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Controle de qualidade

Pesquisa de ervas medicinais


Controle de qualidade de Phyllanthus niruri L. (quebra-pedra)

Gabrielle Mouco Introdução cálculos renais, impedindo a con-


Aluna de graduação em Farmácia - UNIP
gabimouco@yahoo.com.br tração do ureter e promovendo a
O controle de qualidade da sua desobstrução. Desenvolve ati-
Maira Jardim Bernardino droga vegetal é imprescindível, vidade diurética pela elevação da
Aluna de graduação em Farmácia - UNIP pois muitas espécies vegetais são filtração glomerular e excreção
mjb@ajato.com.br
vendidas sem nenhuma garantia urinária dos sais de uratos (Tona et.
de qualidade, o que favorece des- al., 2001; Teske et. al., 1995; Ogata
Melânia Lopes Cornélio, Ph.D
Farmacêutica, Ph.D- Química de Produtos Naturais de a venda de espécies falsificadas et. al., 1992).
Professora Titular da Disciplina de Farmacognosia até o armazenamento inadequado Outro estudo realizado mos-
UNIP - Universidade Paulista-SP
melaniacornelio@yahoo.com.br da droga vegetal durante a sua trou o efeito do Phyllanthus niruri
comercialização. A análise aqui des- sobre a cristalização do oxalato de
Ilustrações cedidas pelos autores
crita foi realizado com a droga cálcio in vitro. Por meio desse estu-
vegetal adquirida e conhecida po- do, pôde-se concluir que o extrato
pularmente como quebra-pedra. O de quebra-pedra interfere no cres-
controle de qualidade dessa droga cimento e na agregação dos cristais
vegetal foi feito a começar da sua na urina humana, sugerindo que
descrição microscópica, para veri- essa planta tem um papel potencial
ficar a autenticidade da espécie a na prevenção de cálculo renal ou
fim de evitar equívocos. Também do desenvolvimento (Barros, 2002;
foram realizados testes químicos Freitas et. al., 2002; Campos et. al.,
para confirmar as principais clas- 1999; Dias et. al., 1995).
ses de seus constituintes químicos
descritos na literatura (De Souza Materiais e Métodos
et. al., 2002; Duke, 2000). Os inte-
resses terapêuticos do Phyllanthus 1 - Dados da Amostra
niruri L. provêm principalmente
de suas propriedades diuréticas A amostra analisada foi adqui-
para o combate de cálculos renais. rida em uma farmácia comercial e
Devido a isso, estão sendo desen- apresentava as folhas secas em frag-
volvidos vários estudos para isolar mentos de 0,5 cm a 1,0 cm.
a substância responsável por tais Apresentava uma coloração
propriedades, além de elucidar a esverdeada que indicava que a
melhor maneira de tratamento amostra havia passado por proces-
(Teske et. al., 1995). so de secagem.
Estudos experimentais com as
folhas e as sementes também têm 2 - Controle Físico
demonstrado a sua ação hipoglice-
miante, antibacteriana e anticance- Processo de Catação -
rígena. Em ensaios especiais, mos- Determinação da Pureza
trou-se que é ativa contra o vírus da
hepatite B in vivo e in vitro. Além Esse processo visou a avaliar
disso, possui a virtude de dissolver se a amostra apresentava material

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estranho, partículas que não cor- Extração Genérica de Taninos Reação com Solução de Acetato
respondessem à droga analisada. A de Cobre
quantidade de amostra analisada Pesou-se cerca de 2g da droga
foi de 25 g de material vegetal. (quebra-pedra) pulverizada; Em um tubo de ensaio colo-
Extraíram-se os taninos com cou-se cerca de 1,0 mL de solução
3 - Descrição cerca de 40 mL de água destilada, extrativa diluída na proporção de
microscópica deixando-a ferver durante, aproxi- 1:5. Adicionaram-se-lhe 1 ou 2 go-
madamente, 2 minutos; tas de solução aquosa de acetato de
Os fragmentos da parte da fo- Filtrou-se em papel de filtro, cobre a 5%.
lha foram submetidos a estudo procurando manter o pó no fundo Esperou-se para se observar a
histológico, e neles foram realiza- do recipiente; formação de um precipitado casta-
dos cortes do tipo paradérmico e Repetiram-se mais duas extrações, nho avermelhado.
transversal com cerca de 10 mL de água cada;
Filtrou-se novamente, como in- Reações Específicas de
4 - Análise química dicado anteriormente; Taninos:
Utilizou-se o filtrado para as Reação com Acetato de
As folhas secas foram submeti- reações de identificação seguintes. chumbo e Ácido Acético
das a processos químicos de iden- Glacial
tificação das seguintes classes de Reação com Cloreto Férrico
constituintes químicos: taninos, Em um tubo de ensaio coloca-
heterosídeos flavanoídicos, hetero- Em um tubo de ensaio colo- ram-se cerca de 3 mL de solução
sídeos saponínicos, heterosídeo cou-se cerca de 1,0 mL da solução extrativa e adicionaram-se-lhe cer-
antraquinônicos, alcalóides e óleos extrativa e adicionaram-se-lhe 5,0 ca de 2 ml de ácido acético glacial
voláteis (Costa, 2001). mL de água destilada e uma gota de a 10% e 3 mL da solução de acetato
A seguir serão apresentadas as cloreto férrico 2% (escorrendo-o de chumbo a 10%.
metodologias dos ensaios de iden- pela parede do tubo). Esperou-se para observar a for-
tificação das classes dos constitu- Foi necessário que se obser- mação de um precipitado castanho
intes químicos mencionados. Vale vasse a formação de um precipita- avermelhado que indicasse a pre-
lembrar que são testes qualitativos do ou o aparecimento de colora- sença de taninos gálicos.
com vistas a somente verificar a ções: preta, verde, azul, conforme o
presença ou a ausência do constitu- tipo de estrutura química. Obs: A adição de ácido acético
inte químico em questão. impede a precipitação de taninos
Reação com Solução Aquosa de catequínicos.
4.1 - Métodos de Identificação Alcalóides
Reação com Reativo de
4.1.1 - Taninos Em um tubo de ensaio colo- Wasicky
cou-se 1,0 mL da solução extrativa,
Os taninos são substâncias diluída a uma proporção 1:5. Adici- Eliminou-se o precipitado da
polifenólicas, polihidroxiladas, de onaram-se-lhe 5 gotas de ácido clo- reação com acetato de cobre (ante-
alto peso molecular, de origens ve- rídrico a 5% e 1 ou 2 gotas de rior) por filtração e utilizou-se o
getais, capazes de precipitar prote- solução de sulfato de alcalóides. filtrado.
ínas, pectinas, alcalóides e metais Esperou-se para observar a for- Adicionaram-se cerca de 0,5
pesados em solução aquosa (Simões mação de um precipitado branco mL de solução de poli-metil-amino-
et. al., 2001). ou castanho esbranquiçado. benzaldeído. Esperou-se para ob-
A estrutura química é complexa servar a formação de um precipita-
na sua maioria, apresenta caracterís- Reação com Acetato Neutro de do carmim ou róseo que indicasse a
ticas adstringentes ao paladar e são Chumbo presença de tanino catequínico.
capazes de curtir a pele dos animais,
transformando-a em couro. Em um tubo de ensaio colo- 4.1.2– Saponinas
Os taninos são sólidos, amorfos cou-se 1,0 mL da solução extrativa
na sua maioria, solúveis em água, diluída na proporção 1:5. Adicio- Saponinas são glicosídeos de
álcool, glicerina e polietilenoglicol. naram-se-lhe 1 ou 2 gotas de solu- esteróides ou terpenos policíclicos.
São insolúveis em solventes orgâni- ção aquosa de acetato neutro de Esse tipo de estrutura, que possui
cos apolares. chumbo a 10%. uma parte lipofílica (triterpeno ou
Classifica-se em gálicos, hi- Esperou-se para observar a for- esteróide) e outra hidrofílica (açú-
drolisáveis, catequínicos ou con- mação de um precipitado castanho cares), determina a propriedade de
densados. avermelhado volumoso e denso. redução da tensão superficial da

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água, característica de suas ações gotas de solução de vanilina a 1% Reservou-se esse extrato para
detergente e emulsificante (Simões em ácido clorídrico. executar as reações gerais de iden-
et. al., 2001). Esperou-se para observar o tificação.
aparecimento de coloração azul que
Extração Genérica das se desenvolvesse somente a quente. Reações Genéricas de
Saponinas Identificação de Flavonóides
Reação com Reativo de
Em um aparelho de refluxo Sulfo-vanílico: No tubo de en- Reação de Shinoda: Adicio-
colocaram-se 90 mL de extrato aquo- saio onde se realizou a evapora- naram-se cerca de 5 mL do extrato
so 1% da droga. ção de 5 mL da fase orgânica, em um tubo de ensaio que continha
Adicionaram-se-lhe cerca de 10 adicionaram-se uma ou duas go- uma pitada de magnésio metálico.
mL de ácido clorídrico. tas de solução de vanilina 1% em Acrescentaram-se-lhe 0,5 - 1,0 mL
Deixou-se o processo em re- ácido sulfúrico. de ácido clorídrico.
fluxo por aproximadamente uma Esperou-se para observar o Observou-se o desenvolvimen-
hora para, em seguida, desligá-lo e aparecimento de coloração violeta- to de coloração rósea-avermelhada
deixá-lo esfriar. azulada. indicaria a presença de flavonóis;
Transferiu-se o líquido para um violeta indicaria a presença de
funil de separação de 200 mL e Reação de Liebermann: No flavanonas e laranja indicaria a pre-
adicionaram-se-lhe 50 mL de cloro- tubo de ensaio onde se realizou sença de flavonas.
fórmio. Repetiu-se a extração com a evaporação de 5 mL da fase Obs.: O desenvolvimento da
clorofórmio por mais duas vezes. orgânica, dissolveu-se o resíduo cor pode ocorrer imediatamente ou
Reduziu-se o volume a 75 mL em 2 mL de ácido acético glacial. após algum tempo.
em banho-maria. Adicionaram-se-lhe 1 ou 2 gotas
de cloreto férrico a 3%. Em se- Reação com Cloreto de Alu-
Processos Gerais de guida, verteram-se , pela parede mínio: Sobre um papel de filtro,
Identificação de Saponinas do tubo, 1 ou 2 mL de ácido demarcaram-se duas áreas A e B.
sulfúrico sem agitar . Na superfí- Depositaram-se em cada uma de-
Obs.: Para cada reação de iden- cie de contato entre os dois lí- las algumas gotas do extrato da
tificação, evaporou-se cerca de 5 quidos, poderia formar-se um droga e esperou-se secar. Em se-
mL da fase orgânica obtida anteri- anel com coloração pardo-aver- guida, colocou-se em uma das áre-
ormente. melhada ou verde, que indicaria as 1 gota de solução de cloreto de
a presença de derivados esteroi- alumínio 5% em etanol. Eliminou-
Reação de Rossol: No tubo de dais, ou com coloração azul, que se o etanol. Verificou-se o com-
ensaio onde se realizou a evapora- indicaria a presença de deriva- portamento da substância nas duas
ção de 5 mL da fase orgânica, adici- dos triterpenóides. áreas frente à luz ultravioleta. Ob-
onou-se uma gota de ácido sulfúri- servou-se o aspecto fluorescente
co concentrado. 4.1.3- Flavonóides que indicasse a presença de
Esperou-se para observar o flavonóides.
aparecimento de uma coloração ver- Os flavonóides, biossintetiza-
melha ou violeta que indicasse a dos a partir da via dos fenilpropa- Reação com Cloreto Férri-
presença da sapogenina. nóides, constituem uma importante co: Diluiu-se o extrato com água na
classe de polifenóis, presentes com proporção de 1:5, em seguida, co-
Reação de Mitchell: No tubo relativa abundância entre os locaram-se em dois tubos de ensaio
de ensaio onde se realizou a evapo- metabólitos secundários de vege- 5 mL do extrato diluído. Adicionou-
ração de 5 mL da fase orgânica, tais (Simões et. al. 2001). se pela parede de um dos tubos 1
adicionou-se uma gota de ácido gota de cloreto férrico 2%.
sulfúrico concentrado e vestígios Extração Genérica de Esperou-se para observar o de-
de nitrato de prata. Compostos Flavonoídicos: senvolvimento de cor, que poderia
Esperou-se para observar o apa- variar entre verde, amarelo-casta-
recimento de uma coloração aver- Pesaram-se cerca de 2,0 g da nho e violeta, de acordo com o tipo
melhada que indicasse a presença droga; de composto flavonoídico.
de sapogenina. Colocada em um béquer, adici-
onaram-se-lhe cerca de 15 mL de Reação com Hidróxido de
Reação de Rosenthalen: No etanol a 75%; Sódio: Diluiu-se o extrato na pro-
tubo de ensaio onde se realizou a Foi fervida por alguns minutos; porção de 1:5. Colocaram-se 5 mL
evaporação de 5 mL da fase orgâni- Em seguida, foi esfriada e fil- desse extrato diluído em um tubo
ca, adicionaram-se uma ou duas trada em papel de filtro; de ensaio e adicionaram-se-lhe 1

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ou 2 gotas de NaOH 5%. sença da antraquinona na forma nar algumas gotas sobre o resíduo e
Observou-se o desenvolvimen- reduzida, ou de uma coloração observar desenvolvimento de colo-
to de coloração amarela, que varia avermelhada que indicasse a pre- ração amarelo claro.
de intensidade. sença da antraquinona na forma Reagente de Bourchardat - Adi-
oxidada. cionar algumas gotas sobre o resí-
4.1.4- Glicosídeos duo e observar o desenvolvimento
Antraquinônicos 4.1.5 - Alcalóides de coloração amarelo tijolo.
Reagente de Bertrand - Adicio-
São compostos naturais encon- Os alcalóides que contêm um nar algumas gotas sobre o resíduo e
trados sob forma glicosídica ou átomo de nitrogênio em um anel observar o desenvolvimento de co-
livres derivados do núcleo antra- heterocíclico são chamados de loração amarelo tijolo.
cênico. Relacionam-se diretamen- alcalóides verdadeiros e são classi- Reagente de Mayer - Adicionar
te com antraquinona, uma dicetona ficados de acordo com o sistema algumas gotas sobre o resíduo e
insaturada. Possuem ação catártica anelar presente na molécula. As observar desenvolvimento de um
e são classificadas, como catártico substâncias com o átomo de nitro- precipitado floculoso branco.
estimulante (Akisue, 2002). gênio que não pertença a um siste- Reagente de Dragendorff - Adi-
ma heterocíclico são denominados cionar algumas sobre o resíduo e
Extração dos glicosídoes de protoalcalóides. observar desenvolvimento de colo-
antraquinônicos Compostos nitrogenados com ração amarelo tijolo.
e sem anéis heterocíclicos, que não
Reação de Bornträeger: Pesou- são derivados de aminoácido, são 4.1.6 - Óleos voláteis
se cerca de 1g da droga, adiciona- chamados de pseudoalcalóides
ram-se-lhe cerca de 20 mL de etanol (Simões et. al., 2001). Os óleos voláteis são definidos
a 75% e foi aquecida durante 2 como produtos obtidos de partes de
minutos em banho-maria. Métodos de Identificação de planta por meio da destilação por
Em seguida, realizou-se a fil- Alcalóides arraste com vapor d’água. São mis-
tração em funil simples e adicio- turas complexas de substâncias vo-
naram-se ao filtrado cerca de 2mL Pesar cerca de 1g da droga em láteis lipofílicas, geralmente odorí-
de ácido sulfúrico que foi leva- um béquer, adicionar 30 mL de feras e líquidas (Simões et. al., 2001).
do ao banho-maria durante 1 mi- solução de HCL 1,5% e aquecer por Pesar cerca de 1 g da droga a
nuto. aproximadamente 3 minutos. Em ser analisada, colocar em um gral
Deixou-se o filtrado acidificado seguida, filtrar o sobrenadante em de vidro, adicionar cerca de 1 mL de
esfriar. algodão e transferir o filtrado para etanol absoluto e triturar. Pingar
Realizou-se a extração em um um funil de separação. uma gota em um papel de filtro,
funil de separação com 10 mL de evaporar e sentir o aroma, o qual
acetato de etila, e repetiu-se a ex- Testes de Identificação indica a presença de óleos voláteis.
tração por mais duas vezes.
Mediram-se cerca de 5 mL da Alcalinizar o filtrado obtido 5 - Resultados
fase orgânica e adicionaram-se-lhe anteriormente com solução de
cerca de 1 ou 2 gotas de hidróxido Hidróxido de Amônio (NH 4OH) Na amostra continha fragmen-
de amônio. até atingir um pH entre 9 e 10 tos de folhas e caules de tamanhos
Esperou-se para observar a for- (utilizar papel tornassol para de- que variavam de 0,1 a 1,0 cm de
mação de uma coloração amarela, terminar o pH). tamanho.
que indicasse a presença da antra- Em seguida, adicionar ao filtra- Observou-se que em 25 g da
quinona na forma reduzida, ou ver- do alcalinizado cerca de 15 mL de amostra que 0,75 g correspondia a
melha, que indicasse a presença da Clorofórmio (CHCl3) e agitar para fragmentos de materiais estranhos
antraquinona na forma oxidada. que os alcalóides presentes passem à planta. A Farmacopéia Brasileira
para a porção orgânica. Colocar recomenda que a porcentagem de
Reação com Hidróxido de cinco gotas do extrato em cada material estranho de outra parte da
sódio: Pesaram-se 0,5 g de dro- cápsula de porcelana, colocá-las em planta tenha um limite de tolerência
ga, que foi colocada em um vidro uma chapa e esperar secar, após em torno de 10%.
de relógio e adicionaram-se-lhe isso, dissolver o resíduo com 4 go- A análise microscópica da dro-
algumas gotas de hidróxido de tas de solução de HCl 1,5% em ga vegetal através dos cortes
sódio a 0,5%. todas as cápsulas e em cada uma histológicos e a sua descrição
Esperou-se para observar o adicionar o reagente de identifica- macroscópica foram comparadas
aparecimento de uma coloração ção de alcalóides: com dados da literatura, o que per-
amarelada, que indicasse a pre- Reagente de Sheibler - Adicio- mitiu confirmar que a droga vegetal

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Tabela 1- Resultados das reações indicativas da presença ou ausência de taninos em P. niruri
Reativos Anacardium occidentale Phyllanthus niruri
Reação com cloreto Férrico (Gerais) PRECIPITADO AZUL -
Reação com Solução Aquosa de
PRECIPITADO CASTANHO -
Alcalóides
Reação com Acetato Neutro de
Chumbo PRECIPITADO CASTANHO -
Reação com Solução de Acetato de PRECIPITADO CASTANHO -
Cobre
Reação com Acetato de Chumbo e
PRECIPITADO CASTANHO -
Ácido acético Glacial
Reativo de WASICKY PRECIPITADO ROSA -
Reação com Cloreto Férrico
(Específica) COLORAÇÃO VERDE -
(-) ausência
Tabela 2- Resultados das reações indicativas da presença ou ausência de glicosídeos saponínicos.
Reativos Quilaia saponaria Phyllanthus niruri
Rossol + -
Mitchell + -
Rosenthalen + -
Reativo Sulfo-Vanílico + -
Liebermann + -
(+) presença
(-) ausência
Tabela 3- Resultado das reações indicativas da presença ou ausência de glicosídeos flavanoídicos.
Reativos Ginkgo biloba Phyllanthus niruri
Shinoda VERDE (flavonas) VERDE (flavonas)
Cloreto de Alumínio FLORESCÊNCIA AMARELO- FLORESCÊNCIAAMARELO-ACASTA-
ACASTANHADO ( flavonol) NHADO (flavonol)
AMARELO-ACASTANHADO
Cloreto Férrico VERDE (flavonas)
(flavonol)
Hidróxido de sódio AMARELA (flavonol) AMARELA (flavonol)
Tabela 4- Resultado das reações da presença ou ausência de glicosídeos antraquinônicos.
Reativos Dimorphandra mollis Phyllanthus niruri
Bornträeger vermelho vermelho
Hidróxido de Sódio vermelho vermelho
Tabela 5- Resultados das reações indicativas da presença ou ausência de alcalóides.
Reativos Chichona calisaya Phyllanthus niruri
Sheibler AMARELO CLARO AMARELO CLARO
Bourchardat AMARELO TIJOLO AMARELO TIJOLO
Dragendorff AMARELO TIJOLO AMARELO TIJOLO
Bertrand AMARELO TIJOLO AMARELO TIJOLO
Mayer BRANCO BRANCO
em análise era mesmo a espécie 5.1 - Saponinas 5.2 - Flavonóides
Phyllanthus niruri L (Souza, 2003).
Nos testes realizados para iden- Para as reações de identifica- Para as reações de identificação
tificar os taninos, foi usada como ção de heterosídeos saponínicos de flavonóides, utilizou-se como dro-
droga padrão o cajueiro (Anacardium foi utilizada como droga padrão a ga padrão a Ginkgo (Ginkgo biloba
occidentale), droga vegetal que tem quilaia (Quilaia saponaria) para ). Os resultados das análises mostra-
como principais constituintes quími- compará-la com a droga em estudo. ram que a espécie P. niruri apresen-
cos os taninos, e a droga em estudo Os resultados demonstraram que a tou flavonóides na sua composição
não indicou a presença de taninos P. niruri não possui saponinas (Ta- química, de acordo com que se pode
nos testes realizados (Tabela-1). bela-2). observar na tabela (Tabela-3).

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5.3 - Glicosídeos no presente trabalho, mas que se vitro. J. Pharmacol, 47 (10):
Antraderivados sabe fazem parte da constituição 846-51, 1995.
química da planta. Acredita-se que DUKE, J. A. Handbook of
Para os resultados das rea- algumas dessas substâncias sejam Phytochemical Constituints of
ções indicativas da presença ou responsáveis pelo efeito terapêu- Gras Herbs and Other
ausência foi utilizada como droga tico atribuído ao quebra-pedra, Economic Plants. USA: CRC
padrão o faveiro (Dimorphandra porém não se sabe ao certo qual Press, 2000.
mollis ) e a droga vegetal em dessas substâncias é especifica- FREITAS, A. M., SCHOR, N.,
análise - P. niruri – apresentou, mente a responsável por tal pro- BOIM, M. A. The effect of
na sua composição química, priedade. Assim, os constituin- Phyllanthus niruri on
indicativo da presença de glicosí- tes identificados na análise inhibitor of calcium oxalate
deos antraquinônicos na forma fitoquímica foram suficientes para crystallization and other
oxidada, como podemos observar afirmarmos que a planta utilizada factors associated with renal
na tabela (Tabela-4). era realmente o Phyllanthus stone formation. BJU Int 89(9):
niruri, sendo identificada a droga 829-34, 2002.
5.4 - Alcalóides como verdadeira. OGATA, T., HIGUCHI, H.,
MOCHIDA, S., KATO, A. E.
Para as reações de identifica- Referências Bibliográficas T., KAJI, H. HIV-1 reverse
ção de alcalóides, utilizou-se como transcriptase inhibitor from
droga padrão a quina (Chichona AKISUE, G. Farmacognosia. Curso Phyllanthus niruri. AIDS Res.
calisaya) e a espécie P. niruri em de identificação de drogas ve- Hum. Retroviruses, 8 (11):
estudo apresentou resultado posi- getais. São Paulo: Pharmakon, 1937-44. 1992
tivo na presença dos reativos para 2002. SOUZA, G. S. Análise comparati-
alcalóides, como se pode observar BARROS, M. E. Efeito do va do desenvolvimento floral
na tabela (Tabela-5). Phyllanthus niruri sobre a em Hevea brasiliensis (Willd.
cristalização do oxalato de cál- Ex. Adr. De Juss) Muell. Arg.
5.5 - Óleos Voláteis cio in vitro, São Paulo, (Tese e em Phyllanthus niruri L.
de mestrado-Universidade Fe- (Euphorbiaceae). Tese de
No teste realizado para indi- deral de São Paulo), 72 p, mestrado- Centro de Energia
car a presença ou ausência de 2002. Nuclear na Agricultura- CENA,
óleos voláteis, não foi possível, CAMPOS, A. H., SCHOR, N. 2003.
por meio dele, verificar a presen- Phyllanthus niruri inhibits SIMÕES, C. M. O., SCHENKEL, E.
ça de óleos voláteis na espécie em calcium oxalate endocyte by P., GOSMANN, G., MELLO, J.
análise - P. niruri renal tubular cells: its role in C. P., MENTZ, L. A.,
urolithiasis. Nephron, 81(4): PETROVICK, P. R.
6 - Discussão 393-7, 1999. Farmacognosia da Planta ao
COSTA, A F. Farmacognosia. Lis- Medicamento. Porto Alegre:
Por meio das análises realiza- boa. Fundação Calouste Editora da UFSC, 3 ed. 833 p.
das, foi possível identificar a dro- Gulbenkian, 3ed , v. 3, 2001. 2001.
ga vegetal em estudo como DE SOUZA, T. P., HOLZSCHUH, TESKE, M., TRENTINI, A. M.M.
Phyllanthus niruri (quebra-pe- M. H., LIONCO, M. I., Herbarium – Compêndio de
dra). Antes de se utilizar qualquer GONZALEZ, O. G., Fitoterapia. 3 ed. São Paulo:
droga no preparo de medicamen- PETROVICK, P. R., Validation Herbarium Laboratório Botâ-
tos, deve-se submetê-la a uma of a LC method for the analysis nico Ltda, 1995.
análise rigorosa. A identificação e of phenolic compounds from TONA, L., MESIA, K., NGIMBI, N.
a pureza da droga, bem como a extract of Phyllanthus niruri P., CHRIMWAMI, B.,
avaliação de seus princípios ati- aerial parts. J. Pharm. Biomed OKOND’AHOKA, C. K.,
vos são tarefas indispensáveis Anal. 30 (2): 351-6, 2002. BRUYNE, T., APERS, S.,
àqueles que buscam produtos de DIAS, M. A., CAMPOS, A. H., HERMANS, N., TOTTE, J.,
qualidade. CECHINEL, V. F., YUNES, R. PIETERS, L., VLIETINCK, A.
De acordo com a literatura, o A., CALIXTO, J. B. Analysis of J., In-vivo antimalarial activity
Phyllanthus niruri apresenta em the mechanisms underlying of Cassia occidentalis,
sua constituição substâncias como the contract response induced Morinda morindoides e
glicosídeos antraquinônicos, fla- by hydroalcoholic extract of Phyllanthus niruri. Ann.
vonóides e alcalóides, além de Phyllanthus urinaria in the Trop. Med. Parasitol, 95(1):
outras que não foram investigadas guinea-pig urinary blad in- 47-5, 2001.

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