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FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE TANGARÁ DA

SERRA

ADRIANA DOS SANTOS SILVA

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO


AMBIENTE ESCOLAR

Paranatinga

2018
ADRIANA DOS SANTOS SILVA

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO


AMBIENTE ESCOLAR

Projeto apresentado à Faculdade


de Educação de Tangará da
Serra- UNISERRA, como
requisito parcial para a obtenção
de título de Graduação em
Pedagogia.

Orientadora: Profa. Esp. EVONY


A . CASTELO BRANCO DOS
ANJOS

Paranatinga- MT

2018
ADRIANA DOS SANTOS SILVA

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO


AMBIENTE ESCOLAR

Projeto apresentado à Faculdade


de Educação de Tangará da
Serra- UNISERRA, como
requisito parcial para a obtenção
de título de Graduação em
Pedagogia.

Aprovado(a) em____|____|2018

Profa. Orientadora Esp: Evony A. Castelo Branco dos Anjos

Faculdade de Educação de Tangará da Serra

Prof.

Faculdade de Educação de Tangará da Serra

Prof.

Faculdade de Educação de Tangará da Serra

Paranatinga

2018
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a
Deus por não ter me deixado
um minuto sequer, aos meus
familiares que sempre foram
presentes durante essa
trajetória e aos amigos que tive
o privilégio de conhecer
durante este curso.

Agradeço a todos!!
RESUMO

O presente trabalho aborda a importância da participação da família no


cenário escolar, destacando as contribuições que essa parceria pode trazer
para a vida da criança, iremos falar sobre o conceito da família desde os
tempos primórdios e até mesmo na atualidade e que essa formação familiar
traz consigo laços de afeto de onde surgem os primeiros valores que
influenciarão no decorrer da vida. Também abordaremos os aspectos
relacionados ao desenvolvimento da criança que tem acompanhamento da
família na escola e trabalharemos com a conscientização do valor que tem
essa parceria e o quanto a mesma pode render bons frutos.

Abordaremos também temas relacionados a violência contra os


professores dentro do ambiente escolar.

O projeto será realizado a partir de pesquisas bibliográficas tendo como


referencial teórico os seguintes autores: PRADO, ARIÉS, PIRES, KNOBEL,
NASCENTES, ZAGURY e KRAMER, VIANA, MANGINI entre outros que
abordam temas relacionados à família e escola e violência dentro do ambiente
escolar.

Palavras- chave: Família, Valores, Violência, Educação, Sucesso.


ABSTRACT

This paper discusses the importance of the participation of the


family in the school setting, highlighting the contributions that this
partnership can bring to the life of the child, we will talk about the
concept of the family since the early days and even today and This
family formation brings bonds of affection where arise the first
values that will influence the course of life. Also we will discuss
aspects related to the development of the child who has monitoring
the family at school and work with the awareness of the value that
has this partnership and how the same can yield good fruit.
We will discuss also topics related to violence against teachers
within the school environment. The project will be carried out
through bibliographic research with theoretical framework the
following authors: PRADO, ARIÉS, PIRES, KNOBEL, springs,
ZAGURY and KRAMER, VIANA, MANGINI among others that
discuss topics related to families and schools.

Keywords: Family, Values, Violence, Education, Success.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------6

O SURGIMENTO DO CONCEITO FAMÍLIA----------------------------------------------7

AS NOVAS FORMAÇÕES FAMILIARES E SUA IMPORTÂNCIA NO


DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA------------------------------------------------------7

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO--9

A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE FAMÍLIA E A TRAJETÓRI ESCOLAR DAS


CRIANÇAS---------------------------------------------------------------------------------------10

UM OLHAR SOBRE A VIOLÊNCIA E SUAS MANIFESTAÇÕES NA


SOCIEDADE-------------------------------------------------------------------------------------12

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS----------------------------------------------------------------13

HIPÓTESES PARA DIMINUIR A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS-------------------16

METODOLOGIA--------------------------------------------------------------------------------18

CONSIDERAÇÕES FINAIS-----------------------------------------------------------------18

REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------------20
6

INTRODUÇÃO

A busca pela pesquisa sobre a influência que a família pode exercer


na vida da criança durante o período escolar tem uma forte relação com o
interesse por parte dos educadores, ou seja, em especial dos professores na
minimização dos fracassos que ocorrem no ambiente escolar ou até mesmo
para proporcionar um aprendizado mais completo a todas as crianças durante
esse período. A busca pelo tema surgiu ao pensar até que ponto a família pode
influenciar ou não para o sucesso da criança.
O presente artigo trata também da violência nas escolas, suas causas e
consequências. Atualmente é visível a manifestação da violência na sociedade
em geral e nas escolas em particular. Frente a essa realidade, torna-se
necessária uma análise sobre o tema que considere não a violência em si, mas
os elementos a ela ligados. Assim, há que se verificar as manifestações da
violência na sociedade, seus motivos, seus tipos e as possíveis consequências
no ambiente escolar, considerando o desenvolvimento do educando. Uma vez
realizada tal análise, pretende-se apresentar algumas possibilidades de
trabalho que possam contribuir para amenizar a questão da violência nas
escolas. Lembrando que a escola é o espaço social para a formação de
cidadãos autônomos, se faz necessário repensar seu papel e propor
alternativas que amenizem os conflitos vividos no ambiente escolar.
Será utilizada uma pesquisa no meio literário especializado no tema
para que seja feito um relato sobre a formação da família, e como a mesma
vem sofrendo transformações e como a criança é constituída dentro dela, logo
mais a frente abordaremos também as novas formações familiares, diferente
das famílias que se dizem padrão que se constitui de pai, mãe e filhos.
Falaremos também de como o professor pode ter um papel
importante para a aproximação dos pais com o universo escolar de seus filhos
e como ele tem sofrido violências dentro de seu ambiente de trabalho.
7

O SURGIMENTO DO CONCEITO DE FAMÍLIA

Iniciaremos o resgate histórico do conceito de família, definindo a


palavra FAMÍLIA e sua origem.
O termo FAMÍLIA origina-se do latim FAMULUS que significa: conjunto
de servos e dependentes de um chefe ou senhor. Entre os chamados
dependentes inclui-se a esposa e os filhos. (PRADO, 1988, p.51).
Assim, quando fazemos um resgate histórico em busca do entendimento sobre
família, encontramos na literatura o exemplo daquilo que já existiu, de família
durante o período greco-romano, a qual era formada de um patriarca e seus
fâmulos, ou seja, esposa, filhos, servos livres e escravos.
Enfim, não podemos falar em unicamente uma história da família, pois
ela não é uma instituição única no tempo e espaço, mas podemos falar em
história de cada grupo familiar, em suas peculiaridades. Assim, podemos
refletir que já na época medieval, a família também existia, no entanto, existia
como realidade vivida e não como sentimento ou valor, servindo apenas à
procriação e transmissão da linhagem.
No Brasil, a influência recebida dos europeus, nos costumes e
tradições, refletindo os ideais do cristianismo, que apregoam máximas como
[...] “unidos até que a morte os separe”, foi também um marco no qual se
formaram as famílias brasileiras. No entanto, nos dias de hoje a visão de
família nuclear mudou e novas formações passaram a existir de forma
substitutiva à família tradicional.
Descreveremos agora a importância da família no contexto escolar das
crianças e abordaremos as novas formações familiares da nossa sociedade.

AS NOVAS FORMAÇÕES FAMILIARES E A SUA IMPORTÂNCIA


NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Como vimos anteriormente, as formações familiares desde os primórdios


são diferentes na sua constituição, dependendo principalmente da cultura e da
sociedade na qual está inserida. No entanto, na maioria das culturas, a
constituição denominada de “nuclear”, ou seja, constituída de pai, mãe e filhos,
foi e ainda é predominante em muitas culturas, principalmente nas ocidentais.
8
Também, podemos observar que dentro da formação familiar nuclear,
encontramos o regime patriarcal, em que o pai assume a direção desta família,
ou então, o regime matriarcal, onde as responsabilidades são atribuídas à mãe.
Entretanto, como diversos aspectos dentro de uma sociedade, a
constituição familiar, evolui e se transforma com o passar do tempo criando
novas formas de se constituir.
Assim, em nossa sociedade, a qual foi alicerçada desde a sua
colonização pelos preceitos dogmáticos de origem católica, a família-modelo e
almejada, está relacionada a formação nuclear, onde cabia a esta família
diversas funções, entre as quais, ser fonte de estabilidade econômica, base
religiosa, moral, profissional e principalmente educacional.
No geral, o que vemos hoje na nossa sociedade é o contrário, pois
principalmente nos tópicos onde a lei e as normas de Direito atingem a família,
as mudanças vão se ajustando à medida que os costumes se modificam.
(PRADO, 1988).
Com o advento do divórcio, surgem também novos consensos em
relação aos deveres e direitos dos pais em relação aos filhos e novas
formações familiares surgiram e estão cada vez mais diversificadas. No
entanto, estas novas formações não querem dizer que por serem diferentes as
famílias são desestruturadas, pensar assim pode ser um grande engano,
principalmente nos espaços escolares em que a diversidade aparece com
maior frequência.
Nas novas configurações familiares, o objetivo principal é sempre o
mesmo, ou seja, criar um espaço de amor e apoio ao desenvolvimento das
crianças ali inseridas. Lembrando que a diversidade, em muitos aspectos pode
ser algo positivo. Portanto, “desde que a criança saiba qual o lugar dela dentro
desse novo núcleo familiar e sinta – se segura para solicitar o que precisa e o
mais importante tenha a sua individualidade respeitada” (PIRES, 2009, p.12), a
formação familiar específica e tradicional, deixa de ser o mais importante.
Observamos que hoje não é mais considerada família apenas o grupo
formado por pai, mãe e filhos, mas sim qualquer grupo de pessoas que se
juntam e se agregam por afinidades e afeto. E que, no caso da presença de
9
crianças e adolescentes, o mais importante é ver que seus direitos são
respeitados e existem amor e proteção nesta fase tão importante da vida.
Também observamos que é cada vez maior o número de famílias em
que a responsabilidade de direção da família está centrada na figura da mulher,
mãe ou avó. No entanto, embora o pai possa não fazer parte da convivência
familiar, diariamente, é garantido por lei a divisão da responsabilidade na
criação dos filhos, tanto na Constituição Federativa do Brasil, como no Estatuto
da Criança e do Adolescente.
Assim, é importante ser valorizado junto à criança a importância de
nos sentirmos parte de um grupo social, onde encontramos apoio, carinho,
amor e proteção.

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO

A maioria das pessoas reconhece a importância da família no que diz


respeito aos cuidados primários que se deve ter com uma criança, ou seja,
alimentação, higienização, proteção, vacinação, afeto, entre outros cuidados
que um filho necessita para a sua própria sobrevivência.
E para que a vida de uma criança fosse preservada no decorrer do
movimento histórico da sociedade brasileira, foram criados mecanismos que
viessem a garantir que esses direitos fossem respeitados. Como no Artigo 227
da Constituição Federal do Brasil, promulgada em 1988 e mais recentemente
no Estatuto da Criança e do Adolescente, no Capítulo III, Seção I, no seu Artigo
19, quando afirma que:

Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado


no seio da família e, excepcionalmente, em família substituta,
assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
livre da presença de pessoas dependentes de substâncias
entorpecentes. (BRASIL, 1990, p.26).

Apesar das leis existirem e de inúmeras formas de divulgação das


mesmas, infelizmente ainda hoje encontramos, quase que diariamente nos
noticiários, relatos de descasos e violências praticadas contra crianças,
principalmente pelos responsáveis diretos das mesmas.
10
Ainda que, haja diversos programas voltados para a divulgação de
informações que contribuam com o bem-estar das crianças, como projetos
desenvolvidos pelas Políticas Públicas, através dos diferentes poderes,
variadas Organizações Não Governamentais, diferentes Instituições Religiosas
e Mídias em geral, a incidência de casos de violências contra a criança,
acontece em todas as classes sociais, nos mais diversificados ambientes e nas
diferentes formações familiares.
Entretanto, não são só de necessidades básicas como a alimentação,
ou a falta dela, que um indivíduo vai precisar para se desenvolver. Ou ainda,
que vão determinar que tipo de adulto, este mesmo indivíduo vai se
transformar.
Assim, devemos entender que nesta fase de vida, é de suma
importância que os pais ou responsáveis, reflitam na complexidade que a
infância representa, pois atitudes impensadas hoje, podem se refletir na fase
da infância ou nos anos vindouros, de forma comprometedora e negativa.
São muitos os fatores que estão relacionados à formação e
desenvolvimento de um indivíduo e da sociedade que este mesmo indivíduo vai
viver e formar. Lembrando que, uma sociedade evolui de acordo com a
evolução das pessoas que a constituem.
Fatos ocorridos durante a infância de um sujeito e o meio ambiente que
o cerca, influencia e muitas vezes até determina as características e alguns
comportamentos que o mesmo vai apresentar na sua vida adulta. Inclusive
condicionando-o a fazer escolhas que poderão definir toda a sua vida e os
aspectos que a envolve como sua escolha profissional, sua companheira, entre
tantas outras circunstâncias, presentes na vida de qualquer um. (WEIL, 2000).
Assim sendo, não basta um pai ou uma mãe se preocupar com a
alimentação, saúde e outros aspectos materiais, se não oferecerem um
ambiente de respeito mútuo e atitudes éticas no seu cotidiano.

A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A FAMÍLIA E A TRAJETÓRIA


ESCOLAR DAS CRIANÇAS

Ressaltaremos a importância da família em acompanhar o


desenvolvimento escolar da criança e como o docente pode ajudar nesta
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relação. Como vimos anteriormente, as formações familiares mudaram com o
passar do tempo e nos dias atuais não é mais considerado família somente
aquele modelo nuclear com pai, mãe e filhos.
Também observamos que a importância referente à participação da
família no âmbito escolar, se constitui como um fator primordial para o sucesso
da criança e a efetivação da escola em ensinar os conhecimentos produzidos
historicamente pela humanidade.
Assim, se os familiares demonstram se importar com o bom
rendimento escolar dos seus filhos, se fazendo presente e auxiliando no
processo de aquisição de conhecimentos, a trajetória escolar poderá ter novo
significado.
É importante destacar que quando nos referimos ao termo “pais”,
estamos falando de todos os responsáveis pelas crianças, seja pais naturais e
biológicos ou pais adotivos, assim como, todos aqueles responsáveis que se
enquadram nas novas formações familiares que se apresentam no contexto da
sociedade em que vivemos e que foram abordados no capítulo anterior.
Assim sendo, observamos que as escolas e instituições
educacionais, por sua vez, também necessitam estarem “abertas” a estas
novas formações familiares para que a relação escola-família se estabeleça, ou
seja, uma boa relação, onde o respeito e o não preconceito estejam sempre
presentes, para que os estudantes e futuros cidadãos sejam acompanhados e
orientados na sua formação.
Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, a delegação da
educação dos filhos a terceiros e a perda de autoridade do adulto perante a
criança (KRAMER, 2000), a relação entre escola e família sofreu abalos. Por
não dar conta de toda a demanda advinda de uma educação que seria
responsabilidade dos pais, muitas vezes a escola culpabiliza a família pelo
fracasso, insucesso e indisciplina do aluno. Por outro lado, por cobrar da escola
maior comprometimento na educação, pais culpabilizam escolas, professores e
diretores pelos acontecimentos indesejados com seus filhos.
Além de muitos outros fatores que podem contribuir para prejudicar a
relação família/escola, os quais não vão citá-los, pois o nosso
12
objetivo não é nos deter nas causas do confronto e sim discutir a importância
desta relação na vida das nossas crianças e como enfrentar sem preconceitos
mútuos qualquer dos problemas que possa inviabilizar esta relação.
Sendo que, “[...] educação é a permissão para o que se pode e o que
não se pode fazer” (MARTINS, 2007, p.79). Assim, como determinar estas
regras e quem determina as mesmas, se baseia na discussão sobre quais
conceitos culturais, psicológicos e familiares estão sendo colocados numa
sociedade em que segundo o pediatra José Martins Filho, a criança está cada
vez mais terceirizada.
Já que, vivemos numa sociedade que tende a perpetuar muito mais o
ter do que o ser e onde em muitos casos a mulher é o chefe da família e
mesmo que ela queira, a necessidade de manter as provisões necessárias
para a própria subsistência, a coloca o dia todo longe de seus filhos, que se
pertencem a classe média ou alta, muitas vezes são sobrecarregados de
atividades como: ir à escola de inglês, tênis, judô, futebol, e outras tantas
atividades que os ocupem o dia todo.
E se pertencem a classes economicamente desfavorecidas, o problema
pode se agravar, pois em muitos casos, as crianças ficam em total abandono
ou nas ruas, entregues a própria sorte.

UM OLHAR SOBRE A VIOLÊNCIA E SUAS MANIFESTAÇÕES NA


SOCIEDADE

Cotidianamente convive-se com diversas modalidades de violência,


visíveis ou disfarçadas, variando inclusive a intensidade das ocorrências. As
formas e o grau das ações violentas variam, porém suas marcas são profundas
para aqueles que são vitimados. Cada vez mais perceptível na sociedade, o
fenômeno da violência, seja urbana, policial, familiar ou escolar, tornou-se
objeto de estudo e tem ocupado grande parte das reflexões de profissionais
dedicados à análise dos fenômenos sociológicos. Sabe-se que a violência não
se restringe apenas ao homem contemporâneo, ela acompanha a humanidade
desde os tempos mais remotos.
13

Segundo Odália

―[...] não se pode deixar de reconhecer que


uma das condições básicas da sobrevivência do
homem, num mundo hostil, foi exatamente sua
capacidade de produzir violência numa escala
desconhecida pelos outros animais.‖ (1985, p. 14).

O que se depreende de tal consideração é que, historicamente, a


agressividade é inerente ao ser humano, que busca satisfazer suas
necessidades básicas e subsistir em uma sociedade adversa. Diferente dos
animais, que manifestam seus instintos apenas quando são ameaçados em
seus interesses vitais, o homem manifesta impulsos agressivos para
investimentos destrutivos, entre seres da mesma espécie, quando outros meios
de soluções poderiam ser empregados. O uso da violência, como meio para
resolver conflitos pessoais, significa, por parte dos homens, deixar de utilizar o
instrumento que os diferenciam dos outros animais, o diálogo.

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Esse é um tema vasto e abrangente, portanto, não se pode tratá-lo a


partir de uma única causa, pois essas violências podem estar relacionadas a
vários motivos. Diante de um quadro cotidiano de violência, sua extensão ao
campo escolar suscita discussões, seja na família ou na comunidade, uma vez
que a escola não é a única responsável pela solução do problema, mas toda a
sociedade, incluindo autoridades responsáveis. Por isso diversos especialistas
têm abordado o tema com a finalidade de conhecer as suas causas, de forma
ampla e não de forma fragmentada.

Dos muitos fatores que envolvem esta questão, possuem dois sentidos,
pois se por um lado às ações praticadas pelo aluno, no espaço escolar,
ultrapassam o que se considera socialmente aceitável, por outro lado,
compreende-se que estas atitudes têm suas origens na própria realidade
vivenciada pelo indivíduo, como uma resposta, em alguns casos às muitas
opressões e violências vividas por ele.
14

De forma geral, observa-se que as agressividades reproduzidas por


alunos, podem estar relacionadas ao que eles presenciam ou vivem dentro do
convívio doméstico, familiar ou social, mesmo não sendo comportamentos
aceitáveis socialmente. O indivíduo que possui comportamentos agressivos na
escola, muitas vezes sofre ou presencia atos de violência, pois geralmente está
cercado por instrumentos e situações que remetem à violência.

A mídia, por exemplo, é um instrumento que pode contribuir para que


crianças e adolescentes reproduzam atos violentos; isso acontece quando se
vê na televisão cenas de criminalidade, (inclusive em novelas), de forma
empolgante, com distorções significativas da realidade ou nos jogos de vídeo-
games, violências e lutas. Percebe-se, portanto, que os meios de
comunicações têm colaborado para que a violência seja vista de forma natural.

Assim, é possível, no âmbito da escola, encontrar estudantes que


banalizam a vida e a ordem, praticando atos de violência e vandalismo.

Nesse sentido, a privação pode ocorrer em todas as esferas da vida.


Uma criança, por exemplo, pode ser privada desde o afeto, até os bens
necessários ao seu pleno desenvolvimento. As crianças que sofrem privações
afetivas crescem sem família, sem parâmetros, sem uma direção que age
como um facilitador, mostrando a realidade e propiciando a sua compreensão
com princípios éticos e morais.

Não possuindo um referencial familiar e doméstico, um sentimento de


segurança, o indivíduo busca isso fora de casa, na escola, nas drogas e nos
mais diversos caminhos.

Essa mudança nas relações familiares tem várias implicações. O


abandono pode decorrer tanto da necessidade de trabalho dos pais, quanto do
total despreparo por parte dos mesmos no trato com a criança, e ainda pela
inversão de valores com relação ao papel da escola.
15

É comum, a prática de terceirização da educação por parte dos pais.


Atualmente, as famílias têm transferido a responsabilidade da educação dos
seus filhos para a escola, distorcendo e descaracterizando a função da mesma.

As perdas ou inversões dos valores afetivos e morais essenciais à


educação da criança a vitimou, pois não há mais referencial baseado em afeto,
cuidado, respeito mútuo entre crianças e adolescentes, que já não sabem
como se comportar na sociedade. As regras que prevalecem parecem ser: o
desrespeito, a agressão para com os espaços e com os outros. Esse seria o
espaço das incivilidades como colocam Loureiro e Queiroz, ou seja,

―[...] os embates cotidianos, as divergências


por vezes não discutidas e não negociadas que se
expressam em forma de agressões menores, pois vê
com uma roupagem que choca menos que uma
agressão física, por exemplo.‖ (2005, p. 4).

A incivilidade é um sentimento de desrespeito para com todas as


pessoas, no ambiente escolar; os alunos são vítimas, perante o colega de sala
até todo o quadro de funcionários.

No que se refere ao corpo discente, este também é considerado vítima


das inúmeras violências que sofrem, pois se encontra em um ambiente em que
não há subsídios necessários ao seu atendimento como um todo, e formação,
em particular. Assim, sem correr o risco de generalizações, muitos alunos se
apresentam desinteressados, agressivos e possuem dificuldades de
relacionamento com os colegas, adquirindo um comportamento antissocial, que
pode causar falta constante na sala de aula, a repetência e a evasão escolar,
cuja consequência, muitas vezes, é o crime.

Diante do quadro preocupante de violência no âmbito escolar, se faz


necessário discutir e promover algumas possíveis soluções para minimizar este
conflito, mesmo que essa frequente violência faça parte de uma sociedade que,
constantemente, se transforma juntamente com os conflitos gerados por ela
16

HIPÓTESES PARA DIMINUIR A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Medeiros (2006) relata que no Brasil, os debates sobre violência nas


escolas tiveram início nos anos 1980. Apesar de estarem preocupados com a
violência que ocorrem dentro das escolas, os estudos são realizados somente
em algumas regiões do Brasil.

Pesquisa realizada pela Unesco, informa que esses estudos


contemplam apenas 14 capitais brasileiras, e os resultados mostram que além
da violência física (contra pessoas e patrimônio) existe a violência simbólica
(violação dos direitos e abuso de autoridade) e a incivilidade (humilhação,
agressões verbais e falta de respeito). O resultado dessa pesquisa é
importante para que as instituições que estejam ou não envolvidas com o
ensino promovam estratégias de políticas públicas em favor da diminuição do
problema da violência e drogas nas escolas.

O que se deve considerar com relação à busca de solução dos atos de


violência que hoje se fazem presentes nas escolas, é que o aluno violento não
deve ser tratado como ―um‖ ou ―o problema.‖ Antes de tudo, é preciso
conhecer as experiências vividas por esse aluno e procurar detectar as causas
da violência em suas atitudes. Como abordado anteriormente, os problemas
familiares são inúmeros. O abandono e a negligência dos pais, as privações
afetivas e sociais são desencadeadores de violências nas escolas.

Para Milca Severino (LONGO, O Popular, 2008, p. 5) ―[...] a violência


nas escolas é apenas consequência‖.

Os conflitos têm início na sociedade que sofrem mudanças


constantemente, e seus reflexos são sentidos nas escolas, pois os indivíduos
não são violentos porque simplesmente o querem; o modelo de sociedade
capitalista já é por si, violento, a começar por gerar desigualdades gritantes e
explorar a mão-de-obra barata, em detrimento dos ricos empresários,
banqueiros e industriais.

Há muito tempo vêm sendo discutidas e implementadas ações para


solucionar o problema, contudo, é fato que o problema da violência nas escolas
17

ainda não tem medidas preventivas eficazes, uma vez que os resultados nem
sempre são positivos. Atitudes como investimento em segurança, ou seja,
mediadas com vigias e câmaras são consideradas por alguns intelectuais como
agravantes.

De outra forma, a proposta de parceria com a comunidade, oferece


melhores resultados. Araújo (2002, p. 55) relata o caso da Escola Estadual
José do Prado, na região do ABC paulista, que mediante ação da diretora,
conseguiu controlar a violência na escola, a partir de um pacto realizado com
os grupos, que resolveram preservar a escola e a ordem; houve aí, uma
comunicação, um diálogo, o qual surgiu um efeito de maneira civilizada.

Apostar na mobilização da comunidade, como um elo entre o ambiente


escolar e não escolar, é algo cada vez mais presente. Essa participação da
comunidade deve ser orientada, sobretudo, para as famílias incentivando-as a
participar no processo de formação dos seus filhos. A parceria entre escola,
comunidade e família abriria espaço de debates e sugestões de estratégias
que colaborariam para minimizar a violência no âmbito escolar.

Em favor da paz, são de fundamental importância, políticas


governamentais que proíbam acessos de armas e drogas dentro das escolas.

A instituição como um todo, deve estar preparada para promover


projetos multidisciplinares, extracurriculares, como a prática de esporte, cultura
e lazer, juntamente com ações comunitárias solidárias, promovendo a sua
maior interação com a sociedade. É preciso desenvolver nas escolas, ações de
solidariedade e de resgate de valores, cidadania, tolerância e respeito mútuo.

A violência nas escolas, aqui abordadas, apesar de não ser gerada por
elas, é dentro delas, que se toma grande dimensão, que se intensifica. Dessa
forma, toda equipe escolar deve apostar no diálogo, como ferramenta
importante no combate a violência.
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METODOLOGIA

O estudo foi feito a partir de pesquisas bibliográficas de autores


variados e especialistas no tema abordado, ou seja, a importância da família no
contexto escolar de seus filhos
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao estudar sobre o tema, este projeto, pretendeu contribuir para


auxiliar professores, pais e demais profissionais da educação a buscarem
caminhos e reflexões que possibilitem uma melhor relação entre estas duas
partes educativas, tão importantes na vida de uma criança.
No passado, em virtude do desconhecimento das necessidades
especiais que uma criança apresentava no seu desenvolvimento, até pela falta
de estudos científicos e da própria realidade vivida na sociedade em que esta
criança estava inserida, muitas vezes a união se dava por afeto desenvolvido
no cotidiano com crianças que saiam de suas famílias de origem para
frequentarem outros grupos na forma de aprendiz. Já no presente, as formas
das novas constituições familiares buscam dar a criança um lar e uma nova
família, seja qual for à formação vigente. Até porque em nosso país já existem
relatos conhecidos de uniões homo afetivos que adotam crianças no intuito de
formar uma família cercada de amor e carinho independente dos laços
sanguíneos e genéticos.
O presente estudo permitiu também observar o fenômeno da violência
como algo presente entre as pessoas em todos os lugares e que atinge todas
as classes sociais. A violência está de tal modo enraizado no homem moderno,
que não se pode deixar de reconhecer que é fenômeno típico de nossa época,
sempre presente e com as mais variadas faces.

Seu crescimento se dá na mesma proporção que diminui as


oportunidades de qualidade de vida, incluindo as condições básicas. No âmbito
escolar, aqui abordado com veemência, a manifestação da violência se torna
cada vez mais frequente entre os jovens. Tal fenômeno, no âmbito desse
trabalho, foi
19
considerado como associado ao ambiente extraescolar, o qual promove
transformações e influencia de maneira negativa, nas relações interescolares,
pois nesse espaço, se manifestam os conflitos, os quais são reflexos dos
problemas que acontecem no seio da sociedade, inclusive na família, pois
muitos dos jovens violentos advêm de famílias desestruturadas, se
considerarmos que a família é a base da sociedade.
Também é correto afirmar que tanto a escola quanto a família não
podem trabalhar em desacordo e de forma solitária e nem uma é mais
importante que a outra, pois ambas se completam e tem a sua importância, de
forma que uma não pode e nem deve substituir a outra. Assim, é possível
concluir que é muito importante a participação da família no âmbito escolar de
seu filho, muito antes mesmo deste adentrar para a escola pois os valores são
aprendidos em casa e exercidos na escola .
20

REFERÊNCIAS

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1981.

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Federal, Centro Gráfico, 1988.

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