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-----·----- -----------
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~
directamente no funcionamento da máquina que as
contêm (figs. 1 e 2) podem ser designados por ele- L:
mentos funcionais. Distância entre duas
As dimensões, necessárias à definição do tama- faces paralelas que
contactam com faces
nho de uma peça (fig. 3) devem ser sempre expressas
de outra peça.
directamente na representação ortográfica que define É necessária grande
a geometria. exactidão.
Os elementos funcionais de uma peça devem CF (cota funcionall
ser estabelecidos no desenho com prescrições de
exactidões em geometria e em tamanho, adequadas As faces de topo
ao funcionamento correcto. Estas prescrições serão estão livres. pois
não contactam
tratadas nos capítulos de toleranciamentos. com faces de
outras peças.
Podem não ter
.3- PEÇA NOMINAL (TEÓRICA) E PEÇA REAL boa exactidão.
174
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.4.1-lnstrumentos de verificação
Na verificação da geometria e das dimensões dos
elementos das peças são, em geral, usados instru-
mentos de medida (por exemplo, o paquímetro da fig_
7) ou de controlo (por exemplo, o calibre da fig. 8).
OBSERVAÇÃO
O Em qualquer verificação dimensional, o erro
cometido é consequência conjunta do método apli-
O resultado de uma medição contém erros consequentes dos:
cado, do operador e do instrumento de medida ou de -método (neste caso, erro nulo)
controlo. Como os instrumentos de verificação dão, -operador (principalmente ligado à leitura, o que pode ser
pela presença de um nónlo, etc.)
inevitavelmente, erros, há necessidade de conhecer o -instrumento de medida (que deverá ser teoricamente exacto
relação à exactidão que se pretende para a medida).
grau de exactidão dos instrumentos para os utilizar de O resultado de uma medição deve ser expresso pelo valor lido ..v
acordo com a exactidão que se pretende para a geo- instrumento acompanhado pelo erro máximo que o mstrumento pode
introduzir. Por ex.:
I
metria e para as dimensões do elemento a verificar.
De um modo geral, em construção industrial
corrente, considera-se que a exactidão do instrumento
de medida seja muito superior à exactidão que se
controlo por
pretende para a verificação do elemento a medir ou calibre de limites
a controlar. Sendo assim, considera-se que o erro
instrumental pode ser desprezado em comparação com
o erro admitido na medição, pelo que um instrumento
de medição pode ser considerado teoricamente exacto
relativamente à medida.
Por exemplo, uma escala graduada em mm é um
instrumento de medida aceitável, ou seja, considerado
teoricamente exacto, para medir peças em construções
de madeira, e é inaceitável para medir o diâmetro de
um veio.
Nas verificações geométrica e dimensional são,
muitas vezes, usados calibres que apresentam formas ig. 8·
e dimensões fixas, teoricamente exactas relativamente tros
---- locais
-----·- de
-- elementos.
--- --------· usando calibres
---------------
à exactidão pretendida para os elementos. Usando uma máquina de medição de coordenadas, podem ser
estabelecidas as coordenadas de vários~ntos, em número finito, de
um elemento real. A partir do conjunto estas coordenadas é feita a
.4.2· Verificação das peças representação aproximada do elemento real que se constitui como
elemento extrafdo: integral, se refere a peça, ou derivado, se refere
Para verificar a geometria e as dimensões dos o centro, a linha mediana (eixo) ou a superfície mediana.
O elemento associado, integral ou derivado, é o elemento, com
elementos de uma peça real é necessário considerar: forma teoricamente exacta, que é associado ao elemento extraido,
-que a geometria diz respeito a toda a extensão do s~ndo convenções especifcas.
representações gráficas são dadas nas figuras 9-3 e 9-4.
elemento (integral): 2- real 4- associado
1-nominal 3- extraído
-que a dimensão (linear ou angular) diz respeito a um (desenhoatra ço Omha ondulada Oinha Interrompida Omhaatra~
rompido
qualquer local do elemento. ü;conTrosso
'""'' gmsso
:-·.·: ·..
Por exemplo, na verificação da geometria de um
elemento cilíndrico, que se pretende com pequeno
erro de cilindricidade, deverá ter a sua superfície cilín·
drica integralmente entre duas superfícies cilíndricas
coaxiais, teoricamente exactas, que distam, entre si,
i ~
:rl~
(j) IJ (J)
Elementos: ~~ Elemento real Elementos:
[I .
Bemen- •
dosem
©
Elementos:
~:-:··
.=.=:.
tosextrar :: • ."·
: ••• •• •
:."- ..-.
-integral nominaI (integral) -integral extrafdo -integral associado
da tolerância prescrita (fig. 5). No controlo do diâmetro -derivado nomina (ISO 14660-1) -derivado extrafd. -derivado associado
é usado um calibre em vários locais (fig. 8)- Fig. 9· Representações de um elemento
175
176
-----····-·----- --·-----~-·
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~~~~-- ·--------~--~-----
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·--~--· ------
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[!]
nominal do
mecânica para guiamentos com características idênti· acoplamento
cas bem conhecidas, foram estabelecidas as dimen· .o25
sões limites (fig. 18), para as larguras efectivas, de:
·furo, dimensão interior com limites: 5
superior Dmax = 40,02S Fig. 17· Dimensão nominal do ajustamento
inferior D min = 40,000 furo· veio
-veio, dimensão exterior com limites:
superior d max = 39,991
L VEIO J LARGURA DO VEIO:
Umite superior da dimensão
inferior d min = 39,97S 39,991 exterior. 39,991
que vão garantir o funcionamento pretendido (atrito 39,975 Limite inferior da dimensão
reduzido entre as faces laterais conjugadas, pequena exterior: 39,975
oscilação no deslizamento, etc.). LARGURA DO FURO:
40,025
40 000 Limite superior da dimensão
.1.3· Dimensões médias interior: 40,025
FURO
Umite inferior da dimensão
Pode ser necessário, por exemplo para efectuar interior: 40,000
medições, determinar as dimensões médias dos
-furo D med = (D max + D min) /2 Fig. 18· Dimensões limites das larguras
D med = (40,02S +40,000) /2 = 40,012 (fig. 2S) ALTURA DO VEIO:
-veio dmed=(dmaxtdmin)/2 L r-:X Umite superior da
d med = (39,991 + 39,97S) /2 = 39,983 ro dimensão exterior. 25
E
(esta dimensão está su-
~
N jeita a tolerâncias gerais}
.1.4· Dimensões com limite num só sentido
Para altura das faces laterais do guiamento, com Fig. 19· Altura h do veio
valor calculado de 24,6, poderá haver vantagem em
usar a dimensão nominal Hn= 2S (número normal da ...
~
n ALTURADOFURO:
Limite superior da
série RS), comum às alturas do furo e do veio. ~
N
dimensão interior: 25
A cota 2Smax. é de uma dimensão que admite l (esta dimensão está su-
como limite superior, o valor nominal 2S (fig. 19). A ) jeita a tolerâncias gerais)
cota 2Smin. é de uma dimensão que admite como limite
inferior, o valor nominal 2S (fig. 20). Fig. 20· Altura H do furo
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------···-·
-····----
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pelo que está dimensionalmente correcta. No entanto, Fig. 21- Intervalo de tolerância da 2' face
esta face pode apresentar deformações que preju- FURO OBSERVAÇÃO:
diquem o funcionamento. Torna-se, portanto, neces- 40 ÊDIMENSÃO NOMINAL DO A peça com furo é carac-
sário partir de uma face (fig. 22) de boa exactidão GUIAMENTO: terizada por uma dimen-
(A dimensão nom1nal40 é comum ao são interior com limites:
geométrica (a tratar em "tolerâncias geométricas").
furoeaoveio) superior Ctnax=40,025
inferior Dmin =40,000
.2.2- Tolerâncias das dimensões interiores A peça tem máximo
Na peça com furo (ranhura do guiamento) a dis- material MMS quando
tância entre as faces paralelas (fig. 22), tem: o furo é menor
Dmin =40,000
Dimensão nominal Dn = 40 (nº da série RS) (tamanho de MMS)
e as dimensões limites, representadas na fig. 23: A peça tem rnfnimo
D max = 40,025 e D min = 40,000. material LMS quando
o furo é maior
As dimensões limites definem o valor da tolerân- Dmax=40,025
cia, pois dão o intervalo dentro do qual deverá estar (tamanho de LMS)
compreendido o elemento real em qualquer local ao
Fig. 22- Dimensões limites da largura do
longo do elemento toleranciado. Assim, é atribuída,
furo: 40,000 40,025 (em qualquer local)
à largura do furo, a tolerância T (diferença entre as ,...,,,...,.,...
dimensões máxima e mínima admissíveis) de: UBSVIOS limites:
T=Dmax-Dmin inferior fi=Dmin-Dn
E/ = 40,000-40 = O
T = 40,025- 40,000 = 0,025
superior fS=Dmax-Dn
Os desvios são as diferenças algébricas entre
ES = 40,025-40=+0,025
as dimensões reais, em qualquer local, e a dimensão
nominal. Portanto, os desvios limites, são: Tolerância: ES-EI = T
ES (desvio superior) é a diferença algébrica entre a T =•0,025-0=0,025
dimensão limite máxima e a dimensão nominal T=Dmax-Dmin
ES = D max- Dn ES = 40,025- 40 = +0,025 T=40,025-40,000:0 ,025
E/ (desvio inferior) é a diferença algébrica entre a Fig. 23- Desvios- representação gráfica
dimensão limite mínima e a dimensão nominal: Dn
E/= D min- Dn E/= 40,000- 40 = 0,000 r FURO Drnax
A tolerância, tem valor absoluto e, também, pode Dmax - 40 025 (LML) Drnin r
.~ .. -~-
ser definida pela diferença entre o desvio limite superior Omed = 40 012 l-rl'i •T/2
e o desvio limite inferior (fig. 23): Dmin = 40,000 IMML) T
Drned
T = ES- E/ T = +0,025 - 0,000 = 0,025
(neste exemplo atolerância é unilateral, o que acontece Tolerância: Drned= Drnax+Drnin
com frequência em construção mecânica). 2
T= 40,025-40,000 = 0,025 llned,40 0252+40 !!:!!:!!: 40,01í
Na representação gráfica de uma dimensão tole- l : 0025 =0,0!2
ranciada é usada uma linha zero (O) a referir a dimensão 2 2 (arredondado por defeito) O: Dmed ±L
2
nominal e os desvios(+) para a direita, e os desvios(-) A dimensão do furo pode ser expressa por. D = 40,012 , 0,012
para a esquerda (figs. 23 a 26). Fig. 24- Dimens. limites e dimens. média
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-·------· --·- · - - - - - - - - - - -
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r2;·.1fl~~··
-expressos em mm (unidade não representada) que é
a unidade das dimensões lineares em Mecânica.
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--------·---··--------
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ISO 286·1/2, Sistema ISO de tolerâncias dimensionais podem ser determinadas, como mostram os
e ajustamentos para peças lisas exemplos:
ISO 406, Inscrição de tolerâncias dimensionais IT(19·5) x 10 10 x IT14
ISO 1829, Selecção das classes de tolerâncias para a dimensão 20 é IT19 = 0,52 x 1O= 5,2
ISO 8015, Princípios de toleranciamento de base IT(20·5) x 10 10x IT15
para a dimensão 20 é IT20 = 0,84x 1O= 8,4
.2· GRAUS DE TOLERÂNCIA NORMAIS
Algarismos de uma dimensão linear:
No sistema ISO de tolerâncias de dimensões lineares Usando por exemplo, a dimensão 40, podem ser
de peças lisas, é estabelecido um escalonamento considerados os significados dos algarismos:
criterioso dos valores das tolerâncias a adoptar em
construção mecânica, caracterizando 20 graus de
tolerâncias normais.
Os graus de tolerâncias normais são representados
pelo símbolo IT (tolerância Internacional) seguido
de um número que ordena desde o grau de maior
exactidão (01) da construção muito fina, até ao grau de
menor exactidão (18) da construção grosseira.
As dimensões nominais (de oa 3150) são agrupadas
em escalões (ver 1' coluna da tabela 1). O exacto absoluto (T = O) é inatingível.
A tabela I apresenta os valores das tolerâncias Escolha de tolerâncias fundamentais
fundamentais normais relativas aos graus de IT01 a Em construção mecânica corrente, nos casos
IT18 para cada grupo de dimensões nominais. gerais, deverão ser escolhidas as maiores tolerân·
cias (ou piores qualidades) que sejam compatíveis
Na tabela I, as dimensões estão em mm e as tolerâncias com o correcto funcionamento das peças.
estão em mm e em ~m (neste caso deve-se converter
o valor da tolerância para mm, unidade geral em EXEMPLOS (para consulta da tabela 1):
construção mecânica). 1'· Qual o grau de tolerância de um veio que tem
Na colagem é obrigatório usar as tolerâncias e os diâmetro nominal 028 e tolerância de 0,013?
desvios expressos em mm, símbolo que em geral é 2'· Qual a relação entre as tolerâncias corres-
omitido. pondentes a IT8 e IT13 relativas a dn =50?
3'· Pretende-se medir a largura de uma ranhura
Para graus de tolerâncias de 5 em 5, os valores de Dn = 40 e produzida com uma tolerância
numéricos das tolerâncias aumentam 1O vezes IT8. Qual o IT do instrumento de medida a usar,
(proporção aproximada até IT5 e rigorosa a partir de considerando que poderá dar erros inferiores a 1/4
IT6). Ex.: IT12 = 10 x IT7. da tolerância?
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----
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+
Há 28 pos~ões das tolerâncias dos furos (A, B, C... ZC)
e 28 posiçoes de tolerâncias dos veios (a, b, c, ... , zc).
Não são usadas as letras I, i, L, I, O, o, Q, q , W, w
El (desvio limite inferior) :t) 11
ILU fll
+ B
.,
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!::::u C FqRO ;,.,!::
~~
I
i 1í I I I ll·tl~ ~
E _;:_ BASICO ~ 11li
~
"' - CD DESVIOS
1:3 1
1 EFF FGG H Üj SIMÉTRICOS
~ M
I . ,. . . .
! Na tabela dos desvios fundamentais de veios são dados:
~w _:I ::J
iii
J:
II d e
ef f fg 9
JS desvios
-·
simétricos
'' ,.
"·e
c
o
~ cd veio __ c
o
~ f-- c básico •••c
~ ---
•E
b ~
·q; [C\.1
[es {desvio limite superior)
01;::::
n I
a ei (desvio limite inferior) 11
~ '(i)
3.2- Tabelas de desvios fundamentais Tabela 11: desvios fundamentais ISO para veios
Os desvios fundamentais caracterizam as Na fig. 31 são dados os valores dos desvios
posições da posição do intervalo de tolerância fundamentais para veios, em que são usadas as
em relação à dimensão nominal {ver fig.29). As letras minúsculas de a a zc {sem: i o I q).
dimensões nominais de Oa 500 mm agrupadas por Os desvios fundamentais nos veios são:
escalões a que se fazem corresponder os valores es desvio limite superior em que {fig. 29)
dos desvios expressos em mm ou em ~m. ei desvio limite inferior es - ei = IT
Os desvios fundamentais ISO são as diferenças
algébricas entre as dimensões limites {superior e Tab.lll: desvios fundamentais ISO para furos
inferior) e a dimensão nominal. Na fig. 32 são dados os valores dos desvios
Nos veios, os desvios · limite são: fundamentais para furos, em que são usadas as
es= dmáx.- Dn ei = dmin.-Dn letras maiúsculas de A a ZC {sem: I O L Q).
Nos furos, os desvios • limite são: Os desvios fundamentais nos furos são:
ES = Dmáx.· Dn E/= Dmin.- Dn ES desvio limite superior em que {fig. 29)
Desvios com sinal{+ ou-) obrigatório. E/ desvio limite inferior ES ·E/= IT
184
------~-
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Gl
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s:
~
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m
k tem o desvio ei =0 es = + lT
para IT:s: 3 e paraiT>7
"'
o
:::.:
-"'"" 2
EEJG),. .r
2- Um furo de 025 de diâmetro nominal, de grau de
tolerância IT7 e posição H. Qual o significado?
RESPOSTA: :
2.1- Por consulta da tabela 1 (pg.183) IT7 = 0,021 z25 H7
2.2- A posição H indica: E/= O Cotagem com simbologia ISO
2.3- Cálculos: ES- E/= IT ES = +0,025
Dmax =50+ 0,021 = 50,021 e Dmin = 50,000 r ~ ! ~
2.4- A representação gráfica é idêntica à da fig. 34-1. -0,020 +0,021
3- Quais as dimensões limites de um furo 0125M7. .0"25 -0,041 CD .0"25 o
RESPOSTA: As tabelas dão:
M (desv.sup.) ES=-15+A=-15+ 15=0
EI=0-40=-40~m;
IT 7 = 40 ~m
125,000 e 124,960
l.ou z2S :8:m .I
Dimensão nominal com os desvios
I ,z25
ou
0/+0,0211
~ ~
!
.4- DESENHO- COTAGEM COM TOLERÂNCIAS
I :
z25 ± 0,010 z36 max.
Na inscrição, no desenho, de dimensões com
Desvios simétricos
(arredondadopordefeito)
® sentido
Dimensão limitada num
max. min.
tolerâncias, ver fig. 34, podem ser usados:
1- Simbologia ISO com a dimensão nominal; r ~ ! ~
2- A dimensão nominal acompanhada dos desvios, em z24,980 z24,021
mm (unidade não inscrita) e igual número de decimais, z24 959 <I! z24,000
excepto quando é O(zero), situando: Dimensões limites superior e inferior
-o desvio inferior a seguir à.dimensão nominal e o Fig. 34- Colagem com toleranciamento
desvio superior por cima (ou ao lado) do desvio ,..,
inferior; (desvios com altura igual da dimensão
nominal, ou imediatamente menores);
-o valor do desvio, quando simétrico;
f- -----1------ f---- -
.....
""'
3- A dimensão nominal, acompanhada por max. ou por
mín. para limitar a dimensão num só sentido; !.....
'"
16±0,2 16
4- As dimensões limites, sendo a dimensão máxima 53
inscrita sobre a mínima. 14 ~
5- Fazer a colagem (ver a fig. 35). Fig. 35- Peça com diferentes tolerâncias
187
~~-··~-
3· COTAGEM 52/104
.1· GENERALIDADES
.1.2· Ajustamentos
Um ajustamento mecânico consiste na ligação de ELEMENTO
um veio com um furo de peça, em que se produz o INTERIOR·
contacto dos seus elementos conjugados. FURO DE
RODA
Os furos, elementos interiores das peças, são
caracterizados funcionalmente pelas suas dimensões
interiores antes de serem acopladas as peças.
Os veios, elementos exteriores, são caracterizados
pelas dimensões antes de serem acoplados.
À dimensão interior de um furo e à dimensão exte·
rior de um veio, que vão ser acoplados, corresponde
uma mesma dimensão nominal. Às dimensões nomi·
nais dos elementos em contacto são associadas
tolerâncias de acordo com o ajustamento pretendido.
Nas peças simples (veio e furo da peça) a ser
ajustadas, é necessário usar o princípio da envolvente
(E) para complementar os seus toleranciamentos
dimensionais, que estabelece (fig. 1): ELEMENTO
VEIO
-um veio (com dimensões limites: d max e d min) deve
entrar completamente num furo cilíndrico, teorica·
mente exacto, com diâmetro igual ao diâmetro de
máximo material do veio d max. requisito de
envolvente
-um furo (D max e D min) deve permitir a entrada, em
toda a sua extensão, de um veio cilíndrico, teorica- (o veio real deve entrar
mente exacto, com diâmetro igual ao diâmetro de completamente num fu·
ro cilíndrico teoricamen-
máximo material do furo D min. te exacto de o39,991)
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~~~~~-·-··-·-·-
~~-·-··---·---
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-~~~~-----··----------
3- COTAGEM 54/104
OBSERVAÇÃO: VEIO ~
Se é dada a tolerância do ajustamento, podem - - - - --- ~ ·eo E
---1- -~ E a a
ser facilmente obtidas as tolerâncias relativas a graus
de tolerância ISO das dimensões do furo e do veio, " "
dividindo a tolerância do ajustamento em duas partes ~
que se fazem iguais, ou próximas, de duas tolerâncias
fundamentais iguais ou vizinhas).
Por exemplo, dados o diâmetro nominal Dn = 63 e IT•i =ln+ ITe I ITaj= Fmax- Fmin I
a tolerância do ajustamento Taj ~ 50~m ---- -
d=
.0,019 0,030
IT6 + IT6
IT7 + IT7
19 ~m + 19 ~m = 38 ~m (solução cara)
30 ~m + 30 ~m = 60 ~m (> 50~m) :?li
o
Ô I
~ 'IT6 IT7
e a tolerância do ajustamento é T aj = IT7 + IT6 T aj = ITe + ln= 0,049 I 0,038 tl,049 0,060
o que permite determinar a Taj = 19 + 30 = 49~m (caro) (não
serve)
Devem ser usados graus de tolerância iguais ou vizinhos
para o furo e para o veio. Fig. 6-Tolerância de ajustamento distri-
Quando há grandes folgas podem ser adoptados buído pelas duas peças conjugadas
graus de tolerância bastante diferentes.
--- -----·------------
-------------------·---·-· ----- ------
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.3- SISTEMA CODIFICADO ISO DE AJUSTAMENTOS Por exemplo, ao acoplar sucessivamente, os veios:
32f6 32h6 32j6 e 32s6
O número de variedades de ajustamentos, a usar com uma peça que tem furo 32H7, ou seja, um
na construção mecânica corrente, deve ser reduzido, furo com: IT7 = 0,025 e E/= o
pelo que devem ser adoptados: +0,025
-dimensão nominal (com valor da série Renard); ou furo 32H7 32 o
-tolerâncias dimensionais normais ISO, ligadas a um acontecem os ajustamentos:
pequeno número de graus de tolerância de IT01 a
IT18, sendo corrente usar de IT5 a IT8 para peças HI f- são ajustamentos com folga, pelo que pode
a ajustar (ver a tabela I da fig. 28- na pág 183). haver movimento relativo das peças.
-um número limitado de posições das zonas de tole- Como IT 6 = 0,016 e es = --0,025 pelo que
rância normais ISO que vão, nos furos de A a ZC e --0,025
nos veios de a a zc (tabelas 11 e III pg. 185 e 186); 32 f6 = 32 --0,041 e o ajustamento tem:
-tolerâncias preferíveis (uso corrente na fig. 8 pg. 192); Fmax = (+0,025)- (--0,041) = 0,066;
-um dos sistemas de ajustamentos (figs. 8 e 9): Fmin =O- (--0,025) = 0,025
-SISTEMA DE FURO BÁSICO (fig. 8, pg. 192); Taj = 0,066- 0,025 = 0,041
-SISTEMA DE VEIO BÁSICO (fig. 9, pg. 193).
HI h - são ajustamentos com pequena folga, que
.3.1- Sistema de furo básico tem por limite uma folga nula.
No sistema de furo básico, o furo tem tolerância Como IT6 = 0,016 e es = O teremos:
com posição H. Com um furo H podem ser ajusta- o
dos veios em que as tolerâncias têm posições que 32 h6 =32 -0,016 e o ajustamento tem:
vão de: Fmax = +0,025- (--0,016) = 0,041
a ... h, produzindo-se um ajustamento com folga Fmin =O- (--0) = 0,000 e
(a folga é tanto maior quanto mais afastada de h Taj=0,041-0=0,041
estiver a letra de posição dada);
j ... m, produzindo um ajustamento incerto !:!li - são ajustamentos que podem apresentar
(as duas peças acopladas podem apresentar desde pequenas folgas a pequenos apertos.
uma pequena folga ou um pequeno aperto), e Como IT 6 = 0,016 e ei = --0,005 teremos:
p ... zc, produzindo um ajustamento com aperto --0,011
(o aperto é tanto maior quanto mais afastada de h 32 j6 = 32 --0,005 e o ajustamento tem:
estiver a letra de posição dada). F max = +0,025- (--0,005) = 0,030;
F min = O- (+0,011) =-0,011 ou A max.= 0,011
Em resumo, no sistema codificado ISO de furo pois folga mínima negativa significa aperto max.;
básico faz-se: Taj = 0,030 + 0,011 = 0,041
Em peças de FURO H ajustado com:
HIs - são ajustamentos com forte aperto
veios:'abc ... f g hjk m n p r s ... zc Como IT6 = 0,016 e ei = +0,043 teremos:
dando: I => folga <= I incerto I => aperto <= I +0,059
32 s6 = 32 +0,043 e o ajustamento tem:
No Sistema ISO de furo básico (furo na posição Fmax = +0,025- (+0,043) = --0,018
H, pelo que tem E/= 0), verifica-se que a: ou A min = 0,018
-Folga mínima, ajustamentos com veios de a ... h é Fmin =O- (+0,059) = --0,059;
Fmin=-es ou es=-Fmin (peçasem MMS) A max = 0,059 e
-Aperto máximo, ajustamentos de veios de j ... zc é Taj = 0,059-0,018 = 0,041
A max = es ou es =+A max (peças em MMS) OBSERVAÇÃO:
As tolerâncias dos ajustamentos são iguais para
A folga mínima ou o aperto máximo, de um os casos tratados antes, pois todos são IT6 e IT7.
ajustamento, verificam-se quando o veio e o furo têm Assim podem ser, também determinadas por:
dimensões de máximo material MMS. Taj = IT6 + IT7 Taj = 0,016 + 0,025 = 0,041
191
3· COTAGEM 56/104
+. +1--~+=. \-
--\-J. __.!.~.__!_.-H ....5!... +-J. ..:..:..._. -1+~ --J!.~-++ .....:.:_.-)..!.:: +: J,....l.Y.'
lTS I I IT3
CLASSE
-----=L
MONTAGEM I Muito fácil à mão
=>
---
ft:S~i-
Grande folga perm~e:
-dilatações
CAS => ·fracos alinhamentos
-vãos longos
o~
m
o~
m APLICA· Parafusos- porcas
:'! ÇOES=> Eixos em suportes e
rodas livres
Articulações
192
3- COTAGEM 57/104
~~
•oll)ouuuuouoo?,;;,~~~'['~'"l~;~~~~~~-~:S
@
o
c: --------------·-· -· ·-·
~~--
MONTA- Muito fácil à mão Fácil à À mão I À mão ~ob 1 Com maço de madeira Com ICom pren- IPrensado
8 GEM mão pressao martelo sa a frio a quente
m
iil CARAC Grande folga permite: Para acoplamentos que necessitam de Para aco-
~ , • -dilatações fixacão contra: nlamentos
,.... TJ:CIC,'TI_ • ,. ' •--'-
""'
>80 a 120
>120 a 180
>180a 250
-~5 ~~ +~IJ :~ .i; ~
!:
_gg ~ ~~ +f,D :~g ~1 ~
lo
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+w +_~B -~ 1, :
+Õ
9 +Jj -2~ :1
~ ~ .ik ~~
1a +;:'
~Ó .$2 !1~ ~ +r;z -~ !m
!O +120
Q +88 +40 +23 +11,5 -13 -49 0 +108 +49 +32 +25 +5 ·9 -47 0 +191 +137 +81 0 T510
>250 a 315 .J2 +56 +17 o -tt,s -36 -12 -s2 +56 +17 o -1 -27 -41 -79 -at +tto +56 o -320 +190
!:~ ~ +oS :, i.~ j~ :: ~7 ~1f !fs +gEl +~ -2~ ~ ~i l9 !~~~ +}ii +gs -ik !~~
.fs 1
>315 a 400 u
193
·----------
---~----~
3· COTAGEM 58/104
m
.3.7· Resumo· Ajustamentos ISO
Dimensões: ES (com sinal +ou-)
do furo (interior i): 00 n E/ (com sinal+ ou-) I
es (com sinal+ ou-) '
do veio (exterior): 0d n ei (com sinal + ou-)
sendo: ES- E/= ITi es · ei = ITe
s40e6
I:40H7~1
VEIO FURO AJUSTAMENTO
-Ajustamentos • sistema furo básico
·com folga oDn HI (a ... h) Fig. 13- Ajustamento cilíndrico
com Fmax.= ES- ei Fmin.=-es (MMS)
I
·com aperto oD n HI (p ... zc)
com A min. = -(ES- ei) = ei- ES
-Incerto
com folga
e aperto
A max. = es (MMS)
F max. = ES- ei
A max. = es
es = +A max.
(a tabela das posições dá os desvios ei ;
oDnHI(j,k,m)
(MMS)
VEIO
o FURO AJUSTAMENTO
194
3-COTAGEM 59/104
195
3- COTAGEM 60/104
.4.7- Estabelecer o ajustamento do Sistema ISO de .4.9- Estabeleça os ajustamentos do Sistema ISO de
furo básico, com 050 de diâmetro nominal, que tem furo normal, com diâmetro nominal028 que apresen-
folga máxima de 30 ~m e em que se pretende que a tam apertos de 18 ~m ± 17 ~m
maior frequência de montagens de pares de peças se RESOLUÇÃO:
verifique com folgas de ~10 ~m. A= 18 ~m ± 17 ~m indicam:
Deve-se optar por atribuir melhor qualidade para Amed =18~m Taj= +17- (-17)=34~m
o veio, o que é mais frequente. Amax = 18 +17 =35 ~m e, portanto, es = +35 ~m
RESOLUÇÃO: Amin=18-17=1 ~m
Admitindo que a maior frequência se verifica com Ora,- como Taj = 34 ~m, distribuindo esta tole-
os valores médios F méd ~ 1O~m rância pelo furo e pelo veio, pode-se ter:
pode-se determinar a folga mínima por: IT6+1T7 ou 13~m+21 ~m=34~m.
Fmed = (Fmax + Fmin)/2 Usando, como é mais corrente, IT 7 para o furo e
Fmin ~ -10 ~m como é uma folga negativa, IT 6 para o veio, o desvio inferior é:
trata-se de aperto máximo do ajustamento. es-ei= IT ei=+22~m
Assim, é: e entrando com este valor na tabela dos desvios dos
Amax~10~m ou es=+10~m veios determina-se a posição p.
e como Taj = Fmax+A max Assim, o ajustamento pedido é: 028 H7/ p6.
Taj~30+10 ou Taj~ 40~m OBS:. Usando IT 6 para o furo e IT 7 para o veio,
o que, por consulta da tabela dos desvios, pode ser seria: es - ei = IT ei = +14 ~m o que daria a posição
considerada como a soma IT 6 + IT 7 n e, então, o ajustamento seria
neste caso é Taj = 16 + 25 = 41 ~m. 028H6/n7
Optando por IT6 para o veio, determina-se ei
partir de IT = es- ei ei ~ --B ~m
e, por consulta da tabela dos desvios para veios,
determina-se a posição j (que tem ei = -5 ~m). .5- EXERCÍCIOS A RESOLVER
O ajustamento pedido é: 050 H7 I j6 que .5.1-Determine as folgas e I ou os apertos dos
é um ajustamento incerto, cuidado, ligeiramente ajustamentos ISO:
preso, montado com maço de madeira e usado nos 1 - 048 H1 OI a11 e calcule a folga média.
acoplamentos de tambores em veios, etc. 2- 08 H11/ d10 (aplicado em veios estriadas)
3- 010 H9/ h9 (aplicado em veios estriadas)
.4.8- Estabelecer o ajustamento do sistema ISO de 4 - 028 H7 I 16 e calcule o valor da folga média
furo básico, com diâmetro nominal de 040 e que de- 5- 063 H7 I k6 e indique ajustamentos equivalen-
verá ter: -folga máxima: ~ 100 ~m tes
-tolerância do ajustamento: ,;; 80 ~m. 6 - 040 H7 I s6 e calcule o aperto médio
RESOLUÇÃO: 7- 10 D1 OI h9 (aplicado em enchavetamentos)
Por consulta da tabela das tolerâncias funda- 8- 12 N9/ h9 (aplicado em enchavetamentos)
mentais, a soma de dois IT que é mais próxima de 9- 010 G6/ m6 (aplicado em pinos cilíndricos)
80~mé: IT8+1T8 ou 39+39=78~m= Taj. 10-010 P6/ m6 (aplicado em pinos cilíndricos)
Tratando-se de um ajustamento de furo básico,
será: Furo 040 H8 e veio 040 8 Considerando que para a dimensão nominal 56,
· de que falta determinar a posição da tolerância. o IT6 = 19 ~m e o IT7 = 30 ~m, e sem consulta das
Para tal, calcula-se a F min, fazendo: tabelas, estabeleça as folgas e/ou apertos de:
Taj=Fmax-Fmin peloque 78~100-Fmin 11 -056 H7/ js6
Fmin~22~m peloque es~-22~m 12-056 H6/ js7
Por consulta da tabela dos desvios para veios, 13- 056JS7/h6
escolhe-se a posição I (pois tem es = -25 ~m) e, 14-056 JS6/h7
como se trata de sistema de furo básico (furo H), a
folga mínima é Fmin = 25 ~m.
Portanto, o ajustamento pedido é 040 H8/ 18
emquehá: Taj=78~m e Fmax=103~m.
196
" - - """"---~"------------
3· COTAGEM 61/104
3.3.1-TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS
.1· GENERALIDADES
""'
~
N
diâmetro ~:J25 h8
(a ser analisado
~ a seguir)
ISO 5458· Toleranciamento de localização e do comprimento
ISO 5459· Relerências especif. e Sist. de referências ~
63+0 5 com limites
62,5 e 63,5
ISO/TR 5460· Verificação de tolerâncias geométricas
ISO 7083· Dimensões dos símbolos de tal. geométrico Fig. 1· Representação ortográfica com
ISO 80t5· Princípio do toleranciamento de base toleranciamento dimensional
ISO 1O578· Zona de tolerância projectada ELEMENTO REAL Reoresentação do elemento real
(em linha ondulada contínua grossa) A cota 025 h8 significa:
laçais: 1 2 ••••.••••.•• n dmin = 24,967 e
.1.2· Intervalos de tolerâncias dimensionais 'rl dmax = 25,000
As dimensões, em
As tolerâncias dimensionais delimitam as dimen- ~ualquer secção recta,
~. ls25 hBJ evem estar entre as:
sões (em qualquer local) que os elementos podem ter. entre 24,961
e 25,000 -dimensão de máximo
Considerando, por exemplo, o elemento "superlície matertal 25,000 (MMS)
cilíndrica" da ponta do veio, com representação nominal ~
-a dimensão de mínimo
(em qualquer local: 1, 2... n) matertal 24,967 (LMS)
(ideal) na fig. 1, e representação real na fig. 2 (por linha
contínua grossa ondulada) deve ser produzida de modo Fig. 2-Dimensões locais reais
ELEMENTO REAL RepiesentaÇãodoelemento real
a que, em qualquer secção recta ao longo do veio, os
diâmetros estejam entre os limites correspondentes à [o,ais: 1 2 '*'*"' ... '*' n f
Em qualquer local real os diâmetros devem estar entre dnin e dnax.
locais: 1 2 ................ n
são círculos ideais, mas formas irregulares, como, por E ENTO REAL
i:
ACS (qualquer socção recta) do
<Y em velo real (com dimensão entre
exemplo, ovalada, trilobada, apresentadas na fig. 4. _ 24,967 e 25,000) pode apresentar
Ao longo do veio real, as geratrizes não são linhas Secçao desvios do circulo ideal, sendo
irregular mais fre~uentes, os tipos mostra-
rectas ideais, mas irregulares. Na fig. 3, são represen- (caso geral) dos nas guras:
tadas perlis frequentes dos veios reais: túnel, diábolo,
~
cone ou flecha que, mesmo dimensionalmente correc- úlnax "
~
tos, podem ser incompatíveis funcionalmente. Secção 1:> Secção
"As tolerâncias dimensionais não garantem cor- avalizada trilobada
recção geométrica necessária ao funcionamento". Fig. 4· Desvios de circularidade (tipícos)
197
3- COTAGEM 62/104
l
espaço entre duas
rectas paralelas
geometricamente
perfeitas
2~
espaço entre
duas linhas
equidistantes
3
o
espaço entre dois
40
Zona em
círculos concêntricos espaço
circular
lv
A zona de tolerância geométrica especificada Fig. 5- Espaço plano limitado por duas
é, portanto, um espaço limitado por linhas ou por linhas equidistantes e por círculos
superfícies com formas geométricas ideais. Para
~ ~
2
verificação da peça, estes espaços são estabelecidos
por formas reais de boa exactidão, pelo que são
consideradas formas teoricamente exactas. espaço entre dois
espaço entre dois planos aspa~ entre duas
De acordo com a característica toleranciada, a I paralelos SúDEnf cies-ãaUidist. cilindros coaxiais
zona de tolerância geométrica pode ser um espaço: Fig. 6- Espaço entre duas superflcies
-numa superfície plana (fig.5) limitada por duas linhas equidistantes
paralelas (rectas ou curvas), ou uma coroa circular, 2 Tolerância prece- 3 Tolerância gre-
~~ &
cedida de a
ou um círculo;
Sst
-limitado por dois planos paralelos, ou duas superfícies
equidistantes, ou dois cilindros coaxiais (fig. 6);
--paralelepipédico, ou cilíndrico, ou esférico (fig. 7). EsJja9"
Espaço paralelepipédico Espaço cilíndrico ot e énco Sot
Na fig. 8-1, é mostrada a largura da zona de tole- Fig. 7-_Espaços simples
rância estabelecida, caso geral, segundo a direcção CASO GERAL
Direcção da medição sempre
perpendicular à geometria especificada, qualquer que perpendicular ao perfil
seja a direcção da linha de indicação.
~
A fig. 8-2, mostra o caso em que se pretende ter
uma direcção particular, sendo dado o ângulo.
Não havendo qualquer especificação restritiva, "a
tolerância geométrica deve ser controlada em toda CASO PARTICULAR
Direcção da medil(ão
a extensão do elemento real (em fabricação)". a 70" com o etxo
~
.1.4- Quadro de tolerâncias geométricas
As tolerâncias geométricas são inscritas nos
desenhos industriais, usando quadros rectangulares t
(figs. 9 e 10), divididos em duas ou mais casas.
Nas casas, a partir da esquerda, são indicados:
-símbolo da característica geométrica a toleranciar;
-valor da tolerância (sem mencionar o símbolo da
unidade quando é o mm). O valor da tolerância de
um elemento é precedido de "e" quando a zona de
tolerância é circular ou cilíndrica (fig. 1O), e precedido
de "Se" quando a zona de tolerância é esférica.
-letra, ou letras, que indicam a, ou as referências
especificadas, ou o sistema de referência.
Do quadro de tolerâncias parte, de qualquer lado
do quadro, uma linha que se continua por uma linha
de indicação em que a seta vai ligar à representação
nominal do elemento toleranciado (ver figs. 9 e 10).
Os símbolos gerais, a usar em tolerâncias geo-
métricas, são dados no quadro da fig. 11 (pág. 199). Fig. 1O-Quadros de tolerância geométrica
198
3· COTAGEM 63/104
m~~
lê-se:
cn
oCl [g INDICAÇÃO DO
ELEMENTO DE
REFER~NCIA
"relativa·
mente a" ~-
:5 ESPECIFICADA
[Q] IAI,~t
o CIRCUlARIDADE To
® er
!;!1 INDICA~ÃO DE
cn REFER NCIAS
O· PARCIAIS 2
~
:::;;
CILINDRICIDADE T,
11:1 ~j (ISO 5459)
w rrr oah
~
IP'l,h
-' ®
om
w
PERFIL DE UMA 3 X 3 sS
LINHA QUALQUER To X X-------)(
h (ponto) (recta)
PERFfL DE UMA SU-
PERF CIE QUALQUER T. §] 18 14h!:i) INFORMAÇÕES
DIMENSÃO TEORICAMENTE
EXACTA [ill] 1125 I !:il
TOLERÂNCIAS DE ORIENTAÇÃO
=:®]~
ZONA DE TOLERÂNCIA
PARALELISMO Jj,
[ZZ] Olh 'LOt 0.1h
1
PROJECTADA
(ISO 10578) 1,6h
~~
CONDIÇÃO AO ESTADO LIVRE
PERPENDICUlARIDADE
T~ [IJ -;r (PEÇAS NÃO RfGIDAS)
T T 1411 (ISO 10579) 1,6h
ANGUlARIDADE
~nclinação)
~
[ZJ 161li PRINCÍPIO DE INDEPENDÊNCIA ISO 8015
TOLERANCIAMENTO
IS08015· PR~CIPIO
DE INDEPEND NCIA (ISO )
TOLERANCIAMENTO
ISO 8015
cn TOLERÂNCIAS DE POSIÇÃO 8015
oCl
~ ~
LOCALIZAÇÃO T+ REQUISITO DE
tfl
<(
o
z ENVOLVENTE
(IS08015)
© t,6h
m:
h
~
~·9
CONCENTRICIDADE T0 Mr,IR REQUISITO DE
w
o:
cn
{para centros)
co~~LID~~~
[@] =
MAXIMO MATERIAL
(IS02692) t,6h
o arae1xos
,....
~
LMR REQUISITO DE
w
z SIMETRIA T~
~~ ttc ~
:::;;
w o~ 1,4h
(IS02692)
-'
w
TOLERÂNCIAS DE BATIMENTO ZONA COMUM cz c~
NÃO CONVEXO NC EXEMPLOS:
BATIMENTO CIRCUlAR
r, []] I ~ SECÇÃO RECTA QUALQUER ACS
ILJ!o.o4 czl
Ulh 0,1h '
DIÂMETRO INTERIOR LO
BATIMENTO TOTAL Tu
199
3- COTAGEM 64/104
~
.2.1- Elementos com tolerâncias geométricas
Aseta não está no prolonga- ~O
04
As tolerâncias (dimensionais e geométricas) a menta da linha de cota
aplicar a cada elemento, vão definir a zona do espaço
onde deve estar compreendido o elemento real
Neste caso só as geratrizes
do cilindro de menor diâmetro
t··ft'"'" ··-·
têm tolerância de rectitude.
''
·
---
(elemento da peça fabricada).
Como tolerâncias geométricas, de acordo com as Fig. 12- Rectitude da geratriz
r-
características geométricas, são aplicadas: No prolongamemo
'"
da linha de cota r-f-lso.o4!
I
-tolerâncias de forma, a elementos isolados da peça O eixo do
-tolerâncias de orientação, tolerâncias de posição e cilindro de ~
O:ãi
O Elementos separados de uma peça (fig. 15) que
têm tolerâncias de valores iguais, estas podem ser {~ ~
representadas num só quadro de tolerância
O Quando uma tolerância única é aplicada a vários
~-~
elementos separados de uma peça, mas constituindo
uma zona comum, deve-se colocar o símbolo de zona Fig. 17- Indicação de parte do ele•mento
comum "CZ", no quadro de tolerância, logo a seguir ao peça com tolerância diferente da restante
valor da tolerância (ver fig. 16). uuas tolerâncias
O Quando só uma parte da peça tem tolerância geo- da geratriz:
-rectitude
métrica de melhor qualidade, deve ser usada (fig. 17). -perpendicu 1ridade
uma linha grossa a traço longo- ponto para assinalar a relativamen ~à face
de referiênc1 l. assina-
situação dessa parte, com a colagem respectiva lada por A
O Quando se pretende que seja aplicada, a um dado
elemento, mais do que uma tolerância geométrica, o
toleranciamento deve ser expresso pelos quadros de Fig. 18- Indicação de mais do que uma
tolerância respectivos colocados juntos (ver fig. 18). tolerância para um mesmo elemento
200
-------~- ..
3- COTAGEM 65/104
t..nl-1
N
~
l
-------
~-
T - 0 05
Lf"l- - '
zona
plana de
to!erã~cia
de geratnzes
geratriz
Qualq~er geratri~ do cilindro com
tolerâncta de rectitude deve estar
contida entre duas rectas
paralelas teoricamente exactas
que distam entre si de 0,05 mm e
podem ter qualquer orientação.
w
EXEMPLO DE APLICAÇÃO:
RECTITUDE DA GERATRIZ
com tolerância média O, 1mm/m
----
11
71mm=0,071m
T _
-- 0•1x 0•07
]:_ = 0,007
Do~
encontrar-se no interior da zona fina média mento H K L
de tolerância limitada por dois 0,04 0,1 ~10 0,02 0,05 0,1
planos paralelos entre si, que mm/m mm/m S30 0,06 0,1 0,2
distam de 0,06 mm. do ma~or ~too O. t 0,2 0,4
comprimento 5300 0,2 0,4 0,8
~t 000 0,3 0,6 t ,2
zona de tolerância
I 53000
VALORES DAS TOLERÂNCIAS
0,4 0,8 t ,6
I CIRCULARIDADETJ To_ 0 08 Tolerância de circularidade ISO 2768-2
9
I= - • O 9ontorno de uma qualquer
secçao recta deve estar entre
Individuais
. gerais
~ dois cfrculos teoricamente exac- fina médta
c; .s tos, complanares e concêntri- JTS IT8 To= 7õ
~ e cos que distam 0,08 mm, entre d d"" t Tolerância de circulari
!:Q -c si O 1ame ro dada faz-se igual ao valo
~ • da tolerância do diâmetro
o massempre
~
w
To~V (tabela abaixo)
·~!CILINDRICIDADE T., I zona de tolerância Tolerância de cilindricidade 0,02 0,04 Não "'o P'•"riw
cn _ A superffcie cilíndrica da p~ça mm/m mm/m TK:i gerais
1:1 0,05 Tf:1~0,05:? real deve estar compreendida o desvio de cll!ndrlclda·
--
1:. entre dois cilindros teoricamente de resulta da combina-
~ exactos e coaxiais que distam ção de:
~/ 0,05 mm. T0 com T_
./
63 ± 0.5 Ooe To com Ji,
I I.:..P=ER.:._F-:;IL::D::E::U::M::.:A..:..=:LI:..:NH:.:A~Q:.:U:..:A=LQ=U::E::R.:._l~n~l
•· .
~olerância do perfil de uma
hnha qualquer
M é substituldo
~@
zona de tolerancta A zona de tolerância é limitado
.. ·~ ~c. por duas linhas envolventes de por To
. 1 círculos com centros na linha
12om! te6ricd ·· geométrica teórica e com diâme-
arfi/ real tro Tn = 0,08 mm, que estão em
I numptanoparateto qualquer secção por um plano
ao plano de projecção paralelo ao plano de projecção.
JPERFIL DE UMA SUPERFÍCIE QUALQUER To! Tolerâ~cla do perfil de uma
1'------:===o-----------=:l I superf1cle qualquer r..
~
zonadetolerância • . • . . por o
A zona de tole~a.ncta e llmttado Os valores Os valores destas
por duas superftctes envolventes destas colunas colunas são dados na
de esferas com centros na super- são aproxima· norma ISO 2768·2 e
fície geométrica teórica e com dos.Estes valo· destinam-se a ser
diâmetro T0 igual a 0,08 mm. res destinam·se usados nas Oficina~ ~e
a ser usados acordo com a prec1sao
nos e)!ercfcios. oficinal prescrita.
Fig. 19- Extrato de toleranciamento geométrico
201
3· COTAGEM 66/104
no mas não no
.3.1· Elemento de referência especificada prolongamento da -11 - - - -1-lt
linha de cota.
As tolerâncias geométricas de posição, de orienta·
ção e de· batimento de um elemento são estabeleci· Fig. 21- Referência especificada-geratriz
das e controladas em relação a um outro elemento, -
A
-
de boa exactidão, tomado como referência especifi·
cada. O elemento de referência é considerado como ~
~
li ~
onde se coloca uma letra de referência que é repetida dereterência
é o plano
num quadrado do quadro de tolerância (fig. 20). A linha de cota mediano do
O triângulo de referência tem a base apoiada: curta não leva diedro com
setas intenores 60'(teorl·
-sobre a linha que representa o contorno do elemento camente
exacto)
ou sobre o seu prolongamento, mas claramente
separado da linha de cota, se a referência específica Fig. 23- Eixo Fig. 24· Plano mediano
é uma linha (aresta, geratriz), ou um plano
/fi\1 :~·
(face) do objecto, como mostra a fig. 20; ou
-sobre a linha de extensão, no prolongamento da linha
de cota, quando a referência especificada é o eixo
(fig. 22 e 23) ou o plano mediano (fig. 24) ou o centro,
assim referenciados. Se há pouco espaço, o triângulo
~
de referência substitui uma seta (fig. 23). Fig. 25· Plano Fig. 26· Esp.restritiva
A referência especificada pode ser apenas uma
parte reduzida de um dado elemento, casos da coroa
circular (fig. 25) e da porção cilíndrica (fig. 26); sendo
cotadas as zonas de referência especificada. l@lso,tiA-BI
Quando há necessidade de uma referência espe·
cificada comum para dois elementos, são usadas duas Referência espe·
cificada comum
letras separadas por um traço de união, inscritas na
terceira casa do quadro de tolerância, fig. 27. Fig. 27· Quadros de tolerância (exempls)
202
IPERPENDICULARIDADE T.L I zona de tolerância Tolerância de perpendicu- 0,1 0,4 ,;100 0,2 0,4 0,6
!aridade de um eixo em relação a mrnim mrnim ,;soo 0,3 0,6 1
ij3
eixo teórico uma base plana ,;1000 0.4 0,8 1,5
---- O eixo do veio cilíndrico deve estar ,;3000 0,5 1 2
zona c!lfndrlca que no interior do cilindro de diâmetro
contém o eixo real 0,04 e de eixo perpendicular ao
face de referência c plano de referência C
Tolerância precedida de o
zona de tolerância cilfndrica
~?
>-{I] teórica do eixo interior de um cilindro de O, 1 de tolerâncias
diâmetro que tem eixo teórico esta- dimensionais
~ j!} zona de
belecido pelas coordenadas teori-
camente exactas e é perpendicu-
lar (teoricamente exacta) à base de
das coordenadas
7ó
~L ~ tolerância relerência A da peça.
ICOAXIALIDADE rol zona de tolerância Tolerância de coaxialidade fina média
@ .a0.1 A A~
de eixos
O eixo toleranciado deve estar 0,005 0,02 usar:
~~
dentro de uma zona cilfndrica de O, 1
de diâmetro com eixo teórico que é r,q;
--- --- o prolongamento do eixo de
referência A.
zona de tolerância
I SIMETRIA r~ I '-' Tolerância do simetria compri·
fina médi< manto H K L
9~
O plano mediano da ranhura deve
estar entre dois planos paralelos que ,;100 0,5 0,6 0,6
0,02 IT 11 ,;soo 0,5 0,6 1
distam 0,06 e simétricos em relação
,;1000 0,5 0,8 1,5
~
ao plano mediano de referência A
,;3000 0,5 1 2
.
r
IBATIMENTO CIRCULAR T! radial! . .. ~ Tolerância de batimento
~B
+----+---
'~"''"''
rota~o
/eixo comum
R
~
O batimento radial não deve exceder
0,08 em cada plano de medição
durante uma rotação completa da
peça em tomo do eixo de referência
comum A-8
compri
fina média menta H K L
todos 0,1 0,2 0,3
r~ ~
exceder 0,08 em todos os pontos da todos 0,1 0,2 0,3
superffcie durante várias rotações
+----+--- ixo comum
da peça em tomo do eixo comum de
referência A- 8.
Fia. 28- Extraio de toleranciamento aeométrico
203
----------------·--
3- COTAGEM 68/104
com eles relacionados, pelo que se torna necessário As dimensões de referência I1I] e-!KI
fazer um requisito complementar para o elemento de são dimensões teoricamente
exactas {em relação à tolerância de localização prescrita),
referência (por ex.: máximo material, etc.). que determinam a localização teórica do eixo do furo em
relação às faces de referência: A B C.
As referências especificadas no desenho indicam os
Os elementos de referência são caracterizados elementos da peça real que vão servir como elementos de
pelas suas formas (rectitude, planeza, etc.) e pelas referência. As faces da peça real [!\] [[J []
suas dimensões (lineares e angulares) de posição e de são elementos de referência teoricamente exactos.
orientação, teoricamente exactas. Fig. 31- Imobilização de uma peça real
204
---·-··--------------------
3- COTAGEM 69/104
tM~
elemento da peça, são estabelecidas a partir de "'
"'
o
o"
referências especificadas formadas por sistema de +•
~
elementos teoricamente exactos da peça reaL localização
ESCALAI teórica do conto
25±0.035 ESCALA 100,1
.4.2- Dimensão teoricamente exacta de referência
Na localização de um ponto qualquer de uma
peça eram somente usadas coordenadas com tole-
ranciamento dimensional (ver a fig. 32).
Ao prescrever tolerâncias geométricas de locali-
zação de um qualquer ponto de uma peça, é estabe-
lecida uma zona de tolerância circular (ver a fig. 33).
Neste caso, para evitar a acumulação de tolerâncias,
é habitual reduzir· as tolerâncias dimensionais relativas
às coordenadas, tomando-as como dimensões teori-
camente exactas de referência para estabelecer a
localização teórica do elemento toleranciado.
Nas dimensões teoricamente exactas de refe-
ruJ
A tolerância geométrica de localização do
rência é considerado que as suas tolerâncias são ponto é de 00,1 e as coordenadas enquadra-
desprezadas na presença da tolerância geométrica das25e15dopontosãoteoricamenteexactas •I "•"' I'
(tolerâncias dimensionais muito inferiores à Olado do quadrado ins-
prescrita para o elemento. tolerância geométrica de localização, para crito é diâmetro N2.
serem desprezáveis). Neste exemplo, para O circulo tem uma área
As distâncias do ponto às faces laterais de refe- obter uma igual el!(aclidão da localização, malor1,57vezesdo~ue
deveriam ser usadas tolerâncias dimensionais a~ do quadrado ln&-
rência, são consideradas coordenadas teoricamente das coordenadas, que garantissem ter o ponto ~~,!!!;~ ~~!!!1?!~
exactas de referência, caso das coordenadas rectan- dentro da zona de tolerância geométrica.
205
·----·-··------ ..- - - - - · - - - - - - - - - - - -
3- COTAGEM 70/104
~
face
mentos reais real
Para proceder à verificação, numa peça real, das ·-:---..
ferência /',;>
tolerâncias expressas no desenho, de acordo com as ecificada ./·
referências especificadas, podem ser usados os: Elemento integral nominal ./Referências:
Elemento A
-elemento de referência da peça real (elemento da Integral real
Geometria exacta {teórica, ideal)· (lace A, da peça
peça produzido com boa precisão na fase inicial da plano gP.nmP.trica a.s..c:ociado real, teorica- ,
mente exacta)
execução), relativamente ao qual se faz o controlo dos
~
elementos toleranciados, com ele relacionado, como já PEÇA REAL Elemento de
__ _
foi tratado antes; ou . - -·_ referência
associado
-elemento de referência associado, ou seja, um I========~""'""--
PlANO DE MEDIDA (mármore) (plano teorica·
mente exacto)
elemento real de forma adequada e de maior exactidão Fig. 35- Superfície plana como referência
geométrica do que os elementos de referência que vão e elementos de referência.
simular. No exemplo da fig. 35, o elemento de referência
(base da peça real) vai ser associado por um plano de [ill
medida.
O elemento de referência associado deve ser
disposto de modo a que a distância para o elemento de
referência (da peça real) seja o menor possível.
No exemplo da fig. 35 é dado o desenho de uma
peça em que a base é tomada como referência teori-
camente exacta especificada A. A esta face é asso-
ciada a face de um plano de medida, tomado como
elemento de referência associado, a partir da qual é
feita a medição das distâncias para outros elementos.
206
.6.1· Generalidades
Na peça produzida, a face (elemento real), usada
como elemento de referência primária, tem os três ~
pontos mais salientes em contacto com a referência
associada. Deste modo, as várias peças a controlar
podem dar lugar a diferentes posições de apoio à
peça. Torna-se, portanto, necessário usar referências
parciais (ponto, linha ou zona limitada, do elemento
de referência) que vão estabelecer as referências
especificadas, figs. 37, 38 e 39.
Representação
.6.2· Representação gráfica ortográfica de
Uma referência parcial é inscrita no desenho num uma peça com
especificação
quadro de referência parcial que tem forma circular, de referências
com d = 4h (h altura das letras), dividido a meio por Cl) \C2) parciais
uma linha horizontal (figs. 11 e 37). Fig. 38· Desenho com referências parciais
Na casa superior são indicadas informações
complementares, como por exemplo, a dimensão da B é referência terceária PEÇA COM APOIOS NO
81 encosta ao PLANO A VISTA POR
zona de referência parcial. Quando esta indicação não plano 8 de DEBAIXO
cabe na casa respectiva, é usada uma linha que liga a medida
casa às dimensões da zona, fig. 37.
Na casa inferior é inscrita a letra que representa ·,
o elemento de referência e um número de ordem de ' '·
referência parcial, fig. 37.
A referência parcial pode consistir (fig. 38), em:
~--- -[1
-ponto que é indicado por uma cruz, a traço grosso;
~ (~
-segmento que é indicado por duas cruzes ligadas por C1 e C2 ""'-- A1,A2eA3
uma linha a traço contínuo fino; encostam ao "'--·, . apoiam-se num
-zona do elemento de referência que é delimitada plano Cde medida: '......_!..... plano A de medida;
C é referência secundária A é referência primária
por uma linha a traço fino misto com dois pontos e ·
OBSERVAÇÕES:
tracejada interiormente. Uma peça livre no espaço tem seis graus de liberdade
O quadro de referência é ligado ao símbolo de (três em translacção e três em rotação). A imobiHzação da
peça é feita em relação a um referencial trirrectangular
referência parcial por uma linha de referência terminada associado, suprimindo os seis graus de liberdade.
por uma seta. A peça é aplicada sobre os contactos, pontuais ou com
pequenas áreas, por acção de forças, que não devem
Os símbolos devem ser colocados na vista que produzir defonnações na peça.
mais claramente mostra a superfície considerada e as
suas posições devidamente cotadas (ver fig. 38). Fig. 39· Disposição dos apoios-contactos
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