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ISSN 0104-4060 EDUCHR EM REVISTA NUMERO 51 / JAN. - MAR. 2014 DossiE EDUCAGAO E DITADURAS NA IBERO-AMERICA UFPR 102 Dossi— — EDUCAGAO E DITADURAS NA IBERO-AMERICA La educacién en el franquismo (1936-1975) Antonio Vitiao Frago Reflexos reformistas: 0 ensino das humanidades na ditadura militar brasileira ¢ as formas duvidosas de esquecer ‘Maria do Carmo Martins Dictadura Chilena y Sistema Escolar: “a otros dieron de verdad esa cosa Hamada educacién” Alberto Moreno-Doha e Rodrigo Gamboa Jiménez ‘Tempos, espacos ¢ organizacdo do trabalho escolar em trés expressdes de governos autoritrios brasileiros 1931, 1961 e 1971 —estudo histérico-juridico comparado do Ensino Secundério Eurize Caldas Pessanha e Fabiany de Céssia Tavares Silva A selegdo brasileira de escritores nos livros didéticos dos anos 70 Suzete de Paula Bornatto Reprimir y discriminar. La educacién en la tiltima dictadura civico-militar en Argentina (1976-1983) Pablo Pineau A historia dos estudantes “excedentes” nos anos 1960: a superlotagio das universidades e uum “torvelinho de situagdes improvisadas” Katya Mitsuko Zuguim Braghini Diferentes perspetivas de um ensino conservador: 0 ensino liceal em Portugal durante o Estado Novo (1936-1960) Anténio Gomes Ferreira e Luis Mota “Bu desisto?” Paredes vivas na cidade: conflitos sociais em cartazes produzidos a0 longo da década de 1980, no Brasil ‘Marcus Aurelio Taborda de Oliveira DEMANDA CONTINUA. Limites sociolégicos da leitura foucaultiana sobre a escolarizagio Norberto Dallabrida Pela cidade, educabilidades (Principe, Rio Grande do Norte ~ séeulo XIX) Olivia Morais Medeiros Neta Encontros cotidianos e a pesquise em Educeeto: relagdes raciais, experiéncie dialbgica ¢ processos de identificagao ‘Mailsa Carla Pinto Passos Universalizagdo da Educago Superior no Brasil: contrapontos e possibilidades Paulo Gomes Lima Alunos ProUni e niio ProUni nos cursos de licenciatura: evasdo em foco Vera Lucia Felicett e Paulo Fossatti A tilizagao das TIC nos processos de formagao continuada e o envolvimento dos professores em comunidedes de pritica Glauco Gomes de Menezes RESENHA cipio del fin Las politicas y memorias de la educacién en la iltima dictadura militar (1976-1983): Argentina en perspectiva Eduardo Galak DOCUMENTO. . Revista Realidade: Edipto especial “A Juventude Brasileira, hoje". Sctembro, 1967 Katya Mitsuko Zuguim Braghini : a « ISSN ili IININININ| SSSR ce) MEC, MCTI Minstérioda Educacio Ministre a3 Gnc, Tecnologia tnowngso EDUCACAODOSSENTIDOSEDAS etna Peta oto SENSIBILIDADES (NUPES-UFMG) emus blagi fearon acura sf = ere Reitor: Zaki Ako Sobinbo Viee-Reitor: Rogério Mulinari Setor de Eaucasio Diretora Andréa do Rocio Caldas Nines Viee-Diretora: Nuria Pons Viladell Caras Diretor da Bditora Universidade Federal do Parana - Brasil: Gilberto de Castro Vice-Diretora da Editora Universidade Federal do Parané - Brasil: Suzete de Paula Bomatio Educar em Revista Publicagdo Trimestral do Seior de Educapto da Universidade Federal do Paras ceducan@ufprbe worwserufpebrfeduear Indexada em/lndeved in: BBE Bibliografia Basile de Educagio Brasilia, Inep), Fdubase (Universidade Estadual de Campinas / Sao Paulo ~ Bras), MLA-Modem Language Assocation, New Yark - USA e GeoDados (Universidade Estadual de ‘Maringé - UEM - Bras, Seielo - Scientifle Electronic Library Online, Brasil, Redalyo-Red de Revisias Cintificas de ‘América Latina, el Caribe, Espaita y Portugal“ México, Educ@- Periddices Online de Educagéo (Fundse Carlos Chagas). Ealitor: Mareus Levy Bencostta Baltor Adjunto: Cliutio de Sa Machado Sinior ‘Conselho Editorial: Aldo Fortunati Presidente de La Bottega di Gepptio - Centro de Investigaglo e Documentagao sobre Inflnca, San Minito, tlie), Celso Ferret (Pontificia Universidade Catdica de Sao Paulo - PUC-SP, So Paulo, SP, Beas), Edgar de Decca (Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Campinas, SP Brasil), Gandéncio Frigoto (Universidade Federal Fluminense - UFF, Rio de Janeito, Bras), Jess Rodsiguer (Universidad de Santiago de Compostela, Espaia) John E, Penick (Vice President, Research and Development, Sangari~ Miami, USA), José Lean Crochik (Universidade de Sao Paulo - USP, Sto Paulo, SP, Bras), s Pérez pez (Universidad de Murcia, Espa), Karumi Munakata (Pontificis Universidade Catdica de S40 Paulo - PUCSP, So Paulo, SP Bras, Lilian Naser (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, RI, Bras, Lula Healy (Universidade Bandeiantes~ UNIBAN, Sto Paulo, SP, Brasil), Pedto Meira Monteiro (niversidade de Princeton, Pstados Unidos da Amética), Sandra Mapina (Pontificia Universidade Catdlica de So Paulo = PL i Paulo, SP, Brasil), Vitor Henrique Paro (Universidade de Sto Paulo (USP), Séo Paulo, SP, Bras!) Zaila de Brito Fabri Demartni (Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Campinas, SP Brasil; Centzo de ‘Estudos Ruras e Uibanos (Cera) da Universidade de Sto Paulo (LISP), Sao Paulo, SP, Brasil). ‘Conselbo Cansultivo: Araci Asinolli da Luz (Universidade Federal do Parana (UFPR), Curitiba, Parand, Brasil), Cleusa Valxio Gabardo (Universidade Federal do Parand (UFPR), Curitiba, Parand, Brasil), Gizele de Souza (Universidade Federal do Parand (UFPR), Cartha, Parana Bras, Laura Ceretta Moreira (Universidade Federal do Parané (UFPR), Curitiba, Parand, Bras), ‘Maria Auxiiadora Moreira dos Santos Scimidt (Universidade Federal do Psrand (UFPR), Curitiba, Parad, Brasil), Mati de FFitima Quinsal de Freitas (Universidade Federal do Parand (UEPR), Curitiba, Paani, Brasil), Maria Andrade Torales Campos (Universidade Federal do Parand(\JFPR) Curtiba, Parand, Brasi), Monica Ribeiro da Silva (Universidade Federal do Paran (UFPR), Curitiba, Paran, Bras), Veronica Branco (Universidade Federal do Parand (UFPR), Curitiba, Parad, Brasil) an PrésReitoria de Pesquisa ePis-Gratungso Programa de Apoio a Publiagao de Periicos da UFPR Sistema BlecOnice de Revistas SER fee pipe SelgL0 a O Sistema EletrOnico de Revistas (SER) ¢ um software livre ¢ per- ha AG ita submis de artigo euesso ds revistas de qualquer pare do mundo, Pode ver sotsado por ates, conutoes eos, sudo, tetesados em acesar eater cpins de atigs publ codosmnreviss O sistema aise sutomalcament por all, dh lngamento de um novo mero da revis aos eure Assessor Técnica: Licia Alves dos Santos Bolsista: Katina de Lima Witasiak EUUCHR Em REVISTA NUMERO 51 / JAN./MAR. 2014 UFPR EDITORA DA UFPR Rua Jodo Negrio, 280 - 2.° andar - Centro Tel. (41) 3360-7489 - Fax (41) 3360-7486 80010-200 - Curitiba - Parana - Brasil editora@ufpr.br www.editora.ufpr.br Coordenagao editorial: Daniele Soares Cameiro Revisiio dos textos em portugués: Jéssica Chelsea Cassiano Alves ¢ Daniele Soares Carneiro Revisio dos textos em inglés: Daniele Soares Carneiro Reviso dos textos em espanol: Maria Cristina Périgo, Editoraco eletrOnica: Reinaldo Cezar Lima Capa: Cartaz 64emx43em, autor desconhecido (década de 1980), Acervo particular de Marcus Aurelio Taborda de Oliveira Educar em Revista, n. 51, jan/mar. 2014, podera ser obtida, em permuta, junto a Biblioteca Central da UFPR - Segio de Intercmbio - Caixa Postal 19.051 81531-980 - Curitiba - Parana - Brasil. inter@ufpr.br Missiio: A missio da Educar em Revista é publicar artigos originais e relatos inéditos de pesquisa 1a area educacional, bem como resenhas de livros de destaque ¢, eventualmente, documentos especiais ¢ tradugdes. Tem como propésito abordar questdes atuais e sign para a compreensiio dos fenémenos educativos. 0s textos publicados por Educar em Revista sto de inteira responsabilidade de seus autores Pedidos por reembolso postal: Editora Universidade Federal do Parana - Brasil Coordenagao de Processos Técnicos. Sistema de Bibli tecas. Biblioteca Central. UFPR, jucar em revista — No, 9, 1993 = Corba Ed, UPPR, 2014 ve 20 em. — (Série Revita da UPR sn. 287). “Trimestral AtE 2000 (v.16) era anual. Em 2001 (6. 17) comega a ser semesral aé 2009 (x 33), quando passou a ser quadsimesteal. A partir do v.40 (2011) toma-setrimesta. CContinaagée de: Eucar —v. 1, 1, 1981 =v. 8,4. 2, 1989 ASSN 0101-4358) ossui versio online (ISSN 1984-0411) ISSN 0104-4060 1. Educapso~ Peribdioes. 1. Titlo, LL. Séve, cpp: 370 Série Revista da UFPR, n. 287 " ISSN 0104-4060 / Ref. 743 7 PRINTED IN BRAZIL. : Curitiba / 2014 : PEDE-SE PERMUTA WE ASK FOR EXCHANGE, Editorial HA cinquenta anos, precisamente no tltimo dia do més de margo de 1964, © Brasil presenciou a instalagao, por meio de um golpe de estado, daquela que seria a mais brutal e duradoura ditadura da historia republicana brasileira. A insatisfagao de parte significativa dos militares apoiada por importantes seto- res conservadores da sociedade civil depds Joao Goulart, que tinha se tornado presidente apés a renuncia de Janio Quadros. Uma vez instalada a ditadura civil-militar, esses rebelados enxergaram como um perigo ao pais a aproximaciio do presidente deposto com a esquerda. CO autoritarismo dos novos dirigentes deu margem 4 supressao dos direitos cons- titucionais do cidadao, a reinvenc4o da censura, a novas perseguigées, torturas e prisdes; entretanto, no podemos deixar de enfatizar que quanto mais forte se tornou esse autoritarismo, maior foi a resisténcia a ditadura. Recentemente foi criada no Brasil a Comissio Nacional da Verdade (CNV), por meio da Lei 12.528/2011 (instituida em maio de 2012), para apurar as graves violagdes de Direitos Humanos que se desenrolaram no Brasil, entre os anos de 1946-1988. Paulo Sérgio Pinheiro, na apresentag&o dos trabalhos da CNV, realizada em 2013, esclarece que a primeira linha investigativa desta comissio é resgatar 0s fatos de desrespeito aos direitos humanos ocorridos naquele periodo, em es- pecial os eventos relacionados ao regime da ditadura civil-militar. Jé a segunda linha tem tratado dos testemunhos das vitimas do terrorismo de Estado e dos depoimentos dos agentes do Estado. Visto que a prioridade da CNV é tratar de um conjunto de informagées que dizem respeito As atrocidades cometidas pelo Estado naqueles “anos de chumbo”, contribuindo para desvelar a metodologia que organizou sistemati- camente a repressdo aos direitos humanos, ndo é de sc admirar que 0 volume de documentos investigado seja de uma quantidade avassaladora. Uma das peculiaridades do caso brasileiro é que a CNV iniciou seus trabalhos com milhdes de documentos, sobre 0 periodo, j4 disponiveis—como, por exemplo, os do STM, utilizados no projeto Brasil Nunca Mais, e os acervos recolhidos ao Arquivo Nacional L...] 0 Nuicleo dos Acervos do Regime Militar do Arquivo Nacional ja identificou aproximadamente 250 estruturas de informagdes instaladas em Ministérios, Autarquias, Fundagées, Universidades Reprimir y discriminar. La educaci6n en la ultima dictadura civico-militar en Argentina (1976-1983)' Repressd&o e discriminagao. A educagao na ultima ditadura civil-militar na Argentina (1976-1983) Repressing and discriminating. Education in the last Argentine civil-military dictatorship (1976-1983) Pablo Pineau* RESUMEN La dictadura civico-militar iniciada en la Argentina en 1976 instrumenté una politica educativa basada en dos estrategias. Por un lado, la que podemos denominar la estrategia represiva, coto de Jos sectores mas tradicionalistas, que buscaba hacer desaparecer ~ con el peso que este término tuvo en esos afios — a los elementos de renovacién previos, y por otro Ia estrategia dis- criminadora, coto de los sectores més tecnocriticos, que buscaba romper los elementos presentes en la escuela piblica tendientes a la democratizacién social mediante la homogeneizacién: “una escuela tinica para todos sin importar las desigualdades”, y proponer un sistema educativo fuertemente fragmentado por circuitos diferenciados. Palabras claves: dictadura; Argentina; represién; politicas educativas; autoritarismo. I Este trabajo recupera y actualiza un grupo de hipétesis presentadas en diversos trabajos previos sobre el tema. 2 Universidad de Buenos Aires. Pudn 480 3er. piso. Ciudad de Buenos Aires, Argentina, ZIP: 1406. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. $1, p. 103-122, jan./mar. 2014, Bditora UFPR 103 PINEAU, P. Reprimir y discriminar. La educacién en ta tiltima dictadura civico-militar. RESUMO A ditadura civil-militar iniciada na Argentina em 1976 instramentalizou uma politica educativa baseada em duas estratégias. Por um lado, aquela que podemos denominar estratégia repressiva, ideada por setores mais tradicio- nalistas que buscavam fazer desaparecer — com 0 peso que este termo teve naqueles anos — os elementos prévios de renovagao; por outro, a estratégia discriminadora, base dos setores mais tecnocraticos, que buscava romper aqueles elementos tendentes & democratizago social mediante a homoge- neizago, presentes na escola piiblica: “ama escola tinica para todos sem importar as desigualdades”. Esta propunha um sistema educativo fortemente fragmentado cm circuitos diferengados. Palavras-chave: ditadura; Argentina; repressao; politicas educativas; au- toritarismo. ABSTRACT The civil-military dictatorship initiated in Argentina in 1976 orchestrated an educational policy based on two strategies. On the one hand, there was a repressive strategy, a limitation of the most traditionalist sectors, which sought to eliminate all previous elements of renovation, considering the importance of that removal in that period; and on the other hand, there was the discriminating strategy, another limitation of the most technocratic sectors, which sought to break the idea of public schools tending to the so- cial democratization by means of the homogenization: “the same school for all without concerns about inequalities”, and they proposed an educational system strongly fragmented by differentiated social circuits. Keywords. dictatorship; Argentina; repression; educational policies; au- thoritarianism. Introduccién Los sectores civico-militares que ocuparon el poder en Argentina el 24 de marzo de 1976 sostenian que el pais se encontraba en crisis a causa de que la sociedad se habia desbordado. Por eso se propusieron reordenarla, y para tal no dudaron en ponerse el pomposo nombre de “Proceso de Reorganizacion Nacional”. Los instrumentos utilizados formaron parte de un proyecto politico basado en el estado de sitio, el terrorismo de Estado, la prohibicién del accionar de los partidos y sindicatos, la represién de la sociedad, el abuso de poder y la sumision de la justicia. 104 Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n.51, p. 103-122, jan./mar. 2014. Editora UFPR PINEAU, P. Reprimir y discriminar. La educacién en la tiltima dictadura eivico-militar. Ese reordenamiento politico acompaiié un reordenamiento econdmico. Se adscribié a las teorfas monetaristas de la escuela de Chicago que privilegian al sector financiero. La apertura de los mercados, el fomento de las importacio- nes, la progresiva eliminacién de los mecanismos clasicos de proteccién de la produccién local y una pauta cambiaria desfavorable se combinaron para dar como resultado un proceso de desindustrializacién y concentracién econémica. Por supuesto, el registro educativo no estuvo exento de esta situacién. La Dictadura llevé a cabo politicas especificas en el sector que se propusieron modificar algunas légicas previas y volverlas solidarias al resto de los cambios sociales. Diversos autores han sefialado algunos de los elementos constituyentes de las politicas educativas de la época, como su cardcter reactivo y autoritario (TEDESCO; BRASLAVSKY; CARCIOFI, 1985), la militarizacién del sistema educativo (KAUFFMAN; DOVAL, 1997), y la burocratizacién y verticalizacion de su estructura administrativa en aras de un mayor disciplinamiento social y la pérdida de la especificidad pedagégica del sistema (TIRAMONTI, 1985). La renovacién cultural y pedagégica de los afios 1960 y 1970 habia puesto en cuestién los modelos educativos previos provenientes del siglo XIX. Esos afios vieron la aparicién de nuevos fenémenos como la adscripcién a las llamadas teorias “criticas” — que iban desde Illich al reproductivismo — de do- centes y pedagogos, la expansién del psicoanilisis, el avance de Ja psicologia social y la dinamica de grupo, de la pedagogia de la recreacién, de las nuevas concepciones de infancia, y la publicacién de libros de lectura mas modemos que propiciaban la lectura comprensiva solipsista. Ya en los 1970 se produjo una mayor radicalizacién politica mediante la sindicalizacién docente, la campatia de alfabetizacién Campafia de Reactivacién Educativa de Adultos para la Re- construccion (CREAR), la extensién universitaria y la difusin de la pedagogia de la Liberacién’. Esta situacién fue un importante abono para la Dictadura, sobre todo para quienes afioraban cierto pasado “mitico” de un orden perdido. Sostendremos en este escrito que la dictadura instrument6 una politica educativa basada en dos estrategias. Por un lado, la que podemos denominar la estrategia represiva, coto de los sectores mas tradicionalistas, que buscaba hacer desaparecer — con el peso que este término tuvo en esos afios — a los elementos de renovacién previos presentados en el parrafo anterior, y por otro la estrategia discriminadora, coto de los sectores mas tecnocraticos, que buscaba romper los elementos presentes en la escuela publica tendientes a la democratizacion social mediante la homogeneizacién: “una escuela tnica para todos sin importar las diferencias”, y proponer un sistema educativo fuertemente fragmentado por circuitos diferenciados. 3. Véase un desarrollo de estos temas en Puiggros (1997). Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. $1, p. 103-122, jan./mar, 2014. Editora UFPR 105 PINEAU, P. Reprimir y discriminar. La educacién en la tiltima dictadura elvico-militar. La estrategia represiva Los grupos que apoyaron a la dictadura compartian un balance fuertemente negativo del periodo politico anterior — calificado de “violento”, “subversivo”, “desbordado”; “demagdgico”, “populista”, etc. — y coincidian en la necesidad de implementar un gran plan represivo para reordenar el pais. Esta funcién debia ser levada a cabo por las fuerzas de seguridad — consideradas “baluartes morales de la Nacién”, “guardianes de la soberania”, “garantes de las tradiciones nacio- nales”, etc.— quienes debian aniquilar cualquier foco subversivo de oposicién y devolver al pais la paz y la tranquilidad perdidas. Esta tarea era prioritaria, y no habia que poner ningiin tipo de reservas a las acciones que condujeran a ese fin. Como sostiene Masiello (1987), la dictadura impuso una politica social de vaciamiento de la polifonia de voces que constituye a las sociedades de- mocraticas porque “[...] Ja norma autoritaria expulsa a los individuos de una esfera puiblica y se niega a permitirles el diélogo con el poder o cualquier critica del Estado”. Con la excepcién de unos pocos, la sociedad fue unificdndose y ajustandose a ese reclamo de “pacificacién por represién” que implicaba uni- formizacién y disciplinamiento por todas las vias posibles, El imaginario social estaba listo para la implementacién del horror, y los niveles de aberracién a los que Ilegaron las violaciones a los derechos humanos en el periodo escapan a cualquier intento de semantizacién, y nos vinculan con los limites de lo humano. El sistema educativo fue un lugar privilegiado para su puesta en accién. Si bien cl autoritarismo es una de las marcas de origen de la escuela argentina, y su historia previa también daba cuentas de actos represivos, el despliegue al- canzado en la ultima dictadura super6 todo diagnéstico. La desaparicién forzada de personas castigé muy duramente a docentes, investigadores, estudiantes — a éstos se le sumaba ademas su condicién de jévenes —y al resto de su personal. Aso deben sumarse el exilio, la encarcelacién por motivos ideoldgicos, los despidos y “puestas a disponibilidad”, el cierre de instituciones y carreras, las prohibiciones y otras formas de censura, la quema de libros y las diversas formas de uniformizacién y disciplinamiento de las practicas cotidianas. El dispositivo de contralor social y accionar politico del esquema represivo se basa en la siguiente serie de inferencias: 1) Todo hecho social es un hecho politico; 2) Todo hecho politico es un hecho subversivo; 3) Todo hecho subversivo debe ser reprimido. 106 Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 51, p. 103-122, jan./mar. 2014, Editora UFPR PINEAU, P. Reprimir y diseriminar. La educacién en la tiltima dictadura civieo-militar En los periodos en que esté en vigencia, los sujetos deben evitar la activa- cién de esta cadena, lo cual era en muchos casos imposible. Durante la dictadura, practicas “sociales” como la lectura de ciertas publicaciones, la concurrencia a eventos culturales (v.g. recitales de rock), o el encuentro con ciertas personas, eran susceptibles de ser reprimidos por la fuerza publica si ésta asi lo consideraba conveniente. A la inversa de los estados de derecho, toda persona se veia en la obligacién de demostrar su inocencia ante el poder porque la culpabilidad era su condicién natural. Invernizzi y Gociol (2002) sefialan que, si bien la categoria “subversivo” nunca termina de ser definida — de hecho, para el esquema represivo todo po- dia serlo —, se utilizaba para hacer referencia a ciertos t6picos opuestos al “ser nacional” y a nuestro modo de ser “occidental y cristiano”. Dentro de esto, un. lugar especial lo ocupa el “marxismo”, al que los censores parecen otorgarle una mayor consistencia tedrica y argumentativa. Esta caracterizacion difusa dio lugar a la aparicién de ciertas formulas que se repiten casi sin variacién en todos los documentos referidos al tema y en los dictamenes emitidos para identificar al “enemigo” u “oponente™, y que configuran los peligros introducidos en la escuela por docentes subversivos. Segtin el esquema presentado mas arriba, todo hecho educativo, en tanto hecho social, podia dar lugar a un acto de represién al desplegarse la cadena presentada. El discurso oficial le asignaba a la escuela, y mas aim a Ja uni- versidad, el haber ocupado un rol muy importante en la generacién del “caos social” de los primeros afios de los 1970. Por eso la estrategia represiva tuvo como objetivo principal disciplinar al sistema educativo, y erradicar de él los. elementos de modernizacién de las décadas anteriores ~ que hemos denomi- nado en el capitulo anterior como Ja “modernizacién incluyente” -, englobada dentro de la gran bolsa de “lo subversivo”. La cadena metonimica iniciada por “subversion” parece no tener fin, y engarza significantes como drogadiccién, juventud, literatura comprometida, rock, desaliito, crisis de la familia, pérdida de valores, comunismo, relativismo, pornografia, inmoralidad, hedonismo, frivolidad, libertad, trabajos grupales, campamentos e ingreso irrestricto. Su consecuencia fue que el impacto del terrorismo de Estado dentro del sistema educativo fue tan grande como dificil de abarcar. Estas practicas tenian como su instancia propositiva principal reinstaurar un discurso tradicionalista de la mds pura cepa catélica integrista, fundamenta- lista y oscurantista. Asi, represiOn y tradicién se enlazaron profundamente para 4 Entre otros documentos podemos ubicar a “Directivas sobre la infiltracién subversiva en la ensefianza” (1977), editado por el Ministerio de Educacién, y “Marxismo y subversién: ambito educativo” (s/f) editado por el Comando Mayor general del Ejército. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. $1, p. 103-122, jan./mar. 2014. Editora UPPR 107 PINEAU, P. Reprimir y discriminar. La educacién en la iiltima dictadura civico-mititar. ahogar todo intento de democratizacién educativa, Por ejemplo, en los Objetivos Pedagdgicos del Nivel Primario acordados con el Consejo Federal de Educacién el 12 de diciembre de 1980 se sostiene: Fin de la Educacién. Siendo el fin de la educacién la formacion integral, arménica y permanente de cada hombre, en funcidn de sus fines esenciales, la propia vocacién y el bien comiin, el sistema educativo deberd asegurar a todos los habitantes de la Nacién una educacién acorde a tal fin, a través del cultivo de virtudes, integrandola con los valores de la moral cristiana, de la tradicién nacional y de la dignidad del ser argentino Objetivos generales — Preparar al hombre para asumir los valores ético-religiosos de su destino trascendente. [...] —Promover la consolidacién de la unidad y estabilidad de la familia [...] — Promover una actitud de defensa de la soberanfa politica de la Republica Argentina dentro de Ia comunidad internacional y fomentar las armoniosas relaciones con los demés paises, y muy especialmente con las naciones hispanoamericanas (CONSEJO FEDERAL DE EDUCACION, 1980). En consonancia, el Documento “terrorismo en Argentina” presenta una “Breve resefia de las medidas para reconstruir la educacién argentina”, Ellas eran: 1. Separacién de totalitarios y corruptos. 2. Restitucién del orden en las Universidades. Fortalecimiento de los valores morales y civicos (donde se incluye la sustitucién de la asignatura Estudios de la Realidad Social Argentina (ERSA) por “Formacién Moral y Civica” en la escuela media). 4. Integracién de la familia y la comunidad en el proceso educativo (donde se incluye su importancia en la “transmisi6n sistematica de los valores de la moral cristiana y de la tradicin nacional”). 5. Refuerzo de la accién del Instituto Nacional de Crédito Educativo para la Igualdad de Oportunidades. Este discurso no estaba dirigido solamente a los funcionarios educativos. Lametéfora médica utilizada para hablar de la situaci6n del pais como un cuerpo 108 Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 51, p. 103-122, jan./mar. 2014, Editora UFPR PINEAU, P. Reprimir y discriminar. La educacién en la iltima dictadura civico-militar. al que habia que curar de la infeccién que lo atacaba, producida por “el virus de la subversién”, reforzaba esta situacién. Los focos de contagio y los ya conta- giados debian ser eliminados y aniquilados para proteger a los todavia sanos; y a éstos tltimos debfa ensefiarles a prevenirse de la enfermedad y a fortalecer sus defensas. Notas en la prensa, circulares, disposiciones y reuniones convocaban a los docentes y directivos a salir de la “desidia e indiferencia” y a velar por la Patria denunciando a sus compafieros y cuidéndose de utilizar bibliografia sin haber corroborado su ideologia. A su vez, hacian continuas apelaciones a los padres para que controlaran las actividades escolares de sus hijos. Las revistas que por entonces publicaba Editorial Atlantida mostraban un apoyo constante ala dictadura y se sumaban a sus campatias de identificacién de “subversivos”. Por ejemplo, se les aconsejaba a los padres que prestaran atencién a los tér- minos que usaban sus hijos y a las conversaciones que tenian, que revisaran tareas, carpetas, apuntes y cuadernos, y que supieran qué lefan dentro y fuera de la escuela. Se ies alertaba que se cuidaran de los docentes y preceptores que daban a leer “literatura comprometida” y “novelistas latinoamericanos”, que usaban las horas libres para difundir ideologia, que pedian a los alumnos. que comentaran en clase recortes periodisticos “que nada tienen que ver con la escuela”, o que estimulan el trabajo en grupo en detrimento del esfuerzo y la responsabilidad personal. Los padres debian “vigilar, participar y presentar las quejas que estimen convenientes”. Como el resto de los sistemas represivos, la dictadura argentina también mostr6 una especial desconfianza por los libros. El esquema represivo que presentamos mis arriba implicaba que todo material escrito que ingresara a la escuela debia demostrar su inocencia, cuya aduana se volvié mucho mas dura que en otras épocas. Todo texto fue considerado peligroso por definicion, y diversos y poderosos mecanismos de control se pusieron en accién para evitar sus efectos de “penetracién ideolégica”. El folleto “Subversién en el ambito educativo. Conozcamos a nuestro enemigo” presenta la siguiente caracterizacién de la renovacién de la literatura infantil: (Se advierte) una notoria ofensiva marxista en el area de la literatura infantil. En ella se propone emitir un tipo de mensaje que parta del nifio y que le permita “autoeducarse” sobre la base de la “libertad y altemativa, Teniendo en cuenta estas bases esenciales, las editoriales marxistas pretenden ofrecer. “Libros itiles” para el desarrollo, libros que acompafien al nifio en su lucha por penetrar en el mundo de las cosas y de los adultos, que los ayuden ano tener miedo a la libertad, que los Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 51, p. 103-122, jan./mar. 2014. Editora UFPR 109 PINEAU, P. Reprimir y discriminar. La educacién en la iiltima dictadura civico-militar. ayuden a querer, a pelear, a afirmar su ser. A defender su yo contra el yo que muchas veces le quieren imponer padres o instituciones, conciente o inconcientemente, victimas a su vez de un sistema que los plasm6 0 traté. de hacer a su imagen y semejanza (MINISTERIO DE EDUCACION, 1977, p. 49). Esto condujo a la prohibicién de una buena cantidad de libros destinados al publico infantil como “Un elefante ocupa mucho espacio”, de Elsa Borne- mann, “Nifios de hoy”, “Nuestros muchachos” y “El amor sigue siendo nifio”, de Alvaro Yunque, “La Torre de cubos”, de Laura Devetach, “Mi amigo el Pespir” y “Cinco patas”, de José Murillo, “Cuentos para chicos”, de Jacques Prevert, “El Nacimiento, los nifios y el amor”, de Agnes Rosenthal, “Cinco Dedos”, del Colectivo libros para nifios de Berlin, y hasta “El Principito”, de Antoine de Saint Exupery. Podemos presentar al respecto la siguiente légica de categorizacién de estas practicas de censura sobre la literatura infantil: — Uso de conceptos “impropios”, “peligrosos” y “amorales” (“libertad sexual”, “sindicalizacién”; “liberacin”, “lucha de clases”, “burguesia”, “pro- letariado”, “América Latina”, “explotacién”, “injusticias sociales”, “feminis- mo”, “métodos anticonceptivos”, “Tercer Mundo”, “vientre”, etc.). (v.g. “El nacimiento, los nifios y el amor”, de Agnes Rosenthal). — Lecturas que propugnan un cuestionamiento a “nuestra escala de valo- res tradicionales” (familia, religion, nacionalidad, tradicién, autoridad paterna, propiedad privada, “buen gusto”, “lenguaje correcto”, ete.) (v.g. “Cinco Dedos”, del Colectivo libros para nifios de Berlin). —Bibliografia producida por grupos catélicos vinculados a la Teologia de la Liberacién (v.g., “Dios es fiel”, de Beatriz Casiello). — Textos que demuestran “ilimitada fantasia”, que tratan temas alejados de “nuestra realidad” y de “nuestra idiosincrasia”, 0 que muestren aspectos “s6rdidos” de la vida (pobreza, migracién, analfabetismo, pesimismo) o “in- convenientes para la infancia” (v.g. “La torre de cubos”, de Laura Devetach). No hemos encontrado casos de prohibicién de libros de lectura para la escuela primaria, tal vez porque los cambios producidos en ellos en los tiltimos tiempos no eran considerados “peligrosos” por la dictadura. De todas maneras, a las escuelas primarias llegaban listas de libros “aprobados” o “tecomendados”, de donde se deducia que los que alli no se encontraban estaban censurados de alguna manera. La dictadura revitalizé el mecanismo de aprobacién de los textos 0 Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 51, p. 103-122, jan./mar. 2014. Editora UFPR PINEAU, P. Reprimir y discriminar. La educaci6n en la iiltima dictadura civico-militar. por parte del Estado para poder ser usados en las escuelas. La transferencia de las escuelas a las jurisdicciones en las que se hallaban habilit6 un nuevo mosaico de aprobaciones para ese nivel por parte de los distintos poderes locales que limité el imperio de las previas otorgadas a nivel nacional. Por eso, algunos libros tuvieron que esperar su aprobacién por largo tiempo, otros vieron limitada de hecho su circulacién dentro de las escuelas por no estar dentro de la lista de “recomendados”, y otros debieron ser modificados para poder continuar siendo editados. Godoy y Broda (2003) sostienen que el control de la lectura en las biblio- tecas del ambito universitario circulé por un circuito de censura (mediante la prohibicién de ciertos textos, la negacién u omisién de acceso a ciertos materiales conservados y el disciplinamiento del acceso a la consulta) en articulacién con un circuito de violencia (mediante la desaparicién de libros incluidos en los catdlogos previos por “baja” o “transferencia”, quema de textos y otras formas de destruccion de ejemplares). En el nivel medio hubo también una buena cantidad de libros prohibidos y escondidos. Entre ellos se encuentran todos los textos de la derogada materia Estudio de la Realidad Social Argentina (ERSA), el manual “Las edades moder- na y contempordnea”, de Juan Bustinza y Gabriel Rivas de editorial Kapelusz, y “Le francais et la vie”, de Gaston Mauger y Maurice Brezeure, éste Ultimo editado en el extranjero. En el caso de la formacién docente, el expediente n.° 52.887/78 del 17 de octubre de 1978, firmado por Albano Harguindeguy como Ministro interino de Cultura y Educacién, prohibe el uso de la obra de Paulo Freire en los institutos de formacién docente de nivel nacional, asi como decreta que sus libros sean quitados de los estantes. Las practicas represivas ordenaban también la cotidianeidad de las aulas: como dice O’Donnell (1997), el autoritarismo adopté en aquellos dos tiempos dos dimensiones de igual potencia: una macro y una micro. Respecto a ésta Ultima, se impuso una uniformizacién de las conductas tolerables dentro de los establecimientos educativos mediante estrictas normativas reglamentarias, muchas veces de cepa castrense. Ese corpus reglamentario clausuraba en su conjunto los mecanismos de participacién, verticalizaba la administracion bajo control militar directo, se adaptaban los valores a los de una sociedad disci- plinada autoritariamente, transferia la légica burocratica al Ambito escolar, y disciplinaba autoritariamente los comportamientos de los sujetos. La “higiene”, “la correccién” y “el silencio” son otros de los puntos destacados. “El aspecto personal tenderd a cuidar el vestuario. La barba, el cabello y todo aquello que configure el respeto minimo que el ser humano se debe a si mismo y a los que lo rodean”. También se convoca al personal a guardar respeto en el trato “del superior al subalterno, del subalterno al superior, y entre pares”, a controlar Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 51, p. 103-122, jan./mar. 2014. Editora UFPR mw

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