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A experiência e a percepção do tempo

http://plato.stanford.edu/entries/time-experience/

Robin Le Poidevin

Publicado pela primeira vez em 28 de agosto de 2000, passou por uma revisão
importante em 17 de novembro de 2009

Vemos as cores, ouvimos os sons e sentimos as texturas. Alguns aspectos do mundo, ao que
parece, são percebidos por meio de um sentido particular. Outros, como as formas, são
percebidos através de mais de um sentido. Mas qual o sentido ou sentidos usamos quando
percebemos o tempo? Certamente a percepção do tempo não está associada a um sentido
particular. Na verdade, parece estranho dizer que vemos, ouvimos ou tocamos o passar do
tempo. E, de fato, mesmo se todos os nossos sentidos fossem impedidos de funcionar por um
período, ainda poderíamos notar a passagem do tempo através das mudanças de padrão do
nosso pensamento. Talvez, então, tenhamos uma faculdade especial, diferente dos cinco
sentidos, para a detecção de tempo. Ou talvez, como parece mais provável, percebemos o
tempo através da percepção de outras coisas. Mas como?

A percepção do tempo levanta uma série de questões intrigantes, incluindo o que significa dizer
que percebemos o tempo. Neste artigo, iremos explorar os vários processos pelos quais
tomamos ciência do tempo, e que influência a nossa forma de pensar o tempo realmente tem.
Inevitavelmente, estaremos preocupados com a psicologia da percepção do tempo, mas o
propósito do artigo é trazer à tona as questões filosóficas e, em particular, se e como os
aspectos da nossa experiência podem ser acomodados dentro de certas teorias metafísicas
sobre a natureza do tempo e causalidade.

• O que é "a percepção do tempo"?


• Tipos de experiência temporal
• Duração
• O presente especioso
• Passado, presente e a passagem do tempo
• A ordem do Tempo
• A metafísica da percepção do tempo
• Bibliografia
• Outros Recursos na Internet

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O que é "a percepção do tempo"?

A própria expressão "a percepção do tempo" convida a uma análise. Na medida em que o
tempo é algo distinto dos eventos, não percebemos o tempo como tal, mas apenas as
mudanças ou eventos no tempo. Mas, sem dúvida, não percebemos apenas os eventos, mas
também suas relações temporais. Então, assim como é natural dizer que percebemos
distâncias espaciais e outras relações entre os objetos (eu vejo a libélula como se estivesse
pairando acima da superfície da água), parece natural falar em perceber um evento na
sequência de outro (o trovão em seguida ao clarão do relâmpago), embora mesmo aqui haja
uma dificuldade. Porque o que percebemos, percebemos como presente, como estando
acontecendo agora. Podemos perceber uma relação entre dois eventos sem também perceber
os eventos em si? Se não, então parece que percebemos os dois eventos como presente, caso
em que temos de percebê-los como simultâneos, e não como sucessivos. Há então um
paradoxo na noção de perceber um evento como tendo ocorrido após o outro, embora se
admita que, talvez, isso tenha uma solução simples. Quando percebemos que B vem depois de
A, já deixamos, certamente, de perceber A. Nesse caso, A é meramente um item em nossa
memória. Agora, se nós quiséssemos interpretar "perceber" num sentido mais restrito,
excluindo qualquer elemento de memória, então teríamos de dizer que, afinal, não percebemos
B em seguida de A. Mas, neste artigo, vamos interpretar 'perceber' de forma mais abrangente,
para incluir uma ampla gama de experiências de tempo que envolvem essencialmente os
sentidos. Neste sentido amplo, percebemos uma variedade de aspectos temporais do mundo.
Vamos começar por enumerá-los, e em seguida, levar em conta como essa percepção é
possível.

Tipos de experiência temporal

Há um certo número do que Ernst Poppel (1978) chama de "experiências elementares de


tempo”, ou aspectos fundamentais da nossa experiência de tempo. Entre estes podemos citar a
experiência de (i) duração, (ii) não-simultaneidade, (iii) ordem, (iv) passado e presente, (v)
mudança, incluindo a passagem do tempo. Pode-se pensar que a experiência de
simultaneidade é a mesma experiência de ordem temporal, mas parece que, quando dois
eventos ocorrem muito próximos no tempo, podemos estar cientes de que eles ocorrem em
momentos diferentes sem que sejamos capazes de dizer que um veio primeiro (veja Hirsh e
Sherrick (1961). Podemos também pensar que a percepção de ordem era por si só explicável
em termos da nossa experiência de distinção entre passado e presente. Haverá certamente
ligações aqui, mas é uma questão controversa se a experiência de tempo - isto é, experimentar
um evento como passado ou presente - é mais fundamental do que a experiência de ordem, ou
vice-versa, ou se realmente existe a tal experiência de tempo. Esta questão é retomada a
seguir. Finalmente, devemos esperar estabelecer ligações entre a percepção de ordem
temporal e a percepção de movimento, caso esta envolva simplesmente a percepção da ordem
com base em diferentes posições espaciais de um objeto. Esta é uma outra questão
controversa, que é retomada a seguir.

Duração

Uma das primeiras e mais famosas discussões sobre a natureza e a experiência do tempo
ocorre nas autobiográficas Confissões de Santo Agostinho. Agostinho nasceu na Numídia
(atual Argélia) em 354 A.D., ministrou retórica em Cartago e Milão, e tornou-se bispo de
Hipona, em 395. Morreu em 430. Quando jovem havia rejeitado o cristianismo, mas aos 32
anos finalmente converteu-se. O Livro XI das Confissões contém uma exploração longa e
fascinante do tempo e de sua relação com Deus. No seu decorrer, Agostinho levanta o
seguinte dilema: quando dizemos que um evento ou intervalo de tempo é curto ou longo, o que
é que está sendo descrito como de curta ou longa duração? Não pode ser o que é passado,
uma vez que ele deixou de ser, e o que é inexistente não pode atualmente ter qualquer
propriedade, tal como ser longo. Mas nem pode ser o que é presente, porque o presente não
tem duração. (Para entender a razão pela qual o presente deve ser considerado como sem
duração, consulte a seção sobre o presente especioso, abaixo.) Em todo caso, enquanto um
evento ainda está em curso, a sua duração não pode ser aferida.

A resposta de Agostinho para este enigma é que o que estamos medindo, quando medimos a
duração de um evento ou intervalo de tempo, está na memória. A partir disso ele deriva a
conclusão radical de que o passado e o futuro só existem na mente. Apesar de não concordar
com Agostinho em tudo o que se refere à dependência-mental de outros tempos, podemos
admitir que a percepção da duração temporal está crucialmente ligada à memória. É alguma
característica da nossa memória do evento (e, talvez, especificamente a memória do início e do
final do evento) que nos permite formar uma convicção sobre a sua duração. Este processo
não precisa ser descrito, como Agostinho descreve, como uma questão de medir algo
totalmente na mente. Sem dúvida, pelo menos, estamos medindo o evento ou o intervalo em si
mesmo, um item independente da mente, mas o fazemos por meio de algum processo
psicológico.

Qualquer que seja o processo em questão, parece provável que esteja intimamente ligado com
o que William Friedman (1990) chama de "memória do tempo", ou seja, a memória de quando
algum evento particular ocorreu. O fato de haver uma estreita conexão aqui é decorrente da
sugestão plausível de que inferimos (ainda que inconscientemente) a duração de um evento,
uma vez que tenha cessado, a partir de informações sobre há quanto tempo o início daquele
evento ocorreu. Isto é, informação que tem natureza métrica (por exemplo, "a explosão de som
foi muito breve") é derivada de informações temporais, sobre o quão distante no passado algo
ocorreu. A questão é como adquirimos estas informações temporais. Pode ser que o façamos
direta ou indiretamente, um contraste que podemos ilustrar por dois modelos de memória do
tempo descritos por Friedman. Ele chama o primeiro de modelo de força de memória do tempo.
Se é que existe algo como um traço de memória que persiste ao longo do tempo, então
poderíamos julgar a idade de uma memória (e, portanto, há quanto tempo ocorreu o evento
lembrado) a partir da força deste traço. Quanto mais antigo for o evento, mais fraco o traço. Isto
fornece um meio simples e direto de se avaliar a duração de um evento. Infelizmente, o modelo
de traço entra em conflito com uma característica muito familiar de nossa experiência: a de que
algumas memórias de acontecimentos recentes podem desaparecer mais rapidamente do que
as memórias de acontecimentos mais distantes, especialmente quando esses acontecimentos
distantes foram muito importantes (encontrar um parente assustador e raramente visto quando
se é criança, por exemplo.) Uma consideração contrastante de memória o tempo é dada pelo
modelo de inferência. De acordo com ele, o tempo de um evento não é simplesmente lido a
partir de algum aspecto da memória que se tem dele, mas é inferido a partir de informações
sobre as relações entre o evento em questão e outros eventos cuja data ou hora é conhecida.

O modelo de inferência pode ser suficientemente plausível quando estamos lidando com
eventos distantes, mas é menos plausível para os mais recentes. Além disso, o modelo postula
uma operação cognitiva bastante complexa que é pouco provável que ocorram em animais
não-humanos, tais como o rato. Ratos, no entanto, são bastante bons em medir o tempo em
intervalos curtos de até um minuto, como demonstrado por experimentos de condicionamento
instrumental envolvendo o "procedimento livre operante '. Neste, uma resposta dada (como
pressionar uma alavanca) vai atrasar a ocorrência de um choque elétrico por um período fixo
de tempo, como 40 segundos, descrito como intervalo R-C (resposta-choque). Eventualmente,
a taxa de resposta segue o intervalo de R-C, de modo que a probabilidade de resposta
aumenta rapidamente quando o fim do intervalo se aproxima. (Ver Mackintosh (1983) para uma
discussão desta e de outras experiências afins) É difícil evitar aqui a inferência de que a mera
passagem do tempo esteja agindo como um estímulo condicionado: que os ratos, para colocar
em termos mais antropocêntricos, estão avaliando os intervalos de tempo com sucesso. Neste
caso, o modelo de força parece mais apropriado do que o modelo de inferência.

O presente especioso

O termo "presente especioso" foi introduzido pela primeira vez pelo psicólogo E.R. Clay, mas
sua melhor caracterização é devida a William James, considerado um dos fundadores da
psicologia moderna. Ele viveu de 1842 a 1910, e foi professor de filosofia em Harvard. Sua
definição do presente especioso é a seguinte: "o protótipo de todos os tempos concebidos é o
presente especioso, a curta duração à qual somos imediatamente e incessantemente
sensíveis" (James (1890)). Quanto tempo é este presente especioso? Em outras partes do
mesmo trabalho, James afirma "Estamos constantemente conscientes de uma certa duração -
o presente especioso - variando de alguns segundos, provavelmente, não mais de um minuto,
e esta duração (com o seu conteúdo percebido como tendo uma parte anterior e outra parte
posterior) é a intuição original de tempo.' Esta surpreendente variação na duração do presente
especioso faz suspeitar que mais do que uma definição esteja escondida na caracterização
bastante vaga de James.

Há duas fontes de ambiguidade aqui. Uma delas é sobre se “o especioso presente” se refere
ao objeto da experiência, ou seja, uma duração no tempo, ou a maneira pela qual esse objeto
nos é apresentado. A segunda é sobre a forma como devemos interpretar "imediatamente
sensível". As palavras de James sugerem que o presente especioso é a própria duração,
extraida como objeto de um certo tipo de experiência. Mas "imediatamente sensível” admite
uma série de explicitações. Assim poderíamos definir o presente especioso como:

1. O período de memória de curto prazo;


2. A duração que é percebida, não como duração, mas como instantânea;
3. Duração que é diretamente percebida - ou seja, não por intermédio de uma série de outras,
talvez instantâneas, percepções;
4. Duração que é percebida tanto como presente quanto como estendida no tempo.

Se James pretende que seja a definição 1, isso certamente explicaria sua sugestão de que
poderia durar até um minuto. Mas isso não parece ter muito a ver especificamente com a
experiência de presentâneo, pois certamente podemos manter algo na memória de curto prazo
e ainda reconhecê-lo como passado. James pode estar pensando nos casos em que estamos
ouvindo uma frase: se não tivéssemos, de alguma forma, retido todas as palavras em nossa
mente consciente, não teríamos como entender a frase inteira. Mas é claro que as palavras não
são vivenciadas como simultâneas, pois então o resultado seria uma mistura de sons
ininteligíveis.

A definição 2 é ilustrada pelo fato conhecido de que alguns movimentos são tão rápidos que
nós os vemos como um borrão, como quando olhamos para um ventilador. O que está, de fato,
ocorrendo em tempos diferentes, é apresentado como acontecendo em um instante. Mas este
não é o padrão do que se entende por o presente especioso.

A definição 3 é uma interpretação que é encontrada na literatura (ver, por exemplo, Kelly
(2005), mas não é óbvio que isso seja o que James tinha em mente, já que ele estava
preocupado com a fenomenologia da percepção do tempo; se uma experiência devia ou não
constituir uma percepção direta ou indireta de um intervalo não parece ser uma questão
fenomenológica. (Além do que, como Kelly observa, podemos achar estranho supor que partes
passadas do intervalo pudessem ser diretamente percebidas.)
Isso nos deixa com a definição 4: a duração que é percebida tanto como presente quanto como
temporalmente prolongada. Este presente da experiência é "especioso" naquilo que, ao
contrário do presente objetivo (se é que existe tal coisa - veja A metafísica da percepção do
tempo, abaixo) é um intervalo e não um instante sem duração. O presente real ou objetivo deve
ser sem duração, pois, como Agostinho argumentou, em um intervalo de qualquer duração, há
partes anteriores e posteriores. Portanto, se qualquer parte do intervalo é presente, haverá
outra parte que é passado ou futuro.

Mas é possível perceber uma coisa tão extensa quanto o presente? Se ouvirmos uma frase
musical curta, parece que estamos ouvindo a frase como presente, e ainda - porque é uma
frase ao invés de um único acorde - nós também ouvimos as notas como sucessivas, e,
portanto, se estendendo por um intervalo. Se isso não parece inteiramente convincente,
considere a percepção do movimento. Como Broad (1923) coloca "ver o ponteiro dos segundos
em movimento é uma coisa muito diferente de ver o ponteiro das horas se mover.” Não é que
vemos a posição atual do ponteiro dos segundos e nos lembramos de onde ele estava um
segundo atrás: acabamos de ver o movimento. O que leva à seguinte argumento:

(1) O que percebemos, percebemos como presente.


(2) Percebemos movimento.
(3) Movimento ocorre ao longo de um intervalo.

Portanto: O que percebemos como presente ocorre durante um intervalo.

Ainda assim, há mais de um ar de paradoxo pairando sobre isso. Se partes sucessivas do


movimento (ou frase musical, ou qualquer mudança que percebemos) são percebidas como
presente, então certamente eles são percebidos como simultâneos. Mas se eles são
percebidos como simultâneos, então o movimento será simplesmente um borrão, como é nos
casos em que é muito rápido para perceber como movimento. O fato de que nós não vemos
isso como movimento sugere que nós não vemos as sucessivas partes como simultâneas, e
por isso não as vemos como presente. Mas então como explicar a distinção para a qual Broad
nos chama a atenção?

Uma saída para esse impasse é sugerir que dois processos bastante distintos estão
acontecendo na percepção de movimento (e outros tipos de mudança). Um deles é a
percepção de estados sucessivos como sendo de fato sucessivos, por exemplo, as diferentes
posições do ponteiro de segundos. O outro é a percepção do movimento puro. Esta segunda
percepção, que pode envolver um sistema mais primitivo do que o primeiro, não contém o
reconhecimento de elementos anteriores e posteriores. (Le Poidevin (2007), Capítulo 5.)

Presente, passado e da passagem do tempo

A seção anterior indicou a importância de distinguir entre perceber o presente e perceber algo
como presente. Podemos perceber como presente itens que são passado. Na verdade, dada a
velocidade finita da transmissão de luz e do som (e a velocidade finita da transmissão de
informações dos receptores para o cérebro), parece que nós apenas percebemos o que é
passado. No entanto, isso por si só não nos diz o que é perceber algo como presente, e não
como passado. Também não explica a característica mais marcante de nossa experiência
como sendo do presente: que ela está mudando constantemente. A passagem (ou aparente
passagem) de tempo é a sua característica mais marcante, e qualquer consideração sobre a
nossa percepção do tempo deve levar em conta este aspecto de nossa experiência.
Eis uma tentativa de fazê-lo. O primeiro problema é explicar por que a nossa experiência
temporal é limitada de maneira em que a nossa experiência espacial não é. Podemos perceber
os objetos que estão têm diferentes relações espaciais conosco: perto, longe, à esquerda ou à
direita, acima ou abaixo, etc. Nossa experiência não se limita a vizinhança imediata (embora,
evidentemente, a nossa experiência seja espacialmente limitada à distância em que os objetos
estejam tão longe que se tornam invisíveis para nós). Mas, apesar de perceber o passado, não
percebemos isso como passado, mas como presente. Além disso, nossa experiência não
apenas parece ser temporalmente limitada: nós não percebemos o futuro, e não continuamos a
perceber os eventos transitórios muito tempo depois que informações proveniente deles
chegam aos nossos sentidos. Agora, há uma resposta muito simples para a pergunta porque
não percebemos o futuro, e ela é causal. Resumidamente, as causas sempre precedem os
seus efeitos; a percepção é um processo causal, no qual perceber algo é ser causalmente
afetados por ela; por isso só podemos perceber os eventos anteriores, nunca os posteriores.
Então, um limite temporal de nossa experiência é explicado; mas e o outro?

Não parece haver qualquer razão lógica para que não experimentemos diretamente o passado
distante. Poderíamos apelar para o princípio de que pode não haver ação à distância temporal,
e, assim sendo, algo distante no passado só pode nos afetar causalmente através de eventos
mais próximos. Mas este é uma justificativa inadequada. Só podemos perceber uma árvore
espacialmente distante em virtude de seus efeitos sobre os itens na nossa vizinhança (luz
refletindo a árvore invadindo nossas retinas), mas isso não é visto por aqueles que defendem
uma teoria realista direta de percepção como sendo incompatível com sua condição . Ainda
vemos a árvore, dizem eles, e não algum objeto mais imediatos. Talvez, então, devamos
procurar uma estratégia diferente, como a seguinte, que apela para considerações biológicas.
Para que sejamos agentes eficazes do mundo, devemos representar com precisão o que está
acontecendo atualmente: estar constantemente desatualizados em nossas percepções
enquanto desempenhamos nossas atividades nos levaria a uma extinção bem rápida. Embora
só percebamos o passado que é, na maioria dos casos, um passado muito recente, temos a
sorte da velocidade da luz e do som, embora finita, ser extremamente rápida. Assim, embora
as coisas mudem, o fazem, mais uma vez na maioria dos casos, a uma taxa que é muito mais
lenta do que a taxa na qual as informações dos objetos externos viaja até nós. Então, quando
nós formamos ”imagens” sobre o que está acontecendo no mundo, elas são bastante
rigorosas. (Veja Butterfield (1984) para um relato mais detalhado sobre estas idéias.) Mas, uma
vez que as informações recebidas tenham sido registradas, precisam ser movidas para a
memória para abrir caminho para informações mais atualizadas. Pois, embora as coisas
possam mudar lentamente se comparadas à velocidade da luz ou do som, elas mudam, e nós
não podemos nos dar ao luxo de processar ao mesmo tempo de de informações conflitantes.
Então, a nossa eficácia como agentes depende de não termos experiência contínua de um
estado transitório de coisas (como um filme em câmera lenta), uma vez que as informações
sobre ele jaá tenham sido absorvidas. A evolução garantiu que não experimentemos nada além
de um passado muito recente (exceto quando estamos olhando para os céus das religiões).

Perceber algo como presente é simplesmente perceber: não precisamos recorrer a algum item
extra da nossa experiência, que seja 'a experiência de presente. De onde se conclui que não
pode haver percepção de passado. Além disso, se o passado fosse algo que pudéssemos
perceber, então poderíamos perceber tudo desta forma, uma vez que cada evento torna-se
passado no momento em que o percebemos. Mas mesmo se nunca percebemos nada como
passado (ao mesmo tempo que percebemos o evento em questão), poderíamos falar mais
inteligivelmente, de forma mais ampla, da experiência de passado: a experiência que temos
quando algo chega ao fim. Há quem acredite que as memórias - mais especificamente, as
memórias episódicas, aquelas das nossas experiências de eventos passados, são
acompanhadas por um sentimento de vivenciar o passado (veja Russell (1921)). O problema
que esta sugestão supõe resolver é que a memória episódica é simplesmente uma memória de
um evento: representa o evento simplesmente, ao invés do fato de que o evento é passado.
Por isso, precisamos recorrer a algo mais que nos alerte para o fato de que o evento lembrado
é passado. Uma consideração alternativa, e que não apela a qualquer aspecto fenomenológico
da memória, é que as lembranças nos dispõe a formar crenças pretéritas, e é por causa disso
que eles representam um evento como sendo passado.

Temos, então, uma explicação candidata para a nossa experiência de estar localizado em um
momento particular no tempo, o presente (especioso). E como o conteúdo dessa experiência
está em constante mutação, e assim sua posição tempo se desloca. Mas ainda há um quebra-
cabeça adicional. A mudança em nossa experiência não é a mesma coisa que a experiência da
mudança. Nós queremos saber não apenas o que é perceber um evento após o outro, mas
também o que é perceber um evento como tendo ocorrido após outro. Só então entendemos a
nossa experiência de passagem do tempo. Voltamo-nos, então, à percepção da ordem do
tempo.

Ordem do tempo

Como percebemos a precedência entre eventos? Uma tentadoramente simples resposta é que
a percepção de precedência é apenas uma sensação causada por instâncias de precedência,
assim como uma sensação de vermelho é causada por instâncias de vermelhidão. Hugh Mellor
(1998), que considera esta linha, a rejeita pelo seguinte motivo: Se esta fosse a explicação
correta, então não pudemos distinguir entre x ser mais cedo do que y, e x ser mais tarde do
que y, porque sempre que existe uma instância de uma relação, há também uma instância da
outra. Mas claramente somos capazes de distinguir os dois casos e por isso não pode ser
simplesmente uma questão de perceber uma relação, mas algo que tem a ver com a nossa
percepção do que está relacionado. Mas mera percepção do relacionado não pode ser tudo o
que há para se perceber a precedência. Considere novamente a opinião de Broad sobre o
ponteiro dos segundos e o das horas. Nós primeiro percebemos o ponteiro das horas em uma
posição, digamos, apontando para três horas, e mais tarde o percebemos em uma posição
diferente, apontando para três e meia. Então, tenho duas percepções, uma mais tarde que a
outra. Posso também estar ciente da relação temporal das duas posições do ponteiro. No
entanto, eu não percebo aquele relacionamento, já que eu não vi o ponteiro em movimento.
Contrastando com isso, vejo o movimento do ponteiro dos segundos indo de uma posição para
outra: eu vejo as sucessivas posições como sucessivas.

A proposta de Mellor é que percebo x preceder y em virtude do fato de que minha percepção
de x afeta causalmente minha percepção de y. Como eu vejo o ponteiro dos segundos em uma
posição, eu tenho em minha memória de curto prazo uma imagem (ou informação, de alguma
forma) da sua posição imediatamente anterior, e esta imagem afeta minha percepção atual. O
resultado é uma percepção do movimento. A ordem percebida de diferentes posições não
precisa necessariamente ser a mesma que a ordem real dessas posições, mas será a mesma
que a ordem causal das percepções sobre elas. Uma vez que as causas sempre precedem os
seus efeitos, a ordem temporal percebida implica uma ordem temporal correspondente nas
percepções. Dainton (2001) se opôs a isso dizendo que, se essa posição estivesse correta, não
deveríamos ser capazes de lembrar a precedência percebida, uma vez que só nos lembramos
do que podemos perceber efetivamente. Mas não parece haver qualquer razão para negar que,
só porque a percepção de precedência pode envolver memória de curto prazo, nãopode ser
considerada como percepção genuína.
Há uma contraposição adicional entre a percepção de cor e percepção de ordem temporal. O
que é percebido no caso da cor é algo que tem uma localização espaço-temporal definida. A
relação de precedência, em contraste, não é algo que tenha alguma localização óbvia. Mas as
causas de fato são localizáveis, de forma que a percepção de precedência é bem mais difícil de
conciliar com a teoria causal da percepção do que a percepção de cor (Le Poidevin (2004),
(2007)).

Com efeito, a idéia de Mellor é que o cérebro representa o tempo por meio do tempo: que os
eventos temporalmente ordenados são representados pelas equivalentes experiências
temporalmente ordenadas. Isto faria com que a representação do tempo fosse única. (Por
exemplo, o cérebro não representa objetos espacialmente separados por meio de percepções
separadas espacialmente, ou coisas laranja por percepções laranja.) Mas por que o tempo
seria único a este respeito? Em outros meios, o tempo pode ser representado espacialmente
(como nos desenhos animados, gráficos e relógios analógicos) ou numericamente (como em
calendários e relógios digitais). Então, talvez o cérebro possa representar o tempo por outros
meios. Uma razão para supor que ele deve ter outros meios à sua disposição é que o tempo
precisa ser representado na memória (lembro-me, tanto que a foi antes do que b, e também a
experiência de ver uma ocorrência antes de b e intenção (eu pretendo F depois que eu G), mas
não há nenhuma maneira óbvia pela qual a “representação do tempo pelo tempo” de Mellor
possa ser estendida a estes.

No modelo de Mellor, o mecanismo pelo qual a ordem temporal é percebida é sensível ao


tempo em que as percepções ocorrem, mas indiferente ao seu conteúdo (do que são as
percepções). Daniel Dennett (1991) propõe um modelo diferente, em que o processo é
independente do tempo, mas sensível a conteúdo. Por exemplo, o cérebro pode inferir a ordem
temporal dos eventos, vendo qual a seqüência que faz sentido na ordem causal daqueles
eventos. Uma das vantagens do modelo de Dennett é que ele pode descrever os casos mais
intrigantes de “referência a tempo passado”, onde a ordem percebida não segue a ordem das
percepções. (Veja Dennett (1991) para uma discussão sobre estes casos, e também Roache
(1999) para uma tentativa de reconciliá-los com a explicação de Mellor).

A metafísica da percepção do tempo

Ao dar uma explicação para os vários aspectos da percepção do tempo, é inevitável fazer uso
de conceitos que tomamos para ter uma contrapartida objetiva no mundo: o passado, a ordem
temporal, a causalidade, a mudança, a passagem do tempo e assim por diante. Mas uma das
lições mais importantes da filosofia, para muitos escritores, é que pode haver uma lacuna,
talvez até um abismo, entre a nossa representação do mundo e o mundo em si, mesmo em um
nível bastante abstrato. (Seria justo acrescentar que, por outros escritores, essa não é
precisamente a lição que a filosofia ensina.) A filosofia do tempo não é nenhuma exceção. De
fato, é interessante notar como muitos filósofos têm considerado que, apesar das aparências, o
tempo, ou algum aspecto do tempo, é irreal. Nesta seção final vamos dar uma olhada em como
três debates metafísicos sobre a natureza do mundo interagem com explicações sobre
percepção do tempo.

O primeiro debate diz respeito à realidade do tempo, isto é, a nossa divisão do tempo em
passado, presente e futuro. O tempo é realmente dividido desta forma? O que faz com que o
presente escorregue mais e mais para o passado? Ou será que essa imagem reflete apenas a
nossa perspectiva sobre uma realidade na qual não há nenhum momento único privilegiado, o
presente, mas simplesmente uma série ordenada de momentos? Os Teóricos-A dizem que a
nossa imagem comum do mundo como sendo temporal, reflete o mundo como ele realmente é:
a passagem do tempo é um fato objetivo. Os Teóricos-B negam isso. (Os termos Teoria-A e
Teoria-B derivam da distinção feita por McTaggart (1908) entre duas formas em que os eventos
podem ser ordenados no tempo: ou séries-A - isto é, em termos de eles serem passado,
presente ou futuro - ou como séries-B - que está em conformidade com o fato de eles
ocorrerem mais cedo, mais tarde, ou simultâneos com outros eventos.)

Para os teóricos-B, os únicos fatos temporais objetivos referem-se a relações de precedência e


simultaneidade entre eventos. (Eu ignoro aqui as complicações introduzidas pela Teoria
Especial da Relatividade, uma vez que a teoria-B - e talvez a teoria-A também - possa ser
reformulada em termos que sejam compatíveis com a Teoria Especial.) Os teóricos-B não
negam que as nossas crenças sobre o tempo, como aquela da frente fria que está passando
agora, ou aquela em que o casamento de Sally foi há dois anos, podem ser verdadeiras, mas
afirmam que o que torna tais crenças verdadeiras não são fatos sobre preteritude, presentidade
ou futuridade dos acontecimentos, mas os fatos atemporais relativos à precedência e
simultaneidade (ver Mellor (1998), Oaklander e Smith (1994)). Em uma versão da teoria-B, por
exemplo, a minha crença de que há uma frente fria passando agora é verdade, porque a
passagem da frente é simultânea com a formação da minha crença. Agora um desafio muito
sério para o teóricos da atemporalidade é explicar por que, se o tempo não passa, na
realidade, parece fazê-lo. Qual, em termos da teoria-B, é a base para a nossa experiência de
passagem do tempo?

As explicações consideradas acima, primeiro a das restrições temporais na nossa experiência,


e, em segundo lugar, a da nossa experiência na ordenação do tempo, não explicitamente
apelam à noções temporais ou A-teóricas. Os fatos que nos acreditamos terem aparência
puramente B-teóricas: aquelas causas que são sempre mais cedo do que os seus efeitos, em
que as coisas normalmente mudam lentamente em relação à velocidade de transmissão da luz
e do som, em que a nossa capacidade de processamento de informações são limitadas, e em
que podem haver conexões causais entre as memórias e as experiências. Então pode ser que
o teórico atemporal possa se livrar da obrigação de explicar por que o tempo parece passar.
Mas duas dúvidas permanecem. Em primeiro lugar, talvez o teórico-A possa produzir uma
explicação mais simples sobre a nossa experiência. Em segundo lugar, pode acontecer que
supostamente fatos séries-B sejam dependentes daqueles de séries-A, para que, por exemplo,
a e b sejam simultâneos em virtude do fato de que ambos são presente.

O que está claro, porém, é que, para a teoria-A não há nenhum argumento direto proveniente
da experiência, uma vez que o presente da experiência, sendo temporalmente estendido e
relativo ao passado, é muito diferente do presente objetivo postulado pelo teoria-A.

A segunda questão metafísica que tem uma influência crucial sobre a percepção do tempo está
relacionada com a disputa da teorias A/B -, e que é o debate entre presentistas e eternalistas.
Os presentistas sustentam que só o presente existe (para conhecer os vários tipos de
presentismo e os desafios que enfrentam, ver Bourne (2006)), enquanto os eternalistas
atribuem uma realidade igual para todos os momentos. Os dois debates, teoria-A versus teoria-
B e presentismo contra eternalismo, não se encaixam precisamente um com o outro.
Indiscutivelmente, a teoria-B está comprometida com o eternalismo, mas os teóricos-A podem
não endossar necessariamente o presentismo (embora Bourne argumente que eles deveriam
fazê-lo).

Como isso pode ser conectado à percepção? De acordo com a teoria indireta (ou, como às
vezes é chamada, representativa,) da percepção, percebemos os objetos externos apenas por
perceber algum objeto as intermediário, um dado sentido. Segundo a teoria direta, em
contraste, a percepção de objetos externos não envolve intermediários. Agora, os objetos
externos estão a diferentes distâncias de nós, e, como observado acima, uma vez que luz e
som viajam a velocidades finitas, isto significa que o estado dos objetos que percebemos
necessariamente está no passado. No caso de estrelas, onde as distâncias são muito
consideráveis, o intervalo de tempo entre a luz que deixa a estrela e a nossa percepção pode
ser de muitos anos. O presentista sustenta que estados, eventos e objetos passados não são
mais reais. Mas se tudo o que percebemos no mundo externo é passado, então parece que os
objetos da nossa percepção (ou, pelo menos, os estados dos objetos que percebemos) são
irreais. É difícil conciliar isso com a teoria da percepção direta. Aparentemente, portanto, que
presentistas estão comprometidos com a teoria da percepção indireta.

A terceira e última questão metafísica que vamos discutir no contexto de percepção do tempo
se refere à assimetria causal. A explicação para o nosso sentido de estar localizado em um
momento que consideramos como passado, presente e a passagem do tempo repousava na
suposição de que a causalidade é assimétrica. Foi sugerido que eventos posteriores não
podem afetar os anteriores, pelo fato de ser independente da mente, e é por isso que nós não
percebemos o futuro, apenas o passado. Mas as tentativas de explicar a base da assimetria
causal, em termos, por exemplo, de dependência contrafactual, ou em termos probabilísticos,
são notoriamente problemáticas. Uma conclusão que poderíamos tirar das dificuldades de
reduzir a assimetria causal às outras assimetrias é que a assimetria causal é primitiva, e assim
irredutível. Uma outra é que que a busca de uma explicação independente da mente está
errada. Talvez a causalidade seja intrinsecamente simétrica, mas alguma característica de
nossa constituição psicológica e de nossa relação com o mundo faça com que pareça
assimétrica. Este perspectivismo causal é a linha seguida por Huw Price (1996). Que a
assimetria causal deva ser explicada em parte pela nossa constituição psicológica, de forma
análoga à nossa compreensão das qualidades secundárias como cores, é uma inversão radical
de nossas suposições comuns, mas então nosso entendimento comum de uma série de
características aparentemente objetivas do mundo – tempo, simultaneidade absoluta - se
depararam com desafios igualmente radicais. Agora, se a assimetria causal é dependente da
mente desta forma, então não podemos recorrer a ela na explicação de nossa experiência de
assimetria temporal - a diferença entre o passado e o futuro.

Mas os fatos da percepção podem constituir um problema para o perspectivismo sobre a


assimetria causal. Vamos deixar o tema da percepção do tempo com o seguinte dilema para os
proponentes do perspectivismo causal. Considere o seguinte série ordenada causalmente (mas
não direcionado):

Φ β-κ

Assumindo, como o perspectivismo afirma, que a causação é intrinsecamente simétrica, β fica


exatamente na mesma relação de causalidade com o Φ que tem para com o κ. No entanto,
embora não dirigindo, a série é ordenada de forma que a relação de intermediação causal se
mantém entre os itens. Assim, β está causalmente entre Φ e κ. Mas então, se for assim, não
fica claro como o perspectivismo poderia explicar por que o seguinte princípio se mantém:

Se β é uma experiência perceptiva, então não pode ter ambos Φ e κ como seu objeto

Este princípio não levanta a questão contra o perspectivismo por importar uma suposição sobre
assimetria causal. Pois é certamente um fato trivial sobre a nossa percepção do tempo que se
A é percebido como tendo ocorrido antes de B, A e B não podem ser percebidos como
simultâneos. E é certamente um fato objetivo (embora não-trivial) de que nossa experiência de
A estará causalmente entre A e nossa percepção de B. Agora, se perspectivismo não pode
responder ao desafio de explicar a verdade do princípio acima, parece que a nossa experiência
de assimetria temporal, na medida em que tem uma explicação causal, exige a causação de
ser objetivamente assimétrica.

Uma estratégia que os perspectivistas causais poderiam adotar (na verdade, a única
disponível) é a de explicar o princípio assimétrico acima em termos de alguma assimetria não-
causal objetiva. Price, por exemplo, permite uma assimetria termodinâmica objetiva, na medida
em que uma série ordenada de estados do universo vai exibiro que ele chama de gradiente
termodinâmico: a entropia será menor em uma das extremidades da série do que na outra.
Devemos resistir à tentação de dizer que a entropia aumenta, porque isso seria como afirmar
que uma estrada vai para cima, em vez de para baixo sem concordar com a natureza
perspectiva de descrições como 'para cima'. Poderia tal assimetria termodinâmica explicar
porque a percepção aponta em uma direção? Esse é um pensamento para o leitor ponderar.

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