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PORTUGUÊS – PROF. DÉCIO TERROR
Primeiro assunto a ser observado é a interpretação de texto, acumulando um
índice de quase 20% das mais de 200 provas analisadas.
Elementos de coesão
Coesão referencial: é o recurso em que se usa uma palavra que faz referência a
uma anterior (recurso anafórico) ou a uma posterior (recurso catafórico).
Conheço a cidade A. Ela é linda. (recurso anafórico)
Cidade linda mesmo é esta: Rio de Janeiro. (recurso catafórico)
A banca CESPE cobra a quem a palavra se refere. Praticamente toda prova tem
uma questão desse tema. Então, muita atenção!!!!
Coesão recorrencial: quando há reiteração de vocábulos para enfatizar e sustentar
argumentos: Estudar envolve vontades: vontade de melhorar de vida, vontade de se
testar, vontade de vencer, vontade de sobrepujar outras vontades.
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Coesão sequencial: é o uso das conjunções e dos chamados operadores
argumentativos, ou seja, palavras ou expressões que ligam os argumentos dando-lhe
coerência. Veja algumas:
Conjunções
As conjunções são muito importantes nas provas da banca CESPE.
Normalmente, pede-se para substituir uma conjunção por outra de igual valor ou se
pergunta o sentido de determinada conjunção, normalmente as conjunções
coordenativas adversativas “mas, porém, contudo, entretanto”, as explicativas
“porque, porquanto, pois” e as subordinativas adverbiais concessivas “embora,
conquanto”. Veja as mais importantes:
As conjunções coordenativas podem ser:
a) aditivas: e, nem, não só..., mas também...
b) adversativas: mas, todavia, porém, contudo, no entanto, entretanto
c) alternativas: ou, ou... ou, já...já. quer...quer, ora...ora, seja...seja, nem...nem.
d) conclusivas: logo, pois (após o verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.
e) explicativas: que, porque, pois, porquanto.
Pontuação
a. Casos em que não se usa vírgula
1) Entre sujeito e predicado; entre verbo e seus objetos; entre nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio) e complemento nominal; entre nome e adjunto adnominal:
Aos servidores recém-empossados o Presidente desejou sucesso.
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2) Entre a oração principal e a subordinada substantiva:
É necessário que Vossa Senhoria esteja presente.
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15) Antes da conjunção e, quando inicia oração cujo sujeito é diferente do sujeito da
oração anterior (para evitar leitura incorreta): O Presidente chamou à tribuna o
homenageado, e o Deputado iniciou seu discurso.
16) Antes das conjunções “e”, “ou” e “nem”, quando se repetem no início de cada
oração:
Ou vota-se, ou discute-se, ou encerra-se a apreciação da matéria.
Não apareceu, nem telefonou, nem mandou recado.
17) Para separar as orações adverbiais deslocadas, inclusive as reduzidas:
Quando o professor entrou, os alunos se levantaram.
Ao entrar o professor, os alunos se levantaram.
18) Para isolar as orações adjetivas explicativas:
Lembre-se de nós, que sempre o apoiamos.
19) Para isolar frases intercaladas ou parentéticas:
As leis, não custa lembrar, são feitas para ser cumpridas.
c. Casos em que a vírgula é facultativa
Relembre aqui que, nas intercalações, ou se empregam duas vírgulas, ou não se
emprega nenhuma.
A vírgula é opcional:
1) Antes da conjunção nem, quando usada uma só vez:
Não achou nada(,) nem ninguém.
2) Com as expressões pelo menos e no mínimo:
Pode-se dizer(,) no mínimo(,) que sua reação foi imprudente.
3) Nos adjuntos adverbiais que se encontram na ordem direta (não estão antepostos,
nem intercalados): Ele saiu (,)ontem pela manhã.
Nos adjuntos adverbiais deslocados de pequena extensão:
Aqui(,) são elaboradas as leis federais.
4) Com o período na ordem direta, diante de orações subordinadas adverbiais:
O Presidente considerou os requerimentos antirregimentais e inconstitucionais(,)
quando foram apresentados à Mesa.
5) Antes das conjunções explicativas (pois, porque, etc.):
Chega de barulho(,) pois muito estrago já foi feito.
6) Após as conjunções conclusivas (logo, portanto, etc.) e as adversativas, com
exceção de mas (entretanto, no entanto, todavia, etc.), quando iniciam a oração:
Todos trabalharam muito; portanto(,) merecem descanso. Provei o equívoco. No
entanto(,) o erro não foi corrigido.
Observação: Sempre cai nas provas da banca CESPE a possibilidade de substituição
da dupla vírgula por duplo travessão ou parênteses nos termos explicativos
intercalados:
Anita, amiga da escola, passou em primeiro lugar.
Anita – amiga da escola – passou em primeiro lugar.
Anita (amiga da escola) passou em primeiro lugar.
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para a compreensão lógica da frase. Vem sempre separada da oração principal por
vírgula.
O Brasil, que é o maior país da América do Sul, tem milhões de analfabetos.
A escola, que é o berço do saber, deve ser valorizada.
Quase toda prova pede o motivo da vírgula (separar oração de natureza
explicativa) ou pergunta se a vírgula pode ser retirada sem mudança de sentido.
Sempre que se inserir vírgula para separar a oração adjetiva, o seu sentido passa a
explicativo. Sempre que se pedir para retirar a vírgula da oração adjetiva, o sentido
passa a restritivo. Assim, o sentido muda SEMPRE.
Quando o sujeito composto estiver posposto ao verbo, este poderá concordar com todos
os núcleos (plural) ou com o mais próximo (concordância atrativa):
Discutiram muito o chefe e o funcionário. Discutiu muito o chefe e o funcionário.
Se houver ideia de reciprocidade, o verbo vai para o plural:
Estimam-se o chefe e o funcionário.
2. Indeterminado: aquele que não está identificado:
a) Com o verbo na terceira pessoa do plural sem o sujeito escrito no texto:
Falaram bem de você. Colocaram o anúncio. Alugaram o apartamento.
b) Com o “índice de indeterminação do sujeito” se + verbo transitivo indireto (VTI) ou
intransitivo (VI) ou de ligação (VL), no singular:
Trata-se de casos delicadíssimos. (verbo transitivo indireto)
Vive-se melhor fora das cidades grandes. (verbo intransitivo)
É-se muito pretensioso na adolescência. (verbo de ligação)
3. Oração sem sujeito: quando a oração tem apenas o predicado, isto é, o verbo é
impessoal. É importante saber quando uma oração não possui sujeito, tendo em vista que o
verbo deve se flexionar na terceira pessoa do singular:
I - Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Venta muito naquela cidade. Amanhã não choverá.
II - Verbo haver significando existir, ocorrer:
Havia muitas pessoas na sala. Há vários problemas na empresa.
Quando esse verbo for o principal numa locução verbal, seu verbo auxiliar não pode se
flexionar. Veja:
Deve haver vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas objeto direto)
Tem havido vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas objeto direto)
Está havendo vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas objeto direto)
III - Verbos haver e fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno natural:
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Já faz meses que não viajo com ele. (É a primeira oração que não tem sujeito)
Há três anos não vejo minha família. (É a primeira oração que não tem sujeito)
IV- Verbos ser, estar e ir (este, quando seguido de para) na indicação de tempo.
São três horas. Hoje são dez de setembro. Hoje está muito frio.
O verbo “ser” tem concordância peculiar e é o único que, mesmo não possuindo sujeito,
concorda com o indicador de tempo.
A estrutura-padrão da crase
preposição
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Na frase 8, “me referi” exige preposição “a”, e o pronome relativo “a qual” é iniciado
por artigo “a”, por isso há crase.
Na frase 9, “me refiro” exige preposição “a”, “aquela” possui vogal “a” inicial (não é
artigo) e “a” tem valor de “aquela”, por isso há duas ocorrências de crase.
Muitas vezes o substantivo feminino está sendo tomado de valor geral, estando no
singular ou plural, e por isso não admite artigo “a”. Outras vezes esse substantivo recebe
palavra que não admite artigo antecipando-a, por isso não haverá crase. Veja os exemplos
abaixo em que o verbo transitivo indireto exige o objeto indireto:
Os substantivos “leis”, “lei” estão em sentido
geral, por isso não recebem artigo “as”, “a” e
Obedeço a leis.
não há crase. Na segunda frase, o que
ratificou o sentido geral foi o substantivo Obedeço a lei e a regulamento.
masculino “regulamento” não ser antecedido
do artigo “o”.
Note, agora, com verbo terminado em “ir”. A retirada do “r” não faz com que
haja acento, pois não se acentua oxítona terminada em “i”:
Vou partir o bolo. Vou parti-lo.
VTD + OD VTD + OD
Porém, acentua-se a palavra que possua hiato em que a segunda vogal seja “i”.
Veja:
A prefeitura vai construir uma ponte. A prefeitura vai construí-la.
VTD + OD VTD + OD
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Refiz o documento. Refi-lo.
VTD + OD VTD + OD
Quando o verbo transitivo direto terminar com “m” ou sinal de nasalização (~),
recebe “n”:
Cantam a música. Cantam-na. Põe a música! Põe-na!
VTD + OD VTD + OD VTD + OD VTD + OD
Os pronomes “lhe, “lhes” ocupam as funções sintáticas de objeto indireto,
complemento nominal, além de poder possuir valor de posse.
Objeto indireto: Complemento nominal:
Paguei ao músico. Paguei-lhe. Sou fiel a você. Sou-lhe fiel.
VTI + OI VTI + OI VL + predicativo+CN VL+CN+
predicativo
Valor de posse:
As pernas dela doem. Roubaram a sua bolsa.
Sujeito + VI VTD + OD
Doem-lhe as pernas. Roubaram-lhe a bolsa.
VI + sujeito VTD + OD
Colocação pronominal
Primeiro, devemos nos lembrar de que os pronomes oblíquos átonos “o, a,
os,as” cumprem a função de objeto direto (comprei-o.), e os pronomes “lhe, lhes”
podem ser objeto indireto (Obedeço-lhe), complemento nominal (Tenho-lhe
obediência) e ainda podem ter valor de posse (Doem-lhe as penas).
Os pronomes oblíquos átonos são “me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes”.
Em função da posição do pronome em relação ao verbo, classifica-se em:
• próclise - antes do verbo (Nada se perde)
• mesóclise - no meio do verbo (Dirigir-lhe-emos a palavra)
• ênclise - depois do verbo (Fugiram-nos as palavras)
A regra geral diz que se deve colocar o pronome enclítico, desde que não haja palavra
“atrativa” que levará o pronome para antes do verbo (próclise).
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Ex.: Alguém me ajude a sair daqui / Isso te pertence / Ele que se vestiu de verde
está ridículo.
e) advérbio (não seguido de vírgula) e numeral “ambos”
Ex.: Aqui se vê muita miséria. Aqui, vê-se muita miséria / Ambos se olharam
profundamente.
f) em frases exclamativas (começadas por palavras exclamativas) e optativas
(desejo): Deus te guie! / Quanto sangue se derramou inutilmente!
• Uso de mesóclise:
Respeitados os princípios de próclise, há mesóclise caso o verbo esteja nos tempos
futuros do indicativo.
Ex.: dar-te-ia = daria + te / dar-te-ei = darei + te
Diante da plateia, cantar-se-ia melhor. / Os amigos sinceros sentir-nos-ão saudades.
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“Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa Senhoria nomeareis vosso...”).
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Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais
comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede,
abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
(espaço para assinatura)
NOME
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Lembre-se:
a) Você deve estar relaxado(a), tranquilo(a) no dia da prova. Então evite comidas
pesadas no dia anterior.
b) Leve este material para ser lido também nos minutos antes da prova.
c) Não perca tempo em uma questão. Se você “não sabe” ou observa que “é muito
extensa e complicada”, pule para a próxima, isso o(a) deixará mais ágil e confiante.
d) Separe pelo menos 10 minutos para marcar o cartão de resposta com calma.
e) Determine o tempo para a realização de cada parte da prova e CUMPRA.
f) Lembre-se: A PROVA É DIFÍCIL PARA TODO MUNDO! TENHA CALMA E BOA
SORTE!!!
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REGIMENTO INTERNO DO STJ – PROF. PAULO GUIMARÃES E FABRÍCIO RÊGO
Aula 00
INFORMAÇÕES BÁSICAS DO STJ
COMPOSIÇÃO 33 Ministros
QUANTIDADE DE
TURMAS SEÇÕES
MEMBROS
5 Ministros 1a Turma
1a Seção
5 Ministros 2a Turma
5 Ministros 3a Turma
2a Seção
5 Ministros 4a Turma
5 Ministros 5a Turma
3a Seção
5 Ministros 6a Turma
A Corte Especial será integrada pelos quinze Ministros mais antigos e presidida
pelo Presidente do Tribunal.
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Aula 01
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X - títulos de crédito;
XI - registros públicos, mesmo quando o Estado
participar da demanda;
XII – locação predial urbana;
XIII- habeas corpus referentes às matérias de sua
competência;
XIV- direito privado em geral.
COMPETÊNCIA DO PLENÁRIO
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membros dos Tribunais Regionais Federais
ou dos Tribunais de Justiça.
I – nos crimes comuns, os Governadores Essas pessoas contam com o chamado “foro
dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes privilegiado”. Na realidade o mais correto
e nos de responsabilidade, os dizer foto por prerrogativa de função. Isso
Desembargadores dos Tribunais de Justiça significa basicamente que, quando essas
dos Estados e do Distrito Federal, os pessoas são acusadas de crimes, elas são
membros dos Tribunais de Contas dos julgadas diretamente pelo STJ, e não por
Estados e do Distrito Federal, os dos Juízes ordinários.
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
Regionais Eleitorais e do Trabalho, os Para fins de prova, o importante aqui é
membros dos Conselhos ou Tribunais de diferenciar as pessoas que são julgadas
Contas dos Municípios e os do Ministério pelo STJ nos crimes comuns daquelas que
Público da União que oficiem perante são julgadas por crimes comuns e também
Tribunais; por crimes de responsabilidade.
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O habeas corpus é uma ação constitucional
II – os habeas corpus, quando for que tem por finalidade garantir o direito à
paciente qualquer das pessoas liberdade de locomoção. Paciente é o nome
mencionadas no inciso anterior; dado à pessoa cuja liberdade está sendo
restringida.
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normativo suscitadas nos processos de inconstitucionalidade surgida num
submetidos ao julgamento do Tribunal; processo de competência do STJ. Nesses
casos a inconstitucionalidade da norma não
é o objeto principal do processo, mas sim
uma espécie de argumento.
XIV - revogado
OUTRAS ATRIBUIÇÕES...
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Coordenador do Centro de Soluções
Consensuais de Conflitos do Superior
Tribunal de Justiça;
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entre Tribunal e Juízes a ele não vinculados (por meio das seções), por sua vez, é
e Juízes vinculados a Tribunais diversos; competente para julgar os conflitos entre
quaisquer outros Tribunais, ou entre um
Tribunal e Juiz vinculado a outro Tribunal,
ou ainda entre Juízes vinculados a
diferentes Tribunais.
OUTRAS ATRIBUIÇÕES...
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COMPETÊNCIA DAS TURMAS
I - processar e julgar, originariamente:
a) os habeas corpus, quando for coator
Governador de Estado e do Distrito Federal,
Desembargador dos Tribunais de Justiça
dos Estados e do Distrito Federal, membro
No processamento do habeas corpus,
dos Tribunais de Contas dos Estados e do
chamamos de coator a pessoa a quem é
Distrito Federal, dos Tribunais Regionais
atribuída a restrição da liberdade do
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais
paciente. A depender de quem é o coator
e do Trabalho, dos Conselhos ou Tribunais
ou de quem é o paciente, o Regimento
de Contas dos Municípios e do Ministério
designa órgãos diferentes do STJ para
Público da União que oficie perante
julgar.
Tribunais;
b) os habeas corpus, quando o coator for
Tribunal cujos atos estejam diretamente
subordinados à jurisdição do Superior
Tribunal de Justiça.
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NÃO SE CONFUNDA!
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- Entre quaisquer tribunais,
ressalvada a competência do
STF (CF, art. 102, I, o), bem
Entre relatores ou Turmas assim entre Tribunal e Juízes
Conflitos de a ele não vinculados e Juízes
Competência integrantes de Seções diversas,
ou entre estas. vinculados a Tribunais
diversos;
- Entre relatores e Turmas
integrantes da Seção
Entre autoridades
administrativas e judiciárias
Conflitos de da União, ou entre
Atribuições autoridades judiciárias de um
Estado e administrativas de
outro, ou do Distrito Federal,
ou entre as deste e da União.
Levantados contra os
Suspeições e Ministros, salvo em se
Levantados contra Ministro em
Impedimentos tratando de processo da
processo de sua competência.
competência da Corte
Especial.
Aula 02
DATA DA ELEIÇÃO recair em dia útil, a eleição será transferida para o primeiro dia útil
seguinte.
Voto secreto.
ELEIÇÃO feita nova votação entre os dois mais votados. Se houver empate
na segunda colocação, concorrerão todos os empatados para o
segundo escrutínio. Se ainda assim não houver maioria absoluta,
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será considerado eleito o mais votado. Se houver empate, será
considerado eleito o Ministro mais antigo.
POSSE DOS Último dia do biênio. Se a data não recair em dia útil, a posse
ELEITOS será transferida para o primeiro dia útil seguinte.
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Questões de ordem são aquelas que
IX - submeter questões de ordem ao
precisam ser decididas antes de o Tribunal
Tribunal;
conhecer a questão principal.
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k) revogado;
l) sobre dúvidas suscitadas pela Secretaria
do Tribunal relacionadas a distribuição de
feitos e a incidentes referentes à
redistribuição disciplinada no art. 72;
m) sobre os pedidos de suspensão de
processos em incidente de resolução de
demandas repetitivas;
n) sobre a necessidade de determinar, na
autuação do feito, a identificação do nome
da parte apenas por suas iniciais, nas
hipóteses em que, expressamente, a lei
indicar ser indispensável a restrição à
publicidade de seu nome como meio para a
proteção de bem objeto de sigilo no
processo.
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XX - baixar as resoluções e instruções
normativas referentes à deliberação do
Estas são normas inferiores, que detalham
Plenário, da Corte Especial ou do Conselho
os procedimentos seguidos pelos diversos
de Administração, bem como as que digam
órgãos nas suas decisões.
respeito à rotina dos trabalhos de
distribuição;
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XXIX - velar pela regularidade e exatidão
das publicações dos dados estatísticos
sobre os trabalhos do Tribunal a cada mês;
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publicação da convocação no Diário da
Justiça eletrônico;
III – o currículo deverá ser encaminhado
ao Superior Tribunal de Justiça por via
eletrônica, e seu conteúdo deverá ser
preenchido em formulário padronizado
posto à disposição na página eletrônica;
IV – encerrado o prazo, a Presidência
colocará os currículos à disposição dos
Ministros e convocará sessão do Plenário
para a escolha do nome;
V – a lista de magistrados inscritos, com
links para os respectivos currículos, será
colocada à disposição do público, inclusive
na página eletrônica;
VI – a indicação será definida em sessão do
Plenário, por votação secreta, cabendo a
cada Ministro votar em um juiz ou em um
desembargador por vaga;
VII – será indicado o juiz ou o
desembargador que obtiver a maioria
absoluta dos votos;
VIII – não sendo alcançada a maioria
absoluta de votos por nenhum juiz ou
desembargador, seguir-se-á um segundo
sufrágio, em que concorrerão os candidatos
que tiverem obtido as duas maiores
votações na etapa anterior, sendo indicado
o que obtiver a maioria simples dos votos;
IX – em caso de empate no segundo
sufrágio, será indicado o juiz ou o
desembargador mais antigo na carreira e,
persistindo o empate, o mais idoso;
X – o nome do juiz ou do desembargador
escolhido será publicado no Diário da
Justiça eletrônico e divulgado na página
eletrônica do Superior Tribunal de Justiça.
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pagar as custas processuais
simultaneamente.
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O Corregedor-Geral da Justiça Federal integra o Plenário e a Corte Especial
também nas funções de relator e revisor.
Aula 03
Data da Data da
Idade
posse nomeração
Não podem atuar na mesma Seção Ministros que sejam cônjuges ou parentes até
terceiro grau. Nos julgamentos da Corte Especial, sempre que um deles proferir
voto, o outro estará impedido de participar do julgamento.
ATRIBUIÇÕES DO RELATOR
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Geralmente essa delegação ocorre quando
é necessária a realização de diligências ou
III - delegar atribuições a autoridades a produção e provas. Dependendo do caso,
judiciárias de instância inferior, nos é mais fácil que o juiz do local faça isso do
casos previstos em lei ou neste Regimento; que o Ministro do STJ, não é mesmo?
X - pedir dia para julgamento dos feitos Se o feito tem apenas relator, ao concluir
que lhe couberem por distribuição, ou seu trabalho ele deve pedir dia para
passá-los ao revisor, com o relatório, se for julgamento. Se também houver revisor,
o caso; caberá ao relator repassar os autos a ele.
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Seção, conforme o caso;
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quando se conformar com tese fixada em
julgamento de recurso repetitivo ou de
repercussão geral, a entendimento firmado
em incidente de assunção de competência,
a súmula do Superior Tribunal de Justiça ou
do Supremo Tribunal Federal, a
jurisprudência dominante acerca do tema ou
as confrontar;
XXII - decidir o conflito de competência Da mesma forma que vimos, são situações
quando for inadmissível, prejudicado ou em que já há entendimento firmado sobre
quando se conformar com tese fixada em o assunto.
julgamento de recurso repetitivo ou de
repercussão geral, a entendimento firmado
em incidente de assunção de competência,
a súmula do Superior Tribunal de Justiça ou
do Supremo Tribunal Federal, a
jurisprudência dominante acerca do tema ou
as confrontar;
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repetitivos para adoção das medidas
cabíveis;
REVISOR
I - ação rescisória;
QUAIS FEITOS TÊM
II - ação penal originária;
REVISOR?
III - revisão criminal.
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I - velar pela expansão, atualização e publicação da súmula
da jurisprudência predominante do Tribunal;
II - supervisionar os serviços de sistematização da
jurisprudência do Tribunal, sugerindo medidas que facilitem a
pesquisa de julgados ou processos;
COMISSÃO DE III - orientar iniciativas de coleta e divulgação dos trabalhos
JURISPRUDÊNCIA dos Ministros que já se afastaram definitivamente do Tribunal;
IV - propor à Corte Especial ou à Seção que seja compendiada
em súmula a jurisprudência do Tribunal, quando verificar que
as Turmas não divergem na interpretação do direito;
V - sugerir medidas destinadas a abreviar a publicação dos
acórdãos.
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Conselho Nacional de Justiça, com os Tribunais Regionais
Federais e com os Tribunais de Justiça, a fim de identificar
matérias com potencial de repetitividade ou com relevante
questão de direito, de grande repercussão social, aptas a
serem submetidas ao Superior Tribunal de Justiça sob a
sistemática dos recursos repetitivos e da assunção de
competência;
V - acompanhar, inclusive antes da distribuição, os processos
que possuam matéria com potencial de repetitividade ou com
relevante questão de direito, de grande repercussão social, a
fim de propor ao Presidente do Tribunal medidas para a
racionalização dos julgamentos desta Corte por meio de
definições de teses jurídicas em recursos repetitivos ou em
assunção de competência;
VI - deliberar sobre questões que excedam a esfera de
competência administrativa do Núcleo de Gerenciamento de
Precedentes – Nugep, além de outras atribuições referentes a
casos repetitivos e a incidentes de assunção de competência.
As permanentes são:
a) Comissão de Regimento Interno;
b) Comissão de Jurisprudência;
c) Comissão de Documentação;
Quais são?
d) Comissão de Coordenação; e
e) Comissão Gestora de Precedentes.
As temporárias podem ser criadas por ato da Corte
Especial ou do Presidente do Tribunal.
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TABELA DE SUBSTITUIÇÕES TEMPORÁRIAS E EVENTUAIS
SUBSTITUÍDO SUBSTITUTO
Aula 04
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- nos conflitos de competência e de atribuições;
O Ministro que deva se aposentar em razão da idade poderá requerer sua exclusão da
distribuição durante os 60 dias que antecederem o afastamento, aplicando-se a
mesma regra ao que requerer aposentadoria, suspendendo-se a distribuição a partir
da apresentação do requerimento e pelo prazo máximo de 60 dias.
Além dos feriados fixados em lei, devem ser observados no STJ os seguintes:
a) os dias compreendidos no período de 20 de dezembro a 6 de janeiro;
b) os dias da Semana Santa, compreendidos desde a quarta-feira até o domingo de
Páscoa;
c) os dias de segunda e terça-feira de carnaval; e
d) os dias 11 de agosto, 1º e 2 de novembro e 8 de dezembro.
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FEITOS CUJO JULGAMENTO INDEPENDE DE INCLUSÃO
EM PAUTA
- EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO E
- HABEAS CORPUS
IMPEDIMENTO
- CONFLITOS DE COMPETÊNCIA E DE
ATRIBUIÇÕES
Dispensam acórdão:
a) a remessa do feito à Seção ou à Corte Especial, em razão da relevância da questão
jurídica, ou da necessidade de prevenir divergência entre as Turmas;
b) a remessa do feito à Corte Especial, ou à Seção respectiva, para o fim de ser
compendiada em Súmula a jurisprudência do Tribunal, ou para revisão da Súmula;
c) a conversão do julgamento em diligência;
d) se o órgão julgador do Tribunal o determinar.
Aula 05
Hoje o Regimento Interno do STJ admite também a prática de atos processuais por
meio de videoconferência ou de outro recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real.
Quando houver sustentação oral, cada uma das partes falará pelo tempo máximo de
15 minutos, excetuado o julgamento da ação penal originária, na qual o prazo será
de 1 hora. Quando o Ministério Público for parte no processo, seu representante terá
prazo igual ao das partes.
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Art. 158. O pedido de sustentação oral deverá ser requerido à coordenadoria do órgão julgador:
I - até dois dias úteis após a publicação da pauta, com preferência sobre as demais sustentações,
respeitada a ordem de inscrição, e sem prejuízo das preferências legais e regimentais;
II - ainda que ultrapassado o prazo previsto no inciso anterior, o pedido de sustentação oral poderá
ser feito até o início da sessão.
Leitura, discussão
Verificação do Julgamento dos
e aprovação da Indicações
número de processos da
ata da sessão e propostas
Ministros presentes pauta
anterior
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Aula 06
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Na ação rescisória, bem como na ação penal originária, o Relator poderá delegar
competência a juiz de primeiro grau do local onde deva ser produzida a prova.
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ÉTICA – PROF. PAULO GUIMARÃES
ÉTICA MORAL
A Ética é um ramo da Filosofia, uma ciência, que tem por objeto o estudo da Moral.
Esta, por sua vez, está relacionada às ideias de certo e errado, ou à forma como as
pessoas adotam determinadas condutas.
Prescrições de conduta
Regras
claras e objetivas.
Normas
Juízos abstratos de valor,
que orientam a
Princípios
interpretação e a
aplicação das regras.
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As Comissões de Ética pretendem ser um elo de ligação entre o usuário e o serviço
público, encarregadas de orientar e aconselhar sobre a ética na Administração Pública,
sobretudo no tratamento das pessoas e na proteção do patrimônio moral e material do
serviço público.
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SUSTENTABILIDADE – PROF. ROSENVAL JÚNIOR
➢ Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Conservação
AMBIENTAL
Justiça Crescimento
SOCIAL ECONÔMICO
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coletividade, e é direito de terceira dimensão ou geração, que está
relacionado à fraternidade/solidariedade.
• Proteger o Meio Ambiente, Combater a Poluição, Preservar as Florestas, a
Fauna e a Flora é competência COMUM da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios.
➢ A3P
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➢ Resolução nº 201/2015
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As unidades ou núcleos socioambientais deverão ter caráter PERMANENTE para
o planejamento, implementação, monitoramento de metas anuais e avaliação de
indicadores de desempenho.
As unidades ou núcleos socioambientais deverão fomentar ações que
estimulem:
I – o aperfeiçoamento contínuo da qualidade do gasto público;
II – o uso sustentável de recursos naturais e bens públicos;
III – a redução do impacto NEGATIVO das atividades do órgão no meio ambiente
com a adequada gestão dos resíduos gerados;
IV – a promoção das contratações sustentáveis;
V – a gestão sustentável de documentos, em conjunto com a unidade responsável;
VI – a sensibilização e capacitação do corpo funcional, força de trabalho
auxiliar e de outras partes interessadas; e
VII – a qualidade de vida no ambiente de trabalho, em conjunto com a unidade
responsável.
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CNJ
DPJ
➢ Decreto nº 7.746/2012.
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sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos.
O Decreto nº 7.746/12 regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666/93, para
estabelecer critérios e práticas para a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável por meio das contratações realizadas pela administração pública federal
direta, autárquica e fundacional e pelas empresas estatais dependentes, e institui a
Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública -
CISAP.
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critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente definidos no instrumento
convocatório.
ATENÇÃO!!!
A adoção de critérios e práticas de sustentabilidade DEVERÁ ser
JUSTIFICADA nos autos e PRESERVAR o CARÁTER COMPETITIVO do certame.
I - BAIXO impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;
VII - origem sustentável dos recursos naturais utilizados nos bens, nos
serviços e nas obras; e
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propor a implementação de critérios, práticas e ações de logística sustentável no âmbito
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das empresas
estatais dependentes.
CiSaP
C de Consultiva
S de Sem remuneração
P de Permanente!
natureza CONSULTIVA
CISAP
caráter PERMANENTE
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ATENÇÃO! De acordo com o novo texto do Dec. 9.178/17, a CISAP está vinculada à Secretaria de
Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
Observem que após alterações promovidas pelo Decreto 9.178/17, todos contam
com apenas 1 REPRESENTANTE!
também foi bastante alterado pelo Decreto 9.178/17.
Compete à CISAP:
I - PROPOR à Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão:
a) normas para elaboração de ações de logística sustentável;
b) regras para a elaboração dos Planos de Gestão de Logística Sustentável;
c) planos de incentivos para órgãos e entidades que se destacarem na execução
de seus Planos de Gestão de Logística Sustentável; -> Vou deixar aqui apenas
para que vocês saibam que esta competência foi revogada pelo Decreto
9.178/17.
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d) critérios e práticas de sustentabilidade nas aquisições, contratações, utilização
dos recursos públicos, desfazimento e descarte;
e) estratégias de sensibilização e capacitação de servidores para a correta
utilização dos recursos públicos e para a execução da gestão logística de forma
sustentável;
f) cronograma para a implantação de sistema integrado de informações para
acompanhar a execução das ações de sustentabilidade; e
g) ações para a divulgação das práticas de sustentabilidade; e
II - elaborar seu regimento interno; e
III - coordenar a implementação de ações de logística sustentável. -> Esta
competência foi inserida pelo Decreto 9.178/17.
Poderão ser convidados a participar das reuniões da CISAP especialistas,
pesquisadores e representantes de órgãos e entidades PÚBLICAS OU PRIVADAS.
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sobre a composição, resiliência ou produtividade de ecossistemas naturais e
manejados, sobre o funcionamento de sistemas socioeconômicos ou sobre a saúde
e o bem-estar humanos;
III - emissões: liberação de gases de efeito estufa ou seus precursores na
atmosfera numa área específica e num período determinado;
Bizu do Prof. Rosenval: emissÃO= liberaçÃO
IV - fonte: processo ou atividade que libere na atmosfera gás de efeito estufa,
aerossol ou precursor de gás de efeito estufa;
DICA: Lembrem-se de uma indústria.
V - gases de efeito estufa (GEE): constituintes gasosos, naturais ou
antrópicos que, na atmosfera, absorvem e reemitem radiação infravermelha;
VI - impacto: os efeitos da mudança do clima nos sistemas humanos e naturais;
VII - mitigação: mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de
recursos e as emissões por unidade de produção, bem como a implementação
de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem
os sumidouros;
VIII - mudança do clima: mudança de clima que possa ser direta ou
indiretamente atribuída à ATIVIDADE HUMANA que altere a composição da
atmosfera mundial e que se some àquela provocada pela variabilidade
climática natural observada ao longo de períodos comparáveis;
IX - sumidouro: processo, atividade ou mecanismo que remova da atmosfera
gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás de efeito estufa; e
Bizu do Prof. Rosenval: SUMIdouro = SUMIr com o gás! ;-)
Uma floresta é um sumidouro!
X - vulnerabilidade: grau de suscetibilidade e incapacidade de um sistema,
em função de sua sensibilidade, capacidade de adaptação e do caráter, magnitude
e taxa de mudança e variação do clima a que está exposto, de lidar com os efeitos
adversos da mudança do clima, entre os quais a variabilidade climática e os eventos
extremos.
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A lei traz alguns PRINCÍPIOS que devem ser observados:
✓ PREcaução;
✓ PREvenção;
✓ PArticipação cidadã;
✓ REsponsabilidades comuns, porém diferenciadas. (este no
âmbito internacional). e
✓ Desenvolvimento Sustentável;
BIZU do Prof. Rosenval: PRE PRE PA RE DS
Bizu: F Red COMI COMI COMI. É só lembrar do jogador Fred. O cara é fominha
e come muita bola! F Red COMI COMI COMI. ;-)
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Compromisso Nacional Voluntário
Definições
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Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme
sua constituição ou composição;
Bizu: A coleta é SELETIVA!!! Ela separa antes (previamente)
Controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à
sociedade informações e participação nos processos de formulação, implementação
e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos;
Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui
a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos
competentes do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, entre elas a disposição final,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à
saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos
em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
adversos;
Bizu do Rosenval: ReJEITO NÃO tem JEITO vai para o ATERRO!!!
Geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito
público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas
incluído o consumo;
Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou
indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
exigidos na forma desta Lei;
Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca
de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável;
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Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada;
Bizu: É o contrário da Logística Direta, por isso chama-se REVERSA. Os
resíduos sólidos voltam para o setor empresarial.
Padrões sustentáveis de produção e consumo: produção e consumo de bens e
serviços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e permitir melhores
condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das
necessidades das gerações futuras;
Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a
alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à
transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os
padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS
e do SUASA;
Bizu: Reciclar é voltar para o ciclo. Tem transformação, alteração!
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de
tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, NÃO apresentem outra possibilidade que não a
disposição final ambientalmente adequada;
Bizu do Prof. Rosenval: ReJEITO NÃO tem JEITO vai para o ATERRO!!!
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante
de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se
propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de
atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,
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distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para
minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir
os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo
de vida dos produtos, nos termos desta Lei;
Reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos SEM sua
transformação biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os
padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS
e do SUASA;
Bizu do Rosenval: ReutilizaçÃO NÃO tem transformaÇÃO!!!
Serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos: conjunto
de atividades previstas no art. 7º, da Lei nº 11.445, de 2007. De acordo com a Lei
nº 11.445, de 2007, o serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos urbanos é composto pelas seguintes atividades: I - de coleta, transbordo e
transporte dos resíduos; II - de triagem para fins de reúso ou reciclagem, de
tratamento, inclusive por compostagem, e de disposição final dos resíduos; III - de
varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros eventuais
serviços pertinentes à limpeza pública urbana.
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VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como
um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor
de cidadania;
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
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Plano Nacional de Resíduos Sólidos
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➢ Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
PROIBIÇÕES
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Política de Sustentabilidade no Superior Tribunal de Justiça (Portaria STJ nº
293/2012).
A política de sustentabilidade do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
estabelece como diretriz a harmonização dos objetivos sociais, ambientais e
econômicos com vistas à
➢ preservação potencial da natureza para a produção de recursos
renováveis,
➢ limitação do uso dos recursos não renováveis, e
➢ respeito à capacidade de renovação dos sistemas naturais.
Observem que a diretriz é a harmonização dos objetivos sociais, ambientais e
econômicos, ou seja, o desenvolvimento sustentável.
A política de sustentabilidade do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
observará os seguintes PRINCÍPIOS:
I – atender os requisitos legais, acordos internacionais, normativos e outros definidos
como aplicáveis;
II – prevenir e minimizar os impactos ambientais advindos da prestação jurisdicional;
III – conservar o meio ambiente, buscando a utilização das melhores práticas;
IV – buscar o aperfeiçoamento contínuo de processos, serviços e entregas pelos
fundamentos da sustentabilidade;
V – promover a educação, capacitação, conscientização e sensibilização dos servidores
e jurisdicionados sobre a necessidade de efetiva proteção ao meio ambiente.
Como objetivos desta política temos:
I – implementação de ações que promovam o exercício dos direitos sociais;
II – gestão adequada dos resíduos gerados pelo Tribunal;
III – incentivo ao combate de todas as formas de desperdício dos recursos
naturais;
IV – inclusão dos conceitos e princípios de sustentabilidade nos projetos,
processos de trabalho, investimentos, compras e contratações de obras e serviços
realizados pelo Tribunal;
V – implementação de ações com vistas à eficiência energética.
A política de sustentabilidade no Superior Tribunal de Justiça também trata do
consumo consciente dispondo que compete ao STJ acompanhar o impacto de suas
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atividades na sociedade e no meio ambiente. Para isso, deverá ser implementado
consumo sustentável a partir de uma gestão ambientalmente saudável das atividades
administrativas e operacionais, respaldada pelos seguintes princípios:
I – REPENSAR a necessidade de consumo e os padrões de produção e consumo;
II – RECUSAR possibilidades de consumo desnecessário;
III – REDUZIR, consumir menos, optar por produtos que ofereçam menor potencial de
geração de resíduos e tenham maior durabilidade;
IV – REUTILIZAR, evitar que vá para o lixo aquilo que possa ser reaproveitado;
V – RECICLAR, transformar materiais usados em matérias-primas para outros
produtos por meio de processos industriais ou artesanais.
No que diz respeito à coleta de resíduos sólidos, a gestão dos resíduos no STJ
tem os seguintes objetivos:
I – não geração de resíduos sólidos, redução, reutilização, reciclagem e
tratamento dos resíduos sólidos gerados; (É a mesma ordem de prioridade da
Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS)
II – adequada gestão dos resíduos gerados mediante implementação de coleta
seletiva e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
III – estímulo à adoção de práticas sustentáveis de produção e consumo de bens e
serviços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e permitir melhores
condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das
necessidades das gerações futuras;
IV – priorização, nas aquisições e contratações, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de
consumo social e ambientalmente sustentáveis;
V – integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que
envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
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DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA – PROF. RICARDO TORQUES
FINALIDADE: Assegurar e promover os direitos fundamentais das pessoas com deficiência, à luz da
Convenção sobre os direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, que foram
internalizados em nosso ordenamento como normas constitucionais.
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
LIMITAÇÕES: critérios:
Atuação dos Poderes em relação aos critérios para definição das limitações
Espécies de barreiras:
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CONCEITOS
BARREIRAS: são entraves existentes na sociedade que limite ou impeça o acesso a todas as
pessoas em igualdade de condições.
ADAPTAÇÃO RAZOÁVEL: constitui ajuste necessário e adequado que não acarrete ônus
desproporcional e indevido.
ACOMPANHANTE: é quem está com a pessoa com deficiência, podendo ser, ou não, o atendente
pessoal.
ATENDENTE PESSOAL: Quem presta auxílio à pessoa com deficiência, de forma temporária
ou permanente, remunerada ou não, mas não pode ser aquele que exerce profissão
regulamentada.
exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas
sobre reprodução e planejamento familiar;
DEVERES:
• Do Estado
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• Da sociedade
• Da família
A pessoa com deficiência não é obrigada a fruir das ações afirmativas disponíveis.
ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
prestação de socorro
disponibilização de recursos
recebimento de IR
tramitação processual
Direitos Fundamentais
DIREITO À SAÚDE
coordenada pelo SUS, que: A) promoverá atenção integral em todos os níveis de complexidade;
e B) proporcionará acesso universal e igualitário.
ATENDIMENTO:
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Em caso de violência contra deficiente, a rede atendimento à saúde deve notificara autoridade
policial, o Ministério Público e o Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
Direito ao Trabalho
REGRAS GERAIS
HABILITAÇÃO/REABILITAÇÃO
conceitos:
O Poder Público deve criar serviços e programas para a habilitação e a reabilitação de pessoas
com deficiência para o mercado de trabalho.
BPC-LOAS
ser deficiente;
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família sem condições de provê-lo; e
independe da idade.
O EDP faz referência à legislação específica (LC nº 142/2013) que contém critérios diferenciados.
2% das vagas de estacionamento (ou pelo menos 1) devem ser reservadas às pessoas com deficiência
(bem localizada, próxima ao local de acesso e devidamente sinalizada).
10% da frota de táxis deve ser acessível, vedando-se a cobrança de tarifa diferenciada.
1 a cada 20 veículos de empresas de locação de carros devem ser acessíveis com, pelo menos, câmbio
automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e embreagem.
Acessibilidade
CONCEITO: direito que garante à pessoa com deficiência e com mobilidade reduzida o acesso a bens
e serviços em condições de igualdade em relação às demais pessoas.
DESENHO UNIVERSAL: instrumento que garante acessibilidade, por intermédio da criação de produtos
e bens plenamente acessíveis a todos. Constitui regra e, quando não passível de ser observada, exige
adaptação razoável.
POLÍTICA PÚBLICA – DESENHO UNIVERSAL: compete ao Poder Público desenvolver políticas para o
fomento, o desenvolvimento e a fiscalização da utilização de bens e produtos segundo as regras de
desenho universal.
DEVEM SER ACESSÍVEIS: construções (edifícios públicos ou privados de uso coletivo), reformas,
ampliações e mudanças no uso de edificações abertas ao púbico ou privadas de uso coletivo.
Não se enquadram mais no conceito de absolutamente incapazes do Código Civil, seja essa
deficiência temporária ou permanente.
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A Justiça Eleitoral deve se organizar a fim de viabilizar a participação de pessoas com deficiência
no processo eleitoral. Inclusive, quanto ao exercício do voto, deve permitir que o deficiente vote
com auxílio de terceiro (pessoa de sua confiança).
Acesso à justiça
DISPOSIÇÕES GERAIS
O acesso à pessoa com deficiência não se restringe às partes (autores e réus), mas abrange a
todos que, de certo modo, tenham contato com o Poder Judiciário (terceiros, advogados, MP, DP,
magistrados, intérpretes, conciliadores, mediadores, peritos etc.).
Capacitação dos servidores públicos que atuam no Poder Judiciário, no Ministério Público, em
órgãos de segurança pública e sistema penitenciário.
À pessoa com deficiência que estiver cumprindo medida restritiva de liberdade deve ser
assegurada acessibilidade.
A pessoa com deficiência é plenamente capaz (não é mais considerada absolutamente incapaz
na redação originária do art. 3º, do NCPC).
Instrumento de auxílio do qual a pessoa com deficiência poderá se valer para tomar decisões,
nomeando-se, pelo menos, duas pessoas de confiança para auxiliá-la na prática de atos civis.
Características da Curatela:
• protetiva;
• extraordinário;
• proporcional às necessidades e às circunstâncias do caso concreto.
Abrange:
Não abrange:
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• direito ao corpo;
• direito à sexualidade;
• direito ao matrimônio;
• direito à privacidade;
• direito à educação;
• direito à saúde;
• direito ao trabalho;
• direito ao voto; e
• emissão de documentos oficiais.
CURATELA
Redução tópica da capacidade civil da pessoa com deficiência com a finalidade de protegê-la
para a prática de atos patrimoniais.
CURADORIA ANTECIPADA
prévia oitiva do MP
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): vítima estar sob cuidado ou sob responsabilidade do
agente.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): se cometido por tutor, curador, síndico, liquidatório,
inventariante, testamenteiro, depositário judicial ou por aquele que se apropriou em razão do
ofício ou profissão.
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RECLUSÃO de 6 meses a 3 anos e multa.
* inclui quem não prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado por
lei ou mandado.
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• capacitação de servidores e terceirizados;
• capacitação específica em Libras de, pelo menos, 5% dos servidores e terceirizados;
• adaptação e construção de novos imóveis de acordo com padrões de acessibilidade;
• viabilização de vagas específicas de estacionamento à razão de 2%, assegurando-se, ao menos,
1 vaga.
É PROIBIDO, ao Poder Judiciário e seus serviços auxiliares, impor ao usuário com deficiência
custo anormal, direto ou indireto, para o amplo acesso a serviço público oferecido.
Vedações:
VEDA-SE
criação de óbices, condições ou custos
diferenciados de serviços das pessoas com
deficiência
POSTULADOS DA
PROTEÇÃO ÀS
PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
igualdade em
não discriminação
sentido material
CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA:
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Obrigatoriedade de criação de um cadastro de servidores (efetivos, serventuários e terceirizados)
com deficiência. A finalidade desse cadastro é especificar as limitações e as necessidades decorrentes a
ser atualizado anualmente.
TRABALHO COM APOIO - série de condições e prerrogativas favoráveis ao exercício de trabalho pelas
pessoas com deficiência no âmbito dos tribunais brasileiros.
prioridade de atendimento.
utilização de recursos de tecnologia assistiva, e agente facilitador de apoio no ambiente de
trabalho, para atendimento individual à pessoa com deficiência.
aconselhamento e apoio para definição de estratégias com vistas à superação das barreiras e
inclusão nas atividades judiciárias.
realização de avaliações periódicas.
articulação entre setores diversos do Poder Judiciário para o desenvolvimento de políticas
públicas voltadas à defesa dos direitos das pessoas com deficiência que atuam no Poder Judiciário.
admissão de entidade civil nas atividades voltadas à inclusão social de servidores com
deficiência.
DIREITO AO TRABALHO:
As pessoas com deficiência possuem liberdade de escolha em relação à função que irão
desempenhar, devendo o Poder Público lhes garantir ambiente de trabalho acessível e com iguais
condições salariais.
É vedada a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência, inclusive nas etapas de
recrutamento, seleção, contratação, admissão, permanência no emprego, ascensão profissional
e reabilitação.
A pessoa com deficiência terá direito, em igualdade com os colegas, de participar de cursos,
treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos
profissionais.
É garantida a participação da pessoa com deficiência em cursos de formação e de capacitação.
ESTACIONAMENTO INTERNO PARA SERVIDORES: deverá ser individualizado, com uma vaga para
cada servidor.
HORÁRIO ESPECIAL
Para encerrar as regras relativas à proteção dos servidores públicos com deficiência, vamos tratar de
uma regra específica referente ao horário de trabalho.
Não será admitida discriminação em relação aos demais servidores pelo fato de exercer trabalho em
horário especial.
Se o órgão contiver sistema de banco de horas, ele poderá ser utilizado pelos servidores com
deficiência.
O servidor com deficiência não poderá ser obrigado a prestar horas extras se essa atividade
extraordinária for prejudicial à saúde do servidor.
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DIREITO CONSTITUCIONAL – PROF. RICARDO VALE E NÁDIA CAROLINA
3) Quanto à forma: As Constituições podem ser escritas (quando elaboradas por um órgão
constituinte encarregado dessa tarefa e que as sistematiza em documentos solenes) ou não-
escritas (normas estão em variadas fontes normativas, como as leis, costumes,
jurisprudência, acordos e convenções). A CF/88 é escrita.
A Constituição rígida só pode ser alterada por procedimento legislativo mais dificultoso do que
o de elaboração das leis.
A Constituição semirrígida (ou semiflexível) tem dois tipos de normas. Algumas de suas
normas podem ser alteradas pelo mesmo procedimento legislativo das leis; outras, só podem
ser alteradas por procedimento legislativo mais dificultoso.
As Constituições flexíveis podem ser modificadas pelo mesmo procedimento legislativo das
leis.
(*) A CF/88 é rígida. Para Alexandre de Moraes, a CF/88 é super-rígida, tendo em vista a
existência de cláusulas pétreas.
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(*) Em uma Constituição rígida, há normas que são apenas formalmente constitucionais e
outras que são, ao mesmo tempo, material e formalmente constitucionais.
8) Quanto à correspondência com a realidade: Essa classificação foi criada por Karl
Loewenstein. As Constituições podem ser normativas (regulam efetivamente o processo
político do Estado), nominativas (buscam regular o processo político do Estado, mas não
conseguem) ou semânticas (nem mesmo têm por objetivo regular a vida política estatal). A
CF/88 é considerada normativa.
(*) Como exemplo de norma de eficácia contida, citamos o art. 5º, XIII, CF/88 (“é
livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer”)
(*) As normas de eficácia limitada podem ser de dois tipos: i) normas declaratórias de
princípios institutivos ou organizativos ou; ii) normas declaratórias de princípios
programáticos.
(*) As normas de eficácia limitada produzem efeitos jurídicos. São dois os tipos de
efeitos: i) efeito negativo e; ii) efeito vinculativo.
(*) Quando uma norma de eficácia limitada não é regulamentada, surge uma “omissão
inconstitucional”, que pode ser combatida por meio de mandado de injunção ou de
ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão).
(*) O direito de greve dos servidores públicos é norma de eficácia limitada. O direito
de greve dos celetistas é norma de eficácia contida.
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C) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
2) Fundamentos da RFB:
(*) A forma de Estado adotada pelo Brasil é a federação. Os entes federativos (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios) possuem autonomia política. A República Federativa do
Brasil, por outro lado, é dotada de soberania. A federação brasileira é resultado de um
movimento centrífugo, ou seja, formou-se por segregação.
(*) A forma de governo adotada pelo Brasil é a República. São características da República o
caráter eletivo, representativo e transitório dos detentores do poder político e
responsabilidade dos governantes.
O poder político é uno e indivisível. Por isso, o ideal é falar-se em separação de funções
estatais.
A CF/88 adotou um sistema de separação de poderes flexível. Cada Poder exerce sua função
típica e outras funções, atípicas. Por exemplo, o Poder Executivo tem como função típica a
função administrativa. Exerce, porém, a função atípica de legislar.
Segundo o art. 2º, CF/88 “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”
A independência entre os Poderes é limitada pelo sistema de freios e contrapesos, que prevê
a interferência legítima de um poder sobre outro, nos limites estabelecidos
constitucionalmente.
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4) Objetivos Fundamentais da RFB:
2) Limites aos direitos fundamentais: Para a teoria dos “limites dos limites”, podem ser
impostas restrições aos direitos fundamentais, mas há um núcleo essencial que precisa ser
protegido, não podendo ser objeto de violação. Cabe ao Poder Judiciário, diante do caso
concreto, avaliar se o “núcleo essencial” do direito fundamental foi ou não violado. Essa
análise é feita por meio da aplicação do princípio da proporcionalidade.
3) Os direitos fundamentais têm eficácia vertical (são aplicados nas relações entre o Estado
e o indivíduo) e eficácia horizontal (são aplicados nas relações entre particulares).
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4) Titularidade dos Direitos Fundamentais: São titulares de direitos fundamentais as
pessoas físicas, as pessoas jurídicas e o Estado. Os estrangeiros (residentes ou não) são
titulares de direitos fundamentais.
1) Direito à Vida: O direito à vida tem dupla acepção: direito de continuar vivo e direito a
ter uma vida digna.
Súmula Vinculante nº 37: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.”
4) “Escusa de Consciência”: O art. 5º, VIII, CF/88, estabelece que “ninguém será privado
de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei”. Trata-se de norma de eficácia contida.
6) Direito à Inviolabilidade do Domicílio: Segundo o art. 5º, XI, “a casa é asilo inviolável
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial”.
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Conceito de casa: abrange os escritórios profissionais, mas não alcança os bares e
restaurantes;
Segundo o STF, “a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em
período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a
posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob
pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
dos atos praticados”. Esse entendimento do STF é relevante no que diz respeito aos crimes
permanentes.
10) Liberdade de Associação: É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a
de caráter paramilitar (art. 5º, XVII). A dissolução compulsória e a suspensão das atividades
de associação dependem de ordem judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado (art. 5º, XIX). Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado (art. 5º, XX).
11) Direito ao Acesso à Informação: Todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, XXXIII). Segundo o STF, é
constitucional lei que determine a divulgação da remuneração de servidores na Internet.
Há apenas algumas exceções, nas quais exige-se o prévio esgotamento da via administrativa:
i) habeas data; ii) controvérsias desportivas e; iii) reclamação contra o descumprimento de
Súmula Vinculante pela Administração Pública.
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14) Direito Adquirido: Não se pode invocar direito adquirido frente a uma nova
Constituição. Não se pode confundir direito adquirido com mera expectativa de direito. Se
alguém já cumpre os requisitos para a concessão da aposentadoria, possui direito adquirido.
16) Direito ao Devido Processo Legal: É uma garantia constitucional bastante ampla.
Abrange, dentre outros, o direito à ampla defesa e ao contraditório e o direito ao juiz natural.
A ampla defesa e o contraditório devem ser assegurados nos processos judiciais e
administrativos.
18) Prisão Civil por Dívida: A Súmula Vinculante nº 25 estabelece que é ilícita a prisão
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
19) Habeas Corpus: É o remédio constitucional que tem como objetivo proteger a
liberdade de locomoção. Pode ser preventivo (quando alguém sofrer ameaça em sua
liberdade de locomoção) ou repressivo (quando alguém sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção).
O habeas corpus pode ser impetrado qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou
estrangeira. Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus, mas sempre a favor de pessoa
física.
Não é cabível mandado de segurança, dentre outras situações: i) contra decisão judicial
transitada em julgado e; ii) contra lei em tese.
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21) Mandado de Injunção: Tem como objetivo combater as “omissões inconstitucionais”. É
cabível mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
No que diz respeito ao mandado de injunção, o STF vem adotando a corrente concretista.
Dois exemplos:
22) Habeas Data: O habeas data será concedido em 2 (duas) situações: i) assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e; ii) para a retificação
de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Assim como o habeas corpus, o habeas data é uma ação gratuita. No entanto, é essencial a
assistência advocatícia para a impetração de habeas data.
23) Ação Popular: É ajuizada pelo cidadão, assim considerado aquele que está no pleno
gozo dos direitos políticos. Segundo o art. 5º, LXXIII, “qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência”.
F) DIREITOS SOCIAIS
2) Art. 6º, CF/88: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desemparados, na forma desta Constituição. Atenção especial:
o transporte foi inserido no rol de direito sociais pela EC nº 90/2015.
Vedação ao Retrocesso: a proteção social de “amanhã” não pode ser pior que a proteção
social de “hoje”.
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4) Direitos Sociais dos Trabalhadores:
4.2) Salário mínimo: É nacionalmente unificado. O valor do salário mínimo é fixado em lei,
mas os reajustes periódicos podem ser feitos por decreto executivo.
4.5) Duração da jornada de trabalho: A regra é a prestação de trabalho por até 8 horas
diárias e 44 horas semanais.
4.6) “Hora extra”: A remuneração do trabalho extraordinário deve ser superior, no mínimo,
em 50% à do trabalho normal.
4.8) Repouso semanal remunerado: Será preferencialmente aos domingos. Mas pode ser
em outros dias da semana.
4.9) Férias remuneradas: O trabalhador tem direito a férias anuais. As férias serão
remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal.
4.10) Idade mínima para o trabalho: Entre 14 a 16 anos: só pode trabalhar o menor-
aprendiz. Entre 16 a 18 anos: só não pode o trabalho noturno, perigoso ou insalubre. A partir
dos 18 anos: qualquer tipo de trabalho.
5.3) Substituição processual: Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. Por se tratar
de substituição processual, a atuação do sindicato independe de prévia autorização.
5.5) Participação do aposentado nos sindicatos: o aposentado tem direito a votar e ser
votado.
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eleito (mesmo suplente), não poderá ser dispensado até um ano depois de findo o mandato,
exceto se cometer falta grave, nos termos da lei.
5.7) Direito de greve: Os trabalhadores têm o direito de greve, mas este não é absoluto. A
lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
G) NACIONALIDADE
2) Brasileiros Natos:
3) Brasileiros Naturalizados:
5) Perda da Nacionalidade:
Art.12 (...)
§4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
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b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;
H) DIREITOS POLÍTICOS
6) Inelegibilidades:
Os Chefes do Poder Executivo somente podem ser reeleitos para um único período
subsequente (uma única reeleição). Essa regra não se aplica aos detentores de mandato no
Poder Legislativo.
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6.3) Inelegibilidade Reflexa:
- Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art.
5º, VIII;
- Improbidade administrativa.
I) PARTIDOS POLÍTICOS
5) Os partidos políticos têm liberdade para definir sua estrutura interna, bem como
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios.
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6) Os partidos políticos têm liberdade para definir sua organização e funcionamento e adotar
os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias. Com a EC
nº 97/2017, ficaram proibidas as coligações nas eleições proporcionais, regra essa válida a
partir das eleições de 2020.
Art. 17 (...)
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e
à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos
um terço das unidades da Federação.
J) ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Art. 18 (...)
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para
se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
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(*) A edição da lei complementar é ato discricionário do Congresso Nacional. Assim, mesmo
que o resultado do plebiscito seja favorável, o Congresso Nacional não é obrigado a editar a
lei complementar.
Art. 18 (...)
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão
por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.
(*) O art. 18, § 4º, CF/88, é norma de eficácia limitada, uma vez que é exigida a edição de
lei complementar federal definindo o período dentro do qual podem ocorrer alterações
federativas envolvendo Municípios. Até hoje, a referida lei complementar não foi editada,
motivo pelo qual, atualmente, não podem ser criados novos Municípios no Brasil.
2) Vedações federativas:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
L) REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
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2) Competências exclusivas da União (art. 21, CF/88): Têm natureza administrativa
(material) e são indelegáveis.
3) Competências privativas da União (art. 22, CF/88): Têm natureza legislativa e são
delegáveis aos Estados mediante lei complementar.
(*) CAPACETE PM: A União tem competência privativa para legislar sobre direito civil,
comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho (art. 22, I).
(*) A União tem competência privativa para legislar sobre desapropriação (art. 22, II),
trânsito e transportes (art. 22, XI) e seguridade social (art. 22, XXIII).
(*) Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. A superveniência de lei federal
sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
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6) Competências dos Estados: Os Estados têm competência remanescente (ou residual).
Segundo o art. 25, § 1º, CF/88, “são reservadas aos Estados as competências que não lhes
sejam vedadas por esta Constituição”.
(*) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais
de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação (art. 25, § 2º, CF/88)
(*) A competência legislativa dos Municípios pode ser exclusiva (“legislar sobre
assuntos de interesse local”) ou suplementar (“suplementar a legislação federal e
estadual, no que couber”).
(*) Súmula Vinculante nº 49: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal
que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em
determinada área”.
(*) Segundo o STF, o Município é competente para legislar sobre meio ambiente,
desde que haja interesse local. A existência de interesse local deverá ser
fundamentada pelo Município e poderá resultar, inclusive, em legislação ambiental mais
restritiva do que a União e dos Estados.
M) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros (natos e naturalizados) e aos estrangeiros.
Estrangeiros podem ocupar cargo público, mas não podem exercer mandato político (são
inelegíveis).
Os brasileiros, para que possam ter acesso aos cargos, empregos e funções públicas, devem
cumprir os requisitos definidos em lei. Nesse sentido, o STF tem algumas decisões
importantes:
a) Súmula Vinculante nº 44 (STF): "Só por lei se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público."
b) “A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a exigência
constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei.”
c) “Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com
tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores
constitucionais” (RE 898450/SP).
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2) Concurso Público:
O prazo de validade do concurso público é de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez por
igual período.
3) Cargos em comissão:
Os servidores públicos têm direito à livre associação sindical (art. 37, VI) e à greve (art. 37,
VII). O direito de greve dos servidores públicos é, todavia, uma norma de eficácia limitada.
Cabe destacar que aos militares é vedada a sindicalização e a greve (art. 142, IV).
(*) Os servidores públicos não têm direito, dentre outros, aos seguintes direitos
sociais: i) seguro-desemprego; ii) fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS); iii)
piso salarial; e iv) aviso prévio.
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(*) Súmula Vinculante nº 55: “O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos
servidores inativos”.
A remuneração dos servidores públicos é fixada por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso e assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices.
Nos Estados e no Distrito Federal, o subteto é variável por Poder. No Poder Executivo, o
limite é o subsídio do Governador. No Poder Legislativo, o limite é o subsídio dos deputados
estaduais e distritais. No Poder Judiciário, o limite é o subsídio dos desembargadores do
Tribunal de Justiça (esse limite também se aplica aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos).
Nos Municípios, a remuneração de todos os servidores públicos têm como limite o subsídio
do Prefeito. Esse é o subteto remuneratório nos Municípios.
Segundo o art. 37, XII, CF/88, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
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(*) Súmula Vinculante nº 42: “É inconstitucional a vinculação do reajuste de
vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção
monetária.”
Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores (art. 37, XIV). Veda-se, desse
modo, o “efeito-repique”, ou seja, ficam proibidos os “adicionais em cascata”.
(*) Segundo o STF, em caso de acumulação de cargos, o teto constitucional deve ser
observado para cada cargo, individualmente considerado (RE 602.043).
O servidor público que for investido em mandato federal, estadual ou distrital será afastado
do cargo.
O servidor público que for investido no mandato de Prefeito será afastado do cargo, podendo
optar pela remuneração.
Por último, o servidor público que for investido no mandato de Vereador poderá: a) se
houver compatibilidade de horários, acumular o cargo público com o mandato eletivo; b) se
não houver compatibilidade de horários, será afastado do cargo público, podendo optar pela
remuneração.
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O servidor estável apenas pode perder o cargo nas seguintes hipóteses:
N) PODER LEGISLATIVO
(*) O número total de Deputados Federais, bem como a representação por Estado e
pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar.
1.2) Senado Federal: É composto por representantes dos Estados e do Distrito Federal
(Senadores), eleitos pelo sistema majoritário simples.
(*) Cada Estado e o Distrito Federal elege três Senadores, com mandato de oito anos
(art. 46, § 1º, CF). A representação de cada Estado e do Distrito Federal renova-se de
quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços (art. 46, § 2º, CF).
2.1) Requisitos para a criação de CPI: Para a criação de CPI, exige-se: i) requerimento
de 1/3 (um terço) dos membros da Casa Legislativa; ii) indicação de fato determinado a ser
investigado e; iii) fixação de prazo certo para a conclusão dos trabalhos.
(*) A CPI é um direito das minorias. Em virtude disso, o STF considera inconstitucional
que o requerimento de criação de CPI seja submetido à deliberação do Tribunal.
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(*) É possível que ocorram sucessivas prorrogações de prazo da CPI, dentro da
mesma legislatura.
2.2.1) As CPIs tem competência para convocar qualquer pessoa para depor
(particulares, servidores públicos, Ministros de Estado e titulares de órgãos ligados à
Presidência da República), na qualidade de testemunhas ou indiciados. As
testemunhas, uma vez convocadas por CPI, são obrigadas a comparecer, sendo
cabível, inclusive, a requisição de força policial para promover-lhes a condução
coercitiva.
2.3) Limitações aos poderes das CPIs: Os poderes das CPIs são limitados pelos direitos
fundamentais e pelo princípio da separação de poderes.
2.3.5) As CPIs não podem convocar o Chefe do Poder Executivo para depor.
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- Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante delito de crime inafiançável (art. 53, § 2º, CF). Segundo o STF, o
parlamentar também poderá ser preso após uma sentença judicial transitada em julgado.
- A Casa Legislativa poderá sustar o andamento de ação penal contra parlamentar, por
crime ocorrido após a diplomação. Uma vez recebida a denúncia contra o Senador ou
Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à
Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da
maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (art. 53,
§ 3º, CF).
(*) O julgamento será feito pelo STF inclusive para crimes cometidos após a
diplomação. Quando o mandato se encerra, o processo é enviado à Justiça comum, não
cabendo mais falar-se em foro por prerrogativa de função.
(*) O parlamentar que se afastar para ocupar cargo no Poder Executivo não perde o
foro por prerrogativa de função.
(*) Caso Eduardo Cunha: A suspensão do exercício do mandato por decisão do STF em
sede cautelar penal não gera a direito à suspensão do processo de cassação do mandato por
quebra de decoro parlamentar.
O) TRIBUNAIS DE CONTAS
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antiguidade e merecimento. Os outros dois terços são escolhidos pelo Congresso
Nacional, na forma de seu regimento interno.
4) Competências do TCU:
4.1) O TCU tem competência para apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente
da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento.
4.2) O TCU tem competência para julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por recursos públicos.
4.3) O TCU tem competência para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, excetuadas as
nomeações para cargo em comissão,
4.4) O TCU tem competência para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório.
(*) O TCU somente aprecia a concessão de aposentadorias obtidas pelo RPPS dos
servidores estatutários.
(*) Súmula Vinculante nº 03: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão”.
4.5) O TCU tem competência para sustar atos administrativos, comunicando a decisão à
Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. A sustação de contratos administrativos
compete ao Congresso Nacional.
4.6) O TCU tem competência para requisitar informações relativas a operações de crédito
originárias de recursos públicos. Não se trata de quebra de sigilo bancário.
4.7) As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de
título executivo (art. 71, § 3º, CF/88). A execução dessas decisões, todavia, não compete ao
TCU, mas sim à Advocacia-Geral da União.
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P) PODER JUDICIÁRIO – DISPOSIÇÕES GERAIS
1.1) Vitaliciedade: No primeiro grau, será adquirida após dois anos de efetivo
exercício. No caso de nomeações para um Tribunal, a vitaliciedade é adquirida na data
da posse. Uma vez adquirida a vitaliciedade, o juiz somente perderá o cargo por
sentença judicial transitada em julgado.
1.2) Inamovibilidade: Os juízes não podem ser removidos de ofício, salvo por motivo
de interesse público, que fica caracterizado por maioria absoluta do CNJ ou maioria
absoluta do Tribunal ao qual está vinculado.
Art. 95 (...)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos
três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
3) O “quinto constitucional”:
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e
de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados
em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a
ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus
integrantes para nomeação.
(*) O Tribunal poderá recusar o nome de uma ou de todas as pessoas indicadas na lista
sêxtupla. Não poderá, todavia, substituir os nomes da lista sêxtupla por outros.
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Q) CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
1) O CNJ é o órgão de controle interno do Poder Judiciário. Suas atribuições têm caráter
exclusivamente administrativo. Apesar de integrar o Poder Judiciário, não exerce jurisdição.
3) O CNJ foi criada pela EC nº 45/2004 (Reforma do Judiciário). Na ADI 3.367/DF, o STF
entendeu que a criação do CNJ não violou o pacto federativo e a separação de poderes.
(*) Os membros do CNJ são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação
do Senado Federal.
5) Competências do CNJ
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membros de tribunais julgados há menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças
prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre
a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso
Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
(*) O CNJ poderá, ao rever processo disciplinar de juízes e membros e tribunais, agravar ou
abrandar a decisão disciplinar revista.
1) O STJ é composto de, no mínimo, 33 Ministros. Os Ministros do STJ são nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros (natos ou naturalizados) com mais de 35 e menos
de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. A nomeação ocorrerá após
aprovada a escolha por maioria absoluta do Senado Federal.
(*) Para decorar o número de membros do STJ, utilize a frase “Somos Todos de
Jesus”, lembrando-se de que Cristo morreu com 33 anos.
2) Composição do STJ: i) 1/3, dentre juízes de TRFs; ii) 1/3, dentre desembargadores de
TJs e; 1/3, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito
Federal e Territórios, alternadamente.
(*) O STJ elabora lista tríplice com indicados oriundos dos TRFs e TJs, que será
encaminhada ao Presidente da República.
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3) Competências originárias do STJ:
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b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
(*) A CF/88 prevê que lei ordinária federal irá dispor sobre normas gerais de
organização do Ministério Público dos Estados, Distrito Federal e Territórios.
2.1) Unidade: O Ministério Público deve ser considerado um único órgão (uma única
instituição), sob a direção de uma única pessoa (um único Procurador-Geral). Para atender
o princípio federativo, o Ministério Público está organicamente dividido em MPU e MPEs.
A vitaliciedade é adquirida após 2 (dois) anos de efetivo exercício. Uma vez adquirida a
vitaliciedade, o membro do MP somente perderá o cargo por sentença judicial transitada em
julgado.
A irredutibilidade de subsídios protege o valor nominal dos subsídios dos membros do MP.
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4) Chefia do Ministério Público:
(*) O PGR poderá ser destituído por iniciativa do Presidente da República, desde que
haja autorização do Senado Federal, por maioria absoluta.
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4) A AGU tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da
República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada (art. 131, § 1º, CF).
V) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
2) Espécies de Inconstitucionalidade:
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2.4) inconstitucionalidade direta x Inconstitucionalidade indireta:
3) Controle Difuso: É realizado por qualquer juiz ou Tribunal do país. Ocorre diante de um
caso concreto, em que a declaração de inconstitucionalidade se dá de modo incidental, como
antecedente lógico ao exame do mérito.
3.1) Legitimação ativa: São legitimados ativos todas as partes do processo e eventuais
terceiros intervenientes no processo, bem como o Ministério Público, que atua como fiscal da
lei. Além disso, o Poder Judiciário pode declarar de ofício a inconstitucionalidade da lei,
afastando sua aplicação ao caso concreto.
3.2) Objeto: Qualquer lei ou ato normativo (federal, estadual, distrital ou municipal) poderá
ser objeto do controle difuso de constitucionalidade.
3.4) Controle difuso nos Tribunais: O juiz monocrático (singular) pode declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. No entanto, quando a declaração de
inconstitucionalidade é feita por Tribunal, há que se observar a cláusula de reserva de
plenário (art. 97, CF/88).
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público.
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(*) Como regra geral, os órgãos fracionários de Tribunais não podem declarar a
inconstitucionalidade das leis.
(*) Súmula Vinculante no 10: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo
97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente
a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência,
no todo ou em parte”.
(*) Há uma possibilidade excepcional em que decisão no controle difuso terá efeitos
erga omnes e vinculante: reversão de jurisprudência do STF. É o que acontece
quando decisão do STF em sede de RE ou Reclamação Constitucional substitui anterior
decisão em ADI.
3.6) Atuação do Senado Federal: O Senado Federal tem competência para suspender a
execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF
(art. 52, X).
(*) O Senado Federal poderá suspender qualquer lei declarada inconstitucional pelo
STF, seja ela uma lei federal, estadual, distrital ou municipal.
(*) O Senado Federal, ao suspender a execução de lei, não poderá ampliar, restringir
ou interpretar a decisão do STF.
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4) Súmulas Vinculantes:
O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de 2/3 (dois terços) dos
seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula
vinculante. A súmula vinculante irá obrigar todos os demais órgãos do Poder Judiciário e a
Administração Pública, em todos os níveis federativos. Sua validade é a partir da data de
publicação na imprensa oficial.
(*) As SVs não vinculam o STF, o Poder Legislativo (no exercício de sua função típica
de legislar) e o Poder Executivo (no exercício de sua função atípica de legislar). A não
vinculação da atividade legislativa existe para evitar a “fossilização constitucional”.
(*) Caso seja praticado ato administrativo ou proferida decisão judicial que contrarie
os termos da súmula, a parte prejudicada poderá intentar reclamação diretamente
perante o STF. Ao julgar procedente o pedido de reclamação, o STF anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada.
5.1) Objeto de controle: A ADI tem como objeto a aferição da validade de lei ou ato
normativo federal ou estadual editados posteriormente à promulgação da CF/88.
(*) Podem ser objeto de ADI: i) espécies normativas do art. 59, CF/88; ii) decretos
autônomos; iii) tratados internacionais; iv) regimentos internos dos Tribunais e das
Casas Legislativas; v) Constituições e leis estaduais.
(*) Não podem ser objeto de ADI: i) normas constitucionais originárias; ii) leis e atos
normativos revogados ou com eficácia exaurida; iii) direito pré-constitucional; iv)
súmulas e súmulas vinculantes; e v) atos normativos secundários.
(*) Segundo o STF, os atos de efeitos concretos não podem ser objeto de ADI, salvo
se forem aprovados sob a forma de lei em sentido estrito.
(*) Leis municipais não podem ser objeto de ADI perante o STF. Leis distritais editadas
no exercício de competência municipal também não podem ser objeto de ADI no STF.
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5.2) Legitimados Ativos:
(*) Segundo o STF, a aferição da legitimidade do partido político para propor a ADI deve ser
feita no momento da propositura da ação. Assim, a perda superveniente de representação do
partido no Congresso Nacional não irá prejudicar a ADI.
(*) Dentre todos os legitimados do art. 103, CF/88, apenas dois necessitam de advogado
para a propositura da ação: i) partido político com representação no Congresso Nacional e ii)
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
As decisões de mérito em ADI produzem efeitos “ex tunc” (retroativos). Por decisão de
2/3 (dois terços) dos seus membros, o STF pode proceder à modulação dos efeitos temporais
da sentença. Assim, excepcionalmente, a decisão em sede de ADI poderá ter efeitos “ex
nunc” ou mesmo poderá ter eficácia a partir de um outro momento fixado pela Corte.
A decisão em sede de ADI terá eficácia contra todos (“erga omnes”), ou seja, alcança
indistintamente a todos.
A decisão definitiva de mérito proferida pelo STF em ADI terá efeito vinculante em relação
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal.
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6) Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC):
6.1) Objeto de controle: A ADC tem como objeto lei ou ato normativo federal editados
posteriormente à promulgação da CF/88.
(*) Para que a ADC seja ajuizada, é necessário que haja controvérsia judicial que
esteja pondo em risco a presunção de constitucionalidade da norma impugnada.
6.3) Não atuação da AGU: O AGU não participa do processo de ADC, uma vez que a norma
não está sendo “atacada”, mas sim defendida por meio da ação.
6.4) Atuação do PGR: O PGR deverá sempre se manifestar, segundo sua livre convicção
jurídica.
6.5) Efeitos da decisão: A decisão em sede de ADC produzirá eficácia contra todos
(“erga omnes”) e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Além
disso, a decisão, em sede de ADC, produz efeitos retroativos (“ex tunc”). Quando houver
a declaração de inconstitucionalidade da norma, é possível a modulação dos efeitos temporais
da sentença.
7.1) Cabimento: A ADO é cabível para combater as omissões inconstitucionais, sejam elas
legislativas ou administrativas. Enquanto o mandado de injunção é utilizado para combater as
omissões inconstitucionais em concreto, a ADO visa atacar as omissões em abstrato.
7.4) Objeto: Por meio de ADO, podem ser impugnadas omissões de órgãos federais e
estaduais em face da CF/88. A ADO pode combater omissões totais ou parciais.
7.5) Atuação do AGU / PGR: Na ADO, o PGR deverá sempre se manifestar. A participação
do AGU não é obrigatória.
Em caso de omissão imputável a órgão administrativo: o STF notificará o órgão para que
adote as providências necessárias em 30 (trinta) dias a partir da ciência da decisão ou em
outro prazo razoável a ser estipulado pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias
específicas do caso e o interesse público envolvido.
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8) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF):
8.1) Parâmetro de controle: Na ADPF, o parâmetro de controle é mais restrito, pois nem
todas as normas constitucionais se enquadram como preceitos fundamentais.
8.2) Legitimados ativos: Podem propor ADPF os mesmos legitimados ativos da ADI, da
ADO e da ADC.
8.3) Subsidiariedade: A ADPF tem caráter subsidiário, ou seja, não será admitida ADPF
quando houver qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade.
(*) O caráter subsidiário da ADPF deve ser interpretado apenas dentro do contexto das ações
de controle concentrado. Dessa forma, a possibilidade de enfrentamento de uma questão por
meio de recurso extraordinário não exclui a admissibilidade de ADPF.
8.4) Cabimento de ADPF: A ADPF é cabível diante de: i) leis ou atos normativos anteriores
à Constituição; ii) leis e atos normativos municipais; iii) interpretações judiciais violadoras
de preceitos fundamentais e; iv) direito pós-constitucional já revogado ou de efeitos
exauridos.
8.5) Fungibilidade: A ADI e a ADPF são consideradas ações fungíveis, o que significa que
uma pode ser substituída pela outra. Em razão disso, uma ADPF ajuizada perante o STF
poderá ser conhecida como ADI. Da mesma forma, uma ADI poderá ser conhecida como
ADPF.
8.6) Efeitos da decisão: A decisão em sede de ADPF produzirá eficácia contra todos
(“erga omnes”) e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Além
disso, a decisão, em sede de ADPF, produz efeitos retroativos (“ex tunc”). É possível a
modulação dos efeitos temporais da decisão.
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DIREITO ADMINISTRATIVO – PROF. ERICK ALVES
➢ Sistemas administrativos: forma adotada pelo Estado para solucionar os litígios decorrentes da sua atuação.
▪ Sistema francês ou do contencioso administrativo: dualidade de jurisdição; o Poder Judiciário não pode intervir nas
funções administrativas; a própria Administração resolve as lides administrativas.
▪ Sistema inglês ou de jurisdição única: todos os litígios podem ser levados ao Judiciário, que é o único competente para
proferir decisões com autoridade final e conclusiva, com força de coisa julgada.
➢ Sistema administrativo brasileiro: sistema inglês ou de jurisdição única. As decisões dos órgãos administrativos, em regra,
não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário, podendo ser revistas na via judicial.
▪ Necessidade de esgotar a via administrativa: justiça desportiva; reclamação contra descumprimento de súmula
vinculante; habeas data; mandado de segurança, caso seja possível interpor recurso administrativo com efeito
suspensivo.
▪ O Judiciário não pode interferir: atos políticos, competências de natureza tipicamente administrativa.
▪ Coisa julgada administrativa: ocorre quando determinada decisão da Administração não pode mais ser modificada na via
administrativa (ex: não há mais recursos administrativos; atos administrativos vinculados).
➢ Regime jurídico-administrativo: sistema que dá identidade ao Direito Administrativo, caracterizado por dois princípios
básicos:
▪ Supremacia do interesse público: prerrogativas e privilégios da Administração Pública (ex: poder de polícia; poder de
modificar unilateralmente contratos etc.).
▪ Indisponibilidade do interesse público: restrições impostas pela lei à Administração (ex: necessidade de realizar
concurso público e licitação; restrições à alienação de bens públicos).
▪ Atos devem ser praticados tendo em vista o interesse público, e não os interesses pessoais
do agente ou de terceiros.
▪ Três aspectos: isonomia, finalidade pública e não promoção pessoal.
Impessoalidade ▪ Ex: concurso público e licitação.
▪ Proíbe nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal, inclusive do partido.
▪ Permite que se reconheça a validade de atos praticados por agente de fato.
▪ Ato pode ser anulado, por desvio de finalidade.
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▪ Necessidade de atuação ética dos agentes públicos (moral administrativa).
Moralidade ▪ Conceito indeterminado, mas passível de ser extraído do ordenamento jurídico.
▪ Aspecto vinculado; permite a anulação dos atos administrativos.
▪ Nepotismo: não necessita de lei formal; não se aplica a agentes políticos.
Razoabilidade: compatibilidade entre meios e fins (aferida pelos padrões do homem médio)
Contraditório e Deve haver em todos os processos administrativos, punitivos (acusados) e não punitivos
ampla defesa (litigantes).
Anular atos ilegais e revogar atos inoportunos e inconvenientes. Pode ser mediante
Autotutela provocação ou de ofício. Não afasta a apreciação do Judiciário (atos ilegais). Os atos não
podem ser revistos após o prazo decadencial, salvo comprovada má-fé.
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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO DIRETA: conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (U, E, DF, M), aos quais foi atribuída
a competência para o exercício de atividades administrativas, de forma centralizada.
Órgãos Públicos: não possuem capacidade processual, exceto órgãos autônomos e independentes para mandado de segurança
na defesa de suas prerrogativas e competências.
Quanto à atuação ▪ Órgãos singulares ou unipessoais: decisões tomadas por uma só pessoa.
funcional ▪ Órgãos colegiados ou pluripessoais: decisões conjuntas.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: entidades administrativas vinculadas à Adm. Direta para o exercício de atividades de forma
descentralizada.
Supervisão Ministerial ou Tutela: verifica os resultados das entidades descentralizadas, a harmonização de suas atividades com
a política do Governo, a eficiência de sua gestão e a manutenção de sua autonomia. Depende de previsão em lei (tutela
ordinária), podendo extrapolar a lei em caso de problemas graves.
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AUTARQUIAS:
▪ Criação e extinção: diretamente por lei.
▪ Objeto: atividades típicas de Estado, sem fins lucrativos. “Serviços públicos personalizados.”
▪ Regime jurídico: direito público.
▪ Prerrogativas: prazos processuais especiais; prescrição quinquenal; precatórios; inscrição de seus créditos em
dívida ativa; imunidade tributária; não sujeição à falência.
▪ Classificação: geográfica ou territorial; de serviço ou institucional; fundacionais; corporativas ou associativas
e outras.
▪ Autarquias de regime especial: maior autonomia que as demais. Estabilidade dos dirigentes (ex: agências
reguladoras)
▪ Patrimônio: bens públicos (impenhorabilidade, imprescritibilidade e restrições à alienação).
▪ Pessoal: regime jurídico único (igual ao da Adm. Direta).
▪ Foro judicial: Justiça Federal (federais) e Justiça Estadual (estaduais e municipais)
FUNDAÇÕES:
▪ Criação e extinção: diretamente por lei (se de dir. público); autorizada por lei, mais registro (se de dir. privado)
▪ Objeto: atividades que beneficiam a coletividade, sem fins lucrativos. “Patrimônio personalizado”.
▪ Regime jurídico: direito público ou privado.
▪ Prerrogativas: mesmas que as autarquias (se de dir. público); imunidade tributária (dir. público ou privado).
▪ Patrimônio: bens públicos (se de dir. público); bens privados, sendo que os bens empregados na prestação de serviços públicos
possuem prerrogativas de bens públicos (se de dir. privado).
▪ Pessoal: regime jurídico único (se de dir. público); regime jurídico único ou celetista – divergência doutrinária (se de dir. privado).
▪ Controle do Ministério Público: MP Federal, independentemente de sede (fundações públicas federais); MP dos Estados ou
MPDFT, de acordo com a sede (fundações públicas e privadas).
▪ Foro judicial: igual às autarquias (se de dir. público); p/ doutrina, Justiça Estadual (se de dir. privado); p/ jurisprudência, Justiça
Federal (se de dir. privado federal).
▪ Outras: contratos das fundações de dir. privado são regidos pela Lei de Licitações.
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▪ Composição do capital: SEM = público (majoritário) e privado; EP = exclusivo público, podendo participar mais de uma entidade
pública.
▪ Foro judicial: SEM federal = Justiça Estadual, regra; ou, se a União atuar como assistente ou oponente = Justiça Federal. EP
federal = Justiça Federal, sempre. EP ou SEM estadual ou municipal = Justiça Estadual. Ações trabalhistas = Justiça do Trabalho.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS:
▪ Pessoa privada, não integrante da Administração Pública, que recebe uma qualificação do Poder Público.
▪ Atua nas áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do
meio ambiente, cultura e saúde.
▪ Foram idealizadas para substituir órgãos e entidades da Administração Pública, que seriam extintos e teriam
suas atividades “absorvidas” pela OS (publicização).
▪ Formalizam parceria com o Poder Público mediante CONTRATO DE GESTÃO (≠ do art. 37, §8º da CF).
▪ Qualificação é ato discricionário, dependendo de aprovação do Ministério supervisor.
▪ A lei exige que a OS possua um Conselho de Administração, do qual participem representantes do Poder
Público; não exige que a OS tenha Conselho Fiscal.
▪ Podem receber do Estado (fomento): recursos orçamentários; bens públicos; cessão de servidor.
▪ É hipótese de licitação dispensável a contratação de OS pelo Poder Público, para o desempenho de
atividades contempladas no contrato de gestão.
▪ A desqualificação como OS pode ser feita pelo Poder Executivo, em processo administrativo, assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
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ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO:
▪ Pessoa privada, não integrante da Administração Pública, que recebe uma qualificação do Poder Público.
▪ Algumas entidades não podem ser qualificadas como OSCIP, dentre elas: sociedades comerciais, organizações
sociais, cooperativas, fundações públicas, hospitais e escolas privadas não gratuitos etc.
▪ Não foram idealizadas para substituir órgãos e entidades da Administração Pública.
▪ Formalizam parceria com o Poder Público mediante TERMO DE PARCERIA.
▪ É possível a vigência simultânea de dois ou mais termos de parceria, ainda que com o mesmo órgão estatal,
desde que a Oscip tenha capacidade operacional para executar seus objetos.
▪ Qualificação é ato vinculado, concedida pelo Ministério da Justiça.
▪ A lei exige que a Oscip tenha um Conselho Fiscal; não exige que a Oscip tenha um Conselho de Administração.
Não há exigência de que existam representantes do Poder Público em algum órgão da entidade.
▪ Não existe hipótese de licitação dispensável para a contratação de Oscip pelo Poder Público.
▪ A desqualificação como Oscip pode ser feita a pedido da própria entidade, por iniciativa de qualquer
cidadão ou do Ministério Público, em processo administrativo ou judicial, assegurado o contraditório e a
ampla defesa.
▪ Prerrogativa para aplicar sanções àqueles que, submetidos à disciplina interna da Adm.,
cometem infrações (servidores e particulares com vínculo contratual com a Adm.).
▪ Não se confunde com o poder punitivo do Estado (exercido pelo Poder Judiciário para punir
Poder
infrações de natureza civil e penal – ex: atos de improbidade).
disciplinar
▪ Admite discricionariedade (gradação e escolha da penalidade).
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▪ Poder inerente ao Chefe do Executivo para editar decretos.
▪ Atos normativos são editados por outras autoridades e órgãos com base no poder
normativo.
▪ Decreto de execução: dar fiel execução às leis administrativas; não pode ser delegado; atos
de caráter geral e abstrato.
▪ Atos normativos secundários: não podem inovar o ordenamento jurídico.
Poder
regulamentar ▪ Decreto autônomo: não precisa de lei prévia; apenas para (i) organizar a Adm. Pública, sem
aumento de despesa ou criação/extinção de órgãos ou (ii) extinção de cargos públicos vagos.
Pode ser delegado.
▪ O Congresso Nacional pode sustar atos normativos do Executivo que exorbitem do poder
regulamentar.
▪ Controle judicial: em caso de conflito com a lei que regulamenta, não cabe ADI (esta, apenas
para atos normativos autônomos que ofendem diretamente a Constituição).
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ABUSO DE PODER:
AGENTES PÚBLICOS
▪ Agentes políticos: elaboram políticas públicas e dirigem a Adm; atuam com liberdade funcional (ex: chefes do Executivo,
ministros e secretários, membros do Legislativo, juízes, membros do MP e do TCU).
▪ Agentes administrativos: exercem atividades administrativas (ex: servidores públicos, empregados públicos e agentes
temporários).
▪ Agentes honoríficos: prestam serviços relevantes ao Estado; em regra, não recebem remuneração (ex: mesários e júri).
▪ Agentes delegados: particulares que atuam em colaboração com o Poder Público; podem ser pessoas jurídicas (ex:
concessionárias de serviços públicos, tabeliães, leiloeiros).
▪ Agentes credenciados: representam a Administração em atividade específica (ex: pessoas de renome).
▪ Agentes de fato: pessoas investidas na função pública de forma emergencial (necessários) ou irregular (putativos). Seus atos
devem ser convalidados (teoria da aparência).
NORMAS CONSTITUCIONAIS:
CARGOS PÚBLICOS EMPREGOS PÚBLICOS
▪ Provimento efetivo (concurso público) ou em ▪ Provimento mediante concurso público.
comissão (livre nomeação e exoneração). ▪ Ocupados por empregados públicos.
▪ Ocupados por servidores públicos. ▪ Regime jurídico celetista.
▪ Regime jurídico estatuário. ▪ Órgãos e entidades de direito privado (EP, SEM e
▪ Órgãos e entidades de direito público (adm. fundações de direito privado).
direta, autarquias e fundações públicas) -> RJU
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➢ Direto de greve -> norma de eficácia limitada -> aplica-se aos servidores públicos a lei de greve dos trabalhadores privados.
▪ Os casos excepcionais devem estar previstos em lei; o prazo de contratação deve ser
predeterminado; a necessidade deve ser temporária; e o interesse público deve ser
Contratações excepcional.
temporárias ▪ Pode ser feita sem concurso público, mediante processo seletivo simplificado.
▪ Os agentes temporários exercem função pública, mas não ocupam cargo, nem emprego
público -> firmam contrato de direito público com a Administração.
➢ Mandatos eletivos:
▪ Federal, estadual ou distrital: afastado do cargo e recebe remuneração do cargo eletivo;
▪ Prefeito: afastado do cargo e pode optar pela remuneração;
▪ Vereador: pode acumular e receber ambas as remunerações, desde que haja compatibilidade de horários.
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➢ Requisitos para estabilidade (servidores estatutários efetivos; não se aplica aos empregados públicos):
▪ Investidura em cargo efetivo, mediante prévia aprovação em concurso público;
▪ Três anos de efetivo exercício no cargo;
▪ Aprovação em avaliação especial de desempenho.
O servidor estável só perderá o cargo se for condenado em processo judicial ou administrativo ou, ainda, como última
solução para adequar os gastos de pessoal aos limites da LRF.
➢ Modalidades de aposentadoria:
▪ Por invalidez permanente: proventos proporcionais, exceto doença grave, contagiosa ou incurável;
▪ Compulsória aos 75 (na forma de LC) anos de idade: proventos proporcionais;
▪ Voluntária, desde que cumpridos 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo:
➢ Por tempo de contribuição, com proventos calculados a partir da média das maiores remunerações
utilizadas como base para as contribuições aos regimes próprio e geral:
▪ Homem: aos 60 anos de idade e 35 anos de contribuição.
▪ Mulher: aos 55 anos de idade e 30 anos de contribuição.
➢ Por idade, com proventos proporcionais:
▪ Homem: aos 65 anos de idade.
▪ Mulher: aos 60 anos de idade.
▪ Aposentadorias especiais:
✓ Professor(a) da educação infantil e do ensino fundamental e médio: o tempo de contribuição e o limite de idade são
reduzidos em 5 anos.
✓ Portadores de deficiência; atividades de risco ou em condições especiais: na forma de leis complementares ->
enquanto não forem editadas, aplica-se as normas do RGPS.
✓ Militares: regime de aposentadoria disciplinado em lei própria.
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➢ Regime de previdência complementar dos servidores públicos:
▪ Servidores aposentados recebem apenas o teto do RGPS; se quiserem receber mais devem contribuir para o regime
complementar;
▪ Será gerido por entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública (mas pode ter personalidade
jurídica de direito privado).
▪ Os planos de benefícios serão oferecidos apenas na modalidade de contribuição definida.
▪ O servidor que ingressar no sv público até a instituição do regime precisa registrar prévia e expressa opção.
▪ Na esfera federal foram criadas: Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a Funpresp-Jud, fundações públicas com personalidade
jurídica de direito privado.
Lei 8.112/1990: regime jurídico único dos servidores públicos federais (adm. direta, autarquias e fundações)
PROVIMENTO: ato administrativo pelo qual o cargo público é preenchido, com a designação de seu titular.
➢ Provimento originário: ocupação inicial do cargo, não decorrente de vínculo anterior com a Administração.
30 dias 15 dias
Nomeação Posse Exercício
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▪ Deve ocorrer a cada novo cargo que o servidor assume.
▪ Prazo de 3 anos.
▪ Serão examinadas: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e a
responsabilidade do servidor.
▪ O servidor em estágio poderá exercer funções de confiança no órgão de lotação. Em outro
órgão, somente se for cargo de natureza especial ou DAS 4, 5 ou 6.
Estágio
probatório ▪ O servidor em estágio não poderá tirar licença: capacitação, para assuntos particulares e
para mandato classista, nem afastamento para pós-graduação.
▪ O estágio ficará suspenso nas licenças: por doença em pessoa da família; pelo afastamento
do cônjuge; para atividade política; para participar de curso de formação; para servir em
organismo internacional.
▪ Em caso de reprovação, o servidor: não estável, será exonerado; estável, será reconduzido
ao cargo anterior.
VACÂNCIA: exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e falecimento.
▪ Deslocamento do cargo.
Redistribuição
▪ Sempre de ofício.
Vencimentos e remuneração:
• A remuneração é irredutível e não pode ser inferior ao salário mínimo;
• Em regra, nenhum desconto pode incidir sobre a remuneração, salvo:
o Por imposição legal ou mandado judicial;
o Empréstimo consignado, quando autorizado pelo servidor;
o Reposição de pagamentos a maior efetuados pela Administração;
o Indenização de danos ao erário causados pelo servidor, desde que haja o consentimento deste.
• Pagamentos recebidos de boa-fé não precisam ser devolvidos.
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Ajuda de custo
Diárias
Indenizações
Indenização de transporte
Auxílio-moradia
Gratificações e
adicionais Função de confiança
Vantagens
Gratificação natalina
Adicional de insalubridade
Adicional de serviço extraordinário
Adicional noturno
Adicional de férias
Gratificação por encargo de curso ou concurso
Férias:
• 30 dias anuais, podendo ser parceladas em até três etapas;
• Primeiro período aquisitivo: 12 meses de exercício; demais períodos: a partir de 1º janeiro;
• É vedado ao servidor descontar nas férias qualquer falta injustificada;
• As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para
júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço.
Afastamentos: para servir a outro órgão ou entidade; para exercício de mandato eletivo; para estudo ou missão no exterior;
para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país.
Concessões: para se ausentar do serviço para doação de sangue, alistamento eleitoral, casamento; direito a horário especial
para estudante, portador de deficiência; e direito para matricular-se em universidade congênere, quando deslocado de sede no
interesse da Administração.
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▪ Civil, penal e administrativa.
▪ A regra é a independência entre as instâncias
Responsabilidades
▪ Exceções: condenação na esfera penal; ou absolvição na esfera penal por negativa de fato
ou de autoria.
Penalidades:
✓ Advertência --> prescreve em 180 dias
✓ Suspensão por até 90 dias --> prescreve em 2 anos
✓ Demissão
✓ Cassação de aposentadoria ou disponibilidade prescrevem em 5 anos
✓ Destituição de cargo em comissão ou função comissionada
ATOS ADMINISTRATIVOS: praticados por todos os Poderes, quando exercem função administrativa.
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➢ Fatos administrativos são produzidos independentemente de manifestação de vontade.
➢ Inclui o silêncio administrativo e os atos materiais da Administração.
➢ Fatos administrativos produzem efeitos jurídicos para a Administração (ex: morte de servidor)
➢ Fatos da Administração não produzem efeitos jurídicos (ex: servidor que se machuca sem gravidade)
➢ ATRIBUTOS:
Presunção ▪ Permite que os atos produzam efeitos de imediato, ainda que apresentem vícios aparentes.
de ▪ O administrado terá que se submeter ao ato, até que ele seja invalidado.
legitimidade ▪ Presunção relativa (admite prova em contrário).
▪ Inverte o ônus da prova (o administrado é que deve provar o erro da Administração)
▪ Presente em todos os atos administrativos.
▪ Certos atos administrativos podem ser executados pela própria Administração, sem
necessidade de intervenção judicial.
▪ Desdobra-se em:
✓ Exigibilidade: coerção indireta (ex: aplicação de multas);
✓ Executoriedade: coerção direta (ex: demolição de obra irregular)
Autoexecutoriedade
▪ Está presente apenas quando:
✓ expressamente prevista em lei (ex: poder de polícia; penalidades disciplinares).
✓ tratar-se de medida urgente.
▪ Não está presente quando envolve o patrimônio do particular (ex: cobrança de multa
não paga; desconto de indenização ao erário nos vencimentos do servidor).
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➢ ELEMENTOS:
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▪ Efeitos jurídicos imediatos do ato administrativo.
▪ Identifica-se com o conteúdo do ato (demissão, autorização para edificar, desapropriação etc).
▪ Deve ser lícito, possível, certo e moral.
Objeto ▪ Objeto acidental: encargo/modo (ônus imposto ao destinatário do ato), termo (início e fim da
eficácia do ato) e condição (suspensiva e resolutiva).
▪ Vícios de objeto: quando é proibido, impossível, imoral e incerto (insanável, ato deve ser
anulado).
VINCULAÇÃO e DISCRICIONARIEDADE:
➢ Poder Judiciário não aprecia o mérito administrativo: caso a Administração ultrapasse os limites da discricionariedade, o
Judiciário poderá anular o ato (jamais convalidar), sem que isso caracterize controle de mérito; uma vez rompidos os
limites da lei, o controle passa a ser de legalidade.
▪ Atos vinculados: a lei fixa os requisitos e condições de sua realização, não deixando
Quanto ao liberdade de ação para a Administração.
grau de
▪ Atos discricionários: a Administração tem liberdade de ação dentro de determinados
liberdade
parâmetros previamente definidos em lei.
Quanto à ▪ Atos internos: atingem apenas o órgão que os editou. Ex: portaria de remoção de servidor.
situação de ▪ Atos externos: também atingem terceiros. Ex: multas a empresas contratadas, editais de
terceiros licitação, atos normativos etc.
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▪ Atos de império: praticados com supremacia sobre os administrados. Ex: desapropriação.
Quanto às ▪ Atos de gestão: praticados sem supremacia sobre os administrados; são atos próprios da
prerrogativas gestão de bens e serviços. Ex: alienação de bens, aluguéis de imóveis.
da
Administração ▪ Atos de expediente: se destinam a dar andamento aos processos e papeis administrativos,
sem qualquer conteúdo decisório. Ex: protocolo de documentos.
▪ Ato válido: é aquele praticado em conformidade com a lei, sem nenhum vício.
▪ Ato nulo: é aquele que nasce com vício insanável. Ex: ato com motivo inexistente, ato com
Quanto aos objeto não previsto em lei e ato praticado com desvio de finalidade.
requisitos de
▪ Ato anulável: é o que apresenta vício sanável. Ex: vícios de competência e de forma (regra).
validade
▪ Ato inexistente: apenas tem aparência de ato administrativo, mas, em verdade, não chega a
entrar no mundo jurídico, por falta de um elemento essencial. Ex: usurpador de função.
➢ Atos normativos
▪ Possuem efeitos gerais e abstratos, atingindo todos aqueles que se situam em idêntica situação jurídica (não têm
destinatários determinados). Correspondem aos “atos gerais”.
▪ Não podem inovar o ordenamento jurídico (ao contrário das leis).
▪ São atos administrativos apenas em sentido formal (e não em sentido material).
▪ Não podem ser objeto de impugnação direta por meio de recursos administrativos ou ação judicial ordinária; devem ser
impugnados por ação direta de inconstitucionalidade.
▪ Exemplos: regulamentos, portarias, circulares, instruções normativas.
➢ Atos ordinatórios
▪ São os atos com efeitos internos, endereçados aos servidores públicos, que visam a disciplinar o funcionamento da
Administração e a conduta funcional de seus agentes.
▪ Possuem fundamento no poder hierárquico; de regra, não atingem os particulares em geral.
▪ São inferiores em hierarquia aos atos normativos.
▪ Exemplos: portarias de delegação de competência, circulares internas, ordens de serviço, avisos.
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➢ Atos negociais
▪ São aqueles em que a vontade da Administração coincide com o interesse do administrado.
▪ Representam a anuência prévia da Administração para o particular realizar determinada atividade de interesse dele, ou
exercer determinado direito (“atos de consentimento”).
▪ Não cabe falar em imperatividade, coercitividade ou autoexecutoriedade nos atos negociais.
▪ Licença:
o Ato administrativo vinculado e definitivo. Permite ao particular exercer direitos subjetivos.
o Não pode, em regra, ser revogada (exceto licença para construir). Admite apenas cassação (vício na execução) ou
anulação (vício na origem). Pode gerar direito a indenização ao particular, caso ele não tenha dado causa à invalidação
da licença.
▪ Autorização:
o Ato administrativo discricionário e precário. Permite ao particular exercer atividades materiais, prestar serviços públicos
ou utilizar bem público.
o Pode ser revogada a qualquer tempo pela Administração, em regra, sem a necessidade de pagar indenização ao
interessado.
▪ Permissão: ato administrativo discricionário e precário. Enquanto ato administrativo, refere-se apenas ao uso de bem
público; em caso de delegação de serviços públicos, a permissão deve ser formalizada mediante um “contrato de adesão”,
precedido de licitação (ou seja, não constitui um ato administrativo).
▪ Outros exemplos: admissão, aprovação e homologação.
➢ Atos enunciativos
▪ São aqueles que atestam ou certificam uma situação preexistente (ex: certidões e atestados) ou que emitem uma opinião
para preparar outro ato de caráter decisório (pareceres).
▪ A rigor, não constituírem uma manifestação de vontade da Administração; por isso, são considerados meros atos da
Administração (são atos administrativos apenas em sentido formal, mas não material).
▪ Exemplos: certidão (cópia fiel de informações registradas em livros ou banco de dados); atestado (declaração sobre fato que
não consta em livro ou arquivo), parecer (pode ser obrigatório ou facultativo e, em alguns casos, pode ter efeito vinculante);
apostila (averbação para corrigir ou atualizar dados).
➢ Atos punitivos
▪ Os atos punitivos são aqueles que impõem sanções administrativas.
▪ Podem ser de ordem interna (ex: penalidades disciplinares a servidores públicos) ou externa (sanções aplicadas a
particulares).
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EXTINÇÃO E CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS
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▪ Igualdade de condições entre todos os licitantes.
Igualdade ▪ Veda imposição de marcas, exceto para padronização (tecnicamente justificável).
(competitividade) ▪ Exceções: empate em igualdade de condições; licitações sustentáveis, medidas de
compensação, ME e EPP.
▪ Margem de preferência: pode adquirir produtos nacionais até 25% mais caros; pode
Desenvolvimento ser estendida para países do Mercosul; revisão periódica a cada 5 anos; capacidade de
nacional produção não pode ser inferior à demandada.
sustentável ▪ Bens e serviços de informática e automação.
▪ Sistemas de TI e de comunicação estratégicos
Modalidades:
Modalidade CONCORRÊNCIA TOMADA DE PREÇOS CONVITE
Aberto a qualquer licitante. ▪ Licitante cadastrado; ▪ Licitantes convidados (cadastrados
▪ Licitante que atender as ou não), no mínimo 3.
Participantes condições para cadastro até 3 ▪ Licitantes cadastrados que
dias antes. manifestarem interesse até 24
horas antes.
Habilitação Fase de habilitação Prévia (registros cadastrais) Prévia (registros cadastrais)
▪ Obras, serviços e compras Obras e serviços de engenharia Obras e serviços de engenharia até
de qualquer valor. até R$ 1,5 milhão. R$ 150 mil.
▪ Compra e alienação de Compras e serviços até Compras e serviços até R$ 80 mil.
imóveis. R$ 650 mil.
Objeto
▪ Concessão de direito real
de uso.
▪ Concessão de serviços.
▪ Registro de preços.
Mínimo de 3 membros, pelo Mínimo de 3 membros, pelo Pode ser um único servidor
Comissão
menos 2 servidores efetivos menos 2 servidores efetivos (pequenas unidades, pessoal exíguo)
➢ Concurso: escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante instituição de remuneração ou prêmios.
➢ Leilão: alienação de bens pelo tipo maior lance ou oferta.
➢ Consulta: utilizada por agências reguladoras
Tipos de licitação: menor preço, melhor técnica, técnica e preço, maior lance ou oferta.
Fases da licitação: abertura do processo administrativo -> elaboração do instrumento convocatório -> publicidade ->
recebimento e julgamento das propostas -> homologação -> adjudicação.
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▪ Julgamento das propostas: abertura dos envelopes de habilitação (envelope “A”) -> concessão de prazo para recurso aos
inabilitados -> devolução dos envelopes de propostas de preço (envelope “B”) fechados aos inabilitados, após o prazo de
recurso ou sua decisão -> abertura dos envelopes de proposta de preços dos habilitados -> julgamento e classificação.
Publicidade do instrumento convocatório:
Modalidade Antecedência mínima
Quando o contrato a ser celebrado for no
regime de empreitada integral.
45 dias
Concorrência Quando a licitação for do tipo “melhor
técnica” ou “técnica e preço”.
30 dias Demais casos
30 dias Quando a licitação for do tipo “melhor
Tomada de preços técnica” ou “técnica e preço”.
15 dias Demais casos
Convite 5 dias úteis
Concurso 45 dias
Leilão 15 dias
Pregão 8 dias úteis
Impugnação de edital:
▪ Cidadão: até 5 dias úteis antes da licitação.
▪ Licitante: até 2 dias úteis antes da licitação
Alienação de bens:
▪ Interesse público.
▪ Avaliação prévia.
▪ Licitação pública (dispensada nas hipóteses do art. 17):
✓ Imóveis: em regra por concorrência (salvo se o imóvel é derivado de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento, quando poderá ser por leilão ou concorrência).
✓ Móveis: em regra por leilão (> R$ 650 mil haverá concorrência).
▪ Autorização legislativa: apenas se o imóvel por da administração direta, autárquica ou fundacional (não para EP e SEM).
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Recursos administrativos:
Efeito suspensivo sempre:
▪ habilitação ou inabilitação do licitante;
▪ julgamento das propostas;
Recurso sentido estrito Efeito suspensivo facultativo:
(5 dias úteis ou 2 nos convites) ▪ anulação ou revogação da licitação;
▪ registro cadastral;
▪ rescisão unilateral do contrato pela Administração;
▪ advertência, suspensão temporária ou multa
Representação Quando não couber recurso hierárquico.
Pedido de reconsideração Declaração de inidoneidade
(10 dias úteis) Dirigido ao Ministro de Estado, Secretário Estadual ou Municipal.
CLÁUSULAS EXORBITANTES
▪ Por modificação do projeto ou das especificações;
Alteração ▪ Por acréscimo ou diminuição de seu objeto, em até 25% (ou até 50% de acréscimo em caso
unilateral de reforma de edifícios ou equipamentos).
▪ Somente cláusulas de execução -> não pode alterar o equilíbrio econômico-financeiro.
▪ Advertência
▪ Multa
Aplicação de
▪ Suspensão temporária de participação em licitação e de contratar, por até dois anos.
sanções
▪ Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração enquanto
perdurarem os motivos da punição ou até a reabilitação, no mínimo após dois anos.
▪ Poderá ser exigida garantia do contratado, até 5% do valor do contrato (até 10% em
contrato de grande vulto com alta complexidade).
Exigência de ▪ Deve haver previsão expressa no instrumento convocatório.
garantia ▪ Modalidades de garantia (opção do contratado): caução em dinheiro ou títulos da dívida
pública; seguro garantia; fiança bancária.
▪ Não se confunde com garantia da proposta (até 1% do valor estimado do objeto).
Fiscalização ▪ Realizada por representante designado, permitida a contratação de terceiros para auxílio.
pela ▪ Poderá determinar o que for necessário à regularização dos problemas observados ou, se
Administração as decisões ultrapassarem sua competência, solicitá-las a seus superiores.
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Restrições à ▪ Somente após 90 dias de atraso é que o contratado pode demandar a rescisão do contrato
oposição da administrativo ou, ainda, paralisar a execução dos serviços, após notificação prévia.
exceção do ▪ Em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o
contrato não particular não poderá opor a exceção do contrato não cumprido mesmo diante de atraso de
cumprido pagamento superior a 90 dias.
EXTINÇÃO DO CONTRATO
▪ Naturalmente, por cumprimento do objeto ou término do prazo.
▪ Impossibilidade material ou jurídica.
▪ Anulação (ex tunc): dever de indenizar o contratado, exceto de este tiver contribuído para a ilegalidade.
▪ Rescisão (ex nunc): unilateral, amigável ou judicial
SERVIÇOS PÚBLICOS
Elementos da definição:
▪ Subjetivo: o sujeito é o Estado (Poder Público), que presta direta ou indiretamente.
▪ Objetivo: atividades de interesse coletivo (nem sempre, ex: loterias).
▪ Formal: o regime jurídico é de direito público (mas quando prestado por concessionárias ou permissionárias o regime
predominante é de direito privado – regime híbrido).
Não são serviços públicos: atividades judiciais, legislativas e de governo (políticas); fomento; poder de polícia; intervenção
na propriedade privada; obras públicas.
Ordem social (saúde e educação): podem ser prestados pelos particulares independentemente de delegação. São
atividades privadas, sujeitas ao poder de polícia do Estado. Apenas quando desempenhadas pelo Estado é que se sujeitam
ao regime de direito público.
Formas de prestação:
▪ Prestação direta: o serviço é prestado pela Administração Pública, direta ou indireta.
▪ Prestação indireta: o serviço é prestado por particulares, aos quais, mediante delegação do Poder Público, é atribuída a
sua mera execução.
Regulamentação e controle: atividade típica do Poder Público, indelegável a particulares.
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
Princípio da predominância do interesse.
▪ União: interesse nacional. Rol taxativo. Ex: defesa nacional, serviço postal, energia, transporte ferroviária, e rodoviário
interestadual e internacional.
▪ Municípios: interesse local. Rol exemplificativo. Ex: transporte coletivo, serviço funerário.
▪ Estados: interesse regional. Serviços residuais. Ex: transporte intermunicipal; gás canalizado.
▪ Distrito Federal: serviços estaduais e municipais.
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▪ Comum: rol taxativo. Serviços prestados de forma paralela, sem subordinação.
CLASSIFICAÇÕES
Originário: só pode ser prestado pelo Estado; poder de império; indelegável. Ex: segurança nacional.
Derivado: pode ser prestado por particulares; delegável. Ex: energia, telefonia.
Próprio: prestado pelo Estado, direta ou indiretamente. Ex: energia, escola pública.
Impróprio: prestado por particular, sem delegação. Ex: saúde, educação.
DELEGAÇÃO
Concessão Permissão Autorização
Celebração com pessoa jurídica ou Celebração com pessoa física ou Celebração com pessoa física ou
consórcio de empresas. jurídica. jurídica.
Não é cabível revogação do A lei prevê a revogabilidade Pode ser revogado, sem
contrato. unilateral do contrato pelo poder indenização ao particular.
concedente.
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CONCESSÃO E PERMISSÃO
Serviço público adequado: regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua
prestação e modicidade das tarifas.
✓ Em situação de emergência (ex: queda de raio na central elétrica); ou
✓ Após prévio aviso, quando:
Serviço pode
▪ motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações (ex:
ser paralisado
manutenção periódica e reparos preventivos); e
▪ por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade;
Prazo: deve ser determinado (a lei não prevê prazos mínimos e máximos).
Transferência de encargos:
▪ Contratação com terceiros (não depende de autorização)
▪ Subconcessão (parcial; licitação na modalidade concorrência; sub-rogação)
▪ Transferência de concessão (total; anuência prévia do poder concedente, sob pena de caducidade)
▪ Transferência de controle societário (anuência prévia do poder concedente, sob pena de caducidade)
▪ Assunção do controle ou da administração temporária pelos financiadores
Política tarifária: poder concedente homologa reajustes e promove a revisão.
INTERVENÇÃO:
➢ Provisória, por decreto, para assegurar serviço público adequado. Prazo: 30 dias para instaurar processo administrativo e
mais 180 dias para conclusão do procedimento (máximo 210 dias).
➢ Após a intervenção a concessão será extinta; ou a administração será devolvida à concessionária.
EXTINÇÃO:
➢ Termo contratual: término do prazo do contrato.
➢ Encampação: por interesse público, com indenização prévia e autorização legislativa.
➢ Caducidade: por inadimplência do contratado, com indenização posterior e sem autorização legislativa.
➢ Rescisão: por iniciativa da concessionária, após decisão judicial.
➢ Anulação: por ilegalidade ou ilegitimidade no contrato ou na licitação; decretada pelo poder concedente ou pelo Judiciário,
se provocado.
➢ Falência ou extinção da concessionária (ou falecimento/incapacidade o titular, no caso de empresa individual).
Em todas as hipóteses há indenização das parcelas não amortizadas dos bens reversíveis.
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▪ Teoria da culpa administrativa: o Estado poderá ser responsabilizado se comprovada a culpa da Administração (falta do
serviço). Aplicável nos casos de omissão na prestação de serviço público.
Responsabilidade objetiva: a responsabilidade do Estado independe da comprovação de culpa. Basta existir o dano, o fato do
serviço e o nexo causal entre eles:
▪ Teoria do risco administrativo: admite excludentes -> aplicada como regra
▪ Teoria do risco integral: não admite excludentes -> apenas casos excepcionais: danos nucleares, ambientais e ataques
terroristas a aeronaves brasileiras.
A responsabilidade do Estado é objetiva: o Estado responde pelos danos causados por seus agentes independentemente
de culpa.
A responsabilidade do agente é subjetiva: agente responde ao Estado, em ação regressiva, só se agir com dolo ou culpa.
A ação regressiva depende da condenação da pessoa jurídica a indenizar a vítima (trânsito em julgado);
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
▪ Culpa exclusiva da vítima (em caso de culpa concorrente, a responsabilidade é atenuada, proporcionalmente);
▪ Caso fortuito e força maior;
▪ Evento exclusivo de terceiros, inclusive multidões;
O ônus da prova é da Administração!
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ATOS LEGISLATIVOS E JUDICIAIS
Responsabilidade do Estado por atos legislativos típicos
✓ Regra: NÃO HÁ
✓ Exceção: pode haver em caso de:
▪ Leis com efeitos concretos;
▪ Leis declaradas inconstitucionais pelo STF.
Responsabilidade do Estado por atos jurisdicionais típicos
✓ Regra: NÃO HÁ
✓ Exceção: pode haver em caso de erro judiciário, unicamente na esfera penal.
Lei 9.784 aplica-se ▪ Estados, DF e Municípios que não possuem leis próprias (jurisprudência STJ).
de forma subsidiária ▪ Processos administrativos federais regulados por leis específicas (ex: PAD).
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➢ Princípios expressos: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
➢ Trâmite processual:
▪ Início do processo -> de ofício ou a pedido (de regra, por escrito, salvo quando admitida solicitação oral).
▪ É vedada a recusa imotivada de recebimento de documentos. O servidor deve orientar o interessado.
▪ Vários interessados com pedido idêntico podem formular um único requerimento.
▪ Inexistindo competência legal específica, o processo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico
para decidir.
▪ Impedimento -> situações objetivas -> Interesse direto ou indireto na matéria; participação no processo (do servidor ou de
seu cônjuge e parente e afins até 3º grau) como perito, testemunha ou representante; litígio judicial ou administrativo com
o interessado e respectivo cônjuge ou companheiro -> Deve ser declarado pelo próprio servidor -> Obrigatório!
▪ Suspeição -> situações subjetivas -> Amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os
respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o 3º grau -> Pode ser arguida pelo próprio servidor ou por
outros interessados -> Facultativo!
▪ Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a
prévia manifestação do interessado;
▪ Preferencialmente, os atos do processo deverão ser realizados em dias úteis, na sede do órgão, mas podem também ser
realizados em outro local, desde que o interessado seja cientificado.
▪ O desatendimento da intimação NÃO importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo
administrado; o direito de defesa será garantido na sequência do processo.
▪ Terão tramitação preferencial as pessoas: com idade igual ou superior a 60 anos; portadoras de deficiência, física ou
mental; portadoras de doença grave.
▪ O interessado poderá, por escrito, desistir total ou parcialmente do processo; a Administração, contudo, poderá prosseguir
com o feito, caso entenda que o interesse público exige.
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▪ Independente de caução (SV 21 do STF);
▪ Em regra, não possui efeito suspensivo, mas poderá ser concedido se for causar prejuízo
Recurso de difícil reparação ou quando expresso em lei.
administrativo ▪ Em regra, tramitará em até três instâncias, com início na que proferiu a decisão recorrida,
que poderá reconsiderar ou encaminhar o recurso para a autoridade superior.
▪ Pode ocorrer o reformatio in pejus.
ATO PRAZO
Para todos os atos, inexistindo 5 dias, salvo força maior, prorrogáveis por até igual período, se
disposição específica justificado.
Emissão de parecer de órgão 15 dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior
consultivo prazo.
Contagem de prazos:
✓ Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
✓ Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data; se no mês do vencimento não houver o dia equivalente
àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
✓ Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.
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CONTROLE ADMINISTRATIVO:
Hierárquico = poder de autotutela. Ex: recursos administrativos, processos disciplinares etc. Anulação refere-se
a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais. Revogação refere-se a controle de mérito: revogam-se atos
inconvenientes ou inoportunos.
Não hierárquico = tutela e órgãos especializados de controle (ex: CGU)
▪ Direito de petição:
✓ Representação: denúncia de irregularidades à Administração;
✓ Reclamação administrativa: contra atos da Adm. que afetem os direitos do administrado;
✓ Pedido de reconsideração: solicitação de reexame de um ato administrativo pela mesma autoridade que o
editou;
✓ Recurso hierárquico próprio: pedido de reexame do ato dirigido à autoridade hierarquicamente superior à
que proferiu o ato;
✓ Recurso hierárquico impróprio: dirigido à autoridade que não se insere na mesma estrutura hierárquica do
agente que proferiu o ato. Só quando houver previsão em lei.
CONTROLE JUDICIAL:
Exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do
próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas. Necessariamente provocado. Controle a posteriori
(regra). Restrito ao controle de legalidade, adentrando no mérito do ato administrativo apenas em caso de
ilegalidade ou ilegitimidade. Pode anular, mas não revogar o ato.
▪ Contra ato ou omissão que importar lesão ou ameaça de lesão a direito subjetivo líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data.
▪ Contra ato ou omissão de autoridade pública, ou de particular no exercício de funções
públicas.
▪ O ato ou omissão deve importar ilegalidade ou abuso de poder
Mandado de
▪ É sempre uma ação de natureza civil
segurança
▪ Pode ser repressivo ou preventivo
▪ Prazo: 120 dias contados da ciência do ato impugnado.
▪ Não poderá ser utilizado: contra lei em tese; contra atos de gestão comercial; decisão
judicial transitada em julgado; atos internos; ato do qual caiba recurso com efeito
suspensivo; substituto da ação de cobrança.
▪ Legitimados:
✓ Partidos políticos com representação no Congresso Nacional.
✓ Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
Mandado de em funcionamento há pelo menos um ano.
segurança
coletivo ▪ Não é necessária autorização expressa dos associados.
▪ Pode ser impetrado para defender parte dos associados.
▪ Não beneficia o impetrante de MS individual que tenha o mesmo objeto, a menos que
haja desistência da ação individual no prazo de 30 dias da impetração da ação coletiva.
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▪ Contra lesão a interesses difusos: patrimônio público, moralidade administrativa,
patrimônio histórico-cultural, meio ambiente.
Ação popular
▪ Legitimados: qualquer cidadão no pleno gozo dos direitos políticos.
▪ Ação preponderantemente desconstitutiva e subsidiariamente condenatória.
CONTROLE LEGISLATIVO:
Responsabilidade pelo controle externo: depende da origem orçamentária primária dos recursos.
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ABRANGÊNCIA DO CONTROLE EXERCIDO PELO TCU
CF, art. 70. caput
Natureza das fiscalizações: Aspectos a serem verificados:
• Contábil • Legalidade
• Financeira • Legitimidade
• Orçamentária • Economicidade
• Operacional • Aplicação das subvenções
• Patrimonial • Renúncia de receitas
➢ Sanções:
• Natureza administrativa, civil e política.
o Administrativa: perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público;
o Civil: indisponibilidade de bens, ressarcimento ao erário, multa civil;
o Política: suspensão dos direitos políticos.
• NÃO PREVÊ SANÇÕES PENAIS (exceto àquele que apresenta denúncia sabidamente infundada).
• Independe da ocorrência de dano ao erário (exceto quanto à pena de ressarcimento) ou da aprovação ou rejeição das
contas pelo Tribunal de Contas.
• Exige comprovação de dolo (enriquecimento ilícito e violação dos princípios) e dolo ou culpa (prejuízo ao erário).
➢ Declaração de bens: obrigatória para a posse ou exercício. Quem deixar de entregar ou falsificar fica sujeito à pena de
demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
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➢ Prescrição:
• Cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
• Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, aplica-se o prazo prescricional previsto em lei específica para
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público.
• Cinco anos contados da data da prestação de contas, no caso de entidades privadas beneficiárias de recursos públicos ou
de cujo patrimônio ou receita anual o Poder Público contribua com menos de 50%.
• Ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.
• Que causam prejuízo ao erário: qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres de órgão ou entidade pública. Exemplos:
Atos de o Permitir ou concorrer que se utilize bens ou dinheiro público sem observar a lei;
improbidade aquisição de bens pela Adm. Pública fora das condições de mercado; frustrar a licitude
administrativa de licitação; realizar despesa pública de forma irregular.
• Que atentam contra os princípios da Administração Pública: qualquer ação ou omissão que
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, bem
como outros princípios da Adm. Pública. Exemplos:
o Praticar ato visando fim proibido ou diverso daquele previsto em lei; revelar
informação sigilosa; deixar de prestar contas; frustrar a licitude de concurso público.
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➢ Sanções pela prática de ato de improbidade administrativa
Proibição de contratar
com o Poder Público ou
Por 10 anos Por 5 anos - Por 3 anos
receber benefícios
fiscais
******
É isso pessoal. Espero que o nosso resumo de Direito Administrativo tenha auxiliado na
sua preparação para a prova do STJ.
Bons estudos,
Erick Alves
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DIREITO CIVIL – PROFA. ALINE SANTIAGO
RESUMO DA AULA 00
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO –
LINDB.
LINDB
Contém normas que tratam de normas em geral. Não disciplina só o Direito Civil, mas,
também, outros ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na
legislação específica.
LICC LINDB
VIGÊNCIA
1
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil. Volume único. 7ª ed, 2017.
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O art. 2° da LINDB relaciona vigência ao aspecto temporal da lei, a qual, no período
(de vigência) tem vigor.
VACATIO LEGIS
Esse intervalo temporal entre a data da publicação e o início de vigência da lei é a
VACATIO LEGIS. Quando a lei entra em vigor na data de sua publicação é lei sem
VACATIO LEGIS.
Lei com INTERVALO TEMPORAL = vacatio legis
Lei sem INTERVALO TEMPORAL = sem vacatio legis
A lei, no período de vacatio legis, ainda não tem obrigatoriedade nem eficácia, embora
já exista no ordenamento jurídico.
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Esquematizando o art. 1°, parágrafos 3° e 4º da LINDB:
Como você viu, no caso de alterações de leis, duas situações bem distintas podem
ocorrer, mas ambas envolverão todos os dispositivos da lei se a republicação for
total.
Situação 1: A lei está dentro do vacatio legis, ou seja, ainda não está em vigor.
Situação 2: A lei já está em vigor, já passou o prazo de vacatio legis.
CONTAGEM DO PRAZO
Incluir a data da publicação e o último dia do prazo, a lei entrará em vigor no dia
subsequente.
REVOGAÇÃO DA LEI
A revogação nada mais é que tornar sem efeito uma norma ou parte dela. A lei ou,
então, parte dela deixa de ter vigência, cessa a sua obrigatoriedade.
Expressa
Quanto à forma de
sua execução
Tácita
Revogação
Parcial
Quanto à sua
extensão
Total
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As bancas costumam cobrar em prova a definição de Derrogação e Ab-rogação. Não vá
errar isto! Revogação parcial é derrogação. Revogação total é ab-rogação.
MACETE: TOTALAB
se assim o fizer.
Expressamente
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Somente ocorrerá REPRISTINAÇÃO (Lei “A” voltará a valer) se a Lei “C” assim
dispuser expressamente. Não há repristinação automática.
ANTINOMIA JURÍDICA
Dá-se a antinomia jurídica quando existem duas normas conflitantes sem que se
possa saber qual delas deverá ser utilizada no caso concreto.
Três critérios devem ser levados em conta para a solução dos conflitos:
Critério Cronológico Critério da Especialidade Critério Hierárquico
Ainda, a antinomia pode ser classificada em: antinomia real e antinomia aparente.
OBRIGATORIEDADE DA LEI
O princípio da obrigatoriedade da norma aplicado em relação às pessoas (ou da não
ignorância de lei vigente) é objeto do art. 3º:
LINDB: Art.3°. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
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APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO.
A hermenêutica é o modelo que o intérprete vai seguir para extrair o verdadeiro sentido
da norma. É a ciência da interpretação das leis e como toda ciência, tem os seus
métodos.
MEIOS DE INTEGRAÇÃO
O juiz não pode eximir-se de proferir decisão sob o pretexto de que a lei é omissa,
devendo utilizar-se dos meios de integração da norma (analogia, os costumes e os
princípios gerais do direito).
Estes meios deverão ser utilizados na ordem prevista na norma – ordem hierárquica
– qual seja: ¹Analogia, ²Costumes e ³Princípios Gerais do Direito.
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ATO JURÍDICO PERFEITO: é o ato já consumado segundo a lei
vigente ao tempo em que se efetuou.
PESSOAS NATURAIS.
RESUMO DA AULA 01
PESSOAS NATURAIS
A personalidade da Pessoa Natural começa do nascimento com vida, ou seja,
mesmo o recém-nascido, embora não possa exercer pessoalmente os atos da vida civil,
já é sujeito de direitos e obrigações (tem capacidade de direito ou de gozo –
inerente a todo ser humano).
Nascituro é o feto, que está dentro do ventre da mãe e que ainda vai nascer. Ele não
possui personalidade jurídica material, mas a lei assegura seus direitos desde a
concepção. O nascituro possui o que se chama de personalidade jurídica formal.
CAPACIDADE
Vimos que a pessoa natural é o ser humano, que ao nascer com vida, adquire
personalidade civil, considerado, então, como sujeito de direitos e obrigações.
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Como a capacidade é limitada, para termos a medida da personalidade se faz
necessário distinguir essa capacidade. Ela pode ser de duas espécies: a primeira,
denominada ¹de gozo ou de direito, que é aquela oriunda da personalidade, e que é
inerente à pessoa; e a segunda, denominada ²de fato ou de exercício, que é a
capacidade de exercer estes direitos por si só na vida civil.
INCAPACIDADE
Incapacidade é a restrição legal para determinados atos da vida civil. Todas as
incapacidades estão previstas em lei, neste sentido temos que falar que a
capacidade da pessoa natural é a regra, sendo a incapacidade a exceção.
O instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores de uma deficiência
jurídica apreciável. A proteção jurídica dos incapazes realiza-se por meio da
representação ou assistência.
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EMANCIPAÇÃO
A emancipação pode ser Voluntária, quando se dá por concessão de dos pais (art.
5º inciso I, primeira parte); Judicial, quando por sentença do juiz (art. 5º inciso I,
segunda parte); e pode ser Legal que é quando a incapacidade cessa por expressa
determinação da lei (art. 5º incisos II, III, IV e V).
Irrenunciáveis Imprescritíveis
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Os direitos da personalidade estão dispostos nos artigos 11 ao 21 do Código Civil e
estão relacionados à proteção, à integridade física e a integridade moral.
DIREITO AO NOME
O nome também é um dos direitos de personalidade e está, portanto, protegido por lei.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
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Salvo se 1.Autorizadas
ou
2.Necessárias 2.1 a Administração da justiça
ou
2.2 a Manutenção da ordem pública
Sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a
respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
DA AUSÊNCIA
Não basta a simples não presença para configurar a ausência. É necessária a falta
de notícia do ausente, de modo que haja dúvidas quanto a sua existência bem como
a declaração judicial desse estado. O elemento “incerteza jurídica” será
complementado pela sentença do juiz. Deste modo, temos o art. 22 do CC:
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver
deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e
nomear-lhe-á curador.
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A partir do desaparecimento da pessoa, teremos três momentos ou fases, são eles:
3. Da sucessão definitiva
também se
declarará a
declarará a
ausência e nomeará
ausência e se
CURADOR
nomeará curador
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PESSOAS JURÍDICAS.
RESUMO DA AULA 02
PESSOAS JURÍDICAS
É importante que você saiba identificar e distinguir as pessoas jurídicas de direito
público e as pessoas jurídicas de direito privado (é um ponto recorrente em provas).
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela
maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este
artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
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Cuidado com o Art. 50! Não ocorre despersonalização, apenas a
desconsideração – isto quando há abuso da personalidade jurídica por ¹desvio de
finalidade ou pela ²confusão patrimonial. Busca no patrimônio de particulares (sócios
e administradores) a satisfação de dívidas da pessoa jurídica.
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As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a determinada finalidade.
A Lei nº 13.151, de 2015 alterou a redação do artigo 62 do CC, da seguinte forma:
Art. 62. Para criar uma fundação, o Art. 62. Para criar uma fundação, o seu
seu instituidor fará, por escritura instituidor fará, por escritura pública ou
pública ou testamento, dotação testamento, dotação especial de bens livres,
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando,
especificando o fim a que se destina, e se quiser, a maneira de administrá-la.
declarando, se quiser, a maneira de
Parágrafo único. A fundação somente poderá
administrá-la.
constituir-se para fins de:
Parágrafo único. A fundação
I – assistência social;
somente poderá constituir-se para
fins religiosos, morais, culturais ou de II – cultura, defesa e conservação do patrimônio
assistência. histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio
ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de
tecnologias alternativas, modernização de sistemas
de gestão, produção e divulgação de informações e
conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;
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DOS BENS.
RESUMO DA AULA 03
A CLASSIFICAÇÃO DOS BENS DE ACORDO COM O CÓDIGO CIVIL DE 2002:
Móveis
ou
Imóveis
Fungíveis
ou
Infungíveis
Consumíveis
Dos bens considerados em si
ou
mesmos
Inconsumíveis
Divisíveis
ou
Indivisíveis
Singulares
ou
Coletivos
Acessórios
Públicos
Quanto à titularidade do
domínio
Particulares
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DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS:
Bens imóveis: são os que, absolutamente, não podemos transportar ou remover, sem
alteração de sua substância. Ex: o solo (bem de raiz).
Bens Móveis: são coisas corpóreas que podem se movimentar (por força própria ou
alheia) sem que esta capacidade de movimentação prejudique ou altere a sua essência
ou o seu valor comercial. Ex: computador.
Bens Fungíveis: são os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie,
qualidade e quantidade. Ex: dinheiro.
Bens Infungíveis: são aqueles que não podem ser substituídos por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex: escultura famosa.
Bens Consumíveis: são os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Ex:
sanduíche.
Bens Inconsumíveis: São aqueles bens que podem ser usados de forma continuada
e mesmo assim não perderão sua substância, nem serão destruídos. Ex: carro.
Bens Divisíveis: são aqueles que podem ser partidos, ou repartidos, sem que com
isso se perca sua substância, além disso, importa que esta divisão também não
implique a sua desvalorização econômica. Ex: saca de café.
Bens Indivisíveis: são os bens que se opõe a definição de bens divisíveis, além disso,
o art. 88 do código civil dispõe o seguinte: “os bens naturalmente divisíveis podem
tornar-se indivisíveis ¹por determinação da lei ou ²por vontade das partes”. Ex: cavalo
de corrida.
Bens Singulares: são os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,
independentemente dos demais. Ex: um lápis.
Bens Coletivos: as coisas coletivas ou universais são as formadas por várias coisas
singulares, que consideradas conjuntamente, formam um todo único que passa a ter
uma identidade própria, distinta das partes que a compõe. Como exemplo clássico,
temos uma floresta ou um rebanho. Ex: um rebanho.
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DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS:
Bens Principais: é o bem que possui existência própria, que existe por si,
independentemente de outros. Ex: o solo é bem principal e a árvore um bem acessório.
Bens Acessórios: o bem acessório dependerá da existência do principal.
Frutos
Produtos
Benfeitorias
Pertenças
Os Frutos: são as utilidades que uma coisa periodicamente produz sem, com isso, sofrer
alteração em sua substância. Ex: o leite das vacas e as frutas que uma árvore dá.
Os Produtos: o conceito de produto parte da ideia de algo que pode ser retirado do
principal diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente. Ex:
os metais.
As Benfeitorias: são as obras ou despesas que se faz em bem, móvel ou imóvel, para
conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo.
Existem três tipos de benfeitorias:
Benfeitorias Necessárias: são aquelas destinadas a conservação do bem, para evitar
que este se deteriore. Ex:reforma de uma viga.
Benfeitorias Úteis: são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa. Ex: construção
de uma garage.
Benfeitorias Voluptuárias: são aquelas feitas para o prazer, não aumentam o uso
habitual da coisa, ainda que a tornem mais agradável e seu valor seja elevado. Ex: a
construção de uma piscina.
Pertenças: é um bem que é acrescido a outro, que é o principal, sem, no entanto, ser
parte integrante deste. As pertenças não obedecem à regra de que o acessório segue
o principal, porque são coisas que não formam partes integrantes e também não são
fundamentais para a utilização do bem principal. Ex: objetos de decoração de uma
residência.
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QUANTO À TITULARIDADE DO DOMÍNIO
Bens Públicos: os de domínio nacional pertencentes à União, aos Estados, aos
Territórios ou aos Municípios e às outras pessoas jurídicas de direito público interno.
Classificam-se em:
Bens de uso comum do povo. Ex: as ruas, as estradas, as praças, os jardins públicos,
o mar.
Bens de uso especial. Ex: os prédios onde estão instaladas repartições públicas e os
prédios de escolas públicas.
Bens dominicais. Ex: terras devolutas, fazendas e indústrias pertencentes ao Estado.
Bens Particulares: todos os outros bens, os que tiverem, por exemplo, como titular
de seu domínio pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado.
FATOS JURÍDICOS.
RESUMO DA AULA 04
FATO JURÍDICO
É todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito.
Fato Jurídico Natural (ou em sentido estrito), que é aquele que independe da
vontade humana. Os Fatos naturais se subdividem em originários (exemplos: o
nascimento, a morte2, a maioridade, o decurso do tempo, a frutificação das
plantas) ou extraordinários (a exemplo do caso fortuito, ou força maior3, das
tempestades e dos terremotos que ocasionem danos às pessoas).
Fato Jurídico Humano, que será decorrência de um Ato humano. (exemplos:
reconhecimento da paternidade, um contrato, uma doação)
Silêncio de uma das partes - entende-se que ocorreu anuência, quando as
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária declaração expressa de
vontade (manifestação tácita da vontade, silêncio como manifestação de vontade).
2 Tanto o nascimento quanto a morte são acontecimentos naturais. Fatos jurídicos que serão inscritos no registro
público.
3 Segundo Orlando Gomes, Introdução ao Direito Civil: “caso fortuito, ou força maior, é todo fato necessário, a cujos
efeitos não é possível resistir”. Como requisitos necessários, temos: a inevitabilidade (requisito objetivo) e a
ausência de culpa (requisito subjetivo).
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Acontecimento Natural
(fato jurídico em stricto sensu) Lembre-se que ambos
precisam ter efeitos jurídicos,
Fato Jurídico ou seja, repercussão no direito,
Acontecimento Humano - Ato jurídico para serem fato jurídico.
(Ato Humano)
NEGÓCIO JURÍDICO
É o ato que tem como consequência efeitos jurídicos desejados pelas partes. É ato
negocial. Estará presente a autonomia privada. O contrato é o principal exemplo de
um negócio jurídico.
Na interpretação dos negócios jurídicos, importa mais a intenção das partes do que
o sentido literal da linguagem, porém, quando os negócios jurídicos forem benéficos
ou consistirem em renúncia, deverão ser interpretados restritivamente.
Os negócios jurídicos sinalagmáticos são aqueles em que há reciprocidade de
direitos e obrigações.
o Negócio Jurídico
Informações Importantes:
✓A validade do negócio jurídico requer forma prescrita ou não defesa em lei (em regra,
a forma é livre).
✓A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando
a lei expressamente a exigir.
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Inter vivos: As consequências jurídicas ocorrem durante a vida dos interessados (ex.:
doação (estipulada em vida), troca, mandato, compra e venda, locação).
Mortis causa: Regulam relações após a morte do sujeito, do declarante (ex.:
testamento, legado).
Gratuito: Não há contraprestação, só uma das partes obtém benefícios. (ex.: doações,
comodato).
Oneroso: Implica mútua transmissão. Os sujeitos visam, reciprocamente, a obter
vantagens para si ou para outrem (ex. compra e venda, contratos em geral).
Neutros: São aqueles em que não há uma atribuição patrimonial determinada, não
podendo ser enquadrados como gratuitos ou onerosos. Como por exemplo a instituição
de bem de família e cláusula de incomunicabilidade de bens de um cônjuge para o
outro.
Bifrontes: São os negócios jurídicos que podem ser onerosos ou gratuitos a critério
das partes, como o mútuo, o mandato e o depósito (que são espécies de contratos
previstos no Código Civil).
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Além da declaração de vontade, são três, então, os fatores a serem analisados, quais
sejam: o ¹agente (as pessoas envolvidas), o ²objeto (aquilo que está em questão) e
a ³forma (que conste da lei ou, então, nela não esteja proibida).
Declaração de vontade
Gerais (comuns a
Elementos todos os negócios
essencias, jurídicos) relacionados Agente capaz
requisitos de a:
validade e por
consequência de
existência Objeto lícito, possível, determinado ou determinavel
Particulares
(de cada negócio
jurídico) relacionados à forma, que poderá ser diferente para
cada ato, desde que não contrarie o art. 104, III.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva
mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Reserva mental é uma declaração não querida em seu conteúdo, tendo por
objetivo enganar o destinatário, sendo que a vontade declarada não coincide com
a vontade real do declarante.
a vontade das
partes
evento futuro
A condição possui como elementos:
(futuridade)
evento incerto
(incerteza)
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ENCARGO: É uma restrição a certa liberalidade que foi concedida. Por exemplo, quando
um pai dá um dinheiro de presente a um filho, mas diz que ele precisa usar parte deste
dinheiro para comprar livros.
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É nulo o negócio jurídico quando for:
8. SIMULAÇÃO
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.
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1.incapacidade relativa
2.erro
3.dolo
4.coação
5.estado de perigo
6.lesão
DOLO:
Dolo - Exemplo: Se alguém fizer seguro de vida, omitindo moléstia grave, e vier a
falecer poucos meses depois, havendo prova da intenção de prejudicar a seguradora e
beneficiar seus sucessores (Provoca, de maneira intencional, o erro de outra pessoa).
Dolo de terceiro - Se A (comprador) adquire por influência de C (aqui está o terceiro),
que o convence de algo, sem que B (vendedor), ouvindo tal disparate, alerte A. negócio
é suscetível de anulação.
Dolo acidental - Exemplo: leva a vítima a realizar o ato negocial, porém, não afetando
sua declaração de vontade, nem influindo diretamente na realização daquele ato, que
seria praticado independentemente do emprego de artifício astucioso.
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“Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma delas o pode alegar para
reclamar indenização”.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:
PRESCRIÇÃO (Regra de prazo): A partir do momento que um direito é violado, o
titular deste direito pode agir juridicamente para garanti-lo, isto é o que chamamos
pretensão (a pretensão à ação).
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
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Prescrição Decadência
perde-se o direito à ação para pleiteá-lo e, perde-se o próprio direito material, por não se
portanto, não se consegue exercer o direito ter utilizado tempestivamente da via judicial
material adequada para pleiteá-lo
As causas impeditivas da prescrição são as circunstâncias que impedem que seu curso
inicie, por estarem fundadas no status da pessoa individual ou familiar, atendendo
razões de confiança, parentesco, amizade e motivos de ordem moral.
A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários estende-se aos
demais credores, se a obrigação for também indivisível.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO:
Procuramos sempre orientar aos alunos para que procurem memorizar as causas
que interrompem a prescrição. Como em prova normalmente é necessário saber se
estamos diante de uma causa de interrupção ou se estamos diante de uma causa de
impedimento ou suspensão, fica mais fácil de garantir um acerto.
Das Causas que Interrompem a Prescrição
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Observe que a interrupção da prescrição sempre será provocada e somente poderá
ocorrer uma vez:
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I- por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a
promover no prazo e na forma da lei processual;
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros;
semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica
aos demais coobrigados.
§1°. A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a
interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§2°. A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os
outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§3°. A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Importante!
✓A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita;
✓Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes;
✓A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição;
✓O juiz pode alegar de ofício a prescrição se favorecer o absolutamente incapaz;
✓A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor;
✓Há casos de impedimentos, suspensão e interrupção da prescrição;
✓O prazo geral de prescrição, aplicável quando não houver prazo especial, é de 10
anos;
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✓A prescrição atinge direitos dotados de pretensão, enquanto que a decadência atinge
direitos potestativos;
✓Não se aplicam à decadência as normas que interrompem a prescrição, salvo
disposição legal em contrário;
✓Não terá direito à repetição do indébito o devedor que saldar dívida prescrita;
✓A prescrição não corre na pendência de condição suspensiva;
✓Conforme a jurisprudência do STJ, em se tratando de ação de indenização, o início da
fluência do prazo prescricional ocorre com o conhecimento da violação ou da lesão ao
direito da vítima.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria
de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo,
quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se
realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo
para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
Importante!
✓Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que
impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
✓É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
✓Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
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✓Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
PROVA
A prova é a maneira utilizada para se comprovar a existência de um ato ou negócio
jurídico. Pois de nada adiantaria ter um direito se não conseguíssemos prová-lo. O que
na realidade se busca comprovar com a prova é o fato que gerou o direito e não a
existência do direito em si.
Para tanto é necessário que se obedeça a certas regras de cunho geral, deste modo, a
prova deve ser: admissível, pertinente e concludente.
Deste modo, podemos concluir que uma vez exigida forma especial para a validade
de um negócio jurídico, nenhuma outra modalidade de prova será admitida.
O art. 212 do CC ao listar os meios de prova o faz de maneira exemplificativa:
Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado
mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V – perícia.
Lembre-se que alguns atos exigem forma especial, como por exemplo: a alienação
de bens que pertencem a menores sob tutela; o testamento; o casamento.
I. CONFISSÃO:
Art. 389 CPC. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato
contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
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Para que se configure uma confissão é necessário que se tenha agente capaz, com
plena titularidade sobre os direitos controvertidos, este é o teor do art. 213:
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a
que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em
que este pode vincular o representado.
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de
coação.
Assim, temos expressamente neste artigo dois casos em que uma confissão pode ser
anulada, quais sejam: quando decorreu de um dos vícios, erro de fato ou coação.
Embora não mencionado no artigo há entendimentos que a anulação da confissão é
válida também quando existe: lesão ou estado de perigo.
II. DOCUMENTOS:
Deste modo os documentos podem ser públicos ou privados.
✓São documentos públicos os que foram fabricados por autoridades públicas, no
exercício de suas funções.
✓São documentos privados aqueles que foram elaborados por pessoas interessadas.
Por particulares.
Uma carta, é um documento, não tem como objetivo (finalidade) criar negócio jurídico
ou prova, embora em determinadas situações até possa vir a constituir um elemento de
prova.
§ 1º. Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter:
I - data e local de sua realização;
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido
ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas;
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III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais
comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome
do outro cônjuge e filiação;
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato;
VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que
todos a leram;
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu
substituto legal, encerrando o ato.
§ 2º. Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz
assinará por ele, a seu rogo.
§ 3º. A escritura será redigida na língua nacional.
§ 4º. Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não
entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de
intérprete, ou, não o havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha
idoneidade e conhecimento bastantes.
§ 5º. Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder identificar-se por
documento, deverão participar do ato pelo menos duas testemunhas que o conheçam e atestem
sua identidade.
Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja
na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de
qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de
terceiros, antes de registrado no registro público.
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Sobre este artigo temos a resolução nº 298 da IV Jornada do STJ:
“Os arquivos eletrônicos incluem-se no conceito de reproduções eletrônicas de fatos
ou de coisas, do CC 225, aos quais deve ser aplicado o regime jurídico da prova
documental”.
III. TESTEMUNHAS:
Testemunha é pessoa “estranha” ao processo, mas que tem conhecimento sobre algum
fato do processo. Assim, as testemunhas podem ser:
✓Judiciárias: pessoas naturais, que dão seu depoimento em juízo.
✓Instrumentárias: são aquelas que se manifestam sobre o conteúdo do documento que
assinam – são duas testemunhas para as escrituras públicas e cinco para o
testamento ordinário.
Por depender de pessoas e de seus sentidos, a prova testemunhal, carrega uma carga
grande de subjetividade, motivo pelo qual é condicionada a certas restrições. Além
disso, temos casos de pessoas que não podem ser admitidas como testemunhas
– art. 228.
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IV. PRESUNÇÃO:
As presunções dividem-se em legais (juris) e comuns (hominis).
As presunções legais são aquelas que advêm de lei, e, por sua vez, dividem-se em:
✓Presunções legais absolutas (juris et de jure) – são as que não aceitam prova
em contrário. Pois a lei estipula que são verdadeiros, tornando-os, assim,
insusceptíveis de serem contestados. Como exemplo, temos a presunção de que a
venda feita por ascendente a descendente seja fraudulenta.
V. PERÍCIA:
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1º. O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
§ 2º. De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia,
determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de
menor complexidade.
§ 3º. A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz,
sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.
§ 4º. Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na área
objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de
sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.
✓Exame: é a análise de alguma coisa ao fato, feita por pessoas especializadas, para
auxiliar na formação da opinião do magistrado.
✓Vistoria: também uma análise, porém visual sobre determinada coisa.
✓Avaliação: visa dar ao bem seu valor de mercado.
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES.
RESUMO DA AULA 05
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Trata da relação direta entre as pessoas (que tem como objeto direito de natureza
pessoal), onde uma pessoa é credora (aquela que pode exigir a prestação) e a outra
é devedora (aquela que tem a incumbência de cumprir a prestação).
“A obrigação pode ser conceituada como a relação jurídica transitória existente entre
um sujeito ativo (credor) e um sujeito passivo (devedor), tendo como objeto
imediato a prestação4.”
coisa certa
coisa incerta
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou codevedores,
e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
4
Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 236.
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Pode ser Ativa (mais de um credor) ou Passiva (mais de um devedor).
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se
estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em
outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser
exercida em cada período.
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cumprir prestação "A"
EM REGRA, o
Obrigação
DEVEDOR pode
Alternativa
escolher entre
cumprir prestação "B"
Se as prestações forem periódicas a escolha, pela prestação “A” ou pela prestação “B”,
poderá ser feita a cada período (jus variandi).
Art. 253. Se uma das duas prestações ¹não puder ser objeto de obrigação ou ²se tornada
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
cessão de crédito
Transmissão (as formas mais importantes são)
cessão de débito
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser
oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus
acessórios.
Na cessão pro soluto do crédito, o cedente não responde pela solvência do devedor,
mas apenas pela existência do crédito.
Artigos importantes:
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica
responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a
mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de
má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
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ADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÕES:
Cumprida a obrigação ocorre a sua extinção. Em regra isto ocorrerá com o
pagamento.
direto
pagamento
indireto
✓Solvens – é quem efetua o pagamento, o devedor (mas pode ser outra pessoa).
✓Accipiens – é quem recebe, o credor (pode ser outra pessoa quem recebe, mas neste
caso há maiores restrições – não pode ser qualquer pessoa).
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob
pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Quem pode pagar? Qualquer pessoa pode pagar. Seja o devedor, o terceiro
interessado ou, até mesmo, o não interessado:
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta
do devedor, salvo oposição deste.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a
reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no
vencimento.
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não
obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
Não pode o credor recusar o pagamento, ainda que oferecido por pessoa estranha ao
vínculo contratual. Agora, lembre-se também que, em qualquer situação:
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda
que mais valiosa.
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Artigo importante:
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois
que não era credor.
Credor putativo é aquele que aparenta ser o credor, mas não é. Se o devedor age de
boa-fé e amparado pela escusabilidade do erro, considera-se válido o pagamento feito
por ele ao credor putativo.
LUGAR DO PAGAMENTO:
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes
¹convencionarem diversamente, ou se o contrário ²resultar da lei, ³da natureza da obrigação
ou 4das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
FORMAS DE ADIMPLEMENTO:
✓Pagamento direto.
✓Pagamento indireto (pagamentos especiais).
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2.3 IMPUTAÇÃO AO PAGAMENTO: É a escolha, em determinadas situações, a qual
débito o credor oferece pagamento.
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos ¹da mesma natureza, ²a um só credor,
tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, ³se todos forem líquidos e
vencidos.
"A" credor
As obrigações se compensam.
de "B" Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor
uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se
compensarem.
também é Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas,
vencidas e de coisas fungíveis.
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto
devedor de das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que
"B"
diferem na qualidade, quando especificada no contrato.
INADIMPLÊNCIA:
✓Inadimplência absoluta – quando a obrigação não mais poderá ser cumprida de
forma útil ao credor. Atenção a esta palavra: útil. É ela que irá determinar se a
inadimplência é absoluta ou relativa e que consequências acarretará. Poderá ainda ser:
uma inadimplência absoluta total, caso atinja todo o objeto; ou poderá ser uma
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inadimplência absoluta parcial, quando a obrigação consistir em vários objetos e
alguns forem entregues enquanto outros não.
✓Inadimplência relativa – quando o cumprimento da obrigação se der de forma
imperfeita, sem respeito ao que foi acordado no contrato – caso de mora que será
estudado mais adiante.
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros
e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários
de advogado.
5
Obrigações negativas ou obrigações de não fazer, são aquelas em que o devedor se obriga a se omitir,
a não fazer determinada coisa ou ato.
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Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que
não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa
impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso;
salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse
oportunamente desempenhada”.
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e
sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o
dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.
Quando a mora for de ambas as partes: ¹quando simultâneas, uma elimina a outra
pela compensação; ²quando forem sucessivas os efeitos já atingidos permanecem, ou
seja, os danos que foram causados por cada uma das moras não se cancelam.
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DAS PERDAS E DANOS (ARTS. 402 A 405)
Indenização pecuniária que o cabe ao credor, com a finalidade de recompor o
patrimônio das perdas sofridas pelo não adimplemento da obrigação pelo devedor.
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.
Teoria dos danos diretos e imediatos - o devedor responde somente pelas perdas
que resultarem de seu ato.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem
os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo
do disposto na lei processual.
Ainda que a inadimplência resulte de dolo por parte do devedor, este só responderá
pelos prejuízos efetivos e pelos lucros cessantes.
Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros,
custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo
pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.
Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa
estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa
que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.
Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que
se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que
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lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as
partes.
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe
de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior,
pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou
simplesmente à mora.
A cláusula penal poderá ser prevista juntamente com a obrigação principal – esta é a
regra, mas também poderá ser acordada em momento posterior.
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da
obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.
Caso a obrigação seja totalmente inadimplida o credor deverá optar por exigir o
cumprimento da obrigação ou a aplicação da pena acordada, uma vez que não é
admissível que o credor acumule o recebimento da cláusula penal com o cumprimento
da obrigação.
6
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 687.
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Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança
especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da
pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
Já neste dispositivo legal poderá o credor acumular a cláusula penal com o cumprimento
total da obrigação. Mas atenção para as duas hipóteses elencadas no artigo: quando
se estipular cláusula penal para o caso de mora, e quando se estipular cláusula penal
para segurar outra cláusula especial.
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação
principal.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Este dispositivo legal autoriza o juiz a alterar a cláusula penal em duas hipóteses:
quando o devedor tiver cumprido parcialmente a obrigação, poderá ser reduzida
proporcionalmente, em se tratando de mora ou de inadimplemento; ou se o valor da
penalidade for manifestamente excessivo ao do contrato principal.
Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles,
incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo
cada um dos outros somente pela sua quota.
Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu
causa à aplicação da pena.
Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do
devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação.
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor
exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena
vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
7 Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011, pág. 154.
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✓Condicionalidade: usando as palavras da doutrinadora: “uma vez que o dever de
pagar a cláusula penal está subordinado a um evento futuro e incerto: o
inadimplemento total ou parcial da prestação principal ou o cumprimento tardio da
obrigação, por força de fato imputável ao devedor, pois, se resolvida a obrigação, não
tendo culpa o devedor, resolver-se-á a cláusula penal”.
✓Subsidiariedade: uma vez que pode vir a substituir a obrigação principal – salvo se
for cláusula penal moratória, se o credor assim preferir.
✓Ressarcibilidade: pois constituem uma prévia liquidação das perdas e danos, que
serão devidos ao credor pelo devedor no caso de inexecução da obrigação assumida,
conforme ensinamento de Maria Helena Diniz.
✓Imutabilidade relativa: pois poderá o juiz modificá-la autorizado pelo art. 413. A
penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver
sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras,
dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou
computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo,
valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do
contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das
partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as
deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o
equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
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ATOS JURÍDICOS ILÍCITOS. RESPONSABILIDADE CIVIL.
RESUMO DA AULA 06
ATO ILÍCITO
Para o direito civil, é aquele contrário à ordem jurídica e lesivo ao direito subjetivo
individual, criando o dever de reparar tal prejuízo, seja ele ¹moral ou
²patrimonial. Assim está normatizado no artigo 186 do CC:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz efeito jurídico
involuntário, gera obrigação de reparar o dano.
1.Ação
2.Omissão
Voluntária
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São elementos necessários a configuração do ato ilícito:
³Nexo de causalidade entre:
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano
Casos de exclusão de ilicitude: são os atos lesivos que não são considerados
ilícitos.
Há, então, três casos excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar de causarem
lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira
a qualificação de ilícito.
Informação: Não constitui ato ilícito a destruição de coisa alheia ou a lesão a pessoa a
fim de remover perigo iminente.
Mas lembre-se de que, em regra, todo aquele que causar dano a outrem fica
obrigado a repará-lo.
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RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil dirige-se à restauração de um equilíbrio moral e patrimonial
desfeito. É a perda ou a diminuição verificada no patrimônio do lesado ou o dano moral
que desencadeiam a reação legal, movida pela ilicitude da ação do autor, pela lesão ou
pelo risco.
Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja o dever de
indenizar, três8 são os pressupostos9 que devem estar presentes, quais sejam:
Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente por ação ou
omissão, que ocasione dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.
Ocorrência de um dano, seja ele ¹patrimonial (material) ou ²moral
(extrapatrimonial). Não pode haver responsabilidade civil sem a existência de um
dano, é também necessário que exista prova, real e concreta, desta lesão.
Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. É uma ligação
virtual entre a ação e o dano resultante.
FORMAS DE RESPONSABILIDADE:
Responsabilidade extracontratual ou aquiliana. (está relacionada ao ilícito civil)
Responsabilidade contratual. (está relacionada ao inadimplemento de obrigação –
o não cumprimento de obrigações) Exemplo: Se um escritor, culposamente ou não,
não entregar ao editor, no prazo estipulado no contrato, a obra prometida.
8
Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de indenizar.
Alguns acrescentam aos três – a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica ou lato sensu. Nós optamos
por explicar a culpa em separado, por uma questão didática, mas vale o esclarecimento.
9
Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da responsabilidade civil.
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QUANTO AO FUNDAMENTO:
Responsabilidade Subjetiva – Depende de culpa do agente.
Responsabilidade Objetiva - independe de culpa. Exemplo: O empregador ou
comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de
trabalho que lhes competir ou em razão dele, responsabiliza-se objetivamente pela
reparação civil, pouco importando que se demonstre que não concorreu para o prejuízo
por culpa ou negligência de sua parte. (responsabilidade objetiva por fato de terceiro –
não precisa demonstrar a concorrência de culpa)
Algumas espécies de culpa:
O proprietário de um automóvel, que vier a emprestá-lo a um sobrinho, sem carta de
habilitação, ocasionando um acidente, terá culpa aquiliana (culpa extracontratual,
culpa por não ter tido o devido cuidado).
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
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V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou
relativamente incapaz.
Outras informações:
Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e enganos
de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando que não houve
culpa in eligendo ou in vigilando.
O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado ao
consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu.
O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que pagou ao
lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho. (se houver
culpa do empregado)
Os empresários e as pessoas jurídicas respondem pelos danos causados pelos
produtos postos em circulação.
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos
postos em circulação.
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DOS CONTRATOS EM GERAL.
RESUMO DA AULA 07
CONTRATO
É o acordo de duas ou mais vontades, é um negócio jurídico bilateral ou
plurilateral, que deve estar em conformidade com a ordem jurídica e que tem por
finalidade estabelecer uma relação entre a vontade das partes. O escopo de um
contrato é o de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza
patrimonial.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código.
Assim, contratos atípicos são aqueles que não estão disciplinados pelo Código
Civil, nem por leis extravagantes.
Apesar desta “liberdade” contratual atente para a proibição geral que traz o art. 426:
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
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I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se
também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a
resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a
retratação do proponente.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS:
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo
de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva;
se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-
á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se
tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os
estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no
parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
EVICÇÃO:
Na evicção temos três figuras: o evictor – que é quem ganha à ação na justiça e
“readquire” o bem; o evicto – que é quem perde o bem na ação; e o alienante que é
quem vendeu o bem e quem será o responsável pela evicção.
Assim, para que haja a evicção, é necessário que se configure em um contrato do tipo
oneroso, um vício de direito anterior ou ao mesmo tempo da celebração do contrato.
Deste modo, na hora em que for realizar o negócio jurídico, por meio de uma sentença
judicial, a pessoa perderá a posse, o uso ou a propriedade da coisa.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia
ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a
responsabilidade pela evicção.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do
preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem
da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
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Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão
pagas pelo alienante.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia
ou litigiosa.
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de
não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente
o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que
nada do avençado venha a existir.
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos
essenciais ao contrato a ser celebrado.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará
sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir
contrato aleatório.
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que
o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. Parágrafo único.
Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a
maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que
suscetíveis de objetiva determinação.
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma
das partes a fixação do preço.
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo
do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes
de receber o preço.
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Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta
pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda
ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem,
ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no
lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se
determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões
dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível,
o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1º. Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a
diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao
comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2º. Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar
a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor
correspondente ao preço ou devolver o excesso.
§ 3º. Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido
como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões,
ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus .
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o
comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a
partir dela fluirá o prazo de decadência.
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma NÃO autoriza a
rejeição de todas.
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá
ser exercido contra o terceiro adquirente.
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TROCA OU PERMUTA (ART. 533)
Neste contrato, as duas partes se obrigam a transferir uma para a outra a propriedade
de coisa sua.
Possui as seguintes características: é contrato bilateral, oneroso, comutativo e
translativo de propriedade, uma vez que vão existir duas entregas recíprocas – duas
tradições.
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes
modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas
com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem
consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
2º O consignatário fica
1º O consignante autorizado a vender a coisa,
entrega a coisa podendo, também, restituí-la
ao consignatário. se assim preferir (normalmente
quando não faz a venda).
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do
seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Embora seja um negócio jurídico bilateral (pois há mais de uma parte manifestando
vontade), é um contrato benéfico e unilateral, uma vez que impõe responsabilidades a
apenas uma das partes.
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Atenção para o seguinte detalhe: para que a doação se aprimore o donatário
(pessoa que recebe) deverá aceitar a doação, seja de forma ¹expressa ou ²tácita.
Quanto à forma:
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno
valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Em regra, o ato de doação não é solene, poderá ser feito por instrumento particular ou,
então, público quando a doação versar sobre bens imóveis de valor superior ao legal.
É válida a doação verbal na hipótese do § único.
ESPÉCIES DE DOAÇÃO:
✓Doação pura e simples;
✓Condicional (art. 546);
✓A termo (quando contém um prazo inicial ou final, porém certo);
✓Com encargo, modal ou onerosa;
✓Remuneratória e por merecimento (art. 540);
✓Com cláusula de reversão (art. 547);
✓Conjuntiva (art. 551).
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do
encargo.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem
prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador,
continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto
se aquele houver perdoado.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário
incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar
judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação
assumida.
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Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros,
nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-
o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-
la pelo meio termo do seu valor.
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo
determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.
Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a que se destina,
ou se ela se danificar por abuso do locatário, poderá o locador, além de rescindir o contrato,
exigir perdas e danos.
“De acordo com o Código Civil brasileiro, no contrato de locação de coisas se o locatário
empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a que se destina, poderá o locador,
além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos”.
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa alugada, sem oposição do
locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguel, mas sem prazo determinado.
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar
o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não
constar de registro.
10
Lembre-se bem infungível é aquele que não pode ser substituído.
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Comodato
(chamado empréstimo
Formas de de uso)
empréstimo Mútuo
(chamado empréstimo
de consumo)
COMODATO
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a
tradição do objeto.
MÚTUO
“No contrato de mútuo, o prazo, não tendo sido convencionado expressamente, será
de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro”.
“Mário celebrou contrato de mútuo com Hortência emprestando- lhe a quantia de R$
15.000,00 em dinheiro. Segundo as normas estabelecidas pelo Código Civil brasileiro,
considerando que Mário e Hortência não convencionaram expressamente o prazo do
mútuo, este será de pelo menos trinta dias”.
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário
sofrer notória mudança em sua situação econômica.
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob
pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a
capitalização anual.
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“No que concerne a prestação de serviços regida pelo Código Civil brasileiro, sem
aprazimento da outra parte, aquele a quem os serviços são prestados não poderá
transferir a outrem o direito aos serviços ajustados e não poderá dar substituto que os
preste”.
Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito
aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar
substituto que os preste.
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser
contratada mediante retribuição.
Assim, permite a lei, a contratação de qualquer serviço, não fazendo distinção entre
material e imaterial, intelectual ou braçal, ordenando apenas que este serviço seja
lícito, ou seja, que não ofenda disposições de lei11, a moral e os bons costumes.
Também a remuneração é elemento essencial da prestação de serviço, e cabe aos
contraentes estipulá-la livremente, no entanto, se isso não acontecer temos o art. 596:
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento
a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade.
“No contrato de prestação de serviços regido pelo Código Civil brasileiro, não havendo
prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do
lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o
contrato. Dar-se-á o aviso com antecedência de 8 (oito) dias, se o salário se houver
fixado por tempo de um mês, ou mais”.
Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou
do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver
o contrato.
Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais;
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
11
Observância às regras gerais de cada espécie contratual, como também as limitações à proteção do
trabalho do menor, da mulher, do estagiário.
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Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler, nem
escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas.
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes.
Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do
contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela
impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior.
Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele
e os materiais.
§ 1º. A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.
§ 2º. O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de
fiscalizar-lhe a execução.
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o
empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos,
pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.
“Em regra, não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qualquer das
partes”.
Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qualquer das partes, salvo
se ajustado em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro.
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O uso do termo depósito pode ser tanto para relação contratual como também para a
própria coisa que está depositada.
Nesta espécie contratual temos duas figuras: o depositário – que será aquele que irá
receber e guardar a coisa, e o depositante – que será aquele que irá entregar a coisa
para ser guardada.
O depósito pode ser realizado de forma ¹voluntária ou, então, de forma ²obrigatória
(necessária). É real, uma vez que só se aperfeiçoará com a efetiva entrega da
coisa (com a tradição). Vamos ver o primeiro artigo desta espécie contratual:
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até
que o depositante o reclame.
Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se
resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.
Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra
em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhe as ações que no
caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira.
Art. 640. Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa em
depósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste.
Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe valha a
escusa, terá de prová-los.
Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os
prejuízos que do depósito provierem.
Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição
devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior,
provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas.
Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.
Art. 647. É depósito necessário:
I - o que se faz em desempenho de obrigação legal.
II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o
naufrágio ou o saque.
Art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do art. 649, a
remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem.
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para o mandatário e o mandante seria colocado na posição de credor desta relação
contratual. Pode o mandato ser, ainda, gratuito ou oneroso, preparatório para outros
atos, revogável, verbal ou escrito. E poderá ser considerado formal se o ato preparado
exigir forma específica.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome,
praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
“O mandato é um contrato sinalagmático e intuito personae e pode ser oneroso ou
gratuito”.
“No contrato de mandato, o mandante não está obrigado a ressarcir ao mandatário as
perdas que este sofrer com a execução do mandato, se tiverem resultado de culpa sua
ou de excesso de poderes”.
“O mandato com a cláusula em causa própria poderá dispensar o mandatário de
prestar contas”.
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não
terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário
dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto
do mandato, obedecidas as formalidades legais.
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-
se mediante instrumento particular.
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§ 2º. O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado.
Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada
retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por
ofício ou profissão lucrativa.
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução.
Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a
todos os do mandante.
Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida,
quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em consequência do mandato.
Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, será
considerado mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos.
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser
mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras
gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.
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Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve o
mandatário concluir o negócio já começado, se houver perigo na demora.
Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas que este
sofrer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou de excesso de
poderes.
Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandante o
revogar, pagará perdas e danos.
Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio bilateral, ou
tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário, a revogação do mandato será
ineficaz.
Art. 686. Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou
confirmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado.
Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo
comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.
Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem
contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o
comissário ceder seus direitos a qualquer das partes.
Art. 709. São aplicáveis à comissão, no que couber, as regras sobre mandato.
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Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem
vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a
realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando
o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.
Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na
conclusão dos contratos.
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São partes deste contrato a pessoa que é contratada para realizar o transporte
(transportador) e a pessoa que será transportada é o passageiro ou viajante. A
pessoa que entrega alguma coisa para ser transportada é chamada de expedidor.
A atividade de transporte deve ser o objeto principal do contrato. Se o transporte for
acessório deverá ser regido pelas regras do contrato principal.
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas
bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da
responsabilidade.
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de
fixar o limite da indenização.
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro
não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada pela sua natureza,
valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário para que não se confunda com outras,
devendo o destinatário ser indicado ao menos pelo nome e endereço.
Art. 744. Ao receber a coisa, o transportador emitirá conhecimento com a menção dos
dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei especial.
Parágrafo único. O transportador poderá exigir que o remetente lhe entregue, devidamente
assinada, a relação discriminada das coisas a serem transportadas, em duas vias, uma das
quais, por ele devidamente autenticada, ficará fazendo parte integrante do conhecimento.
Art. 745. Em caso de informação inexata ou falsa descrição no documento a que se refere
o artigo antecedente, será o transportador indenizado pelo prejuízo que sofrer, devendo a ação
respectiva ser ajuizada no prazo de cento e vinte dias, a contar daquele ato, sob pena de
decadência.
Art. 746. Poderá o transportador recusar a coisa cuja embalagem seja inadequada, bem
como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas, ou danificar o veículo e outros bens.
Art. 747. O transportador deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo transporte ou
comercialização não sejam permitidos, ou que venha desacompanhada dos documentos
exigidos por lei ou regulamento.
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SEGURO (ARTS. 757 A 802).
É celebrado entre a figura do segurador e o segurado, sendo que o primeiro tem a
obrigação de garantir um interesse legítimo do segurado, referente à pessoa ou coisa
contra riscos predeterminados.
As partes desse contrato são o segurador – entidade específica para a atividade de
seguro e o segurado – pessoa física ou jurídica. E o objeto deste contrato recai sob a
garantia do interesse legítimo que o segurado tem sobre uma pessoa ou coisa perante
o segurador.
Segundo a classificação dos contratos, o contrato de seguro é bilateral, oneroso,
aleatório, consensual, de adesão, subordinado à boa-fé e de execução continuada.
Art. 783. Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por menos do que valha
acarreta a redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.
Art. 785. Salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do contrato a terceiro com
a alienação ou cessão do interesse segurado.
§ 1º. Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência só produz efeitos em relação
ao segurador mediante aviso escrito assinado pelo cedente e pelo cessionário.
§ 2º. A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso em preto, datado e assinado
pelo endossante e pelo endossatário.
Art. 803. Pode uma pessoa, pelo contrato de constituição de renda, obrigar-se para com outra
a uma prestação periódica, a título gratuito.
Art. 804. O contrato pode ser também a título oneroso, entregando-se bens móveis ou
imóveis à pessoa que se obriga a satisfazer as prestações a favor do credor ou de terceiros.
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DO JOGO E DA APOSTA (ARTS. 814 A 817).
Aqui duas ou mais pessoas se obrigam a pagar determinada quantia – pode ser dinheiro
ou outra coisa – àquele que for considerado vencedor na prática de determinada
atividade. Já no contrato de aposta duas ou mais pessoa possuem opiniões diferentes
a respeito de determinado tema, obrigam-se a pagar determinada quantia àquela,
dentre os contratantes, cuja opinião for considerada verdadeira.
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode
recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o
perdente é menor ou interdito.
§ 1º. Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva
reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser
oposta ao terceiro de boa-fé.
§ 2º. O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido,
só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.
§ 3º. Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em
competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se
submetam às prescrições legais e regulamentares.
Tendo como ponto de partida este primeiro artigo que trata da fiança, podemos
perceber que esta espécie contratual se trata de um contrato de garantia, através
do qual o credor terá uma condição privilegiada de recebimento da dívida, pois o
patrimônio do fiador responderá pela dívida.
A fiança é um contrato no qual uma terceira pessoa ³(fiador) garante o pagamento
de uma dívida feita ou assumida por um devedor ²(afiançado) perante um ¹credor
quando o devedor (afiançado) não honrar seu compromisso.
12
Fiança legal é aquela determinada por lei e fiança convencional é a que se origina de um acordo de
vontades entre as partes.
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ser ato unilateral (apenas o fiador tem obrigação), gratuito (em regra), intuito
personae e formal. Sobre a forma temos o artigo 819:
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua
vontade.
Art. 821. As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não
será demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
“A fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação extensiva mas, não sendo
limitada, compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas
judiciais, desde a citação do fiador”.
Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal,
inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em
condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela,
não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.
Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar
apenas de incapacidade pessoal do devedor.
Art. 826. Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja
substituído.
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação
da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador: (o benefício em que fala o artigo é o benefício
de ordem).
I - se ele o renunciou expressamente;
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
III - se o devedor for insolvente, ou falido.
Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa o
compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de
divisão.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela parte
que, em proporção, lhe couber no pagamento.
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Art. 830. Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob sua
responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado.
Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões
mútuas.
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se
declaram ou reconhecem direitos.
Se for celebrado em juízo será compromisso judicial e se for celebrado fora do juízo
será extrajudicial, de acordo com o art. 851:
É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial, para resolver litígios entre pessoas que
podem contratar.
Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de estado, de direito pessoal de
família e de outras que não tenham caráter estritamente patrimonial.
Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resolver divergências
mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei especial.
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A cláusula compromissória é um pacto firmado entre as partes nos contratos em geral,
em que eventuais litígios decorrentes desses contratos poderão ser solucionados
mediante juízo arbitral.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para
com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em
relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro,
que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não
lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não,
de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Segundo Silvio Salvo Venosa13: “A posse é o fato que permite e possibilita o direito de
propriedade".
13
Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil V, Direitos Reais, ed. Atlas, 12 ed. pág. 163.
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E, nas lições de Barros Monteiro14:“...a posse constitui o sinal exterior da propriedade,
é o jus possidendi, o direito de possuir, e pelo qual o proprietário, de modo geral, afirma
o seu poder sobre aquilo que lhe pertence.”
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em
virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo
o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para
com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer
sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de
boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta
presunção.
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em
nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos
caracteres.
14
Washington de Barros Monteiro, Carlos Alberto Dabus Maluf, Direito Civil 3, Direito das coisas, ed.
Saraiva, 41ª ed., pág. 31.
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Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao
sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
...
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele
estiverem.
EFEITOS DA POSSE.
Efeitos são as consequências de algo. No que diz respeito à posse, estes efeitos vão
estar relacionados à sua aquisição, à sua manutenção e à sua perda.
Os principais efeitos da posse, encontrados no código civil, arts. 1210 a 1222, são: o
direito de defesa da posse (interditos), o direito de perceber os frutos e o direito de
retenção sobre benfeitorias ações possessórias.
15
Flávio Tartuce, Manual de Direito Civil, ed. Método, 2ª ed. pág. 823.
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Art. 1210, § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua
própria força, ¹contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, ²não podem
ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de
má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que
acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do
reivindicante.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que
não der causa.
PROPRIEDADE
A propriedade é apontada como o direito real por excelência, traduzindo um dos
direitos fundamentais da pessoa humana, na medida em que é considerada como um
reflexo do direito à liberdade. Na realidade “o direito de propriedade é o direito mais
amplo da pessoa em relação à coisa”16.
Porém, este direito a propriedade que uma vez já foi considerado como absoluto,
atualmente não constitui mais um direito ilimitado. Hoje, busca-se através também da
propriedade, a justiça social, permitindo o acesso à condição de proprietário sem a
abolição da propriedade privada, sendo esta a motivação que domina quando se afirma
que a propriedade deverá sempre atender a uma função social.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-
la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1º. O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido
em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio
histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2º. São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou
utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3º. O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de ¹desapropriação, por
necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de ²requisição, em
caso de perigo público iminente.
§ 4º. O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em
extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável
16
Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil V, Direitos Reais, ed. Atlas, 12 ed. pág. 168.
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número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras
e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu
proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu
um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor
houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços
de caráter produtivo.
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua,
por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a
cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros
quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou
o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
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Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos
antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto
que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que
obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à
usucapião.
Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244.
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante
três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião,
independentemente de título ou boa-fé.
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o
conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser
arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou
à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições.
§ 1º. O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser
arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde
quer que ele se localize.
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X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Nos condomínios de lote, a fração ideal poderá ser proporcional à área do solo de cada
unidade autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros critérios indicados
no ato de instituição:
§1º. A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à área do solo de cada unidade
autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros critérios indicados no ato de
instituição. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Por fim, aplica-se ao instituto, na medida do possível, o que couber aos condomínios
edílicios, já conhecidos:
§2º. Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes o disposto sobre condomínio edilício
neste Capítulo, respeitada a legislação urbanística. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS – DIREITOS DE GOZO.
DA SUPERFÍCIE:
O direito de superfície é uma concessão feita pelo proprietário à outra pessoa, por
tempo determinado ou indeterminado, para que esta utilize a propriedade para
construir ou para plantar. O direito de superfície poderá ser gratuito ou oneroso.
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Atenção: Embora o código civil fale apenas em tempo determinado, o
Estatuto da Cidade, Lei 10.257/2001, Art. 21 dispõe que: O
proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do
seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante
escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis.
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu
terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no
Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente
ao objeto da concessão.
A exigência da parte final do artigo está de acordo com o art. 1.227: Os direitos reais
sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com
o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247),
salvo os casos expressos neste Código. Deste modo, a aquisição de qualquer direito
real deverá ser devidamente registrado na repartição competente para que tenha
eficácia contra todos – erga omnes. O proprietário permanecerá com a posse
indireta da coisa e o superficiário com a posse direta do solo, além do direito de
construir e/ou plantar, limitando, desta forma, os poderes de usar e gozar que cabem
ao titular da coisa. O parágrafo único do art. 1.369 traz uma limitação ao poder de uso
e fruição do superficiário.
➢Enunciado 94 da I Jornada de Direito Civil: “As partes têm plena liberdade para
deliberar, no contrato respectivo, sobre o rateio dos encargos e tributos que incidirão
sobre a área objeto da concessão do direito de superfície”.
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Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre
o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não
houverem estipulado o contrário.
Art. 1.377. O direito de superfície, constituído por pessoa jurídica de direito público interno,
rege-se por este Código, no que não for diversamente disciplinado em lei especial.
Por fim, temos mais um ➢Enunciado acerca deste tema, I Jornada de Direito Civil, nº
93: “As normas previstas no Código Civil sobre o direito de superfície não revogam
as normas relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade
(Lei 10.257/2001), por ser instrumento de política de desenvolvimento urbano”.
DAS SERVIDÕES:
A servidão é um direito real sobre coisa alheia de gozo, a qual se estabelece entre dois
prédios, que pertencem a donos diferentes, pelo qual ao primeiro – chamado de
serviente, é imposto um encargo em proveito do segundo – que é chamado de
dominante.
Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação
e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os
respectivos donos.
DO USUFRUTO:
O usufruto é o direito real que concede a uma pessoa o poder de usar e fruir das
utilidades e dos frutos de uma coisa de forma temporária, com a obrigação de conservar
a substância do bem.
Aqui temos a figura do usufrutuário – que é aquele que possui a posse direta sobre o
bem, ao qual é concedido o uso e o gozo da coisa e o nu-proprietário - que possui a
posse indireta do bem e ainda preserva o atributo de reivindicar e o atributo de dispor
sobre a coisa.
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Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um
patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e
utilidades.
Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante
registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus
acrescidos.
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se
por título gratuito ou oneroso.
...
Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as
contribuições do seguro.
DO USO:
O uso é muito similar ao usufruto, porém um pouco mais limitado. O direito real de uso
é a autorização dada a uma pessoa para utilizar e retirar da coisa todas as utilidades
para atender às suas próprias necessidades e de sua família. Assim, há a cessão
do atributo de utilizar a coisa.
DA HABITAÇÃO:
O direito real de habitação é ainda mais restrito que o de uso. Constitui um direito
personalíssimo de morar em imóvel, não podendo ser transferido seu exercício.
Também é constituído mediante registro. São partes: o proprietário - que cede o
direito de uso, e o habitante – que possui o direito de habitar o imóvel.
Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o
titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com
sua família.
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer
delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as
pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la.
Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições
relativas ao usufruto.
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seja utilizado pelo particular – sempre tendo como objetivo o interesse social – também
para a fruição e não somente para o uso.
Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a
ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida.
Ou enfiteuse17, não é mais prevista pelo nosso ordenamento jurídico, como um direito
real.
17
Pela enfiteuse o proprietário, através de ato inter vivos ou por disposição de última vontade, atribuía
a outrem, o domínio útil e direto do imóvel, mediante o pagamento de uma pensão, ou foro anual, certo
e invariável, para sempre.
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Também relacionada à enfiteuse, pois o enfiteuta ficava com o domínio útil do bem,
podendo deste modo, usufruir e tirar dele tudo o que pudesse, bem como transmiti-lo
por ato inter vivos ou causa mortis.
IV - as estradas de ferro;
As coisas que se unem ao imóvel através de um vínculo físico ou moral, para o uso, o
serviço e o aproveitamento efetivo e permanente do bem, podem ser hipotecadas
apenas conjuntamente com este, do qual são acessórias.
VI - os navios;
VII - as aeronaves.
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
IX - o direito real de uso;
X - a propriedade superficiária.
Superfície como direito real, é o direito de propriedade aplicável somente às coisas que
se encontram na superfície do solo, ou, mais particularmente, às plantações ou
construções em terreno alheio.
Art. 1.473, § 1º. A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo disposto em lei
especial.
Deste modo, a hipoteca dos navios e das aeronaves não está sujeita ao registro
em cartório de imóveis.
Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; mas a especialização,
em completando vinte anos, deve ser renovada.
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Este instituto está em desuso, atualmente. E através dele, o credor fica com a
posse do imóvel, para que retirando dele os frutos, fique quitada a dívida. Este direito
de retenção extingue-se após quinze anos de sua constituição, e como os outros direitos
reais, também poderá ser constituído através de instrumento público 18 ou particular,
com o competente registro.
DIREITO DE FAMÍLIA.
RESUMO DA AULA 09
DIREITO DE FAMÍLIA
O direito de família cuida das relações que envolvem o indivíduo dentro do núcleo social
em que ele nasce, cresce e se desenvolve.
Deste modo, constitui um complexo de princípios que regulam: a celebração do
casamento, a sua validade, os seus efeitos, a dissolução; a união estável; os vínculos
de parentesco; e os institutos complementares da tutela e da curatela.
18
Será exigido este se o valor exceder a taxa legal, de acordo com o art. 108. Não dispondo a lei em
contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o
maior salário mínimo vigente no País.
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✓Uniões concubinárias, quando houver impedimento para casar de um ou de ambos os
companheiros, com ou sem filhos;
✓Comunidade afetiva formada com “filhos de criação”, sem laços de filiação natural ou
adotiva regular, incluindo, nas famílias recompostas, as relações constituídas entre
padrastos e madrastas e respectivos enteados, quando se realizem os requisitos da
posse de estado de filiação19.
Entre as unidades de convivência citadas existem características que as identificam
como entidades familiares, que são: ¹a afetividade, ²a estabilidade e a ³convivência
pública e ostensiva. O objetivo primordial de todas é a constituição de família – é esta
característica que as diferenciará das demais relações (como as de amizade ou de
trabalho).
CASAMENTO.
“O casamento pode ser conceituado como a união de duas pessoas, reconhecida e
regulamentada pelo Estado, formada com o objetivo de constituição de uma família e baseado
em um vínculo de afeto”. (Flávio Tartuce, Manual de Direito Civil, ed. Método, 2ª ed., pág.
1047.)
O casamento é que ele é tratado como um ato complexo, pois possui elementos
volitivos – característicos dos contratos, e também possui elementos institucionais,
relacionados as formalidades estatais.
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo
único do art. 1.631.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
19
A posse de estado de filho será analisada levando-se em consideração a questão do carinho, do afeto,
do amor e da melhor condição de convivência para o menor.
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Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para
o casamento civil.
§ 1º. O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa
dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por
iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação
regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
§ 2º. O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá
efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil,
mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art.
1.532.
§ 3º. Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados
houver contraído com outrem casamento civil.
SUSPENSÃO DO CASAMENTO.
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário
dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
20
Lembre-se: ascendentes são seus pais avós, bisavós; descendentes são seus filhos, seus netos,
bisnetos. E esta linha (avó – pai - filho – neto) é chamada de linha reta. Irmãos bilaterais são os que
provém do mesmo pai e da mesma mãe, já os irmãos unilaterais provém do mesmo pai OU da mesma
mãe.
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II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado,
até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do
casal.
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela,
e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas
as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a
inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a
pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de
filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
CASAMENTO INEXISTENTE:
é aquele que não possui os requisitos essenciais do casamento que são: diferença de
sexo, consentimento e celebração na forma da lei. Tenha atenção. Estes são os
requisitos para a existência do casamento, para a validade outros serão exigidos.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o
casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença
anulatória.
§ 1º. Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis
só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2º. Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos
civis só aos filhos aproveitarão.
CASAMENTO NULO:
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
II - por infringência de impedimento.
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CASAMENTO ANULÁVEL – os casos em que o casamento será anulado estão
elencados no art. 1.550.
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da
revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1º. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
§ 2º. A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair
matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
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➢Enunciado n. 515. “Pela interpretação teleológica da Emenda Constitucional nº
66/2010, não há prazo mínimo de casamento para a separação consensual”.
➢Enunciado n. 516. “Na separação judicial por mútuo consentimento, o juiz só poderá
intervir no limite da preservação do interesse dos incapazes ou de um dos cônjuges,
permitida a cindibilidade dos pedidos com a concordância das partes, aplicando-se esse
entendimento também ao divórcio”.
➢Enunciado n. 517. “A Emenda Constitucional nº 66/2010 extinguiu os prazos
previstos no art. 1.580 do Código Civil, mantido o divórcio por conversão”.
UNIÃO ESTÁVEL.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo
de constituição de família.
21
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu
consorte.
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Art. 1.723. § 1º. A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art.
1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada
de fato ou judicialmente.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar,
constituem concubinato.
RELAÇÕES DE PARENTESCO.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra
origem.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da
afinidade.
§ 1º. O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos
irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2º. Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da
união estável.
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na
relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas
provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na
colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum,
e descendo até encontrar o outro parente.
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I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de
concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do
marido.
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal
da paternidade.
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos
herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado
extinto o processo.
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua
mulher, sendo tal ação imprescritível.
Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou
separadamente.
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
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II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não
haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior
ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em
testamento.
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá
residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.
ALIMENTOS.
São prestações devidas para a satisfação das necessidades pessoais de indivíduos que
não podem consegui-las por seu esforço próprio.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Características:
A obrigação de alimentos é personalíssima quanto ao credor ou alimentando; é
irrenunciável; recíproca; divisível; imprescritível; Incessível; inalienável;
incompensável; impenhorável; não pode ser objeto de transação, muito menos
objeto de compromisso ou arbitragem, por último é obrigação transmissível.
➢Enunciado nº 343 da IV Jornada de Direito Civil: “A transmissibilidade da
obrigação alimentar é limitada às forças da herança”.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem
de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
BEM DE FAMÍLIA.
O bem de família é o imóvel destinado a moradia da família que não poderá ser
penhorado para pagamento de dívidas.
Temos dois tipos de bem de família: o bem de família convencional ou voluntário –
previsto no CC/2002, e o bem de família legal (ou involuntário) – regulado pela lei
especial 8.009/90.
O bem de família voluntário ou convencional possui natureza preventiva, ou seja,
seu objetivo é tornar o patrimônio imune a penhora por débitos futuros.
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Chama-se voluntário ou convencional porque é constituído pela vontade das partes.
O objeto do bem de família voluntário é parte do patrimônio do instituidor, de
acordo com o art. 1.712:
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas
pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá
abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no
sustento da família.
O imóvel hipotecado poderá ser objeto de bem de família voluntário, porque a hipoteca
anterior ficará garantida e resguardada pelo próprio bem, que poderá ser executado. A
instituição do bem de família voluntário manterá o bem a salvo de dívidas posteriores.
O imóvel rural também poderá ser instituído como bem de família voluntário, e
alcançará o prédio onde fica a moradia e também as terras que constam no título de
propriedade.
A impenhorabilidade do bem de família voluntário somente será excluída nos
casos de dívidas relativas a tributos incidentes sobre o imóvel e as respectivas despesas
de condomínio, de acordo com o art. 1.715:
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição,
salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio.
Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas neste artigo, o saldo existente
será aplicado em outro prédio, como bem de família, ou em títulos da dívida pública, para
sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra solução, a critério do juiz.
O bem de família legal foi instituído em nosso ordenamento pela Lei n. 8.009/90 e
tem por objeto o imóvel, rural ou urbano, que constitui a morada da família, incluindo-
se todos os móveis e pertences que o guarnecem. Portanto, “o imóvel é apenas o que
pode ser habitado, pressupondo construção com finalidade residencial (casa ou
apartamento), o que afasta a terra nua ou o terreno não edificado”22.
22
Paulo Lôbo, Direito Civil, Famílias, Ed. Saraiva, 4ª ed., pág. 399
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Art. 1º da Lei n. 8.009/90. O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é
impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal,
previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam
seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a
construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os
equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde
que quitados.
Quanto ao imóvel rural compreenderá somente a edificação onde a família resida com
ânimo definitivo e a extensão territorial do entorno que corresponda ao módulo rural
da região – de acordo com o que o CF/88 qualifica como pequena propriedade rural
trabalhada pela família.
Lei n. 8.009/90:
Art. 2º. Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e
adornos suntuosos.
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis
quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário,
observado o disposto neste artigo.
Art. 3º. A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,
previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições
previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição
do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III -- pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função
do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela
entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
TUTELA E CURATELA.
São considerados múnus público porque tanto a tutela como a curatela são
considerados serviços públicos, que são prestados em caráter compulsório, que se
caracteriza como encargo atribuído a alguém que não pode recusar seu cumprimento.
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A tutela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para que cuide de pessoa
menor e administre seus bens. Tem por finalidade suprir a falta do poder familiar e
possui nítido caráter assistencial.
Curatela é encargo deferido por lei a alguém capaz para reger a pessoa e administrar
os bens de quem, em regra maior, não pode fazê-lo por si mesmo.
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DIREITO DAS SUCESSÕES.
RESUMO DA AULA 10
SUCESSÃO
A palavra sucessão é empregada com o significado de uma pessoa suceder ou tomar
o lugar de outra na titularidade de determinados bens. No direito das sucessões
esta palavra é usada para designar a transmissão de patrimônio de uma pessoa que
faleceu e que é o autor da herança para seus sucessores.
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e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou
à declaração de sua vacância.
SUCESSÃO LEGÍTIMA
Herdeiros necessários:
Art. 1.845. São herdeiros necessários os ¹descendentes, os ²ascendentes e o ³cônjuge.
Assim, são herdeiros necessários: os filhos, os netos, os bisnetos (descendentes sem
qualquer restrição de limite); os pais, os avós, os bisavós (ascendentes também sem
restrição de limite); e o marido ou a mulher (o cônjuge).
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da
herança, constituindo a legítima.
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Se não for atendido o inciso I, passa-se ao
2º ascendentes (pais,
inciso II, posteriormente se passa ao
avós, bisavós...)
inciso III. Somente após isto, e na
ausência das pessoas ali citadas, é que a
sucessão legítima passa para os parentes
colaterais (que são o irmão– 2ºgrau, tios
e sobrinhos – 3º grau, tio-avô e sobrinho
de cujus conjuge neto – 4º grau). Para os colaterais o limite
é o 4ºgrau.
1º descententes (filhos,
netos, bisnetos...)
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO:
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder
em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
É ato de última vontade. O testamento é um ato personalíssimo e revogável (art.
1.858), solene, unilateral através do qual alguém dispõe de todo ou de parte de seu
patrimônio para depois de seu falecimento.
Qualquer pessoa que não seja incapaz e que esteja de posse de suas faculdades
mentais poderá testar – possui capacidade testamentária ativa. Mesmo que a
incapacidade venha depois de feito o testamento este não será invalidado, ao contrário,
se uma pessoa incapaz faz um testamento este não se tornará válido quando ela
adquirir a capacidade. E de acordo com o parágrafo único do art. 1.860 os maiores
de dezesseis anos poderão testar. Já a capacidade testamentária passiva, em
regra, todas as pessoas físicas ou jurídicas a possuem.
Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo.
Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento,
contado o prazo da data do seu registro.
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Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o coerdeiro,
pode ser objeto de cessão por escritura pública.
INVENTÁRIO E PARTILHA
O inventário é o meio processual pelo qual se apuram os bens deixados pelo falecido,
procedendo-se a partilha entre os herdeiros.
A divisão dos bens ocorrerá por meio da partilha, que será ato subsequente ao
inventário.
A partilha poderá ser judicial ou amigável (esta por acordo, e desde que os herdeiros
sejam capazes).
Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por
escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos
bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos
regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão
parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
Se, por ocasião do casamento, não se definir qual o regime de bens, vigorará o regime
de comunhão parcial, o mesmo acontece nos casos de convenção nula ou ineficaz.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROF. RICARDO TORQUES
Normas Processuais Civis
DEVIDO PROCESSO LEGAL: princípio processual fundamental, que remete à ideia de razoabilidade e
proporcionalidade e do dever de o procedimento se desenvolver de modo a observar os ditames legais.
PRINCÍPIO DA AÇÃO (princípio da inércia de jurisdição e do impulso oficial)
“começa por iniciativa da parte” princípio dispositivo
“se desenvolve por impulso oficial” princípio inquisitivo
Temos um sistema processual misto, com destaque para o princípio dispositivo, na medida em
que o Juiz poderá atuar apenas para produção de provas no processo e para conduzi-lo ao final.
No mais, o Direito Processual Civil revela-se dispositivo.
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA ATUAÇÃO JURISDICIONAL
O Poder Judiciário não excluirá da apreciação ameaça ou lesão a direito.
PRINCÍPIO DA CELERIDADE
Pretende-se chegar ao resultado final com o menor número de atos possíveis.
Solução integral de mérito.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL
cláusula geral, pois a hipótese de incidência e a consequência são dependem de integração.
impõe tanto às partes, como ao Juiz, ao perito, ao advogado, à testemunha, que ajam no processo
em respeito aos padrões éticos de conduta.
partes do processo versus sujeitos do processo
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
Postula por um equilíbrio, sem preponderância das partes ou do magistrado. Na realidade,
todos os envolvidos no processo (partes, juiz, testemunhas, peritos, servidores, advogados)
devem atuar de forma cooperativa, em respeito às regras de lealdade.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE NO PROCESSO (ISONOMIA)
Paridade de tratamento se dá em relação: ao exercício dos direitos e faculdades processuais;
aos meios de defesa; aos ônus; aos deveres; e à aplicação de sanções processuais.
HERMENÊUTICA PROCESSUAL CIVIL
atendimento aos fins sociais e às exigências do bem comum
dignidade da pessoa humana: supraprincípio.
proporcionalidade e razoabilidade
proporcionalidade: adequação entre meios e fins
razoabilidade: equidade, atenção à realidade e equivalência na aplicação do direito.
legalidade: respeito ao Direito como um todo (ressignificação em razão dos precedentes
judiciais)
eficiência: racionalização, ou seja, com menos recursos e energia, atingir ao máximo a
finalidade.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Nenhuma decisão deve ser tomada sem prévia oitiva das partes, com exceção das tutelas
provisórias de urgência e de evidência, no qual o contraditório é diferido.
dimensões:
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dimensão formal refere-se ao direito de participar do processo (ser ouvido).
dimensão material refere-se ao poder de influenciar na decisão.
em nome da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, aplica-se às relações interprivados.
DEVER DE CONSULTA: consectário do princípio do contraditório.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E MOTIVAÇÃO:
publicidade: ciência às partes e abertura ao público. Restrições: a) para preservação do direito
à intimidade do interessado; e b) para preservação do interesse público.
Ação e Jurisdição
JURISDIÇÃO: Jurisdição constitui parcela do Poder Estatal, voltada para a função jurisdicional, que é
executada como uma atividade, composta por um complexo de atos para a prestação efetiva da tutela
jurisdicional.
JURISDIÇÃO É PODER, FUNÇÃO E ATIVIDADE:
• JURISDIÇÃO COMO PODER - Poder Estatal de interferir na esfera jurídica dos jurisdicionados.
• JURISDIÇÃO COMO FUNÇÃO - Encargo atribuído pela CF ao Poder Judiciário (em regra).
• JURISDIÇÃO COMO ATIVIDADE - Conjunto de atos praticados pelos agentes estatais
investidos de jurisdição.
CARACTERÍSTICAS:
a) Caráter substitutivo - caracteriza-se a jurisdição por substituir a vontade da parte pela vontade
da Lei aplicada ao caso concreto, como forma de colocar fim ao conflito.
b) Lide – caracteriza-se a jurisdição por atuar quando há um conflito de interesses em decorrência
de uma pretensão resistida.
c) Inércia – caracteriza-se a jurisdição por ficar subordinada à provocação pela parte (princípio da
demanda); e
d) Definitividade – caracteriza-se a jurisdição por decidir o conflito de interesses de forma
incontestável, definitiva e imutável.
EQUIVALENTES JURISDICIONAIS
autônomos: transação, reconhecimento jurídico do pedido, renúncia.
heterônomo: tribunais administrativos e arbitragem.
Sem necessidade de maior aprofundamento, é relevante ter em mente alguns conceitos:
AUTOTUTELA: Solução de conflitos pelo uso da força, por intermédio do qual a parte vencedora
sacrifica o interesse da outra.
CONCILIAÇÃO: Solução de conflitos pela vontade das partes, por intermédio da conciliação
(transação), da submissão ou da renúncia.
MEDIAÇÃO: Solução de conflitos fundada no exercício da vontade das partes, sem a existência
de um sacrifício de interesses, mas na investigação das causas que levaram ao conflito, com a
finalidade de assegurar o real interesse de ambas as partes.
ARBITRAGEM: Solução de conflitos por intermédio da nomeação consensual (prévia ou
posterior ao conflito) de árbitros que tenham a confiança das partes para a solução do conflito de
interesses. Essa solução decorre da imposição da decisão pelo terceiro (árbitro),
independentemente da vontade das partes.
TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS: A solução de questões por tribunais administrativos também
é considerada como um equivalente jurisdicional para parte da doutrina. São exemplos o CADE
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e o CARF (Conselho Administrativo da Receita
Federal).
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AÇÃO
Teorias da ação
TEORIA IMANENTISTA
- direito material em movimento
- direito de ação contra o adversário
- processo é mero procedimento
TEORIA CONCRETA DA AÇÃO
- ação é direito contra o Estado (para obter uma tutela favorável) e contra o adversário (para obter o
direito material)
- condicionado ao direito material
- direito potestativo
TEORIA ABSTRATA DO DIREITO DE AÇÃO
- direito a um pronunciamento do Estado
- direito de ação existe ainda que sem o direito material
- não há condição da ação ou sentença terminativa por carência da ação
- interesse e legitimidade são assuntos de mérito
TEORIA ECLÉTICA (prevalece para o CESPE)
- direito de ação condicionado (interesse e legitimidade)
- carência da ação forma apenas coisa julgada formal
- condição da ação é matéria de ordem pública analisável a qualquer momento
- direito de petição é incondicionado
TEORIA DA ASSERÇÃO
- distinção entre direito material e direito de ação
- direito de ação condicionado à legitimidade e interesse
- avaliação das condições da ação à vista das afirmações do demandante em cognição sumária, que pode
levar à carência da ação (avaliação das condições d ação "in status assertionis".
- avaliação do interesse e legitimidade como matéria de mérito que pode conduzir à rejeição do pedido
INTERESSE E LEGITIMIDADE
Essa cognição é prévia, é sumária e exercida in status assertionis (em asserção). Superada a
cognição sumária, se o magistrado decidir pela citação da parte ré, preclui a possibilidade da
sentença terminativa pela não caracterização de interesse e legitimidade.
Interesse:
➢ necessário toda vez que o autor não tiver outro meio para obter o bem da vida pretendido, a
não ser por intermédio do Poder Judiciário.
➢ adequado se, em razão dos pedidos deduzidos, o processo for apto a resolver o conflito de
interesses.
Legitimidade: pertinência subjetiva da ação, ou seja, refere-se à titularidade para promover ativa
ou passivamente a ação.
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Sujeitos Processuais – Partes e Procuradores
Pressupostos processuais
● CONCEITO: Pressupostos processuais são todos os elementos de existência, os requisitos de validade
e as condições de eficácia do procedimento.
● PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
elementos de existência
requisitos de validade
condições de eficácia do procedimento
● CAPACIDADE DE SER PARTE (também conhecida como capacidade processual ou judiciária) remete
ao conceito de capacidade civil.
● CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO (de capacidade processual em sentido estrito, ou legitimatio ad
processum) refere-se ao modo como se exerce a ação e a defesa no curso do processo em relação à
prática de atos processuais.
TODA pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em
juízo.
O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.
A curadoria do incapaz será determinada em duas situações:
a) quando o incapaz não possuir representante ou assistente; ou
b) quando os interesses do incapaz colidirem com os interesses do representante ou do
assistente.
● CAPACIDADES PROCESSUAIS (OU POSTULATÓRIA): atributo para que determinada pessoa
possa praticar validamente atos processuais.
Atributo conferido ao advogado regular perante a OAB e, em situações específicas, à própria parte.
Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz
suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.
➢ Se o autor não regularizar a incapacidade processual ou a irregularidade de representação, o
processo será extinto sem julgamento do mérito.
➢ Se o réu não regularizar a incapacidade processual ou a irregularidade de representação, ele será
revel no processo, considerando-se que se recusou a manifestar-se validamente no processo.
➢ Se for terceiro interessado no processo, poderá ser excluído ou considerado revel.
Na fase recursal
➢ NÃO conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
➢ Determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.
● LEGITIMAÇÃO PARA AGIR
Para fins de prova...
Quando demandados:
Para propor ação:
devem ser citados quando envolver ação
devem ingressar juntos quando envolver
sobre direito real imobiliário, exceto se
ação sobre direito real imobiliário, exceto se o
casados em regime de separação total de
regime de bens for de separação total.
bens.
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Ambos os cônjuges deverão,
necessariamente, ser citados nas seguintes
hipóteses:
Ação que envolva fatos relacionados a
ambos os cônjuges.
Ação referente à dívida contraída por um
dos cônjuges a bem de família.
Ação que tenha por objeto o
reconhecimento, a constituição ou a extinção
de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os
cônjuges.
Por exemplo, ação hipotecária em face de
bens do casal.
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• Trata-se de benefício de caráter pessoal (não extensível ao litisconsorte ou sucessor).
• Recurso formulado por beneficiário dispensa preparo, exceto se esse recurso tratar
exclusivamente de honorários advocatícios, a não ser que o advogado também seja beneficiário
da Justiça gratuita.
• A assistência do beneficiário por advogado não impede a concessão do benefício.
Litisconsórcio
● CONCEITO: Litisconsórcio há apenas quando, no mesmo polo do processo, existe uma pluralidade de
partes ligadas por uma afinidade de interesses.
● CLASSIFICAÇÃO
Quanto aos sujeitos – Ativo, Passivo e Misto
Quanto ao momento – Inicial e Ulterior
Quanto aos efeitos – Simples e Unitário
Quanto à obrigatoriedade – Facultativo e Necessário
➢ Facultativo:
o entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
o entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
o ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
➢ Obrigatório: por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a
eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
o por força da lei.
o por força da unilateralidade da relação jurídica.
● LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO: litisconsórcio formado por um número excepcionalmente grande
de litigantes, sempre que, em razão de sua formação, possa ocorrer o comprometimento da defesa, ou
do cumprimento de sentença, ou a rápida solução do litígio. Por motivos atinentes à paridade de armas
e à efetividade do processo, portanto, é possível desmembrar o litisconsórcio
Intervenção de Terceiros
Introdução
Toda vez que o terceiro for atingido direta ou reflexamente pela decisão proferida em
processo alheio, ele se tornará parte legítima para ingressar no processo. Trata-se, portanto,
de um fato jurídico processual que implica a modificação de processo que já existe.
Com o Novo CPC, a nomeação à autoria deixa de existir, dando lugar à técnica da correção da
legitimidade passiva, disciplinada nos arts. 338 e 339, ambos do NCPC, que será estudada em outra
oportunidade.
A oposição não consta mais como intervenção de terceiro típica, tornando-se um procedimento
especial, previsto no art. 682 a 686, do NCPC. A oposição em termos gerais é o instituto por intermédio
do qual o terceiro reclama o bem ou o direito disputado em processo alheio.
Foram acrescentadas duas novas hipótese de intervenção de terceiros: o amicus curie e a
desconsideração de personalidade jurídica.
Classificação
INTERVENÇÕES DE TERCEIROS TÍPICOS
• assistência
• denunciação da lide
• chamamento ao processo
• amicus curie
• incidente de desconsideração da personalidade jurídica
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Assistência
● HIPÓTESES DE CABIMENTO
terceiro com interesse jurídico que uma das partes processuais seja a vencedora da demanda.
o assistente receberá o processo no estado em que se encontrar.
● ESPÉCIES
ASSISTÊNCIA
SIMPLES LITISCONSORCIAL
A parte ingressa em juízo para auxiliar uma das partes Sempre que a sentença influir na relação
por possuir interesse jurídico no deslinde da demanda. jurídica entre ele e o adversário do assistido.
Relação jurídica do terceiro assistente apenas com o Relação jurídica do terceiro assistente com
assistido. ambas as partes na ação.
Denunciação da lide
Constitui uma demanda, pois ela envolve o direito de ação. Essa demanda se caracteriza por ser: a)
incidente; b) regressiva; c) eventual; e d) antecipada.
● Hipóteses de denunciação da lide
ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim
de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de
quem for vencido no processo.
Chamamento ao processo
● HIPÓTESES
Admite-se o chamamento do afiançado quando o fiador for demandado.
Admite-se o chamamento ao processo dos demais fiadores quando a ação for proposta apenas contra
um deles.
Admite-se o chamamento ao processo dos demais devedores solidários quando o credor ingressar
contra um deles apenas.
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
● MODELOS: ação e incidente.
● LEGITIMIDADE: será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe
couber intervir no processo.
● PROCEDIMENTO
CABÍVEL:
• fase de conhecimento
• cumprimento de sentença
• execução de título extrajudicial
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as
provas cabíveis no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS.
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● EFEITOS DO JULGAMENTO: acolhido o pedido de desconsideração, de alienação ou de oneração de
bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Amicus Curiae
● CONCEITO: terceiro que, espontaneamente, a pedido da parte ou por provocação do órgão
jurisdicional, intervém no processo para fornecer subsídios que possam aprimorar a qualidade da
decisão.
● AUTORIZA-SE O AMICUS CURIE QUANDO ENVOLVER
• matéria relevante
• tema específico
• repercussão social da controvérsia
O amicus curie não se confunde com a atuação do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica,
pois a figura interventiva não tem qualquer interesse no julgamento da ação. O amicus curie atua como
um órgão meramente opinativo e não tem tantos poderes quanto o MP.
O amicus curie não se confunde com o assistente, pois esse tem interesse no resultado do julgamento,
tendo poderes mais amplos que a figura interventiva.
Os poderes do amicus curie serão fixados pelo magistrado na decisão que determina o ingresso. Desse
modo, em regra, o amicus curie irá se manifestar sobre os fatos discutidos no processo.
O amicus curie poderá opor embargos de declaração e interpor recursos que julgue os incidentes de
resolução de demandas repetitivas. Outras possibilidades recursais somente serão admitidas se o juiz
permitir.
Sujeitos Processuais
Juiz e Auxiliares da Justiça
● PODERES, DEVERES E RESPONSABILIDADE JUIZ
assegurar a igualdade de tratamento;
velar pela duração razoável do processo;
prevenir e reprimir atos contrários à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente
protelatórias;
adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias;
promover a autocomposição;
dilatar prazos e alterar a ordem produção dos meios de provas de acordo com as necessidades do
conflito;
exercer o poder de política;
determinar o comparecimento pessoa para inquirir partes (não gera confissão);
buscar o conhecimento de mérito com o suprimento de pressupostos processuais e saneamento de
vícios processuais;
● IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO
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decidiu no feito em outro grau de jurisdição receber presentes de pessoa com interesse na
causa.
advogado, defensor ou membro do MP (+
cônjuge/companheiro ou parente até 3º) aconselhar ou subsidiar as despesas do
processo (após iniciado o processo).
cônjuge/companheiro ou parente até 3º for
parte no processo. credor ou devedor da parte
(cônjuge/companheiro ou parente até 3º).
sócio ou membro de direção ou de
administração de PJ parte no processo. interessado no julgamento do processo.
herdeiro presuntivo, donatário ou empregador
relação de emprego ou prestador de serviços de
instituição parte no processo.
cônjuge/companheiro ou parente até 3º for
advogado ou atue no escritório.
promover ação contra parte ou advogado.
Arguição por incidente a qualquer tempo Arguição por incidente no prazo de 15 dias a
contar do conhecimento do fato
● AUXILIARES DA JUSTIÇA
• chefe de secretaria e oficial de justiça
• perito
• depositário e administrador
• intérprete e tradutor
• conciliadores e mediadores judiciais
Escrivão ou chefe de secretaria e oficial de justiça
• É a estrutura mínima de uma unidade funcional judiciária, que se denomina de cartório ou de
secretaria.
Atribuições do escrivão/chefe de secretaria:
• Redação de ofícios, de mandados, de cartas precatórias e demais atos.
• Efetivar as ordens judiciais.
• Atuar nas audiências.
• Guarda e responsabilidade dos autos dos processos.
São exceções à guarda dos autos:
a) conclusão (com o juiz para despacho, decisão ou julgamento);
b) vistas (advogado, defensor público, membro do Ministério Público ou Fazenda Pública);
c) remessa ao contador ou repartidor; e
d) remessa a outro juízo por modificação da competência.
• Fornecimento de certidões.
• Prática de atos meramente ordinatórios.
Incumbe ao oficial de justiça:
• Executar as ordens determinadas pelo magistrado, com devolução posterior do mandado.
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• Auxiliar no exercício do poder de polícia pelo magistrado.
• Certificar proposta de conciliação.
Responsabilização civil do chefe de secretaria e do oficial de justiça
• recusa cumprir atribuições no prazo legal ou fixado pelo juiz
• prática de ato nulo com dolo ou culpa
Atos Processuais
Negócio Jurídico Processual
● CONCEITO: fato jurídico voluntário em que as partes regulam, dentro dos limites fixados no próprio
ordenamento jurídico, certas situações jurídicas processuais ou alteram o procedimento.
Abrange apenas direitos que admitem a autocomposição.
As partes podem estipular regras procedimentais ou dispor sobre posições processuais (ônus, poderes,
faculdades e deveres).
Pode ser firmado antes ou durante o processo.
Não há necessidade de participação do Juiz, muito menos de homologação judicial, contudo, o
magistrado deverá controlar a legalidade, anulando cláusula de adesão abusiva e quando o negócio for
estipulado com parte em situação de vulnerabilidade.
Trata-se de uma cláusula geral, de forma que as partes possuem liberdade para estabelecer negócios
jurídicos processuais.
Princípio do respeito ao autorregramento da vontade das partes.
Calendário Procedimental
● CONCEITO: técnica processual voltada para a gestão eficiente do tempo no processo, NO QUAL o juiz
e as partes, em regime de diálogo, podem acertar datas para a realização dos atos processuais.
Possibilidade de as partes e o juiz fixarem calendário para a prática dos atos processuais.
Dispensa a obrigatoriedade de intimação para os atos previstos no calendário.
Regra de efetividade e celeridade processual, que implica a desburocratização do processo e segurança
jurídica.
Somente é possível alterar a data do calendário previamente fixado, em situações excepcionais e
mediante justificativa.
Forma dos Atos Processuais
● SISTEMA DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS
em regra, os atos processuais independem de forma pré-determinada;
excepcionalmente, devem ser praticados na forma legalmente prevista; e
ainda que realizado irregularmente, se o ato atingir a finalidade, restará convalidado.
● Os atos processuais são, EM REGRA, públicos.
EXCEÇÕES
• Interesse público ou interesse social;
• Ações sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação,
alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
• Intimidade com sede constitucional;
• Cláusula de confidencialidade em juízo arbitral.
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Nas hipóteses de exceções: acessam-se os autos apenas as partes e os respectivos procuradores;
e o terceiro juridicamente interessado terá acesso apenas ao dispositivo da sentença e, se for o caso,
do inventário e da partilha.
● ATOS DAS PARTES
produção de efeitos de forma imediata.
consequências:
• a irretratabilidade, uma vez que os efeitos são imediatos; e
• a preclusão consumativa, uma vez que a prática do ato pela parte exaure a prerrogativa de fazê-
lo.
Veda-se o uso de cotas marginais e interlineares. O juiz mandará riscar e multará a parte em ½ salário
mínimo.
● PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ
O juiz pratica atos materiais (presidência da audiência) e pronunciamentos judiciais.
A SENTENÇA e a decisão que colocam fim à fase de conhecimento, extingue a execução ou o que
for previsto como sentença em procedimento especial.
A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA constitui decisão que resolve incidente sem pôr fim ao processo.
O DESPACHO envolve pronunciamentos judiciais sem caráter decisório.
O ACÓRDÃO constitui decisão que põe fim à fase de conhecimento, que extingue a execução e que
resolve incidentes no processo no âmbito dos tribunais.
● ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA
São responsáveis pelo protocolo, registro, distribuição (se houver) e autuação.
Todos as peças e documentos devem ser numerados e rubricados, inclusive termos, vistas e conclusão.
Admite-se o uso de formas abreviadas (taquigrafia e estenotipia) para o registro de atos processuais.
Tempo dos Atos Processuais
● REGRA: praticados entre as 6 e 20 horas, em dias úteis (de segunda a sexta). Há possibilidade de
prorrogação para além das 20 horas quando houver possibilidade de prejudicar a diligência ou resultar
em grave dano.
● Citações, intimações, penhoras e atos relativos a tutelas de urgência podem ser realizadas fora do
horário e, inclusive, em dias não úteis.
● FÉRIAS FORENSES: em regra, suspende o prazo. Não há suspensão excepcionalmente nos casos de
jurisdição voluntária, de atos necessários à conservação de direitos quando causar prejuízos em face do
adiamento, de ação de alimentos, e processos de nomeação ou remoção de tutor e curador e quando a
lei prever.
● São considerados FERIADOS os dias declarados em lei, sábados, domingos e dias sem expediente
forense.
Lugar dos Atos Processuais
● REGRA: praticados na sede do Juízo
● EXCEÇÕES:
deferência;
interesse da justiça;
natureza do ato;
obstáculo arguido pelo interessado e acolhi pelo magistrado.
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Prazos
● CONCEITO: lapsos temporais que existem entre dois termos (termo inicial, dies a quo, e termo final,
dies ad quem) dentro dos quais se prevê a oportunidade para uma ação ou omissão.
● CLASSIFICAÇÃO
a) pela sua origem: legais, judiciais ou convencionais.
b) quanto às consequências de seu descumprimento: próprios ou impróprio, que se subdividem-se
em ordinário ou anômalo.
c) quanto à exclusividade do destinatário: comum ou particulares.
A classificação entre prazos dilatórios e peremptórios não faz mais sentido no NCPC.
● PRAZO SUBSIDIÁRIO E PRAZO PARA COMPARECIMENTO
INTIMAÇÃO PARA COMPARECIMENTO (antecedência mínima): 48 horas
PRAZO SUBSIDIÁRIO: 5 dias
● ATO PROCESSUAL PREMATURO: será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo
inicial do prazo.
● CONTAGEM DOS PRAZOS
Os prazos são contados apenas de segunda a sexta-feira. Essa modalidade de contagem não se
aplica a prazos materiais.
Haverá a suspensão do prazo em sábados, domingos, feriados e em dias sem expediente forense.
Haverá suspensão dos prazos entre os dias 20/dez a 20/jan. E não haverá audiência ou sessão de
julgamento.
Haverá suspensão do prazo por obstáculo criado pela parte ou pela suspensão do processo (art. 313,
do CPC).
Haverá suspensão do prazo quando houver instituição de programa de autocomposição pelo Poder
Judiciário.
Haverá prorrogação do prazo, por até 2 meses, quando se tratar de unidade judiciária de difícil acesso.
Haverá prorrogação do prazo em situação de calamidade, podendo ultrapassar os 2 meses, a depender
da situação concreta.
Os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
A citação, a notificação ou a intimação podem ocorrer de diversas formas no processo. Em razão disso,
temos momentos distintos para que o prazo se inicie:
Por edital Dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo Juiz.
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Por retirada dos autos de cartório. Dia da carga.
● PRAZOS DO JUIZ
DESPACHOS: 5 dias
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: 10 dias
SENTENÇA: 30 dias
● PRAZOS DOS SERVIDORES
REMETER OS AUTOS CONCLUSOS: 1 dia
EXECUTAR: 5 dias
● PRAZOS EM CASO DE LITISCONSÓRCIO (por procuradores diferentes, de escritórios distintos)
para todas as manifestações;
para qualquer juízo ou tribunal; e
independe de requerimento da parte.
Preclusão
● CONCEITO: “preclusão é definida como a perda de uma situação jurídica processual ativa”.
● PRINCÍPIOS:
princípio da segurança jurídica;
princípio da boa-fé;
princípio da duração razoável do processo.
● ESPÉCIES
1 - Preclusão Temporal: perda de um poder processual em razão da perda de um prazo.
2 - Preclusão Lógica: perda do poder processual em razão da prática anterior de um ato incompatível
com ele.
3 - Preclusão Consumativa: perda de um poder processual em razão do seu exercício. A ideia é
simples: veda-se à parte repetir ato processual já praticado.
4 - Preclusão sanção: preclusão decorrente da prática de ato ilícito.
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Regular - Ato de integração do demandado ao processo
Irregular - Gera a invalidade do processo
Comparecimento espontâneo - Convalida eventual irregularidade da citação formal
Desnecessidade
• Indeferimento da petição inicial
• Improcedência liminar do pedido
Efeitos da Citação: a citação valida a causa
• induzimento da litispendência
• litigiosidade da coisa
• constituição em mora do devedor
Formas para citação:
1º) Citação por meio eletrônico.
• Obrigatoriedade de empresas públicas e privadas manterem cadastro nos sistemas processuais
eletrônicos.
• A obrigatoriedade estende-se à União, aos estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios.
• A obrigatoriedade não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte.
2º) Citação pelos Correios.
• Não se aplica às ações de estados, às demandas contra incapaz, contra pessoa de direito público,
quando o demandado residir em local não atendido pelos Correios e quando o autor requerer
motivadamente a utilização de outra forma.
3º) Citação por oficial de justiça.
• O oficial poderá se valer da citação por hora certa se for o caso e também pode cumprir o ato em
comarcas contíguas e em regiões metropolitanas.
4º) Citação por edital
• Subsidiário
● CARTAS
ESPÉCIES:
• CARTA DE ORDEM - Prática de ato processual pelo juízo imediatamente inferior vinculado ao
tribunal
• CARTA ROGATÓRIA - Prática de ato de cooperação internacional entre poderes judiciários de
Estados distintos
• CARTA PRECATÓRIA - Prática de ato de cooperação interna por intermédio do qual o juízo
deprecante solicita a prática de ato processual pelo juízo deprecado
• CARTA ARBITRAL - Prática de ato judicial a pedido do juízo arbitral
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● SUSPENSÃO
conceito: suspensão do curso do procedimento, a paralisação da marcha processual, com o veto a que
se pratiquem atos processuais.
hipóteses:
• Suspende-se o processo quando houver morte ou perda da capacidade processual das partes, do
representante legal ou do advogado.
• Suspende-se o processo por convenção das partes (máximo de 6 meses, podendo ser
sucessivamente convencionado).
• Suspende-se o processo por impedimento ou suspeição.
• Suspende-se o processo por admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas.
• Suspende-se o processo por prejudicidade ou preliminaridade de processos (subordinação entre
processos)
• Suspende-se o processo por questões preliminares, por, no máximo, 1 ano (verificação de fato
ou produção de provas).
• Suspende-se o processo em razão de força maior.
• Suspende-se o processo quando se discutir questão decorrente de acidente e fatos da navegação
de competência do Tribunal Marítimo.
• Suspende-se o processo nas demais hipóteses previstas no NCPC.
No período de suspensão do processo é vedada a prática de quaisquer atos processuais.
Excepcionalmente, alguns atos podem ser praticados. Isso ocorrerá quando envolver a realização de
atos urgentes para evitar danos irreparáveis.
Quando a análise de processo civil depender de averiguação de fato delituoso, ou seja, de conduta
apurada no âmbito criminal, é possível a suspensão do processo para aguardar a decisão da Justiça
Criminal.
• Suspensão por ação prejudicial
• Suspensão por 3 meses para ajuizamento da ação penal
• Suspensão por 1 ano para julgamento da ação penal
● EXTINÇÃO: a sentença extingue o processo, com ou sem resolução de mérito. No caso de a decisão
se dar sem análise de mérito, dada a norma fundamental que impõe o dever de o magistrado perseguir
uma solução integral de mérito, é necessário que se intime a parte prejudicada para que, se possível,
possa corrigir o vício.
Procedimento Comum
● INTRODUÇÃO
Fases do processo:
a) postulatória – propositura da ação;
b) organizatória – eventuais diálogos com as partes a fim de emendar ou de complementar a
inicial, indeferi-la, julgar liminarmente o pedido, citação do réu, conciliação e mediação, defesa e
reconvenção.
c) instrutória – produção de provas;
d) decisória - sentença; e
e) executória – satisfação do direito.
● Petição Inicial
Conceito: instrumento da demanda.
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Efeitos:
• Com a protocolização da petição inicial temos a propositura da ação.
• Com o registro ou distribuição decorrem dois efeitos relevantes:
1º EFEITO: perpetuatio jurisdicionis
1º EFEITO: prevenção
Requisitos:
• 1º requisito: a petição inicial é escrita (escritura).
• 2º requisito: indicação do juízo (conforme as regras de competência)
• 3º requisito: qualificação das partes.
• 4º requisito: causa de pedir.
• 5º requisito: pedido, que constitui o objeto da demanda.
• 6º requisito: valor da causa.
• 7º requisito: protesto genérico por provas.
• 8º requisito: opção pela realização da audiência de conciliação e mediação.
• 9º requisito: documentos indispensáveis.
• 10º requisito: capacidade postulatória de quem assina a petição.
• 11º requisito: requisitos específicos previstos.
E se não estiverem todos presentes? SERÁ DETERMINADA A EMENDA OU A COMPLEMENTAÇÃO DA
PETIÇÃO INICIAL
• HIPÓTESES
• Faltar requisito da petição inicial
• Existir defeito ou irregularidade capaz de dificultar o julgamento de mérito.
• PRAZO
• 15 dias
● PEDIDO: objeto do processo.
Espécies
➢ Pedido Certo: pedido expresso.
➢ Pedido Sucessivo: vários pedidos formulados com ordem de preferência.
➢ Pedido Determinado: pedido delimitado.
➢ Pedido Alternativo: vários pedidos formulados sem ordem de preferência.
➢ Pedido Subsidiário: pede-se o acolhimento do pedido subsidiário na hipótese de não ser acolhido
o principal.
Requisitos para a cumulação de pedidos
➢ compatíveis entre si;
➢ competente para conhecer deles o mesmo juízo;
➢ adequado, para todos os pedidos, o tipo de procedimento.
● ADMISSIBILIDADE DA AÇÃO
Emenda: determinar a emenda: quando forem identificados vícios sanáveis no processo.
Indeferimento:
➢ sem julgamento de mérito:
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Inépcia da petição inicial: a) faltar pedido ou causa de pedir; b) pedido indeterminado
(exceto se for caso legal de pedido genérico); c) falta de lógica entre narração e conclusão;
e d) pedidos incompatíveis
Manifestamente ilegítima
Faltar interesse processual
Não manter endereço atualizado quando atuar em causa própria ou não proceder à
emenda.
➢ Com julgamento de mérito:
Pedido contrário a enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça.
Pedido contrário a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos.
Pedido em sentido adverso a entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência;
Pedido contrário a enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
Pedido contrário ao reconhecimento da prescrição e da decadência.
● AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E DE MEDIAÇÃO
Se a petição inicial não for indeferida e se, eventualmente, não for caso de improcedência liminar,
com ou sem resolução de mérito, o juiz designará audiência de conciliação e mediação com antecedência
mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu com, pelo menos, 20 dias de antecedência.
NÃO SERÁ REALIZADA A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E DE MEDIAÇÃO SE
• ambas as partes manifestarem desinteresse na composição consensual
• não for admissível a autocomposição
NÃO COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E DE MEDIAÇÃO
• ato atentatório à dignidade da Justiça
• multa no valor de até 2% da vantagem econômica ou valor da causa
• montante revertido à União ou ao Estado
● RESPOSTAS DO RÉU
O RÉU PODE:
• reconhecer a procedência do pedido formulado pela parte autora;
• efetuar requerimento avulso de desmembramento do litisconsórcio multitudinário na hipótese do
art. 113, §2º, do NCPC;
• contestar;
• reconvir;
• arguir hipótese de impedimento ou de suspeição; ou
• ser revel.
Contestação
PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO NO NCPC
• inexistência ou nulidade da citação
• incompetência absoluta e relativa
• incorreção do valor da causa
• inépcia da petição inicial
• perempção
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• litispendência
• coisa julgada
• conexão
• incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização
• convenção de arbitragem
• ausência de legitimidade ou de interesse processual
• falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar
• indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça
Forma e prazo
• Os requisitos da contestação são semelhantes aos da petição inicial. Deve conter, portanto, nome
e prenome das partes, sem necessidade de qualificação, pois já fora feita na inicial. Deve conter,
ainda, endereçamento ao juízo da causa, documentos indispensáveis, requerimento de provas,
apresentação dos fatos e fundamentos jurídicos da defesa.
• O prazo para contestar é de 15 dias (úteis). REGRAS DE CONTAGEM:
1ª REGRA: houve audiência de conciliação e mediação.
Nesse caso, o prazo de 15 dias é contado da audiência ou da última sessão de
conciliação ou de mediação, caso haja várias delas.
2ª REGRA: não houve audiência porque o réu peticionou informando que não deseja
participar da sessão de conciliação e de mediação.
O prazo de contestação será contado do protocolo do pedido de
cancelamento da audiência.
3ª REGRA: se houver litisconsortes.
Se o autor não desejar expressamente a audiência de conciliação/mediação,
necessário levar em consideração a manifestação dos réus:
a) se ambos não tiverem interesse no ato de composição, o prazo contará
individualmente para cada um deles a partir do peticionamento;
b) se um deles tiver interesse ou não pedir o cancelamento, o prazo contará, para
ambos, a partir da audiência infrutífera.
Se o autor desejar ou não se manifestar sobre a conciliação, a audiência ocorrerá
e o prazo para contestação correrá, para ambos os réus, da audiência infrutífera.
4ª REGRA: se não houver audiência de conciliação e de mediação.
Nos casos em que o direito não admitir composição, o réu será citado na forma
tradicional, por carta ou por mandato, situação em que o prazo irá iniciar a partir
da juntada aos Autos do mandato de citação.
Reconvenção
• A reconvenção é uma ação inversa, em que o demandado propõe contra a parte autora um pedido
próprio, que irá ampliar o objeto da demanda.
• a reconvenção deve ter:
o conexão com a ação principal; ou
o com o fundamento da defesa.
• Segundo a doutrina, são requisitos para a reconvenção:
o Existência de uma causa pendente;
o Apresentação da reconvenção no prazo da contestação;
o O juízo da causa principal deve ser também competente para analisar a reconvenção;
o Os procedimentos da ação e da reconvenção devem ser compatíveis, uma vez que são
processados conjuntamente; e
o Há necessidade de identificação de conexão ou correlação com os fundamentos da defesa.
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Revelia
• A revelia também é considerada uma forma de defesa. Trata-se de defesa pela não manifestação
do réu que foi citado.
• Efeitos:
o efeito material: presunção de veracidade das alegações feitas pelo demandante. Trata-se
de presunção relativa contra a qual é possível a produção de provas.
o prazos: em decorrência da revelia, os prazos do réu serão informados com a publicação
da decisão, conforme expressamente disciplina o art. 346, do NCPC:
o preclusão: com a não apresentação da defesa, o réu não poderá mais alegar direitos ou
fatos, exceto se supervenientes, se envolver questões que podem ser conhecidas de ofícios
ou que haja expressa autorização legal para que sejam alegadas em outro momento.
o julgamento antecipado: a revelia traz a possibilidade de julgamento antecipado do
processo.
• NÃO SE APLICA A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE:
o quando houver pluralidade de réu e um deles contestar a ação (a contestação de um
aproveita a todos);
o quando a demanda envolver direitos indisponíveis;
o quando a petição inicial estiver desacompanhada de documento que a lei considere
indispensável para provar os fatos alegados; e
o quando as alegações de fato formuladas pelo autores forem inverossímeis ou estiverem
em contradição com as provas produzidas nos autos.
● JULGAMENTO ANTECIPADO: forma de abreviar o processo.
Hipóteses de cabimento
• TOTAL:
o NÃO houver necessidade de produção de outras provas;
o o réu for revel.
• PARCIAL:
a) incontrovérsia.
b) hipóteses do art. 355, do NCPC, abrangendo situações em que é desnecessário produzir
outras provas ou quando houver contumácia ou revelia.
Provas
Audiência de instrução e julgamento
● FASES: abertura > tentativa de conciliação > instrução > debates > decisão > documentação.
DEBATES
REGRA: 20 minutos, na seguinte ordem: a) autor; b) réu; e c) MP (se houver).
PRORROGAÇÃO: 10 minutos (a critério do juiz).
QUANDO HOUVER LITISCONSORTES OU TERCEIRO INTERVENIENTE: 30 minutos para ambos que
será dividido de forma igual (15 para cada), salvo convenção em sentido diverso.
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QUESTÕES COMPLEXAS: memoriais escritos no prazo de 15 dias (prazos sucessivos).
Provas
● DUAS GRANDES PARTES: teoria geral e provas em espécie.
● CONCEITO: a prova constitui um instrumento para a formação do convencimento do juiz
sobre os fatos que são objeto da atuação jurisdicional.
Teoria Geral das Provas
● PRINCÍPIO DA ATIPICIDADE DOS MEIOS DE PROVA: as partes têm o direito de empregar todos os
meios legais, bem como os moralmente legítimos, AINDA QUE não especificados neste Código, para
provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do
juiz.
● PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ:
O juiz irá fixar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
A parte poderá requerer a prova, contudo, o magistrado poderá indeferir as provas que entender
inúteis ou protelatórias.
O juiz também poderá, de ofício, determinar a relação de provas, ainda que não requeridas pelas
partes.
● PRINCÍPIO DO CONVENCIMENTO MOTIVADO E DA COMUNHÃO DA PROVA
O primeiro deles é o princípio do convencimento motivado, que destaca o sistema da persuasão
racional do juiz, ao conferir ao magistrado liberdade para apreciar a prova.
O segundo é o princípio da comunhão das provas, segundo o qual entende-se que as provas
produzidas no processo são compartilhadas entre as partes envolvidas, embora seja dirigida
principalmente ao magistrado para que ele possa formar a convicção e proferir a sentença de forma
fundamentada.
● PROVAS EMPRESTADAS
conceito: transporte da prova do primeiro para o segundo processo a fim de que sejam utilizadas
como provas documentais.
requisitos:
a) produção regular no processo de origem;
b) observância do contraditório no processo de origem;
c) observância do contraditório no processo de destino.
A admissão da prova emprestada é faculdade do juiz;
O magistrado é livre para apreciar a prova emprestada, atribuindo fundamentadamente o valor que
entender razoável;
Deve ser observado o contraditório antes da decisão que admite a prova emprestada.
● DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA
regra estática de distribuição [regra de sentença]
• o autor deve provar o fato constitutivo
• o réu deve provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
regra dinâmica de distribuição [regra de instrução]
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• pelo magistrado (ope judicis) quando há:
o impossibilidade de quem deveria provar
o dificuldade de acesso à prova por quem deveria provar
o facilidade de acesso pela outra parte
• por convenção das partes (convencional), exceto se extremamente difícil ou impossível o acesso
à prova pela outra parte; ou tratar-se de direito indisponível
• lei específica prever regra do ônus (inversão ope legis)
● FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA
Fatos notórios são aqueles que não dependem de prova para serem admitidos como verdadeiros no
processo.
Fatos afirmados por uma das partes e confessado pela parte contrária.
Fatos admitidos no processo como incontroversos.
Fatos em cujo favor milita presunção legal de veracidade.
Produção Antecipada da Prova
● Hipótese de cabimento: a) IMPOSSIBILIDADE ou DIFICULDADE PARA REALIZAÇÃO POSTERIOR; b)
POSSIBILIDADE DE AUTOCOMPOSIÇÃO ou OUTRA SOLUÇÃO DO CONFLITO; e c) conhecimento do fato
possa JUSTIFICAR OU EVITAR A AÇÃO.
● A COMPETÊNCIA para a ação de produção de provas antecipada é: a) juiz do foro do local em que deve
ser produzida a prova ou o foro do domicílio do réu.
● A ação de produção antecipada de provas NÃO PREVINE a ação decorrente em que a prova produzida
antecipadamente possa ser utilizada.
● NÃO será admitido recurso, EXCETO no caso de indeferimento TOTAL do requerimento originário de
produção antecipada de provas.
● Deve constar da petição de prova antecipada a: a) indicação da razão que justifica o pedido; b)
indicação dos fatos sobre os quais recairá a prova.
● Realizada a prova, os autos permanecerão em cartório para que os interessados possam extrair cópia
ou certidão pelo período de 1 mês, após, os autos serão entregues ao promovente da ação.
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o objetivos
▪ existência de demanda
➢ requisitos de validade
o subjetivos
▪ juiz - competência e imparcialidade
▪ partes - capacidade processual, capacidade postulatória e legitimidade "ad
causam"
o objetivos
▪ intrínsecos - respeito ao formalismo processual
▪ extrínsecos: a) negativos - inexistência de perempção, litispendência, coisa
julgada ou convenção de arbitragem; e b) positivo - interesse de agir.
▪ AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL.
▪ DESISTÊNCIA DA AÇÃO.
▪ INTRANSMISSIBILIDADE DA AÇÃO.
▪ DEMAIS CASOS PRESCRITOS NA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL.
APELAÇÃO: encerramento da fase de conhecimento sem resolução do mérito.
▪ PRAZO DE 15 DIAS
▪ RETRATAÇÃO do juiz sentenciante NO PRAZO DE 5 DIAS.
A sentença que põe fim à fase de conhecimento sem análise do mérito não impede que a parte possa
novamente propor a mesma demanda. PARA REPROPOSITURA DE NOVA AÇÃO EM FACE DE
PRONUNCIAMENTO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO
➢ correção do vício que levou à sentença
➢ depósito das custas e dos honorários da sentença resolutiva
PEREMPÇÃO
➢ três abandonos da causa (deixar de dar andamento ao processo por mais de 30 dias quando
lhe competia dar andamento ou cumprir diligências determinadas pelo juiz).
➢ implica a impossibilidade de discutir o mesmo objeto contra as mesmas partes
➢ não impede que o objeto seja utilizado como matéria de defesa
SENTENÇA DEFINITIVA - HIPÓTESES
▪ ACOLHIMENTO OU REJEIÇÃO DO PEDIDO.
▪ DECIDIR PELA PRESCRIÇÃO OU PELA DECADÊNCIA.
▪ RECONHECIMENTO DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
▪ TRANSAÇÃO.
▪ RENÚNCIA À PRETENSÃO FORMULADA.
ELEMENTOS E EFEITOS DA SENTENÇA
O relatório envolve a análise de tudo o que ocorreu no processo.
• nome das partes
• identificação do caso
• resumo do pedido e da contestação
• registro das principais ocorrências no processo
A fundamentação é o ponto central da sentença, pois é o local em que o magistrado analisa o
problema jurídico posto pelas partes.
O dispositivo constitui o fecho da sentença.
NÃO se considera fundamentada a sentença quando:
▪ Apenas indicar, reproduzir ou parafrasear o ato normativo sem relacioná-lo com as questões a
serem decididas.
▪ Empregar conceitos jurídicos indeterminados sem explicar a incidência no caso concreto.
▪ Invocar motivos genéricos, que possam justificar qualquer outra decisão no processo.
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▪ Não enfrentar todos os argumentos apresentados pelas partes capazes de contrariar a tese
adotada pelo julgador.
▪ Apenas fizer referência a determinado precedente ou súmula, sem demonstrar que o caso
concreto se amolda aos fundamentos do julgado ou súmula.
SENTENÇA LÍQUIDA
▪ regra, devendo indicar:
o a extensão da obrigação
o o índice de correção monetária
o a taxa de juros
o a periodicidade de capitalização dos juros
▪ exceções:
o não for possível definir o montante devido
o for necessária prova para apurar o montante devido
O MAGISTRADO DEVE DECIDIR DE ACORDO COM O PEDIDO FORMULADO PELAS PARTES.
sentença infra petita - ocorre quando o juiz não aprecia um dos pedidos formulados (esquece)
sentença extra petita - ocorre quando o juiz aprecia um pedido fora daquilo que foi demandado
(inventa)
sentença ultra petita - ocorre quando o juiz decide para além daquilo que foi demandado (ultra)
Coisa Julgada
COISA JULGADA FORMAL x MATERIAL
formal: preclusão temporal que não permite mais a discussão daquele processo
material: qualidade da sentença que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita
a recurso
A sentença de mérito tem força de lei nos limites daquilo que foi decido e em relação às questões
expressamente decididas pelo juiz. Assim, é possível que tenhamos questões que dizem respeito ao
mérito de determinado processo, mas que não foram decididas expressamente e, em razão disso, não
são qualificadas pela coisa julgada material.
Apenas fará coisa julgada material aquilo que constar do dispositivo da sentença.
COISA JULGADA
• FAZ - o dispositivo, inclusive as questões prejudiciais, se necessárias para o julgamento do mérito,
com efetivo contraditório e competente o magistrado (em razão da matéria e da pessoa)
• NÃO FAZEM
• motivos
• verdade dos fatos
É VEDADO à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas a cujo respeito se
operou a preclusão.
• PRECLUSÃO
• Temporal - perda da prerrogativa de praticar ato processual em face do tempo
• Lógica - perda da prerrogativa de praticar ato processual pela prática de ato incompatível
• Consumativa - perda da prerrogativa de praticar ato processual pelo exercício da referida
faculdade.
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Cumprimento da Sentença
DISPOSIÇÕES GERAIS
CONCEITO: fase de realização material do que foi previsto na sentença.
INTIMADO:
no Diário da Justiça na pessoa do advogado da parte ré;
por carta com AR quando o réu for representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver
procurador constituído no processo, a não ser na hipótese de réu revel, cuja intimação ocorre por
edital;
por meio eletrônico em relação às empresas que são obrigadas a manter cadastro perante os
órgãos judiciários.
por edital, quando o réu for citado por edital (desconhecido ou incerto o citando, quando
ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando) no processo de
conhecimento e permaneceu revel ao longo do procedimento.
TÍTULO EXECUTIVOS JUDICIAIS
As decisões judiciais, de um modo geral, são consideradas títulos executivos judiciais.
As decisões homologatórias de autocomposição são também espécies de título executivo judicial.
Esses acordos de homologação podem ser executados no bojo do processo (autocomposição judicial) ou
independentemente da existência do processo (autocomposição extrajudicial).
O formal e a certidão de partilha também são considerados títulos executivos judiciais, pois
constituem a sentença de inventário.
O crédito de auxiliar da justiça referente às despesas do processo (custas, emolumentos ou
honorários), concedido na sentença, são títulos executivos judiciais.
Do mesmo modo, a sentença arbitral poderá ser levada ao Poder Judiciário a fim de que seja
efetivada judicialmente. É importante destacar que essa sentença produz título executivo judicial!
As decisões estrangeiras possuem, também, natureza de título executivo judicial. Tanto as
sentenças como as decisões interlocutórias podem ser consideradas título executivo judicial.
• PARA SER CONSIDERADA COMO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL
• a sentença deve ser homologada pelo STJ
• a decisão interlocutória depende de exequatur pelo STJ
Execução
Disposições Gerais
APLICABILIDADE DAS REGRAS DE EXECUÇÃO:
ao processo de execução de título extrajudicial;
aos procedimentos especiais em execução; e
aos procedimentos de cumprimento de sentença.
PODERES DO JUIZ NA EXECUÇÃO:
ordenar o comparecimento;
advertir prática de ato atentatório à dignidade da justiça;
ordenar a colaboração com a execução.
ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA EXECUÇÃO
Hipóteses
• Fraude à execução.
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• Oposição maliciosa à execução, empregando ardis e meios artificiosos.
• Dificultar ou embaraçar a realização da penhora.
• Resistência injustificada às ordens judiciais.
• Não indicar os bens passíveis de penhora e valores ou não exigir prova de propriedade quando
intimado pelo Juiz para fazê-lo.
Consequência: multa revertida para o exequente não superior a 20%, calculado sobre o valor
atualizado do débito.
DESISTÊNCIA DA EXECUÇÃO: não implica desistência do direito de executar e implica a extinção
automática da impugnação e dos embargos quando envolver questões processuais, mas será necessária
concordância do impugnante/embargante quando houver discussão de outros assuntos (o exequente
deve pagar custas e honorários).
Legitimidade
● LEGITIMIDADE ATIVA
legitimado ordinário: credor
legitimado derivado ou superveniente: recebeu o crédito por sucessão
legitimado extraordinário: em nome próprio cobra crédito alheio
● LEGITIMIDADE PASSIVA
ordinária: devedor, que consta do título
derivado ou superveniente:
a) espólio, herdeiro ou sucessores
b) cessão de débito
c) fiador
d) concessão de bem de terceiro com garantia real
responsável tributário
● CUMULAÇÃO SUBJETIVA NA EXECUÇÃO: Admite-se a formação de litisconsórcio no procedimento
de execução.
● CUMULAÇÃO OBJETIVA NA EXECUÇÃO: condições:
mesmo executado;
igual competência do juízo; e
igualdade de procedimento.
● INTERVENÇÃO DE TERCEIRO: admite-se o incidente de desconsideração de personalidade jurídica.
Competência
JUÍZO COMPETENTE PARA A EXECUÇÃO (à escolha do exequente)
foro do domicílio do executado
foro de eleição
foro dos bens executados
Requisitos
● INADIMPLEMENTO (situação de fato)
não satisfação de obrigação certa, líquida e exigível.
em obrigações bilaterais, o credor somente poderá exigir do devedor quando cumprir com a sua parte.
● TÍTULO EXECUTIVO (situação de direito)
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CONCEITO: ato ou fato a quem a lei atribui eficácia executiva.
ROL TAXATIVO:
1) Letra de câmbio, nota promissória, duplicata, debênture e cheque.
2) Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor.
3) Documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas.
4) Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado
por tribunal.
5) Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele
garantido por caução.
6) Contrato de seguro de vida em caso de morte.
7) Crédito decorrente de foro e laudêmio.
8) Crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de
encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio.
9) Certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei.
10) Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas.
11) Certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e
demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei.
12) Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
BENS PASSÍVEIS DE EXECUÇÃO:
REGRA: bens do executado.
LIMITAÇÕES:
➢ limitações lógicas: se o produto arrecadado não for suficiente nem mesmo para pagamento das
custas de execução.
➢ limitações políticas: impenhorabilidades.
➢ Limitação voluntária: negócio jurídico processual (controvertido).
FRAUDE CONTRA CREDORES – hipóteses
Alienação ou oneração de bem quando já houver averbação da existência de ação envolvendo direito
real ou pretensão reipersecutória.
Averbação de certidão de que a execução foi admitida pelo juiz no registro de imóveis, de veículos ou
registro de outros bens sujeitos à penhora. Nesse caso, a alienação ou oneração na pendência de
processo de execução é fraude contra credores.
Alienação ou oneração após averbação de hipoteca judiciária ou ato de constrição judicial originário
do processo em que fora arguida a fraude.
Alienação ou oneração de bens quando tramitava, contra o credor, ação capaz de reduzi-lo à
insolvência.
Embargos à Execução
● AJUIZAMENTO:
Independe de penhora.
Autuação em apartado (vinculação ou apenso).
Instrução com peças processuais relevantes.
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Prazo de 15 dias.
Formas de Ajuizamento:
➢ juízo da execução: regra.
➢ Juízo deprecado, para o ajuizamento com processamento no juízo deprecante ou para o
ajuizamento e processamento perante o juízo deprecado quando envolve penhora, avaliação ou
alienação.
● CONTAGEM DO PRAZO:
EMBARGOS AO PROCESSO DE EXECUÇÃO
➢ Considera-se começo do prazo de 15 dias da juntada aos autos do comprovante de citação
cumprido.
EMBARGOS AO PROCESSO DE EXECUÇÃO POR CARTA
➢ Considera-se o começo do prazo de 15 dias, quando a competência for do juízo deprecante, da
comunicação nos autos de origem da citação ou, caso não haja tal comunicação, da juntada dos
autos de precatória no processo de execução.
➢ Considera-se o começo do prazo de 15 dias, quando a competência para julgar for do juízo
deprecado (irregularidade ou vícios na penhora, avaliação ou alienação) a comunicação de
realização da citação nos autos da carta precatória.
● PARCELAMENTO DA EXECUÇÃO
Não se aplica ao cumprimento de sentença.
Requerimento: deposita 30% do débito atualizado com custas e honorários e requere o parcelamento
do restante em 6 vezes mensais, com correção monetária e juros de 1%.
A decisão poderá ser:
➢ Pelo deferimento, situação em que o exequente fará o levantamento dos 30%. O executado
deverá efetuar o pagamento mensal de forma rigorosa sob pena de:
A) vencimento das prestações subsequentes e continuidade do processo de execução em
relação ao valor remanescente.
B) multa de 10% sobre o valor das prestações pagas.
➢ Pelo indeferimento, hipótese em que os 30% depositados serão convertidos em penhora e a
execução prosseguirá pelo restante.
● MATÉRIAS ARGUÍVEIS
inexequibilidade do título
inexigibilidade da obrigação
penhora incorreta
avaliação errônea
excesso de execução
➢ Considera-se excesso de execução: a) o exequente pleiteia quantia superior à do título; b) ela
recai sobre coisa diversa daquela declarada no título; c) ela se processa de modo diferente do
que foi determinado no título; d) o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde,
exige o adimplemento da prestação do executado; e e) exequente não prova que a condição se
realizou.
cumulação indevida de execuções
retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa
incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução
qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento
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● PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO: 15 dias.
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Ação rescisória
MEIO AUTÔNOMO DE IMPUGNAÇÃO
finalidade: desconstituir julgado protegido pela coisa julgada e obter novo julgamento.
Juízos:
1º - juízo de admissibilidade – verificação do cabimento da ação rescisória;
2º - juízo rescindente – desconstituição da coisa julgada;
3º - juízo rescisório – novo julgamento
HIPÓTESES DE CABIMENTO
Sentença de mérito do juiz for proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
Sentença de mérito por Juiz impedido ou absolutamente incompetente.
Sentença de mérito resultar de dolo, coação da parte vencedores ou de simulação entre as partes.
Sentença de mérito ofender à coisa julgada.
Sentença de mérito violar manifestamente norma jurídica.
Sentença de mérito fundada em prova comprovadamente falsa (em processo penal ou na própria ação
rescisória).
Prova nova capaz de assegurar provimento favorável que, à época do processo originário, o autor
ignorava ou não pode usar.
Sentença de mérito fundada em erro de fato extraível dos autos originários.
ROL TAXATIVO
AÇÃO ANULATÓRIA – para as sentenças homologatórias que ingressarem nas hipóteses acima.
LEGITIMADOS PARA PROPOR A AÇÃO RESCISÓRIA
parte no processo originário
sucessor da parte a título universal ou singular
terceiro juridicamente interessado
Ministério Público, quando:
a) não foi ouvido no processo quando obrigatória a intervenção;
b) a sentença é efeito de simulação ou colusão das partes; ou
c) for caso de atuação do Ministério Público na qualidade de fiscal da ordem jurídica.d) a
parte não participou do processo que deveria ter sido ouvida.
Cabe ação rescisória tanto nas sentenças com análise do mérito como nas sentenças terminativas (ou
que não analisam o mérito).
PRAZO DECADENCIAL DE 2 ANOS - contagem
regra: do trânsito em julgado.
exceções:
➢ da descoberta ou acesso à prova nova;
➢ do conhecimento da simulação ou colusão pela parte interessada.
PROCEDIMENTO:
1) Ajuizamento.
2) Registro e distribuição a um relator.
3) Admissibilidade da ação e análise de pedido de tutela provisória (se for o caso).
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4) Citação do réu para contestar (15-30 dias)
5) Relatório
6) Remessa de cópia do relatório aos demais julgadores.
7) Instrução probatória (se for o caso). Possibilidade de expedição de carta de ordem (1-3 meses).
8) Alegações finais no prazo sucessivo de 10 dias (autor-réu)
9) Julgamento.
9.1) Se unanimemente rejeitado, inadmitido ou improcedente, reverte-se os 5% ao réu.
9.2) Se dado provimento, restitui-se os 5% e, se for o caso, procede-se novo julgamento.
Recursos
Teoria Geral dos Recursos
● PRESSUPOSTOS RECURSAIS: são requisitos formais dos recursos, analisados no juízo de
admissibilidade do recurso, que implicam, caso algum deles esteja ausente, a não admissão do recurso.
requisitos intrínsecos
➢ cabimento/adequação: ato impugnado suscetível de ataque
➢ legitimidade: parte vencida, terceiro prejudicado e MP na qualidade de fiscal da ordem jurídica (o
amicus curie pode ingressar apenas com embargos de declaração e IRDR)
➢ interesse: demonstração da necessidade de ajuizamento do recurso e a adequação do expediente
recursal escolhidos.
➢ inexistência de:
o fato impeditivo: parte proibida de falar nos autos (ex. abuso processual e litigância de má-
fé) e desistência; e
o extintivo: renúncia e aquiescência à decisão.
requisitos extrínsecos
➢ tempestividade recursal: prazo (em regra, 15 dias)
➢ regularidade formal: exigências formais para que possa ser admitido
➢ preparo: pagamento das custas processuais incidentes sobre aquela espécie recursal, e a
respectiva comprovação no ato de interposição recursal.
Disposições Gerais
● CONCEITO: O recurso é um remédio voluntário e idôneo, apto a ensejar, dentro do mesmo processo,
a reforma, a invalidação, a integração ou o esclarecimento da decisão judicial que se impugna.
● ESPÉCIES
apelação
agravo de instrumento
agravo interno
embargos de declaração
recurso ordinário
recurso extraordinário
agravo em recurso especial ou extraordinário
embargos de divergência
● EFEITOS
EFEITO DEVOLUTIVO: Será devolvida ao conhecimento do tribunal toda a matéria efetivamente impugnada
pela parte em seu recurso (tantum devolutum quantum appellatum).
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➢ EXTENSÃO DO EFEITO DEVOLTIVO: delimitação do objeto do recurso pela parte recorrente
(horizontal)
➢ PROFUNDIDADE DO EFEITO DEVOLUTIVO: possibilidade de reanálise de todas as questões
suscitadas ou de ordem pública (vertical)
EFEITO TRANSLATIVO: Efeito que viabiliza a análise a qualquer tempo de matérias cognoscíveis de ofício,
ainda que não tenham sido analisadas pelo juiz ou alegadas pela parte.
EFEITO SUSPENSIVO: forma de evitar a produção de efeitos da decisão atacada enquanto estiver pendente
o julgamento do recurso.
➢ pode ser:
o ope legis: quando expressamente previsto na legislação.
o ope judicis: concedido pelo relator quando houver:
▪ risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; E
▪ demonstração de probabilidade de provimento do recurso.
EFEITO SUBSTITUTIVO: julgamento do recurso substituirá os efeitos da decisão anterior.
EFEITO OBSTATIVO: o recurso impede o trânsito em julgado da decisão recorrida.
EFEITO REGRESSIVO: possibilidade de o juiz prolator da decisão recorrida (sentença ou interlocutória)
“voltar atrás” e modificar a sentença, retratando-se.
EFEITO EXPANSIVO: o recurso terá efeito para além dos limites das partes (subjetivo) e de outros atos
processuais ao longo do processo (objetivo).
Apelação
● CONCEITO: o recurso que se interpõe das sentenças dos juízes de primeiro grau de jurisdição para
levar a causa ao reexame dos tribunais de segundo grau, visando à obtenção de uma reforma total ou
parcial da decisão impugnada, ou mesmo a sua invalidação.
● CABIMENTO:
de sentença;
de decisões interlocutórias das quais não cabe agravo de instrumento.
● JUÍZO DE RETRATABILIDADE – apenas:
indeferimento de inicial
improcedência liminar do pedido
sentenças terminativas
● PRAZO: 15 dias
● ADMITE INTERPOSIÇÃO NA FORMA ADESIVA
● COM A CHEGADA NO TRIBUNAL, O RELATOR: decide monocraticamente ou elabora voto.
decidir o processo monocraticamente (cabe agravo interno).
➢ não admitir o recurso por ausência dos pressupostos de admissibilidade do recurso ou quando
prejudicado ou que não tiver impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
➢ negar provimento a recurso que for contrário:
a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal que faça parte o relator;
b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou
de assunção de competência;
➢ depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão
recorrida for contrária:
a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal que faça parte o relator;
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b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou
de assunção de competência;
elaborar seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado do tribunal.
● EFEITO SUSPENSIVO LEGAL (ope legis) – exceções:
homologação de divisão ou demarcação de terras
condenação em alimentos
extinção do processo sem resolução de mérito
improcedência dos embargos
procedência de pedido de instituição de arbitragem
confirmação, concessão ou revogação de tutela provisória
decreto de interdição
● EFEITO DEVOLUTIVO: todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham
sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado (profundidade).
Agravo de Instrumento
● CONCEITO: é o recurso adequado para atacar decisões interlocutórias proferidas no curso do processo.
● HIPÓTESES DE CABIMENTO
tutelas provisórias
mérito do processo, que não põe fim ao processo
rejeição da alegação de convenção de arbitragem
incidente de desconsideração da personalidade jurídica
rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação
exibição ou posse de documento ou coisa
exclusão de litisconsorte
rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio
admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros
concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução
redistribuição do ônus da prova
decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença,
no processo de execução e no processo de inventário.
outros casos expressamente referidos em lei.
● FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO
peças obrigatórias:
➢ petição inicial
➢ petição que ensejou a decisão agravada
➢ decisão agravada
➢ certidão de intimação das partes da decisão agravada ou outro documento que comprove a
tempestividade
➢ procurações outorgadas aos advogados das partes
facultativas + declaração: a parte poderá juntar outras peças e deverá declarar se não existir nos
autos algumas das peças obrigatórias.
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● NÃO HÁ PRECLUSÃO CONSUMATIVA PELA NÃO JUNTADA DE ALGUM DOS DOCUMENTOS
OBRIGATÓRIOS: parte deve ser intimada para se manifestar.
● CONHECIMENTO DO AGRAVO:
NEGATIVO: não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
IMPROVIMENTO LIMINAR: negar provimento a recurso que for contrário:
a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal;
b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
POSITIVO: Se não verificar uma das hipóteses acima, o relator terá prazo de 5 dias para:
➢ atribuir efeito suspensivo ao recurso;
➢ analisar eventual requerimento de antecipação de tutela;
➢ determinar a intimação do agravado para apresentar a contraminuta no prazo de 15 dias;
➢ determinar a intimação do Ministério Público para que, na qualidade de fiscal da ordem jurídica,
se manifeste no prazo de 15 dias.
Embargos de Declaração
● CONCEITO: não tem por finalidade cassar ou reformar a decisão proferida. Pretende-se, com os
embargos de declaração, esclarecer, integrar, corrigir e completar a decisão prolatada.
● PRAZO: 5 dias
● CABIMENTO: sentenças e decisões interlocutórias, para:
esclarecer obscuridade: falta clareza na redação da decisão, afetando a compreensão da ideia exposta.
eliminar contradição: há duas ou mais proposições ou enunciados inconciliáveis na sentença.
suprir omissão: verificação de omissão na análise de algum dos pedidos formulados. Considera-se
omissa a decisão que
➢ deixar de se manifestar em relação a teses trazidas por uma das partes em julgados de casos
repetitivos ou de incidentes de assunção de competência.
➢ Faltar fundamentação, que:
o apenas indicar, reproduzir ou parafrasear o ato normativo sem relacioná-lo com as
questões a serem decididas.
o empregar conceitos jurídicos indeterminados sem explicar a incidência no caso concreto.
o invocar motivos genéricos, que possam justificar qualquer outra decisão no processo.
o não enfrentar todos os argumentos apresentados pelas partes capazes de contrariar a tese
adotada pelo julgador.
o apenas fizer referência a determinado precedente ou súmula, sem demonstrar que o caso
concreto se amolda aos fundamentos do julgado ou súmula.
o pelo contrário, deixar de seguir súmula, jurisprudência ou precedentes invocados pela
parte sem demonstrar a inaplicabilidade ao caso concreto ou a superação do entendimento
anteriormente adotado.
corrigir erro material
● INTERRUPÇÃO DO PRAZO: oposto o recurso de embargos de declaração, o prazo para interposição
de outros recursos é INTERROMPIDO e, após o julgamento, o prazo será integralmente devolvido à parte
para apresentação do recurso
● 5 DIAS
prazo para opor os embargos de declaração
prazo para a parte contrária se manifestar quanto aos embargos opostos (se infringentes)
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prazo para o magistrado julgar os embargos.
● DECISÃO
colegiada: quando impugnada a decisão do tribunal
monocrática: quando impugnada a decisão do juízo ou no caso de decisão monocrática no tribunal.
● EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS
1ª interposição: multa de até 2%
2ª interposição: multa de até 10%
3ª interposição: inadmissibilidade imediata
valor calculado sobre o valor atualizado da causa
reverte em favor da parte contrária
Embargos de Divergência em Recursos Extraordinário e Especial
● CONCEITO: expediente uniformizador de jurisprudência dos tribunais superiores.
● HIPÓTESES DE CABIMENTO
em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do
mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito.
em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do
mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha
apreciado a controvérsia.
● ACÓRDÃOS IMPUGNADO OU PARADIGMA: acórdãos originários, acórdãos em face de recurso ordinário
constitucional e recursos especiais ou extraordinários, desde que da mesma instância.
● DIVERGÊNCIA: pode ser de direito material ou processual.
● DEMONSTRAÇÃO DA DIVERGÊNCIA: com a juntada da petição de embargos do acórdão paradigma,
seja por certidão, cópia, referência à repositório de jurisprudência, mídia eletrônica que contenha a
publicação ou a reprodução nos autos do julgado com indicação precisa da fonte (meio mais comum).
● interrompe o prazo para demais recursos cabíveis.
Tutela Provisória
Classificação doutrinária das tutelas provisórias
● TUTELA DEFINITIVA: aquela obtida com base em cognição exauriente, com profundo debate acerca do
objeto da decisão, garantindo-se o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.
● TUTELA PROVISÓRIA: tem por finalidade antecipar o gozo de determinado direito ou assegurá-lo a fim
de que possa ser gozado em momento oportuno.
● CARACTERÍSTICAS DA TUTELA PROVISÓRIA:
COGNIÇÃO SUMÁRIA - a decisão se assenta em análise superficial do objeto litigioso
PRECARIEDADE - poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo
IMPOSSIBILIDADE DE COISA JULGADA - não poderá sofrer os efeitos da coisa julgada
● ESPÉCIES DE TUTELA PROVISÓRIA, CONFORME A DOUTRINA:
tutela antecipada: é satisfativa e urgente. Além de ser provisória, nessa tutela antecipa-se a
concessão da prestação jurisdicional à parte em razão de alguma situação urgente.
tutela cautelar: é provisória e fundada na urgência. A diferença dessa tutela é que nesse caso ela é
conservativa. Assim, não há concessão da tutela jurisdicional, mas conservação do interesse da parte a
fim de que ela possa ser beneficiada posteriormente com a tutela jurisdicional.
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tutela de evidência: caracteriza-se pela provisoriedade e por ser satisfativa. A grande distinção em
relação à tutela antecipada é que não há urgência. Nesse caso, a cessão antecipada da tutela jurisdicional
não se funda na urgência, mas na evidência do direito pleiteado pelo autor.
● SÍNTESE
• antecipada
• provisória
• satisfativa
• urgente
• cautelar
• provisória
• conservativa
• urgente
• evidência
• provisória
• satisfativa
Disciplina das tutelas provisórias no NCPC
● TUTELA PROVISÓRIA:
tutela de urgência: tutela antecipada e tutela cautelar
tutela de evidência
● A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente
ou incidental.
● REGRAS GERAIS:
A tutela provisória divide-se em tutela de urgência (que engloba a tutela antecipada e cautelar) e as
tutelas e evidência.
As tutelas de urgência (tutela antecipada e cautelar) podem ser antecedentes ou incidental.
As tutelas provisórias incidentais independem do pagamento de custas.
As tutelas provisórias podem ser revogadas ou alteradas a qualquer tempo.
As tutelas provisórias conservam a eficácia durante o período de suspensão do processo, exceto
decisão judicial em sentido contrário.
O juiz poderá determinar as medidas necessárias para efetivação de tutelas provisórias concedidas,
inclusive, os instrumentos previstos para o cumprimento provisório de sentença.
As decisões que envolvem tutela provisórias devem ser claras e precisas (princípio da cooperação).
● REQUERIMENTO: o NCPC não prevê a possibilidade de concessão de ofício da tutela provisória.
● FUNGIBILIDADE: no NCPC não temos essa regra, tal como disposta no Código anterior. Observe-se
que a fungibilidade ainda é aplicada de forma específica tão somente para as tutelas de urgência de
caráter antecedente, com base no parágrafo único do art. 305, conforme veremos adiante.
● LEGITIMIDADE: o autor, o réu, os terceiros intervenientes e o Ministério Público (como parte ou fiscal
da ordem jurídica) possuem legitimidade para requerer tais tutelas.
Tutelas de Urgência
● PARA CONFIGURAÇÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA
“perigo de dano” ou “risco ao resultado útil do processo”
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plausibilidade do direito
irreparabilidade do dano ou de difícil reparação
● CAUÇÃO: como a concessão de tutela antecipada implica riscos, pois a cognição é sumária, poderá o
magistrado exigir caução.
● FORMAS de concessão da tutela de urgência:
sem a oitiva da parte contrária (inauditera altera pars ou in limine); ou
com a notificação da parte contrária para apresentar pedido de justificação em face do
requerimento provisório deduzido.
● A tutela de urgência de natureza antecipada NÃO será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
● A TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA CAUTELAR É UTILIZADA PARA
arrestos - resguardar futura execução por QUANTIA
sequestros - resguardar futura entrega de COISA.
arrolamento de bens - garantir futura PARTILHA DE BENS.
registro de protesto contra alimentação de bem - EVITAR TRANSFERÊNCIA supostamente indevida
de bem sujeito a registro
QUALQUER outra medida idônea para assegurar o direito
● RESPONSABILIDADE:
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• pode ser requerido o desarquivamento do processo anterior para ser usado na instrução
• será distribuída ao mesmo juízo que foi competente para a concessão da tutela
A decisão que concede a tutela antecipada não faz coisa julgada, pois fica sujeita à ação revisional
pelo prazo de dois anos. Decorrido esse prazo, há a imutabilização da ação. Dito de outra forma, a
decisão que era estável torna-se imutável e somente poderá ser rescindível nos dois anos seguintes, por
ação rescisória.
Tutela cautelar requerida em caráter antecedente
● PEDIDO:
indicação do conflito e do fundamento;
exposição do direito que se pretende assegurar; e
exposição do perigo de dano ou do risco ao resultado útil ao processo.
● PRAZO PARA CONTESTAR E INDICAR PROVAS - 5 dias
● PRAZO PARA O MAGISTRADO DECIDIR EM CASO DE NÃO MANIFESTAÇÃO DO REQUERIDO - 5 dias
● Concedida a tutela, a parte autora tem o prazo de 30 dias para ajuizar a ação principal, sem
necessidade de adiantamento de custas processuais, podendo, inclusive, aditar pedidos na forma do §2º,
do art. 308, do NCPC.
● Destaca-se a necessidade de que o pedido principal se refira à cautelar (referibilidade).
Tutela de Evidência
● CONCEITO: É técnica que serve à tutela provisória, fundada em cognição sumária: a antecipação
provisória dos efeitos da tutela satisfativa. Aqui surge a chamada tutela provisória de evidência. Nestes
casos, a evidência se caracteriza com conjugação de dois pressupostos: prova das alegações de fato e
probabilidade de acolhimento da pretensão processual.
● HIPÓTESES DE CABIMENTO DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
Abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu (liminar).
Alegações de fato comprovadas apenas com documentos e tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante (liminar).
Ação de depósito, quando quem está com algum bem em razão de contrato de depósito e não a
entrega a quem de direito na forma e nos prazos devidos, poderá a parte demandar tutela de evidência
com a cominação de multa em caso de não devolução no prazo fixado (liminar).
Petição instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos sem oposição razoável do
réu (liminar)
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DIREITO PENAL – PROF. RENAN ARAÚJO
Neste resumo vamos trabalhar os pontos mais importantes para sua prova.
Naturalmente que o resumo não substitui nosso material completo (Livro digital +
videoaulas), mas com certeza este resumo irá facilitar bastante sua vida na hora da
revisão antes da prova.
Legalidade - Uma conduta não pode ser considerada criminosa se antes de sua prática
(anterioridade) não havia lei formal (reserva legal) nesse sentido. Pontos importantes:
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Intranscendência da pena – Ninguém pode ser processado e punido por fato
criminoso praticado por outra pessoa. Isso não impede que os sucessores do
condenado falecido sejam obrigados a reparar os danos civis causados pelo
fato.
OBS.: A multa não é “obrigação de reparar o dano”, pois não se destina à vítima. A
multa é espécie de PENA, e não pode ser executada contra os sucessores.
OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da pena pode se iniciar com
a mera condenação em segunda instância por um órgão colegiado (TJ, TRF,
etc.), relativizando o princípio da presunção de inocência (HC 126292/SP, rel. Min. Teori
Zavascki, 17.2.2016).
Desse princípio decorre que o ônus da prova cabe ao acusador. O réu é, desde o
começo, inocente, até que o acusador prove sua culpa.
Pontos importantes:
➢ A existência de prisões provisórias (prisões decretadas no curso do processo) não
ofende a presunção de inocência
➢ Processos criminais em curso e inquéritos policiais em face do acusado NÃO
podem ser considerados maus antecedentes (nem circunstâncias judiciais
desfavoráveis) – Súmula 442 do STJ
➢ Não se exige sentença transitada em julgado (pelo novo crime) para que o
condenado sofra regressão de regime (pela prática de novo crime)
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➢ Não se exige sentença transitada em julgado (pelo novo crime) para que haja
revogação da suspensão condicional do processo.
Princípio da Adequação social – Uma conduta, ainda quando tipificada em Lei como
crime, quando não afrontar o sentimento social de Justiça, não seria crime (em sentido
material).
Princípio da Subsidiariedade do Direito Penal - O Direito Penal não deve ser usado
a todo momento, mas apenas como uma ferramenta subsidiária, quando os demais
ramos do Direito se mostrarem insuficientes.
Princípio do ne bis in idem – Ninguém pode ser punido duplamente pelo mesmo
fato. Ninguém poderá, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo fato. Não se
pode, ainda, utilizar o mesmo fato, condição ou circunstância duas vezes (como
qualificadora e como agravante, por ex.).
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Princípio da confiança - Todos possuem o direito de atuar acreditando que as demais
pessoas irão agir de acordo com as normas que disciplinam a vida em sociedade.
Ninguém pode ser punido por agir com essa expectativa.
Pontos importantes:
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Fontes - são de duas ordens: material e formal.
3 INFRAÇÃO PENAL
Conceito - A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que ofende um bem
jurídico penalmente tutelado, para a qual a lei estabelece uma pena, seja ela de
reclusão, detenção, prisão simples ou multa.
Espécies
▪ Crime - Infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção,
isoladamente, alternativa ou cumulativamente com a pena de multa (conceito
formal de crime).
▪ Contravenção - Infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
OBS.: Crime (conceito analítico) – adoção da teoria tripartida: fato típico, ilicitude
e culpabilidade.
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estrangeiro, e vier o reincidência. Só há efeitos penais em relação à
agente a cometer contravenção praticada no Brasil!
contravenção, haverá
reincidência.
Tempo máximo de Tempo máximo de cumprimento de pena: 05
cumprimento de pena: 30 anos.
anos.
Aplicam-se as hipóteses Não se aplicam as hipóteses de
de extraterritorialidade extraterritorialidade do art. 7° do Código
Penal.
Abolitio criminis – Lei nova passa a não mais considerar a conduta como criminosa
(descriminalização da conduta).
Continuidade típico-normativa - Em alguns casos, embora a lei nova revogue um
determinado artigo que previa um tipo penal, a conduta pode continuar sendo
considerada crime (não há abolitio criminis):
▪ Quando a Lei nova simultaneamente insere esse fato dentro de outro tipo penal.
▪ Quando, mesmo revogado o tipo penal, a conduta está prevista como crime em
outro tipo penal.
OBS.: Faz cessar a pena e os efeitos penais da condenação.
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• Processo já transitado em julgado – Compete ao Juízo da execução penal
(enunciado nº 611 da súmula do STF)
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▪ De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
OBS.: Estas hipóteses dispensam outras condições, bastando que tenha sido o crime
cometido contra estes bens jurídicos.
OBS.2: Será aplicada a lei brasileira ainda que o agente já tenha sido condenado ou
absolvido no exterior.
OBS.3: Caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena cumprida no
exterior será abatida na pena a ser cumprida no Brasil (DETRAÇÃO PENAL).
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processar, concomitantemente, a pessoa física responsável pelo ato). STF e STJ
abandonaram esta teoria.
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Aos parlamentares municipais (vereadores) só se aplicam as imunidades materiais!
As imunidades não abrangem os suplentes.
OBS.: Parlamentar afastado para exercer cargo de Ministro ou Secretário de Estado
NÃO mantém as imunidades (INQ 725-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 8.5.2002 –
Informativo 267 do STF).
SUJEITO PASSIVO
É quem sofre a ofensa causada pela infração penal. Pode ser de duas espécies:
▪ Sujeito passivo mediato ou formal – É SEMPRE o Estado, pois a ele pertence
o dever de manter a ordem pública e punir aqueles que cometem crimes.
▪ Sujeito passivo imediato ou material – É o titular do bem jurídico
efetivamente lesado (Ex.: No furto, o dono da coisa furtada).
OBS.: O Estado também pode ser sujeito passivo imediato (Ex.: crimes contra o
patrimônio público).
Tópicos importantes
▪ Pessoa jurídica pode ser sujeito passivo
▪ Mortos não podem ser sujeitos passivos (pois não são sujeitos de direitos)
▪ Animais não podem ser sujeitos passivos (pois não são sujeitos de direitos)
OBS.: Crime ambiental (ex.: maus-tratos a animais): sujeito passivo é a coletividade.
OBS.: Ninguém pode ser sujeito ativo e passivo do MESMO crime. Parte da
Doutrina entende que isso é possível no crime de rixa, mas isso não é posição unânime
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CP
Contagem de prazos – Inclui-se o dia do começo. As frações de dia (do dia do
começo) são computadas como dia inteiro. Ex.: Começou a correr o prazo no dia
10.01.15 às 22h. O dia 10.01.15 é contado como dia inteiro.
Frações não computáveis de pena – As frações de dia (horas e minutos) são
desprezadas (arredonda-se para baixo). Ex.: 15 dias e 12 horas viram 15 dias.
Desprezam-se as frações monetárias na pena de multa (centavos).
Aplicação subsidiária do CP – Regras gerais do CP se aplicam aos crimes regidos por
Lei especial, naquilo que com elas não conflitar.
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• Sujeitar o infrator à medida de segurança – Existir tratado de extradição
entre o Brasil e o País em que foi proferida a sentença OU, caso não exista,
deve haver requisição do Ministro da Justiça.
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CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS
Especialidade - O princípio da especialidade deve ser utilizado quando há conflito
aparente entre duas normas, sendo que uma delas, denominada “norma especial”,
possui todos os elementos da outra (norma geral), acrescida de alguns
caracteres especializantes.
OBS.: Não tem relevância o fato de a norma especial prever uma pena mais branda
que a norma geral (ex.: infanticídio, que é norma especial em relação ao homicídio, e
possui pena bem mais branda).
Alternatividade - Seria aplicável nas hipóteses em que uma mesma norma penal
descreve diversas condutas que são criminalizadas, sendo que a prática de qualquer
uma delas já consuma o delito (não é necessário praticar todas), mas a prática de mais
de uma das condutas, no mesmo contexto fático, não configura mais de um crime
(chamados de “tipos mistos alternativos”).
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5 TEORIA DO DELITO
CONCEITO DE CRIME
O Crime pode ser entendido sob três aspectos: Material, formal (legal) e analítico:
• Formal (legal) – Crime é a conduta prevista em Lei como crime. No Brasil, mais
especificamente, é toda infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou
detenção
• Material – Crime é a conduta que afeta, de maneira significativa (mediante lesão
ou exposição a perigo), um bem jurídico relevante de terceira pessoa.
• Analítico – Adoção da teoria tripartida. Crime é composto por fato típico, ilicitude
e culpabilidade.
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CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO
Crime doloso
Dolo direto de primeiro grau - composto pela consciência de que a conduta pode
lesar um bem jurídico + a vontade de violar (pela lesão ou exposição a perigo) este
bem jurídico.
Dolo direto de segundo grau - também chamado de “dolo de consequências
necessárias”. O agente não quer o resultado, mas sabe que o resultado é um efeito
colateral NECESSÁRIO, e pratica a conduta assim mesmo, sabendo que o resultado
(não querido) ocorrerá fatalmente.
Dolo eventual - consiste na consciência de que a conduta pode gerar um resultado
criminoso + a assunção desse risco, mesmo diante da probabilidade de algo dar errado.
Trata-se de hipótese na qual o agente não tem vontade de produzir o resultado
criminoso, mas, analisando as circunstâncias, sabe que este resultado pode ocorrer e
não se importa, age da mesma maneira. OBS.: diferença em relação ao dolo direto de
segundo grau: aqui o resultado não querido é POSSÍVEL OU PROVÁVEL; no dolo direto
de segundo grau o resultado não querido é CERTO (consequência necessária).
Crime culposo
No crime culposo a conduta do agente é destinada a um determinado fim (que pode
ser lícito ou não), mas pela violação a um dever de cuidado, o agente acaba por
lesar um bem jurídico de terceiro, cometendo crime culposo. Pode se dar por:
• Negligência – O agente deixa de tomar todas as cautelas necessárias para
que sua conduta não venha a lesar o bem jurídico de terceiro.
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• Imprudência – É o caso do afoito, daquele que pratica atos temerários,
que não se coadunam com a prudência que se deve ter na vida em
sociedade.
• Imperícia – Decorre do desconhecimento de uma regra técnica
profissional para a prática da conduta.
Modalidades de culpa
• Culpa consciente e inconsciente – Na culpa consciente, o agente
prevê o resultado como possível, mas acredita que este não irá ocorrer
(previsibilidade SUBJETIVA). Na culpa inconsciente, o agente não
prevê que o resultado possa ocorrer (há apenas previsibilidade OBJETIVA,
não subjetiva).
• Culpa própria e culpa imprópria – A culpa própria é aquela na qual o
agente NÃO QUER O RESULTADO criminoso. É a culpa propriamente dita.
Pode ser consciente, quando o agente prevê o resultado como possível, ou
inconsciente, quando não há essa previsão. Na culpa imprópria, o agente
quer o resultado, mas, por erro inescusável, acredita que o está fazendo
amparado por uma causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. A
culpa, portanto, não está na execução da conduta, mas no momento de
escolher praticar a conduta.
OBS.: crime preterdoloso (ou preterintencional): O crime preterdoloso ocorre
quando o agente, com vontade de praticar determinado crime (dolo), acaba por praticar
crime mais grave, não com dolo, mas por culpa.
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resultado já consuma o delito. Ex: art. 352 do CP (Evasão mediante violência contra a
pessoa); (2) outras exceções legais.
Crime impossível (tentativa inidônea ou crime oco) – o resultado não ocorre por
ser absolutamente impossível sua ocorrência, em razão: (1) da absoluta impropriedade
do objeto; ou (2) da absoluta ineficácia do meio. Adoção da teoria objetiva da
punibilidade da tentativa inidônea: a conduta do agente não é punível.
Desistência voluntária - Na desistência voluntária o agente, por ato voluntário,
desiste de dar sequência aos atos executórios, mesmo podendo fazê-lo. FÓRMULA DE
FRANK: (1) Na tentativa – O agente quer, mas não pode prosseguir; (2) Na desistência
voluntária – O agente pode, mas não quer prosseguir. Se o resultado não ocorre, o
agente não responde pela tentativa, mas apenas pelos atos efetivamente praticados.
Arrependimento eficaz - Aqui o agente já praticou todos os atos executórios que
queria e podia, mas após isto, se arrepende do ato e adota medidas que acabam por
impedir a consumação do resultado. Se o resultado não ocorre, o agente não responde
pela tentativa, mas apenas pelos atos efetivamente praticados.
Arrependimento posterior - Não exclui o crime, pois este já se consumou. Ocorre
quando o agente repara o dano provocado ou restitui a coisa. Consequência:
diminuição de pena, de um a dois terços. Só cabe:
• Nos crimes em que não há violência ou grave ameaça à pessoa;
• Se a reparação do dano ou restituição da coisa é anterior ao recebimento da
denúncia ou queixa.
5.2ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)
É a condição de contrariedade da conduta perante o Direito. Em regra, toda conduta
típica é ilícita. Não o será, porém, se houver uma causa de exclusão da ilicitude. São
elas:
• Genéricas – São aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Estão previstas
na parte geral do Código Penal, em seu art. 23;
• Específicas – São aquelas que são próprias de determinados crimes, não se
aplicando a outros.
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• Perigo atual – O perigo deve estar ocorrendo. A lei não permite o estado
de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente.
• A situação de perigo deve estar expondo à lesão um bem jurídico do
próprio agente ou de um terceiro.
• O agente não pode ter o dever jurídico de impedir o resultado.
• Bem jurídico sacrificado deve ser de valor igual ou inferior ao bem
protegido - Se o bem sacrificado era de valor maior que o bem protegido,
não há justificação. A conduta é ilícita. O agente, contudo, tem a pena
diminuída de um a dois terços.
• Atitude necessária – O agente deve agir nos estritos limites do necessário.
Caso se exceda, responderá pelo excesso (culposo ou doloso).
Espécies:
• Agressivo – Quando para salvar seu bem jurídico o agente sacrifica bem
jurídico de um terceiro que não provocou a situação de perigo.
• Defensivo – Quando o agente sacrifica um bem jurídico de quem
ocasionou a situação de perigo.
• Real – Quando a situação de perigo efetivamente existe.
• Putativo – Quando a situação de perigo não existe de fato, apenas na
imaginação do agente.
LEGÍTIMA DEFESA
Conceito – “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”.
Requisitos:
• Agressão Injusta – Assim, se a agressão é justa, não há legítima defesa.
• Atual ou iminente – A agressão deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer.
• Contra direito próprio ou alheio – A agressão injusta pode estar
acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do próprio agente ou
de um terceiro.
• Reação proporcional – O agente deve repelir a agressão injusta, valendo-
se dos meios necessários, mas sem se exceder. Caso se exceda, responderá
pelo excesso (culposo ou doloso).
OBS.: Na legítima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de necessidade, o
agredido (que age em legítima defesa) não é obrigado a fugir do agressor, ainda
que possa.
Espécies de legítima defesa:
• Agressiva – Quando o agente pratica um fato previsto como infração penal.
• Defensiva – O agente se limita a se defender, não atacando nenhum bem
jurídico do agressor.
• Própria – Quando o agente defende seu próprio bem jurídico.
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• De terceiro – Quando defende bem jurídico pertencente a outra pessoa.
• Real – Quando a agressão a iminência dela acontece, de fato, no mundo
real.
• Putativa – Quando o agente pensa que está sendo agredido ou que esta
agressão irá ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua
imaginação.
Tópicos importantes:
• Não cabe legítima defesa real em face de legítima defesa real.
• Cabe legítima defesa real em face de legítima defesa putativa.
• Cabe legítima defesa sucessiva
• Sempre caberá legítima defesa em face de conduta que esteja acobertada apenas
por causa de exclusão da culpabilidade
• NUNCA haverá possibilidade de legítima defesa real em face de qualquer causa
de exclusão da ilicitude real.
5.3CULPABILIDADE
CONCEITO - Juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-
se suas circunstâncias pessoais.
TEORIAS
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TEORIAS ACERCA DA CULPABILIDADE
PSICOLÓGICA Imputabilidade (pressuposto) + dolo ou culpa
ELEMENTOS
IMPUTABILIDADE - Capacidade mental de entender o caráter ilícito da conduta e de
comportar-se conforme o Direito.
Critérios para aferição da imputabilidade:
1
O dolo natural (a mera vontade e consciência de praticar a conduta definida como crime) migra,
portanto, para o fato típico, como elemento integrante da conduta.
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Causas de inimputabilidade penal (exclusão da imputabilidade)
Menoridade penal – São inimputáveis os menores de 18 anos (critério biológico)
Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado –
Requisitos:
• Que o agente possua a doença (critério biológico)
• Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este
entendimento (critério psicológico)
Obs.: Se, em decorrência da doença, o agente tinha discernimento PARCIAL (semi-
imputabilidade), NÃO É ISENTO DE PENA (não afasta a imputabilidade). Neste caso, há
redução de pena (um a dois terços).
Embriaguez – Requisitos:
• Que o agente esteja completamente embriagado (critério biológico)
• Que se trate de embriagues decorrente de caso fortuito ou força maior
• Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este
entendimento (critério psicológico)
Obs.: Se, em decorrência da embriaguez, o agente tinha discernimento PARCIAL (semi-
imputabilidade), NÃO É ISENTO DE PENA (não afasta a imputabilidade). Neste caso, há
redução de pena (um a dois terços).
Esquema:
Sempre Exclui a Sujeito às normas do
Menoridade penal
imputabilidade E.C.A.
Exclui a
Doença mental ou Interiramente incapaz
imputabilidade
desenvolvimento Redução de pena (de
mental incompleto ou um a dois terços).
retardado Parcialmente incapaz Semi-imputável Juiz pode substituir
IMPUTABILIDADE
por medida de
PENAL
segurança, se
necessário.
Dolosa Não exclui
Exclui a
Completa
imputabilidade
Embriaguez
Acidental
Causa de diminuição
Parcial de pena (de um a dois
terços)
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POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE - Possibilidade de o agente, de acordo
com suas características, conhecer o caráter ilícito do fato. Quando o agente atua
acreditando que sua conduta não é penalmente ilícita, comete erro de proibição.
6 ERRO
ERRO DE TIPO ESSENCIAL – O agente pratica um fato considerado típico, mas o faz
por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. É a representação errônea da
realidade. O erro de tipo pode ser:
▪ Escusável – Quando o agente não poderia conhecer, de fato, a presença do
elemento do tipo. Qualquer pessoa, nas mesmas condições, cometeria o mesmo
erro.
▪ Inescusável – Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial
do tipo, mas poderia, mediante um esforço mental razoável, não ter agido desta
forma.
ERRO DE TIPO ACIDENTAL - O erro de tipo acidental nada mais é que um erro na
execução do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado.
Pode ser:
Erro sobre a pessoa (error in persona) - Aqui o agente pratica o ato contra pessoa
diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do
delito. Não existe falha na execução, mas na escolha da vítima. CONSEQUÊNCIA - O
agente responde como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA
(teoria da equivalência).
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Erro sobre o nexo causal - O agente alcança o resultado efetivamente pretendido,
mas em razão de um nexo causal diferente daquele que o agente planejou. Pode
ser de duas espécies:
▪ Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Com um só ato, provoca o
resultado pretendido (mas com nexo causal diferente).
▪ Dolo geral ou aberratio causae – Também chamado de DOLO GERAL OU
SUCESSIVO. Ocorre quando o agente, acreditando já ter ocorrido o resultado
pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este último foi o que
provocou o resultado. CONSEQUÊNCIA: Responde por apenas um crime (há
posições em contrário), pelo crime originalmente previsto (TEORIA UNITÁRIA
ou princípio unitário). Responde, ainda, de acordo com o nexo causal
efetivamente ocorrido.
Erro na execução (aberratio ictus) - Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela
que fora visada, não por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O
DELITO. Pode ser de duas espécies:
▪ Erro sobre a execução com unidade simples (Aberratio ictus de resultado
único ou em sentido estrito) - O agente atinge somente a pessoa diversa
daquela visada.
▪ Erro sobre a execução com unidade complexa (Aberratio ictus de
resultado duplo ou em sentido amplo) - O agente atinge a vítima não visada,
mas atinge também a vítima originalmente pretendida. Nesse caso, responde
pelos dois crimes, em CONCURSO FORMAL.
▪ Com unidade complexa - O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa) quanto
a coisa (ou pessoa) não pretendida. Responderá por AMBOS OS CRIMES, em
CONCURSO FORMAL.
Erro sobre o objeto (error in objecto) - Aqui o agente incide em erro sobre a COISA
visada, sobre o objeto material do delito. Prevalece que não há qualquer relevância
para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como não se afasta a
culpabilidade. CONSEQUÊNCIA: A doutrina majoritária (há divergência) sustenta que
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o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da
coisa visada).
ERRO DE PROIBIÇÃO - Quando o agente age acreditando que sua conduta não é
ilícita, comete ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21 do CP). O erro de proibição pode ser:
▪ Escusável – Qualquer pessoa, nas mesmas condições, cometeria o mesmo erro.
Afasta a culpabilidade (agente fica isento de pena).
▪ Inescusável – O erro não é tão perdoável, pois era possível, mediante algum
esforço, entender que se tratava de conduta penalmente ilícita. Não afasta a
culpabilidade. Há diminuição de pena de um sexto a um terço.
OBS.: Erro de proibição indireto - ocorre quando o agente atua acreditando que
existe uma causa de justificação que o ampare. Diferença entre erro de proibição
indireto e erro de tipo permissivo:
▪ Erro de tipo permissivo – O agente atua acreditando que, no caso concreto,
estão presentes os requisitos fáticos que caracterizam a causa de justificação
e, portanto, sua conduta seria justa.
▪ Erro de proibição indireto – O agente atua acreditando que existe, EM
ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificação) que autorize sua
conduta. Trata-se de erro sobre a existência e/ou limites de uma causa de
justificação em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento jurídico (erro
normativo).
7 CONCURSO DE PESSOAS
Conceito - Colaboração de dois ou mais agentes para a prática de uma infração penal.
Teoria adotada pelo CP – Teoria monista temperada (ou mitigada): todos
aqueles que participam da conduta delituosa respondem pelo mesmo crime, mas cada
um na medida de sua culpabilidade. Há exceções à teoria monista (Ex.: aborto
praticado por terceiro, com consentimento da gestante. A gestante responde pelo crime
do art. 126 e o terceiro pelo crime do art. 124).
Espécies:
▪ EVENTUAL – O tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais de uma
pessoa.
▪ NECESSÁRIO – O tipo penal exige que a conduta seja praticada por mais de
uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta
unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma
finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas
convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): Nesta modalidade
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os agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o resultado
pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes
praticam condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa)
Requisitos
▪ Pluralidade de agentes - É necessário que tenhamos mais de uma pessoa a
colaborar para o ato criminoso.
▪ Relevância causal da colaboração – A participação do agente deve ser
relevante para a produção do resultado, de forma que a colaboração que em
nada contribui para o resultado é um indiferente penal.
▪ Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) – É necessário que a colaboração dos
agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo menos tenha havido adesão de
um à conduta do outro. Trata-se do princípio da convergência.
▪ Unidade de crime (ou contravenção) para todos os agentes (identidade
de infração penal) – As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo
juridicamente unitário.
▪ Existência de fato punível – Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é
necessário que o fato praticado pelos agentes seja punível, o que de um modo
geral exige pelo menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou
crime tentado.
Modalidades
Coautoria – Adoção do conceito restritivo de autor (teoria restritiva), por meio
da teoria objetivo-formal: autor é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo
do tipo penal. Todos os demais são partícipes.
OBS.: Autoria mediata: situação na qual alguém (autor mediato) se vale de outra
pessoa como instrumento (autor imediato) para a prática de um delito. Pode ocorrer
quando:
▪ O autor imediato age sem dolo (erro provocado por terceiro)
▪ O autor imediato age sem culpabilidade (Ex.: coação moral irresistível)
Tópicos importantes:
▪ Pode haver autoria mediata nos crimes próprios - Desde que o autor
MEDIATO reúna as condições especiais exigidas pelo tipo penal.
▪ Não há possibilidade de autoria mediata nos crimes de mão própria –
Impossibilidade de se executar o delito por interposta pessoa
▪ AUTORIA POR DETERMINAÇÃO – Pune-se aquele que, embora não sendo
autor nem partícipe, exerce sobre a conduta domínio EQUIPARADO à figura da
autoria.
Teoria do domínio do fato – Deve ser aplicada para as hipóteses de autoria mediata.
Para esta teoria, o autor seria aquele que tem poder de decisão sobre a empreitada
criminosa. Pode se dar por:
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▪ Domínio da ação - O agente realiza diretamente a conduta prevista no
tipo penal
▪ Domínio da vontade - O agente não realiza a conduta diretamente, mas
é o "senhor do crime", controlando a vontade do executor, que é um mero
instrumento do delito (hipótese de autoria mediata).
▪ Domínio funcional do fato - O agente desempenha uma função essencial
e indispensável ao sucesso da empreitada criminosa, que é dividida entre
os comparsas, cabendo a cada um uma parcela significativa, essencial e
imprescindível.
Tópicos importantes
▪ Não se admite coautoria nos crimes de mão própria
▪ Doutrina ligeiramente majoritária entende ser cabível coautoria em crimes
culposos
▪ Não existe coautoria entre autor mediato e autor imediato
▪ Há possibilidade de coautoria entre dois autores mediatos
PARTICIPAÇÃO
Espécies
• Moral – O agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas instiga
ou induz alguém a praticar o crime.
• Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta
auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para a prática do crime, seja
fornecendo auxílio para a fuga, etc.
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▪ As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas
8 CONCURSO DE CRIMES
O concurso de crimes pode ser de três espécies: concurso formal, concurso
material e crime continuado.
Há, também, três sistemas de aplicação da pena:
• Sistema do cúmulo material – É aplicada a pena correspondente ao
somatório das penas relativas a cada um dos crimes cometidos
isoladamente.
• Sistema da exasperação – Aplica-se ao agente somente a pena da
infração penal mais grave, acrescida de determinado percentual.
• Sistema da absorção – Aplica-se somente a pena da infração penal mais
grave, dentre todas as praticadas, sem que haja qualquer aumento.
CONCURSO MATERIAL
Conceito – Aqui o agente pratica duas ou mais condutas e produz dois ou mais
resultados.
Espécies:
▪ Homogêneo - Quando todos os crimes praticados são idênticos
▪ Heterogêneo - Quando os crimes praticados são diferentes
Sistema de aplicação da pena
Aplica-se o sistema do CÚMULO MATERIAL.
CONCURSO FORMAL
Conceito – Aqui o agente pratica uma só conduta e produz dois ou mais resultados.
Espécies:
▪ Homogêneo - Quando todos os crimes praticados são idênticos
▪ Heterogêneo - Quando os crimes praticados são diferentes
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▪ Perfeito (próprio) – Aqui o agente pratica uma única conduta e acaba por
produzir dois resultados, embora não pretendesse realizar ambos, ou seja,
não há desígnios autônomos (intenção de, com uma única conduta, praticar
dolosamente mais de um crime).
▪ Imperfeito (impróprio) – Aqui o agente se vale de uma única conduta
para, dolosamente, produzir mais de um crime.
Sistema de aplicação da pena
REGRA – Sistema da exasperação: pena do crime mais grave, aumentada
(exasperada) de 1/6 até a metade
Como definir a quantidade de aumento? De acordo com a quantidade de crimes
praticados
EXCEÇÕES
▪ Concurso formal impróprio (imperfeito) – Neste caso, aplica-se o sistema do
cúmulo material
▪ Cúmulo material benéfico – Ocorre quando o sistema da exasperação se
mostra prejudicial ao réu
CRIME CONTINUADO
Conceito – Hipótese na qual o agente pratica diversas condutas, praticando dois ou
mais crimes, que por determinadas condições são considerados pela Lei (por uma
ficção jurídica) como crime único.
OBS.: Em relação à prescrição não há ficção jurídica, de maneira que as condutas serão
consideradas autonomamente (a prescrição incidirá sobre cada crime individualmente).
Requisitos:
▪ Pluralidade de condutas
▪ Pluralidade de crimes da mesma espécie
▪ Condições semelhantes de tempo, lugar, modo de execução e outras
semelhanças
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▪ Conexão ocasional - Não possui previsão expressa na Lei, mas parte da
Doutrina a entende como a necessidade de que os primeiros crimes tenham
proporcionado uma ocasião que gerou a prática dos crimes subsequentes.
CONCURSO DE CRIMES
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▪ Penas são
as mesmas
CRIME ▪ Pluralidade Sistema da OBS.: Aplica-se o
CONTINUADO de crimes da EXASPERAÇÃO: sistema do cúmulo
QUALIFICADO mesma espécie pena do mais material benéfico se a
(e que protejam grave + exasperação for mais
o mesmo bem acréscimo de 1/6 prejudicial ao
jurídico a 2/3 acusado.
▪ Conexão
entre os delitos
▪ Penas dos
delitos são
diversas
CRIME ▪ Pluralidade Sistema da OBS.: Aplica-se o
CONTINUADO de crimes da EXASPERAÇÃO, sistema do cúmulo
ESPECÍFICO mesma espécie de 1/6 até o material benéfico se a
(e que protejam triplo exasperação for mais
o mesmo bem prejudicial ao
jurídico acusado.
▪ Conexão
entre os delitos
▪ Crimes
necessariamente
dolosos,
praticados
contra vítimas
diferentes,
mediante
violência ou
grave ameaça à
pessoa
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9 TEORIA DA PENA
9.1INTRODUÇÃO
CONCEITO - A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao
indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou
restrição de um bem jurídico do condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a
castigá-lo e reeducá-lo (adoção da teoria mista, unificadora, eclética ou unitária -
dupla finalidade: punição e prevenção).
PRINCÍPIOS
a) Reserva legal ou legalidade estrita – A pena deve estar prevista em Lei Formal.
b) Anterioridade – A pena deve estar prevista em Lei anterior ao fato.
c) Intranscendência da pena – A pena não pode passar da pessoa do condenado.
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Uma vez aplicada, não pode
deixar de ser executada. Há exceções (Ex.: Sursis).
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não pode
desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua integridade física ou
moral, e também não pode ser de índole cruel, desumano ou degradante (art. 5°, XLIX
e XLVII da Constituição);
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve ser
proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser suficiente para
promover a punição ao infrator e sua reeducação social.
g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de maneira
individualizada para cada infrator em cada caso específico. Essa individualização se dá
em três fases distintas: a) cominação; b) aplicação; c) Na terceira e última fase
temos a aplicação deste princípio na execução da pena;
9.2ESPÉCIES
São adotadas no sistema penal brasileiro:
Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção,
por determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da
Constituição).
Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam
(restringem) o exercício de algum direito do condenado.
Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado.
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RECLUSÃO
PRIVATIVAS DE DETENÇÃO
LIBERDADE
PRISÃO SIMPLES
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
ESPÉCIES
DE PENAS PERDA DE BENS E
VALORES
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA
DE DIREITOS
MULTA
LIMITAÇÃO DE FINAL DE
SEMANA
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▪ É possível fixar regime inicial semiaberto aos reincidentes condenados a pena
igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais (súmula
269 do STJ).
▪ A opinião do julgador sobre a gravidade ABSTRATA do delito não é fundamento
para aplicar regime mais severo que o previsto (súmula 718 do STF)
▪ A fixação de regime inicial mais severo exige motivação IDÔNEA (súmula 719 do
STF)
▪ Gravidade CONCRETA da conduta é considerada motivação idônea.
Requisitos:
REQUISITOS OBJETIVOS
Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes
culposos (todos eles) ou no caso de crimes
dolosos, desde que, nesse último caso, não
tenha sido o crime cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia
substituição no caso de homicídio).
Quantidade de A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não
pena aplicada pode ser superior a quatro anos. No caso de
crimes culposos, pode haver a substituição
qualquer que seja a pena aplicada.
REQUISITOS SUBJETIVOS
Não ser OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime
reincidente em culposo, poderá haver a substituição.
crime doloso OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo
se o condenado for reincidente em crime doloso,
poderá haver a substituição, desde que a medida
seja socialmente recomendável (análise das
características do fato criminoso e do infrator) e
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não se trate de reincidência específica
(reincidência no mesmo crime), conforme previsão
do art. 44, § 3° do CP.
Suficiência da A pena restritiva de direitos deve ser suficiente
medida (princípio para garantir o alcance das finalidades da pena
da suficiência) (punição e prevenção, geral e especial).
Esquema:
CRIMES
CULPOSOS =
NATUREZA SEMPRE
SOMENTE SE NÃO
DO DELITO FOR PRATICADO
CRIMES COM VIOLÊNCIA OU
DOLOSOS? GRAVE AMEAÇA À
REQUISITOS PESSOA
OBJETIVOS CRIMES
CULPOSOS =
SEMPRE
QUANTIDADE DE
PENA APLICADA
CRIMES SOMENTE SE A PENA
SUBSTITUIÇAO DA NÃO FOR SUPERIOR
PENA PRIVATIVA DOLOSOS A 04 ANOS
DE LIBERDADE
NÃO SEJA
REINCIDÊNCIA
REINCIDENTE EM ESPECÍFICA
NÃO
CRIME DOLOSO
REINCIDÊNCIA EM
PODE? SIM, desde
CRIME DOLOSO MEDIDA SEJA
REQUISITOS que:
SOCIALMENTE
SUBJETIVOS RECOMENDÁVEL
MEDIDA SEJA
SUFICIENTE
Regras da substituição
Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de
direitos.
Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de
direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas
de direitos, o condenado poderá cumpri-las simultaneamente, se forem compatíveis,
ou sucessivamente, se incompatíveis (art. 69, § 2° do CP).
Reconversão
▪ Obrigatória - Descumprimento injustificado da restrição imposta.
▪ Facultativa – Superveniência de nova condenação à pena privativa de liberdade,
por outro crime. Pode deixar de reconverter se for possível cumprir ambas
simultaneamente.
Observações importantes:
Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena de multa.
Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA.
A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma espécie de pena RESTRITIVA
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DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo
não pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ.
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(e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos -
em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena terá como duração o mesmo
período da pena privativa de liberdade aplicada.
PENA DE MULTA
Conceito - Modalidade de pena que consiste no pagamento de determinada quantia
em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional.
Fixação – Bifásico. O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-
multa.
Primeiro fixa a quantidade de dias-multa – Entre 10 e 360 dias-multa (com base
nas circunstâncias judiciais do art. 59)
Depois fixa o valor do dia-multa – Deve variar entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes
o valor do maior salário mínimo vigente à época do fato (com base na situação
econômica do condenado).
OBS.: A pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso se mostre insuficiente
(de acordo com a situação financeira do condenado).
Tópicos importantes
▪ O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito
em julgado da sentença.
▪ Juiz pode, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado,
permitir o parcelamento.
▪ Pode ser descontada diretamente na remuneração do condenado, salvo na
hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade.
▪ Não pode incidir sobre recursos indispensáveis ao sustento do infrator e de sua
família.
▪ Não sendo paga, será considerada dívida de valor, devendo ser executada
pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública
▪ Em caso de sobrevir doença mental ao condenado é suspensa a execução da
pena de multa
▪ Em caso de morte do condenado, NÃO passa aos herdeiros. Neste caso,
fica extinta a punibilidade
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9.3APLICAÇÃO DA PENA
Aplicação das penas privativas de liberdade
Sistema adotado – Sistema trifásico
SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE
• Fixação da pena-base
• Aplicação de agravantes e atenuantes
• Aplicação de causas de aumento e diminuição da pena
Tópicos importantes
Maus antecedentes – O STJ e o STF entendem que a mera existência de Inquéritos
Policiais e ações penais em curso, sem trânsito em julgado, não podem ser
considerados como maus antecedentes para aumento da pena-base, pois isso seria
violação ao princípio da presunção de inocência (súmula 444 do STJ). OBS.: Há possível
indicação de mudança de entendimento, a partir do julgamento do HC 126.292 (STF).
Condenação anterior – Não pode ser considerada como mau antecedente, pois já é
considerada como reincidência (agravante).
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Consequências do crime - Para que possam caracterizar circunstância judicial apta
a aumentar pena base, devem ser consequências que não sejam aquelas naturais do
delito.
Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou fixação de regime de
cumprimento de pena mais gravoso – Não pode o julgador aumentar a pena base
apenas por entender que o delito é, abstratamente, grave.
Reincidência
Conceito – Ocorre quando o agente pratica novo crime após ter sido condenado
anteriormente por outro crime. Também ocorre reincidência quando o agente pratica
contravenção tendo sido anteriormente condenado por crime ou contravenção.
E se o agente pratica crime após ter sido condenado anteriormente por
contravenção? Em razão de falha legislativa, deve ser considerado primário.
INFRAÇÃO INFRAÇÃO RESULTADO
ANTERIOR POSTERIOR
CRIME CRIME REINCIDENTE
CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO
OBS.: A reincidência só ocorrerá se o crime novo for praticado no período de até cinco
anos a partir da data EM QUE A PENA ANTERIOR SE EXTINGUIU (e não a data da
sentença), computando-se o período de prova da suspensão condicional da pena ou do
livramento condicional, se não tiver havido revogação. ESSE PERÍODO SE CHAMA
PERÍODO DEPURADOR.
OBS.: Os crimes militares e os crimes políticos não geram reincidência no campo penal
comum.
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Tópicos importantes sobre a segunda fase de aplicação da pena
Coexistência de circunstâncias agravantes e atenuantes. Preponderância:
• Menoridade do agente (ser menor de 21 anos à época do fato) –
PREPONDERA SOBRE TODAS!
• Aquelas relativas aos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincidência.
• Outras circunstâncias
E se forem do mesmo patamar? Haverá a compensação da agravante com a
atenuante.
STJ - É possível a compensação entre a agravante da reincidência com a
atenuante da confissão espontânea (REsp 1360952/DF). O Juiz pode deixar de
compensar, fazendo preponderar a reincidência, diante das circunstâncias
(multirreincidente, por exemplo).
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Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
Disposições finais
Máximo de cumprimento de pena – O CP estabelece limite máximo de cumprimento
de pena, que é de 30 anos. Isso não impede que a pessoa seja condenada a período
superior a este.
E se durante o cumprimento da pena o agente é condenado por nova infração,
sendo-lhe aplicada nova pena privativa de liberdade? Nesse caso, aplica-se uma
nova unificação das penas, de forma a começar, do zero, um novo prazo de 30 anos.
Espécies de sursis
▪ Simples – O condenado não reparou o dano e as circunstâncias judiciais (art. 59
do CP) não lhe são muito favoráveis. É o sursis comum, a regra.
▪ Especial – Aqui o condenado reparou o dano (ou não teve possibilidade de fazê-
lo) e as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) lhe são inteiramente favoráveis.
Nessa hipótese o condenado não precisa, no primeiro ano, se submeter à
prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana (serão
substituídas pelas condições do art. 78, §2º do CP).
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Revogação do Sursis
Obrigatória – Ocorrerá nos casos de:
▪ Condenação, por sentença irrecorrível, por crime doloso. OBS.: Jurisprudência:
se foi imposta apenas a multa por esse novo crime, não há revogação obrigatória.
▪ Não reparação do dano ou não pagamento da pena de multa (quando for possível
ao agente pagar)
▪ Descumprimento de condição imposta (condições do art. 78, §1º do CP)
Facultativa – Ocorrerá nos casos de:
▪ Descumprimento de outras condições (afora as do art. 78, §1º do CP)
▪ Condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção - É necessário que a
pena aplicada tenha sido restritiva de direitos ou privativa de liberdade.
9.5LIVRAMENTO CONDICIONAL
Conceito - Benefício concedido aos condenados a penas privativas de liberdade
superiores a dois anos, que permite a antecipação de sua liberdade.
Requisitos objetivos
Quantidade da pena - A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a dois anos.
Parcela da pena já cumprida - A pena já deve ter sido razoavelmente cumprida. O
montante da pena já cumprida irá variar conforme as condições do crime e do
condenado:
▪ Condenado não reincidente em crime doloso e que possua bons
antecedentes – Cumprimento de 1/3 da pena (Livramento Condicional
simples).
▪ Condenado reincidente em crime doloso – Cumprimento de mais da metade
da pena (Livramento Condicional Qualificado).
▪ Condenado por crime hediondo, equiparado a hediondo (prática de
tortura e tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins), tráfico de
pessoas ou terrorismo, desde que não seja reincidente em crime desta
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natureza – Cumprimento de 2/3 da pena (Livramento condicional
específico).
OBS.: Condenado não reincidente em crime doloso, mas também não possui
bons antecedentes – STJ: deve ser adotada a posição mais favorável ao réu,
permitindo-se a concessão do Livramento Condicional Simples.
Requisitos subjetivos
Bom comportamento durante a execução da pena, aptidão para prover a subsistência
e bom desempenho no trabalho que lhe fora atribuído
OBS.: No caso de crime doloso cometido com violência ou grave ameaça à pessoa é
necessária, ainda, uma análise acerca da possibilidade de o condenado voltar a
delinquir.
Revogação
Obrigatória – Ocorre no caso de:
Condenação irrecorrível, a pena privativa de liberdade:
▪ Por crime cometido durante o benefício
▪ Por crime anterior – Neste caso, só será revogado se a soma das penas formar
um montante que impedisse a concessão do benefício
Revogação facultativa – Ocorre nos casos de:
▪ Descumprimento de condição imposta
▪ Condenação irrecorrível por crime ou contravenção, sendo aplicada pena não
privativa de liberdade
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MEDIDAS DE SEGURANÇA
Conceito – Espécie de sanção penal aplicável àqueles que, embora tendo cometido
fato típico e ilícito, são inimputáveis ou semi-imputáveis em razão de problemas
mentais. Assim, é possível a aplicação de medida de segurança a agentes culpáveis
(semi-imputáveis).
Espécies – Internação e tratamento ambulatorial. O STJ possui algumas decisões no
sentido de que a modalidade de medida de segurança deve ser aplicada de acordo com
as necessidades médicas do agente.
Prazo – A sentença deve fixar um prazo mínimo, findo o qual deverá haver um exame
para saber se cessou a periculosidade do agente.
OBS.: Embora o CP não estabeleça um prazo máximo para as medidas de segurança,
o STF e o STJ não aceitam isso. O STF entende que a medida de segurança não pode
ultrapassar 30 anos, que é o prazo máximo de uma pena privativa de liberdade. O
STJ entende que o prazo máximo da medida de segurança é o prazo máximo de
pena estabelecido (em abstrato) para o crime cometido (súmula 527 do STJ).
9.6EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Efeitos penais
Primário – pena
Secundários – Não são a finalidade principal da condenação, mas dela decorrem:
▪ Reincidência
▪ Inscrição do nome do réu no rol dos culpados
Extrapenais
Genéricos - Incidem sobre toda e qualquer condenação:
• Obrigação de reparar o dano
• Perda em favor da União dos instrumentos do crime (se seu porte for ilícito) e
dos produtos ou proveitos do crime
OBS.: São automáticos
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REABILITAÇÃO
Conceito - É o instituto que visa à reinserção social do condenado, através do sigilo
referente às suas anotações criminais, bem como a suspensão condicional de
determinados efeitos secundários da condenação, de natureza extrapenal.
Abrangência – A reabilitação:
▪ Promove o sigilo referente às anotações criminais do reabilitado
▪ Promove a suspensão dos efeitos extrapenais secundários da condenação
10 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Punibilidade – Possibilidade de o Estado exercer seu jus puniendi (poder-dever de
punir).
Extinção da punibilidade – Perda do direito de exercer o jus puniendi.
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Graça - Conferida de maneira individual. Não exclui o FATO criminoso em si, mas
apenas extingue a punibilidade em relação a determinados agentes. Sua concessão
cabe ao Presidente da República. Pode ser causa parcial de extinção da punibilidade.
Indulto - Conferida de maneira coletiva. Não exclui o FATO criminoso em si, mas
apenas extingue a punibilidade em relação a determinados agentes. Sua concessão
cabe ao Presidente da República. Pode ser causa parcial de extinção da punibilidade.
Abolitio criminis - Ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o fato como
crime. Faz cessar todos os efeitos PENAIS da condenação (ex.: reincidência).
Decadência - Ocorre quando a vítima deixa de ajuizar a ação penal dentro do prazo,
ou quando deixa de oferecer a representação dentro do prazo. O prazo é de seis meses
a contar da data em que a vítima passa a saber quem foi o autor do fato.
Perempção - Extinção da ação penal privada pela negligência do ofendido na condução
da causa.
Retratação do agente – Somente nos casos em que a lei a admite. Ex.: difamação.
PRESCRIÇÃO
Conceito – Perda do jus puniendi pelo decurso do tempo.
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Espécies – Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão executória
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• Decisão confirmatória da pronúncia
• Publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis
• Início ou continuação do cumprimento da pena – não se estende aos
demais autores do delito. Só se aplica à prescrição da pretensão
executória
• Reincidência - não se estende aos demais autores do delito. Só se aplica
à prescrição da pretensão executória.
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12 CRIMES CONTRA A PESSOA
CRIMES CONTRA A VIDA
Bem jurídico tutelado – Sempre a vida humana, intrauterina (aborto) ou extrauterina
(demais crimes contra a vida).
Elemento subjetivo – Todos são puníveis na forma dolosa. Na forma culposa só há
previsão de punição para o homicídio (não há aborto culposo, infanticídio culposo, etc.).
Pena – Todos são punidos com RECLUSÃO, à exceção dos crimes de:
• Homicídio CULPOSO
• Infanticídio
• Aborto provocado pela gestante ou consentimento para realização de aborto
Estes delitos são punidos com DETENÇÃO.
Ação penal – Todos os crimes contra a vida são de ação penal pública
incondicionada.
Tópicos importantes
Homicídio como crime hediondo – Somente o homicídio simples, quando
praticado em atividade típica de grupo de extermínio, e o homicídio qualificado (em
qualquer caso).
Homicídio qualificado-privilegiado NÃO é hediondo.
Homicídio qualificado pela paga ou promessa de recompensa – A torpeza
decorrente do homicídio mercenário não se estende automaticamente ao mandante
(STJ, informativo 575).
Motivo fútil = ausência de motivo? Doutrina diverge, mas prevalece que sim.
STJ entende que NÃO.
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E se houver mais de uma circunstância qualificadora (meio cruel motivo
torpe, por exemplo)? Uma delas qualifica o crime, e a outra (ou outras) é
considerada como agravante genérica (se houver previsão) ou circunstância judicial
desfavorável (art. 59 do CP), caso não seja prevista como agravante.
LESÕES CORPORAIS
Bem jurídico – A integridade física da pessoa.
Sujeitos - A lesão corporal é um crime que pode ser praticado por qualquer sujeito
ativo, também podendo ser qualquer pessoa o sujeito passivo. Em alguns casos, no
entanto, somente pode ser sujeito passivo a mulher grávida (art. 129, §§1°,
IV e 2°, V).
Pena – Sempre a de DETENÇÃO, EXCETO para os crimes de lesão corporal qualificada
pelo resultado (lesões graves ou morte).
Espécies - A lesão corporal pode ser classificada como:
▪ Simples (caput)
▪ Qualificada (§§ 1°, 2° e 3°) – Ocorrência de lesão grave ou morte
▪ Privilegiada (§§ 4° e 5°) - Por motivo de relevante valor social ou moral
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima – Redução de pena de um sexto a um terço.
▪ Culposa (§ 6°)
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▪ Enfermidade incurável
▪ Perda ou inutilização do membro,
sentido ou função
▪ Deformidade permanente
▪ Aborto
MORTE (culposa) PENA – 04 a 12 anos de
reclusão
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Ação penal – Todos são crimes de ação penal pública incondicionada, EXCETO o
crime de perigo de contágio de doença VENÉREA, que é crime de ação penal
CONDICIONADA à representação.
RIXA
Sujeitos - A Doutrina exige que haja três ou mais pessoas se agredindo mutuamente.
Elemento subjetivo - Dolo de participar da rixa, EXCETO se nela entrar para separar
os brigões. Não há previsão de modalidade culposa.
Forma qualificada - Caso sobrevenha a ALGUMA PESSOA (que participa ou não da
rixa), lesão grave ou morte. Nesse caso, a pena será de seis meses a dois anos.
Todos respondem pela rixa qualificada? Prevalece que sim, exceto se entrou na
rixa após o resultado (morte ou lesões corporais).
E se o agente que deu causa à lesão ou morte for perfeitamente identificável?
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA. Prevalece que deverá responder por este delito (lesão
grave ou morte) em concurso com a rixa SIMPLES. Os demais respondem pela rixa
qualificada. Há quem entenda que todo mundo responde pela rixa qualificada, apenas.
Ação penal – Pública incondicionada.
Calúnia
Conceito - Imputação falsa, a alguma pessoa, de fato definido como crime
Execução - Pode ser realizada mediante gestos, insinuações (calúnia reflexa)
Sujeito passivo – Qualquer pessoa. É punível a calúnia contra os mortos (os familiares
serão os sujeitos passivos). Inimputável pode ser caluniado.
Consumação - O crime se consuma com a divulgação da calúnia a um terceiro. Crime
formal, não se exige que a honra seja efetivamente atingida.
Exceção da verdade – Admite-se, EXCETO:
✓ No caso de crime de ação penal privada, se não houve ainda sentença
irrecorrível
✓ No caso de a calúnia se dirigir ao Presidente da República ou chefe de
governo estrangeiro
✓ No caso de crime de ação penal pública, CASO O CALUNIADO JÁ TENHA
SIDO ABSOLVIDO POR SENTENÇA PENAL TRANSITADA EM JULGADO
Difamação
Conceito - Imputação, a alguma pessoa, de fato ofensivo à sua reputação
Execução - Pode ser realizada mediante gestos, insinuações.
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Sujeito passivo – Qualquer pessoa. Não se pune a difamação contra os mortos.
Consumação - O crime se consuma quando um terceiro toma conhecimento da
difamação.
Exceção da verdade – SÓ É ADMITIDA SE O OFENDIDO É FUNCIONÁRIO
PÚBLICO e a difamação se refere ao exercício das funções.
Injúria
Conceito – Ofensa dirigida a alguma pessoa (violação à honra subjetiva). Aqui não se
trata de um FATO, mas da emissão de um conceito depreciativo sobre o ofendido
(piranha, fedorento, safado, etc.).
Execução - Pode ser realizada mediante gestos, insinuações (calúnia reflexa)
Sujeito passivo – Qualquer pessoa.
Consumação - O crime se consuma quando a VÍTIMA toma conhecimento da injúria.
Exceção da verdade – Nunca é admitida.
Perdão judicial – Cabível quando:
▪ O ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria
▪ Há retorsão imediata, que consista em outra injúria
Injúria real – Há contato físico (ex.: tapa no rosto, de forma ultrajante, com intenção
de ofender).
Injúria qualificada - Utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,
origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência
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deverá se dar, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que foi
praticada a ofensa.
Ação penal
AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA
REGRA Privada
INJÚRIA REAL com violência Pública (condicionada ou incondicionada, a
real depender das lesões)
Crime cometido contra o Pública condicionada à requisição do MJ
Presidente da república ou
Chefe de Governo estrangeiro
Crime cometido contra Legitimidade concorrente (súmula 714 do
funcionário público em razão STF) entre:
das funções ▪ MP (mediante ação penal pública
condicionada à representação)
▪ Ofendido (mediante queixa)
Injúria qualificada Pública condicionada à representação
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Repouso noturno – Se o crime for praticado durante o repouso noturno, a pena é
aumentada em 1/3. Disposições importantes sobre o repouso noturno:
• Aplica-se tanto ao furto simples quanto ao furto qualificado
• Aplica-se ainda que se trate de casa desabitada ou estabelecimento comercial
Furto privilegiado – O Juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção,
diminuí-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente a pena de multa, desde que:
• O réu seja primário
• Seja de pequeno valor a coisa furtada
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▪ Furto de semovente domesticável de produção – Forma qualificada de furto.
ROUBO
Roubo próprio – O agente pratica a violência ou grave ameaça PARA subtrair a coisa.
Roubo impróprio – O agente pratica a violência ou grave ameaça DEPOIS de subtrair
a coisa, como forma de assegurar o sucesso do crime.
Roubo com violência imprópria – O agente, sem violência ou grave ameaça, reduz
a vítima à condição de impossibilidade de defesa (ex.: coloca uma droga em sua
bebida).
Roubo de uso é crime? Controvertido, mas prevalece que o agente responde
pelo roubo. Doutrina minoritária sustenta que responde apenas por constrangimento
ilegal (mais a pena relativa às lesões corporais que causar, se for o caso).
Consumação - Quando o agente passa a ter o poder sobre a coisa (ainda que por um
breve espaço de tempo e ainda que não seja posse mansa e pacífica – teoria da amotio),
após ter praticado a violência ou grave ameaça. OBS.: No roubo impróprio o crime
se consuma quando o agente, após subtrair a coisa, emprega a violência ou grave
ameaça. OBS.: A inexistência de valores em poder da vítima não configura crime
impossível (mera impropriedade RELATIVA do objeto).
Tentativa – Cabível, em todas as formas (Doutrina minoritária, contudo, sustenta que
não cabe no roubo impróprio).
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2. Se há o concurso de duas ou mais pessoas
Se houver associação criminosa – Todos respondem por roubo majorado e
por associação criminosa.
3. Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância
4. Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior
5. Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
OBS.: E se o agente mata o próprio comparsa (para ficar com todo o dinheiro,
por exemplo)? Neste caso, temos roubo em concurso material com homicídio, e não
latrocínio.
OBS.: E se o agente atira para acertar a vítima, mas acaba atingindo o
comparsa? Temos erro na execução (aberratio ictus), e o agente responde como se
tivesse atingido a vítima. Logo, temos latrocínio.
EXTORSÃO
Caracterização - O constrangimento (violência ou grave ameaça) é mero “meio” para
a obtenção da vantagem indevida. O verbo é “constranger”, que é sinônimo de forçar,
obrigar alguém a fazer o que não deseja. Não se confunde com o delito de roubo, pois
naquele o agente se vale da violência ou grave ameaça para subtrair o bem da vítima.
Neste o agente se vale destes meios para fazer com que a vítima entregue a coisa,
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ou seja, deve haver a colaboração da vítima, sem a qual a vantagem não poderia
ser obtida.
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Consumação e tentativa na extorsão indireta - O crime se consuma com a mera
realização da exigência (nesse caso, crime formal) ou com o efetivo recebimento (nesse
caso, material) do documento. A tentativa é possível.
DANO
Caraterização - O tipo objetivo (conduta) pode ser tanto a destruição (danificação
total), a inutilização (danificação, ainda que parcial, mas que torna o bem inútil) ou
deterioração (danificação parcial do bem) da coisa.
O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, tendo como sujeito
passivo o proprietário ou possuidor do bem danificado. O condômino pode ser
sujeito ativo, mas se a coisa é fungível (substituível, como o dinheiro, por
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exemplo) e o agente deteriora apenas a sua cota-parte, não há crime, por
analogia ao furto de coisa comum (Posição do STF).
Elemento subjetivo – Dolo. Não se pune na forma culposa.
OBS.: O crime de “pichação” é definido como CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE
(ambiente urbano), nos termos do art. 65 da Lei 9.605/98.
ESTELIONATO
Caracterização – O agente obtém vantagem ilícita (crime material, portanto), para si
ou para outrem, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante
qualquer meio fraudulento. Considerado crime de resultado duplo (o agente deve
obter a vantagem e a vítima deve sofrer prejuízo).
Vantagem – Deve ser patrimonial (doutrina majoritária).
Elemento subjetivo – Dolo. Não se pune a forma culposa. Exige-se, ainda, a
finalidade especial de agir, consistente na intenção de obter vantagem ilícita em
detrimento (prejuízo) de outrem.
Estelionato privilegiado – Aplicam-se as mesmas disposições do furto privilegiado.
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Tópicos importantes
E se o agente fraudar concurso público? A conduta, que antes foi
considerada atípica pelo STF, atualmente se encontra tipificada no art. 311-A do
CPP (crime de fraude em certames de interesse público), incluído pela Lei 12.550/11.
E se o agente praticar o estelionato mediante a utilização de documento
falso? O STJ e o STF entendem que se trata de concurso FORMAL. Contudo, se
a potencialidade lesiva do falso se exaure no estelionato, o crime de
estelionato absorve o falso, que foi apenas um meio para a sua prática (Súmula 17
do STJ).
E se o agente obtém um cheque da vítima? O crime é tentado ou
consumado? Enquanto o agente não obtiver o valor prescrito no cheque, o crime ainda
é tentado, apenas se consumando quando o agente obtiver o valor constante no cheque
(posição majoritária da Doutrina).
Emissão de cheque sem fundos - Para que se configure crime, é necessário
que o agente tenha, de antemão, a intenção de não pagar, ou seja, o agente
sabe que não possui fundos para adimplir a obrigação contraída. Diferente da hipótese
na qual o agente possui fundos, mas, antes da data prevista para o desconto do cheque,
tem que retirar o dinheiro por algum motivo e o cheque “bate sem fundos”. Isso não é
crime. A emissão de cheques sem fundos para pagamento de dívidas de jogo NÃO
CONFIGURA CRIME, pois estas dívidas não são passíveis de cobrança judicial, nos
termos do art. 814 do CC.
OBS.: Neste caso (art. 171, §2º, VI do CP), se o agente repara o dano ANTES DO
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA, obsta o prosseguimento da ação penal (súmula 554
do STF).
Estelionato contra idoso – A pena será aplicada em dobro se o crime de
estelionato (qualquer de suas formas) for praticado contra pessoa idosa (60 anos ou
mais).
Estelionato previdenciário
O §3° prevê o chamado estelionato contra entidade de direito público, que é aquele
cometido contra qualquer das instituições previstas na norma penal citada. Trata-se de
causa de aumento de pena (aumenta-se de um terço).
Consumação – Tal delito, quando ocorre pela obtenção de benefício previdenciário de
forma fraudulenta, possui natureza binária, e a consumação dependerá, portanto, do
sujeito ativo do delito:
▪ Momento consumativo para o próprio beneficiário dos valores indevidos
– Trata-se de crime permanente, que se “renova” a cada saque do benefício
indevido.
▪ Momento consumativo para terceira pessoa que participou do delito –
Ocorre com o recebimento da vantagem indevida pela primeira vez (já que o
delito de estelionato é material, pois o tipo penal exige o efetivo recebimento da
vantagem indevida), seja pelo próprio ou por outra pessoa.
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INSS. Neste caso, cada saque representa crime autônomo. É possível o
reconhecimento da continuidade delitiva entre os vários crimes praticados (vários
saques).
Ação penal
REGRA - AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
EXCEÇÕES:
▪ AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO – Se o crime é
cometido contra:
▪ Cônjuge desquitado ou judicialmente separado
▪ Irmão, legítimo ou ilegítimo
▪ Tio ou sobrinho, com quem o agente coabita
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14 CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
MOEDA FALSA
Conduta – Falsificar papel moeda ou moeda metálica de curso legal no Brasil ou
no exterior. Pode ser praticado mediante:
▪ Fabricação – Cria-se a moeda falsa
▪ Adulteração – Utiliza-se moeda verdadeira para transformar em outra, falsa.
Consumação - No momento em que a moeda é fabricada ou alterada (não precisa
chegar a entrar em circulação).
Forma equiparada (mesma pena) – Quem, por conta própria ou alheia:
▪ Importa ou exporta
▪ Adquire
▪ Vende
▪ Troca
▪ Cede
▪ Empresta
▪ Guarda
▪ Introduz na circulação moeda falsa
Tópicos importantes
Falsificação for grosseira - Não há crime de moeda falsa, por não possuir
potencialidade lesiva.
Forma qualificada prevista no § 3° - Só admite como sujeitos ativos aquelas
pessoas ali enumeradas (crime próprio)
E se a moeda ainda não foi autorizada a circular? Incorre nas mesmas penas
da forma principal do delito.
Forma privilegiada - Ocorre quando o agente recebe a moeda falsa de boa-fé (sem
saber que era falsa) e a restitui à circulação (já sabendo que é falsa) –
IMPORTANTE!
Insignificância – NÃO CABE aplicação do princípio da insignificância.
FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsificação de documento público
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Conduta – É a de falsificar, no todo ou em parte, documento público. Pode ocorrer
mediante:
▪ Fabricação de um documento público falso
▪ Adulteração de um documento público verdadeiro
Falso x estelionato
▪ Se o falso se exaure no estelionato – É absorvido pelo estelionato:
Súmula 17 do STJ
“Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por
este absorvido”.
▪ Se o falso não esgota sua potencialidade lesiva no estelionato – O agente
responde por ambos os delitos.
Falsificação de documento particular
Caracterização – A lógica é a mesma da falsificação de documento público, só que
com documento particular.
Conceito de documento particular - Considera-se documento particular aquele que
não pode ser considerado, sob qualquer aspecto, como documento público.
Documento particular por equiparação – O CP equiparou a documento particular o
cartão de crédito ou débito.
Falsidade ideológica
Caracterização – Aqui o agente não falsifica a estrutura do documento. O documento
é estruturalmente verdadeiro, mas contém informações inverídicas. A falsificação
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ideológica ocorre quando o agente (com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante):
▪ Omite declaração que devia constar no documento (conduta omissiva)
▪ Nele insere ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita (conduta comissiva)
Pena – A pena varia de acordo com o documento em que há falsidade ideológica
(documento público – reclusão de um a cinco anos e multa; documento particular –
reclusão de um a três anos e multa).
Causa de aumento de pena – Há aumento de pena (1/6):
▪ Se o agente é funcionário público, e desde que cometa o delito valendo-se do
cargo; ou
▪ Se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil.
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1 – O agente responde apenas pelo crime de “uso de documento falso”, pois a
falsificação é “meio” para a utilização
2 – O agente responde apenas pela falsificação do documento, e não pelo uso,
pois é natural que toda pessoa que falsifica um documento pretenda utilizá-lo
posteriormente, de alguma forma – Prevalece na Doutrina e na Jurisprudência.
OUTRAS FALSIDADES
Falsa identidade
Caracterização - Atribuir a si ou terceiro falsa identidade, que consiste, basicamente,
em se fazer passar por outra pessoa.
OBS.: Se o agente se vale de um documento falso para se fazer passar por outra
pessoa, neste caso teremos USO DE DOCUMENTO FALSO.
Elemento subjetivo – Dolo. Exige-se especial finalidade de agir, consistente na
vontade de obter alguma vantagem ou causar prejuízo a alguém.
A prática da conduta (falsa identidade), perante a autoridade policial,
para se esquivar de eventual cumprimento de prisão (por mandados
anteriores), configuraria exercício legítimo de “autodefesa”? Não, trata-se de
conduta típica (falsa identidade) entendimento sumulado do STJ (súmula 522).
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Crimes funcionais impróprios (impuros) - Faltando a condição de “funcionário
público” ao agente, a conduta não será um indiferente penal, deixará apenas de ser
considerada crime funcional, sendo desclassificada para outro delito
(atipicidade relativa) (Ex.: Crime de peculato-furto, art. 312, § 1° do CP).
PECULATO
Conduta – “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo (peculato-
apropriação), ou desviá-lo (peculato-desvio), em proveito próprio ou alheio.” (art.
312 do CP).
Peculato-furto – Aplica-se àquele que, mesmo “não tendo a posse do dinheiro, valor
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. ” (art.
312, §1º do CP). ATENÇÃO! Diferença fundamental entre peculato furto e peculato
(desvio ou apropriação) = No peculato-furto o agente não tem a posse da coisa.
OBS.: Peculato de uso – Discutido na doutrina e jurisprudência, mas prevalece que
é IMPUNÍVEL.
Particular pode praticar peculato? Sim, desde que em concurso de pessoas com
um funcionário público (e desde que o particular saiba que seu comparsa é funcionário
público).
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concussão. Ex.: Policial que exige dinheiro da vítima sob a ameaça de matar o filho
da vítima = extorsão).
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FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO
Conduta - Facilitar a prática de qualquer dos dois crimes (contrabando ou
descaminho), seja por ação ou omissão. Só pode ser praticado pelo funcionário que
POSSUI A FUNÇÃO DE EVITAR O CONTRABANDO E O DESCAMINHO.
Mas e se o funcionário não tiver essa obrigação específica? Responderá como
partícipe do crime praticado pelo particular (contrabando ou descaminho), e não
pelo crime do art. 318 do CP.
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
Conduta - Patrocinar interesse privado perante a administração pública. O agente:
▪ Deve se valer das facilidades que a sua condição de funcionário público
lhe proporciona
▪ Praticar a conduta em prol de um terceiro (majoritário)
OBS.: O crime se consuma ainda que o interesse patrocinado seja legítimo. Caso seja
um interesse ilegítimo, teremos a forma qualificada (pena mais grave).
Interesse legítimo – Crime de advocacia administrativa na forma simples
Interesse ilegítimo – Crime de advocacia administrativa na forma
qualificada.
DISPOSIÇÕES GERAIS
➢ Todos os crimes são próprios – Devem ser praticados por quem ostente a
condição de funcionário público. Em alguns casos, deve ser uma condição
ainda mais específica (Ex.: Superior hierárquico, no crime de condescendência
criminosa).
➢ Todos os crimes são dolosos – Só há previsão de forma culposa para o
peculato (peculato culposo, art. 312, §2º do CP).
➢ Ação penal – Para todos, pública incondicionada.
➢ Particular como sujeito do delito – É possível, em todos eles, desde que se
trate de concurso de pessoas e que o particular saiba que seu comparsa é
funcionário público.
➢ Não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a
administração pública – Súmula 599 do STJ.
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16 CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Usurpação de função pública - O agente não possui qualquer vínculo com a
administração pública ou, caso possua, suas funções são absolutamente estranhas à
função usurpada.
OBS.: É necessário que o agente pratique atos inerentes à função. Não basta
que apenas se apresente a terceiros como funcionário público.
Resistência
Conduta – Opor-se à execução de ato LEGAL de funcionário público (violência contra
coisa não caracteriza o delito), mediante violência ou grave ameaça. O agente responde
de, ainda, de maneira autônoma, pela violência ou ameaça
OBS.: O ato deve ser legal, ou seja, deve estar fundamentado na Lei ou em decisão
judicial. Assim, a decisão judicial injusta é considerada ato legal.
E se o particular resistir à prisão em flagrante executada por um
particular (atitude permitida pelo art. 301 do CPP)? Nesse caso, não pratica o
crime em questão, pois o particular não é considerado funcionário público, não
podendo ser realizada analogia in malam partem.
Desobediência
Conduta - O agente deixa de fazer algo que lhe fora determinado ou faz algo cuja
abstenção lhe fora imposta mediante ordem de funcionário público competente.
A tentativa só será admitida nas hipóteses de desobediência mediante atitude
comissiva (ação).
Diversas Leis Especiais preveem tipos penais que criminalizam condutas
específicas de desobediência. Nesses casos, aplica-se a legislação especial,
aplicando-se este artigo do CP apenas quando não houver lei específica tipificando a
conduta.
Desacato
Conduta – Ocorre quando um particular desacata (falta de respeito, humilhação, com
gestos ou palavras, vias de fato, etc.) funcionário público. Exige-se que o ato seja
praticado na presença do funcionário público.
OBS.: Mas e se quem cometer o desacato for funcionário público? Três
correntes existem, mas prevalece que:
• É possível, em qualquer caso – Essa é a predominante, e entende que
o funcionário público que desacata outro funcionário público, é, neste
momento, apenas mais um particular, devendo responder pelo crime. Exige-
se, apenas, que o infrator não esteja no exercício de suas funções.
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ATENÇÃO!! Não se exige que o funcionário esteja na repartição ou no horário de
trabalho, mas sim que o desacato ocorra em razão da função exercida pelo
servidor.
Tráfico de influência
Conduta – Conduta daquele que pretende obter vantagem em face de um particular,
sob o argumento de que poderá influenciar na prática de determinado ato por um
servidor público. É uma espécie de “estelionato”, pois o agente promete usar uma
influência que não possui.
E o particular que “contrata os serviços”? Doutrina entende que NÃO É SUJEITO
ATIVO, mas sujeito PASSIVO do delito, pois, embora sua conduta seja imoral, não é
penalmente relevante, tendo sido ele também lesado pela conduta do agente, que o
enganou (considerado corruptor putativo).
OBS.: Se a influência do agente for REAL, tanto ele quanto aquele que paga por ela
são considerados CORRUPTORES ATIVOS (art. 333 do CP).
Consumação - Quando o agente solicita, cobra ou exige a vantagem do terceiro.
Assim, a obtenção da vantagem é mero exaurimento, sendo dispensável para
a consumação do crime. Na modalidade de “obter vantagem indevida”, a obtenção
é necessária.
Causa de aumento de pena – Quando o agente diz que parte da vantagem se destina
ao funcionário público. Aumento de metade.
Corrupção ativa
Conduta - Este crime pode ser cometido de duas formas diferentes (é, portanto, crime
de ação múltipla): oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público.
Elemento subjetivo – DOLO. Exige-se, ainda, a finalidade especial de agir
consistente no objetivo de fazer com que, mediante a vantagem oferecida ou
prometida, o funcionário público aja de tal ou qual maneira.
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ATENÇÃO! Se o funcionário público solicita a vantagem indevida e o particular a
fornece (paga uma quantia, por exemplo), o particular NÃO comete o crime de
corrupção ativa, eis que o tipo somente prevê os verbos de OFERECER e PROMETER
vantagem indevida, que pressupõem que o particular tome a iniciativa.
Contrabando
Conduta - Importar ou exportar mercadoria proibida. Ou seja, a importação ou
exportação da mercadoria, por si só, é vedada.
Consumação - O contrabando se consuma quando a mercadoria ilícita ultrapassa a
barreira alfandegária, sendo liberada pelas autoridades.
Insignificância – NÃO CABE APLICAÇÃO do princípio da insignificância ao
contrabando (STF e STJ).
Tópicos importantes
Com a Lei 13.008/14 a pena do delito de contrabando foi AUMENTADA
para 02 a 05 anos de reclusão. Essa alteração na quantidade da pena produz
consequências negativas para o réu (e, portanto, sabemos que NÃO IRÁ RETROAGIR):
• Não cabe mais suspensão condicional do processo (a pena mínima
ultrapassa um ano)
• Passa a admitir prisão preventiva (antes só cabia em hipóteses excepcionais)
• O prazo prescricional passa de 08 para 12 anos (art. 109, III do CP)
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Descaminho
Conduta – Ocorre quando o agente ilude, no todo em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, saída ou consuma da mercadoria. Burla ao sistema
tributário.
Consumação - Com a liberação na alfândega, sem o pagamento dos impostos devidos.
Trata-se de crime FORMAL.
➢ Insignificância – CABÍVEL! PATAMAR: o STF sustenta que é R$ 20.000,00.
O STJ, mais recentemente, também passou a adotar tal patamar.
Perdão judicial
São três os requisitos para o perdão judicial ou aplicação apenas da pena de
multa:
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a) Ter o agente bons antecedentes
a) Ser primário
b) O valor das contribuições não ser superior ao valor estabelecido pela
Previdência Social como o mínimo ao ajuizamento de execuções fiscais
ATENÇÃO! Apesar de ser essa a previsão legal, o STF entende que se o valor das
contribuições sonegadas for inferior a este valor, não há hipótese de perdão
judicial ou aplicação da pena de multa, mas sim ATIPICIDADE DA CONDUTA, em
razão do princípio da insignificância.
Tópicos importantes
Sujeitos – Ambos os delitos são crimes comuns (podem ser praticados por qualquer
pessoa).
Elemento subjetivo – Em ambos casos, só se pune a forma dolosa, não havendo
punição para conduta culposa. Também nos dois casos se exige a finalidade especial
de agir (dolo específico).
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Comunicação falsa de crime ou contravenção
Caracterização – Quando alguém provoca a ação da autoridade, comunicando crime
ou contravenção que o agente SABE QUE NÃO OCORREU.
Consumação - Crime material. Consuma-se no momento em que a autoridade, em
razão da comunicação falsa (de crime ou contravenção, tanto faz), pratica algum ato,
não sendo necessária a instauração do Inquérito.
Elemento subjetivo – Dolo. Exige-se a finalidade especial de agir (intenção de ver a
autoridade tomar alguma providência).
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OBS.: Trata-se, ainda, de crime de mão própria, ou seja, só pode ser praticado
pessoalmente pela própria pessoa que possui a qualidade (não pode ser praticado por
interposta pessoa).
Cabe concurso de pessoas? Prevalece o seguinte entendimento:
No crime de falso testemunho só cabe participação (alguém induz, instiga
ou auxilia testemunha a não falar a verdade).
No crime de falsa perícia, cabe tanto a coautoria quanto a participação
(Ex.: perícia feita por dois peritos que, em conluio, decidem elaborar laudo falso).
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Ação penal – Em regra, pública, mas será privada se não houver violência. Assim:
COM VIOLÊNCIA = PÚBLICA
SEM VIOLÊNCIA = PRIVADA
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Quadro esquemático
RESPONDE
SÓ PELO
SIM CRIME
AJUDOU O O AJUDADOR ANTERIOR
PARTICIPOU
INFRATOR A DO CRIME AGENTE É
FUGIR ANTERIOR? ASCENDENTE,
FAVORECIMENTO DESCENDENTE, ISENTO
NÃO PESSOAL IRMÃO OU DE PENA
CÔNJUGE DO
FAVORECIMENTO AUXILIADO
RESPONDE
SÓ PELO
SIM CRIME
AJUDOU A ANTERIOR
O AJUDADOR
TORNAR
PARTICIPOU
SEGURO O
DO CRIME RESPONDE POR
PROVEITO
ANTERIOR? FICOU SIM RECEPTAÇÃO
DO CRIME
COM O
NÃO PROVEITO
DO CRIME NÃO, SÓ
FAVORECIMENTO
PARA SI? AJUDOU A
REAL
GUARDAR
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DIREITO PROCESSUAL PENAL – PROF. RENAN ARAÚJO
Olá, meus amigos!
Neste resumo vamos trabalhar os pontos mais importantes para sua prova.
Naturalmente que o resumo não substitui nosso material completo (Livro digital +
videoaulas), mas com certeza este resumo irá facilitar bastante sua vida na hora da
revisão antes da prova.
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➢ Normas híbridas (ou mistas) – Há controvérsia, mas prevalece que também
devem ser observadas as regras de aplicação da lei PENAL no tempo.
➢ Normas relativas à execução penal – Há controvérsia, mas prevalece que são
normas de direito material (logo, devem ser observadas as regras de aplicação
da lei PENAL no tempo).
Princípio da inércia
O Juiz não pode dar início ao processo penal, pois isto implicaria em violação da sua
imparcialidade. Este princípio fundamenta diversas disposições do sistema processual
penal brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato não contido na
denúncia, que caracteriza o princípio da congruência (ou correlação) entre a sentença
e a inicial acusatória.
OBS.: Isso não impede que o Juiz determine a realização de diligências que entender
necessárias (produção de provas, por exemplo) para elucidar questão relevante para o
deslinde do processo (em razão do princípio da busca pela verdade real ou material,
não da verdade formal).
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Presunção de inocência (ou presunção de não culpabilidade) – Ninguém pode
ser considerado culpado se ainda não há sentença penal condenatória transitada em
julgado.
Uma regra probatória (regra de julgamento) - Deste princípio decorre que
o ônus (obrigação) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido, conforme o
caso).
Uma regra de tratamento - Deste princípio decorre, ainda, que o réu deve ser,
a todo momento, tratado como inocente.
Dimensão interna – O agente deve ser tratado, dentro do processo, como inocente.
Dimensão externa – O agente deve ser tratado como inocente FORA do processo, ou
seja, o fato de estar sendo processado não pode gerar reflexos negativos na vida do
réu.
OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da pena pode se iniciar com
a mera condenação em segunda instância por um órgão colegiado (TJ, TRF,
etc.), relativizando o princípio da presunção de inocência (HC 126292/SP, rel. Min. Teori
Zavascki, 17.2.2016).
Desse princípio decorre que o ônus da prova cabe ao acusador. O réu é, desde o
começo, inocente, até que o acusador prove sua culpa.
Pontos importantes:
➢ A existência de prisões provisórias (prisões decretadas no curso do processo) não
ofende a presunção de inocência
➢ Processos criminais em curso e inquéritos policiais em face do acusado NÃO
podem ser considerados maus antecedentes (nem circunstâncias judiciais
desfavoráveis) – Súmula 442 do STJ
➢ Não se exige sentença transitada em julgado (pelo novo crime) para que o
condenado sofra regressão de regime (pela prática de novo crime)
➢ Não se exige sentença transitada em julgado (pelo novo crime) para que haja
revogação da suspensão condicional do processo.
Princípio da publicidade
Os atos processuais e as decisões judiciais serão públicas, ou seja, de acesso livre a
qualquer do povo.
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Essa publicidade NÃO É ABSOLUTA, podendo sofrer restrição, quando a intimidade
das partes ou interesse público exigir (publicidade restrita). Pode ser restringida
apenas às partes e seus procuradores, ou somente a estes.
Impossibilidade de restrição da publicidade aos procuradores das partes.
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à acusação, não ao réu. Pode ser extraído da conjugação de três dispositivos
constitucionais:
▪ Direito ao silêncio
▪ Direito à ampla defesa
▪ Presunção de inocência
Princípio do non bis in idem – Ninguém pode ser punido duplamente pelo mesmo
fato. Ninguém poderá, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo fato. Não se
pode, ainda, utilizar o mesmo fato, condição ou circunstância duas vezes (como
qualificadora e como agravante, por ex.).
Conceito - Ramo do Direito que tem por finalidade a aplicação, no caso concreto, da
Lei Penal outrora violada.
4 INQUÉRITO POLICIAL
Conceito - Conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária, cuja finalidade é
angariar elementos de prova (prova da materialidade e indícios de autoria), para que
o legitimado (ofendido ou MP) possa ajuizar a ação penal.
Natureza – Procedimento administrativo pré-processual. NÃO é processo judicial.
Características
1Há quem inclua também, dentre as fontes imediatas, as SÚMULAS VINCULANTES, pois são verdadeiras normas de
aplicação vinculada. Lembrando que a jurisprudência e a Doutrina não são consideradas, majoritariamente, como
FONTES do Direito Processual Penal, pois representam, apenas, formas de interpretação do Direito Processual Penal.
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• Administrativo - O Inquérito Policial, por ser instaurado e conduzido por
uma autoridade policial, possui nítido caráter administrativo.
• Inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do Inquérito
decorre de sua natureza pré-processual. No Processo temos autor (MP ou vítima),
acusado e Juiz. No Inquérito não há acusação, logo, não há nem autor, nem
acusado. No Inquérito Policial, por ser inquisitivo, não há direito ao
contraditório pleno nem à ampla defesa.
• Oficioso (Oficiosidade) – Possibilidade (poder-dever) de instauração de
ofício quando se tratar de crime de ação penal pública incondicionada.
• Escrito (formalidade) - Todos os atos produzidos no bojo do IP deverão
ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais.
• Indisponibilidade – A autoridade policial não pode dispor do IP, ou seja,
não pode mandar arquivá-lo.
• Dispensabilidade – Não é indispensável à propositura da ação penal.
• Discricionariedade na condução - A autoridade policial pode conduzir a
investigação da maneira que entender mais frutífera, sem necessidade de seguir
um padrão pré-estabelecido.
INSTAURAÇÃO DO IP
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
FORMA CABIMENTO OBSERVAÇÕES
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• Ação penal pública
condicionada
• Ação penal privada
AUTO DE PRISÃO • Ação penal pública
EM FLAGRANTE incondicionada
• Ação penal pública
condicionada (depende de
representação ou requisição do
MJ)
• Ação penal privada (depende
de manifestação da vítima)
OBS.: Denúncia anônima (delatio criminis inqualificada) - Delegado, quando
tomar ciência de fato definido como crime, através de denúncia anônima, não deverá
instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada a procedência da
denúncia e, caso realmente se tenha notícia do crime, instaurar o IP.
TRAMITAÇÃO DO IP
Diligências
Logo após tomar conhecimento da prática de infração penal, a autoridade deve:
▪ Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.
▪ Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais
▪ Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias
▪ Ouvir o ofendido
▪ Ouvir o indiciado (interrogatório em sede policial)
▪ Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações
▪ Determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias – O exame de corpo de delito é indispensável nos
crimes que deixam vestígios.
▪ Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
▪ Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar
e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois
do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a
apreciação do seu temperamento e caráter.
▪ colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados
dos filhos, indicado pela pessoa presa.
▪ Possibilidade de se proceder à reprodução simulada dos fatos (reconstituição)
- Desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
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OBS.: O procedimento de identificação criminal só é admitido para aquele que não for
civilmente identificado. Exceção: mesmo o civilmente identificado poderá ser
submetido à identificação criminal, nos seguintes casos:
• Se o documento apresentado contiver rasuras ou indícios de falsificação.
• O documento não puder comprovar cabalmente a identidade da pessoa.
• A pessoa portar documentos de identidade distintos, com informações
conflitantes;
• A identificação criminal for indispensável às investigações policiais
(Necessário despacho do Juiz determinando isso).
• Constar nos registros policiais que a pessoa já se apresentou com outros
nomes.
• O estado de conservação, a data de expedição do documento ou o local de
sua expedição impossibilitem a perfeita identificação da pessoa.
FORMA DE TRAMITAÇÃO DO IP
Sigiloso – A autoridade policial deve assegurar o sigilo necessário à elucidação do fato
ou o exigido pelo interesse da sociedade. Prevalece o entendimento de que o IP é
sempre sigiloso em relação às pessoas do povo em geral, por se tratar de mero
procedimento investigatório.
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Alteração legislativa (Lei 13.245/16) – passou-se a exigir a presença do
advogado no interrogatório policial? Ainda não há posição do STF ou STJ. Duas
correntes:
▪ Alguns vão entender que o advogado, agora, é indispensável durante o IP.
▪ Outros vão entender que a Lei não criou essa obrigatoriedade. O que a Lei criou
foi, na verdade, um DEVER para o advogado que tenha sido devidamente
constituído pelo indiciado (dever de assisti-lo, sob pena de nulidade). Caso
o indiciado deseje não constituir advogado, não haveria obrigatoriedade.
CONCLUSÃO DO IP
Prazo
PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO IP
NATUREZA PRAZO OBSERVAÇÕES
DA
INFRAÇÃO
REGRA • Indiciado preso: 10 dias OBS.: Em se tratando de
GERAL • Indiciado solto: 30 dias indiciado solto, o prazo é
processual. Em se tratando de
CRIMES • Indiciado preso: 15 dias
indiciado preso o prazo é
FEDERAIS (prorrogável por mais material (conta-se o dia do
15 dias)
começo).
• Indiciado solto: 30 dias
OBS.: No caso de indiciado
LEI DE • Indiciado preso: 30 dias preso, o prazo se inicia da data
DROGAS • Indiciado solto: 90 dias da prisão. Em se tratando de
OBS.: Ambos podem ser indiciado solto, o prazo se inicia
duplicados. com a Portaria de instauração.
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▪ Destinatário mediato – Juiz
ARQUIVAMENTO DO IP
Regra – MP requer o arquivamento, mas quem determina é o Juiz. Se o Juiz discordar,
remete ao Chefe do MP (em regra, o PGJ). O Chefe do MP decide se concorda com o
membro do MP ou com o Juiz. Se concordar com o membro do MP, o Juiz deve arquivar.
Se concordar com o Juiz, ele próprio ajuíza a ação penal ou designa outro membro para
ajuizar.
Ação penal privada – Os autos do IP serão remetidos ao Juízo competente, onde
aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal (ou serão entregues
ao requerente, caso assim requeira, mediante traslado).
Arquivamento implícito – Criação doutrinária. Duas hipóteses:
▪ Quando o membro do MP deixar requerer o arquivamento em relação a alguns
fatos investigados, silenciando quanto a outros.
▪ Requerer o arquivamento em relação a alguns investigados, silenciando quanto
a outros.
STF e STJ não aceitam a tese de arquivamento implícito.
ATENÇÃO! A autoridade policial NÃO PODE mandar arquivar autos de inquérito policial.
PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MP
Entendimento pacífico no sentido de que o MP pode investigar, mediante procedimentos
próprios, mas não pode presidir nem instaurar inquérito policial.
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5 AÇÃO PENAL
• A ação penal é o instrumento que dá início ao processo penal, através do
qual o Estado poderá exercer seu ius puniendi. Pode ser de duas grandes
espécies:
▪ Pública – (1) incondicionada (2) condicionada
▪ Privada – (1) exclusiva (2) personalíssima (3) subsidiária da pública
Assim:
AÇÃO PENAL
PÚBLICA INCONDICIONADA Não depende de qualquer condição
(titularidade CONDICIONADA Requisição do Ministro da Justiça
do MP)
➢ Não tem prazo (pode ser
oferecida enquanto não extinta a
punibilidade)
➢ Não cabe retratação.
➢ MP não está vinculado à requisição
(oferecida a requisição, pode o MP
deixar de denunciar)
Representação do ofendido:
➢ Deve ser oferecida dentro de 06
meses, sob pena de decadência
➢ É retratável, até o oferecimento
da denúncia pelo MP
➢ Não exige forma específica
➢ Não é divisível quanto aos
autores do fato criminoso
PRIVADA EXCLUSIVA O direito de queixa passa aos sucessores
(titularidade PERSONALÍSSIMA O direito de queixa não passa aos
do sucessores (nem pode ser exercido pelo
ofendido) representante legal).
SUBSIDIÁRIA DA Quando há INÉRCIA do MP, o ofendido
PÚBLICA passa a ter legitimidade para ajuizar a
queixa-crime subsidiária. Essa
legitimidade dura por seis meses, e neste
período, tanto o MP quando o ofendido
podem ajudar ação penal (legitimidade
concorrente).
CARACTERÍSTICAS
• A ação penal pública (tanto a incondicionada quanto à condicionada) é de
titularidade exclusiva do MP e goza das seguintes características:
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▪ Obrigatoriedade
▪ Oficialidade
▪ Indisponibilidade
▪ Divisibilidade
• A ação penal privada é de titularidade do ofendido e goza das seguintes
características:
▪ Indivisibilidade
▪ Oportunidade
▪ Disponibilidade
▪ Deve ser ajuizada dentro de seis meses (contados da data em que foi
conhecida a autoria do delito), sob pena de decadência do direito de
queixa.
1. RENÚNCIA
• Antes do ajuizamento da ação
• Expressa ou tácita (Com relação à renúncia tácita, decorrente da não inclusão
de algum dos infratores na ação penal, o STJ firmou entendimento no sentido
de que a omissão do querelante deve ter sido VOLUNTÁRIA, ou seja, ele deve
ter, de fato, querido não processar o infrator).
• Oferecida a um dos infratores a todos se estende
• Não depende de aceitação pelos infratores (ato unilateral)
2. PERDÃO
• Depois do ajuizamento da ação
• Expresso ou tácito
• Processual ou extraprocessual
• Oferecido a um dos infratores a todos se estende
• Depende de aceitação pelos infratores (ato BILATERAL)
• Se um dos infratores não aceitar, isso não prejudica o direito dos demais
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FORMA Expressa ou tácita Expresso ou tácito (pode ser, ainda,
processual ou extraprocessual)
OBS.: O perdão pode ser aceito pessoalmente (pelo ofendido ou seu representante
legal) ou por procurador com poderes especiais.
3. PEREMPÇÃO
• Penalidade ao querelante pela negligência na condução do processo
• Cabível quando:
➢ O querelante deixar de promover o andamento do processo durante
30 dias seguidos
➢ Falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do
prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo
➢ O querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente
➢ O querelante deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações finais
➢ Sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.
DISPOSIÇÕES IMPORTANTES
Ação penal privada subsidiária
Cabimento - Quando se tratar de crime de ação penal pública, e o MP nada fizer
no prazo legal de oferecimento da denúncia (inércia do MP), o ofendido, ou quem
lhe represente, poderá ajuizar ação penal privada subsidiária da pública, tendo
essa legitimidade um prazo de validade de seis meses, a contar do dia seguinte em que
termina o prazo para manifestação do MP (consolidando sua inércia).
OBS.: Não é cabível a ação penal privada subsidiária se o MP requer o arquivamento
ou requer a realização de novas diligências (neste caso não há inércia).
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Retomar a ação como parte principal – Aqui o querelante (a vítima) é
negligente na condução de causa, cabendo ao MP retomar a ação como parte
principal (como autor da ação).
7 JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
JURISDIÇÃO
Conceito - A atuação do Estado consistente na aplicação do Direito vigente a um caso
concreto, resolvendo-o de maneira definitiva, cujo objetivo é sanar uma crise jurídica
e trazer a paz social.
Finalidades
• Social – Trazer a paz social.
• Jurídica - Resolver o imbróglio jurídico que perdura, dizer quem tem o direito no
caso concreto, segundo o sistema jurídico vigente.
• Política - fortalecer a imagem do Estado como entidade soberana, que tem o
poder de dizer quem está certo e fazer valer essa decisão.
• Educacional (ou pedagógica) - Transmitir à população a aplicação prática do
Direito, fazendo com que a população se torne cada vez mais consciente daquelas
condutas que são penalmente tuteladas
Características
▪ Inércia - O Princípio da inércia da jurisdição significa que o Estado-Juiz só se
movimenta, só presta a tutela jurisdicional se for provocado, se a parte que alega
ter o direito lesado ou ameaçado acioná-lo, requerendo que exerça seu Poder
jurisdicional. Proteção da imparcialidade do Juiz. Há exceções (Ex.: habeas
corpus de ofício).
▪ Substitutividade - A vontade do Estado (vontade da lei) substitui a vontade das
partes.
▪ Definitividade - Em um dado momento, a decisão prestada pelo Estado-Juiz
será definitiva, imodificável. EXCEÇÃO: Revisão criminal (se surgir prova nova),
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pois pode ser ajuizada a qualquer tempo, de forma a alterar a sentença
condenatória.
Princípios
▪ Investidura - Para se exercer a Jurisdição, deve-se estar investido do Poder
jurisdicional. Como esse Poder pertence ao Estado, ele é quem delega esse Poder
aos seus agentes.
▪ Indelegabilidade - Aqueles que foram investidos do Poder jurisdicional não
podem delegá-lo a terceiros.
▪ Inevitabilidade - Vinculação obrigatória ao processo, e o outro é a vinculação
obrigatória aos efeitos da jurisdição (ou estado de sujeição).
▪ Inafastabilidade – Duas vertentes: (1) possibilidade que todo cidadão tem, de
levar à apreciação do Poder Judiciário uma demanda (cumprindo os requisitos e
pressupostos legais) e de ter a prestação de uma tutela jurisdicional; (2) o
processo deve garantir o acesso do cidadão à ordem jurídica justa.
▪ Juiz natural – Estabelecimento de regras prévias e abstratas de definição da
competência, a fim de se evitar a “escolha” do Juiz da causa. Impossibilidade de
criação de Juízos ou Tribunais de exceção.
▪ Territorialidade – Toda jurisdição possui um limite territorial, no caso, o
território brasileiro. TODO JUIZ tem jurisdição no território nacional. Entretanto,
por questão de organização funcional, a competência de cada um é delimitada de
várias formas.
Espécies
▪ Jurisdição superior e inferior – A inferior é exercida pelo órgão que atua no
processo desde o início. Já a superior é exercida em grau recursal.
▪ Jurisdição comum e especial – A jurisdição especial, no processo penal, é
formada pelas 02 “Justiças especiais”: Justiça Eleitoral (art. 118 a 121 da
CF/88) e Militar (122 a 125). Já a jurisdição comum é exercida
residualmente. Tudo que não for jurisdição especial será jurisdição comum, que
se divide em estadual e federal. OBS: A Justiça do trabalho não possui
competência criminal.
COMPETÊNCIA
CONCEITO – Conjunto de regras que estabelecem, previamente, os limites em que
cada Juiz pode exercer, de maneira válida, o seu Poder Jurisdicional.2
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA
Esta espécie leva em consideração a natureza do fato criminoso para definir qual a
“Justiça” competente (Justiça Eleitoral, Comum, Militar, etc.).
Assim:
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA
JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA ESPECIAL
2NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12.º edição. Ed. Forense. Rio de Janeiro,
2015, p. 205
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FEDERAL ESTADUAL ELEITORAL MILITAR
CRIME JUSTIÇA
ELEITORAL ELEITORAL
SIM
CRIME JUSTIÇA
DEFINIÇÃO DA É CRIME MILITAR MILITAR
COMPETÊNCIA EM
RAZÃO DA ELEITORAL
OU MILITAR? JUSTIÇA
MATÉRIA SIM FEDERAL
É CRIME
NÃO FEDERAL? JUSTIÇA
NÃO ESTADUAL
OBS.: Eventual existência de foro por prerrogativa de função pode, a depender do caso,
afastar estas regras (Ex.: Juiz Estadual comete crime federal – será julgado pela Justiça
Estadual, pelo TJ).
OBS.: Competência do tribunal do Júri – crimes dolosos contra a vida.
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passivo (acusados), que essa competência pertença originariamente aos Tribunais.
Essa é a chamada prerrogativa de função (vulgarmente conhecida como “foro
privilegiado”).
PRINCIPAIS HIPÓTESES DE FORO PRIVILEGIADO
PRESIDENTE DA Crime comum – STF
REPÚBLICA E VICE- Crime de responsabilidade - SENADO
PRESIDENTE
MEMBROS DO Crime comum – STF
CONGRESSO Crime de responsabilidade – Não há previsão
(DEPUTADOS E
SENADORES)
MEMBROS DOS Crimes comuns e de responsabilidade - STF
TRIBUNAIS SUPERIORES
E DO TCU
GOVERNADORES Crime comum – STJ
Crime de responsabilidade – Tribunal Especial
misto (membros do Poder Legislativo local e
desembargadores do TJ local).
DESEBARGADORES DOS: Crimes comuns e de responsabilidade - STJ
TJs, TRFs, TREs e TRTs
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– TRF de sua área de jurisdição da
área de autoridade.
jurisdição.
Juízes estaduais e do DF
Crimes comuns e EXCEÇÃO: Crimes eleitorais.
Membros do MP estadual de Neste caso cabe ao TRE da
e do DF responsabilidade área de jurisdição da
– TJ de sua área autoridade.
de jurisdição.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
REGRA – Teoria do resultado (competente o foro do lugar em que se consumar a
infração). No caso de tentativa, o foro do lugar em foi praticado o último ato de
execução.
Principais regramentos:
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
Crimes plurilocais comuns Teoria do resultado
Crimes plurilocais contra a vida Teoria da atividade
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Juizados Especiais Teoria da atividade
Crimes falimentares Local onde foi decretada a
falência
Atos infracionais Teoria da atividade
Crime praticado no exterior e consumado no exterior - Na capital do
estado em que o réu (acusado), no Brasil, tenha fixado seu último domicílio,
ou, caso nunca tenha sido domiciliado no Brasil, na capital federal.
Crime praticado a bordo de aeronaves ou embarcações, mas, por
determinação da Lei Penal, estejam sujeitos à Lei Brasileira - No local
em que primeiro aportar ou pousar a embarcação ou aeronave, ou, ainda,
no último local em que tenha aportado ou pousado.
Conexão
• Intersubjetiva por simultaneidade ocasional – pessoas diversas
cometem infrações diversas no mesmo local, na mesma época, mas desde
que não estejam ligadas por nenhum vínculo subjetivo.
• Intersubjetiva por concurso – Na hipótese de concurso de pessoas.
• Intersubjetiva por reciprocidade – Infrações praticadas no mesmo
tempo e no mesmo lugar, mas os agentes praticaram as infrações uns contra
os outros.
• Conexão objetiva teleológica – Uma infração deve ter sido praticada para
“facilitar” a outra.
• Conexão objetiva consequencial – Nesta hipótese uma infração é
cometida para ocultar a outra, ou, ainda para garantir a impunidade do
infrator ou garantir a vantagem da outra infração.
• Conexão instrumental – A prova da ocorrência de uma infração e de sua
autoria influencie na caracterização da outra infração.
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Continência
• Continência por cumulação subjetiva – É o caso no qual duas ou mais
pessoas são acusadas pela mesma infração (concurso de pessoas).
• Continência por concurso formal – Mediante uma só conduta o agente
pratica dois ou mais crimes.
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• Separação facultativa quando os fatos criminosos tenham sido praticados
em circunstâncias de tempo e lugar diferentes, ou o Juiz entender que a
reunião de processos pode ser prejudicial ao Julgamento da causa
ou puder implicar em retardamento do processo
• Crime doloso contra a vida praticado em concurso de agentes
quando um dos acusados possui foro por prerrogativa de função
fixado na CF/88 – A competência do júri para julgar o corréu que NÃO tem
foro privilegiado não pode ser afastada por regras infraconstitucionais (de
conexão e continência).
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Recursal
▪ Crime político
▪ Habeas Corpus, quando o decidido em ÚNICA INSTÂNCIA pelos TRIBUNAIS
SUPERIORES
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▪ Habeas Corpus - quando a autoridade coatora for JUIZ FEDERAL a ele vinculado
ou TURMA RECURSAL a ele vinculada.
Recursal
Julgamento dos recursos interpostos contra as decisões proferidas por Juízes Federais
de primeira instância.
8 SUJEITOS PROCESSUAIS
Conceito - Pessoas que atuam, de maneira obrigatória ou não, no processo criminal.
• Sujeitos essenciais – Necessariamente devem fazer parte do processo
criminal. São apenas três: Juiz, acusador (MP ou querelante) e acusado (ou
querelado), bem como o defensor deste.
• Sujeitos acessórios (não essenciais) – Não necessariamente atuarão no
processo. Exemplo: Assistente de acusação.
JUIZ
Conceito - O sujeito processual, na verdade, é o Estado-Juiz, que atua no processo
através de um órgão jurisdicional, que é o Juiz criminal.
Poderes:
• Poder de polícia administrativa – Exercido no curso do processo, com a
finalidade de garantir a ordem dos trabalhos e a disciplina.
• Poder Jurisdicional – Relativo à condução do processo, no que toca à
atividade-fim da Jurisdição (instrução, decisões interlocutórias, prolação da
sentença, execução das decisões tomadas, etc.). Dividem-se em: b.1)
Poderes-meio (atos cuja prática é atingir uma outra finalidade – a
prestação da efetiva tutela jurisdicional), que se dividem em atos
ordinatórios e instrutórios; b.2) Poderes-fins (que são relacionados à
prestação da efetiva tutela jurisdicional e seu cumprimento), dividindo-se
em atos decisórios (dizem o direito, condenando, absolvendo, etc.) e atos
executórios (colocam em prática o que foi decidido).
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IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO
Situações capazes de afetar a imparcialidade do Juiz.
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▪ Se o Juiz for sócio, acionista ou
administrador de sociedade
interessada no processo.
IMPEDIMENTO DO JUIZ
Tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de
fato ou de direito, sobre a questão;
Presunção absoluta
de parcialidade
Presunção Se o Juiz for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes
relativa de
parcialidade
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ATENÇÃO! A suspeição ou o impedimento em decorrência de parentesco por
afinidade (parentesco que não é de sangue) cessa com a dissolução do casamento
que fez surgir o parentesco. EXCEÇÕES:
▪ Se do casamento resultar filhos, o impedimento ou suspeição não se extingue
em hipótese nenhuma.
▪ Havendo ou não filhos da relação, o impedimento ou suspeição permanece em
relação a sogros, genros, cunhados, padrasto e enteado.
OBS.: Aplicam-se aos serventuários e funcionários da Justiça as prescrições sobre
suspeição dos Juízes.
MINISTÉRIO PÚBLICO
Conceito – É órgão responsável por desempenhar as funções do Estado-acusador
no processo. Pode atuar de duas formas:
▪ Como autor da ação (ação penal pública)
▪ Como fiscal da Lei
Suspeição e impedimento
Mesmas hipóteses de suspeição e impedimento previstas para os Juízes, no que for
cabível. Além disso, não poderão atuar nos processos em que o juiz ou qualquer das
partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau, inclusive.
OBS.: O fato de o membro do MP ter atuado na fase investigatória não gera suspeição
ou impedimento (verbete nº 234 da súmula de jurisprudência do STJ).
ACUSADO
▪ Aquele que figura no polo passivo da ação penal
▪ A identificação do acusado deve ser feita da forma mais ampla possível. A
impossibilidade de identificação do acusado por seu nome civil, contudo, não
impede o prosseguimento da ação, quando CERTA a identidade física.
▪ Deve comparecer a todos os atos do processo para o qual for intimado e, caso
não compareça a algum ato que não possa ser realizado sem ele, o Juiz poderá
determinar sua condução à força – Divergência doutrinária quanto à
constitucionalidade desta previsão.
Direitos do acusado:
▪ Não produzir prova contra si mesmo
▪ Direito de ser processado e sentenciado pela autoridade competente
▪ Direito ao contraditório e à ampla defesa
▪ Direito à entrevista prévia e reservada com seu defensor
DEFENSOR DO ACUSADO
A presença do defensor no processo criminal é obrigatória, e decorre do princípio da
ampla defesa (defesa técnica). A defesa deve, ainda, ser eficiente.
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SÚMULA 523 DO STF
NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE
ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE
PREJUÍZO PARA O RÉU.
OBS.: Doutrina entende que o Judiciário pode reconhecer a deficiência da defesa
técnica, ex officio.
Acusado não nomeia defensor – Juiz nomeará um para atuar em seu favor. Se
não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo que lhe for
nomeado.
Acusado poderá, posteriormente, desconstituir o advogado nomeado pelo Juiz
e constituir outro, de sua confiança? Sim.
Defensor nomeado pode recusar atuação? Somente em caso de motivo relevante.
Defensor nomeado pode abandonar a causa? Sim, por motivo imperioso, mas deve
comunicar previamente ao Juiz.
Defensor constituído precisa apresentar procuração? Em regra, sim, salvo
quando o acusado o indicar em seu interrogatório (procuração apud acta).
Impossibilidade de atuação – Não podem atuar como defensor do acusado os
parentes do Juiz (mesmas hipóteses do art. 252, I do CPP).
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
Conceito – Trata-se da figura do ofendido (ou seu representante legal) ou seus
sucessores, que poderão atuar na ação penal pública como assistentes do MP (não
serão autores da ação penal).
Características:
▪ Deve ocorrer durante o processo – Entre o recebimento da denúncia e o
trânsito em julgado
▪ Deve o requerente estar assistido por profissional habilitado (advogado ou
defensor público)
▪ MP deve ser previamente ouvido
▪ Decisão de deferimento ou indeferimento do pedido é IRRECORRÍVEL (Cabe
MS, caso indeferido o requerimento).
OBS.: O corréu (aquele que também é acusado) não pode atuar como assistente da
acusação (em relação aos outros réus). Contudo, pode recorrer da sentença que
absolve os demais réus.
Assistente pode
Propor meios de prova
Requerer perguntas às testemunhas
Aditar os articulados
Participar do debate oral
Arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio
Requerer a decretação da prisão preventiva
Requerer o desaforamento
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Indicar assistente técnico
AUXILIARES DA JUSTIÇA
Os peritos e intérpretes devem ser imparciais, pois não possuem interesse na causa.
Estende-se aos peritos (e aos intérpretes) as mesmas regras de suspeição dos
Juízes.
Vedações ao exercício da função de perito
Não podem exercer a função:
▪ Aqueles que estiverem sujeitos à interdição de direito
▪ Aqueles que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado
anteriormente sobre o objeto da perícia
▪ Os analfabetos e os menores de 21 anos – Atualmente, com a maioridade
civil aos 18 anos, esse dispositivo deve ser adaptado à nova maioridade
civil. Contudo, se a prova trouxer a literalidade da lei, deve ser marcado como
correta a idade de 21 anos.
Observações:
▪ Nomeação do perito é ato privativo do Juiz
▪ As partes não podem intervir na nomeação
▪ Perito não pode recusar a nomeação, salvo se provar motivo relevante
▪ Perito que faltar com suas obrigações pode ser multado
▪ Perito pode ser conduzido à força caso não compareça a algum ato para o qual
foi intimado
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9 ATOS PROCESSUAIS
• Atos das partes
• Atos do Juiz (atos jurisdicionais)
Renovação e retificação - Caso não tenha sido sanada a nulidade, os atos serão
renovados ou retificados.
Princípio da causalidade - A nulidade de um ato importa, ainda, na nulidade de todos
os atos que dele DIRETAMENTE dependam ou sejam consequência. O Juiz, ao declarar
a nulidade, deve determinar a quais atos ela se estende
10 PRAZOS PROCESSUAIS
• Os prazos processuais são contínuos
• Não se interrompem em férias, domingos e feriados
• O início não pode se dar em dia não útil
• Se o último dia for não útil, será prorrogado o prazo até o dia útil seguinte
• O prazo se inicia no dia útil seguinte ao marco inicial (exclui-se o dia do começo)
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OBS.: Isto só ocorre com os chamados PRAZOS PROCESSUAIS. Os prazos que,
embora presentes no CPP, sejam considerados prazos MATERIAIS (referentes ao
próprio Direito Material em si, o que às vezes é difícil de diferenciar) são computados
de maneira diversa, incluindo-se o dia do começo.
Qual o marco inicial da contagem do prazo? O momento em que a parte toma
ciência da decisão que determina a prática do ato. Esse momento da ciência pode se
dar através:
• De intimação.
• De audiência na qual a parte seja cientificada do ato.
• Do dia em que a parte manifestar ciência do ato nos autos.
OBS.: Juízes também possuem prazo para a prática de seus atos. Porém, o
descumprimento dos prazos pelo Juiz não acarreta a impossibilidade de sua prática
posteriormente, pois não existe “preclusão pro judicato”.
11 CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
CITAÇÃO
Conceito - A citação é o ato pelo qual se chama o réu para participar do processo que
em face dele foi movido.
Modalidades
Citação pessoal
Em regra, se faz mediante MANDADO DE CITAÇÃO.
O mandado deverá conter:
• O nome do juiz
• O nome do querelante nas ações iniciadas por queixa
• O nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos
• A residência do réu, se for conhecida
• O fim para que é feita a citação
• O juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer
• A subscrição do escrivão e a rubrica do juiz
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OBS.: Caso o citando resida em local não abrangido pela jurisdição do Juiz em que
tramita o processo, será citado por CARTA PRECATÓRIA.
A precatória deve indicar:
• O juiz deprecado e o juiz deprecante
• A sede da jurisdição de um e de outro
• O fim para que é feita a citação, com todas as especificações
• O juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparece
E se o Juízo deprecado verificar que o réu não reside em sua localidade? Neste
caso:
• Deverá encaminhar ao Juízo competente, se houver tempo para realizar-se a
citação (caráter itinerante da carta precatória)
• Deverá devolver a precatória ao Juízo deprecante, caso não haja mais tempo
para realizar-se a citação
CITAÇÃO FICTA
Citação por hora certa
Cabimento – Quando o réu se oculta para não ser citado
Regramento – Segue a regulamentação do processo civil
Revelia – Se o réu não constituir defensor nem apresentar resposta, o Juiz nomeará
defensor para apresentar a resposta, e o processo segue.
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a produção antecipada de provas e decretar a prisão preventiva. EXCEÇÃO: Não se
aplica tal previsão (suspensão) aos crimes de lavagem de capitais.
OBS.: Prazo prescricional fica suspenso por quanto tempo? STF possui julgados
antigos no sentido de que fica por prazo indeterminado. STJ entende que o período de
suspensão será calculado com base na pena máxima em abstrato (súmula 415 do STJ).
Por mandado
Por carta
CITAÇÃO rogatória
INTIMAÇÕES
Conceito - As intimações são várias durante o processo, e ocorrerão sempre que for
necessário dar ciência a alguém da prática de um ato processual.
Intimação pessoal:
• Defensor Público
• MP
• Defensor nomeado (advogado dativo)
Intimação por publicação no órgão oficial:
• Defensor constituído
• Advogado do querelante
• Assistente de acusação
OBS.: Intimação por precatória – A expedição da precatória não suspende o processo.
Basta a intimação da defesa acerca da expedição da precatória, não sendo necessária
a intimação da defesa para ciência da data da audiência agendada no Juízo deprecado
(súmula 273 do STJ). EXCEÇÃO: Súmula 273 do STJ não se aplica quando o acusado
é defendido pela Defensoria Pública e há sede da DP no Juízo deprecado.
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12 SENTENÇA
Requisitos formais
(i) Relatório – Resumo do que foi o processo até então
(ii) Fundamentação – Exposição dos fundamentos em que se baseou o Juiz para
tomar a decisão.
OBS.: Jurisprudência vem aceitando e chamada “motivação ad relationem”, que é
aquela na qual um órgão do Judiciário se remete à decisão proferida por outro para
fundamentar a sua.
(iii) Dispositivo – É a parte da sentença na qual o Juiz expressa sua decisão,
condenando ou absolvendo o réu com base na fundamentação anteriormente exposta.
(iv) Autenticação – É a parte da sentença consistente na data e assinatura do Juiz.
Para a Doutrina e Jurisprudência majoritária, a ausência de ASSINATURA torna a
sentença inexistente. Há entendimentos em contrário, no sentido de que seria
MERA IRREGULARIDADE, podendo o Juiz, posteriormente, colocar sua assinatura.
Sentença absolutória
Conceito - É a sentença que julga improcedente a acusação, absolvendo o réu.
Efeitos:
• Imediata colocação do réu em liberdade, caso preso
• Levantamento do sequestro incidente sobre bens do acusado
• Cancelamento da hipoteca legal e do arresto determinados sobre o
patrimônio ilícito do acusado
• Restituição integral da fiança eventualmente paga
• Impede a propositura de ação civil de indenização pelo fato (ação civil
ex delicto) quando a absolvição: a) se fundar na presença de excludente de
ilicitude; b) Ficar comprovado que o réu não concorreu para o fato ou que o fato
não existiu.
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ATENÇÃO! Sentença absolutória imprópria: aquela que se aplica àqueles que eram
inimputáveis no momento do fato. Neste caso, o réu é absolvido, mas aplica-se medida
de segurança.
Efeitos extrapenais
Genéricos
Incidem sobre toda e qualquer condenação, estando previstos no art. 91 do CP. São
automáticos.
Específicos
Recaem apenas sobre condenações relativas a determinados crimes, e não a todos os
crimes em geral, estando previstos no art. 92 do CP. Não são automáticos, de forma
que o Juiz deve fazer constar expressamente na sentença.
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PRINCÍPIO DA INÉRCIA. Assim, é vedado ao Juiz proferir sentença ultra, citra e
extra-petita. O princípio da congruência retira seu fundamento de outro princípio, o
princípio da CONSUBSTANCIAÇÃO, segundo o qual o acusado se defende dos
FATOS QUE LHE SÃO IMPUTADOS, de forma que uma sentença que extrapole estes
limites, além de violar o princípio da INÉRCIA, viola, ainda, os princípios do
contraditório e da ampla defesa.
Emendatio libelli
Este instituto possibilita ao Juiz, sem alterar a descrição dos fatos, alterar a
“capitulação legal” do fato descrito na denúncia.
OBS: Se, em razão disso, o Juiz reconhecer sua incompetência, deverá remeter os
autos ao Juízo competente.
OBS.: Se verificar que há possibilidade de suspensão condicional do processo, deverá
remeter os autos ao MP, para que verifique se é o caso de oferecimento da proposta.
Mutatio libelli
Conceito - Aqui não há mera alteração da definição jurídica do fato, mas alteração da
definição jurídica do fato em razão do surgimento de novas provas em relação a
fatos que não estavam previstos inicialmente na peça inicial acusatória.
Regramento:
• O membro do MP deve aditar a denúncia, em 05 dias
• Se o membro do MP não aditar, o Juiz envia o caso ao Chefe do MP, que decidirá
• Havendo o aditamento, o defensor do acusado será ouvido em 05 dias
• Admitido o aditamento, o Juiz reiniciará a instrução processual
• Após o aditamento, cada parte poderá arrolar até 03 testemunhas
OBS.: Só se aplica a mutatio libelli na primeira instância (súmula 453 do STF).
Intimação da sentença
• Querelante ou assistente – serão intimados pessoalmente OU na pessoa de
seu advogado. Se nenhum deles for encontrado a intimação será feita mediante
edital.
• Réu preso – pessoalmente
• Réu solto com defensor constituído – pessoalmente (ou por edital, caso não
encontrado) OU ao defensor constituído (STJ)
• Réu solto com defensor nomeado pelo Juízo – pessoalmente ou por edital,
caso não encontrado (além da intimação do defensor nomeado).
• MP – Pessoalmente, sempre.
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13 QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
As questões e processos incidentes são situações que aparecem no curso do
processo e devem ser resolvidas pelo Juiz. Não são relativas ao mérito da
demanda e podem ou não prejudicar a análise do mérito.
EXCEÇÕES
Meios de defesa indireta. Não impugnam o mérito da causa. São autuadas em apartado.
Não possuem, em regra, efeito suspensivo. Podem ser:
• Peremptórias – Se julgadas procedente, extinguem o processo (Ex.: Coisa
julgada e litispendência)
• Dilatórias – Se julgadas procedentes, apenas retardam o curso do
processo (Ex.: Exceção de suspeição e incompetência)
Exceção de suspeição
Busca afastar do processo o Juiz cuja imparcialidade aparenta estar sob ameaça. A
suspeição só pode ser arguida até a sentença.
Rito
• Apresentada a exceção, se o Juiz a acolher, deverá se afastar do processo,
remetendo os autos ao Juiz que o deva substituir.
• Caso não reconheça sua suspeição, deverá determinar a autuação em apartado
e ele mesmo, o próprio Juiz, apresentar RESPOSTA ESCRITA em 03 dias,
remetendo os autos em 24h ao Tribunal, para julgamento.
OBS.: Aplica-se a exceção de suspeição ao membro do MP, aos serventuários, aos
auxiliares da Justiça e aos Jurados.
OBS.: A exceção de impedimento segue o mesmo procedimento da exceção de
suspeição.
OBS.: A autoridade policial não está sujeita à exceção de suspeição, mas
podem e devem se declarar suspeitas quando ocorrerem as hipóteses legais.
Exceção de incompetência
Esta exceção se aplica apenas à incompetência relativa. As incompetências absolutas
dispensam a arguição por exceção (podem ser arguidas como preliminar de defesa).
Pode ser oposta verbalmente ou por escrito, no prazo da defesa. Se o próprio Juiz
reconhecer sua incompetência, de ofício, remeterá os autos ao Juízo competente.
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• Igualdade de partes
• Igualdade de fatos imputados
• Igualdade de pedidos
Questões prejudiciais
Características:
• Anterioridade lógica – A questão prejudicial é uma condição prévia à
análise do mérito.
• Necessariedade – A análise da questão deve ser necessária, indispensável
para que se possa analisar a TIPICIDADE da conduta que é o mérito do
processo penal.
• Autonomia – A questão prejudicial pode ser discutida em outro processo,
ou seja, fora do processo criminal.
Podem ser:
• Totais ou parciais
• Penais (homogêneas) ou extrapenais (heterogêneas)
OBS.: As heterogêneas podem ser:
• Devolutivas absolutas – Suspensão obrigatória do processo
• Devolutivas facultativas – Suspensão facultativa do processo
Conflito de jurisdição
Dois ou mais Juízes pretendem (positivo) ou se recusam a (negativo) atuar em
determinado processo.
Uma vez instaurado o conflito:
• Caso seja NEGATIVO - O processo ficará necessariamente SUSPENSO e será
analisado nos próprios autos do processo principal.
• Caso seja POSITIVO – O processo não necessariamente ficará suspenso,
embora o relator possa suspendê-lo, e correrá em AUTOS PRÓPRIOS.
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• Quando se tratar de instrumentos do crime, cujo fabrico, uso, porte, alienação
ou detenção constitua fato ilícito.
• Quando se tratar de produto ou proveito do crime (obviamente, não será
devolvido ao infrator, mas deverá ser devolvido ao dono, caso seja pessoa
conhecida).
• Quando houver dúvida sobre o legítimo direito daquele que reclama a
restituição da coisa apreendida - Deve ser instaurado o INCIDENTE de
restituição.
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
• SEQUESTRO DE BENS IMÓVEIS – Deve ser ajuizado perante o juízo criminal,
com vistas à INDISPONIBILIDADE dos bens imóveis do investigado ou acusado,
ou que estejam em nome de terceiros, mas tenham sido adquiridos com o
proveito da infração penal.
• HIPOTECA LEGAL – DIREITO REAL DE GARANTIA, incidindo sobre o patrimônio
do próprio réu, não podendo atingir terceiros. Recairá sobre bens imóveis e
poderá atingir tanto o patrimônio obtido de forma lícita quanto o obtido de
forma ilícita.
• ARRESTO PREVENTIVO – Trata-se de uma medida prévia à hipoteca legal,
tendo natureza pré-cautelar, cuja finalidade é tornar os bens do indiciado
INDISPONÍVEIS enquanto tramita o requerimento de hipoteca legal (que
é demorado).
• ARRESTO – Não tem relação com o arresto preventivo, e se parece com a
hipoteca legal, mas refere-se a bens MÓVEIS, de origem lícita, pertencentes
ao réu.
• ALIENAÇÃO ANTECIPADA – Aplicável a todas as hipóteses de medidas
assecuratórias. Tem por finalidade a PRESERVAÇÃO DO VALOR DOS BENS,
sempre que: (a) Estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou
depreciação; (b) Houver dificuldade para sua manutenção.
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INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL
Quando o Juiz tiver dúvidas acerca da capacidade mental do réu.
Instauração - Pode ser instaurado de ofício ou mediante representação da autoridade
policial, requerimento do MP, do defensor, do réu, seu curador ou parentes.
OBS.: O incidente de insanidade mental pode ser instaurado no curso do inquérito
(neste caso não suspende o IP) ou no curso do processo (suspende o processo).
Objeto - A perícia realizada no acusado/investigado deverá apontar as condições
mentais do indivíduo em dois momentos:
a) na época do fato
b) atualmente
Conclusões:
No curso do processo:
• Normalidade na época do fato e normalidade atual – O incidente é apensado
ao processo principal, que segue seu curso.
• Normalidade na época do fato e incapacidade mental atual – O processo deve
permanecer suspenso até que o acusado se restabeleça ou ocorra a extinção da
punibilidade.
• Incapacidade mental à época do fato – O incidente é apensado ao processo
principal, que prosseguirá sendo o réu assistido por um curador.
No curso do IP:
• O IP finaliza antes do término do incidente – O Juiz, caso receba a denúncia,
determinará a suspensão do processo até o término do incidente.
• O incidente finaliza antes do término do IP – O incidente será remetido a Juízo,
aguardando eventual ajuizamento da inicial acusatória.
Conceito de prova - Elemento produzido pelas partes ou mesmo pelo Juiz, visando à
formação do convencimento deste (Juiz) acerca de determinado fato.
Objeto de prova - O fato que precisa ser provado para que a causa seja decidida, pois
sobre ele existe incerteza. Em regra, só os fatos são objeto de prova (Exceção: direito
municipal, estadual ou estrangeiro, pois a parte que alega deve provar-lhes o teor e a
vigência).
Fatos que independem de prova:
• Fatos evidentes
• Fatos notórios
• Presunções legais
• Fatos inúteis
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Classificação das provas
▪ Provas diretas – Aquelas que provam o próprio fato, de maneira direta.
▪ Provas indiretas – Aquelas que não provam diretamente o fato, mas por uma
dedução lógica, acabam por prová-lo.
▪ Provas plenas – Aquelas que trazem a possibilidade de um juízo de certeza
quanto ao fato que buscam provar, possibilitando ao Juiz fundamentar sua
decisão de mérito em apenas uma delas, se for o caso.
▪ Provas não-plenas – Apenas ajudam a reforçar a convicção do Juiz,
contribuindo na formação de sua certeza, mas não possuem o poder de formar
a convicção do Juiz, que não pode fundamentar sua decisão de mérito apenas
numa prova não-plena.
▪ Provas reais – Aquelas que se baseiam em algum objeto, e não derivam de uma
pessoa.
▪ Provas pessoais – São aquelas que derivam de uma pessoa.
▪ Prova típica – Seu procedimento está previsto na Lei.
▪ Prova atípica – Duas correntes: a.1) É somente aquela que não está prevista
na Legislação (este conceito se confunde com o de prova inominada); a.2) É tanto
aquela que está prevista na Lei, mas seu procedimento não, quanto aquela em
que nem ela nem seu procedimento estão previstos na Legislação.
▪ Prova anômala – É a prova típica, só que utilizada para fim diverso daquele
para o qual foi originalmente prevista.
▪ Prova irritual – É aquela em que há procedimento previsto na Lei, só que este
procedimento não é respeitado quando da colheita da prova.
▪ Prova “fora da terra” – É aquela realizada perante juízo distinto daquele
perante o qual tramita o processo.
▪ Prova crítica – É utilizada como sinônimo de “prova pericial”.
OBS.: PROVA EMPRESTADA - É aquela que, tendo sido produzida em outro processo,
vem a ser apresentada no processo corrente, de forma a também neste produzir os
seus efeitos. A Doutrina e a Jurisprudência, entretanto, exigem que a prova emprestada
tenha sido produzida em processo que envolveu as mesmas partes (identidade de
partes) e tenha sido submetida ao contraditório.
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Princípios que regem a produção probatória
▪ Princípio do contraditório – Todas as provas produzidas por uma das partes
podem ser contraditadas (contraprova) pela outra parte;
▪ Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova) – A prova é
produzida por uma das partes ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada
aos autos, deixa de pertencer àquele que a produziu, passando a ser parte
integrante do processo, podendo ser utilizada em benefício de qualquer das
partes.
▪ Princípio da oralidade – Sempre que for possível, as provas devem ser
produzidas oralmente na presença do Juiz. Subprincípio da concentração –
Sempre que possível as provas devem ser concentradas na audiência.
Subprincípio da publicidade – Os atos processuais não devem ser praticados de
maneira secreta, sendo vedado ao Juiz apresentar obstáculos à publicidade dos
atos processuais.
Subprincípio da imediação – o Juiz, sempre que possível, deve ter contato físico
com a prova, no ato de sua produção, a fim de que melhor possa formar sua
convicção.
▪ Princípio da autorresponsabilidade das partes – As partes respondem pelo
ônus da produção da prova acerca do fato que tenham de provar.
▪ Princípio da não auto-incriminação (ou Nemo tenetur se detegere) – Por
este princípio entende-se a não obrigatoriedade que a parte tem de produzir
prova contra si mesma.
Ônus da prova
Encargo conferido a uma das partes referente à produção probatória relativa ao fato
por ela alegado.
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Na produção de provas após iniciada a fase de instrução do processo – Para
dirimir dúvida sobre ponto relevante (busca da verdade real). Não se exige a
cautelaridade da medida.
Provas ilegais
Provas ilícitas - São consideradas provas ilícitas aquelas produzidas mediante violação
de normas de direito material (normas constitucionais ou legais). Ex.: Prova obtida
mediante tortura.
Provas ilícitas por derivação - São aquelas provas que, embora sejam lícitas em sua
essência, derivam de uma prova ilícita, daí o nome “provas ilícitas por derivação”. Ex.:
Prova obtida mediante depoimento válido. Contudo, só se descobriu a testemunha em
razão de uma interceptação telefônica ilegal. Poderá ser utilizada no processo se
ficar comprovado que:
▪ Não havia nexo de causalidade entre a prova ilícita e a prova derivada
▪ Embora havendo nexo de causalidade, a derivada poderia ter sido obtida por
fonte independente ou seria, inevitavelmente, descoberta pela autoridade.
Provas ilegítimas - São provas obtidas mediante violação a normas de caráter
eminentemente processual, sem que haja nenhum reflexo de violação a normas
constitucionais.
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▪ Prova decorrente de violação à norma processual de caráter relativo
(nulidade relativa) - poderá ser utilizada, desde que não haja impugnação à
sua ilegalidade ou tenha sido sanada a irregularidade em tempo oportuno.
15 PROVAS EM ESPÉCIE
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INTERROGATÓRIO DO RÉU
Conceito - O ato mediante o qual o Juiz procede à oitiva do acusado acerca do fato
que lhe é imputado. Modernamente, é considerado como UM DIREITO SUBJETIVO
DO ACUSADO, pois se entende que faz parte do seu direito à defesa pessoal.
Natureza - Atualmente, se entende que o interrogatório é meio de prova e meio de
defesa do réu.
Momento – Deve ser o último ato da instrução processual.
Algumas leis especiais estabelecem que o interrogatório deva ser realizado em
outro momento, como acontece na Lei de Drogas, que prevê o interrogatório
como primeiro ato da instrução. O STF passou a entender que mesmo nos
casos de procedimentos especiais, que estabeleçam de forma diversa, o
interrogatório do acusado deve sempre ser o último ato da instrução. Tal
entendimento só tem aplicabilidade a partir da publicação da ata do referido
julgamento (11.03.2016), sendo válidos os interrogatórios realizados até esta
data.
Características
1) Obrigatoriedade – Basta a intimação do réu. Se ele não quiser comparecer, não
está obrigado. Parte da Doutrina sustenta que ele estaria obrigado a comparecer para,
pelo menos, responder às perguntas sobre sua qualificação.
2) Ato personalíssimo do réu - Somente o réu pode prestar seu depoimento, não
podendo ser tomado seu interrogatório mediante procuração.
3) Oralidade - Em regra, o interrogatório deve se dar mediante formulação de
perguntas e apresentação de respostais orais. No entanto, isso sofre mitigação no caso
de surdos, mudos, surdos-mudos e estrangeiros.
4) Publicidade - Em determinados casos, pode o Juiz determinar a limitação
da publicidade do ato.
5) Individualidade - Se existirem dois ou mais réus, o CPP determina que cada um
seja ouvido individualmente (art. 191 do CPP), não podendo, inclusive, que um
presencie o interrogatório do outro.
6) Faculdade de formulação de perguntas pela acusação e pela defesa - O Juiz
deve permitir que, após a realização de suas perguntas, cada parte (primeiro a
acusação, depois a defesa), formulem perguntas ao interrogando, caso queiram.
Permanece o sistema presidencialista: as perguntas são formuladas ao Juiz, que
as direciona ao interrogando, podendo, inclusive, indeferir as perguntas que forem
irrelevantes ou impertinentes, ou, ainda, aquelas que já tenham eventualmente sido
respondidas. OBS.: No julgamento dos processos do Júri, as perguntas serão realizadas
diretamente pela acusação e pela defesa ao interrogando (art. 474, § 1° do CPP). Já
as perguntas feitas eventualmente pelos jurados seguem o sistema presidencialista
(art. 474, § 2° do CPP).
Procedimento
Presença do defensor - O interrogatório do réu será realizado obrigatoriamente na
presença de seu advogado, sendo-lhe assegurado o direito de entrevista prévia e
reservada com este.
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Direito ao silêncio - No interrogatório o réu terá direito, ainda, a ficar em silêncio
(não se aplica à etapa de qualificação do acusado). O silêncio não importa confissão
e não pode ser interpretado em prejuízo da defesa. Essa garantia deve ser
informada ao acusado antes do seu interrogatório. A ausência dessa advertência gera
nulidade RELATIVA (STJ).
Etapas - Possui duas fases. Na primeira o réu responde às perguntas sobre sua
pessoa (art. 187, § 1° do CPP). Na segunda parte, responde às perguntas acerca do
fato (art. 187, § 2° do CPP). Antes disso, porém, existe a etapa de QUALIFICAÇÃO do
acusado.
Segundo interrogatório? É possível, a qualquer tempo, de ofício ou a
requerimento das partes, não importando se se trata do mesmo Juiz que anteriormente
interrogou o réu.
CONFISSÃO
Conceito - Meio de prova através do qual o acusado reconhece a prática do fato que
lhe é imputado.
Requisitos:
Requisitos intrínsecos:
▪ Verossimilhança das alegações do réu aos fatos,
▪ A clareza do réu na exposição dos motivos,
▪ Coincidência com o que apontam os demais meios de prova
Requisitos extrínsecos (ou formais):
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▪ Pessoalidade - Não se pode ser feita por procurador
▪ Caráter expresso - Não se admite confissão tácita no Processo Penal, devendo
ser manifestada e reduzida a termo
▪ Oferecimento perante o Juiz COMPETENTE
▪ Espontaneidade - Não pode ser realizada sob coação
▪ Capacidade do acusado para confessar - Deve estar no pleno gozo das
faculdades mentais
OBS.: Não possui valor absoluto, devendo ser valorada pelo Juiz da maneira que
reputar pertinente.
Retratação e divisibilidade - A confissão é retratável e divisível:
▪ Retratável - Porque o réu pode, a qualquer momento, voltar atrás e retirar a
confissão.
▪ Divisível - Porque o Juiz pode considerar válida a confissão em relação a apenas
algumas de suas partes, e falsa em relação a outras.
OBS.: O STF entende que se o réu se retrata em Juízo da confissão feita em sede
policial, não será aplicada a atenuante genérica da confissão, salvo se, mesmo diante
da retratação, a confissão em sede policial foi levada em consideração para a
sua condenação.
OBS.: A confissão qualificada também gera aplicação da atenuante genérica.
OITIVA DO OFENDIDO
Conceito - Permite ao magistrado ter contato efetivo com a pessoa que mais sofreu
as consequências do delito, de forma a possibilitar o mais preciso alcance de sua
extensão.
Natureza – O ofendido NÃO É TESTEMUNHA, pois testemunha é um terceiro que não
participa do fato. O ofendido participa do fato, na qualidade de sujeito passivo.
OBS.: Pode ser conduzido coercitivamente para prestar suas declarações.
OBS.: Caso preste depoimento falso, NÃO responde por falso testemunho, pois não é
testemunha (STJ - AgRg no REsp 1125145/RJ)
A vítima tem direito ao silêncio? Prevalece que sim, mas é controvertido.
PROVA TESTEMUNHAL
Espécies
• Testemunha referida – É aquela que, embora não tenha sido arrolada por
nenhuma das partes, foi citada por outra testemunha em seu depoimento.
• Testemunha judicial – É aquela que é inquirida pelo Juiz sem ter sido arrolada
por qualquer das partes.
• Testemunha própria – É aquela que presta depoimento sobre o fato objeto da
ação penal, podendo ser direta (quando presenciou o fato) ou indireta (quando
apenas ouviu dizer sobre os fatos).
• Testemunha imprópria (ou instrumental) – É aquela que não depõe sobre o
fato objeto da ação penal, mas sobre outros fatos que nela possuem influência.
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• Testemunha compromissada – é aquela que está sob compromisso, nos termos
do art. 203 do CPP.
• Testemunha não compromissada (ou informante) – Prevista no art. 208 do
CPP, é aquela que está dispensada do compromisso de dizer a verdade, em razão
da presunção de que suas declarações são suspeitas.
O número de testemunhas será definido para cada fato. Além disso, esse é o
número para cada réu.
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Arguição de defeito - A arguição de defeito é a indicação de suspeição
(parcialidade) de uma testemunha. Juiz é obrigado a excluir a testemunha? NÃO!
Apenas ficará atento para não dar valor “demais” ao depoimento desta testemunha
suspeita.
Falso testemunho
E se o Juiz verificar que uma das testemunhas praticou falso testemunho?
Deverá encaminhar cópia do depoimento ao MP ou à autoridade policial.
Réu x testemunha
O Juiz pode determinar que o réu seja retirado da sala onde a testemunha irá depor,
se verificar que a sua presença pode constranger a testemunha, sempre
fundamentando sua decisão. OBS.: O réu pode até ser retirado da sala onde
testemunha presta depoimento, mas O ATO NUNCA PODERÁ SER REALIZADO SEM
A PRESENÇA DO SEU DEFENSOR.
Procedimento
▪ Primeiro as testemunhas de acusação, facultando às partes (primeiro a
acusação e depois a defesa) formular perguntas.
▪ Após, ouvirá as testemunhas de defesa, adotando igual procedimento.
E se não for respeitada esta ordem? NULIDADE RELATIVA.
Embora esta ordem seja a regra, existem exceções:
▪ Testemunhas ouvidas mediante carta precatória ou rogatória
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▪ Testemunhas que estejam doentes, ou precisem se ausentar, e haja
necessidade de serem ouvidas desde logo, sob pena de perecimento
da prova.
Formulação de perguntas
Aqui o CPP determina que as partes formulem perguntas diretamente às
testemunhas (sistema do cross examination), podendo Juiz não as admitir quando
a pergunta for irrelevante, impertinente, repetida ou puder induzir resposta.
Regras especiais
• O militar deverá ser ouvido mediante requisição à sua autoridade superior
• O funcionário público será intimado (notificado) pessoalmente, como as
demais testemunhas, mas deve ser requisitado, também, ao chefe da
repartição
• O preso será intimado (notificado) também pessoalmente, mas será
expedida, também, requisição ao diretor do estabelecimento prisional.
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ACAREAÇÃO
Conceito – É o ato pelo qual duas pessoas, que prestaram informações divergentes,
são colocadas “frente a frente”. Fundamenta-se no constrangimento. Pode ser realizada
tanto na fase de investigação quanto na fase processual.
Mas quem pode ser acareado? Podem ser acareados testemunhas, acusados e
ofendidos, entre si (ex.: acusado x acusado) ou uns com os outros (ex.: ofendido x
testemunha).
OBS.: A acareação também pode ser feita mediante carta precatória (acaba
descaracterizando a natureza da acareação).
PROVA TESTEMUNHAL
Conceito de documento - Quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
particulares. A fotografia do documento, devidamente autenticada, tem o mesmo valor
do original.
Momento - Pode ser produzida a qualquer tempo pelas partes, salvo nos casos em
que a lei expressamente veda sua produção fora de um determinado momento.
Produção pelo Juiz - O Juiz também pode determinar a produção de prova
documental, se tiver notícia de algum documento importante.
Valor probante - Os documentos, como qualquer prova, possuem o valor que o Juiz
lhes atribuir. Entretanto, alguns documentos, em razão da pessoa que os confeccionou,
possuem, inegavelmente, maior valor. Os instrumentos públicos (produzidos pela
autoridade pública competente) fazem prova:
▪ Dos fatos ocorridos na presença da autoridade que o elaborou
▪ Das declarações de vontade emitidas na presença da autoridade que lavrou o
documento
▪ Dos fatos e atos nele documentados
Os instrumentos particulares, assinados pelas partes e por duas testemunhas,
provam as obrigações firmadas entre elas. Essa eficácia não alcança terceiros.
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INDÍCIOS
Conceito - Elementos de convicção cujo valor é inferior, pois NÃO PROVAM o fato
que se discute, mas provam outro fato, a ele relacionado, que faz INDUZIR que o fato
discutido ocorreu ou não.
BUSCA E APREENSÃO
Conceito - Em regra, a busca e apreensão é um meio de prova. Entretanto, pode ser
um meio de assegurar direitos (Ex.: arresto de um bem para garantir a reparação civil).
Momento - A Busca e apreensão pode ocorrer na fase judicial ou na fase de
investigação policial. Pode ser determinada de ofício ou a requerimento do MP, do
defensor do réu, ou representação da autoridade policial.
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Execução - Mesmo com autorização judicial, a diligência só poderá ser realizada
durante o dia.
Conceito de dia – Há divergência doutrinária e jurisprudencial. Na jurisprudência
prevalece o conceito físico-astronômico: dia é o lapso de tempo entre o nascer
(aurora) e o pôr-do-sol (crepúsculo).
Conceito de casa – Qualquer:
• Compartimento habitado
• Aposento ocupado de habitação coletiva
• Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.
OBS.: Assim, não é necessário que se trate de local destinado à moradia, podendo ser,
por exemplo, um escritório ou consultório particular. A inexistência de obstáculos
(ausência de cerca ou muro, por exemplo), não descaracteriza o conceito.
OBS.: Os veículos, em regra, não são considerados domicílio, salvo se representarem
a habitação de alguém (Boleia do caminhão, trailer, etc.).
OBS.: Quartos de hotéis, pousadas, motéis, etc., são considerados CASA para estes
efeitos, quando estiverem ocupados.
Busca pessoal
Conceito - A busca pessoal é aquela realizada em pessoas, com a finalidade de
encontrar arma proibida ou determinados objetos
OBS.: Poderá ser determinada pela autoridade policial e seus agentes, ou pela
autoridade judicial.
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Requisitos - Deve se basear em FUNDADAS SUSPEITAS de que o indivíduo se encontre
em alguma das hipóteses previstas no CPP.
Busca pessoal em mulher - O CPP determina que a busca pessoal em mulher será
realizada por outra mulher, se não prejudicar a diligência:
16 PRISÕES CAUTELARES
Conceito - Trata-se de uma medida de NATUREZA CAUTELAR (cautela = cuidado,
a fim de se evitar um prejuízo), cuja finalidade pode ser garantir o regular
desenvolvimento da instrução processual, a aplicação da lei penal ou, nos casos
expressamente previstos em lei, evitar a prática de novas infrações penais.
Espécies
Prisão em flagrante
Natureza - A prisão em flagrante é uma modalidade de prisão cautelar que tem
como fundamento a prática de um fato com aparência de fato típico. Possui natureza
administrativa, pois não depende de autorização judicial para sua realização.
Sujeitos – A prisão em flagrante pode ser efetuada por:
▪ Qualquer do povo (facultativamente)
▪ A autoridade policial e seus agentes (obrigatoriamente)
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Prisão em flagrante em situações especiais
Crimes habituais - Não cabe prisão em flagrante, pois o crime não se consuma
em apenas um ato, exigindo-se uma sequência de atos isolados para que o fato seja
típico (maioria da Doutrina e da Jurisprudência). Parte minoritária, no entanto, entende
possível, se quando a autoridade policial surpreender o infrator praticando um
dos atos, já se tenha prova inequívoca da realização dos outros atos necessários
à caracterização do fato típico (Minoritário). Há decisões jurisprudenciais nesse
último sentido (possível, desde que haja prova da habitualidade).
Crimes permanentes - O flagrante pode ser realizado em qualquer momento
durante a execução do crime, logo após ou logo depois.
Crimes continuados - Por se tratar de um conjunto de crimes que são tratados como
um só para efeito de aplicação da pena, pode haver flagrante quando da
ocorrência de qualquer dos delitos.
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▪ Ouvir as testemunhas
▪ Ouvir a vítima, se for possível
▪ Ouvir o preso (Interrogatório)
OBS.: A ausência de testemunhas não impede a lavratura do APF. Neste caso, deverão
assinar o APF, junto com o condutor, duas pessoas que tenham presenciado a
apresentação do preso à autoridade.
Prisão preventiva
Conceito - A prisão preventiva é o que se pode chamar de prisão cautelar por
excelência, pois é aquela que é determinada pelo Juiz no bojo do Processo Criminal
ou da Investigação Policial, de forma a garantir que seja evitado algum prejuízo.
Decretação, revogação e substituição - O Juiz pode, a qualquer momento, revogar
a decisão, decretar novamente a preventiva ou substituí-la por outra medida,
desde que entenda que tais medidas são as mais adequadas na situação (sempre de
maneira fundamentada).
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▪ A requerimento do MP
▪ Por representação da autoridade policial
▪ A requerimento do querelante ou do assistente de acusação
Cabimento
Pressupostos (fumus comissi delicti)
• Prova da materialidade do delito (existência do crime)
• Indícios suficientes de autoria
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▪ Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não
fornecer elementos suficientes para esclarecer a dúvida, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra
hipótese recomendar a manutenção da prisão.
Prisão temporária
Conceito - A prisão temporária é uma modalidade de prisão cautelar que não se
encontra no CPP, estando regulamentada na Lei 7.960/89. Esta Lei não sofreu
alteração pela Lei 12.403/11. Possui prazo certo e só pode ser determinada DURANTE
A INVESTIGAÇÃO POLICIAL.
Cabimento – A prisão temporária só pode ser determinada quando da investigação de
determinados delitos:
▪ Homicídio doloso
▪ Sequestro ou cárcere privado
▪ Roubo
▪ Extorsão
▪ Extorsão mediante sequestro
▪ Estupro e estupro de vulnerável
▪ Rapto violento (crime revogado)
▪ Epidemia com resultado de morte
▪ Envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte
▪ Quadrilha ou bando (atualmente chamado de associação criminosa)
▪ Genocídio
▪ Tráfico de drogas
▪ Crimes contra o sistema financeiro
▪ Crimes previstos na Lei de Terrorismo
▪ Quaisquer crimes hediondos ou equiparados (não constam expressamente na Lei
7.960/89)
Mas basta que se trata de um destes delitos? Não, é necessário que esteja
presente um dos requisitos previstos nos incisos I e II do art. 1º:
▪ Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; ou
▪ Quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade
Legitimados
A prisão temporária pode ser decretada:
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▪ A requerimento do MP
▪ Por representação da autoridade policial
OBS.: Não pode ser decretada de ofício pelo Juiz. Também não pode ser prorrogada de
ofício.
Prazo
O prazo é, em regra, de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco dias. Em se tratando
de crime hediondo ou equiparado, o prazo é de trinta dias, prorrogáveis por mais 30
dias.
PRAZO DA PRISÃO TEMPORÁRIA
REGRA 05 + 05
CRIMES HEDIONDOS, TORTURA, 30 +30
TRÁFICO E TERRORISMO
Tópicos importantes
▪ Findo o prazo da temporária, o preso deverá ser colocado em liberdade
(independentemente de ordem judicial), salvo se o Juiz decretar sua prisão
preventiva. O prolongamento ilegal da prisão temporária constitui crime de abuso
de autoridade.
▪ Os presos temporários devam ficar separados dos demais detentos
Pressupostos
▪ Fumus comissi delicti – Prova da materialidade e indícios de autoria
▪ Periculum libertatis – Risco que a liberdade plena do infrator gera (Caso
a medida se mostre insuficiente, deverá ser decretada a preventiva).
Cabimento
Só podem ser aplicadas caso a infração penal cometida seja apenada com pena
privativa de liberdade (e desde que estejam presentes os pressupostos e requisitos).
Aplicação
Podem ser aplicadas ISOLADA OU CUMULATIVAMENTE, podendo ser aplicadas na fase
processual ou pré-processual.
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▪ Na fase processual - Podem ser decretadas ex officio ou a requerimento
das partes.
▪ Na fase pré-processual – Podem ser decretadas por representação da
autoridade policial ou requerimento do MP, mas não podem ser aplicadas
de ofício.
Descumprimento
Caso não seja cumprida a medida cautelar diversa da prisão, poderá o Juiz:
▪ Cumulá-la com outra, mais severa;
▪ Substituí-la por outra; ou
▪ Decretar a prisão preventiva
PRISÃO ESPECIAL
Cabível para determinadas pessoas (Ministros de Estado, Magistrados, Oficiais das
Forças armadas, etc.).
Os presos especiais possuem os mesmos direitos e deveres dos presos comuns.
OBS.: Não podem, entretanto, ser transportados juntamente com os demais presos.
OBS.: O militar, caso preso em flagrante delito, deverá ser recolhido ao quartel da
Instituição à qual pertencer (PM, Exército, Marinha...).
18 PRISÃO DOMICILIAR
Conceito - Alternativa à prisão preventiva, consiste no recolhimento do indivíduo em
sua residência, só podendo sair dela com autorização judicial.
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▪ Gestante – Não mais se exige que seja gestação de alto risco nem que
esteja a partir do 7º mês de gestação.
▪ Mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos
▪ Homem – Quando seja o único responsável pelos cuidados do filho de
até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Fiança
Trata-se de uma medida cautelar que visa a garantir que o réu irá colaborar,
comparecendo a todos os atos do processo, etc.
Arbitramento
A autoridade policial só poderá arbitrar a fiança nos crimes cuja pena máxima não
seja superior a quatro anos.
Caso o crime possua pena máxima superior a 04 anos, a fiança deverá ser requerida
ao Juiz, que a arbitrará em até 48 horas.
OBS.: O MP não será ouvido previamente ao arbitramento da fiança, mas terá
vista dos autos após esse momento.
Valor
Para o arbitramento do valor da fiança deverá a autoridade (autoridade policial ou Juiz)
verificar algumas circunstâncias, como as condições financeiras do acusado, sua vida
pregressa, sua periculosidade, etc.
OBS.: Poderá consistir em dinheiro, metais preciosos, títulos, etc., ou seja, quaisquer
bens que possuam valor econômico:
Inadmissibilidade
▪ Nos crimes de racismo
▪ Nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos
▪ Nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático
▪ Aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 do CPP
▪ Em caso de prisão civil ou militar
▪ Quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva
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E se a fiança for concedida nestes casos? Deverá ser cassada.
CUIDADO! Ainda que não se possa arbitrar fiança, é possível a concessão de liberdade
provisória.
Quebramento da fiança
A fiança será considerada quebrada, em síntese, quando houver:
• Descumprimento da confiança depositada no réu.
• Prática de nova infração penal (crime ou contravenção) dolosa.
Consequências
▪ Perda de METADE do valor da fiança
▪ Possibilidade de o Juiz fixar alguma outra medida cautelar ou decretar a prisão
preventiva
▪ Impossibilidade de prestação de nova fiança no mesmo processo
OBS.: Tanto no caso de perda total quanto no de perda parcial do valor da fiança, o
saldo (após recolhidas as custas processuais e demais encargos aos quais esteja
obrigado o acusado) será recolhido ao FUNDO PENITENCIÁRIO.
Cassação da fiança
▪ Verificar-se que ela foi arbitrada de maneira ilegal -(Ex.: fiança arbitrada para
crime inafiançável ou arbitrada por autoridade incompetente, etc.).
▪ Houver inovação na classificação do delito – Desde que faça com que, de acordo
com a nova classificação, a fiança seja incabível (Ex.: O agente é denunciado por
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homicídio simples, mas depois há o aditamento da denúncia, para passar a
considerar a conduta como homicídio qualificado, que é hediondo e não admite
fiança).
Reforço da fiança
Deverá ser exigido o reforço da fiança em alguns casos:
▪ Quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente
▪ Quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou
caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas
▪ Quando for inovada a classificação do delito (e houver necessidade de
complementar o valor)
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Procedimento para os crimes inafiançáveis
▪ Praticamente idêntico ao rito comum ordinário - ÚNICA DIFERENÇA - A
queixa ou a denúncia deve estar instruída com documento ou justificação que
faça presumir a existência do crime ou “declaração fundamentada da
impossibilidade de apresentação destas provas”. Após, segue o mesmo rito do
procedimento comum ordinário.
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Tópicos importantes
• Ausência de notificação para apresentação de defesa preliminar – Sempre
necessária. Ausência gera Nulidade relativa (STF).
OBS.: STJ - Se a ação penal foi ajuizada após um procedimento
administrativo prévio no qual o acusado teve oportunidade de se
defender, não há nulidade, mas mera irregularidade.
• Funcionário público que possua foro especial por prerrogativa de função
– Se o acusado possui foro por prerrogativa de função, não se aplica o rito
previsto no CPP, aplicando-se o rito previsto na Lei 8.038/90 (Processo nos
Tribunais).
• Ação penal instruída com inquérito policial – O STJ possui entendimento
sumulado (súmula 330) no sentido de que, caso a ação penal seja instruída
inquérito policial é desnecessária a notificação para a apresentação de
resposta preliminar. STF não adota este posicionamento.
21 HABEAS CORPUS
Natureza - Trata-se de um sucedâneo recursal externo. Um instrumento similar
a um recurso, mas não é recurso, pois é uma ação autônoma (um novo processo).
Espécies
▪ Preventivo - Finalidade é preservar a liberdade de qualquer pessoa, quando há
risco de violação a este direito.
▪ Repressivo – Fazer cessar violação à liberdade.
OBS.: Doutrina e Jurisprudência admitem, ainda, uma terceira modalidade de HC, cuja
finalidade é suspender atos processuais ou impugnar procedimentos que possam
importar em prisão futura da pessoa. É o chamado HC TRANCATIVO.
OBS.: Não se admite HC para determinar o trancamento de ação penal ou IP quando
se trata de infração penal em que não há possibilidade de aplicação de pena privativa
de liberdade (súmula 693 do STF).
Sujeitos do HC
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Cabimento
Considera-se ilegal a privação da liberdade quando:
▪ Não houver justa causa;
▪ Alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
▪ Quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
▪ Houver cessado o motivo que autorizou a coação;
▪ Não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
▪ O processo for manifestamente nulo;
▪ Extinta a punibilidade.
_______
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO – PROF. ALI JAHA
- No final do século XIX (entre 1880 e 1900) o Estado começou a ser mais
participativo. Em várias partes do mundo os governos começaram a elaborar
normas protetivas aos trabalhadores;
- Em 1935, nos EUA, é criado o “Social Security Act”, que institui a Previdência
Social para os norte-americanos;
- O marco inicial da Previdência Social no Brasil foi em 1923, com a Lei Eloy
Chaves (LEC), que previa que cada empresa de estradas de ferro deveria criar
e custear parcialmente a sua Caixa de Aposentadoria e Pensão (CAP);
- Com o tempo, a LEC foi expandida para outras empresas. Em suma, foram
criadas inúmeras CAP no Brasil;
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- Em 1966, foi criado o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS),
que unificou todas as IAP. Agora, o Brasil tem apenas uma instituição de
Previdência Social;
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à previdência e à assistência social. De forma mnemônica: Seguridade Social =
Previdência + Assistência Social + Saúde = PAS
06.01. A criação das Contribuições Sociais Residuais se dará por meio de Lei
Complementar;
07. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
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08. As Contribuições Sociais para a Seguridade Social só poderão ser exigidas após
decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, inciso III, alínea “b” da
CF/1988 (Anterioridade Anual).
12. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral (Regime Geral
da Previdência Social - RGPS), de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
Regra Geral:
Homem: 35 anos de Contribuição.
Mulher: 30 anos de Contribuição.
Regra Geral:
Homem: 65 anos de Idade.
Mulher: 60 anos de Idade.
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15. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social.
17.03. Na falta de normas gerais por parte da União, os Estados poderão editar
normais gerais sobre previdência Social (Competência Legislativa Plena), e;
18. A legislação previdenciária é composta de todos os atos legais, atos com força de
lei e atos infralegais que tratam, no todo ou em parte, de assunto correlato ao Direito
Previdenciário.
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Fontes Principais x Fontes Secundárias:
Validade: A lei válida é aquela que foi publicada em diário oficial e encontra-se
inserida no ordenamento jurídico.
Eficácia: A lei eficaz é aquela que produz todos os seus efeitos financeiros.
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Integração: Utilizada quando a norma apresenta uma lacuna em seu texto,
impossibilitando a sua aplicação ao caso concreto.
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05. São Contribuintes Individuais (C):
05.05. A pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de
natureza urbana, com fins lucrativos ou não.
05.09. Aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce
pequena atividade comercial em via pública ou de porta em porta, como
comerciante ambulante, nos termos da Lei n.º 6.586/1978 (Lei do Comerciante
Ambulante).
05.10. O médico residente de que trata a Lei n.º 6.932/1981 (Lei do Médico
Residente). Não confunda:
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Médico Residente Contribuinte Individual
05.11. O árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei n.º
9.615/1998 (Normas Gerais sobre Desporto ou Lei Pelé).
08. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, Estado, Distrito
Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, são
excluídos do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) consubstanciado neste
Regulamento, desde que amparados por Regime Próprio de Previdência Social
(RPPS).
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09.01. A dona de casa.
09.03. O estudante.
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12.04. O proprietário do imóvel, o incorporador ou o dono de obra de
construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta
serviços.
- Até 12m: Após a cessação das contribuições para o RGPS (não exerce mais
atividade remunerada).
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- Companheiro: cessação da união estável sem o direito a prestação de
alimentos.
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Salário de Contribuição CS (%)
Até R$ 1.693,72 8
De R$ 1.693,73 até R$ 2.822,90 9
De R$ 2.822,91 até R$ 5.645,80 11
07.02. 5,0%:
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09. São Contribuições das Empresas:
12. A contribuição devida pela Agroindústria, definida como sendo o PRPJ (Produtor
Rural Pessoa Jurídica) cuja atividade econômica seja a industrialização de produção
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própria ou de produção própria e adquirida de terceiros, incidente sobre o valor da
RBC (receita bruta proveniente da comercialização) da produção, em substituição à
Contribuição Social de 20% sobre a Folha de Salários de Empregados (E) e
Trabalhadores Avulsos (A) é de 2,5% destinados à Seguridade Social, além da
Contribuição GILRAT de 0,1%.
Produtor Rural Pessoa Jurídica: não recolhe Adicional GILRAT, recolhe apenas
GILRAT de 0,1% x RBC.
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Empregador Doméstico: Em adição a cota patronal de 8,0% deve recolher
GILRAT de 0,8% (Lei Complementar n.º 150/2015, Art. 34).
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tratamento e recuperação de viciados em entorpecentes e drogas afins.
Observe a redação atual, dada pela Emenda Constitucional n.º 81/2014:
18.07. 40,0% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil.
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02.03. Para o Contribuinte Individual (C): a remuneração auferida em
uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria,
durante o mês, observado os limites mínimo (salário mínimo) e máximo (teto
do RGPS - atualmente em R$ 5.645,80) previstos na legislação;
03. Memorizar:
Salário de Contribuição:
Segurado: Limite Mínimo: Limite Máximo:
Salário
C Contribuinte Individual: Teto do RGPS.
Mínimo.
Piso Legal,
na falta desse,
A Trabalhador Avulso: Teto do RGPS.
Salário
Mínimo.
Piso Legal,
na falta desse,
D Empregado Doméstico: Teto do RGPS.
Salário
Mínimo.
Piso Legal,
na falta desse,
E Empregado: Teto do RGPS.
Salário
Mínimo.
Salário
F Facultativo: Teto do RGPS.
Mínimo.
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04. Parcelas Integrantes do SC:
Legislação Previdenciária
TCF É SC!
(RFB):
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05.06. As diárias para viagens.
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07. Tabela norteadora para as provas:
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que se tornar devida. Se nesta data não houver expediente, o recolhimento
deverá ser efetuado até o dia útil imediatamente anterior (pagamento
antecipado), e;
03. O contribuinte individual pode trabalhar para uma empresa convencional ou para
uma EBAS, nesses dois casos, poderemos ter as seguintes situações:
CI trabalhando
Regras Legais:
para:
Outro CI
Não haverá retenção.
PRPF
O próprio CI deverá recolher sua contribuição de 11%.
Missão Diplomática
Prazo: dia 15 do mês subsequente (postecipado).
Repartição Consular
Estrangeira
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Não haverá retenção.
Pessoa Física
O próprio CI deverá recolher sua contribuição de 20%.
Organismo Oficial no
Exterior
Prazo: dia 15 do mês subsequente (postecipado).
06. O PRPF (Produtor Rural Pessoa Física) e o Segurado Especial são obrigados a
recolher a contribuição de que trata o Art. 200 do RPS/1999 (Contribuição Social do
PRPF incidente sobre a Receita Bruta de Comercialização) no prazo de até o dia 20,
de forma antecipada, do mês subsequente ao da operação de venda, caso
comercializem a sua produção com adquirente domiciliado no exterior, diretamente,
no varejo, a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro
segurado especial.
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09. A Cooperativa de Trabalho é obrigada a descontar 11,0% do valor da quota
distribuída ao cooperado por serviços por ele prestados, por seu intermédio, a
empresas e 20% em relação aos serviços prestados a pessoas físicas e recolher o
produto dessa arrecadação no dia 20 do mês seguinte ao da competência a que se
referir, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior quando
não houver expediente bancário no dia 20.
12. Decorar:
Recolhimento:
Responsável: Contribuição Social:
Prazo: Forma:
DS do Empregado.
DS do Trabalhador Avulso.
DS do Contribuinte Individual.
Cota Patronal de 20%, em regra.
Contribuição de 15% - Coop. Trab. dia 20
Empresa Antecipado
(execução suspensa pela RSF n.º mês subsequente
10/2016)
Retenção de 11%.
Sobre a Aquisição de Produção de
PRPF.
DS do Empregado. dia 20
EBAS Antecipado
DS do Trabalhador Avulso. mês subsequente
DS do Contribuinte Individual:
- por conta própria.
Contribuinte dia 15
- trabalha para outro CI. Postecipado
Individual mês subsequente
- trabalha para PRPF ou Missão
Diplomática.
Empregador Cota Patronal de 8,0% + 0,8% (SAT). dia 7
Antecipado
Doméstico DS do Empregado Doméstico. mês subsequente
Cooperativa 11% - serviços prestados as empresas. dia 20
Antecipado
de Trabalho 20% - serviços prestados à PF. mês subsequente
dia 20 de
Gratificação Natalina (13.º Salário)
Casos Dezembro
Antecipado
Especiais dia 20
Rescisão de Contrato
mês subsequente
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13. O desconto da contribuição e da consignação legalmente determinado sempre se
presumirá feito, oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador
doméstico, pelo adquirente, consignatário e cooperativa a isso obrigado, não lhes
sendo lícito alegarem qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando os
mesmos diretamente responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar
ou tiverem descontado em desacordo com este Regulamento.
18. O prazo decadencial é o prazo que a Receita Federal do Brasil (RFB) tem para
constituir o crédito tributário referente à Contribuição Social, através do Lançamento
Tributário. Já o prazo prescricional é o prazo que a RFB tem para cobrar esse
crédito do contribuinte (sujeito passivo). Em um esquema bem simples:
Constituição
Fato Cobrança
5 Anos do CT 5 Anos
Gerador (Lançamento)
do CT
Prazo Prazo
Decadencial Prescricional
Multa de Máximo
0,33% a.d.
Mora: 20,0%
Mês de Vencimento: 0%
Juros de
Meses Intermediários: Taxa SELIC
Mora:
Mês de Pagamento: 1,0%
Não atendimento
Casos Normais
de Intimação
Multa de Ofício 75,0% 112,5%
Multa de Ofício
150,0% 225,0%
Duplicada*:
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* Em caso de sonegação, fraude e conluio.
Redução:
Pagamento/Compensação até 30 dias após NL: 50,0%
Pedido de Parcelamento até 30 dias após NL: 40,0%
02. A inscrição não cria nenhum vínculo entre a Previdência Social e o segurado, pois
se trata de um mero ato de natureza administrativa que se opera no âmbito
interno do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), gestor da Previdência Social. A
inscrição é o registro do segurado no RGPS.
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03.04. Para o segurado especial (S) - pela apresentação de documento que
comprove o exercício de atividade rural, e;
04. Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a
previdência social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações.
08. É importante ter em mente que o Período de Carência (PC) não se confunde
com o Tempo de Contribuição (TC). São dois institutos previdenciários distintos.
Por exemplo, o segurado do sexo masculino pode contar com o TC necessário para se
aposentar por tempo de contribuição, que são 35 anos (para os homens), mas não
contar com o PC necessário, que são 180 contribuições mensais.
10. O TC, por sua vez, aceita as contribuições recolhidas em atraso referentes a
períodos anteriores ou posteriores à obrigatoriedade da filiação, ou seja, é possível
fazer o recolhimento de períodos atrasados. Claro que essa regra não vale para
o segurado facultativo, pois seria muito cômodo o indivíduo chegar aos 55 anos de
idade e querer recolher as contribuições devidas a todas as lacunas de sua vida
(períodos em que ficou sem contribuir), na condição de facultativo.
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11.1. Para os benefícios da previdência social, em regra, caso o segurado
tenha perdido a qualidade de segurado, não há necessidade de novo período de
carência (novos recolhimentos) para a utilização do período de carência anterior
a perda a qualidade de segurado.
Auxílio Doença 12
Auxílio Doença Acidentário 0
Auxílio Acidente 0
Auxílio Reclusão 0
Salário Maternidade
10
(Cont. Indiv., Seg. Especial, Facultativa)
Salário Maternidade
0
(Empregada, Doméstica, Avulsa)
Salário Família 0
Reabilitação Profissional 0
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13. Períodos de Carência de forma reordenada e dividida em 4 faixas:
Benefício PC
Aposentadoria por Idade 180
Aposentadoria por Tempo de Contribuição 180
Aposentadoria Especial 180
Salário Maternidade
10
(Cont. Indiv., Seg. Especial, Facultativa)
Aposentadoria Especial.
Aposentadoria por Idade.
4
Aposentadoria por Invalidez.
Aposentadoria por Tempo de Contribuição.
Auxílio Acidente.
Auxílio Doença. 3
Auxílio Reclusão.
Salário Família.
2
Salário Maternidade.
02. Além desses 10 benefícios, temos ainda 2 serviços: Serviço Social e Habilitação e
Reabilitação Profissional.
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não em gozo de Auxílio Doença, for considerado incapaz para o trabalho e
insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa condição.
De imediato (E).
Extinção da Aposentadoria:
Após tantos meses (C, A, D, S, F).
06. A Aposentadoria por Idade, uma vez cumprida a carência de 180 contribuições
mensais exigida, será devida ao segurado que completar 65 anos de idade, se
homem, ou 60, se mulher, reduzidos esses limites para 60 e 55 anos de idade para
os trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, inclusive para os
garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar.
Além disso, a Aposentadoria por Idade para Pessoa com Deficiência ocorre aos 60
anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, independentemente do
grau de deficiência, desde que cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 anos e
comprovada a existência de deficiência durante igual período.
Idade:
Homem 65 anos
Mulher 60 anos
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Mulher Deficiente 55 anos + TC
TC
Homem 35 anos
Mulher 30 anos
Professor 30 anos
Professora 25 anos
Grau da Deficiência:
Grave: Moderada: Leve:
Homem Deficiente 25 anos 29 anos 33 anos
Mulher Deficiente 20 anos 24 anos 28 anos
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10.03. Aposentadoria Especial após 25 anos de serviço: Todos os demais
trabalhos especiais.
TEMPO A MULTIPLICADORES
CONVERTER PARA 15 PARA 20 PARA 25
DE 15 ANOS - 1,33 1,67
DE 20 ANOS 0,75 - 1,25
DE 25 ANOS 0,60 0,80 -
MULTIPLICADORES
TEMPO A
MULHER HOMEM
CONVERTER
(PARA 30) (PARA 35)
DE 15 ANOS 2,00 2,33
DE 20 ANOS 1,50 1,75
DE 25 ANOS 1,20 1,40
14. O Auxílio Doença será devido ao segurado que, após cumprida, quando for o
caso, a carência de 12 contribuições mensais, ficar incapacitado para o seu trabalho
ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.
16. Em regra, não será devido Auxílio Doença ao segurado que se filiar ao RGPS já
portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício,
salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento
dessa doença ou lesão, sendo que nesses casos, será devido o benefício.
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deve ao fato de se tratar de norma constitucional de eficácia limitada, ou
seja, necessita de regulamentação por meio de lei para que seus efeitos
surtam.
17.2. Com o advento da Lei Complementar n.º 150/2015 (Lei das Domésticas),
em 02/06/2015), o direito foi devidamente regulamentado.
24. A Pensão por Morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado,
aposentado ou não, que falecer, a contar da data:
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24.01. Do óbito, quando requerido até 90 dias depois deste;
25. No caso de haver mais de um pensionista, a Pensão por Morte será rateada entre
todos, em partes iguais (“pro rata”). Sendo que se reverterá em favor dos demais a
parte daquele cujo direito à pensão cessar.
26. O Auxílio Reclusão será devido nas mesmas condições da Pensão por Morte, aos
dependentes do segurado, obrigatório ou facultativo, que nesse caso, recolhido à
prisão, não receba remuneração da empresa nem estiver em gozo de Auxílio
Doença ou de Aposentadoria (de qualquer espécie), desde que o seu último Salário de
Contribuição (SC) seja igual ou inferior a R$ 1.319,18.
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31. Sobre a Desaposentação, atualmente, não resta dúvida que a desaposentação
não poderá ser concedida, seja pela via administrativa, seja pela via judicial.
34. Para abarcar essa situação de trânsito entre regimes (RGPS e RPPS), foi criado o
instituto da Contagem Recíproca do Tempo de Contribuição (CRTC), presente
na legislação previdenciária nacional, sob o intuito de levar a contagem de tempo de
um regime para outro, preenchendo os requisitos legais para a concessão de
benefícios previdenciários no regime em que se encontra o trabalhador. Em suma, é o
instituto criado para o trabalhador não perder o tempo já trabalhado em outro
regime.
01. Salário de Benefício (SB) é o valor básico utilizado para cálculo da Renda Mensal
dos Benefícios (RMB) de prestação continuada, inclusive os regidos por normas
especiais, exceto o Salário Família, a Pensão por Morte, o Salário Maternidade e os
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demais benefícios de legislação especial. Do dispositivo legal podemos extrair que,
em regra, a renda dos benefícios previdenciários é calculada com base no SB.
01.01. Como citado, por analogia, o Auxílio Reclusão segue as mesmas regras
da Pensão por Morte, ou seja, também não utiliza o SB para a determinação da
sua RMB.
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04.01. Segurado recolhe suas contribuições sociais, mensalmente, com
aplicação de um % sobre o seu SC;
SC SB RMB
Média dos RMB é um %
80% maiores do SB
SC
0,31𝑥𝑇𝑐 𝐼𝑑 + 0,31𝑥𝑇𝑐
𝐹𝑃 = 𝑥⌊1+( )⌋
𝐸𝑠 100
Na qual:
FP = Fator Previdenciário
Tc = Tempo de Contribuição
Es = Expectativa de Sobrevida
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08. FP diretamente proporcional ao Tc e à Id: Quanto maior o valor de Tc ou de
Id, maior será o FP.
09. FP inversamente proporcional à Es: Quanto maior o valor de Es, menor será
o FP.
13. Decadência: é a perda do direito material, por não ter sido exercido por quem de
direito num período de tempo razoável.
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b) Prescreve em 5 anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas,
toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições
ou diferenças devidas pela previdência social, salvo o direito dos menores,
incapazes e ausentes, na forma do Código Civil de 2002.
Prazo:
Decadencial: Prescricional:
Revisão de Benefícios: 10 anos -
Benefícios Cobrança de valores devidos pelo INSS: - 5 anos
Anulação de atos favoráveis ao segurado: 10 anos -
Constituição da Contribuição Social: 5 anos -
Custeio
Cobrança da Contribuição Social: - 5 anos
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Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
Lei n.º 8.213/1991.
4. Salário Maternidade com Auxílio Doença. Decreto n.º 3.048/1999.
Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
4.1. Salário maternidade com Aposentadoria por
Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
Invalidez.
Lei n.º 8.213/1991.
5. Mais de um Auxílio Acidente. Decreto n.º 3.048/1999.
Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
6. Mais de uma Pensão por Morte deixada por Lei n.º 8.213/1991.
cônjuge ou companheiro(a), facultado ao dependente Decreto n.º 3.048/1999.
optar pela mais vantajosa. Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
Decreto n.º 3.048/1999.
7. Auxílio Acidente com Aposentadoria.
Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
8. Auxílio Acidente com Auxílio Doença, do mesmo
Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
acidente ou da mesma doença que o gerou.
9. Mais de um Auxílio Doença, inclusive acidentário. Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
10. Mais de um Auxílio Reclusão de instituidor
cônjuge ou companheiro, facultado o direito de Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
opção pelo mais vantajoso.
11. Auxílio Reclusão pago aos dependentes, com
Auxílio Doença, Aposentadoria ou Abono de
Permanência em serviço (já extinto) ou Salário
Maternidade do segurado recluso.
Observação: IN INSS n.º 77/2015, Art. 383, § 3º O Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
segurado recluso, ainda que contribua como facultativo,
NÃO TERÁ DIREITO aos benefícios de Auxílio Doença, Salário
Maternidade e Aposentadoria durante a percepção, pelos
dependentes, do Auxílio Reclusão, permitida a opção pelo
benefício mais vantajoso.
12. Seguro Desemprego com qualquer benefício de
prestação continuada da Previdência Social, exceto Lei n.º 8.213/1991.
Pensão por Morte ou Auxílio Acidente.
12.1. Seguro Desemprego com qualquer benefício de
prestação continuada da previdência social, exceto
Decreto n.º 3.048/1999.
Pensão Por morte, Auxílio Reclusão, Auxílio Acidente,
Instrução Normativa INSS n.º 77/2015.
Auxílio Suplementar (já extinto) ou Abono de
Permanência em Serviço (já extinto).
13. Benefício de Prestação Continuada (BPC da LOAS)
com qualquer outro benefício no âmbito da
Seguridade Social (Previdência Social ou Assistência
Social) ou de outro regime (Regimes Próprios de
Previdência Social), inclusive o Seguro Desemprego,
ressalvados o de Assistência Médica e a Pensão Lei n.º 8.742/1993
Especial de Natureza Indenizatória, bem como a Decreto n.º 6.214/2007
remuneração advinda de Contrato de Aprendizagem
no caso da pessoa com deficiência. A acumulação do
BPC com a remuneração advinda do contrato de
aprendizagem pela pessoa com deficiência está
limitada ao prazo máximo de 2 anos.
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20. Resumo da parte de Benefícios:
(1)
Segurado especial só tem direito a Aposentadoria por TC quando contribuir
facultativamente nas mesmas condições do contribuinte individual (20% x SC por ele
declarado).
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22.03. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda
da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção
médica para a sua recuperação.
22.06. O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de
trabalho:
23. Doenças que não são classificadas como Doença do Trabalho, logo, não são
equiparadas ao Acidente do Trabalho:
a) A doença degenerativa;
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b) A inerente a grupo etário;
01. A Previdência Social Brasileira passou, nos últimos anos, por 3 Emendas
Constitucionais de Reforma (n.º 20/1998, n.º 41/2003 e n.º 47/2005), sendo que o
objetivo principal do Governo com essas alterações foi reduzir os custos
previdenciários ao menor valor possível, diminuindo o déficit nas contas públicas.
02. O Salário Família, desde a EC n.º 20/1998, é devido apenas para os dependentes
do trabalhador de baixa renda. Antes da referida Emenda, o benefício era devido
para os dependentes do trabalhador em geral, independentemente do valor da renda
auferida pelo mesmo.
03. Aos servidores públicos foi garantido o Regime Próprio de Previdência Social
(RPPS), distinto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), de caráter
contributivo e solidário, financeiramente suportado mediante contribuição do ente
político, do servidor ativo, do servidor inativo e do servidor pensionista. Ao
contrário do RGPS, os RPPS exigem contribuição dos servidores que já não se
encontram em atividade (aposentados e pensionistas).
05. A CF/1988 veda (proíbe), no âmbito dos RPPS, a adoção de requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de qualquer espécie de aposentadoria, exceto nos
casos de servidores portadores de deficiência, que exerçam atividade de risco ou
trabalhem sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física, na forma prevista em Lei Complementar (nunca editada).
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instituído com a criação da Fundação de Previdência Complementar do Servidor
Público Federal (FUNPRESP). Em outras palavras, desde 2013, os novos servidores
públicos federais estão com suas aposentadorias e pensões com valores limitados ao
teto do RGPS, salvo se realizarem opção por participar do FUNPRESP, com uma
contribuição mensal adicional, garantindo valores maiores nos referidos benefícios.
07. O RPPS dos Estados, do DF e dos Municípios terá como valor mínimo de alíquota
o valor adotado pela União (11%). Em suma, o RPPS do Estado do Paraná, por
exemplo, não pode adotar uma alíquota de 9%, mas pode adotar uma alíquota maior,
como 13%.
08. Com o advento da EC n.º 20/1998, a Seguridade Social deixa de apresentar uma
gestão tripartite (trabalhadores, empresários e aposentados) para apresentar uma
gestão quadripartite (trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo).
10. No RGPS, o Garimpeiro deixou de ser classificado como Segurado Especial para
ser classificado como Contribuinte Individual (EC n.º 20/1998).
12. De forma análoga ao que ocorre nos RPPS, o RGPS, a partir da EC n.º 47/2005,
proíbe a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadorias, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de
segurados portadores de deficiência, nos termos da Lei Complementar n.º
142/2013.
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de Previdência Social (RGPS), será facultativo, baseado na constituição de reservas
que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. É a essência
da Previdência Complementar: opcional e independente do RGPS.
05. Fazendo uma breve analogia entre o Regime de Previdência Complementar (RPC)
e o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), temos as seguintes comparações:
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a) Singulares, quando estiverem vinculadas a apenas um patrocinador
ou instituidor, e;
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EAPC:
EFPC:
12. Com intuito de resguardar os direitos dos participantes e assistidos, poderá ser
decretada a intervenção na Entidade de Previdência Complementar, com objetivo de
recuperar a saúde financeira da instituição.
14. Por seu turno, a liquidação extrajudicial será decretada quando reconhecida a
inviabilidade de recuperação da Entidade de Previdência Complementar ou pela
ausência de condição para seu funcionamento.
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03. Conforme dispõe a Lei n.º 8.112/1990, os benefícios do Plano de Seguridade
Social do servidor federal compreendem:
Tempo de
Aposentadoria: Proventos: Idade (Id):
Contribuição (TC):
Por Invalidez Permanente
Proporcionais - -
(Regra Geral)
Por Invalidez Permanente
- Acidente em Serviço.
Integrais - -
- Moléstia Profissional.
- Doença.
Compulsória Proporcionais 75 anos -
Voluntária (Regra Geral)
60 anos - Homem 35 anos - Homem
- 10 anos de serviço. Integrais
55 anos - Mulher 30 anos - Mulher
- 5 anos de cargo.
Voluntária (Professores)
55 anos - Homem 30 anos - Homem
- 10 anos de serviço. Integrais
50 anos - Mulher 25 anos - Mulher
- 5 anos de cargo.
Voluntária (Proporcional)
65 anos - Homem
- 10 anos de serviço. Proporcionais -
60 anos - Mulher
- 5 anos de cargo.
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07. Será concedida ao servidor Licença para Tratamento de Saúde, a pedido ou de
ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus,
sendo que tal licença será concedida com base em perícia oficial.
08. Será concedida licença à servidora gestante por 120 dias consecutivos, sem
prejuízo da remuneração. Atualmente, o Decreto nº 6.690/2008, prorroga esse prazo
por mais 60 dias, totalizando 180 dias, por meio de requerimento da servidora até
o final do primeiro mês após o parto. Lembre-se que essa prorrogação está prevista
em Decreto e não na Lei n.º 8.112/1990, ou seja, se a questão cobrar o
conhecimento do RJU, não tenha dúvidas, 120 dias!
09. Será licenciado por acidente em serviço, com remuneração integral, o servidor
acidentado em serviço. Por sua vez, configura acidente em serviço o dano físico ou
mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as
atribuições do cargo exercido.
10. Por ocorrência da morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem
jus à pensão mensal a partir da data do óbito, no valor correspondente à totalidade
da remuneração (servidores ativos) ou dos proventos (servidores inativos) na data
anterior à do óbito, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime
Geral de Previdência Social (Teto do RGPS), acrescida de 70% da parcela excedente a
este limite.
13. À família do servidor ativo é devido o Auxílio Reclusão, nos seguintes valores:
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entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou
contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor
despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com
planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
regulamento.
02. O Art. 202 da CF/1988, que trata da previdência complementar, teve sua redação
alterada pela Emenda Constitucional n.º 20/1998, considerando a previdência
complementar (ou privada, como cita o texto constitucional) um regime
previdenciário autônomo e complementar ao RGPS, ou seja, o trabalhador não
precisa ser filiado ao RGPS para ter direito a ela. Em outras palavras, o cidadão não
precisa nem mesmo estar trabalhando para contratar uma previdência complementar.
04. Dando continuidade, o RPC será obrigatório para todos os servidores e membros
federais que ingressarem após o início da vigência da Previdência Complementar
prevista na Lei n.º 12.618/2012 (que institui o RPC Federal), que ocorreu em
04/02/2013.
05. Por seu turno, os servidores e membros federais que tenham ingressado em data
anterior à 04/02/2013, a adesão ao RPC é facultativa mediante prévia e expressa
opção.
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servidor federal, também contribuirá mensalmente para a reserva financeira
que servirá de base para a aposentadoria do servidor;
07. Com o advento da Lei n.º 12.618/2012, a União também foi autorizada a criar as
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), com a finalidade de
administrar e executar Planos de Benefícios de caráter previdenciário, nos termos
da Lei Complementar n.º 109/2001 e da Lei Complementar n.º 108/2001 (arcabouço
jurídico da previdência complementar brasileira).
08. Não obstante, por ato conjunto das autoridades competentes para a criação das
EFPC, poderá ser criada uma fundação que contemple os servidores públicos de 2 ou
3 Poderes. E foi exatamente o que ocorreu. Atualmente temos apenas 2 EFPC:
Participantes
Patrocinador Total
e Assistidos
Conselho Deliberativo (CD) 3 membros 3 membros 6 membros
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10. Considero muito importante informar que o servidor com remuneração inferior
ao limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS (atualmente de R$
5.645,80) poderá aderir aos planos de benefícios administrados pelas EFPC, sem
contrapartida do patrocinador, cuja base de cálculo será definida nos
regulamentos.
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DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. FÁBIO DUTRA
Direito
Direito Público
Tributário
DIREITO
Direito Privado
ORIGINÁRIAS
RECEITAS
PÚBLICAS
DERIVADAS TRIBUTOS
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Conceito de Tributos
• O conceito de tributo foi previsto no art. 3º, do CTN, e pode ser desmembrado e
esquematizado da seguinte forma:
Prestação pecuniária
Prestação compulsória
Impostos
Taxas
Espécies Teoria
Contribuições de Melhoria Pentapartida
Tributárias
Empréstimos Compulsórios
Contribuições Especiais
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Espécies de Tributos: Impostos
• Impostos são tributos não vinculados, por estarem relacionados com uma
manifestação de riqueza do contribuinte. Por exemplo, paga-se IPTU porque
possui imóvel urbano, e não porque o Município lhe presta algum serviço
específico. A obrigação de pagar o imposto independe de qualquer contraprestação
estatal.
II
ISS
Municípios e IE
Distrito Federal IPTU
IR
ITBI IPI
União IOF
ITCMD
Estados e ITR
Distrito Federal ICMS
IGF
IPVA IEG
I. Residuais
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Exercício Regular do
Poder de Polícia
Taxa
Específico e Divisível
Utilização de Serviço
Público
Utilização Efetiva ou Potencial
Competência: União/Estados/DF/Municípios
Súmulas Importantes
• Súmula Vinculante 41:
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Federal.
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Espécies de Tributos: Empréstimos Compulsórios
• Os empréstimos compulsórios são reconhecidos pelo STF como sendo tributos.
Foram previstos no art. 148, da CF/88, dentro do capítulo do Sistema Tributário
Nacional e se encaixam perfeitamente no conceito de tributos (CTN, art.
3º).
TIPOS DE CONTRIBUIÇÃO
COMPETÊNCIA PARA INSTITUIR
ESPECIAL
União (Exceção: todos os demais
entes podem instituir contribuição
Contribuições Sociais
previdenciária a ser cobrada de
seus servidores)
Contribuição de Intervenção no
Somente a União
Domínio Econômico (CIDE)
Contribuições de interesse das
Somente a União
categorias profissionais
Contribuição para Custeio do Serviço
Somente Distrito Federal e Municípios
de Iluminação Pública (COSIP)
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➢ Devem ser instituídas por lei complementar;
➢ Devem ser não cumulativas;
➢ Não podem ter base de cálculo ou fato gerador próprios de outras contribuições
já existentes.
• Quanto à finalidade:
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• Quanto à transferência do encargo a terceiros:
Princípio da Legalidade
• O princípio da legalidade (art. 150, I, da CF/88) prevê a necessidade de que uma
lei seja editada para instituir ou aumentar um tributo. Trata-se, na verdade, de
uma forma de representação popular. Afinal de contas, as leis são editadas pelo
Congresso Nacional, onde estão aqueles que representam a vontade do povo.
Assim sendo, todos os tributos devem ser instituídos por lei. Esta lei, em
regra, é ordinária, ressalvados os casos específicos de lei complementar.
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Súmulas Importantes
Súmula STJ 160: O STJ já decidiu que é vedado ao Município atualizar o IPTU
por meio de ato infralegal (decreto) em percentual superior ao índice oficial
de correção monetária, já que neste caso teríamos uma clara majoração do
imposto, submetida, portanto, à reserva de lei:
Princípio da Isonomia
• O princípio da isonomia veda tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, tendo como destinatários tanto o
legislador (Poder Legislativo) aplicador da lei (Poder Executivo e Judiciário).
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Princípio da Anterioridade Anual
• De acordo com o que foi previsto no art. 150, III, b, da CF/88, é vedado a
qualquer dos entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) cobrar tributos
“no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou”. Trata-se do princípio da anterioridade anual,
relacionado à eficácia da norma.
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Princípio da Noventena (Anterioridade Nonagesimal)
Imposto de Renda
Características Específicas
• Base de Cálculo do IPTU
(Só BC, alíquota não)
• Base de Cálculo do IPVA
• Deve-se ficar atento ao que consta no art. 62, § 2º, da CF/88. A regra estabelece
que medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,
só produzirá efeitos no exercício seguinte se houver sido convertida em lei
até o último dia daquele em que foi editada. Destaque-se que nem todos os
impostos estão sujeitos a essa regra, pois o II, IE, IPI, IOF e IEG constituem
exceções estampadas na própria norma.
Princípio da Irretroatividade
• O princípio da irretroatividade foi disposto no art. 150, III, “a”, o qual assevera
que é vedado a todos os entes federativos cobrar tributos “em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado”.
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Princípio da Liberdade de Tráfego
• Com o objetivo de proteger a liberdade de tráfego das pessoas e seus bens
dentro do território nacional, direito individual expressamente previsto no
art. 5°, XV, da própria CF, o princípio tributário da liberdade de tráfego veda aos
entes federados estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
Aplicáveis
Princípio da Uniformidade da Tributação da Renda
Exclusivamente à União
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e serviços. Não se pode, portanto, estabelecer alíquotas diferenciadas de IPVA
entre veículos importados e nacionais.
• O princípio da transparência tributária, que consta no art. 150, § 5º, da
CF/88, tem por objetivo precípuo promover a transparência ao contribuinte quanto
à carga tributária resultante da incidência de impostos a que está submetido
quando do consumo de mercadorias e serviços. Trata-se, portanto, de uma norma
direcionada ao legislador ordinário.
IMUNIDADES
• A imunidade não exime certo ente das obrigações acessórias instituídas pela
legislação tributária. As obrigações acessórias são condutas impostas ao
contribuinte, que não possuem caráter pecuniário, criando obrigações de “fazer”
ou “deixar de fazer” algo no interesse da arrecadação e fiscalização.
Imunidade Recíproca
• A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da CF/88, veda à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o
patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. Tal imunidade existe com o
intuito de proteger a autonomia financeira dos entes federados e,
consequentemente, o pacto federativo.
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pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
Patrimônio Extensiva a
IMUNIDADE
Impostos Renda autarquias e
RECÍRPOCA fundações públicas
Serviços
Súmula Importante
Súmula STF 583: A imunidade recíproca não exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel:
Imunidade Religiosa
• A denominada imunidade religiosa, prevista no art. 150, VI, “b”, da CF/88, veda
que todos os entes federativos cobrem impostos sobre os templos de
qualquer culto. Levando em consideração o disposto no art. 5°, VI, da CF/88,
podemos dizer que a liberdade de culto é um direito individual, o que faz com que
a imunidade ora analisada se configure uma cláusula pétrea.
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Relacionados
com finalidades
essenciais RECURSOS
GERADOS
Patrimônio
IMUNIDADE Alcança Imóveis
Impostos Renda Alugados a
RELIGIOSA
Serviços Terceiros
Partidos Políticos
IMUNIDADE Patrimônio
Sindicato Trab.
Art. 150, VI, Impostos Renda
“c” Serviços
Inst. Educacionais
Inst. Assistenciais
Abrange IOF
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Súmulas Importantes
Súmula Vinculante 52:
Imunidade Cultural
• A imunidade cultural, prevista no art. 150, VI, “d”, da CF/88, estabelece que é
vedado a todos os entes federados instituírem impostos sobre os livros, jornais,
periódicos e o papel destinado à sua impressão. Trata-se de imunidade
objetiva, alcançando apenas o objeto imune, e não a pessoa que o produz
ou comercializa.
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Súmula Importante
Súmula STF 657:
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• O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior
(art. 153, §3°, III);
• O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as
explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, §3°, II);
• sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior;
• À exceção do II, IE e ICMS nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações
relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País (art. 155, §3°);
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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
• Competência tributária é o poder conferido à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios para instituir tributos. Em decorrência do princípio da
legalidade, a competência tributária pressupõe a competência legislativa
para instituir o tributo. Portanto, os tributos só podem ser instituídos por
leis ordinárias, medidas provisórias e leis complementares (IGF, impostos e
contribuições residuais e empréstimos compulsórios).
Competência
Tributária
Instituição de Tributos
COMPETÊNCIA
LEGISLATIVA
Arrecadação
INSTITUIÇÃO CAPACIDADE
Fiscalização ATIVA
DE TRIBUTOS
Execução leis, atos etc.
Delegável a outra PJ
INDELEGÁVEL
direito público
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Competência tributária comum diz respeito aos tributos vinculados, os quais
podem ser instituídos por todos os entes federativos.
CLASSIFICAÇÃO DA
TRIBUTOS ENTES FEDERADOS
COMPETÊNCIA
Impostos, Empréstimos União (E.C. e, em regra,
Privativa Compulsórios e Contrib. contrib. Especiais),
Especiais (com exceções) Estados, DF e Municípios
Taxas e Contribuições de União, Estados, DF e
Comum
Melhoria Municípios
Tributos (embora o art.
Cumulativa Apenas União e DF
147 mencione impostos)
Novos Impostos e Novas
Residual Contribuições para Apenas União
Seguridade Social
Extraordinária IEG União
• Bis in idem ocorre quando há duas ou mais incidências tributárias sobre o mesmo
fato gerador, sendo que tais incidências partem do mesmo ente federado. A
bitributação, por outro lado, ocorre quando mais de um ente federado
tributa o mesmo fato gerador.
02 Incidências
Mesmo Fato Gerador
Bitributação 02 Entes Federados
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CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE IMPOSTOS
• Neste momento, é fundamental que o candidato tenha ao menos uma noção da
linha do tempo que ilustra desde a instituição do tributo (com a edição da lei) até a
constituição do crédito tributário, por meio do lançamento, tornando a obrigação
tributária exigível:
Ocorrência da
Instituição do situação prevista Lançamento
Tributo por lei em lei
Imposto de Importação
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
Competência: União
Finalidade: Extrafiscal
Fato Gerador: Entrada de produtos estrangeiros em território nacional
Base de Cálculo: Se alíquota específica: unidade de medida adotada pela lei;
Se alíquota ad valorem: Valor Aduaneiro (preço normal).
Alíquota: Reduzida/Majorada por ato do Poder Executivo (condições/limites legais)
Obs.: Constitui exceção aos princípios Anterioridade Anual/Nonagesimal
Contribuinte: Importador ou quem a ele a lei equiparar
Lançamento: Por homologação
Imposto de Exportação
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
Competência: União
Finalidade: Extrafiscal
Fato Gerador: Saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional
Base de Cálculo: Se alíquota específica: unidade de medida adotada pela lei;
Se alíquota ad valorem: Preço normal.
Alíquota: Reduzida/Majorada por ato do Poder Executivo (condições/limites legais)
Obs.: Constitui exceção aos princípios Anterioridade Anual/Nonagesimal
Contribuinte: Exportador ou quem a ele a lei equiparar
Lançamento: Por homologação
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Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR)
IMPOSTO DE RENDA
Competência: União
Finalidade: Fiscal
Fato Gerador: Renda: produto do capital, trabalho ou ambos
Proventos de qualquer natureza: demais acréscimos patrimoniais
Base de Cálculo: Montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos
tributáveis.
Alíquota: Reduzida/Majorada por lei.
Obs.: Constitui exceção ao princípio da Anterioridade Nonagesimal
Contribuinte: Titular da renda e dos proventos ou seu possuidor.
Lançamento: Por homologação
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte
do imposto, na forma da lei.
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Súmula Importante
Súmula STJ 495: A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que não há direito
a creditamento de IPI, referente à aquisição de bens integrantes do ativo permanente
da empresa:
Súmula Importante
Súmula STF 664: O STF decidiu que não incide IOF sobre saques efetuados em
caderneta de poupança:
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Súmula STF 664 - É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei 8.033/90,
que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e
seguros - IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança.
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei,
desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia
fiscal.
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• O ICMS é um imposto com nítida finalidade fiscal, até porque é a principal fonte
de receita dos Estados. Além disso, trata-se de um tributo real – incidente sobre
“coisas”, independentemente das características subjetivas dos contribuintes,
sendo também considerado proporcional, pois suas alíquotas não variam em
função da base de cálculo. Além disso, o ICMS é plurifásico, ou seja, incide
diversas vezes em uma mesma cadeia de industrialização e distribuição de
mercadorias.
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• Salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, as
alíquotas internas do ICMS, nas operações relativas à circulação de mercadorias
e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as
operações interestaduais.
OPERAÇÕES INTERESTADUAIS
Alíquota Interestadual
(Estado de Origem)
Consumidor Final – Não Contribuinte
Alíquota Interestadual
(Estado de Origem)
Revendedor
Alíquota Interna – ICMS pago
no Estado de Origem
(Estado de Destino)
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• Á exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
Súmulas Importantes
Súmula STF 573: O conceito de circulação de mercadorias está relacionado à
circulação jurídica da mercadoria, e não a mera movimentação física, de um lugar
para outro. Assim, deve haver mudança de propriedade para que se caracterize o
fato gerador do ICMS, o que não ocorre nas operações de comodato:
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Súmula STF 573 - Não constitui fato gerador do imposto de circulação de
mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de
comodato.
Súmula Vinculante 48: O ICMS, na importação, tem o seu fato gerador ocorrido
com o desembaraço aduaneiro:
Súmula STJ 391 - O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica
correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada.
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Súmula STJ 431: O STJ já decidiu que é ilegal a utilização de uma tabela fixa de
valor de mercadorias (pauta fiscal) para a definição da base de cálculo do ICMS, sem
considerar o valor real da operação:
Súmula STJ 334 – O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso
à internet.
Casos relacionados
ao exterior Definição em lei complementar
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Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação
Competência: Estados e Distrito Federal
Finalidade: Fiscal
Fato Gerador: transmissão, por causa mortis ou por doação, de quaisquer
bens ou direitos
Base de Cálculo: Valor venal dos bens ou direitos transmitidos
Súmulas Importantes
Súmula STF 112: O fato gerador do ITCMD é a transmissão, por causa mortis ou por
doação, de quaisquer bens ou direitos. No caso de sucessão causa mortis,
considera-se ocorrido o fato gerador do ITCMD no momento da abertura da
sucessão, que se dá no momento exato da morte. Consequentemente, deve-se
considerar a alíquota vigente nesta data:
Súmula STF 331: Para o STF, ocorre o fato gerador também no caso de
inventário por morte presumida:
Súmula STF 115: O STF também já decidiu que o ITCMD não incide sobre os
honorários do advogado contratado pelo inventariante:
Súmula STF 113: Com a ocorrência do fato gerador, faz-se necessária a avaliação
dos bens do espólio (bens deixados pelo falecido), o cálculo do imposto devido e a
homologação deste cálculo. No que se refere ao valor dos bens, o STF entende que o
ITCMD deve ser calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação:
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Súmula STF 114: Relativamente ao momento de exigência, a Suprema Corte
entende que o ITCMD não é exigível antes da homologação do cálculo:
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• Com relação às normas gerais relativas ao IPTU, podemos esquematizar o
seguinte:
Localizado na
zona urbana
• Quanto à progressividade do IPTU, devemos lembrar que pode ocorrer tanto com
base no valor do imóvel (progressividade fiscal) quanto com base no tempo
(progressividade extrafiscal):
• Devemos nos lembrar que o IPTU também pode ter alíquotas diferentes de acordo
com a localização e o uso do imóvel.
Súmulas Importantes
Súmula STF 668: O STF já decidiu que, antes da EC 29/00, lei municipal que tenha
estabelecido alíquotas progressivas para o IPTU é inconstitucional, salvo se
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade
urbana (progressividade extrafiscal):
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Súmula STF 589 - É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do
imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do
contribuinte.
Súmula STF 539: De acordo com o STF, é constitucional lei municipal que
reduza o IPTU sobre o imóvel ocupado pela residência do proprietário, que
não possua outro:
Transmissão
ITCMD
causa mortis
Transmissão Título
inter vivos Gratuito
Título
ITBI
Oneroso
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• O ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital;
Súmulas Importantes
Súmula STF 656: A progressividade das alíquotas do ITBI é inconstitucional,
conforme consta na redação da Súmula 656 do STF:
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• Em regra, considera-se prestado o serviço e devido o imposto no local do
estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do
domicílio do prestador.
Súmulas Importantes
Súmula Vinculante 31: De acordo com a jurisprudência do STF, a locação de bens
móveis não constitui prestação de serviços, sendo inconstitucional a incidência
do ISS sobre tais operações:
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
• A expressão legislação compreende não apenas atos normativos
primários, mas também atos normativos secundários, infralegais, que
dispõem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
• Constituição Federal;
• Leis Complementares;
• Leis Ordinárias;
• Medidas Provisórias;
• Leis Delegadas;
• Resoluções;
• Decretos Legislativos;
• Decretos-Leis;
• Tratados e Convenções Internacionais;
• Decretos;
• Normas Complementares;
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• São funções da lei complementar:
Conflitos de Competência
Lei
Complementar
Limitações ao Poder de Tributar
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V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
• Deve ser lembrado que a modificação da base de cálculo do tributo, que importe
em torná-lo mais oneroso equipara-se à sua majoração. Por outro lado, não
constitui majoração de tributo, a atualização do valor monetário da
respectiva base de cálculo.
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Aplicação da Legislação Tributária
• Em regra, a lei tributária aplica-se apenas a fatos geradores futuros e
pendentes.
FG Futuro
Aplica-se
Legislação
Tributária
FG Pendente
Lei Interpretativa
Não se aplica FG Consumado
Legislação ou Pretérito EXCEÇÕES
Tributária
Lei + Benéfica (Infrações)
CF/88
Irretroatividade
CTN
Ato não defin. julgado
II - outorga de isenção;
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III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
• A obrigação tributária caracteriza-se por uma relação jurídica estabelecida entre
dois indivíduos, credor e devedor, cujo objeto consiste em uma prestação
de dar, fazer ou deixar de fazer algo.
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Fato Gerador Da Obrigação Tributária
• Hipótese de incidência Previsão abstrata do fato que fará surgir a obrigação
tributária.
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SOLIDARIEDADE EM DIREITO TRIBUTÁRIO
• A solidariedade ocorre quando duas ou mais pessoas possuem interesse comum
na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal ou quando a lei
assim o estabelece.
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
• O CTN definiu como regra o domicílio por eleição.
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Domicílio Tributário
Caso seja
Regra: O sujeito omisso
passivo escolhe seu
domicílio tributário Pessoa natural: residência habitual, ou, sendo esta
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua
atividade.
Se for impossível
Autoridade
administrativa recusa O domicílio será o local dos bens ou da ocorrência dos
o domicílio eleito atos ou fatos que deram origem à obrigação
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
• Sujeito passivo da obrigação principal Pessoa obrigada ao pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária.
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Progressiva/Regressiva
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Exceções:
CONTRIBUINTES
Abertura da Sucessão Partilha
ESPÓLIO OU SUCESSORES
SUCESSORES
(se espólio não pagar)
RESPONSÁVEIS
Sucessão Empresarial
• A pessoa jurídica que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra
ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
• A responsabilidade pelos tributos devidos ocorre inclusive nos casos de
extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da
respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou
seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
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Se o alienante cessar Se o alienante continuar
exploração comercial atividade comercial; ou
Se continuar a Subsidiariamente
Torna-se Responsável
exploração
Responsabilidade de Terceiros
• Os arts. 134 e 135 do CTN estabelecem a responsabilidade de terceiros, que
consiste na responsabilização de pessoas (denominadas “terceiros”), que
possuem o dever de administrar os bens dos contribuintes, de representá-
los.
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Responsabilidade Por Infrações
• A responsabilidade por infrações tributárias é, via de regra, objetiva, ou
seja, não se leva em consideração as características pessoais (subjetivas) do
infrator e os efeitos que o ato pode causar.
Súmulas Importantes
Súmula STJ 554: De acordo com a jurisprudência do STJ, na sucessão empresarial,
a sucessora é responsável pelos tributos e multas (moratórias ou punitivas) devidos
pela sucedida:
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Súmula STJ 430 - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade
não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
• Obrigação tributária principal Surge com a ocorrência do fato gerador.
• O termo “crédito tributário” deve ser lembrado como crédito do Fisco e dívida do
contribuinte. Logo, o Estado tem o direito ao recebimento do valor, e o
contribuinte tem o dever de pagar o valor exigido pelo Fisco.
LANÇAMENTO
• O lançamento constitui o crédito tributário, é realizado privativamente pela
autoridade administrativa, numa atividade definida pelo CTN como vinculada e
obrigatória, podendo ser caracterizado pelo esquema abaixo:
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• Quando da realização do lançamento, a autoridade administrativa deve se ater à
legislação aplicável, bem como à data do câmbio a ser utilizado, no caso de valor
tributário expresso em moeda estrangeira. Para facilitar a memorização,
esquematizamos a seguir:
Alteração Do Lançamento
• Após ser regularmente notificado ao sujeito passivo, o lançamento só pode
ser alterado em três situações:
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Modalidades De Lançamento
• Existem três modalidades de lançamento:
Por homologação
Modalidades de Participação do
Por declaração
Lançamento sujeito passivo
De ofício
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Súmulas Importantes
Súmula STJ 436: Conforme a jurisprudência do STJ, a entrega de declaração
(obrigação acessória) pelo contribuinte constitui o crédito tributário, caracterizando
confissão de dívida:
MOR MORatória
PAR PARcelamento
MORDER e LIMPAR
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Moratória
• Moratória Dilatação do prazo para pagamento da obrigação tributária.
Pode ser concedida em caráter geral ou individual.
Parcelamento
• Parcelamento medida criada para que os devedores inadimplentes
tenham condições de cumprir com as obrigações tributárias. Deve ser
concedido por meio de lei específica.
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• O CTN prevê que outra lei específica disporá sobre parcelamento
diferenciado para os créditos tributários do devedor em recuperação
judicial. Na inexistência desta lei, aplicam-se as leis gerais de parcelamento do
ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso,
ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica.
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Súmulas Importantes
Súmula Vinculante 21: O STF possui jurisprudência vinculante, no sentido da
inconstitucionalidade da exigência de depósito ou arrolamento prévios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo, os qual tem
o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário:
• A exclusão do crédito tributário pode ser ilustrada pela linha do tempo a seguir:
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• Existem apenas duas modalidades de exclusão do crédito tributário: a isenção
(tributos) e a anistia (multas).
Isenção
• Isenção Dispensa legal do pagamento de tributo, considerada como um
benefício fiscal. A isenção deve ser concedida por meio de lei específica.
Pode ser concedida em caráter geral ou individual.
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Súmula Importante
Súmula STF 544: As isenções concedidas por prazo certo e em função de
determinadas condições (isenções onerosas) não podem ser livremente suprimidas:
Anistia
• Anistia Refere-se ao perdão de infrações, isto é, excluindo o crédito tributário
decorrente de penalidades pecuniárias (multas). A anistia deve ser concedida
por meio de lei específica. Pode ser concedida em caráter geral ou individual.
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
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VI - a conversão de depósito em renda;
Pagamento
• O pagamento extingue o crédito tributário e normalmente é realizado em
moeda (O CTN estabelece outras modalidades, como cheque, por exemplo).
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Ordem CRITÉRIO PRIORIDADE
1º Pessoal Contribuinte Responsável
2º Vinculação do Fato Gerador Contribuição de Melhoria Taxas
Impostos
3º Prescrição Prazo mais curto mais longo
4º Valor do Crédito Valor maior Valor menor
Compensação
O CTN prevê a possibilidade de haver compensação de créditos tributários com
créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a
Fazenda pública.
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Transação
• A transação é uma forma alternativa para solucionar os conflitos entre as partes
(sujeito ativo e sujeito passivo), mediante concessões mútuas, ou seja, cada parte
cede parte de seu direito, a fim de que se chegue a um consenso.
Remissão
• O CTN prevê a possibilidade de ser concedida remissão (perdão) total ou
parcial do crédito tributário.
• A transação depende de lei, que deve atender aos requisitos previstos nos
incisos do art. 172.
Decadência
A decadência refere-se à perda do direito de efetuar a constituição do crédito
tributário pelo lançamento. O prazo decadencial é de 05 anos.
Regra geral Tem início a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido efetuado. É a regra observada pelos tributos
sujeitos a lançamento de ofício ou por declaração.
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DECADÊNCIA – Lançamento por Homologação
Contribuinte
declara e Art. 150, § 4º Conta-se da data do fato gerador
paga
Dolo, fraude
ou Art. 173, I Conta-se do 1º dia do ano seguinte
simulação
Prescrição
• Opera-se a prescrição quando não há propositura de ação de execução fiscal
dentro do prazo estabelecido no CTN, com o objetivo de cobrar do sujeito
passivo o crédito tributário na via judicial. O prazo prescricional é de 05 anos.
• Tal prazo só começa a ser contado a partir do dia em que não mais se discute a
legitimidade do lançamento, ou seja, a partir do dia em que o crédito tributário é
considerado definitivamente constituído.
• No caso dos tributos lançados por homologação, o prazo prescricional tem início na
data do vencimento da obrigação tributária ou na data da entrega da
declaração, caso esta entrega ocorra em momento posterior ao
vencimento da referida obrigação.
Consignação em pagamento
• A ação de consignação em pagamento é movida no âmbito do Poder Judiciário,
com o objetivo de que o sujeito passivo exerça o seu direito de pagar e
quitar a obrigação tributária, quando se encontra impedido pelo próprio credor.
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A extinção do crédito tributário somente ocorre quando a ação judicial
consignatória é julgada procedente (CTN, art. 164, § 2º).
Súmulas Importantes
Súmula STF 546: A jurisprudência do STF, quanto à restituição de tributos indiretos,
é que cabe restituição do tributo indevidamente pago se o contribuinte de direito
comprovar que não recuperou do contribuinte de fato o valor correspondente ao
pagamento indevido:
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quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou
do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo.
Súmula STJ 188: De acordo com o STJ, na restituição do indébito tributário, os juros
moratórios são devidos somente a partir do trânsito em julgado da sentença:
Súmula STJ 213: Não obstante a proibição da compensação com base em liminar
em mandado de segurança, a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que o
mandado de segurança constitui ação adequada para declarar direito à
compensação tributária:
Súmula STJ 314: Na execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se
o processo por um ano. Findo tal prazo, com o arquivamento dos autos, tem início o
curso do prazo prescricional. É a jurisprudência do STJ:
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prescrição quinquenal intercorrente.
• Responde pelo crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas do sujeito
passivo, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare
absolutamente impenhoráveis.
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• As seguintes situações exigem do sujeito passivo a apresentação de certidão
negativa, comprovando a quitação de tributos:
Observação:
Podem ser
2º Créditos Extraconcursais
tributários ou não
Limite p/ créd. Leg.
Créditos derivados da legislação do trabalho e
3º decorrentes de acidente de trabalho
Trab.: 150 salários-
mínimos
Até o limite do bem
4º Créditos com garantia real
gravado
1ª Obs.: Não são
extraconcursais.
Créditos tributários, seja qual for sua natureza
5º ou tempo de constituição 2ª Obs.: As multas
não se incluem
nessa classe
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7º Créditos com privilégio geral -
8º Créditos quirografários -
I - União;
Súmula Importante
Súmula STJ 307: O STJ considerou como importância passível de restituição os
valores adiantados pelos clientes da empresa falida para realização de
contrato de câmbio:
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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Fiscalização
• Todas as pessoas submetem-se à fiscalização tributária, inclusive aquelas que
gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.
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• As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força
pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de
embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à
efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se
configure fato definido em lei como crime ou contravenção.
Súmulas Importantes
Súmula STF 439: A jurisprudência do STF deixa claro que estão sujeitos à
fiscalização quaisquer livros comerciais, mas o exame desses livros está limitado
aos pontos objeto da investigação:
Súmula STF 323: De acordo com o STF, a autoridade fiscal não pode apreender
as mercadorias do sujeito passivo como meio coercitivo para pagamento dos
tributos:
Dívida Ativa
• A dívida ativa tributária é aquela proveniente de crédito dessa natureza,
inscrita após esgotamento do prazo para pagamento ou após o término de medida
que tenha suspendido a exigibilidade do crédito tributário.
Súmula Importante
Súmula STJ 392: Só se admite substituição de CDA para corrigir erro material ou
formal, relativos à inscrição e à certidão, mas não se estendendo ao lançamento
propriamente dito, sendo vedada a modificação do sujeito passivo:
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Súmula STJ 392 - A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida
ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de
correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo
da execução.
Certidões Negativas
• A certidão negativa faz prova de quitação dos tributos, e será expedida à vista
de requerimento do interessado dentro de 10 dias da data da entrada do
requerimento na repartição.
Créditos Vincendos
Certidão positiva
Créditos garantidos por penhora com efeitos de
negativa
Súmula Importante
Súmula STJ 446: O STJ entende que é legítima a recusa de expedição de
certidão negativa ou positiva com efeito de negativa:
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EXECUÇÃO FISCAL
• O objetivo da inscrição do crédito tributário em dívida ativa é extrair a
Certidão de Dívida Ativa (CDA), título executivo extrajudicial, que viabiliza a
posterior propositura da ação de execução fiscal.
• A citação ao executado pode ocorrer das seguintes formas: por correio, por
meio do Oficial de Justiça ou por edital.
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• A decisão deve poder ser tomada sem necessidade de dilação probatória.
• A medida cautelar fiscal está prevista na Lei 8.397/92 como uma ação judicial a
ser interposta pela Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, visando tornar indisponíveis os bens do devedor
para garantia do crédito tributário.
Considerações Finais
Chegamos ao final do nosso resumo! Agora você já possui todo o conteúdo de Direito
Tributário sintetizado para fazer uma excelente prova neste concurso do STJ! ☺
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DIREITO EMPRESARIAL – PROF. GABRIEL RABELO
Sociedade em
Omissão: Lei
comandita por Código Civil
6404/76
ações
A sociedade anônima é formada através de um estatuto social, e não por contrato social, conforme
prescreve o artigo 2º, §2º da LSA.
Nas sociedades anônimas, a responsabilidade do acionista é limitada ao preço de emissão das ações que
subscrever ou adquirir, enquanto não integralizadas (LSA, art. 1.º).
Completando-se a realização de suas ações, não terá o sócio mais nenhuma responsabilidade “extra”
pelas dívidas sociais. Não há que se falar, portanto, na responsabilidade solidária dos sócios pela parcela
do capital não integralizada, tal como estudada nas sociedades limitadas.
a) Companhia aberta (também chamada de empresa de capital aberto), que capta recursos junto ao
público (mercado de valores mobiliários) e é fiscalizada, no Brasil, pela CVM (Comissão de Valores
Mobiliários);
b) Companhia fechada (também chamada de empresa de capital fechado), que obtém seus recursos dos
próprios acionistas.
1. Bolsa de valores: segundo Fábio Ulhoa, é uma entidade privada, resultante ou da formação de uma
sociedade anônima – tal como a BM&FBovespa) ou da associação de sociedades corretoras, que exerce um
serviço público, com monopólio territorial. A bolsa só opera com o mercado secundário, isto é, para a
venda e aquisição de valores mobiliários já existentes.
2. Mercado de balcão: É toda a operação relativa a valores mobiliários que não seja realizada na bolsa de
valores. Opera tanto no mercado secundário como no primário. Ou seja, podemos nele ter a compra e
venda de títulos já emitidos anteriormente, como a subscrição de valores mobiliários.
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Nome Empresarial
1 – Requisitos preliminares
Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado
no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas
em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de
Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.
2 – Modalidades de constituição
3 – Providências complementares
Por fim, a última etapa na constituição de uma sociedade anônima é o que chamamos de providências
complementares.
A principal providência a ser tomada nesta etapa é o registro junto ao órgão competente, que já sabemos
ser a Junta Comercial.
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Capital Social da SA:
O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Tal como nas sociedades limitadas, não é possível a integralização de capital social nas SA´s através da
prestação de serviços.
A incorporação de imóveis para formação do capital social não exige escritura pública.
Ações:
Uma pessoa se torna acionista de uma sociedade anônima através de duas formas. A primeira é pela
subscrição de capital, no momento da criação da sociedade. O segundo é a aquisição de ações no mercado
de valores mobiliários.
Ações
Valor nominal Valor mencionado no estatuto. Não obrigatório.
Valor patrimonial Divisão do PL pelo número de ações
Valor de mercado Valor que as ações valem no mercado
Valor de emissão Valor pelo qual a ação é emitida. Valor nominal ou maior
a) Ordinárias: São as que conferem os direitos comuns de sócio sem restrições ou privilégios, em que
normalmente se divide o capital social. Toda e qualquer sociedade anônima conterá ações desta espécie,
já que dela decorrem apenas direitos comuns, ordinários, a seus acionistas. O direito a voto é inerente às
ações ordinárias.
b) Preferenciais: São aquelas que dão aos seus titulares algum privilégio ou preferência, como, por
exemplo, a prioridade da distribuição dos dividendos em montante superior ao que foi atribuído às
ordinárias, fixação de dividendos mínimos ou cumulativos, prioridade de reembolso em caso de liquidação,
com prêmio ou sem ele, etc. mas podem ser privadas de alguns direitos, tais como o voto. Observe-se,
porém, que as ações preferenciais podem ou não ter direito a voto. Na prática, esse direito é quase
sempre limitado.
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Entre os benefícios que os preferencialistas podem obter, a LSA arrola:
O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito,
não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas (LSA, art. 15, §2º).
Portanto. Por exemplo. A companhia ALFA tem 100.000 ações emitidas. O número máximo de ações
preferenciais poderá ser de 50.000.
c) Fruição: Segundo a doutrina de Rubens Requião, as ações de fruição resultam da amortização das ações
comuns ou preferenciais. O artigo 44, parágrafo 5º, da Lei das S/A, estabelece que as ações integralmente
amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadas no estatuto da
sociedade ou pela assembléia geral que poderá deliberar sobre a amortização.
Segundo a LSA:
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são
ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
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Part. Lucros
Fiscalizar
Retirar-se da sociedade
O voto não faz parte desses direitos garantidos amplamente aos acionistas. Nem todas as ações dão
direito a voto. As ações ordinárias conferem aos titulares o direito a voto. As ações preferenciais podem
não conferir direito a voto.
Valores Mobiliários
Os valores mobiliários são títulos de investimento que a sociedade anônima emite para obtenção de
recursos de que necessita.
- Debêntures;
- Partes beneficiárias;
- Bônus de subscrição.
Partes Beneficiárias
Bônus de Subscrição
Bônus de subscrição são títulos negociáveis que conferem ao titular o direito de preferência para comprar
novas ações da empresa que os emitiu dentro de um prazo estabelecido, por um preço predeterminado.
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Ou seja, o bônus garante ao seu titular justamente o direito de subscrever ações.
Debêntures
Debênture é um título de crédito representativo de “empréstimo” que uma companhia faz junto a
terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura
de emissão.
Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra
ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.
São estranhas ao capital social. A debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou variáveis,
participação no lucro da companhia e prêmio de reembolso (LSA, art. 56).
A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da escritura de emissão (LSA, art.
57).
O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e
em virtude de ato regular de gestão (LSA, art. 158).
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Administrador
Responde
Não responde por
civilmente quando
ato regular
agir
Dentro das
atribuições ou Com violação da
poderes, com lei ou estatuto
culpa ou dolo
Em regra, o administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se com
eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para
impedir a sua prática (LSA, art. 158, §1º).
Se a assembleia optar
Ação de por não promover a
responsabilidade (contra ação, 5% (no mínimo) do
administrador) capital social poderá
fazê-lo.
Compete à companhia
Se passarem 3 meses e
•Deliberação da Assembléia ninguém promover a
Geral (Ordinária ou Extra.)
ação, qualquer acionista
pode fazer
São órgãos da companhia previstos na Lei 6.404/1976: a Assembleia Geral, o Conselho de Administração, a
Diretoria e o Conselho Fiscal.
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Órgãos das sociedades anônimas
- Assembléia-Geral;
- Conselho de Administração;
- Diretoria;
- Conselho Fiscal.
Inicialmente, vale ressaltar que a LSA não trouxe um rol taxativo de órgãos a serem instituídos, conforme
se depreende da leitura do art. 160, que transcrevemos:
Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se aos membros de quaisquer órgãos, criados pelo estatuto, com
funções técnicas ou destinados a aconselhar os administradores.
Assembléia Geral
Cuidado para a prova! Somente estes temas nela poderão ser tratados. Outros assuntos (como cisão,
fusão, mudança de objeto da companhia, redução de dividendos, criação de partes beneficiária, e outros
previstos no artigo 136) devem ser discutidos em assembléia geral extraordinária, convocada para este
fim.
Ocorre nos demais casos em que se faça necessária a deliberação por Assembléia, como os do artigo 122,
uma vez que as competências da Assembléia são indelegáveis.
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VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a formação do capital social;
VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias;
VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e
liquidação, eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as contas; e
IX - autorizar os administradores a confessar falência e pedir concordata.
A Assembléia Geral em regra é convocada pelo Conselho de Administração – CA - ou pela diretoria, se não
houver CA, conforme preleciona o artigo 123 da LSA.
Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou aos diretores, observado o disposto no
estatuto, convocar a assembléia-geral.
Contudo, a própria lei estabelece outros legitimados para a convocação da Assembléia-Geral, senão
vejamos:
Em suma, devemos levar essencialmente o seguinte: a assembléia geral é, em regra, convocada pelo
conselho de administração. Se não existir CA, far-se-á a convocação pela diretoria, sem prejuízo de outros
legitimados para a convocação em hipóteses especiais previstas no art. 123, parágrafo único da LSA.
Conselho De Administração
Segundo a LSA:
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Companhias
Conselho de administração
abertas
Sociedades de
Obrigatório
economia mista
Sociedades de
capital autorizado
Companhias
Facultativo
fechadas
Conselho de administração
3 membros no mínimo
Eleitos pela assembleia-geral
Destituíveis a qualquer tempo
Gestão não superior a três anos, permitida a reeleição
Pode haver representação de participante dos empregados
Não precisam ser necessariamente acionistas
Os membros de órgãos da administração devem ser pessoas naturais, não havendo mais a necessidade
de que os conselheiros sejam acionistas (modificação com a Lei 12.431/2011).
Diretoria
A diretoria é de existência obrigatória, tanto nas companhias abertas, como nas fechadas, uma vez que a
ela incumbe a verdadeira gestão dos negócios sociais (LSA, art. 138).
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Um outro cuidado que devemos tomar são com as questões que afirmar ser a diretoria orgão colegiado.
Não é, companheiros. A diretoria é órgão de representação da companhia, não se configurando como
órgão colegiado de deliberação (ao contrário do conselho de administração, que possui este status).
Diretoria
Conselho Fiscal
Ao conselho fiscal incumbe a fiscalização dos órgãos de administração, no interesse da companhia e dos
acionistas. O. conselho fiscal é de existência obrigatória, seja nas sociedades anônimas fechadas, seja nas
sociedades anônimas abertas, porém, seu funcionamento permanente é facultativo.
A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo permanente
ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas (LSA, art. 161).
A composição do Conselho Fiscal se dá da seguinte maneira: será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no
máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral
(LSA, art. 161, §1º).
Pessoal, se não houver na localidade pessoas habilitadas, em número suficiente, para o exercício da
função, caberá ao juiz dispensar a companhia da satisfação dos requisitos
Operações Societárias
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes
sucederá em todos os direitos e obrigações.
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A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais
sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver
versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (LSA, art. 229).
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede
em todos os direitos e obrigações (LSA, art. 227). Há extinção da sociedade incorporada. Entretanto, a
incorporadora continua no mundo jurídico.
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e
da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Rec. Judicial:
Falência: fim da
possibilidade de
atividade
continuidade
Processo Falimentar
1) Devedor empresário;
2) Insolvência;
3) Sentença declaratória da falência.
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Art. 2o Esta Lei não se aplica a: (artigo cai muito!)
A grande massa dos pedidos falimentares são aqueles postulados por credor. Qualquer credor. Isto
significa dizer que o credor pode ser empresário ou não empresário. Sendo empresário, há uma condição
para o pedido de quebra, qual seja o credor empresário apresentará certidão do Registro Público de
Empresas que comprove a regularidade de suas atividades (LRE, art. 97, §1º).Assim, o credor empresário
deve ser regular. Não sendo empresário, não vale este tipo de exigência.
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial
ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa
que tenha sede fora do Brasil.
Este é o chamado princípio da unidade do juízo falimentar. Portanto, vejam, amigos, que o foro
competente é do local do principal estabelecimento do devedor. E não se confunda a expressão local do
principal estabelecimento com a constituição jurídica destes estabelecimentos, a saber, matriz e filial. O
que a lei pretende dizer é que o juízo competente é aquele em que se possua o maior volume de recursos.
A lógica é a de que o local onde o volume de transações for maior será aquele em que haverá maior vulto
de bens e direitos para satisfação dos credores.
Diz-se que o juízo da falência é universal e indivisível. Indivisível significa dizer que, em regra, todas as
ações referentes a bens, interesses e negócios serão processadas e julgadas pelo juízo em que o feito da
falência tramita. Com fulcro na LRE:
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses
e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o
falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
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Assim, como se depreende da leitura do próprio dispositivo, algumas causas não são atraídas para o juízo
falimentar, quais sejam:
- As que não sejam reguladas pela LRE, quando a massa falida for autora ou litisconsorte ativa, que não
sejam reguladas pela LRE.
- As causas trabalhistas até o encerramento do processo de conhecimento.
- As causas fiscais, já que não estão sujeitas ao concurso de credores.
- As ações que demandam quantia ilíquida (LRE, art. 6º, §1º).
Já a universalidade diz respeito à imposição de uma regra única para os credores, sendo eles submetidos
ao mesmo juízo.
“Devemos observar que nem todos os credores submetem-se à verificação e habilitação no juízo
falimentar, porque excetuados quanto à regra da indivisibilidade. Entretanto, quanto à classificação e ao
pagamento, todos os credores sujeitam-se ao regramento estabelecido na lei falimentar”.
Ou seja, nem todos os créditos precisam ser habilitados para o processo falimentar. Contudo, na hora do
pagamento, teremos uma ordem a ser seguida e todos os credores a ela estarão sujeitos.
O segundo pressuposto é a insolvência. Contudo, Fábio Ulhoa destaca que não basta a simples existência
de passivo a descoberto para que se faça a decretação da falência. A insolvência possui, assim, caráter
jurídico e não econômico. Praticando determinados atos estatuídos pela lei, caracterizado está o estado
de insolvência. Todavia, se não praticar, mesmo que seja deficitário o ativo em relação ao passivo, não há
fundamento para a decretação da falência.
1 – Incorrer em impontualidade injustificada no cumprimento de obrigação líquida (LRE, art. 94, I).
2 – Incorrer em execução frustrada (LRE, art. 94, II).
3 – Praticar determinados atos de falência (LRE, art. 94, III).
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Impontualidade Injustificada
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou
títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na
data do pedido de falência;
a) Falta de pagamento sem relevante razão de direito de dívida no vencimento. Se houver razão de direito
para o atraso, não há fundamento para o pedido, como, por exemplo, cobrança de dívida prescrita.
b) Que a dívida seja líquida.
c) Que a dívida ultrapasse 40 salários-mínimos. Contudo, caso a dívida seja inferior, propõe a LRE que os
credores poderão se juntar para atingir este valor (LRE, art. 94, §1º).
d) Que o título esteja protestado. Esse protesto pode ser cambial, quando se tratar de título de crédito, ou,
então, de protesto especial para fins de falência, nos demais casos.
Atenção! Suponha que determinada pessoa (Alfa) prestou serviço para Beta. Alfa emitiu uma duplicata.
Todavia, Beta não a aceitou. O título venceu e o credor o levou a protesto. Será o protesto suficiente para
requerer o pedido de falência, já que não há aceite? A resposta é não! Segundo o Superior Tribunal de
Justiça:
Súmula 248. STJ. Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título
hábil para instruir pedido de falência.
Execução Frustrada
A execução frustrada está prevista no inciso II do artigo 94 da Lei de Falências, que prega:
II – Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens
suficientes dentro do prazo legal;
Nesta hipótese, basicamente, o devedor é executado por qualquer quantia líquida (veja que não precisa
ser 40 salários mínimos) e, intimado a fazê-lo em juízo:
Execução frustrada
Não paga
Não deposita quantia para quitar a dívida
Não nomeia à penhora bens suficientes
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Atos De Falência
Por fim, a última hipótese caracterizadora da insolvência representa os chamados atos de falência e estão
previstos no artigo 94, III, que, por não ser demais, repetimos:
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para
realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar
credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem
ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a
fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores,
abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal
estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
Na ocorrência dos atos de falência, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-
se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas (LRE, art. 94, §5º).
Pedido De Falência
Concebidos tais pressupostos, a pessoa de direito deve ajuizar o pedido de falência. Quando a falência for
requerida por terceiros, há para o devedor um prazo para contestação do pedido.
Dissemos que a falência pode ser fundada na impontualidade injustificada, na execução frustrada ou nos
atos de falência.
Se o ajuizamento tiver se dado por impontualidade injustificada ou execução frustrada, o devedor por
elidir (eliminar, suprimir) a falência, fazendo um depósito da quantia reclamada, correspondente ao valor
total do crédito, acrescido da correção monetária, juros e honorários advocatícios. Nesta hipótese, o
pedido de falência será denegado e o credor levará consigo os valores obtidos para que haja satisfação da
dívida.
Assim, ficam para o requerido (devedor) as seguintes possibilidades quando do pedido da falência:
- Apenas contesta o pedido. Aqui, se o magistrado acolhe as teses da defesa, denega a falência. Ao revés,
declara a continuidade do procedimento.
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- Contesta o pedido e deposita o valor. Nesta hipótese, o devedor não só deposita o valor, mas, também,
contesta o pedido. Se o magistrado julgar a contestação procedente, o depósito será levantado em favor
do requerido (devedor). Caso contrário, se julgado o pedido procedente, não será declarada a falência do
devedor, posto que o depósito elisivo fora efetuado.
- Apenas deposita. Nesta hipótese, o juiz denega a falência e recolhe o valor para o credor.
- Não contesta nem deposita. Neste caso, o juiz decreta a falência se restarem atendidos os demais
requisitos para tanto.
- Apresentar pedido de recuperação judicial.
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.
De posse de tudo o que já foi dito, resta ao magistrado duas alternativas: declarar ou denegar o pedido de
falência. A sentença que denegar o pedido de falência deve ter o cuidado de analisar o comportamento do
requerente quando do pedido. Agindo de má-fé, a lei estatui que seja o requerido indenizado (LRE, art.
101).
Ademais, outra hipótese em que a decretação da falência será denegada é quando houver o depósito
elisivo.
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus
administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do
pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de
pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores,
indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se
encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses
previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei;
VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os
preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte
das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI
do caput deste artigo;
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo
ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em
provas da prática de crime definido nesta Lei;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do
devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que
trata o art. 102 desta Lei;
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do
art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
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X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que
informem a existência de bens e direitos do falido;
XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador
judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;
XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a
constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em
funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e
de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento
da falência.
Esta sentença declaratória há que ser publicada no órgão oficial e, caso haja possibilidade financeira, em
jornal de grande circulação.
Segundo a Lei de Falências, art. 100: Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que
julga a improcedência do pedido cabe apelação.
Decreta a Agravo de
Decisão
falência instrumento
Julga
Sentença Apelação
improcedente
A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios
ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros, e converte todos os
créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão judicial, para todos os
efeitos (LF, art. 77).
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Administração Da Falência
- magistrado;
- órgãos da falência: administrador judicial, comitê de credores, assembléia geral de credores;
- ministério público.
Atuação Do Juiz
A intervenção do Ministério Público se dá nos casos previstos em lei, ora como fiscal da lei, ora com tarefas
de cunho administrativo. O MP, em síntese, age como fiscal da lei, em seu dia a dia. Na lei de falências, sua
atuação maior se dará em havendo evidências de tipos penais.
Administrador Judicial
O administrador judicial é o principal auxiliar do juiz no processo falimentar. A legislação falimentar lhe
acometeu diversas atribuições correlacionadas com a administração da falência. Atua ele sob
direcionamento do magistrado e fiscalização do Comitê de Credores (se existente).
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do
art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
Portanto, o administrador judicial é nomeado quando for proferida a sentença que decretar a quebra.
Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á o nome de profissional responsável
pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem
autorização do juiz.
Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador
judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo (LF, art. 25).
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O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a
capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no
mercado para o desempenho de atividades semelhantes (LF, art. 24).
As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a
complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho
de atividades semelhantes (LF, art. 22, §1º).
Na recuperação judicial, uma vez que o devedor não perde o direito de administrar seus bens, ao
administrador judicial caberá precipuamente a fiscalização das atividades da empresa e o cumprimento
da recuperação judicial, conforme o artigo 22, II, da LF.
Já na falência, ele passará a administrar a sociedade, pois, como dito acima, com a decretação da
falência perde o devedor o direito de administrar seus bens ou deles dispor.
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5
(cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou
recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a
prestação de contas desaprovada.
§ 1o Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem
tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o (terceiro) grau com o devedor, seus administradores,
controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
Caso venha a ser nomeado e, somente depois, se constate tal situação, será o administrador substituído do
exercício do cargo.
Já a destituição tem caráter punitivo, como se comprova à leitura do seguinte artigo legal:
Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determinar a
destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando
verificar desobediência aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou
prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.
E como fica a remuneração nestes casos? Segundo o artigo 24 da LF: O juiz fixará o valor e a forma de
pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do
devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de
atividades semelhantes.
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O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se
renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou
descumprimento das obrigações fixadas na Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração.
Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas.
Assim, se o administrador judicial for substituído por que renunciou, sem relevante razão, não fará jus à
remuneração, ou, então, se for destituído por desídia, culpa, dolo, ou descumprimento, também não fará
jus. Item incorreto.
Os créditos devidos ao administrador judicial e seus auxiliares serão classificados como extraconcursais –
art. 84.
A assembléia-geral é o órgão que toma deliberações salutares nos processos de recuperação judicial e
falimentar. Trata-se de órgão colegiado, existente tanto na falência quanto na recuperação judicial. É
característica da nova legislação falimentar, que teve a preocupação de assegurar aos credores maior
participação no processo. Sua principal função é a de deliberar sobre matérias que possam afetar os
interesses dos credores.
I – na recuperação judicial:
II – na falência:
A assembléia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) secretário dentre os
credores presentes (LF, art. 37).
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Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:
Comitê De Credores
Ademais, temos também o chamado comitê de credores, que é facultativo, seja no processo de
recuperação judicial, seja no processo falimentar.
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na incompatibilidade deste,
ao juiz exercer suas atribuições.
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também
acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à
sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.
Com efeito, se uma sociedade em nome coletivo vir a falir, todos os seus sócios também incorrem na
mesma conduta, juntos. Se a sociedade for de responsabilidade limitada, por seu turno, não haverá, em
regra, conseqüências para a sociedade, em vista da autonomia que possui a pessoa jurídica (o já propalado
princípio contábil da entidade, pelo qual a sociedade é diferente da pessoa dos sócios).
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos
administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da
falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo,
observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.
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Perda Do Direito De Administrar Os Seus Bens
Art. 103. Desde a decretação da falência ou do seqüestro, o devedor perde o direito de administrar os
seus bens ou deles dispor.
Parágrafo único. O falido poderá, contudo, fiscalizar a administração da falência, requerer as providências
necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a
massa falida seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis.
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da
falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.
Sentença Sentença
Período de
que decreta que extingue
inabilitação
a falência a obrigação
Logo após a decretação da sentença que declara a falência, o processo falimentar se instaura. Tem início o
processo de execução concursal de seus bens. Isto é, apurar-se-á o montante de bens que possui o
empresário para saldar as dívidas existentes. Tal processo dá origem no que, no processo falimentar, é
chamado de massa falida.
Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a
arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local em
que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas necessárias.
Assim, após a nomeação do administrador judicial, deve ele proceder ao levantamento dos bens que
possui o devedor, a fim de compará-lo com o passivo. Os bens absolutamente impenhoráveis, contudo,
não serão arrecadados.
Uma vez recolhidos, os bens devem ficar sob a guarda do administrador judicial. Estes bens podem ser
retirados do local em que se encontrem.
Art. 112. Os bens arrecadados poderão ser removidos, desde que haja necessidade de sua melhor guarda e
conservação, hipótese em que permanecerão em depósito sob responsabilidade do administrador judicial,
mediante compromisso.
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Art. 113. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de
conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a
avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas.
O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a coisa reclamada (LRE, art. 87).
Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze)
dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada (LRE, art. 85, parágrafo único).
Portanto, se o empresário efetua compra a crédito em 01.02.X1 e tem sua falência requerida em 12.02.X1,
nascerá para o credor o direito a pedir a restituição da mercadoria, se ainda permanecer em estoque.
Para ver o quanto deve realmente o empresário, deve não só se apropriar dos documentos constantes dos
arquivos do empresário. É obrigação, também, do administrador judicial que compare os valores
apresentados com aqueles fornecidos pelos credores. Esse procedimento é chamado de verificação dos
créditos.
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que os credores apresentem no prazo de 15 dias ao administrador judicial suas habilitações ou suas
divergências quanto aos créditos relacionados no edital. A habilitação compete ao credor (LF, art. 9º).
A habilitação dos créditos permite que ao administrador judicial e demais credores tomem ciência de sua
existência, verificando-se também sua legitimidade e exatidão.
O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a importância e a classificação
de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será
juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que
houver julgado as impugnações.
Conquanto valha na falência o conhecido princípio da par conditio creditorum, pelo qual os credores
devem, em tese, possuir as mesmas chances de satisfação dos seus créditos, esse entendimento é válido
numa escala horizontal, dentro de uma mesma classe (por exemplo, créditos trabalhistas).
Os credores são divididos em diversas classes e a quitação de uma classe depende da quitação integral da
classe anterior. O quadro-geral de credores tem por finalidade organizar essas diversas classes.
Uma vez que os passos listados acima foram todos ultimados, já sabemos quanto de bem tem o
empresário e quanto é o valor total de suas dívidas, restam-nos duas providências:
Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo auto ao processo de falência,
será iniciada a realização do ativo.
A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro-geral de credores (LRE, art.
139, §2º).
A alienação de bens deve se dar da forma que dê maior retorno possível ao empresário. Assim, se a
sociedade empresária X é formada por um terreno, de R$ 50.000,00, uma máquina para produção, no
valor de R$ 30.000,00 e um veículo utilizado para entrega de mercadorias, no valor de R$ 20.000,00,
teremos um valor contábil de R$ 100.000,00. Entretanto, o valor de mercado será maior do que este valor,
tendo em vista que a empresa se organiza profissionalmente para atingir lucro.
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Alienação em bloco dos bens que integram cada estabelecimento
Alienação dos bens individualmente considerados
Porém, se convier à realização do ativo, ou em razão de oportunidade, podem ser adotadas mais de uma
forma de alienação (LRE, art. 140, §1º). Trata-se de questão de conveniência, buscando sempre a
otimização dos valores obtidos.
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará
que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades:
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida
sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:
(...)
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas
obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as
decorrentes de acidentes de trabalho.
Contudo, caso haja conluio entre o devedor e comprador para se livrar das dívidas, a regra acima não se
aplicará.
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Preferência dos créditos na falência
1) Créditos extraconcursais (que são créditos que surgem no decorrer do processo de falência);
2) os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por
credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
3) Bens gravados com garantia real, até o limite do bem gravado;
4) créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas
tributárias;
5) créditos com privilégio especial;
6) créditos com privilégio geral;
7) créditos quirografários;
8) as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as
multas tributárias;
9) créditos subordinados.
Segundo o artigo 84 da LRE, serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência
sobre os mencionados no art. 83 desta Lei (acima), na ordem a seguir, os relativos a:
Encerramento Da Falência
Uma vez levantado o ativo e realizado o pagamento dos credores, deve-se declarar findo o processo
falimentar, através de sentença. O administrador judicial deve, então, prestar contas ao magistrado.
As contas, acompanhadas dos documentos comprobatórios, serão prestadas em autos apartados que, ao
final, serão apensados aos autos da falência.
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Recuperação Judicial
A recuperação judicial é instituto que veio substituir a figura da concordata. Nos termos da Lei
11.101/2005:
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-
financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função
social e o estímulo à atividade econômica.
A recuperação judicial é, pois, uma via alternativa, evitando-se que a empresa caia em processo falimentar,
havendo prejuízo irreversível. Obviamente, considerando o escopo da fonte de renda para o Estado,
manutenção de empregos e crescimento da economia, é muito mais viável que se mantenha a empresa
em funcionamento.
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça
regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos,
cumulativamente:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as
responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano
especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de
2014)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por
qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Observe-se, assim, que o pedido deve ser feito pelo próprio devedor. O devedor, como já dito, é a figura
do empresário ou sociedade empresária.
Ademais, deve comprovar que exerce regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos. Assim, a
atividade deve ser regular.
A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor,
inventariante ou sócio remanescente.
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Do Pedido E Processamento Da Recuperação Judicial
A lei traz alguns requisitos para que seja realizado o pedido de recuperação judicial. Vejam que se trata do
pedido de recuperação, e não do deferimento. Dificilmente este artigo é cobrado em concurso, mas vale a
pena dar uma observada:
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-
financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas
especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária
aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a
indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito,
discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de
cada transação pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e
outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos
valores pendentes de pagamento;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e
as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de
qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas
respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas
onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive
as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.
Uma vez deferido o processamento da recuperação judicial, será apresentado um plano de recuperação
pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o
processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter (LRE, art.
53):
I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei
(os meios de recuperação citados), e seu resumo;
II – demonstração de sua viabilidade econômica; e
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III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional
legalmente habilitado ou empresa especializada.
Vejam que a norma diz “sob pena de convolação em falência”. Isso significa, em síntese, que, não
apresentando o plano no prazo, será decretada a falência do devedor.
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não
vencidos.
- Credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil,
de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de
irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em
contrato de venda com reserva de domínio (LRE, art. 49, §3º).
- Credor de adiantamento de contrato de câmbio (LRE, art. 49, §4º).
Essa fase do procedimento de recuperação judicial tem início com o despacho que ordena o
processamento da recuperação judicial. Nela, discute-se e vota-se o plano de recuperação apresentado
pelo devedor. Antes, contudo, deve haver a verificação e habilitação dos créditos, como propugna o artigo
7º da Lei.
O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de
recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções (LRE, art. 53, parágrafo único).
Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30
(trinta) dias contado da publicação da relação de credores elaborada pelo administrador judicial, conforme
o § 2o do art. 7o desta Lei.
Não havendo objeção, considera-se aprovado o plano de recuperação judicial. Vejam que a aprovação do
plano depende de consentimento dos credores.
Ao revés, existindo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a
assembléia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação (LRE, art. 56).
A data designada para a realização da assembléia-geral não excederá 150 (cento e cinqüenta) dias
contados do deferimento do processamento da recuperação judicial (LRE, art. 56, §1º).
Nesta hipótese, o plano será discutido na assembléia. Se a assembléia aprovar o plano, poderá montar o
comitê de credores (se já não existir).
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O plano de recuperação judicial poderá sofrer alterações na assembléia-geral, desde que haja expressa
concordância do devedor e em termos que não impliquem diminuição dos direitos exclusivamente dos
credores ausentes (LRE, art. 56, §3º).
A assembléia poderá, também, rejeitar o plano de recuperação judicial. Rejeitado o plano de recuperação
pela assembléia-geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor (LRE, art. 56, §4º).
Se o plano for aprovado na assembléia, passa-se à fase do artigo 57, que diz:
Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado pela assembléia-geral de credores ou decorrido o
prazo previsto no art. 55 desta Lei sem objeção de credores, o devedor apresentará certidões negativas de
débitos tributários nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código
Tributário Nacional.
Assim, se o plano for aprovado por não haver objeção ou se, na assembléia geral, for aprovado, deve o
devedor empresário apresentar certidões negativas tributárias.
Assim, vê-se que o plano deve ser aprovado pelos credores para que haja a concessão da recuperação
judicial. O juiz apenas homologa.
Contudo, existe uma hipótese em que não há necessidade de aprovação pelos credores, prevista no artigo
58 da Lei, a saber:
Art. 58, §1º. O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação
na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembléia, tenha obtido, de forma cumulativa:
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes
à assembléia, independentemente de classes;
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente
2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores,
computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei.
Ainda, a recuperação judicial concedida desta forma só poderá vigorar se o plano não implicar tratamento
diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado (LRE, art. 58, §2º).
A Recuperação Judicial Em Si
Proferida a decisão que concede a recuperação judicial, o devedor permanecerá em recuperação judicial
até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da
concessão da recuperação judicial (LRE, art. 61).
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Cumpridas as obrigações vencidas no prazo de dois anos, o juiz decretará por sentença o encerramento da
recuperação judicial (LF, art. 63). As obrigações que se prolonguem após os dois anos deverão ser
cumpridas, mas o devedor não mais será considerado em recuperação judicial.
Uma vez deferida a recuperação judicial, há novação - criação de uma nova obrigação, substituindo e
extinguindo a obrigação anterior e originária – dos créditos anteriores ao pedido, obrigando o devedor e
todos os credores do plano, conforme a LRE, art. 59.
Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá ser interposto por
qualquer credor e pelo Ministério Público (LRE, art. 59, §2º).
Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas
isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, através de leilão, por lances orais, propostas
fechadas ou pregão (LRE, art. 60).
O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações
do devedor, inclusive as de natureza tributária (LRE, art. 60, parágrafo único). Contudo, havendo conluio na
venda de filiais ou unidades produtivas, justamente para se livrar do ônus tributário, a regra não se aplica.
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial,
inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão
considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem
estabelecida no art. 83 desta Lei.
Durante a recuperação judicial, as Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS poderão
deferir, nos termos da legislação específica, parcelamento de seus créditos, em sede de recuperação
judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos na Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código
Tributário Nacional (LRE, art. 68).
E atenção! Segundo o parágrafo único do artigo 68: As microempresas e empresas de pequeno porte farão
jus a prazos 20% (vinte por cento) superiores àqueles regularmente concedidos às demais empresas
(Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
Vimos que o devedor permanece em recuperação judicial até dois anos após a sua concessão, se vier
cumprindo regularmente suas obrigações. Contudo, se durante este período, descumprir obrigação
prevista no plano, terá a recuperação judicial convolada em falência (LRE, art. 61, §1º).
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Contratos Bancários
Depósito Bancário
Este é o primeiro tipo de contrato que iremos estudar. Nele, o depositante entrega determinado valor ao
banco – depositário. O depositário, por seu turno, deve restituir o valor na data contratada ou quando bem
entender o cliente.
1 – À vista: em que, solicitada pelo depositante, a restituição, total ou parcial, dos recursos depositados,
deve o banco providenciá-la de imediato.
2 – A pré-aviso: em que, uma vez solicitada pelo depositante a restituição, total ou parcial, dos recursos
depositados, deve o banco providenciá-la no prazo avençado pelas partes.
3 – A prazo fixo: em que o depositante deve solicitar a restituição dos recursos somente após uma
determinada data.
Como depósito bancário a prazo fixo temos o exemplo das cadernetas de poupança. Querendo a
restituição antes do prazo contratado, perder o depositante o direito à remuneração do capital.
Mútuo Bancário
Mútuo bancário, em síntese, segundo Fábio Ulhoa Coelho, é o contrato pelo qual o banco empresta ao
cliente certa quantia de dinheiro.
Pauta-se, o mútuo bancário, no mútuo civil, previsto nos seguintes termos no Código Civil:
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o
que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
O mútuo se aperfeiçoa com a entrega, pelo banco, ao cliente do dinheiro objeto do empréstimo.
Na contramão, nenhuma obrigação, a partir da entrega do dinheiro, resta ao banco, havendo, assim, uma
espécie de unilateralidade neste tipo de contrato.
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Escreva-se, também, que não vigora para o mútuo a limitação prevista nos artigos 406 e 591 do Decreto
22.626/33, que prevê taxa de juros máxima de 12% ao ano.
Abertura de Crédito
O contrato de abertura de crédito é aquele em que o banco disponibiliza certa quantia de dinheiro ao
cliente, facultando-lhe a utilização desses recursos. O cliente só paga juros se e quando utilizar o crédito. É
o nosso famoso “cheque especial”.
É um contrato consensual e bilateral. A simples disponibilização dos recursos não traz qualquer obrigação
ao cliente. Todavia, se quisessem, as instituições financeiras poderiam cobrar. Não o fazem, já que esta é
uma praxe estabelecida no mercado e quem o fizer certamente perderá um diferencial na prestação deste
tipo de serviço.
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