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LEITURA E TEXTO

É sabido que o domínio da leitura é essencial para se obter sucesso nos estudos, sendo necessário na
maior parte das situações acadêmicas e profissionais. A competência em leitura envolve um conjunto
de habilidades que incluem, entre outras, a capacidade do leitor criar suas próprias estratégias de
compreensão adequando-as às características do texto, construir significado, identificar estrutura do
texto, estabelecer uma rede de relações entre enunciados, organizando as informações que compõem
as diferentes partes do material, realizar inferências, localizar informações relevantes, avaliar a
informação recebida e utilizar adequadamente a informação (Brandão & Spinillo, 1998; Solé, 1998;
Vicentelli, 2000).

Dembo (2000) enfatiza que a leitura para compreensão, aquisição e retenção da informação requer
um engajamento ativo por parte do leitor. Pesquisas vêm demonstrando que bons leitores
compreendem melhor, lembram-se mais do que lêem e exibem um repertório mais vasto de estratégias
de leitura do que o dos alunos que apresentam dificuldades nessa área. (Dembo 2000; Vicentelli,
2000).

Mais precisamente, como cita Dembo (op. cit.), bons leitores conseguem identificar mais facilmente
as informações essenciais e separá-las dos exemplos e das informações de apoio, ao passo que os
maus leitores sublinham o texto indiscriminadamente. Enquanto maus leitores raramente fazem
resumos do texto, leitores competentes investem esforços no sentido de elaborar uma síntese do texto
baseada na seleção de idéias que melhor o representa. Bons leitores tentam manter-se ativamente
engajados na leitura gerando questões sobre o conteúdo lido e almejam respondê-las enquanto lêem.
Maus leitores apresentam uma certa passividade e dificuldade em gerar perguntas sobre o material,
enquanto lêem. Existe, ainda, uma grande diferença entre bons e maus leitores no que diz respeito ao
monitoramento da compreensão. Na realidade, bons leitores são conscientes do grau e da qualidade
de sua compreensão e sabem o que fazer e como fazer quando não compreendem o material. Por não
conseguirem monitorar adequadamente a compreensão da leitura, maus leitores acabam por depender
de terceiros para identificação de suas dificuldades.

No que concerne especificamente ao desenvolvimento do leitor competente, há estratégias de


aprendizagem que podem ser ensinadas e usadas para apoiar cada momento relativo ao processo de
ler: o antes, o durante e o após (Dembo, 2000). Na realidade, ao aluno pode ser ensinado analisar o
título do texto, transformá- lo em perguntas e fazer inferências sobre o seu conteúdo, antes mesmo de
começar a leitura. Já, durante a leitura, o estudante deve ser encorajado a elaborar um diálogo com o
texto, gerar questões que facilitem a identificação das idéias principais e que possibilitem o
monitoramento da compreensão. Resumir, fazer um roteiro do texto e elaborar uma representação
gráfica do conteúdo lido constituem, sem dúvida, atividades importantes a serem realizadas após a
leitura.
Toda leitura pressupõe busca de informações, segundo Faullstich (1989).

Há dois tipos básicos de leitura:


a) leitura informativa: busca de respostas a questões específicas;
b) leitura seletiva: busca a idéia principal ou tópico-frasal e as idéias a ela relacionadas.

Objetivos da Leitura
. manter-se informado;
. realizar trabalhos acadêmicos;
. realizar o trabalho do dia-a-dia;
. deleitar-se;
. realizar consultas (dicionários, gramáticas, catálogos);
. ler por hábito, por coincidência (panfletos);
. ler porque se oferecem a nossos olhos (outdoors, cartazes, faixas).
Algumas reflexões acerca dos conceitos de língua, leitura, texto e sentido.
O conceito de texto e leitura varia conforme o sentido de língua que adotemos.

Considerações sobre LÍNGUA:


a)Língua: representação do pensamento
1) sujeito psicológico, individual, com livre arbítrio;
2) texto é o produto do pensamento do autor(ativo); o leitor é passivo;
3) a leitura reduz-se a captação das ideias do autor.

b) Língua: estrutura (código)


1) sujeito “assujeitado”, (pré) determinado, num estado de não consciência.
2) o texto é produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo receptor, bastando
conhecer o código.
3) a leitura está focada no texto, “tudo está dito”; o leitor faz o reconhecimento do sentido (das
palavras e estruturas do texto).

c) Língua: interação (diálogo)


1. os sujeitos são atores / construtores sociais ativos;
2. o texto é construído na interação;
3. a leitura é uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos; a
compreensão deixa de ser captação, deixa de ser só decodificação.

O sentido de um texto é, portanto, construído na interação entre sujeitos e não algo que preexista a
essa interação.

Considerações sobre TEXTO


Conceito Tradicional
É um artefato lingüístico formado pela combinação de letras (sons) que formam palavras que rotulam
coisas ou estados de coisas do mundo real que formam sentenças e têm sentido literal e para entendê-
lo basta dominar o código.

Conceitos Contemporâneos
“Texto é um evento comunicativo no qual convergem ações lingüísticas, cognitivas e sociais.”
Beaugrande (1997)

“Texto é um evento dialógico de interação entre sujeitos sociais – contemporâneos ou não – co-
presentes ou não, do mesmo grupo social ou não, mas em diálogo constante.
Bakhtin (2002)

“É um lugar de constituição e interação de sujeitos sociais, como um evento, portanto, em que


convergem ações lingüísticas, cognitivas e sociais.”
Beaugrande (1997)

Segundo Ingedore Koch (2006), texto é um lugar de interação entre sujeitos sociais, os quais,
dialogicamente, nele se constituem e são constituídos; e que, por meio de ações linguísticas e sócio
cognitivas, constroem objetos-de-discurso e propostas de sentido, ao operarem escolhas significativas
entre as múltiplas formas de organização textual e as diversas possibilidades de seleção lexical que a
língua põe à disposição.

Ler é compreender os sentidos.


Estratégias de Leitura:
1) seleção;
2) antecipação;
3) inferência;
4) verificação.

Espera-se que o leitor:


•processe; •rechace;
•critique; •desfrute;
•contradiga; •avalie
•concorde; •dê sentido e significado ao que lê.
Estratégias para a construção do sentido

Texto 1: MÚSICA - QUADRO

Antecipações e hipóteses baseados:


•no meio de comunicação: internet; - no autor: desconhecido; - no gênero textual: mensagem
audiovisual; - no título: “Deputados lá e cá”

•As hipóteses e antecipações poderão, no decorrer da leitura, ser confirmadas ou rejeitadas.


•Também poderão ser reformuladas e novamente testadas em um movimento que destaca a nossa
atividade de leitor, respaldadas em conhecimentos arquivados na memória.

Na atividade de leitores “ativos”:


•Estabelecemos relações entre nossos conhecimentos anteriormente constituídos e as novas
informações contidas no texto,
• fazemos inferências,
•fazemos comparações,
•formulamos perguntas relacionadas com o seu conteúdo.
Ainda mais:
•processamos ;
•criticamos;
•contrastamos e avaliamos as informações que nos são apresentadas, produzindo sentido para o
que lemos.

Agimos estrategicamente, o que nos permite dirigir e auto-regular o nosso processo de leitura.

O processamento textual (leitura e compreensão de um texto) realiza-se através de estratégias de


ordem sociocognitiva: uso de vários tipos de conhecimento que arquivamos na memória. Logo
compreensão e coerência são subjetivas e variáveis.

Os conceitos que assimilamos não são armazenados de forma estanque (compartimentada, separados
uns dos outros) e sim numa organização e reorganização constantes através de experiências e novos
conhecimentos.

Para o processamento textual concorrem três grandes sistemas de conhecimento:


a) linguístico;
b) enciclopédico;
c) interacional.

a) Conhecimento Linguístico: conhecimento gramatical e o lexical (combinações possíveis entre as


palavras, flexões, vocabulário, etc.;
b) Conhecimento Enciclopédico ou Conhecimento de Mundo: armazenado na memória semântica ou
social; informações armazenadas ao longo da vida, “cultura”.

c) Conhecimento Sociointeracional: das formas de “inter-ação” através da linguagem: normas da


comunicação humana, adequação do texto ao interlocutor, gênero textual adequado a cada situação
de interação social (bilhete, telegrama, e-mail, carta, memorando, ofício, circular...); variedade
linguística a ser usada em cada ocasião etc.(formal, informal etc.); reconhecimento dos objetivos do
falante/autor; ações linguísticas que asseguram a compreensão e aceitação do texto pelo receptor,
como explicações do significado dos termos usados em um texto, glossário.

Importância do Contexto
Análise do contexto:
1) cenário;
2) entorno sociocultural;
3) linguagem;
4) conhecimentos prévios;
5) contexto (construído na interação).

Depois de escrito, o texto tem uma existência independente do autor. Entre a produção do texto e a
sua leitura, pode passar muito tempo, o contexto de produção pode ser absolutamente diferente do
contexto de uso.

Define-se contexto como informações que acompanham o texto. Por isso, a compreensão do texto,
muitas vezes, depende da compreensão do contexto. Assim sendo, não basta a leitura do texto, é
preciso retomar os elementos do contexto, aqueles que estiveram presentes na situação de sua
construção.
O contexto deve ser visto em suas duas dimensões: estrutura de superfície e estrutura de
profundidade.
A estrutura de superfície considerada os elementos do enunciado, enquanto a estrutura de
profundidade considera a semântica das relações sintáticas. Num caso, o leitor busca o primeiro
sentido produzido pelas orações; no outro, vasculha a visão do mundo que enforma o texto.
O Contexto pode ser imediato ou situacional.
O contexto imediato relaciona-se com os elementos que seguem ou precedem o texto imediatamente.
São os chamados referentes textuais.
O contexto situacional é formado por elementos exteriores ao texto. Esse contexto acrescenta
informações, quer históricas, quer geográficas, quer sociológicas, quer literárias, para maior eficácia
da leitura que se imprime ao texto.

A pluralidade de leituras e sentidos


Considerar o leitor e seus conhecimentos e que esses conhecimentos são diferentes de um leitor para
outro implica aceitar uma pluralidade de leituras e sentidos em relação ao mesmo texto.

Leitor Competente
O sentido de um texto, qualquer que seja a situação comunicativa, não depende somente da estrutura
textual em si mesma.
Os objetos de discurso a que o texto faz referência são apresentados muitas vezes de forma lacunar,
permanecendo muita coisa implícita.
O produtor do texto pressupõe da parte do leitor/ouvinte conhecimentos textuais, lingüísticos,
situacionais e enciclopédicos e não explica as informações consideradas redundantes (Princípio de
Economia Lingüística) e que podem ser facilmente recuperáveis via inferenciação.
O leitor/ouvinte espera sempre um texto dotado de sentido e procura a partir da informação
contextualmente dada, construir uma representação coerente por meio da ativação de seu
conhecimento de mundo e/ou deduções que o levem a estabelecer relações de causalidade.
Ele põe em funcionamento todos os componentes e estratégias cognitivas que tem à disposição para
dar ao texto uma interpretação dotada de sentido.
Cálice
Chico Buarque & Gilberto Gil

Pai, afasta de mim esse cálice,


Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
de vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga,


tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca resta o peito,
silêncio na cidade não se escuta

De que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta,
tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado,


se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa,
atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, pra a qualquer momento, ver emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a porca já não anda,


de muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta,
essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo,
de que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito,
resta a cuca dos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequeno,


nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado, quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça,
minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel,
me embriagar até que alguém me esqueça.

Pratiquemos!
1. Situe a época, isto é, o contexto de produção do texto de Chico e Gil.
2.Identifique o jogo fonético-semântico feito pelos autores com a palavra-título “Cálice”.
3.Há uma conotação religiosa no texto?
4. Dê o sentido que os versos abaixo adquirem tendo em vista o contexto de produção do texto.
A)“Mesmo calada a boca resta o peito...”
B) “...tanta mentira, tanta força bruta.”
C) “Como é difícil acordar calado,
se na calada da noite eu me dano”
PESADÃO - IZA PART. MARCELO FALCÃO
Oh oh oh oh, oh oh oh oh, oh oh Com a gente não pode
Dão, dão, dão, dão Minha ostentação é nosso som Cálice
Oh oh oh oh, oh oh oh oh, oh oh Chico Buarque & Gilberto Gil
Iza e Falcão são do bonde
Vou reerguer o meu castelo pesadão Pai, afasta de mim esse cálice,
Ferro e martelo Pai, afasta de mim esse cálice
Reconquistar o que eu perdi Oh oh oh oh, oh oh oh oh, oh oh Pai, afasta de mim esse cálice
Eu sei que vão tentar me destruir Som pesadão, pesadão-dão de vinho tinto de sangue
Mas vou me reconstruir Oh oh oh oh, oh oh oh oh, oh oh
Voltar mais forte que antes Som pesadão, pesadão-dão Como beber dessa bebida
amarga,
Quando a maldade aqui passou Pesadão-dão, pesadão-dão tragar a dor, engolir a labuta
E a tristeza fez abrigo Pesadão-dão, pesadão-dão Mesmo calada a boca resta o
Luz lá do céu me visitou Pesadão-dão, pesadão-dão peito,
E fez morada em mim Pesadão-dão silêncio na cidade não se escuta

Quando o medo se apossou Se o deles é chique De que me vale ser filho da santa,
Trazendo guerra sem sentido O nosso é pau a pique melhor seria ser filho da outra
A esperança aqui ficou O que não mata o pique Outra realidade menos morta,
Segue vibrando Fortalece a equipe tanta mentira, tanta força bruta
O som do repique Como é difícil acordar calado,
E me fez lutar para vencer Peço que amplifique se na calada da noite eu me dano
Me levantar e assim crescer Toca da Rocinha Quero lançar um grito desumano
Punhos cerrados, olhos fechados Chega em Moçambique que é uma maneira de ser
escutado
Eu levanto a mão pro alto e grito Sábias palavras da sua Esse silêncio todo me atordoa,
Vem comigo quem é do bonde companhia atordoado eu permaneço atento
pesadão! Muitos passos, passos no seu Na arquibancada, pra a qualquer
caminho momento, ver emergir o monstro
Oh oh oh oh, oh oh oh oh, oh oh Atitude, papo-reto, pesadão, da lagoa
Som pesadão, pesadão-dão dialeto
Oh oh oh oh, oh oh oh oh, oh oh Repique como raio-de-giz De muito gorda a porca já não
Iza como imperatriz anda,
Ainda erguendo os meus castelos Amizades e elos de muito usada a faca já não corta
Vozes e ecos Novos castelos Como é difícil, pai, abrir a porta,
Só assim não me perdi essa palavra presa na garganta
Sonhos infinitos Iza e Falcão são do bonde, bonde, Esse pileque homérico no mundo,
Vozes e gritos bonde pesadão de que adianta ter boa vontade
Pra chamar quem não consegue Oh oh oh oh, oh oh oh oh, oh oh Mesmo calado o peito,
ouvir Som pesadão, pesadão-dão resta a cuca dos bêbados do
Oh oh oh oh, oh oh oh oh, oh oh centro da cidade
Do Engenho Novo pra Austrália Som pesadão, pesadão-dão
Pronto pra batalha Talvez o mundo não seja
Cabeça erguida sempre pra seguir pequeno,
Se tentar nos parar, não é bem nem seja a vida um fato
assim consumado
Ficaremos mais bem fortes do Quero inventar o meu próprio
que antes pecado, quero morrer do meu
próprio veneno
Do Sul ao Norte Quero perder de vez tua cabeça,
Sonoros malotes minha cabeça perder teu juízo
Música da alma Quero cheirar fumaça de óleo
Pra sábios e fortes diesel,
Game of Thrones me embriagar até que alguém me
esqueça.

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