deveriam acontecer em comboios
de galeões que eram escoltados pela “invencível
armada” espanhola. O intuito era impedir a ação de
piratas protegidos pelos interesses ingleses. Estas
frotas atravessariam o Atlântico no mínimo duas vezes
ao ano. O início da exploração se deu através da
distribuição de adelantados, cargos de nobreza que
advinham da posse de terras a serem conquistadas
em regiões fronteiriças pelo senhor-guerreiro.
Os poderes eram teoricamente ilimitados e a
exploração econômica era por conta do senhor que
pagava um quinto de imposto ao estado. Também era
responsabilidade do adelantado a cristianização do
índio.
 Conforme se desenvolvia uma estrutura O tráfico negreiro era realizado por
produtiva e consumidora na América espanhola, a holandeses, ingleses, portugueses e italianos. Uma
corte teve que melhorar sua estrutura das conseqüências mais importantes para a economia
burocráticoadministrativa. européia foi a entrada de ouro e prata em grandes
quantidades na Espanha, espalhando-se por quase
Para tanto dividiu as suas posses americanas
toda a Europa e desvalorizando as moedas dos outros
em Vice-reinos, que eram administrados pela
países e produzindo uma elevação generalizada dos
Audiência, órgão deliberativo composto pela alta
preços no século XVI e XVII em toda a Europa.
nobreza espanhola e presidida pelo vice-rei que, além
de incentivar a colonização, era também responsável Este período inflacionário ficou conhecido
pela justiça e pela catequese. Além dos Vice-reinos, a como revolução dos preços.
estrutura administrativa colonial ainda dividiu a
América espanhola em cinco Capitanias Gerais, quais
foram: Cuba, Venezuela, Guatemala (Nicarágua, INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
Honduras e Costa Rica), Chile e Flórida. O poder local
Os movimentos de rebeldia do século XVIII
nos Vice-reinos e nas Capitanias Gerais era exercido
não reivindicavam a ruptura com o sistema colonial.
pelos Cabildos, espécies de Câmaras Municipais que
Foram mobilizações de protesto contra as autoridades
os portugueses introduziram no Brasil. Os Cabildos
da corte.
possuíam uma certa autonomia política e econômica.
Neles, os altos cargos ficavam por conta dos Reivindicavam o afastamento de funcionários
Chapetones – elite espanhola de nascimento e a reparação de injustiças, principalmente no setor
(primogênito) que se dedicava exclusivamente à econômico. A manutenção deste espírito de rebelião
mineração e às atividades agro-pecuárias. Os cargos atingiu seu ápice no século XIX, quando a elite criolla
mais baixos da administração eram preenchidos com assume definitivamente as rédeas do processo de
membros da elite criolla – de origem espanhola, porém independência”. Os Movimentos de Libertação
nascidos na América e que se dedicavam mais às Colonial A elite criolla, proprietária de latifúndios, de
atividades comerciais do que a mineração e a agro- minerações e detentora da atividade comercial,
pecuária. impossibilitada de desfrutar dos avanços do
capitalismo industrial, foi diretamente influenciada
A sociedade colonial da América espanhola,
pelas idéias iluministas e pelo liberalismo econômico
além das duas classes sociais acima citadas, possuía
propagados pelas lideranças criollas (que eram
também as demais classes em ordem de importância
membros da maçonaria como Simon Bolívar, San
social: Mestiços – vaqueiros, artesãos, capatazes de
Martin e Bernardo O’Higgins) puderam se espelhar
minas e fazendas, vagabundos etc. Índios – obrigados
nos movimentos da independência dos EUA e na
aos serviços pesados em minas e fazendas, trabalho
própria Revolução Francesa, para detonarem as
este justificado pela maioria dos padres católicos (o
revoltas emancipacionistas. Os interesses ingleses e
serviço forçado ajudava a expiar a culpa dos nativos e
norte-americanos estavam no fim do monopólio e no
os aproximava do perdão de suas almas) com
livre cambismo, fato que propiciou o total apoio destas
exceção dos jesuítas brasileiros e paraguaios. Negros
duas potências industriais. A consolidação do poder
– mão de obra utilizada em menor quantidade,
político na América Latina para os criollos estava
principalmente após o declínio da mineração nas
diretamente ligada à autonomia política, sem a ruptura
plantations, que se espalharam por entre as terras
com a ordem vigente, mantendo-se os plantations. A
espanholas na América. O trabalho utilizado nas
causa imediata da independência foi o aumento das
regiões coloniais espanholas obedecia à seguinte
medidas restritivas com a diminuição das liberdades
divisão: Mita: comum nas regiões dos países andinos
conseguidas no campo político e econômico. Esta
e no México (com o nome de cuatéquil), era um
reação colonizadora da Espanha se deve ao processo
serviço obrigatório, insalubre, temporário e gratuito
de decadência econômica da coroa espanhola. Outro
(embora recebam um pouco de dinheiro para a
fato importantíssimo que auxilia nas independências
compra de fumo e álcool), no qual o indígena era
da América espanhola foi, assim como na colônia
superexplorado até a morte, que não tardava a chegar.
portuguesa, a ocupação, por parte de Napoleão
Encomienda: comum na extração de metais e na
Bonaparte, da península Ibérica e a prisão dos reis da
agricultura nas haciendas (plantations para o mercado
dinastia Bourbon. Não reconhecendo a intervenção
intercolonial e metropolitano ou subsistência do
francesa, os Vice-reinos organizam suas juntas
próprio mercado local); também era um trabalho, servil
governativas, embriões dos futuros governos
porém o fazendeiro ou minerador era obrigado a
independentes. A difusão do sentimento nacional em
promover o processo de catequese, sendo também
diversos seguimentos sociais, de forma
obrigado a pagar imposto pelo número de indígenas
particularizada, demonstrava que cada elite regional
utilizados. Escravo: no Caribe (Cuba e Porto Rico),
via suas vantagens próprias no separatismo. Esta
nas plantations de produtos tropicais e nos serviços
visão regional iria dificultar bastante a unidade latino
domésticos. No restante da América espanhola, em
americana pósindependência.
pequena escala.
 Os movimentos emancipacionistas tiveram um
caráter urbano espalhando-se pelo interior. Os
Cabildos se transformaram em veículos de expressão
das elites locais. A elite criolla, vinculada ao capital
externo, vai assumir a função de fornecedora de
matérias-primas, alimentos e minérios, além de
permanecer consumindo produtos industrializados.
Percebemos, então, que a independência da América
Ibérica significou a passagem do domínio externo da
Espanha para a Inglaterra e, mais tarde, para os EUA.
Os generais dos
exércitos das elites
coloniais foram
importantíssimos nas
guerras de
independência. San
Martin liderava o
exército do sul,
promovendo a
libertação da Argentina,
em 1816, e do Chile,
em 1818. Simon
Bolívar era responsável
pelo exército do norte
que libertou, por sua
vez, a Colômbia (1819)
e a Venezuela (1821). Já o Peru foi libertado em 1824
pelas forças de San Martin e Simon Bolívar, enquanto
o Equador (1822) e a Bolívia (1825) foram libertados
por Simon Bolívar e Sucre.