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O conceito de downsizing

IESDE Brasil S.A.


O downsizing pode ser traduzido como “redução de tamanho” ou “achatamento”
da estrutura organizacional. Dessa forma, o conceito sempre foi associado a cortes de
custos e à redução de postos de trabalho. É comum ouvir empresários dizerem que
estão promovendo um downsizing em suas empresas em vez de um corte de pessoas.

Robert Tomasko (1990) foi um dos autores do termo downsizing em seu livro
Downsizing: reformulando sua empresa para o futuro. O autor afirma que o conceito tem
sido usado de forma errônea porque deveria atacar o tamanho exagerado das empre-
sas e os custos desnecessários. O erro foi considerá-lo uma solução para todos os pro-
blemas das empresas que busca apenas o corte de custos e de pessoas quando muitas
vezes o problema estava em processos fundamentais como o atendimento ao cliente
ou a falta de inovação perante a concorrência.

O downsizing deveria ser encarado muito mais como uma forma de reduzir a buro-
cracia da empresa e sua lentidão para tomar decisões do que um simples enxugamento
sem critérios e foco. Segundo Nunes (2008), muitos autores renomados como Peter Dru-
cker e Charles Handy vieram a público lançar sua indignação contra o conceito estreito
de downsizing. Michael Hammer, um dos pais de “reengenharia”, conceito ligado a revi-
são de processos e melhoria das empresas, muitas vezes confundido com downsizing,
afirma sua indignação em relação à confusão entre os dois termos porque explica que a
reengenharia deveria ser aplicada ao crescimento das empresas e não ao contrário.

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Uma forma de verificar se o conceito está sendo utilizado de forma adequada é
verificar se o seu objetivo é a redução de tarefas, funções que não produzem o valor
esperado para o cliente e demais parceiros de negócio, e simplificar sua estrutura orga-
nizacional tornando-a mais horizontal e próxima do cliente final.

A necessidade de racionalização de recursos


O sucesso do downsizing está na criação de um projeto de racionalização de re-
cursos, no enxugamento de atividades de baixo valor e na transformação de uma or-
ganização pesada numa estrutura ágil, produtiva e inovadora.

A racionalização de recursos obriga que as empresas aperfeiçoem suas estruturas


e melhorem seus principais processos como o processo produtivo, comercial, desen-
volvimento de produtos e de atendimento ao cliente.

Quando um gestor apresenta a função que gerencia, costuma mostrar o tradicio-


nal organograma, onde exibem as funções de forma vertical, que distancia a empresa
do cliente. Além de não mostrar os clientes, o organograma tradicional também não
mostra os produtos e serviços que a empresa fornece aos seus clientes. Finalmente,
também não é mostrado o fluxo de trabalho para que os produtos e serviços sejam
entregues.

Quando a empresa é pequena, a disposição vertical não causa tantos problemas,


pois todos se conhecem e a agilidade acaba sendo uma característica necessária à sua
sobrevivência. O perigo está quando a empresa começa a crescer e não percebe que
precisará ganhar agilidade para não se tornar engessada.

O autor.

Empresa A
Tópicos Avançados em Recursos Humanos

Desenvolvimento de
Produção Marketing e vendas
produtos

Figura 1.

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Quando os gerentes entendem suas organizações de forma vertical, tendem a
gerenciar seus departamentos de forma isolada. A gerência de produção possui suas
metas e objetivos muitas vezes incompatíveis com as necessidades de marketing e
vendas, o que faz com que a empresa se torne menos competitiva e perca mercados
e rentabilidade.

Em estruturas verticais, os gerentes enxergam os outros gerentes da mesma em-


presa como inimigos, pessoas implacáveis que existem para pressioná-los em relação
a prazos, qualidade e flexibilidade. Cada gerente tentará defender os seus interesses e
o cliente acaba sendo esquecido.

A estrutura vertical faz com que os gerentes gastem muito tempo resolvendo seus
problemas internos e a visão de empresa torna-se limitada. Uma competição negativa
é criada entre os diversos departamentos da empresa e as pessoas fugirão das suas
responsabilidades para que quaisquer riscos sejam evitados.

A estrutura horizontal da empresa inclui os elementos que faltam na visão ver-


tical: o cliente, o produto e o fluxo de trabalho, além de mostrar os relacionamentos
internos entre clientes e fornecedores por meio dos quais são produzidos os produtos
e os serviços.

Novas ideias

O autor.
Fábrica 1

Pesquisa Marketing Necessidades

Especificações Fábrica 2 Pedidos Cliente

Desenolvimento Vendas Pedidos


Novos produtos Fábrica 3
O conceito de downsizing

Produtos
Figura 2.

A estrutura horizontal elimina os “feudos” criados nas empresas e espelhados nos


diversos departamentos que as compõem. Esse é um dos fundamentos do downsizing,

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deixar as empresas mais horizontais e reduzir a quantidade de gerentes que enxer-
gam seus departamentos como estruturas isoladas. Na figura 2, é possível se pensar
na substituição dos gerentes de desenvolvimento, produção e marketing/vendas pelo
gerente do cliente, pessoa responsável por todo o processo que afeta o cliente.

Por essa razão o downsizing leva muitas vezes ao achatamento das organizações
e redução dos níveis hierárquicos, pois eliminam-se estruturas ineficientes por outras
mais dinâmicas e eficazes.

Outras formas de racionalização de recursos


Além do achatamento da estrutura organizacional, o downsizing racionaliza re-
cursos por meio das seguintes mudanças:

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Centralização das funções de apoio – as estruturas que prestam apoio às


áreas de linha de frente tendem a ser centralizadas e prestam serviços a todas
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as áreas. Por exemplo, a área jurídica ou o recursos humanos pertencem nor-


malmente a uma estrutura corporativa que atende a todas as demandas da
organização. Essa estrutura racionaliza recursos e centraliza as decisões e polí-
ticas da empresa.

Terceirização – o downsizing foca nas funções principais da empresa, como


vendas, produção e marketing e tende a delegar a terceiros funções de baixo
valor agregado, que podem ser feitas com mais eficiência e menores custos

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por empresas especializadas. Exemplos: áreas de segurança patrimonial, lim-
peza e transportes são típicos para terceirização.

Automação de funções – o uso de tecnologia da informação, com a implan-


tação de automação industrial e sistemas de gestão é outra forma importante
utilizada no processo de downsizing para racionalizar os recursos da empresa.
Funções realizadas por muitas pessoas podem ser substituídas com maior efi-
cácia pela automação, que elimina funções de menor valor e cria outras com
maior apelo estratégico.

Downsizing e planejamento estratégico


O processo de downsizing das empresas deve necessariamente estar alinhado ao
planejamento estratégico. Na realidade, o downsizing representa um dos resultados do
planejamento da empresa.

Quando o planejamento estratégico realizado define que a empresa irá concen-


trar os seus esforços na produção de uma linha específica de produtos, o resultado
pode ser um processo de redução de linhas de produção e eliminação de estruturas
organizacionais, que faz parte do downsizing.

Exemplo de planejamento estratégico e downsizing


Avaliação do ambiente Existência de muitos concorrentes nos segmentos onde a em-

O autor.
presa não possui diferenciais.
Avaliação interna Deficiências tecnológicas nos segmentos de atuação da em-
presa onde não possui diferenciais.
Objetivos estratégicos Eliminação de linhas de produção e foco no produto chave
da empresa.
Oportunidade para downsizing Criação de plano de downsizing que conterá enxugamentos
organizacionais e redução de linhas de produção.

O exemplo anterior mostra que o downsizing ocorreu em função da decisão es-


tratégica de eliminar linhas de produção que não permitiam à empresa ser competi-
O conceito de downsizing

tiva. Caso essa mudança não represente transferir recursos para a linha de produção
que será focada pela empresa, o downsizing culminará com a redução de funções e
empregos.

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Três estratégias para implantação do downsizing
Em relação à estratégia para implantação do downsizing, Mendonça (2000) identi-
fica três tipos de estratégias usadas pelas empresas, conforme observa-se a seguir.

(MENDONÇA, 2000)
Estratégias de downsizing
Redução na força de Redesenho Sistêmica:
trabalho: organizacional:
trabalhadores. trabalhadores e missão da empresa.
Foco:
unidades.
Elimina: pessoas. funções. processos.
Tempo de implementação: curto prazo. médio prazo. longo prazo.
redução de custos a redefine a produção. redefine a estratégia.
Indicativos:
curto prazo.
aposentadorias, pro- fechamento de unida- mudança na linha de
gramas de demissão des, transferências de produtos, eliminação
Exemplos: voluntária, demis- pessoas para outras de serviços prestados,
sões sumárias. unidades. mudança no direcio-
namento da empresa.

A estratégia de redução na força de trabalho é caracterizada, principalmente, pela


eliminação ou enxugamento do número de empregados no quadro funcional. O pe-
ríodo para a implementação dessa estratégia pode ser de curto prazo.

Na estratégia de redesenho organizacional, o foco principal é a realização de


cortes no próprio trabalho, eliminando-se, por exemplo, funções, níveis hierárquicos,
grupos ou divisões e produtos, ao invés de reduzir apenas o número de trabalhadores.
O redesenho organizacional é uma estratégia de médio prazo.

Na estratégia sistêmica o seu foco está na modificação da cultura, atitudes e valo-


res dos empregados, envolvendo a adoção do downsizing como um modo de pensar e
não como apenas um programa ou um alvo a ser atingindo. O tempo necessário para
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a implementação dessa estratégia é o longo prazo.

Essas três estratégias de downsizing não são mutuamente excludentes e podem


ser implementadas simultaneamente, apesar da maioria das empresas adotarem
apenas a abordagem da redução da força de trabalho.

Mendonça (2000) também destaca a possibilidade de adoção de duas importan-


tes perspectivas para a análise das estratégias de downsizing assumidas por uma or-
ganização – a profundidade e a extensão. A profundidade é caracterizada pela imple-
mentação de um grande número de ações do mesmo tipo, ou estratégia. Enquanto a
extensão caracteriza-se pela implementação de uma grande variedade de estratégias.

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Desse modo, as estratégias de downsizing adotadas por uma organização podem apre-
sentar maior ou menor nível de profundidade e de extensão.

O novo papel da liderança


O processo de downsizing obriga que as lideranças

Istock Photo.
tenham uma nova postura profissional e que assumam
novos papéis. Pode-se destacar as principais mudanças
necessárias à liderança em tempos de downsizing:

Visão de processos
Capacidade do líder entender e dominar todo o
processo de negócios. Isso obriga que o líder tenha tran-
sitado por praticamente toda a organização e invista no
relacionamento com as demais áreas da empresa, que devem trabalhar como uma
única estrutura.

Adaptabilidade
O downsizing elimina estruturas, mas cria outras. Dessa forma, o líder pode estar
à frente da área industrial e ser transferido para a área comercial. Essa situação faz com
que o líder tenha domínio das principais funções da empresa e capacidade para se
adaptar a novas responsabilidades.

Negociação multifocal
O líder que comandará as mudanças trazidas pelo downsizing deverá negociar a
nova realidade com múltiplos agentes, desde os acionistas, até com os clientes e cola-
boradores. O papel de negociador com múltiplos focos torna-se essencial para que o
processo ocorra em todos os segmentos.
O conceito de downsizing

Empreendedorismo
O downsizing colocará em evidência a capacidade empreendedora do líder. Em
muitas situações ele pode deixar de ser contratado para se tornar um empresário, li-
derando uma área que foi terceirizada no processo. A postura de “dono do negócio”

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também será colocada à prova quando o líder tiver que conduzir seus subordinados na
mesma direção, incentivando a aprendizagem em todos os níveis.

O impacto para o emprego


e para a empregabilidade
Dowbor (2006) destaca as principais

Photo Objects.
mudanças que a nova realidade do traba-
lho, caracterizada pelo downsizing, traz para
o trabalhador e, consequentemente, para o
emprego e para a empregabilidade.

Os vínculos do emprego
O downsizing e o processo de mudanças organizacionais trazem mudança nos
vínculos do emprego. Muitos trabalhadores que exerciam suas funções com carteira
assinada passam para contratos como pessoa jurídica, autônomos ou terceirizados.
Essa mudança tende a reduzir os direitos trabalhistas e obriga que os trabalhadores
tenham mais flexibilidade para atuarem em seu trabalho.

A remuneração do trabalho
A remuneração do trabalho que sempre foi primordialmente fixa passa a ter uma
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parte variável cada vez maior, ligada ao cumprimento de metas e resultados financei-
ros. O trabalho ganha um vínculo maior aos resultados atingidos pela empresa.

O tempo de trabalho
O tempo torna-se mais flexível porque o esforço do trabalho está ligado a tarefas
cada vez mais variáveis, o que requer uma flexibilidade maior na jornada de trabalho.

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O local de trabalho
As novas tecnologias trazidas pelo downsizing permitem que o trabalho seja des-
locado das instalações da empresa e possa ser realizado de forma crescente em outros
ambientes, como a própria casa do trabalhador. As telecomunicações e a internet estão
criando uma nova forma de trabalho: o teletrabalho.

Trabalho e aprendizagem
As mudanças trazidas pelo downsizing exigem que o trabalhador se adapte às
novas funções e às responsabilidades. Essa realidade obriga que haja uma gestão eficaz
do conhecimento nas organizações e estimule à aprendizagem para que o trabalhador
esteja apto às novas funções num curto espaço de tempo.

Texto complementar

A criatividade da Era do Downsizing


(KASSOY, 2008)

Para as empresas, a criatividade nunca foi tão importante como agora. Seja para
gerar alternativas de negócios, redesenhar processos ou reduzir custos, a inovação
tornou-se fundamental.

Entretanto, várias organizações percebem que seus funcionários estão deixan-


do de dar sugestões, administrar bem as mudanças ou perceber oportunidades.

É como se, na iminência de se tornarem náufragos, todos corressem para a


canoa furada do continuísmo, correndo assim o risco de abandonar navios que facil-
mente poderiam ser salvos.

Por que isso está acontecendo? E por que em algumas empresas mais do que
O conceito de downsizing

em outras?

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A meu ver, a explicação não é difícil – comecemos com os estudos da pesquisa-
dora americana Tereza Amabile. Segundo essa especialista, o funcionário que mais
contribui com sua criatividade é o que possui o know-how específico de sua área,
sabe gerar, avaliar e vender suas ideias e está altamente motivado.

Know-how específico e know-how para criar podem ser observados ou adquiri-


dos facilmente. Mas como fica a motivação numa era em que o fantasma do desem-
prego paira sobre quase todos os ambientes? É fácil mudar sob a ameaça de “mudar
ou perder o emprego”?

Em muitos casos, esta ameaça é a mais pura realidade. Mas sem direcionamen-
to, instrumentos e suporte psicológico, ela se transforma em pânico: um indivíduo,
quando atemorizado, tende a se inibir – e, portanto não experimentar o novo.

A mesma Tereza Amabile nos mostra, em estudos realizados em empresas america-


nas, que a perda da criatividade foi um dos maiores prejuízos que o downsizing gerou.

O que fazer então? Se o downsizing acontece, aconteceu ou pode vir a aconte-


cer em qualquer organização, como ter funcionários criativos apesar dele?

Não recomendo discursos delirantes, do tipo “tudo vai dar certo”, pois estes
geram perda da credibilidade e/ou depressão a partir do primeiro contratempo.

Acredito na construção da autoconfiança – alicerce da empregabilidade. Adquiri-


da passo a passo, a autoconfiança cresce cada vez que uma pessoa realiza um novo de-
safio e, portanto se percebe mais capaz. A realidade não é negada nem exacerbada.

A empresa, através de seus líderes e das estratégias de RH, dá instrumentos


para o desenvolvimento de seus colaboradores através de desafios e suporte à sua
realização. Ela também prevê formas de se administrar o risco – seja através de simu-
lações, que serviriam de ensaio, projetos-piloto ou grupos de validação de ideias.
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Há um espaço seguro para o erro, para testar ideias ou novos comportamentos.


Afinal, se até os melhores atletas treinam e os maiores atores ensaiam, por que não
dar esse espaço para os executivos, e melhor ainda, para profissionais em todos os
níveis?

Desafios às empresas que não faltam. Que tal aproveitá-los para gerar aprendi-
zado e autoconfiança?

Acima de tudo, o risco bem administrado garante o que as empresas mais


querem: inovação com bons resultados.

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Atividades

1. Explique as principais diferenças para a gestão entre uma estrutura organiza-


cional vertical e uma horizontal.

2. Relacione três formas de racionalizar recursos trazidos pelo downsizing.

3. Por que downsizing não é simplesmente um corte de custos e pessoas na


organização?
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4. Qual a ligação entre downsizing e planejamento estratégico?

Ampliando conhecimentos
Tópicos Avançados em Recursos Humanos

ABRAHAMSON, Eric. Mudança Organizacional. São Paulo: Makron Books, 2006.

Em Mudança Organizacional, o professor da Columbia Business School, Eric


Abrahamson, argumenta que, embora a mudança seja necessária para que as com-
panhias cresçam e prosperem, a dor que a acompanha não é. Em vez de eliminar e
inventar do nada, a recombinação criativa atinge a mudança dando um novo uso para
elementos organizacionais existentes. O autor delineia uma nova abordagem para a
mudança – recombinação criativa – que contrasta fortemente com a abordagem de
“destruição criativa” defendida pelos campeões das mudanças nas organizações nas
últimas duas décadas.

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