RELAÇÃO DE AJUDA

Entre Terapeuta e Utente

 Sumário

1. Objetivos da relação de ajuda;

2. Relação de ajuda – Conceito;
3. Implicação da família;
4. Construção de uma Relação de ajuda;
5. Conclusões.
 Objetivos da relação de ajuda

- Proporcionar ocasião para o indivíduo crescer no plano pessoal;

- Auxiliar no desenvolvimento de auto-confiança e autonomia;
- Potencializar as suas capacidades de comunicação;
- Diminuir a ansiedade;
- Melhorar a capacidade de estabelecer uma relação com os outros;
- Ajudar a desenvolver atitudes positivas face às necessidades;
- Apontar os caminhos possíveis para o individuo encontrar um sentido na sua vida;
- Manter o estímulo nos campos biológico, mental, emocional e social.
 Relação de Ajuda

A relação de ajuda é fundamental para os cuidados nas Terapias

Holísticas.
“…conserva o seu carácter de respeito e de confiança no Homem, mas
assenta numa filosofia holística que tem em conta todas as dimensões
da pessoa” (PHANEUF, 1995).

Segundo Collière " é esta relação que se torna o eixo dos cuidados, no
sentido em que é simultaneamente o meio de conhecer o utente e de
compreender o que ele tem, ao mesmo tempo que detém em si próprio
um valor terapêutico."
 Relação de Ajuda

Para conseguir a relação de ajuda o primeiro contato é um momento privilegiado de

grande importância e que fica marcado para sempre nas pessoas que necessitam de
ajuda. Muitas vezes mais importante que a comunicação verbal, são os nossos
gestos, expressões faciais ou o próprio tom de voz.

Existem alguns princípios e valores que devem prevalecer sempre na relação

terapeuta e utente, o que necessita de ajuda, como o respeito, reconhecer que cada
pessoa possui uma personalidade própria e única, transmitir as informações de forma
clara de acordo com a especificidade individual de cada um.

Passa também por saber respeitar o doente dando-lhe oportunidade e tempo para
expressar as suas emoções, e esclarecer as suas dúvidas e preocupações. Devem
ser evitadas atitudes como a frieza, falta de sensibilidade, falta de afeto, desinteresse
ou distância substituindo-as por outras atitudes como a acolhida, a compreensão
sendo esta a mais importante, ou seja, mostrar-se e manter-se interessado escutando
o utente com todos os nossos sentidos.
 Relação de Ajuda

Intercâmbio entre dois seres humanos.

Empatia Aceitação

Respeito mútuo
 Relação de Ajuda

Como escreve Riley (2004):

“Quando uma pessoa é amável, prestativa, sincera, aberta, afeiçoada e

calorosa, torna-se um agente terapêutico, por pequeno que seja”.

Pois, para mim, a relação de ajuda deve ser respeitosa. Assim, penso que
o terapeuta deve compreender e aceitar o outro tal como ele é, sem tentar
modificá-lo, mas tentando fornecer-lhe as pistas necessárias para a
resolução dos seus problemas. Embora essa ajuda só seja eficaz se o
terapeuta compreender perfeitamente qual o problema do outro.
 Implicação da família

O terapeuta deve providenciar suporte emocional ao utente e se

necessário aos seus familiares também.

O terapeuta holístico deve informar e esclarecer aos familiares para que

estes possam dar suporte ao utente, para que este cuide de si próprio e a
determine as suas próprias necessidades, promovendo o seu
crescimento pessoal de forma que tenha um progresso mais efetivo nos
processos terapêuticos holísticos.
 CONSTRUÇÃO DE UMA RELAÇÃO

“O olhar,

O sorriso,

A escuta,

As palavras,

As mãos,

Os gestos.

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 O olhar, o sorriso, a escuta, as palavras, as mãos, os gestos

são…

… a base para a construção de uma relação de ajuda.

Os instrumentos fundamentais na relação de

ajuda são o olhar, as palavras, os gestos e a
escuta. Instrumentos que por vezes
utilizamos indiscriminadamente e sem
consciência e dos quais é fundamental
termos um conhecimento profundo para um
melhor estabelecimento da relação de ajuda.
 O OLHAR…

“Os olhos são as janelas da alma, se olhares

profundamente para os olhos de outro Ser, poderá
comunicar-se com ele sem ter-lhe falado qualquer
palavra, os olhos dizem muito ...”

KGP, 2017

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 O SORRISO…

"É necessário muito pouco para provocar um sorriso e

basta um sorriso para que tudo se torne possível ... “

Anônimo

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 O SILÊNCIO…

“O silêncio não se opõe à palavra, acompanha-a e

envolve o gesto . Para a prestadora de ajuda como
para a pessoa ajudada, o silêncio é portador de
sentido.”

Margot Phaneuf, 2002

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AS MÃOS…

“Quando o coração transborda de sofrimento e as

palavras já não chegam para consolar, a mão pode
conseguí-lo…”

Margot Phaneuf, 2002

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OS GESTOS…

“O que a palavra não quer revelar, os olhos, os

tremores dos lábios e o tamborilar dos dedos
comunicam-no eloquentemente…”

Margot Phaneuf

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 A ESCUTA…

“É necessário escutar as pessoas…antes de escutar as

coisas de que elas falam.”

Marie-Louise Pierson, 1999

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 A ESCUTA…

Não se limita exclusivamente à audição, envolve

também linguagem verbal, não verbal e paralinguagem.

Para escutar eficazmente é necessário adaptar uma

linguagem corporal positiva: braços relaxados, olhar o
utente no rosto, sem o fixar intensamente nos olhos –
pode aumentar a sua ansiedade, gesticular, acenar
com a cabeça, sorrir.

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 Terapeuta Holístico
Uma boa relação de ajuda é essencial para que os cuidados sejam eficazes.

Intervir significa “ atuar com” o utente, a fim de responder às necessidades que

melhor se adaptem a um funcionamento pessoal e interpessoal mais
harmonioso.

A ação de ajudar impõe exigências como, o seu tempo; a sua competência; o

seu saber; o seu interesse; a sua capacidade de escuta e compreensão. Em
conclusão, doar um pouco de si. Não podemos esquecer que a principal razão
da relação terapêutica, é a ajuda que decorre da mesma.
Nada mais errado quando tentamos estabelecer uma boa relação de ajuda do que:

Controlar;
Mostrar-se superior;
Emitir juízos de valor;
Estar na interação como obrigação;
Criar dependência;
Excluir a família.
 Refletir

“ Tudo o que existe e vive precisa ser cuidado para continuar a existir e a
viver: uma planta, um animal, uma criança, um idoso, o planeta terra.
Uma fábula diz que a essência do ser humano reside no cuidado”.

Thomas Moore
 Refletir

O toque Humano

“É o toque humano que conta neste mundo

O toque da tua mão e da minha
Que significa muito mais para o coração fragilizado
Que o abrigo, o pão e vinho
Porque o abrigo vai-se quando a noite acaba
E o pão dura apenas um dia
Mas o toque de uma mão e o som da voz
Cantam para sempre na alma”

Spencer Michael Free

 Bibliografia

ANDRADE, Graça; GRILO, Ana Monteiro – A relação de ajuda na prestação

de cuidados de saúde. Nursing. Lisboa. Nº 194 (Dezembro 2004), p. 16-21.

LAZURE, Hélène – Viver a relação de ajuda. Lisboa: Lusodidacta, cop.

1994.

PHANEUF, Margot – Comunicação, entrevista, relação de ajuda e

validação. Loures: Lusociência, cop. 2005.

LOPES, Manuel José – A relação enfermeiro-doente como intervenção

terapêutica: proposta de uma teoria de médio alcance. Coimbra: Formasau,
2006.