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EM DEBATE
EXPERIÊNCIAS E DISCUSSÃO DE Não se trata aqui de fazer uma retrospectiva completa e detalhada da
SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO
trajetória histórica de nossas lutas - já centenária - para a introdução da disci-
plina de Sociologia no Ensino Médio (antigo Clássico, Científico, Colegial,
Normal, 2° Grau e tantas outras nomenclaturas). O objetivo é indicar datas e
algumas referências históricas dessa luta, detendo-se mais especificamente na
maior e mais importante batalha, que foi a luta entre 1997-2001 pela aprova-
ção do projeto do deputado Padre Roque2 (PTIPR).
Finalmente é nosso propósito apresentar algumas propostas para que I)e 1891 a 1964
possamos dar continuidade à nossa luta. Dados e fatos serão mencionados ao
longo do trabalho, que podem ilustrar a situação que nos encontramos.
Este período que identificamos, desde os primórdios, acaba tendo a
marca da introdução da disciplina por iniciativa administrativa e governamen-
Inl, por reforma do ensino, mas a marca principal é a introdução nas Escolas
Um breve histórico de nossa centenária luta Normais, que formam professores para os primeiros anoS do ensino.
É claro que isso ocorria em função de Augusto Comte, uma espécie de Registre-se aqui que a experiência em outros países do nosso continente e da
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fundador da ciência • O professor Alphonsus Trujillo Ferrari recupera a infor- Europa a disciplina foi introduzida não pelas Escolas Normais, mas pelos cur-
mação de que a primeira vez que o termo Sociologia foi utilizado por Comte sos jurídicos ou de educação.
ocorreu em uma carta deste para um certo Senhor Valet datada de 25 de dezem- Já em 1931, no início da Era Vargas e a partir da Revolução de 1930,
bro de 1824. Depois disso, até 1838, Comte vai usar o termo Física Social para com o ministro da Educação Francisco Campos, vai ocorrer uma certa amplia-
definir a nova ciência. Foi somente em 1838, na lição 47" do seu curso, publi- çllo do ensino de Sociologia no país em nível secundário, ampliando as esco-
cado entre 1830 e 1842, denominado Cours de Phtlosofie Positive, em seis las. saindo dos marcos das Escolas Normais, ampliando a possibilidade da
volumes, que o termo aparece com mais precisão e se relaciona com a ciência
formação mais humanista para os estudantes. Registre-se aqui o aspecto desta
da sociedade.
fase da Revolução de 1930, antes do golpe de 1937.
A primeira cadeira de Sociólogía só vai ser criada em uma instituição
Na segunda fase da Era Vargas, em 1942, já com o ministro da Educação
universitária em 1887. Isso ocorreu na Universidade de Bourdeaux, na França,
Gustavo Capanema, a obrigatoriedade da disciplina Sociologia é retirada dos
e estava associada à educação. O primeiro cientista a ocupá-la, até o final da
currículos das escolas secundárias, permanecendo apenas nas Escolas Normais.
sua vida, em 1917, foi Emile Durkheim. Assumiu a cadeira quando contava
Apesar disso, a disciplina continua sendo lecionada até o golpe militar de 1964.
então com apenas 29 anos4•
Nesse período diversas escolas de nível superior que formariam os pri-
1 Ver também Enciclopédia Mirador Internacional, voI. 19, edição de 1977, p. 10.513. A meiros sociólogos no Brasil são fundadas, em especial a Escola de Sociologia e
data do lançamento do lIvro aparece em Trujillo em 1938 e na Mirador em 1939.
Política de São Paulo - ESP em 27 de maio de 1933 (completará 70 anos de
I "/JIII'/;/II'lill ", Coleção os Pensadores, São Paulo: Editora Abril, 1983. p. VII.
existência em 2003) e a Universidade de São Paulo - USP (1934) e Universidade
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20 lEPUNE MATO GRO"O XAVIER OE [ARVALHO A tRAJETORIA HISTORICA DILUTA PELA INTRODUÇÃO DA DIICIPUNA DE 10CIOLOGIA HO ENIINO MÉDIO NO IRAm
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1935). Em junho de 1954, foi realizado o l° Assim, identificamos o período que se inicia exatamente em 1979, quando
Congresso Brasileiro de Sociologia (organizado pela Sociedade Brasileira de 11m conjunto de deputados progressistas toma posse ou como deputados fede-
Sociologia, que realizou em setembro de 2003, na Unicamp, o seu 11° Congres- Iilis ou como estaduais6. Ocorre que em alguns estados esses deputados apre-
so). Registre-se ainda até 1964 as primeiras iniciativas parlamentares de reconhe- ~~ntam propostas de leis estaduais pela introdução da disciplina de Sociologia
cimento profissional, como a Lei do deputado paulista Aniz Badra, de 1961. ~~ndo que em alguns deles acabam sendo sancionadas como leis estaduais
pelos governadores locais.
Em S<1oPaulo particularmente, experiência que vivenciamos de perto Neste período o que mais se destaca é a apJ'(lvll~'il(ldll LDB. Isso wio a
como sind.icalista, com a vitória do então senador Franco Montoro e sua posse
lll'llrrcr com a sanção presidencial da Lei n.o 9.394, dc 20 de dezembro de Il)l)(),
em março de 1983, a disciplina é introduzia em quase metade das 3 mil escolas kita pelo sociólogo e prcsidente Fernando Henrique Cardoso. Não é nossa illtCll-
de 2° grau da época. Ainda na gestão Montoro é realizado o primeiro concurso ~'a() comentar a trajetória de discussão e aprovação da LDB na Câmara e Senado.
público para o preenchimento de 29 vagas de professor de Sociologia nas No entanto é também fundamental que registremos que o então deputado de
escolas públicas paulistas em 1986. Quase 2 mil professores se inscrevem.
Jlcrnambuco, Renildo Calheiros (PCdoB), propôs e teve sua emenda aprovada na
('âmara, estabelecendo que as disciplinas de Sociologia e Filosofia integrassem
de forma obrigatória todos os currículos das escolas de Ensino Médio do país.
De 1989 a 1996
Esse projeto de LDB, discutido amplamente com o Fórum Nacional da
Educação, composto por grandes e expressivas entidades do setor educacional
Identificamos esse período em nossa luta nacional pelo fato que o mar-
do país durante anos e anos, foi finalmente aprovado na Câmara e seguiu ao
co de 1989 é importante com relação à questão da promulgação das constitui-
Senado para discussão. Lá chegando, como a história registrou, o relator da Lei
ções dos estados brasileiros em outubro desse ano. Alguns deles se destacam
foi o Senador Darcy Ribeiro, ele mesmo um sociólogo e antropólogo, que toma
pelo fato de introduzirem a disciplina por esse mecanismo legal.
a decisão de alterar completa e profundamente o projeto originário da Câmara,
Evidente que a força constitucional deveria ser fundamental para os desfigurando-o em muitos dos seus aspectos.
governos acatarem o que está determinado no texto constitucional. No entan-
No caso dos sociólogos, a questão de maior retrocesso foi que no proje-
to, tal qual uma série de direitos previstos que não são cumpridos, em especial
dos trabalhadores, isso também ocorreu Com relação à Sociologia. to da Câmara a disciplina era explícita e expressamente obrigatória e não havia
margem para dúvida na interpretação do dispositivo legal. No caso da Lei do
Dois estados se destacaram pelo fato de seus legisladores decidirem intro- Senado, que acabou sancionada, em seu artigo 36 existem margens para mais
duzir a disciplina nas escolas de Ensino Médio de forma obrigatória, usando
de uma interpretação. Evidente que a vontade do legislador, quando menciona
sempre o capítulo Educação. Esses estados foram Rio de Janeiro e Minas Gerais.
que "o educando egresso do Ensino Médio deverá demonstrar conhecimentos
No primeiro caso a legislação é cumprida, mas burlada sutilmente. A de Sociologia e de Filosofia", é, para nós, bastante claro.
disciplina aparece com uma aula semanal em apenas um dos três anos do Ensino
Ocorre que os tucanos, que governaram o Brasil por oito anos seguidos
Médio. E ainda assim, não são somente os professores licenciados em Ciências
(1985-2002), passaram a usar um palavreado difícil, mas com matriz originária
Sociais que lecionam a matéria. No caso de Minas Gerais a situação é bem mais
no Banco Mundial, de forma que as reformas educacionais nos países do con-
grave, na medida em que esse dispositivo constitucional nunca foi cumprido.
tinente são absolutamente semelhantes. Entre esse novo palavreado veio a tal
Registre-se que nos estados do Piauí e Sergipe seus legisladores esta- da transversa/idade, de forma que seriam criadas então áreas de saber e não
duais decidiram pela introdução de uma disciplina que poderia ser comparada mais matérias, disciplinas. É a desregulamentação chegando ao ensino.
à política (ciência ou teoria, numa tentativa de elevar o nível de consciência Nega-se as disciplinas, como se nega a ciência e o saber dele decorrente. Para
política dos estudantes de 14 a 17 anos). Também nesses casos a disciplina é eJes, ter conhecimento de Sociologia não significa introduzir a disciplina nos
introduzia apenas por decisão de cada escola, como de resto em todo o país a currículos dos cursos. Bastaria, digamos, um professor de Matemática discutir
regra atual continua sendo essa.
com seus alunos um artigo de jornal que trate do desemprego em São Paulo, por
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lElfUHE MATO GROSSO XAViER
O f (AR V A l H O
A TlAJElÓRIA HIlTÓRICA DA LUTA PElA IHTROOUÇÃO DA OISCIPLI HA DE SOCIOLOGIA HO EHSIHO HtOIO NO 8RASIL
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exemplo, quando entrar n t/ '
ciologia" (Stc) aos seus aI a ma ena percentuais, Ele estaria já "lecionando So- lo, é um colega nosso, sociólogo, ex-aluno da Escola de Sociologia e Política
unos ao tecer comentários b ' _
prego, concentração de renda queda d d' so re a sltuaçao do desem- de São Paulo, É importante registrar que a grande reivindicação de nossas
, e ren Imento, etc,
~ntidades estaduais e a nacional, a Federação Nacional dos Sociólogos - Brasil
Nunca é demais relembrar e tomar púbr ,_ FNSB, sempre foi essa, Nossa primeira eleição como presidente da FNSB
mos de uma audiência pública d C Ih I,CO,uma ocaslao em que participa-
o onse o NaCIOnalde Ed - deu-se em setembro de 1996 e as resoluções finais de nosso 10° Congresso
da em 1998 em São Paulo d' / ' ucaçao-CNE,realiza_
, no au !tono da Secretaria d Ed - Nacional colocavam essa bandeira como central.
República (antiga escola Caet d C a ucaçao, na Praça da
ano e ampos) Mais de 500
Indagamos de público à relat d P A' pessoas presentes, Essa batalha - e esse é o melhor e mais apropriado termo dura de 1997 até
ora os arametros C ' I "
Ensino Médio G ' N urncu ares NaCIonaIs para o 2000 na Câmara dos Deputados, Passou por unanimidade nas duas comissões que
, Ulomar amo de Mello, atualmente s t/ , ,
dação Victor Civita (Editora Abril) EI ' " _ ecre ana executIva da Fun- deveria ter passado - de mérito, Educação e a de Constituição e Justiça, Antes de ir
. a mSlstIa em nao falar d'" ao Senado recebeu um "tropeço" regimental, perpetrado pelos lobistas do Ministé-
que não estava proibido que I em Isclplma e dizia
as esco as adotassem a m t / . /
diversificada, Fizemos uma . A •a ena numa area específica, rio da Educação, que arrumaram 51 deputados que assinaram (a maioria sem ler)
, pergunta lromca, no sentid d ' _
ensmar Filosofia e Sociolog' fi o e que se a declsao de um requerimento solicitando a discussão em plenário, o que faria com que ele
la Icasse a cargo do diretor I I
Tocantins adotaria a matéria I tr d _ , oca, um Estado como corresse perigo, na medida que o governo FHC, pelo seu ministro da Educação,
n o uçao a Pesca do Pacu fi -
regionais, Para Surpresa de tod G' , em unçao de questões Paulo Renato Souza, colocou-se o tempo todo contrário à aprovação do projeto.
os Ulomar, sem se rubor' fi
que para esse Estado essa mat /, / "Izar, a Irma: de fato, acho O incrível e o mais risível nisso tudo é que o próprio autor do requeri-
ena e mesmo maIS Importa t S
todos sabem e a história registra foi de 1999 ' n .e, eu parecer, como mento, deputado Paulo Marinho (PFLlMA), nos alegou que sequer tinha lido o
" para os dIas atua s '.
para que a disciplina de Sociologia (e de FI fi f I , o maIOrImpeditivo requerimento do qual ele era o principal signatário (a mando do governo). Ao
currículos das escolas méd' I oso Ia) Igurasse como obrigatória nos
se deparar com um grande movimento nacional que fizemos, mais por mensa-
las em todo o país (mais de 22 mil escolas).
gens eletrônicas do que com presenças físicas em Brasília, o mesmo deputado
não só se declarou de público francamente favorável à introdução das discipli-
De 1997 aos dias atuais nas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio, como pediu à Mesa Diretora da
Câmara a retirada de sua assinatura do requerimento. Conseguimos retirar a
Este é o período mais recente e que concentra ' '. assinatura de mais da metade dos deputados, de forma que o tornamos sem
riência de nossa luta nac' I a maIOr e maIs nca expe-
A, efeito e o Projeto seguiu, finálmente, para o Senado,
lOna, em decorrencla d 'b T d
ex-deputado Padre Roque, do PT do Par / a sensl I I ade legislativa do
Chegou ao Senado no início de 2000 e ganhou um novo número pelo
1997 um Projeto de Le' I ana, ao ter apresentado em outubro de
I que a terava a LDB em seu arti qual ficara marcado: PLC 9/00 (a sigla PLC quer dizer Projeto de Lei Originá-
redação bastante explícita a b ' f' , /, go 36, dando-lhe uma
, , sa ef. Ica obngatono' " rio da Câmara). No Senado também ocorreram problemas e custou às entidades
FIlosofia em todas as escolas dE' / ' o ensmo de SOCIOlogIae
e nsmo MedlO no país, idas e vindas a Brasília, apesar das dificuldades financeiras em que vivem',
Apesar disso, o tempo no Senado foi mais breve. A demora inútil de oito
Diversos senadores da base do governo, apesar dos insistentes e inúteiM
meses ficou por conta de um despacho errado da Mesa designando que o PLC
apeIas do líder do governo, Jucá, que dizia "senhores senadores da base de
9/00 deveria passar primeira pela Comissão de Constituição e Justiça e só
sustentação do governo: pedimos que votem contra o PLC 9JOO", acabaram
depois para a Comissão de mérito, que era a Educação. O senador José Fogaça,
não seguindo a orientação do líder do governo. Jucá cumpria ordens de u~
do PMDB/RS, relator da matéria na CCJ percebeu esse erro da Mesa só muitos
governo que nada teve a dar e a acrescentar ao seu povo, que dirá uma melhona
meses depois. E nos avistamos com o senador para que ele visse esse erro (na
substancial na educação que ocorreria com a mudança proposta. O PMDB, que
pessoa do Professor Doutor Paulo Martins, presidente do Sinsesp). Na seqüên-
integrava a base de sustentação, havia fechado posição a nosso favor e todos os
cia, o mesmo seguiu finalmente para a Educação e lá teve apoio integral de seu
presentes votaram conosco.
presidente, Ricardo Ferreira (PSDBIES), que prontamente, a nosso pedido (e de
dezenas de entidades e personalidades, claro), designou relator e colocou em A partir daí a grande maioria já conhece a história. No último dia de
pauta a matéria. Teve apoio integral e indispensável do filósofo e senador prazo regimental para sancionar ou vetar o projeto do deputado ~adre Ro:ue,
Álvaro Dias (PDTIPR), que deu um parecer francamente favorável e elogioso à FHC no dia 8 de outubro (dia seguinte ao início dos bombardeIOs genocldas
iniciativa e fez no plenário diversos discursos a favor da matéria. no A~eganistão e aniversário da morte de Che Guevara) de 2001, o pr~s~den~e
da República achou por bem, para o bem da "nação" (SlC), para que o eran~ nao
Encontramos, no entanto, um imenso óbice vindo das lides governistas,
especialmente do PFL e PSDB. O líder do governo no Senado, Romero Jucá tivesse prejuízo ao gastar mais com educação, enfim, justificou a sua at~tude
(PSDB/RR), atacou de público a iniciativa nas duas vezes que a mesma foi à com ladainhas sobre contenção de despesas e falta de professores. Todas mva-
votação (28 de agosto e 18 de setembro). E usava, claro, argumentos prepara- riavelmente falsas. O grande argumento não podia ser posto no papel: era
dos pelos lobistas do MEC a mando de Paulo Renato Souza. preciso impedir que os milhões de jovens do Ensino Médio pu~e~sem ter ac~s-
so a duas disciplinas que lhes propiciassem uma melhor condlçao de reflexao
No entanto, apesar dos problemas e das nossas fraquezas, obtivemos
e análise da realidade social em que estão inseridos
aquela que teria sido a maior vitória de nossa categoria em mais de cem anos. O
PLC 9/00 fora finalmente aprovado em 18 de setembro por uma ampla margem Como presidente da FNSB em segunda gestão (1999-2002), participamos
de dois terços dos votos (40 a 20). As galerias estavam lotadas de estudantes de pessoalmente de diversas idas a Brasília, elaboramos circulares que enviávamos
vários estados e cursos de Ciências Sociais de todo o país (muito mais da área para todos os cursos de Ciências Sociais no país e mais para uma mala com endere-
de Ciências Sociais do que de Filosofia). Um manifesto fora lançado em plano ços eletrônicos de mais de mil colegas e entidades de todo o país, que de uma forma
nacional (texto anexo neste livro) assinado por mais de 50 entidades nacionais ou de outra ajudaram em nossa luta. Isso ocorreu na forma de envio de mensagens
de peso político e sindical, representando todos os segmentos da sociedade, eletrônicas para deputados e senadores; faxes para os gabinetes; telefonemas e, em
em especial as universidades (Conselho de Reitores das Universidades Brasi- alguns casos, contatos pessoais nos estados com os escritórios dos parlamentares.
leiras - CRUB e as entidades que representam as universidades estaduais, fede-
A seguir publicamos algumas dessas circulares, sem praticamente nenhu-
rais, comunitárias, confessionais e tantas outras). Todas as seis centrais sindi-
ma modificação, cujo conteúdo é não só de orientação para a continuidade da
cais nacionais assinaram. Parece que o único ponto que as unificava à época
luta, como em algumas delas tecemos comentários que valem a pena ser registrados,
era ser a favor de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. Enfim, havíamos
que nos fornecem detalhes sobre as votações no Senado. Alguns dos t~xtos que
construído uma ampla unidade política, sindical e acadêmica, que havia do-
publicamos são também relatos históricos que fizemos, na forma de CIrculares,
brado a resistência dos governistas.
aos colegas de todo o país, sobre as duas votações que ocorreram no Senado.
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lrJEUNr MAIO GROSSO XAVIER D( CARVAlHO A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA LUTA PELA IHTRDDUÇio OA DISCIPlIHA OE SOCIOLOGIA NO EHSINO MÉOIO NO BIASIL
Por fim gostaríamos aqui de deixar um registro sobre a nossa posição a Ensino Médio deveriam demonstrar conhecimentos de Sociologia e Ftlosofia,
respeito do que FHC faria com relação à aprovação do Projeto de Lei. Havia duas apresentou um Projeto de Lei em 1997 que tornava clara e de forma obrigatória
visões no movimento e entre nossos aliados na luta. Uma parte achava que FHC () ensino dessas duas disciplinas. E baseou-se em tantos argumentos, que não
vetaria simplesmente a Lei, caso aprovada pelo Senado; outra parte achava que era vem ao caso discorrê-los aqui, pois o público ao qual falamos !leste momento
ainda possível que ele sancionasse a Lei ou até a ignorasse, deixando o ato de está mais do que convencido da justeza dessa luta e dessa idéia. Convém não
transformá-la em Lei para o presidente do Senado. Pessoalmente sempre estive esquecer que o Padre é filósofo e um sociólogo por formação acadêmica.
entre os que nunca tiveram a menor ilusão com relação à posição de FHC. Um
Transcorreram-se quatro longos anos. De lutas, artigos, viagens, pales-
governo neoliberal, que aprofundou nos seus anos de governo o abismo entre
tras, dois congressos nacionais (um com a presença do próprio deputado Padre
pobres e ricos, que implantou em profundidade o modelo neoliberal excludente no
Roque, em 1999, em Salvador), abaixo-assinados, manifestos, faxes, e-mails,
país, com privatizações selvagens e irresponsáveis, cuja base de sustentação
decisões de departamentos, congregações, cursos e até reitorias e vice-reitorias
legislativa sempre esteve com o PSDB, um partido hoje de direita, e o PFL, que
e um Encontro Nacional de Cursos (com 40 cursos presentes, em que o Padre
sempre fez o que o FMI e o Banco Mundial determinaram, não poderia aprovar
Roque também esteve, em SP). O Projeto tramitou na Câmara quase três longos
uma Lei que traria para nossa juventude mais oportunidades de conscientização
política, social e filosófica. Isso iria contra tudo o que ele fez em oito anos de anos. Passou por unanimidade nas duas comissões, na de Mérito (Educação e
governo. No entanto, pela minha função de presidente da FNSB e de líder desse Cultura) e de Constituição e Justiça. Teve um sobressalto quando ia ao Senado
movimento em plano nacional, tínhamos que angariar apoios e não desprezá-los. (tratamos desse assunto em outra parte do presente capítulo).
De forma nenhuma poderíamos expressar essa opinião. Era uma "saia justa", por Seguiu então ao Senado, onde foi despachado inadvertidamente ao
assim dizer. Sempre quando indagados pela imprensa às vezes dávamos algumas senador Fogaça. Marcamos audiência com o senador, que ameaçou mudar o
entrevistas para rádios ejornais nossa resposta era breve e curta e num uníssono que
texto do Projeto, que agora levava um número novo, o PLC 9/00 (Projeto de
dizia "mantemos a esperança que o sociólogo e presidente FHC haverá de sancio-
Lei da Câmara). Mostramos ao senador o erro e a inconveniência dessa modifi-
nar essa Lei que beneficiará nosso ensino e nossa juventude". Era sempre a nossa
cação. Ele se dizia favorável ao mesmo, mas colocaria uma cláusula de transi-
saída. Nos relatos que publicamos a seguir, pode-se observar essa situação.
ção de três anos para o mesmo entrar em vigor. Isso faria o Projeto voltar à
Câmara por mais dois longos anos. Provamos ao senador que existiam profes-
sores suficientes no país inteiro para lecionar as disciplinas. Vários estados já
Relato da votação no Senado adotam as duas disciplinas em suas redes. O PL dormitou por oito longos meses
do dia 14 de junho de 20018
na gaveta do senador, que "descobriu" que não deveria estar com o mesmo, mas
que este deveria ir para a Comissão de Educação e Cultura.
Como todos sabem, o deputado Padre Roque, do PT do Paraná, aten-
dendo a reclamos generalizados sobre as formas distorcidas como o governo E assim foi. A mobilização continuou. Conversas políticas, troca de men-
vinha dando na aplicação do artigo 36 da LDB, que prevê que os egressos do sagens, e-mails, documentos e mais manifestos. Troca de informuções e telefone-
mas. O senador Álvaro Dias foi designado relator, ele também um filósofo. Mar-
8 Estedocumento foi na verdade uma circular da FNSB, que enviamos a mais de mil e-mails que temos camos audiência com o senador. Entidades - pobres em sua maioria - se mobili-
na lista da nossa entIdade ~aclonal. Foi redigida no dia seguinte ao pl1meiro adiamento da votação. zaram e se deslocaram para Brasília mais uma vez. Desta vez o presidente do
que oconeu no dIa I I de Junho de 200 I. A circular foi referenda em apoio pelo professor doutor
Paulo Robeno Maltms. que esteve conosco o tempo todo nesta grande jomada de luta. • Sinsesp, doutor Paulo Martins teve que ir só a Brasília. Entidades co-irmãs como
.lO II!IIIIOIII ""IO!III DII U11 rllllHI !ODUIIO DI OISClPllHA DESOCIOLOGIAHO ENIIHO M!OIO NO B~ISIL
.1/
lEjEUNE MATO GRO\!O XAVIER OE CARVALHO
a Sociedade Brasileira de Sociologia - SBS e a Confederação Nacional das 11rI'N~lldlll'l1111S 11vlllw;l\o de um sonho, que para Benjamin Constant, na jovem
Profissões Liberais - CNPL estiveram sempre conosco em todos os momentos. 1~l'plÍbli(;aem lR91, há 110 anos, idealizou que todas as escolas de Ensino
Outras apoiavam mais de longe a luta, mas eram solidárias, repercutiam em seus Mc'dio do país ensinariam aos seus alunos a disciplina de Sociologia? (como
boletins nossas lutas. Na rede Internet, o assunto pululava. Os filósofos se mobi- li ,dps sabem, ministro da Educação, o seu plano de reforma do ensino previa
lizaram de forma paralela, com suas redes e listas de discussões. Às vezes rece- I'SSiI mudança e só não foi implementado pelo fato de que morreu antes disso).
bíamos notícias de colegas que não estavam em nossa mala de e-mail, mas que N,lo dava para não ir à Brasília, mesmo sem recursos. Por volta das 19h da terça-
eram atingidos por outras listas. A Educação, enfim, aprovou por unanimidade o l'dra (12 de junho de 2001), reunimo-nos na diretoria do Sinsesp e tomamos a
Projeto, que contou com uma bela defesa oral do senador Dias. Registre-se o decisão de que eu e o Paulo Martins, presidente do Sinsesp, deveríamos embar-
pronto atendimento do presidente dessa Comissão em colocá-lo em pauta, sena- car logo pela manhã para Brasília e acompanharmos de perto os acontecimen-
dor Ricardo Ferreira, do Espírito Santo, também do PSDB, que democraticamen- tos. Pesquisamos ainda os preços das passagens mais baratas de ida e volta
te atendeu ao nosso pedido. Nesse vale-tudo apelamos até para uma amiga do erAM para ir e Gol para voltar). Diversos interurbanos foram feitos ainda nessa
senador, antiga militante do Movimento Justiça e Paz em seu Estado. mesma noite. Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos
Votado em 2 de maio, pós-feriadão de meio da semana, com poucas de Ensino - CONTEE, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educa-
presenças de colegas em Brasília. A mobilização estava difícil e só conseguía- ção - CNTE, Sociedade Brasileira de Sociologia - SBS, Confederação Nacio-
mos via Net. Em 18 de maio, finalmente, o Projeto recebeu parecer da Mesa do nal das Profissões Liberais - CNPL, curso de Ciências Sociais U nB, que esteve
Senado e de sua assessoria técnica, autorizando a entrar em pauta, dependendo conosco em todas as idas a Brasília, nos acompanhando e dando apoio político
apenas do presidente da Casa. Em nossa avaliação, achávamos que estávamos e moral a nossa luta. E o grande dia chegou.
perto de uma grande vitória. Mais uma corrente de mensagens pela Net. Chuva Fomos ao Senado e pontualmente às 15h30 lá estávamos nós junto as
de e-mails para o presidente do Senado, Jader Barbalho. Telefonemas, faxes, galerias. E lá, para nossa alegria, encontramos o professor doutor Sílvio Gallo,
e-mails, conversas pessoais com senadores e deputados, articulações, apelos. filósofo e grande entusiasta de nossa luta, através da sua Rede Latino-America-
Queríamos que o PLC 9/00 fosse imediatamente pautado. na de Professores de Filosofia, ele também diretor da Faculdade de Filosofia,
E finalmente, no dia 12 de junho, terça-feira, às 16h, uma ligação de História e Letras da Unimep, que se fazia acompanhar de vários colegas filóso-
Brasília nos chega: o PLC 9/00, que tanto almejávamos ver aprovado, havia fos, coincidentemente presentes nessa cidade em função de um Congresso de
Professores de Filosofia que começaria no dia seguinte. Colegas sociólogos e
entrado em pauta. Jader Barbalho havia atendido nossa solicitação. No entanto
assessores de diversos senadores estavam conosco.
a votação se daria no dia 13 de junho, quarta-feira, uma véspera de feriadão de
meio da semana, a partir das 15h30. E figurava numa pauta como item 2 da Infelizmente nosso bom Padre Roque estava acometido de uma pneumo-
Ordem do Dia, num total de 15 pontos, todos com pareceres favoráveis. Parecia nia e não pôde estar conosco em Brasília. Nos acompanhava o tempo todo o Neuri,
ser uma pauta tranqüila. Apenas parecia. Bateu um certo desespero. O que seu bravo chefe de gabinete e amigo de todos os momentos, que sofreu conosco
deveríamos fazer de um dia para o outro? Deixar votar sem estarmos presentes cada minuto, a cada discurso, e nos ajudou a tomar a melhor decisão em cada
ou tentar mobilizar entidades em cima da hora para acompanharmos til loco os instante. Nos acompanhou ainda o tempo todo o professor doutor Luiz Renato,
debates e os eventuais problemas que, achávamos, não existiam. Mas como sociólogo e assessor do senador Lauro Campos, e o Professor Arthur, assessor do
ficar longe de um momento histórico tão importante como esse? Como não líder do PT, Eduardo Dutra. Não nos separávamos por nada. Éramos de quando em
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lflEUNE MATO GROSSO XAVIER DE CARVALHO A IM)nORIA HIHORICA DA LUTA PELA IHTROOUÇÃO DA OISCIPlIHA DE SOCIOLOGIA NO ENSIHO MÉDIO NO BRAIIL
vez importunados pelos seguranças do Senado, que pediam para ficarmos quietos, 11Il1llle contra o Projeto, pois o mesmo feria a própria LDB, na opinião do
que não usássemos celulares (para diversas consultas e discussões) e nem ficásse- li! lVl'1'I10, ao exigir a obrigatoriedade de inclusão de matérias. Disse que isso era
mos com papéis na mão quando anotávamos as falas e as decisões. 11I1111 decisão que estados e municípios e mesmo cada escola deveriam tomar e
Um atraso de meia hora fez com que os debates começassem apenas às l\lIt~li própria LDB já fala nessas disciplinas, mas seu espírito era "da não
16h, já sob a presidência do próprio Jader Barbalho. Casa cheia, com a presen- IIbrigatoriedade de disciplinas, mas de áreas de conhecimento".
ça registrada pelo famoso painel eletrônico, dando conta de 63 senadores pre- É claro, para ser coerente com o pensamento único, com o consenso de
sentes no Senado (no plenário no máximo uns 25). Havia quórum regimental Washington e a cartilha do deus mercado, neoliberal, é preciso extinguir a
para abrir a sessão e para votar qualquer coisa, desde que ninguém pedisse a d6ncia e as ciências devem ser diluídas em vagas "áreas de conhecimento".
verificação de votação, o que faria cair a sessão imediatamente. O coração (; simplesmente a negação da própria ciência. O pensar e o raciocinar, o
estava apertado, pois havia um item na Ordem do Dia na nossa frente. E antes entender o seu mundo, a realidade que o cerca, as classes sociais, o papel do
disso, o senador Suplicy teceu reflexões filosóficas, como é de seu estilo, ape- estado e os modos de produção, entender o conceito de ética, tão falado na
lando para o Jader assinar a CPI da Corrupção, para ele próprio, Jader, ser atualidade, discutir de onde viemos e para onde vamos, ora, tudo isso vai
também investigado. Claro, o país desabando, lama no Senado e na República mesmo contra os objetivos de nossa Lei. Imagine ensinar Sociologia e Filo-
até os nossos joelhos, mas nossas mentes e corações estavam no Projeto tão sofia para nossa juventude? Terminado o seu discurso, lido de um documento
sonhado. E não por motivos corporativos, mas alguém poderia dizer que revolu- que o senador ostentava em suas mãos e onde visivelmente era possível
ção no ensino brasileiro teria sido tão imensa e profunda somente pelo fato de distinguir o brasão da União, provavelmente feito pelos assessoresllobistas
que todas as nossas 22 mil escolas públicas e privadas de Ensino Médio do país, do MEC no Senado, a pedido de Paulo Renato Souza. E ao final de sua fala,
ensinassem para nossa juventude não apenas a língua pátria e a do império, as
um tanto trêmula, Jucá pediu enfaticamente: "apelo aos senadores da base do
coisas da Química e da Física, os números, o espaço físico e a nossa História, mas governo, do PSDB, PFL e PMDB, que votem contra esse projeto n. Pelo me-
também lhes ensinassem Sociologia e Filosofia? Não vejo revolução maior.
nos não disse maldito!
Alguns colegas, no curso de nossa luta, estufando o peito diziam: "pre- Ficamos estupefatos, estarrecidos. Aquela sensação de derrota iminente
cisamos ver o que será ensinado e quem ensinará" (sic). Como se essa discussão veio à tona e foi inevitável aquele frio na espinha. O que fazer? Onde estão os
devesse anteceder à luta pela introdução das disciplinas. Mas isso discutire- estudantes, os cursos e nossas entidades? Estávamos praticamente sozinhos.
mos em outro momento, tenho certeza, com todas as nossas forças, quando a Felizmente, para nossa felicidade momentânea e para a diminuição da carga de
nossa vitória se tornar realidade. Passado tudo isso, estávamos de olho em adrenalina em nosso sangue, falaram em seguida outros senadores, vários da
apenas uma e só uma pessoa no plenário do Senado: Romero Jucá, líder do própria base governista. E, incrível, falaram contra o governo e seu líder e a
governo no Senado, do PSDB de Roraima. E, imediatamente após Jader Barbalho favor do nosso Projeto. Desalinharam, como se diz em política. O primeiro
ler o item 2, às 16h30, já percebíamos uma movimentação estranha do senador deles foi o senador Lúcio Alcântara, do PSDB do Ceará, governista até a medu-
amazônico. Jucá pede a palavra e vocifera "pela Ordem, Sr. Presidente". "Tem la. Falaram ainda da base governista, em apoio total ao nosso projeto os sena-
a palavra, pela ordem, o excelentÍssimo senador Romero Jucá, nobre líder do dores Roberto Requião (PR), Pedro Simon (RS) e Cacildo Maldaner (SC), do
governo", sentenciou Jader. E já sabíamos o que ocorreria e quase nada pode- PMDB. Saturnino Braga (RJ) e Ademir Andrade (PA), do PSB. E doPT fizeram
ríamos fazer: o senador iria registrar que o governo, pelo MEC, era terminante- uso da palavra, defendendo o projeto e criticando o governo, as combativas
___
",ti,,"' nuU !liIUii~n
34
lEJEUNE MATO G'OIIO XAVIE' DE (ARVAlHO
A I ftAIIIOftlA HmORICA DA LUTA PElA INTRODUÇÃO DA DISCIPLINA OE SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDI O N~B~ASI L
35
todo instante. Um sobe-e-desce na Mesa, Jucá fala com Renildo, líder do PMDB, Nossa luta e nossa causa são justas e temos apoio e simpatia das entidades e da
que por sua vez fala com Jader, presidente. sociedade como um todo. Nas escolas onde já estamos presentes nossos cole-
gas sociólogos e filósofos são queridos pelos seus pares, alguns são líderes de
A oposição apresentou, de fato, o seu requerimento, pedindo adiamen-
professores e são muito considerados pelos seus alunos. Promovem debates
to. Simon formaliza a sua proposta, já desta vez amparado num artigo do regi-
que elevam a consciência da nossa juventude. Propõem reflexões que outros
mento que suspende a votação por 30 dias úteis (não contam os feriados, sába-
professores de outras disciplinas, por mais esforçados que sejam, não propõem.
36 .17
lEJEUHE MITO GROllO XAVIER DE CARVALHO A TRAJETÓRIA HllTÓRICA DA LUTA PElA INTRODUÇÃO DA OISCIPLlHA DE SOCIOLOGIA NO ENSINO H~DIO NO fiRAm
Nossas disciplinas, onde são implantadas, são simpáticas na comunidade esco- regimento interno, façam o mapa de quem está conosco, quem está contra e
lar e isso é comprovado até mesmo com pesquisas. Há estudos mostrando que os indecisos. E nos informem, que repassaremos para o Brasil todo. É ritmo
o desempenho de alunos no Provão nas escolas onde essas matérias existem, é de campanha;
maior do que nas escolas onde essas disciplinas são ignoradas. Agora como .I. Os que puderem falar, em especial com as seguintes pessoas: FHC, Francisco
concluirmos nossa luta com vitória? O que ainda falta fazer? Weffort, José Ál varo Moisés, Wilmar Faria e outros do alto escalão do gover-
Perguntamos: onde estão nossos 65 cursos de Ciências Sociais no país? no seria muito bom. E nos informem sobre o andamento das conversas. Peça-
E os de Filosofia (talvez até mais que 100)? Onde estão nossos Centros Acadê- lhes apoio. Infelizmente, neste momento, acima das divergências político-
micos? E a mobilização dos estudantes, os Encontros Nacionais de Estudantes partidárias, devemos lutar pela aprovação do Projeto;
de Ciências Sociais - ENECS, os Encontros Regionais - ERECS, a União 4. Os parlamentares, deputados federais e estaduais, nossos vereadores nas
Brasileira de Estudantes Secundaristas - UBES e a União Nacional dos Estu- câmaras municipais, prefeitos amigos de nossa causa e mesmo governadores
dantes - UNE? E nossas entidades profissionais e acadêmicas? Sentimos falta devem manifestar-se em apoio à nossa luta;
da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais - ANPOCS, da
5. Apelamos em especial e nominadamente para: CNTE, CONTEE, ANPOCS,
Associação Brasileira de Antropologia - ABA, da Associação Brasileira de
UNE e UBES. Precisamos de todos vocês. Estamos sem estrutura, sem recur-
Ciências Política - ABCP. Mas sentimos muito mais falta mesmo foi da Confe-
sos, sem diretores liberados. É agora ou nunca;
deração Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE (e do Sindicatos
dos Professores do Ensino Oficial de SP - Apeoesp em especial) e mesmo da 6. Aos estudantes: precisamos da volta às ruas, da sua mobilização, do ENECS
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino - e dos ERECS. Organizem caravanas dos cursos para Brasília. Todos devem
Contee. Nunca precisamos tanto dos nossos colegas doutores, intelectuais, visitar os líderes dos partidos no Senado. E esse papel deve ser especialmen-
autores, como precisamos neste momento. Para falarem com o ministro Paulo te feito pelos estudantes da UnB e da UFG (Goiânia);
Renato Souza. Até para falarem, os que tiverem acesso, com o próprio FHC e 7. Às nossas entidades de sociólogos (as que restaram ainda vivas ...): toda
fazer chegar a eles uma pergunta que não quer calar: por que não? mobilização é pouca. Os encontros que vão ocorrer ainda neste mês de
Próximos passos: junho, os congressos de julho e agosto (SBPC e do Norte e Nordeste de
Ciências Sociais), jornais e circulares aos associados pedindo que enviem
1. Mobilização total nos cursos, CAs, congregações, departamentos, reitorias e
manifestos aos senadores etc. O que for possível fazer, deve ser feito;
vices, entidades correlatas e amigas de nossa causa. Enviem e-mails para as
lideranças dos Partidos no Senado, pedindo apoio ao PLC 9/00. Nenhum 8. Finalmente, aos professores líderes de sindicatos e associações, nas redes
curso deve ficar sem se manifestar, nenhuma entidade deve poupar esforços pública e privada, em especial os que são nossos colegas sociólogos: preci-
e fazer mensagens e cartas personalizadas aos senadores. É o mínimo que samos de seu apoio. Não podemos ficar sozinhos nessa luta. E temos que
podemos fazer para dar nossa contribuição a essa luta justa de todos nós; deixar a questão corporativa de lado;
2. Os nossos colegas sociólogos assessores no Senado (Doutor Luis Renato, 9. Às entidades co-irmãs (ABA eABCP), centrais sindicais, associações, sindicatos
Arthur, Neli e Caetano) e os da Câmara (diversos), devem arregaçar mangas de outras profissões: todos os que puderem nos ajudar neste momento, são sempre
e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para nos ajudar, para articular a bem- vindos (Isso vale para as entidades de pesquisa como a Associação Nacional
aprovação, para realizarmos o debate e a audiência pública, etc. Analisem O de Pesquisa em Educação e Associação Nacional de Formação de Professores);
...D,kiJIIillrtilli'
. .' I'•••• 'I"'lntI11'@iLLWaI;LI--
LEJEUNE MATO GROI" XAVIER DE (ARVAlHO
A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA LUTA PELA INTRODUÇÃO OA OISCIPUNA DE SOCIOLOGIA NO miNO HCOIO NO BIAIIL
dos Docentes do Ensino Superior - ANDES - Professor Doutor Roberto manifesto?; b) quem colhe as assinaturas?; c) quem articula? e d) quem centra-
Leher (UFRJ); j) Associação Nacional de Formação de Professores - Anfope liza os apoios? Falta ainda alguma entidade nacional não listada? Não devemos
esquecer nenhuma, devemos englobar todos os setores e segmentos sociais 10.
- Professora Doutora Helena Costa Lopes de Freitas (Unicamp); I) Asso-
ciação Nacional de Pós-Graduação em Educação - ANPED - Professora c) Assessoria de imprensa
Doutora Nílda Alves (UERJ); m) Associação Nacional de Pós-Graduação
Quem tem acesso aos órgãos de imprensa, principalmente a grande impren-
em Ciências Sociais - ANPOCS - Professor Doutor Roque Barros Laraia
sa? TV s, rádios, jornais de grande circulação, jornais estaduais. Quem pode-
(UnB); n) Associação Brasileira de Ciência Política - ABCP - Professora
ria municiar a mídia de informações? Quem poderia nos ajudar a abrir espa-
Doutora Gláucia Ary Dillos; o) Associação Brasileira de Antropologia _
ços para coberturas jornalísticas de eventos, artigos, entrevistas e debates?
ABA - Professor Doutor Ruben George Oli ver (U nicamp); p) Central Úni- TVs educativas, quem tem acesso a elas? Temos espaço nas TVs religiosas?
ca dos Trabalhadores - CUT - Professor Roberto Felício; q) Associação Estariam conosco nessa luta?
Latino-Americana de Sociologia - ALAS - diretor no Brasil (se houver); r)
d) Artigos em revistas e jornais
International Sociological Association - ISA - diretor no Brasil (se hou-
ver); s) Professor Doutor Octávio Ianni - nosso decano de Sociologia; t) Mais do que nunca, apelamos aos nossos colegas mais conhecidos, intelec-
Professor Doutor Amaury Moraes - Professor de Prática de Ensino em tuais, autores, escritores. Pedimos- lhe que produzam artigos para os grandes
Ciências Sociais da USP e representante do Sinsesp. jornais a que possam ter acesso, para jornais sindicais, de bairros, das suas
10 Este Manifesto foi assinado por 49 entidades nacionais representando todos os segmentos
9 Esta a~diência proposta ao Senado, nunca ocorreu e até hoje nunca tivemos notícias do da sociedade brasileira e entregue a cada um dos 81 senadores desde o dia 28 de agosto de
porque.
2001. Publicamos na íntegra neste livro o referido documento na página 369.
40
lE)EUNE MATO GROIIO XAVIER OE CARVAlNO
A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA LUTA PELA IHTRDDUÇÃO DA DISCIPLlHA DE SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO NO BRASil
41
4. ar~igos e:n jornais - todos os professores, doutores ou não, profissio- ri) Contatos com a tinprensa estadual e regional- devemos ser cautelosos ao
naIS, entlda~es, estudantes, que tenham algum espaço na mídia (im- sermos abordados pela imprensa regional sobre os desdobramentos. Os ór-
pressa, televIsada ou rádio-difundida) devem . fãos do líder Romero Jucá no Senado podem e irão plantar muitas armadi-
ocupar esse espaço. ArtI-
gos e entrevistas devem ser produzidos em 't . lhas até a eventual sanção presidencial, como que para ajudar FHC a ter
. cara er emergencIal, em
especIal as nossas estrelas de maior grandeza deveriam se pronunciar argumentos para vetar nosso Projeto de Lei. Assim, devemos nos pronunciar
neste momento. no sentido de que nossa luta não está concluída e que de agora em diante até
a sanção presidencial, nossos esforços estarão todos voltados para conven-
Atente para as seguintes orientações gerais:
cer o presidente da justeza dessa luta e da importância de sancionar nossa
a) Como se comunicar com o presidente Fernando Henrique Cardoso: Lei, fazendo justiça mais do que centenária a nossa causa;
por fax: 61-411-2222 e) Pedtdo de audielzcia urgeme com FHC - tanto a FNSB como a SBS deverão
protocolar no Palácio do Planalto um pedido de audiência pública com o
por telefone direto: 61-411-1200 1201 1023
presidente da República12, em que proporão que dela participem também as
por e-mail: pr@planalto.gov.br entidades representativas das Universidades (Conselho de Reitores das Uni-
versidades do Brasil - CRUB, Associação Brasileira das Universidades Co-
por car~a: Ao Excelentíssimo Senhor - Presidente da República Federativa do
munitárias - Abruc, Associação Brasileira das escolas Superiores católicas-
BrasIl - Fernando Henrique Cardoso - Palácio do Planalto _ Gabinete Pes-
Abesc, Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação - Cogeime,
soal - 3° Andar - Sala 25 P d T A
,. - raça os res Poderes - Cep: 70150-900 _ Associação Brasileira de Universidades Estaduais e Municipais - Abruem e
BrasIlIa - DF. Suas secretárias: Soraia, Fátima, Georgina, Lourdes DoI Associação Nacionaldas Instituições Federais de Ensino -Andifes) e outras
Cl'au d'Ia. , ores e
entidades representativas da sociedade civil que queiram estar conosco, em
especial a SBPC, Contee, CNTE, CNPL, UNE, Ubes, ABI, OAB, MST entre
b) Cursos de .Ftlosojia - sabemos que a mobilização dos cursos foi pequena. E
outras. Esperamos nos encontrar com FHC antes de uma tomada de posição
sabemos amda que existem muito mais cursos de Filosofia do que os nossos
65 de Ciências Socia' s 'M definitiva sobre o assunto;
I no paIs. esmo a Associação Nacional de Pós-
Graduação em Filosofia - Anpof, a nossa equivalente da Anpocs, nem se- .f) Postura em relação ao prestdente - não cabe aqui orientarmos como devem
quer foi localizada e não . '. ser os conteúdos dos abaixo-assinados, manifestos, moções, cartas e e-mails
, . consegUImos dIscutIr com eles a possibilidade
que serão endereçados ao presidente, até porque isso vai de cada cidadão, de
~lll1ma de assinarem o manifesto nacional em apoio a nossa luta. Quem
cada órgão e de cada entidade, que procura ter a sua linguagem própria, seu
tIver contato com essa entidade, que entre em contato conosco'
,
estilo, etc. No entanto, queremos lembrar que devemos ser cordatos, diplo-
c) Contatos no governo - aqueles colegas que mantêm relações de amizade máticos, elegantes e mais do que tudo: esperançosos, ou seja, manter firme
com o ministro Francisco Weffort, com José Álvaro Moisés com W'I a esperança de que FHC aja como presidente e como sociólogo que foi e
. , Imu
Fana e tantos outros colegas sociólogos e filósofos que integram os diversos
12 Esta audiência chegou a ser pedida por nós, que assinamos um e-mail em conjunto com o
escalões governamentais, devem entrar em contato e d' . . professor doutor José Vicente Tavares dos Santos, presidente da SBS na época, sempre
. pe 11que mtercedam
Junto a FHC em nosso favor; presente em toda a nossa trajetória de luta. A audiência nunca ocorreu e nem sequer
resposta ao nosso pedido obtivemos.
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A IMIETORIA HIlTORiCA DA lUTA PElA IHTRODUÇÃO DA DllCIPlIHA DE !OClOIOGIA NO ENlINO MIOlO 10 BRA!ll
lllEUHE MAIO GAOllO XAVIER Df CARVAlHO
tanto). Peço que leiam o Globo amanhã ou de domingo, onde deverá sair uma ativos até o dia 28 de agosto, esfriaram um pouco no dia 18 de setembro (com
matéria sobre este assunto (fomos entrevistados hoje e () repórter nos disse raríssimas exceções e estas sabem de quem falo) e mais um pouco agora nesta fase
que o jornal vai acompanhar o assunto até a sua sanção presidencial, o que de apenas enviar e-mails pessoais ao presidente. Precisamos mais do que nunca:
nós elogiamos). a) moções de apoio - todos os nossos órgãos colegiados devem votar moções
Professor Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho curtas e breves e encaminhá-las ao presidente em curtíssimo prazo. Em espe-
Presidente da Federação Nacional dos Sociólogos - Brasil- FNSB. cial os conselhos universitários, de pesquisa, congregações, conselhos
departamentais, diretorias de faculdades, chefias de departamentos, diretorias
Por fim, em seguida à votação do dia 18 de setembro de 2001, fizemos de DCEs, CAs, Sinpros, Apeoesp (e congêneres nos estados). Isto é urgente;
uma nova circular de orientação às entidades, aos cursos em todo o país, aos
b) moções em parlamentos - solicitamos que os nossOS cursos entrem em con-
estudantes e seus centros acadêmicos, aos sindicatos e associações de sociólo-
tato com as Câmaras de Vereadores de suas regiões, tal qual na primeira fase
gos e a nossa lista de mais de mil endereços eletrônicos na Internet, dando
e proponham que estas aprovem moções em caráter de urgência e as enviem
novas orientações e instruções sobre como proceder nos estados, formas de
ao presidente. Se quiserem enviar uma cópia para nossa Federação, noSSOe-
participar da luta nacional, etc. Publicamos a seguir essa circular na íntegra
mail é fednasoc@uol.com.br. Isso vale para as Assembléias Legislativas Es-
para registro dos fatos históricos.
49
48 lE!EUN! MATO GROIIO XAVIER DE CARVALHD
A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA LUTA PElA INTRODUÇÃO DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA NO ENílNO MÉDIO NO BRIIIl
taduais. Devemos pedir para deputados amigos e aliados de nossa causa, /) ,1(',l'sãoSolene na Assembléia Legislativa de São Paulo Ale.sp - queremos
que é de todos, que aprovem urgentemente moções endereçadas ao presi- aproveitar para convidar a todos os paulistas a estarem preselltes na Assem-
dente da República; bléia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira dia 1° de
outubro de 2001, a partir das 19h30, no plenário dos deputados onde será
c) apoio do PSDB - uma série de militantes desse partido e mesmo parlamenta-
res estaduais e federais, que nos são simpáticos, estão entrando no circuito rcalizada uma Sessão Solene que terá três grandes objetivos: a) abrir oficial-
para nos ajudar a pedir que FHC sancione nossa Lei. Aliás, diga-se de passa- mente o 11° Congresso Estadual de Sociólogos (que prosseguirá nos dias 2
gem, o presidente da República recebeu dia 30 de setembro de 2001, da a 4 de outubro nas dependências da Faculdade de Ciências Sociais da PUC,
Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, o título de Doutor Honoris Rua Monte Alegre, 984, Perdizes, prédio velho, Reitoria); b) homenagear
Causa pela sua obra; todos os ex-presidentes vivos da Asesp (pela ordem: Carmem Junqueira,
d) artigos - nosso espaço na mídia continua praticamente reduzido a zero. À Chico de Oliveira, José Álvaro Moisés, Gabriel Cohn, Sedi Hirano, Antônio
honrosa exceção do jornal O Globo, nenhum outro órgão nos abriu espaço. Gonçalves, Levy Bucalém Ferrari, Nanci Valadares de Carvalho e o atual,
Pedimos espaço para a Folha de São Paulo na página Tendências & Debates Paulo-Edgard de Almeida Resende) e c) homenagear a própria entidade,
(página 3) mas até agora não nos deu retorno. Enviamos um artigo para a que completou 30 anos de vida ininterrupta no último dia 10 de agosto de
página de opinião do jornal O Globo e talvez saia, mas não sabemos quan- 2001. A Alesp fica na Av. Pedro Álvares Cabral, s/n.o, Ibirapuera. A Sessão foi
do. Mandamos um artigo para o Diário de São Paulo, mas não tivemos proposta pelo deputado Jamil Murad, do PCdoB, que irá presidi-la. Maiores
resposta. O JT publicou um artigo muito ruim do ex-reitor da UnB, capitão esclarecimentos sobre a mesma poderão ser obtidos com a sua assessora
de mar-e-guerra, José Carlos Azevedo, prontamente respondido pelo profes-
Márcia Saraiva, nos fones 3886-6760 e 6740 e 3884-2054;
sor Paulo Guiraldelli, da Universidade Estadual Paulista - Unesp. A revista
Época publicou duas páginas na edição de 28 de setembro, mas não só não g) colegas de primeiro escalão - devemos tentar procurar, mais uma vez, a
ouviu nenhuma das nossas entidades (o que seria natural em um jornalismo todos os colegas que ocupam funções no primeiro e segundo escalão do
mais isento), como não publicou uma linha das declarações de nossa colega governo. Mobilizar para isso, se necessário, amigos tucanos e mesmo tentar
da PUC/SP e coordenadora do curso de Ciências Sociais, Maria Celeste Mira, procurar o ministro da Saúde, José Serra, que poderia vir em nosso apoio.
que chegou a ser ouvida pela Revista. A matéria deu grande destaque a José Voltamos a insistir no apoio de Francisco Weffort, Álvaro Moisés, Faria e
Arthur Gianotti, filósofo amigo de Paulo Renato e de FHC, que disse textual- outros. Os colegas que os conhecem, que militaram juntos no passado, que
mente ser contra a inclusão das duas matérias. Enfim, pedimos aos colegas, estudaram e/ou pesquisaram juntos, que entrem em contato com os mesmos;
professores, coordenadores, pesquisadores, doutores etc, que tentem escrever
e publicar artigos assinados ou reportagens. É fundamental registrar a declara- h) estudantes de Ciências Sociais reunidos na USP - entidades estudantis da
ção em apoio à nossa luta do acadêmico Arnaldo Niskier, ex-presidente da área de Ciências Sociais estiveram reunidos na USP neste final de semana
Academia Brasileira de Letras, no Globo do dia 24 de setembro; (29 e 30 de setembro) e traçaram uma grande estratégia nacional de
mobilização, que envolverá faxes, e-mails e cartas endereçadas ao presiden-
e) e-matl do presldente- o e-mail da Presidência é pr@planalto.gov.breé para
te e tentativa de aprovação de moções em órgãos colegiados. Essa campa-
lá que devem ser canalizadas as nossas cartas, sejam elas individuais ou de
instituições; nha será iniciada a partir do dia 1° de outubro;
5() 51
l{JEUNE MATO 6ROlIO XAVIER DE CARVAlHO A !MjElÓRIA HISTÓRICA DA LUTA PELA IHTRODUÇÃO DA DIICIPlIHA DE 10ClOLOGIA NO ENIIHO MÉDIO NO BIASIL
Filosofia no Ensino Médio. Até o momento vamos vencendo por quase pelo menos duas aulas semanais. Nesse contexto, de forma inegável, é possí-
80%. Votem e divulguem. vel fazer um bom trabalho didático-pedagógico com os estudantes.
Por ora é só. Qualquer novidade e notícia, imediatamente comunicare- Um parêntese se faz necessário aqui: quando da publicação de reporta-
mos aos colegas. Como sempre, peço a todos que puderem, retransmitir esta
gens dando conta do veto presidencial, em outubro de 2001, o jornal que deu
mensagem as suas respectivas malas de endereços eletrônicos.
maior cobertura para o assunto foi O Globo. Este matutino acabou por fazer um
Forte abraço a todos do amigo, colega e companheiro.
certo levantamento informal nas escolas que adotam a disciplina de Sociolo-
Professor Lejeune Mato Grosso Xavier de Carl'alho gia. E constatou uma coisa surpreendente: os professores de Sociologia eram
Presidente da Federação Nacional dos Sociólogos - Brasil- FNSB. os melhores nas escolas e os mais simpáticos e benquistos pelos alunos.
As experiências - criativas- duzir as duas disciplinas nas escolas de Ensino Médio é pela via dos vesti-
da luta pela introdução da Sociologia bulares. Aproveitando-se da brecha do artigo 36 da LDB que é explícito
quando diz que os educandos egressos do Ensino Médio devem "demons-
Nos dois mandatos em que estivemos à frente da direção nacional da
trar conhecimentos de Sociologia e de Filosofia", algumas Universidades
FNSB e com respaldo dos Congressos Nacionais da categoria de 1996 e 1999
brasileiras vêm introduzindo nos seus programas para o vestibular a exigên-
(e o de 2002 também o fez, na mesma linha), adotamos a prática de lutar pela
volta da Sociologia de várias maneiras. cia de conhecimentos mínimos dessas duas disciplinas. Isso faz com que, de
forma imediata, praticamente todas as escolas da macroregião onde se situa
Basicamente, tirando a forma da introdução por Lei federal, que já de-
batemos e apresentamos, consideramos as seguintes possibilidades: 1. por lei a universidade passem a introduzir nos seus currículos tais disciplinas.
estadual; 2. por via administrativa (quando uma Secretaria da Educação decide
A resistência maior e imediata vem sempre das escolas particulares e dos
a questão); 3. pela via dos vestibulares; 4. pela mobilização dos cursos em suas
cursinhos, que argumentam que teriam que contratar mais professores e isso en-
regiões. Claro que a via legislativa tem uma variante, que é a municipal, onde
vimos defendendo que nas Câmaras Municipais das capitais de Estado e nos careceria o ensino e diminuiria - claro - os seus lucros, sempre elevados. Gera-se
grandes municípios que ambas as matérias sejam ministradas nas sétimas e insatisfação quase sempre nos setores da própria universidade das áreas de exa-
oitavas séries do Ensino Fundamental e no Ensino Supletivo. tas, biológicas e da saúde, quase sempre avessos às matérias de humanidades.
52
lEIEUNE MATO GROllO XAVI[R DE CARVALHO
A TRAJElÓRIA HlnÓRICA DA LUTA PElA INTRODUÇÃO DA OIICIPLlNA DE SOCIOLOGIA NO ENIINO MÉDIO NO IRAIIL
53
novas e humanistas. E pode contabilizar um saldo inquestionável: todas as disciplina de Sociologia (não temos informações sobre Filosofia). Na região de
escolas de Ensino Médio de sua região (em torno de 60), públicas e privadas, e Campinas, não só a PUCC entrou na campanha, como o curso de Ciências
todos os cursinhos preparatórios da cidade e região adotaram ambas as maté- Sociais de Limeira deu grande contribuiçãol5• Lamentamos que a Unicamp,
rias, ainda que com carga horária diferenciada (algumas escolas adotam duas que tem um dos vestibulares mais concorridos na nossa área, não participe
aulas em um dos anos, outras duas aulas em dois dos anos. As particulares, dessa luta. Desse trabalho resultaram em mais de 20 moções aprovadas em
resistentes no início, têm as disciplinas nos três anos). Câmaras Municipais em apoio ao PLC 9/00. Mas mais do que isso: na Câmara
de Americana aprovou um projeto que introduz Sociologia no Ensino Funda-
Após essa experiência inovadora em 1997, duas outras instituições de
mental (ainda que vetado pelo prefeito e aguardando oportunidade para o veto
ensino superior já adotaram essa mesma linha: a Universidade Estadual de
ser derrubado). A expectativa é que os 65 cursos de Ciências Sociais do país
Londrina - UEL e a Universidade Metodista de Piracicaba - Unimep, na qual
saiam a campo e façam a mesma coisa. Isso vale para os cerca de 120 cursos de
leciono desde 198614• É um modelo que incentivamos que outras Universida-
Filosofia. Poderá nos render grandes vitórias em curto prazo, até que possamos,
des a façam. Ficamos imaginando se a USP e Unicamp, com seus vestibulares
por um processo nacional e único no país, incluir as duas matérias em todas as
que envolvem mais de 150 mil candidatos de todo o país, introduzissem essas
17 mil escolas de Ensino Médio do país, das redes pública e privada de ensino.
duas disciplinas. Com certeza, nas melhores escolas do país, particulares, em
todos os cursinhos, ambas as disciplinas seriam introduzidas. Fica a sugestão.
IJ Este trecho do nosso artigo foi baseado no paper da professora doutora Elisabeth Fonseca É preciso dizer que valeu a luta incansável de quatro anos pela aprovação do
Guimarães, da Universidade Federal de Uberlândia, intitulado Sociologia /la r1!stibular: a PLC 9/00. Essa luta propiciou-nos travar contatos mais próximos com os cursos de
expene/lria da UFU, apresentado no dia 29 de março de 2000, quando da realização do
II Encontro Nacional de Cursos de Ciências Sociais, na USP. Ciências Sociais de todo o país. Muitas debilidades afloraram. Surgiram no proces-
14 Essa vitória na Unimep é fruto de uma visão avançada da própria Reitoria da universidade,
que em seu projeto pedagógico adota as disciplinas de Sociologia e Filosofia com quatro
aulas semanais, ou seja, cursos de no minimo 60 horas, como disciplinas obrigatórias para 15 Essa luta nessas duas instituições foram conduzidas pelas suas coordenadoras. Trata-se da
todos os 43 cursos da universidade. Na Comissão de Vestibulares esse mérito cabe à nossa professora doutora Doraci Lopes, da PUCCamp, ex-coordenadora do curso de Ciênci~s
ex-professora de Sociologia na Graduação do curso de Ciências Sociais na PUC de Cam- Sociais dessa universidade, e da Professora Doutora Sandra Gualdelh, atual coordenadOla
pinas, Dalva Bedone, presidente da Comissão Permanente dos Vestibulares da Unimep: do Curso de Ciências Sociais do Instituto Superior de Ciências Aplicadas - ISCA de
Limeira, ambas diretoras da FNSB .
so situações até mesmo constrangedoras e corporativas, coisas do tipo "se incluir- É preciso registrar ainda que parte dos profissionais de Sociologia e
mos Sociologia e Filosofia em nossas escolas poderemos perder aulas de nossas Iiilosofia - não temos como avaliar o tamanho dessa fatia dos profissionais,
matérias", nos diziam alguns professores da rede pública e em especial da rede mas é sabidamente pequena - manifestou-se em vários momentos contrários à
particular de ensino. Isso seguramente fez com que diversas entidades representati- IIlclusão de ambas as disciplinas no Ensino Médio. Muitos diziam que antes de
vas de professores nas redes pública e privada ficassem, de certa forma, imobiliza- lutar pela aprovação da Lei federal, era preciso primeiro discutir o que seria
das, ainda que parte de suas direções não comungassem desse pensamento. lecionado (Stc). E depois disso seria ainda preciso discutir quem estaria apto e
com capacidade para lecionar tais conteúdos. Ora, parar a luta nacional para
É preciso registrar que, com poucas exceções, essa luta nacional ficou
discutir ambas as questões - pertinentes, evidentemente - seria na prática
circunscrita a Umas poucas, ainda que pequenas, entidades representativas de so-
inviabilizar a mobilização e a própria inclusão das disciplinas. Muitos e mui-
ciólogos. Isso porque os filósofos e professores de Filosofia não possuem uma
tos autores, intelectuais de renome, foram abordados por colegas que pediram
entidade que os represente. Assim, carecemos durante todas as idas a Brasília, de
que escrevessem artigos e que se manifestassem de público, que dessem decla-
um interlocutor na área de Filosofia e mesmo de seus cursos que formam professo-
rações em apoio ao PLC 9/00. Tudo em vão.
res. Soubemos pela imprensa, diversas vezes, que os filósofos e professores de
Filosofia realizavam aqui e ali congressos nacionais e internacionais no Brasil, Destaca-se ainda, depois do veto de 2001, que vários estados passaram
envolvendo centenas de profissionais. Nós, sociólogos, nunca reunimos mais de a priorizar a luta pela aprovação de projetos de leis estaduais, naqueles que
mil colegas em congressos. No entanto esses congressos de Filosofia não resulta- ainda não possuem Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. Alguns aprova-
ram ações práticas e concretas na luta e no engajamento pela aprovação do Projeto. ram e seus governadores sancionaram e noutros o governador vetou e o veto foi
derrubado. Foi o caso do Espírito Santo, com veto do governador José Ignácio,
É preciso, no entanto, olhar para a frente. Temos visto eventos e encontros
mas prontamente derrubado pela Assembléia Legislativa. No caso de Santa
estaduais e de regiões geográficas do país em que o centro da questão tem sido o
Catarina, a Assembléia aprovou e o então governador Espiridião Amin sancio-
ensino de Filosofia e a preocupação dos cursos que formam professores da disci-
nou, tornando-se Lei estadual. O mesmo ocorreu no Piauí, quando a Assem-
plina estão cada vez mais e mais preocupados com a luta pela introdução da
bléia aprovou e o então governador Hugo Napoleão sancionou17• Em São Pau-
matéria nas escolas. Eu mesmo tive a oportunidade de participar nos dias 26 e 27
lo projeto do então deputado estadual Jamil Murad (PCdoB, hoje deputado
de abril de 2002, na Universidade de Ijuí - RS, de um Simpósio da Região Sul
federal), aprovado por unanimidade pela Assembléia Legislativa, foi vetado
sobre ensino de Filosofia. Fomos lá relatar a nossa experiência prática da luta que
pelo governador Geraldo Alckmin, tucano, seguindo a mesma linha de racioCÍ-
vivemos. Mais de 500 atentos professores e estudantes do Paraná, Santa Catarina
nio adotada pelo governo FHC.
e do Rio Grande do Sul acompanharam o debate, cujas resoluções finais acaba-
ram por adotar campanhas para que possamos ser vitoriosos. Simpósios regionais Por fim cabe destaque à luta no plano federal. Se for verdade que a derruba-
como esse na área de Filosofia em 2002 ocorreram no Sudeste, Norte e Nordeste. da de um veto presidencial não é tarefa fácil, com a posse do novo governo Lula e
Os sociólogos em 2002 realizaram o seu XII Congresso Nacional e continuaram com o novo Congresso, que tomou posse em 10 de fevereiro de 2003, as coisas
elencando a luta pela volta da Sociologia como uma das mais importantes 16•
17 Estivemos duas vezes nesse Estado, como presidente da FNSB, e discutimos com as
16 O Nosso XII Congresso contou com a presença de mais de 500 colegas de 20 estados lideranças locais duas coisas; a) a criação de um sindicato e b) a apresentação do projeto de
brasileiros e elegeu o sociólogo gaúcho Antônio Prado como presidente da FNSB paFa a lei na Assembléia. Ambas foram encaminhadas e aprovadas, sendo o atual presidente do
gestão 2002-2005. Sindicato o colega Raimundo Nonato Uchoa, também diretor da FNSB.
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lEjEUHE MAIO GIO!!O XAVIER DE (ARVALHO
A l!AIETÓ!IA HISTÓRICA DA LUTA PELA IH!ROOUÇÃO DA DISCIPLI HA DE SOCIOLOGIA HO ENSIHO HÉDID HO BRASil
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quão unânime, entre os deputados, é a questão da implantação da Sociologia no 7. Que se somem esforços dos coordenadores de cursos de Ciências Sociais e de
Ensino Médio. Deputados do PT, PCdoB, PSDB e PMDB, membros da Comissão Filosofia para o trabalho cotidiano, em especial para um "corpo-a-corpo"
se posicionaram e são firmemente a favor da reimplantação da disciplina, bem com diretores de escolas de Ensino Médio das redes pública e privada em
como também a Filosofia. Resta agora aguardar o esforço de colocar a matéria na todo o país para a introdução de ambas as disciplinas;
Ordem do Dia e derrubar, por dois terços dos votos, o veto presidencial.
8. Que possamos constituir dois grupos de trabalho (uma para cada área) que
Apesar de todos esses problemas permanece o ânimo para continuarmos formulem de imediato, para subsidiar as escolas que já adotam ambas as
nossa jornada. E nesse sentido, algumas propostas surgem para o debate. São elas: disciplinas, um programa básico de ensino, em termos de conteúdos educa-
cionais sobre o que se deve lecionar, bem como apresente também propostas
1. Nos Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul exigir dos governadores o
de como lecionar (técnicas de ensino específicas);
imediato cumprimento da legislação (Minas, aplicar o artigo 195, parágrafo
único da Constituição, e Rio Grande do Sul aplicar a lei sancionada pelo 9. Que possam ser realizados encontros estaduais e nacionais de cursos de ~iên-
governador Simon em 23 de setembro de 1989); cias Sociais e de Filosofia, cujo centro dos debates possam ser a luta pela mtro-
dução das disciplinas, bem como a formação dos professores que minis,tr.arão
2. Em São Paulo envidar todos os esforços com os cursos de Ciências Sociais e
ambas as matérias, mas em especial que se discuta os conteúdos programatIcos,
de Filosofia e demais entidades da sociedade civil, e atuar junto à Assem-
com um mínimo de unidade em plano nacional (sem a preocupação de unifor-
bléia Legislativa do Estado para que os deputados estaduais paulistas derru-
bem o veto do governador Alckmin ao PL 790/00; mizar o ensino nacionalmente, um mínimo de conteúdo deve ser ministrado,
ainda que os estados possam ministrar outros conteúdos além dele).
3. Em todos os Estados onde não existe uma lei estadual, propor que deputados
Temos a plena convicção de que, pelas bases, nos estados, nos grandes
que apóiem nossa luta as apresentem e envidar esforços com os cursos e
entidades para aprová-Ias; municípios, pelos vestibulares, pelos governos mais democráticos e progres-
sistas, pelo poder Legislativo, vamos criar uma realidade nacional de presença
lflEUHf MATO GROSSO XAVIER Df (ARVAlHO
I 11I1f1nlll HIIIOHllI OI LUTA PELAIHTRODUÇÃD DA DISCIPLINA OE SOCIOLOGIA HD EHSIHO MEDID NOBRA>ll
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cotidiana das disciplinas, até que, ou aprovamos uma lei nacional com a derru-
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. '23@ h com) Doutor em le ,
Norte (UFRN) (edmI1sonlJ ya 00. . '1 . ela Universidade Federal do RIO
. ) stre em SOCIO ogIa p
de de Campinas (Umcamp e me, . . a's publicou o livro A COllstru-
' d versas revistas naClOn I , A
Grande do Sul. Além de artIgos em 1 d' d UFRN e participou das seguintes coleta-
Cão ,fonal• da {'Iaaae
'..f..f..f azer' Natal E Itora a ) O" '
aO pr." 'bl'ell'e Editora Papirus (SP; tllares
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neas: Viagens a natureza, t/llISmO, c . P' (SP) e Populaçãa, meia ambIente: de a-
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Tes e desalias, Editora do Senac (SP),