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“da forma que julgares sereis julgado e com a medida que medires sereis medidos”
Se, pelo contrário, fizermos um mau lançamento, o boomerang pode cair no chão, retornar
retorcido requerendo uma maior atenção e acrobacias para o apanhar ou então, acertar
directamente no nosso corpo.
Mas como todas as leis da Natureza, o Karma é Justo e Universal e por isso desresponsabiliza
Deus daquele pensamento infantil que todos tivemos ou temos…“Eu não mereço este castigo
de Deus!”. A lei do Karma aponta o homem como principal responsável pelas circunstâncias da
sua vida, é o boomerang mal lançado do qual Deus está isento de “culpa” pois nós somos os
obreiros da nossa própria existência, aquilo que colhemos é fruto do que cultivamos. Ao
contrário do que poderíamos pensar, esta grande lei actua no plano físico, mental e emocional
e dentro do nosso ambiente individual, colectivo e familiar.
O Karma, assim como tudo o que vem do Absoluto, não possui sentimentos ou preferências. O
Karma apenas executa o seu Divino trabalho, tal como um Kchatrya ou um Brahman realiza o
seu Dever. Ele é fruto das nossas acções, é um espelho que materializa em circunstâncias
aquilo que nós somos, fazemos e pensamos. Assim, o Karma é impessoal, não tem
preferências ou intenções.
Se o Karma é uma lei de harmonia e equilíbrio, cuja acção permite compensar outra acção,
então não pode ser um castigo. Infelizmente fomos formatados para o conceito de castigo
divino como forma de “opressão”. No entanto, o Karma, mesmo que crie sofrimento, ajuda o
ser humano a elevar a sua alma e a subir a grande escada evolutiva rumo ao superior.
Como sabemos, a nossa mente tem sempre tendência para o fácil, o adquirido e prazeroso.
Quando isso acontece descemos para o estado inferior com consequências emocionais,
comportamentais e espirituais negativas. Se, pelo contrário, vibrarmos num estado superior,
todos os níveis irão responder a essa harmonia e o nosso Ser irá elevar-se como consequência
desta acção. Por isso, não podemos deixar o ambiente contaminar a nossa mente, devendo
executar uma completa abstracção e ausência do mesmo. O Prof. Livraga, no seu profundo
conhecimento, referia que todo o pensamento gera uma forma cuja natureza pode ser positiva
ou negativa, assim, perante a inevitável lei do Karma, podemos reagir com uma mente sã,
limpa e superior, ultrapassando as circunstâncias pela acção e experiência, ou reagir com uma
mente desequilibrada, transtornada e inferior, ultrapassando as circunstância com amargura,
ressentimento e desconfiança. É importante limparmos a nossa mente com “produtos”
frescos, descontaminados e puros, para que possamos ultrapassar o nosso Karma e as nossas
circunstâncias menos agradáveis com dignidade e absoluta compreensão.
“A Natureza não tem bondade nem malícia, apenas obedece a leis imutáveis… o mal
verdadeiro provém da inteligência humana e a sua origem depende inteiramente do homem
racional que se divorcia da Natureza… O mal é o exagero do bem, a progenie do egoísmo e a
cobiça humana”
In “A carta do Mestres”
Isabel Areias