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ISSN 1414-5685

REVISTA BRASILEIRA
DE. INFORMÁTICA
NA EDUCAÇÃO

SETEMBRO 1997
· Diretor: Raul Sidnei Wazla\vick

Conselho Editorial
L.:l~~~~----ic!l _ 7'!'~~":": ~ _•.Yo":-*-,,~-~..........._~--.--~~" ~~s;:::::: ___ QA· --~Z C:i*,I.Jfl ~--. ~

Ana Regina Cavalcanti da Rocha (Dr. UFRJ)


Lucila Maria Costi Santarosa (Dr. UFRGS
Antôn io C:11·los da Rocha Costa (Dr. PUCRS )
Maria das Graças Vólpc Nunes (Or. USP
Clóvis Torres Fernandes (Dr. ITJ\)
Mauro Cavalcante Pequeno (Dr. UFC)
Dalcídio Moraes Cláudi~ (Dr. PUCRS)
Neide Santos (Dr. UFRJ)
Edla Maria Fatist Ramos (Dr. UFSC)
Nizam Ornar (Dr. ITA)
Francisco Antônio Pereira Fia lho (Dr. UFSC)
Paulo Gileno Cysnciros (Dr. UFPE)
Gilda Helena Bernardino de Campos (Dr. UFRJ)
]orge!v1uniz B:1rrC'to (Dr. UFSC) Raul Sidnei Wazlawick (Dr. UFSC) Coordenador
Ricardo Miranda Barcia t ;>h.D. UFSC)
José Armando Valente (I )r. UN ICAM P)
Rogério Cid Bastos (lJr. UFSC)
].osé Sérgio Antunes Settc (Dr. UFPE)
Rosa Maria Viccari (Dr. UFRGS)
José Valdeni de Lima (Dr. UFRGS)
Sônia Schechtman Sette (Dr. UFPE)
Lea da Cruz Fagundes (Dr. UFRGS)
Lígia Alves Barros (Dr. UFRJ) Vera Lúcia Strube de Uma (Dr. PUCRS)

~ ...... ··- ·- ...... . ...,. .- ......... - ....

Alice T Cybis Pereira (Ph.D. EGR-UFSC)


Antonio Carlos Mariani (M.Sc. INE-CTC-UFSC)
(
Edla Maria Faust Ramos (Dr. INE-CTC-UFSC)
f.r~méisço Antônio Pereira Fialho (Dr. EGR-UFSC)
João Bosco da MrJta Alves (Or. INE-CTC- UFSC)
Jo~gc Muniz Barreto (Dr. INE-CTC-UFSC)
Murilo Silva ele C:unargo (Dr. IN E-CTC-U FSC)
Raul Sidnei Wazlawick (Dr. INE-CTC-UFSC)
Rogério Cid Bastos (Dr. SEI-UFSC)
Vânia Ribas VIbricht (Dr. EGR-UFSC)

Revista Brasileira de Informática na .Educação


Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Informática e de E.statística
Ca ixa Postal: 4-:-6
Tel.: (048) 231 9739
flori;uiópolis, S.C., Brasil
.
88040-900
~ ..:. -~
Fax.: (048) 231 9770
h ttp://www. in f. ufsc. br/sbc-ie. 'r evista!
ISSN 1414-5685

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~ .. ,..~:,~]:~,_,~~; ;.~ ~.:~._; ._' :_ .. --.'. -

\feículo oficiei de qivulgação da Comissão


Especial de Informática na Educação da
Sociedade Brasileira de Computação

SETEMBRO 1997
Capa e Projeto Gráfico
Lucas Tadeu Salgado e Milton Luiz Horn Vieira

Artes Finais
Lucas Tadeu Salgado e Milton Luiz Horn Vieira

Rev isão
Comissão de Publicação

Pennitida somente a reprodução parcial


dos artigos publicados desde
que citada a fonte

(catalogação na fonte pela Biblioteca Universitária


da Universidade Federal de Santa Catarina)

...,.- ~R.~.;i;t~d3r~·silcir; de infó~·~riúca na Educação.- N"O 1, (setembro de 1997)-


Florianópolis, Comissão especial de informática na educação da Sociedade
Br:1sileira de Computação, l997-
V

Semestral
Texto em português ,, ,
ISSN 1414-5685

CDU: 744

Impresso no Brasil
,
s u M A I o

EDITORIAL 07
ARTIGOS CO 09
Soft\vare Educativo Multimídia - 09
Aspectos Críticos no seu Ciclo de Vida
Alvam H. Galvis-Panqueva (UNIANDES)

:nformática Educativa no Brasil: 19


Um_a hist<?ria vivida, algumas lições aprendidas
Mana Candrda Moraes (PUC/SP-PROfNFO/M EC)

Visão Analítica da Informática na Educação no Brasil: 45


A questão da formação do professor
José Armando Valente (KliED-UNICAMP) e
Fernando José de Almeida (PUC/SP)
'
ARTIGOS ORIGINAIS-PtSQU1SA 61
Infra-estrutura de Suporte à Editoração de 61
Material Didático Utilizando Multimídia
Maria Alice Soares de Castro, Rudinei -Goularte,
Elderclei Regis Reami e Edson dos Santos Moreira (ICM SC-USP)

Astral: Um Ambiente para Ensino de E'struturas 71


de Dados através de Animações de Algoritmos
slene C. Garcia, Pedro J. de Resende
e Felipe C.Calheiros (UNICAMP)

Educação de Pacientes através 81


de Sistemas de Acesso Público
q:i2. ·.ra~~ e . Antônio Augusto Ximenes, Gilda Hel-ena B. de Campos,
~a Reg::-ta Rocha e Alvaro Rabelo Jr. (UFBA COPPE/UFRJ )
ARTI,G ,O S O'R IGINA'I S-REFLEXÃO 95
....icenciatura em Informática: uma questão em aberto 95
Sonia Schechtman Sette, Márcia Angela Aguiar
e José Sergio Antunes Sette (UFPE)

RESENHA 101
Atualizando Dicas Visuais para Coerência 101
Local e Global na Web
Creto A. Vidal, Edgar Marçal Filho e Antonio J. M. Leite Júnior (U FC)

RESUMOS DE TESE/DISSERTAÇÃO 103


Explorando Funções Matemáticas através 103
de Micromundos Dinâmicos
Verônica G. Gomes Ferreira (University of London)

Sistemas Hipermídia para o Ensino: 104


estendendo as facilidades para o tutor e o estudante
Gustavo H. R. Santos (ICMSC-USP)

Um Ambiente Computacional de Aprendizagem 105


baseado em Redes Semânticas
Hamilton Chaiben (CEFET-PR) .
........ Sisterha ·oe ·Autóri·à párá ·cônstriJÇão de · 106
"Adventures" Educacionais em Realidade Virtual
Pat~icia Cristiane de Souza (CPGCC-UFSC)

Análise Ergonômica do Sistema hiperNet buscando o 107


aprendizado da cooperação e da autonomia
Edla Maria Faust ~amos (CPGEP-UFSC) ·
f, ,
R E V I S T .A B R A S I L E I R A
L)E INFORMÁTICA
1\ll\ EDUCAÇÃ()

EDIT.OR

·""-"'~.ou r--esrr~o anúncios.


do la'"'çalllento da revista, opta""os :;.
-,.....,se~ a parti:- da experiência daqueles c .... e . r.~~G..;~ e úera...., ::>arte desta
5 artigos convidados especialme,..~e ca-a ~st= c::frme-o apresentam
uma vtsao da tt:stõr.a àa informática na educação 'lO 8--as ~ a ps..Er rie no,s diferentes
pontos ce ·.is:a. Es~=ramos aue a partir deste ano de 199-:" es:a h:s!ó:ia ccrnece também a
tasdalE.

Que a IE tenha uma vída longa e útil!

Prof. Raul Sidne= ·:.razfawick INE-UFSC)


.-

Normas para p ublicação e de apresentação podem ser visualizadas no endereç o :

· http://www.inf. ufsc.br/sbc-ie/revista/

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íREVIS'.rt\ ' BR A S it. EI RA


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ARl~IGO CONVID AD IO
SOF-T\'~ EDUCATIVO MULTIMÍDIA
ASPECTOS CRÍTICOS NO SEU CICLO DE VIDA
.. RO H. GALVIS-PANQUEVA, D. Ed.

Andes. Ingeniería de Sistemas y Computación.


Co-di.rec.· E.S - :...:DIE, Laboratorio de investigación y desarrollo en
==~Educativa, Universidad de Los Andes.
- Bogotá= DC 1, Colomb ia, Sur América
7{511) 284 9911 ext. 2866
Fax: ~571) 284 0796
vis@uniandes .edu. co
~ ~reo -W-6, Oficina W307

Resumcn

~iería
de software educativo es
c:..is que tratar de hacer una
~...,.......,,...,,
~iõrl ar.isticamente lograda de ideas
apoyadas con tecnolo gia
~-~' =:a... En la última década esta
~ de práctiea se ha
ll:lOde los oominios de trabajo
retadorcs, en cl que se
cuyc ~n último es
+
p2IG
cnsíno-aprcndiz.agc
apresenta o q~e sua ...
pesquisa e desenvol-~menlu­
décadas - provou ser aqueles poucos
que não pode errar Quem desen
software educativo, lc\'an
consideração as oportunidades que of.o_ •._
~
multimídia interativa. Para tan~o é
como referencial aquilo que constitui o oc
de vida de um material educait'\'O
informatizado e analisa os requisitos que.
devem ser satisfeitos nas diversas fases,:\ ~t17
dos desafios apresentados pela educação para
a sociedade do conhecimento e do que se
considera um bom ambiente educativo
:!poiado na infom1ática.
informática.

P~IJ \·r.l~-chnvc Descriptores:


E::g<:'nharia de software educativo, Jngenieria de so
planej:Hncnto estratégico de informática e m estratégica de i:f"~~',-.._,.
educação, o computador como meio, computador c•
informação multimídia, interatividade, multimedia, ;~--~..:~

micro-mundos· interativos, an1bicntcs interacti' ·os


multimídia de aprendizagem. aprendizaje
Artigo -Softw:trc Educ:tth o i\lnltirnídi:t- A~peclos Críticos no çeu Cidode'\"ilb

MARCO DE REFERÊNCIA

A engenharia de software (ES) é uma


disciplina em constante evolução, com mais, com soluções
orientações que mudam segundo as educacionais e de b.s~ ~~:u
exigências associadas a sua função. Desde o informática; a escola, ~::~ cc:e_
início considerou-se prioritário atender uma universidade, quer quei;a::::... :r~ r:'""
especificação funcional que rcnita as transformando: não são -.35
... a escola, o mutações necessidades do usuário, consumidores de soluções i=.fn..--;--=i~~
colégio, a'"· utilizando-se de maneira eficiente os recursos voltadas para a solução de ;u~~
computacionais. Garantir consistência, processamento de dados, encontra=C:n ~
universidade segurança e confiabilidade a dados recurso um poderoso parceiro est::""a.!..~
· não são mais
. '
compartilhados, à disposição de um grande dcsenvol vímen to das habilidades <los
número de ·usuários simultaneamente, foi aprendizes, para expandir suas capacidades oe.
simples. outra grande preocupação; às anteriores deve ajudá-los para compreenderem o mundo
consulitidores acrescentar-se o manuseio de concorrência desde a sua própria perspectiva. Por ou::u
nos dados e as múltiplas revisões dos lado, a vida profissional e pessoal, expostz a
de soluções conteúdos. A informação multimídia c as contínuas mudanças, encontra na informáúca
informatizadas avenidas eletrônicas, dispositivos para a um poderoso aliado para acessar :1
comunicação homem-máquina cada vez mais informação adequada, contatar recursos
... encontrando intuitivos, quantitativos e poderosos, contidos nas redes virtuais, participar de
neste recurso interfaces cada vez mais estreitas c eventos que não são sincrônicos nem
sintonizadas, em função da variada cultura temporal nem espacialmente; até para
um poderoso informá! ica do usuário, colocam novas ampliar nossas capacidades humanas.
parceiro... exigências para quem se dedica à engenharia
de software, exigências não apenas de teor ESE: necessário mesmo?

+
técnico-funcional, mas também humanas. O
desafio é conseguir que o sistema seja usado Quando o observador desavisado
pelos usuflrios, na forma devida; não que repara o que o educador treinado em
cumpra apenas as suas fLmções e que faça isso informática é capaz de fazer, aproveitando as
de maneira eficiente. Em se tratado de· oportunidades genéricas disponíveis e sem
cngen·haria · dê · software, a inter- qualquer desenvolvimento específico, pode
disciplinaridade tomou-se necessidade. perguntar se vale a pena fazer engenharia de
software educativo.
O que dizer, então, da engenharia de
software educativo (ESE)? Será apenas uma Tendo a seu dispor uma ferramenta
1
mudança no campo para o qual o software é de produtividade como o Office M, o educador
elabor~do, ou envolve também uma mudança poderá criar poderosos ambientes educativos
estrutural na maneira de conceber e que acrescentam valor às ferramentas
desenvolver as soluçÕ!I.S, o que faz dele uni convencionais para aprender temas fáceis de
campo de pesquisa e praxé privilegiado? Seja dominar (ver exemplos em Universidad de
qual for a resposta à questão precedente, é Los Andes [UNJANDES], 1996). Do mesmo
difícil determinar também o que deve levar modo, quando um educador, consciente dos
em consideração quem trabalha nesse campo, desafios da globalização e da
de maneira que o seu trabalho ajude na sociedade/socialização do conhecimento,
solução de problemas educativos com o decide abrir as janelas da tecnologia para o
auxílio dos ambientes informáticos? saber, colocando seus alunos em contato com
outros seres humanos por meio das redes
A resposta a esse tipo de questões é virtuais como as da INTERNET (ver, por
mais importante agora do que há dez o mais exemP.lo o caso da KIDLTNK, que é uma rede
mws quando a pergunta chave era se o global de crianças na faixa de I O à 15 anos
computador tinha algum sentido na que provêem atividades educacionais sobYC o
cd\lcação. Atualmente fala-se de como tirar o controle de crianças - De Presno, 1996) está
maior proveilo dele, uma vez que a sua enriquecendo a educação com a informáuca,
presença é inevitável. A educação, como mas não está fazendo ESE. Em ambos casos.

R.r-.ista Brasileira de lnfoi·mática na Educação* N' 01 -setembro de 1997.


Re' i~ ta Rr2~ileir:a de lnform:ílica na Educação* N" OI - sctemhro ele 1997

bem como em muitos outros em que intervém em o ~rliz a alcançar a meta. De


um grande esforço de ES con·•enc. espera-se qae .vá além do
com um grande trabalb- _._ ---t--- que ajuda na
cducativa (EE), é possivc atra\'és da
como os alcançados :-•r L,:::::;:a- :wçio ~-"rnrla -e dosada do
sentido de criar ..
computadorizados q
quem deles se uf
muito valiosas q·
educador que sabe
Porém. não estão

rendiL. e si.•.., ir~:.;etamente,


Um jogo edoca~!·-e não ensina
cxplntamcnte: nele aprende-se partindo da
.-êncialúdica c da reflexão sobre a mesma.
Um simulador ou um sistema experto
também servem para apreender da
experiência. dentro do micro-mundo que
crt\"'lvc. de forma simplificada, aquelas
qualidades que interessa descobrir num
sistema natural .ou art i fic i al que o
programador modelou.
+
A qualidade do software, porém, não
se limita ao cumprimento dos padrões Com base na
associados ao tipo ou combinação de tipos minha
:aos q"ais pertence. Acima disso estão os
cntén'"'s de pertinência (é necessário algo experiência
Sofiwarc cduc mo isso?), relevância (até onde esta posso afirmar
lução é coerente com os outros elementos
(
ambiente de aprendizagem?) e unicidade ser este um novo
Há muitos em que medida são aproveitadas as campo, de
deles pensado para qualidades únicas elo computador como
cspecí ficas, tarefa cs mci-'l Assim, a qualidade 6 algo que não só natureza
se satist:1zcm a;; cxpct' • ·•gada ao rroduto; cstú irnhricada no ~ interdisciplinar,
um demo, por cxcmp ro...~sso de ESE. '
esclareça o suficiente de q_l.-e onde não basta
:10 usuário a possibilid<tde
ritmo c a seqüência do rc
saber fazer o
exercitadnr espera-se que pcn Ocomoutador como meio educativo software...
generalizar as habilidades qu
Os MECs têm sentido.na medida em
. , pode ter aprendido por outrc
necessária quantidade e vanc, aproveitam as qualidades únicas do
exercícios, com informação d :nputador como meio para criar ambientes
diferencial segundo o que ucativos que acrescentam valor aos meios
demonstre, c com motivadores e rcfo~rl.~ cionais de aprendizagem. Neste sentido

Autor- Alvaro H. Gah is-P2oqtle1'll

~ ~~~~~;::~·~ ...
Artigo- Softw:u·e Educativo 1\1 ultimldia- Aspectos C ríticos no seu Ciclo de Vida

convém destacar as seguintes qualidades que outros meios c recursos para a aprendizagem
o diferenciam de outros meios de aprender: permitindo assim a criação de ambiente·
cooperativos de aprendizagem , c
I . O computador tem capacidade para aproveitamento das qualidades únicas ck
armazenar, processar e apresentar outros meios (transmissivos, experienciais
inf;Jt'lllnção multimídia de forma internfivn ; interativos) c a criação de ambiente ~
assim, é possível criar contextos para educativos multimídia. Vale dizer, c
-e-
aprendizagem nos quais pode-se dar uma computador permite a articulação de
relação de diálogo com o nível concreto ou multimídia interativos dentro de ambiente! C!"
abstrato requeridos, sob controle do usuário multimídia educativos nos quais o professor e-
ou do programador, segundo a conveniência. desempenha um papel preponderante.
~

2. O computador pode agir com diversos Qualidades como as referidas fazetT c!'*
níveis de inteligência adquirida; então, o com que, hoje em dia, a discussão se volt{
~
sinal de inteligência de um MEC será a mais para o que faz sentido realizar con-
semelhança, maior ou menor, da sua infom1ática, antes que: o que pode ser
execução com o comportamento racional dos realizado com o ~cu apoio. Isso apenas estZ. ----
~
humanos. A inteligêricia não é um atributo limitado pela imaginação do programador,
dicotômico (existe ou inexiste), mas urna uma vez que é possível realizar, com maior ou ~

qualidade que pode apresentar diversos menor custo c esforço, o que a gente quiser. O
~---
níveis de desenvolvimento, como demonstra primeiro é o essencial e faz sentido dedicar a
Ruccln ( 1993) quando diz que um exercitador isso nossos esforços. ~"'
pode mostrnr diversos graus de inteligência: ~
no nível rnais básico apenas pode "dizer" ao ASPECTOS CRÍTICOS EM ESE
~
aprendiz se a resposta dele é ou não correta; PARA AMBIENTES MULTIMÍDIA
~-"
gradualmente, porém, pode realizar outras

+
tarefas, tais como adaptar os exercícios, O ciclo de vida dos MECs serviv ~
dependendo dns ca racterísticas c da como eixo de trabalho no processo de
~....?
performance do aprendiz, dar expl icaçõcs ou artieulaç:<io dos aspectos educacionais, de
sugestões derivadas do processo, ou mesmo comunicação c computaci onais que se
~-
resolver exercícios propostos pelo estudante. imbricam na criação de ambientes educativm:
~
Q u a n to m a i s i n t el i g e n t e s e j a · o multimídia apoiados nos MECs (Galvis.

...permitindo comportamento de um MEC, maior 1992a). As fases de análise, planejamento,
flexibilidade ele dá ao processo de desenvolvimento, prova piloto e prova de ~...i'
assim a aprendizagem e mais poderoso é o ambiente campo serviram para diferenciar e integrar as
de aprendizagem que proporciona. etapas do processo sistemático que guia o ~
criação de trabalho de ESE. Todas elas são importantes, ~
ambientes 3. O computador viabiliza diferentes níveis urna vez que acrescentam valor à obtenção de
~
um produto que tenha sentido para a
cooperativos de interação. Graças a sua capacidade para
processar informaçiio, aos avances na população e tenha necessidades que são de .,e9'
de inteligência artificial e às inferfaccs de interesse. Entretanto, nem todas as fases tê ~
aprendizagem ".' diverso tipos, das quais ~ode· lança.r mão,_o m componentes críticos, nem todos os sub-
~
' ~'
computador pode fazer VIável uma mtcrnçao processos são delicados do mesmo modo.
o aprm•rita- ~ 1 de grau zero, ENTERatividade (o usuário fllll!!!!9
mento das limitn-sc a npcrtnr ENTE~ para continuar, Nesta seção do trabalho compartilho
.,e9'
mas o controle da açao . está com o com o leitor o que na prática achei ser o
qualidades programador) até o grau máximo elemento chave no êxito (FCE) do processo _,e9
lNTERatividade (na qual há interação de
únicas de diúlogo de lSE para ambientes multimídia. Como __.,
entre a máquina c o usuário, em aponta Rockart (s.d.), os FCE são aquelas
outros meios... virtude da qual o aprendiz está em controle do
que acontece, dentro dos condicionamentos
poucas coisas às quais precisamos dedicar
especial atenção se queremos ter êxito, ou .,.,.
~

do micro-mundo em que se desenvolve a


ação).

4. Possibilita a conexão e a articulação com


aquelas nas quais não podemos equivocar-
nos, sob pena de fracassar. Neste caso referir-
me-ei a quatro: manter o eixo focal nc
usuário, detectar e atender necessidades
---..,.,..,.,.,..,..
h

Relist2 Bl"asilcira de Informática na Educação* N• 01 -setembro de 1997


.,.,.,
.,..,
·~
.,.,..,
..,.,.,
~
--....
Revista Brasileira de Informática na Educação >fc r•t 01- setembro de 1997

educativas rclc\·:mtcs c pctiincntcs, criar da ESE nos apercebemos que tratar o usuário
micro-mundos interativos c articular como cliente e não como escravo tem
de\ida.n1cnte os ambientes informáticos de implicações muito importantes: por um lado ... qual a visão de
-prendJzagem. nos preocupamos com conhecê-lo, e futuro que ele
co nhecer também as condições que
Ousu:írio: eixo focal do processo inOucnciam suas decisões em favor do nosso tem de si mesmo
produto ou serviço educativo. Por outro, e de seu

..,....
~
A n:lcyüncia c signilic:-~do de lllll
MEC tem a ver, em grande medida, com o
grau de atenção que ele dedique ao campo
vital do aprendiz, a seu ambiente psicológico,
procuramos acrescentar va lor ao que ele
recebe quando decide acessar nosso sistema,
de maneira que pennaneça fiel a ele enquanto
satisfaz suas necess idades.
relacionamento
com o ambiente
. .. quais os
a suas experiênci as anterio res, suas
expectativas, motivadores internos, atitudes e Na prática isso implica que, ao invés princípios e
aptidões. Mesmo sendo esta uma obviedade, de tentar "vender-lhe" um MEC, nos
apontada h:í mais de quatro d6cadas pelos inte ressa snbcr qual o cenário em que o ~ valores em que
psicólogos da Gcsta lt (Lcwin, 1951) c cliente age - os contextos, perspectiva e ele acredita...
retomada por membros de outras correntes problemas relevantes no seu ambiente; quais
cognitivas, muitos dos MECs se fazem os elementos que integram seu_campo vital
centrados no conteúdo, no que se deseja que o (identidade) e os elementos expressivos que
usuário apreenda, na funcionalidade que podem influir na sua decisão de usar um MEC
subjaz à estrutura de aprendizagem e nas como base para aprender; qual a visão de
características que se espera · que tenha em ji tfuro que ele tem de si mes mo e de seu
função do tipo de s<Jrtwarc que se deseja relacionamen_to com o ambiente e que papel
construir. pode desempenhar nessa visão o que ele
aprender; quais os princípios c valores em
Se o que nos interessa é acrescentar que ele acredita, como base para intervir no

+
valor no (campo) educacional a quem se processo de aprendizagem; quais as
utiliza do MEC, o mínimo que podemos fazer necessidades passíveis de serem atendidas
é tentar achar as condições dé base para com o apoio de MECs. Um e xercício de
consegu ir que as experiências olcrccidas pelo pensamento estratégico como esse pode
MEC façam sentido, atraiam c segurem o ajudar para compreender a natureza do
aprendiz no processo de construir e apropriar destinatário daquele a quem se destina nosso
idéias releva1Úes. Como consegui-lo? Não há esforço.
uma fóhnula feita. Mas alguns princípios
podem ser úteis nesse processo: use um Marcos tecnológicos
' enfoque cs!rat~gico, apóie c.:m. marcos
tecnológicos compartilhados c descubra O êxito de um MEC depende de
expectativas a partir de necessidades múltiplos fatores, mas o fundamental é a
relevantes. congruência entre o marco tecnológico de
._ quem o programou c desenvolveu, com quem
Enfoque estratégico o implementa e com quem avalia sua
cfeti v idade. Sáez Vacas ( 1996) diz que os
Este enfoque visa propiciar o sucesso marcos tecnológicos têm a ver com "as
n:~quilo que nos interessa, a partir da imagens ou interpretações sobre a tecnologia
obtenção c conservnção de vantagens c seu papel na organização" por parte dos
competitivas . O cerne deste raciocínio; pelo diversos integrantes do trinômio 0 -1- T:
menos no mundo dos negócios, é o cliente, responsáveis pela Organização (diretivas),
da~"~.do por suposto que se compete para responsáveis Individuais (professores e
m:mtcr a sua fidelidade, m:m contexto de cgtudantcs) e responsáveis pela Tecnologia
axrtu:-a (caso· contrário t.Jfío seria cliente c (di namizadores tecnológicos).
•:r:1 ,·s,.,.,n·o!) A sobrevivência du111a
l:'rg:mizaçiio depende. :1 longo prazo, e m Do ponto (de vista) sócio-técnico, o .
~r.mde pattc, dessa fidel idade (Galvis, I ()95). processo ESE não se limita . à gestação e
elaboração ou escolha dum produto que case
Trazendo este enfoque para o campo com o que é educ,acionaln1cnte neéessário;

·, Autor - Alvaro H. Calvis-Panque,·a


Artigo- Roftwarc F.ducalivo Mullimldi:t- Aspectos Críticos no seu Ciclo de Vicl:1

vai além, ou seja, abrange a implementação e estratégia para incorporar a infonnátic


avaliação dele no campo. O êxito no uso e ~tá currículo).
condicionado pelo conhecimento, desde o
comeÇo, e pelo manuseio, ao longo do Problemas, causas, alternativas
Na educação processo, das divergências de marcos
tecnológicos entre aqueles que viabilizam a O marco institucional serve co1
não fohnal sua incorporação. Descuidar as aspirações base para continuar a análise de necessidad.
pode-se dos professores ou da administração, por Na educação formal pode-se recorrer
exemplo, pode fazer com que a solução que se indicadores de sucesso/fracasso (resultadr
recorrer ao gere s~ja substituída ou deixada de lado, de rendimento) bem como a informante
levantamento mesmo que os alunos a achem maravilllOsa. chave (professores e alunos) para explor;
Mas programar software de tipo heurístico áreas, níveis e unidades de aprendizager:.
das aspirações, sem programar uma estratégia de difíceis de aprender e de ensinar. N:
expectativas a imp1Ci11cntação também heurística por parte educação não formal pode-se recorrer a<'
. . 'til dos professores, pode acarretar idêntico levantamento das aspirações, expectativas ou
ou ansetos resultado. Desconhecer qualquer um dos anseios insatisfeitos por parte da população
insatisfeitos eixos do trinômio O I T pode ser fatal. objeto.

por parte da NECÉSSIDADES : COMO DETERMINÁ- Seja c twl for o domínio em que se
população LAS EPRJORIZÁ-LAS trabalhe, os 1jroblemas educativos que s<~
..:
detectam até agora não supõem
o_bjeto. Dentro do contexto acima necessariamente uma solução com ~

apresentado, a determinação de necessidades informática. Muito pelo contrário, o lógico é ~


segue também um enfoque estratégico, no explorar alternativas de solução baseadas em
sentido que nem tudo o que parece meios comuns e reservar o suporte 'flll!'!!-"
intcrcssçmte c viável para ser feito com o informático para aqueles assuntos para os ~ .....

+
computé1dor na educação tem sentido quais não há melhor alternativa. As
~
executá-lo; deve realizar-se apenas aquilo características únicas do computador como
que acrescenta valor ao cliente dentro da meio, a que me referi acima, esclarecem a ~
identidade c visão da organização a cujo determinação sobre o que tem sentido fazer
~
serviço esteja .o ambiente educativo com seu apoio.
informatizado. ~
Requerimentos ~
Pensamento estratégico como marco de
~
referência A especificação de requerimentós
para o apoio informático surge a partir de um ~
. As organizações que não têm Projeto processo metódico como o precedente. Não é ~·
Educativo Institucional podem ficar qualquer necessidade que vai ser atendida;
desl~mbrad as com qualquer tipo de solução nem todas as fases do processo requerem ~
informática que ap!rece. A t()Cnologia é necessariamente o suporte; apenas alguns ~
fascinante c se presta para tudo. As tipos de MECs são adequados para um caso
~
instituições que geraram pensamento
estratégico c .aufcriram dele programas de
determinado, e sua articulação ou
engrenagem no momento de implantá-lo .,.,.
ação têm maior clareza sobre o que c porque o foram previstos desde a própria concepção .,_,
querem, bem como sobre as estratégias para
conseguí-lo. Do ponto 'de vista da
dos MECs . Saber a quem é dirigido, para quê,
desempenhando que função e como se
.,._,
transformação organizacional pc Ia engrena no processo, é uma ótima base para ~
informática (afinal é isso que se procura com continuar o ciclo de vida do MEC.
_,-
os MECs que acrescentem valor), gera
diferença propiciar que a organização MICROMUNDOS INTERATIVOS _,_,..
----
educativa encontre o que é importante (o eixo
rneal c ra?.iio de ser). n que vale a pena dcdienr
os esforços (onde cstfío as ncet:"ssidadcs
Muita!: pessoas ficam surpresas
quando ouvem falar de micro-mundos com(l ...,
verdadeiras) e que tipos de apoios base para aprender; e mais ainda se sãr ..,.,...,
infOJmáticos vale a pena privilegiar (qual a interativos. O natural, então, em certos nh·eis ..,
* N* OI- setembro de 1997 ,.,..,.,
Revista Bra~ill'ira de Infonnática na Educr~ção
..,.,.,

~
Revista Brasileira de Informática na Educação* N' OI -setembro de 1997

seria que as pcs~mas sejam e nsinadas "a motivação.


c~pella (sem ncompanhame nto, como se diz
em música), ou seja, sem mais outro contexto Estudos realizados em diversos
que o da matéria em qucstão.llá domínios em centros de exce lência em produção de MECs,
que isto nfío acontece, apesar de que não resenhados por Gal vis (l992b) mostram que
faltam professores que gostariam de fazê-lo, os microcosmos intrínsecos surgem somente
mas não do certo, como é a educação pré- da parte de quem conhece bem o problema,
escolar (ali não se cnsinn o conteúdo; ele é seus alunos c os contextos em que eles atuam.
descoberto e apropriado dentro de contextos Deste modo -é vital que a geração de
significativos, comumente micro-mundos argumentos que servirão de base à ação
vivências). surjam do grupo dos "bons docentes",
pessoas que, além de conhecer o conteúdo,
O conceito de micro-mundos é inventaram soluções criativas, muitas vezes
amplamente tratado na litera tura tanto da atividades lúdicas ou casos, para fazer com
aprendizagem pessoal quanto organizacional que seus alunos se interessem e trabalhem
(Papert, 1981; Scngc, I 993). Em qualquer ativamente na busca ou na consolidação do
caso o que se trata é de ter um cenário conhecimento.
relevante para o aprendizado, em que
acontcc~m coisas dependendo do que o Alguns micro - mundos são
aprendiz realiza. Neste a mbi ente nem toda a s intônicos (o cliente está sintonizado), ou
.complexidade do mundo que é objeto de seja, sequer precisa aprender a usá-los, por
conhecimento é refletida (por isso são micro- exemplo, Busy Town que é um micro-mundo
mundos), mas sim as variáveis relevantes. desenhado por Richard Scarrys para
Nele aprendemos a partir do comportamento encorajar as crianças c os jovens para
dos componentes do micro-mundo, gerado descobrirem como funciona o dia-a-dia de
este pelas variáveis ocorrentes que estão sob um pequeno povoado. É distribuído em CD-

+
controle do usuário c que podem ser afetadas Rom, Paramount Pictures. Outros exigem do
com base nas fen·amentas tecnológicas a seu aprendiz boa disposição para compreender o
dispor. argumento/tema c a maneira de usar as
ferramentas que estão disponíveis para agir.
Seria impossível falar de ESE sob Por exemplo, Cosmo logia que é um micro-
ambientes multimídia interativa sem levar mundo desenhado ·pot Olga Marifío e G loria
seriamente em consideraç ão esse Cortés com a equipe UNIANDES-IDIE, para
ingrediente. facilitar ·a aprendizagem de conhecimento micro-mundos
sociais rela tivos à evolução da humanidade e e seus
Argumentos rclcvantc..c:: à sobrevivência das espécies . Assumiu a
Missão de Ciência e Tecnologia, sob a argumentos
Os micro-mundos podem ser direção geral do Prof. Rodolfo Linás. Em costumam ser
intrínsecos ou extrínsecos, dependendo da ambos casos é o aprendiz quem conduz a
relação, mais ou menos estreita, que tenham ação, quem possui um certo controle dos estimulantes
com o eixo do aprendizado que se pretende eventos que deflagram comportamentos do por si mesmos,
propiciar com o M EC; mas, em qualquer micro:mundo.
caso, deverão ser relevantes para o aprendiz c quando foram
ajudar a conseguir o que ele deseja. Gerar Desafios importantes planejados sob
micro-mund os relevante!' nüo é tarefa
simples: c alguns programadores limitam-se . Os micro-mundo:; c :;cu:; argumentos !h condições
a emoldurar o processo de aprendizagem costumam ser estimulantes por si mesmos, como as
num discurso competitivo e gasto, como o do quando foram planejados sob condições
"enforcado" (é necessário não se deixar como as referidas acima. Entretanto, podem referidas...
enforcar) ou o da "galeria da fama" (precisa ser utilizados de diferentes maneiras, dentre
rntr:1r 111'1:\) ,F~lt'~ ~il<' mkr,'-111111Hins as quais se dcstncam as du:ts a seguir: de
C'Xtrinst-cos: n :lt' lt'lll a ,·er d ilt't:mwnlt' nHn o ~:x plornçiitl e ~tlltH;<i(l de problema~. Na
que se aprende, mas s'crvcm para incentivar a primeira dá-se ao usuário a oportunidade de
motivação cxtrinscca, ainda que n ão "curiosear", de explorar o que acontece se ... ,
g:nantcm a per manência da própria de propor suas próprias relações c testa-las.

Autor- Alvaro H. Galvis-Panque'a


Revista Brasileira de Informática na Educação • N' 01 - setembro d e 1997

por outra parte. reservar para o docente uma de informação e comunicação. Não se pode
série de decisões, em vista da evidência que o simplesmente impor uma tecnologia à
MEC vai acvmulando para a análise do que o educação para que ela esteja em sintonia com
aprendiz faz, é também (uma condição) a sociedade em que se realiza; a mesma deve
descjnvcL Aclarar desde o início estas ser repensada. Os ambientes
funções. evitará que projetos bons fiquem só
pJrcialmente implementados por falta de Não é só a escola c a família que edumáticos e
ins:rumentação de requerimentos não educam; as comunicações, através de tele-
espcci ficados oportunamente. recursos tele-informáticos, tornam-se meios
cada vez mais poderosos de "doutrinamento" informáticos
REPENSANDO A EDUCAÇÃO COM ou de "dar controle" às pessoas, dependendo
multimídia
APOIO DA INFORMÁTICA da maneira como sejam manipuladas e do
papel que os educadores, comunicadores e estarão na
A ESE em an1biente multimídia, que informáticos queiramos assumir neste
parece tão viável hoje em dia c qu·c suscitou processo.
ordem do dia,
tantas expectativas entre educadores e apoiados não
empresários da educação (um filão a ser· Os ambientes cdumáticos e tele-
somente em
i!t explorado!). não é apenas uma tecnologia que
está pronta e pode ser aproveitada. É, talvez,
informáticos multimídia estarão na ordem do
dia, apoiados não somente em ambientes ambientes
é uma oportunidade para repensar o que multimídia interativos como os que
fazemos na educação c como o fazemos. Os conhecemos, mas prova velmente em multimídia

.., ambientes cooperativos, que não foram


aludidos neste documento, são a outra
variável a ser levada em consideração nesta
interfaces em linguagem natural, com
reconhecimento de padrões e com agentes
inteligentes que apoiem os trabalhos de
interativos ...

-s revisão da educação. pesquisa e exploração em bases dispersas de


dados, em sistemas de realidade virtual que

+
A educação parn o século XXI, possibilitarão experiências insuspeitas onde e
pem1anentc (durante toda n vida) c aberta quando a gente quiser; tudo no contexto de
(para todo o mundo), mergulhada numa redes virtuais, nas quais navegar é um modo

• sociedade em que o conhecimento será uma comum de ação, epas quais a resposta não é o

..
:o··

~
~
das forças que pesarão no balanço sócio-
econômico, incluído no bojo do
desenvolv i mento (ou do sub -
desenvolvimento), terá como um dos seus
poderosos parceiros potenciais as tecnologias
importante c sim saber obtê-la e agir a p artir
dela. Estamos diante duma revo lução
tecnológica e educativa na qual , os que
trabalham na construção de soluções não
podem ser meros espectadores.

~ \,... ~w

~ ....

!liiS ! REFERÊNCIAS BTBUOGRÁFJC/\S

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Autor - Alvaro H. Gahis-Paoque·.'

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;nteligente. Barcelona: Ediciones Juan Granica S.A. ......
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didácticos novcdosos- parte 1: hojas de cálculo. Informática Educativa, 9(2). . r·
' •tf ii-J~ft .~P ...........'iWJt\UW§@t-:i{WBIW~~&N!P 1111 i .• WA>AS~"Sm
.e-·
~

--
.e-

~M. s;;%- ~
.,...
,,
IV CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO RIBIE'98
, ~

~
Propiciar uma educação livremente acessível, eqüitativa e de melhor qualidade com as novas
tecnologias de informação e comunicação ~

Brasília, 20-23 de outubro de 1998


Centro de Convenções Ulysses Guimarães de Brasília ----
__...
Informações mais detalhadas :
http://pcnta.ufrgs.br/ribie98 ou .e-
http://www.niec.ufrgs.br/ribie98/ ..,.,..
E-ma i!: ribie@vortcx.ufrgs.br

Data limite para submeter trabalhos: 30 de outubro de 1997


---
.,..
~

&r.asilrin de I:Dfor=itic:a 1.12 Ed~ x N" OI -setembro d~ 199'i


~

.c!!:'"
AR GO C O N V. I DA DO

, ' ,
INFORMATICA EDUCATIVA NO)JRASIL: UMA HISTORIA
VIVIDA, ALGUMAS LIÇOES APRENDIDAS

MARIA CANDIDA MORAES

Prof. de Pós-Graduação
em Educação (SUC) - PUC/SP
Coordenadora Geral do PROINFO/MEC

S PRIMEIRAS INICIATIVAS

De acordo com o livro Projeto de meados da década de setenta, estabeleceu


EDUCOM (Andrade, P. F., & Albuquerque políticas públicas voltadas para a construção
Lima, M. C. M ., 1993), documento de uma indústria própria . Tais políticas
referencial que resgata a história c consolida condicionaram a adoção de medidas
os diferentes fatos que caracterizam a cultura protecionistas adotadas pela área
de infonnática educativa existente no país, as

+
primeiras iniciativas na área tiveram suas Desta forma o Govemo Brasileiro deu
raizes plantadas na década de setenta, origem à CAPRE - Comissão Coordenadora
quando, pela primeira vez, em 1971, discutiu- das Atividades de Processamento
se o uso de computadorc:; no ensino de Física, Eletrônico, a DTGJBRÀS - Empresa Digital
em seminário promovido em colnboração Brasileira c a própria SEI - Secretaria
com a Universidade de Dartmouth/USA. Especial de Informática, que nasceu como
Informa, também, que as primeiras órgão executivo do Conselho de Segurança
demonstrações do uso do computador na Nacional da Presidência da República, em
educação, na modalidade CAI, Computer plena época da ditadura militar. Este órgão
.•ided Jnstruction, ocorreu no Rio de Janeiro, tinha por finalidade regulamentar,
em 1973, na I Conferência Nacional de supervisionar e fomentar o desenvolvimento
Tea~ologia Aplicada ao Ensino Superior. e a transição tecnológica do setor.

Nessa mesma época, o Brasil Com a criação da SEI, como orgao


miciava os seus primeiros passos em busca de r~sponsável pela coordenação e execução da
um caminho próprio para a informatização de Politica Nacional de Informática, buscava-se
rua sociedade. fundamentado na crença de fomentar ·e estimular a informatização da
que tecnologia não se compra, mas é criada e sociedade brasileira, voltada para a
,onstruída por pessoas. Busc:lVa-sc constmir capacitação científica c tecnológica capaz de
Jm3 base que garant issc uma rca I capaci tnc;fio promover a autonomia nacional, baseada em
n:~cional nas atividades de informática, em princípios. e diretrizes fundamentados na
beneficio do desenvolvimento social, realidade brasileira c decorrentes das
politieo, tecnológico e econômico da atividades de pesquisas e da consolidação da
ociedadc brasileira. Uma capacitação que indústria nacional. Entretanto, para o alcance
pr:mtissc autonomia tecnológica, tendo de seus objetivos seria preciso estender as
..:8l ~orno base a preservação da sobcrnnia aplicações da informática aos diversos
~ r.JcJonal. setores e ativ.idades da sociedade, no sentido
r
de examinar as diversas possibilidades de
--? Na busca de maior garantia de segurança parceria c solução aos probleiiJaS nas
~ c desenvolvimento da nação, o Brasil, a partir diversas áreas intersetoriais, dentre elas
~
~
~
.J:- , .c -·..-:
Jlio .. -.-. ,.,., - __,z;.'
Artigo- Informática Educativa no Brasil: uma História Vivida, algumas Lições Aprendidas

educação, energia, saúde, agricultura, cultura Os registros apontam com o


e defesa nacional.

Naquela época, já havia um consenso


no âmbito 9a SEI/CSN/PR de que a educação
instituição pioneira na utilização d o
computador em atividades acadêmicas a
Universidade Federal do Rio de Janei ro.
através do Departamento de Cálcul o
----
seria o setor mais importante para constn1ção Científico, criado em 1966, e que deu origem e'
de llilla modernidade aceitável c própria, ao Nüclco de Computação Eletrônica- NCF.. e?
capaz de arlicular o avanço científico e Nessa época, o computador era utilizado
... o Ministério tecnológico com o patrimônio cultural da como ·objeto de estudo e pesquisa, dando ~

da Educação sociedade e promover as interações ensejo a uma disciplina voltada para o ensino ~
necessárias. de informática. A partir de I 973, o Núcleo de
tomou a Tecnologia Educacional para a Saúde e o
e"

dianteira do Mediante articulação da SEI, o Centro Latino - Americano de Tecnologia ~


Ministério da Educação tomou a dianteira do Educacional - NUTES/CLATES, dessa
processo processo, acreditando que o equacionamento -----~
mesma universidade, iniciavam, no contexto _,
... relação adequado da relação infonnática e educação acadêmico, o uso da informática como
iw seria uma das condições importantes para o tecnologia· educa<;ional voltada para a ~
informática e alcance do processo d·e informatização da avaliação formativa e somativa de alunos da
~
educação seria ~ sociedade brasileira. A partir desta visão, em disciplina de quimica, utilizando-a para o
'f/11119'
. 1982, o MEC assumiu o compromisso para a desenvolvimento de sh tulações.
uma das · criação de instrumentos e mecanismos· ~
COildições necessário~ que possibilitass e m o Ainda em 1973, surgiram as
· desenvo lvimento de estudos c o primeiras iniciativas na UFRGS, suportadas fi!"'
importantes... cncaminhn mcnto da questão, colocando-se à por diferentes bases teóricas e linhas de ação. ..,_,
disposição para implementação de projetos Segundo o documento anteriormente citado,
,.,e"'
que permitissem o desenvolvimento das o primeiro estudo utilizava terminais de

+
primeiras investigações na área. teletipo e display num experimento simulado
de física para alunos do curso de graduação.
~
Naquele mesmo a n o, foram Destacava-se também o software SISCAI,
~
cl:1borad:ls as primeiras diretrizes
ministeriais para o setor, estabelecidas no JII ·
desenvolvido pelo Centro de Processamento
de Dados- CPD, voltado para a avaliação de .,_,
Plano Setorial de EdticaÇão'-e ' Culttira - III alunos de pós-graduação em educação. Estas
PSEC, referente ao período de 1980/1985. e outras experiências foram sendo realizadas
..,er
Essas diretrizes apontavam e davam o devido até 1980, utilizando equipamentos de grande ~
respaldo no uso das tecnologias educacionais porte. O computador era visto como recurso
c dos s ist ema~ de computação, enfatizando ns auxiliar do professor no ensino e na ~
possibilidades desses recursos colaborarem avaliação, enfocando a dimensão cognitiva e ~
para a melhoria da qtialidade do processo· afetiva ao analisar atitudes e diferentes graus ~~
educacional, ratificando a importância da de ansiedade dos alunos em processos (

atualização de conb~imentos técnico - interativos com o computador. ~


científicos, cujas necessidades tinbam sido .-e-
anteriormente expressas no li Pláno Nacional Em 1975, um grupo de pesquisadores c
de Desenvolvimento - II PND, referente ao · da UNICAMP, coordenado pelo Prof.
período de 1975- 1979. Ubiratan D'Ambrósio, do Instituto de ~
Matemática, Estatística e Ciências da
~
(
OS PRECURSORES Computação, escreveu o documento
Introdução de Computadores nas Escolas de ..,e-
De acordo com o livro Projeto 2° Grau, financiado pelo Acordo MEC- ~
EDUCOM, as entidades responsáveis pelas BIRD, mediante convênio com o Programa
~
primeiras investigações sobre o uso de
computadores na educação brasileira foram
de Reformulação do Ensin o
(PREMEN/MEC), atualmente extinto. ~

as universidades Federal do Rio de Janeiro-
UFRJ, Estadual de Campinas- UNICAMP c Em julho daquele mesmo ano e do
.-.-
-...
Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. ano seguinte, a UNICAMP receberia as ~
visitas de Seymour Papert e Marvin Minsky ~

Re' i~la Brasileir·a de lnfonu:\tica na Educação* N. 01 - setembro de 1997


.,..e"'
~

~
Revista Brasileira de Informática na Educação* N" 01- setembro de 1997

~ ações de cooperação técnica. Em viabilizar uma proposta nacional de uso de


--~~-m:uço de !9""6. um grupo de computadores na educação, que tivesse como
__:q:xisadores da CNJCAMP visitou o princípio fundamental o respeito à cultura,
'=DIA-Lab do MITIUSA, cujo retorno aos valores e interesses da comunidade
:'?Z"w itiu a criaÇão de um grupo brasileira, motivou a constituição de uma
~~disciplinar envolvendo especialistas das equ ipe intersetorial que contou com a
=~=-=~-'de comput:Jç:ío, I ingüíst ica c psicologin participação de rcprcscntnntcs da SET, MEC,
__::JC3cional. dando origem às primeiras CNPq e FJNEP, como responsáveis pelo
-=,-~ligações sobre o uso de computadores planejamento das primeiras ações na área.
:ra educação, utilizando a linguagem Logo.
li:ic!ava-sc, naquela oportunidade, uma Como princípio fundamental do
~roiícua cooperação técnica internacional trabalho desenvolvido, a equipe reconheceu
co:n os renomados cientistas Papert c como prioritário a necessidade de consulta
Minsk-y, criadores de uma nova perspectiva permanente à comunidade técnico-científica
em inteligência artificial, e que até hoje vem nacional, no sentido de discutir estratégias de
ref:etindo na qualidade dos trabalhos planejamento que refletissem as
desenvolvidos na UNlCAMP. preocupações e o interesse da comunidade
nacional.
A partir de 1977, o projeto passou a
envolver crianças, sob a coordenação de dois Para tanto, optou pela realização do I
mestrandos em computação. No início de Seminário Nacional de Informática na
1933. foi instituído o Núcleo Interdisciplinar Educação, na Universidade de Brasília, no
de Informática Aplicada à Educação - período de 25 a 27 de agosto de 1981, e que
NIEDIUNJCAMP, já com apoio do MEC, contou com a participação de especialistas
Íendo o Projeto Logo como o referencial nacionais e internacionais, constituindo-se
maior de sua pesquisa, durante vários anos . no primeiro fórum a estabelecer posição,

+
destacando a importância de se pesquisar o
Ainda no final da década de 70 e uso do computador como ferramenta auxiliar
princípios de RO, novas cxrieriências do processo de ensino-aprend izagem. Deste
surgiram na UfRGS apoiadas nas teorias de seminário surgiram vúrias recomendações
Jean Piaget c nos estudos de Papcrt, nortcadoras do movimento e que até hoje
destacando-se o trabalho realizado pelo continuam influenciando a condução de
Laboratório de Estudos Cognitivos do políticas públicas na área.
Instituto do Psicologia - LECIUFRGS, que ... implantação
explorava a potencialidade do computador Dentre as recomendações, de projetos-
usando a Linguagem Logo. Esses trabalhos destacavam-se aquelas relacionadas à •
fornm desenvolvidos, prioritnriamcntc, com importância de que as atividades de .plloto em
crianças da escola pública que apresentavam infonnática na educação fossem balizadas universidades,
dificuldades de aprendizagem de leitura, por valores culturais, sócio-políticos e
cujas

I
escrita c cálculo, procurando compreender o Ptdagógicos da realidade brasileira, bem
raciocínio lógico-matemático dessas crianças corno a nece'"ssidade do prevalecimento da
investigações
e as possibilidades de intervenção como questão pedagógica sobre as questões
forma de promover a aprendizagem tecnológicas no planejamento de ações. O ocorreriam em
autônoma dessas crianças. computa?or_ foi rcconhe:_ido como um meio caráter
de ampllaçao das funçocs do professor e
OS PRIMEIROS SUBSÍDIOS jamais co '!lo forma de s ubstituí- lo. 1::: experimental ...

Enquanto isso, a SEI vinha Foi nesse seminário que surgiu a


realizando estudos sobre a aplicabilidade da primeira idéia de implantação de projetos-
informática na educação, acompanhando as piloto em universidades, cujas investigações
pesquisas brasikirns em desenvolvimento, c, ocorreriam em caráter experi mental e
:10 mcs1110 tempo. enviando tét.:1ih.:os para o devcrinm servir de !;Ubsídios ó u1nn fu tu rn
exterior. Pol ítica Nacional de lnformati7.ação da
Educação. Nesse evento, foi recomendado
~ A busca de alternativas cappzes de que as experiências atendessem aos
~
~ Autora - Maria Candida Moraes

\
Artigo - Informática Educativa no Brasil: uma História Vivida, algumas Lições Aprendidas

diferentes graus e modalidades de ensino e secretarias de educação, bem como da equip'


deveriam ser desenvolvidas por equipes técnico-administrativa, tentando-se evita ·
brasileiras em universidades de reconhecida marginalizações e possíveis discriminações. e-r·
capacitação nas áreas de educação,
psicologia e informática. Isto, de certa forma, Considerando o contex t o e?
evidencia que o Projeto EDU COM, teve suas governamental onde tiveram origem as açõe!. flll?
origens a partir desse fórum. de desenvolvimento da informática educativa
no Brasil, ou seja, ainda no período de ~
Para melhor caracterização das ações Governo Militar, tanto a preocupação com <: ~
na área, o MEC, a SEI e o CNPq adoção . dos enfoques interdisciplinar t
promoveram, em agosto de 1982, na humanista quanto a participação dz.
Universidade Federal da Bahia, o li comunidade nas tomadas de decisão, são ~
Seminário Nacional de Informática na fatores que merecem o seu devido destaque ..,.
Educação, visando coletar novos subsídios
para a criação dos projetos-piloto, a partir de
Ainda mais se observarmos que os militares.
acostumados à centralização do poder:
_,_
reflexões dos cspccialistns das áreas de li!lham por formação c tradição adotarem ~
educação, psicologia, informática e procedimentos absolutamente autoritários, ,eJ1'
sociologia. em termos de planejamento e implantação de
programas e projetos governamentais. o~ .,e"
Importantes recomendações projetos de teleducação daquela época, por .,e-
norteadorns da Política de Jnfonnática na sua vez, adotavam a abordagem tecnicista,
Educação decorre ram desse valioso eram planejados c desenvolvidos sem ouvir a fiiiii!B'
encontro. Dentre elas, a necessidade de que a comunidade interessada , rlfiiiV'
presença do computador na escola fosse descontextualizados, desvinculados de uma
~
encarada como um recurso auxiliar ao realidade política e social, sem conhecer os
processo educacional e jamais como um fim agentes locais, as necessidades de seus ~
em si mesmo. Para tanto, propunha-se que o beneficiários, bem como a capacidade ~'!I"
·~ computador deveria submeter-se aos uns da
educação e não determiná-los, reforçando
técnico-operacional das organizações
envolvidas no subsistema de utilização dos .,v
assim a idéia de que o computador deveria programas e projetos governamentais. _,v'
auxiliar o desenvolvimento da inteligência do
•• ~ .. , ... , .. _ ..... .. ~ -·· 'f
~ aluno, bem ··como··... pe~ss·ibilitasse · 'o É importante registrar que com o fllll!e"
desenvolvimento de habilidades intciectuais EDUCOM foi diferente e procurou-se ~
espeCíficas requeridas pelos. diferentes respeitar as recomendações da comunidade .,le·
conteúdos. Recomendou-se ainda que suas científica nacional, pois a equipe
É importante aplicações não deveriam se restringir ao 2° coordenadora do Projeto acreditava que á ~
reg.i strar que grau, de acordo com a proposta inicial do abordagem interdisciplinar permitiria ~
Governo Federal, mas que procurassem analisar a multidimensionalidade dos. ~-
como atender a outros graus e modalidades de problemas envolvidos na questão, examinar '
ensino, acenh1aodo a necessidade do caráter os aspectos e ducacionais em sua _.e.
EDUCOM.foi
diferente e
intcrdiscipÍinar que'· deveria oxistir nas
equipes dos centros-piloto, como condição
complexidade c não apenas sob os enfoques _,
educacional e tecnológico. '
importante para garantir a abordagem ~
procurou-se adequada e o sucesso da pesquisa.
c

Após a realização do primeiro ~


respeitar as seminário, foi criado um grupo de trabalho r
- ~-:·~1 . Outra ~
recomend a Ç·oe':! . _ diretriz rclcvnntc
. norteadora
.
' ;.\,. da tmplantaçao dos centros-ptloto do Projeto
intersetorial com representantes do MEC, da
SEI, do CNPq e da FINEP, para elaboração de -e'
da comunidade · EDUCOM foi a adoção de metodologia de subsídios para a um futuro Programa de .-e
planejamento participativo na organização, Informática na Educação que possibilitasse a
cientifica realização e avaliação das experiências de
nacional... informática na educação no Brasil. Isto
implicou, qunndo nccc!<sário c oportuno, em
implantação dos centros-piloto sugeridos nos
rcfetidos encontros e colaborasse no
delineamento dos principais instrumentos de
,
~


consultn c envolvimento ele representantes da ação.
comunidade técnico-científico nacional, ......
compreendendo também professores das

Re' ista Brasileira de Informática nrt Educ:tção * N• 01- setembro de 1997 "'"
,.e"'
_.,.
.r

.r
~
Revista Brasileira de Informática na Educação* f\.. 01 - setembro de 199'7

PRIMEIROS PASSOS recursos disponiveis, a seleção de cinco


universidades representativas das diversas
E;r dezembro de 1981, foi divulgado regiões brasileiras para ::~ implantação dos
ê!.'CUIIlento Subsídios para a Implantação referidos cent r os, b e m como o
Programa Nacional de Informática na acompanhamento e a avaliação por parte do ... a criação de
cção (Brasil, l982b), que apresentou o poder público e postçrior divulgação de seus
Fime;ro modelo de funcionamento de um resultados. centros
f:rturo sistema de informática na educação
:asi!e;rn elaborado pela equipe intersetorial.
formadores de
Em janeiro de 1983, foi criada, no
Esse documento recomendava que as âmbito da SEI, a Comissão Especial 11° 11183 recursos
-:iciativas nacionais deveriam estar - Informática na Educação, através da
ce:nradas nas univ e rs idades e não Portaria SEI/CSN/PR n° 001/83 . Essa
humanos
l:!i<ei3.II1eote nas secretarias de educação, pois Comissão tinha por finalidade, dentre outros qualificados,
e:-a necessário construir conhecimentos aspectos, propor a orientação básica da
léc:.ico-científicos para depois discuti-los política de utilização das tecnologias da
capazes de
com a comunidade nacional. Buscava-se a inform ação no processo d e ensino- superar os
criação de centros fonnadores de recursos aprendizagem, observando os objetivos e as
,'t!manos qualificados, capazes de superar os diretrizes do Plano Setorial de Educação, W'<#
desafios
desafios p r esent es e futuros então Cultura e Desporto, da Política Nacional de presentes e
\ islumbrados. Tn fo rm ática c do Pl ano Básico de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico futuros --·
Esse documento destacava a do país, além de apoiar a implantação de
necessidade de combinação adequada dos centros-piloto, funções estas intrinsecamente
fatores de produção em educação, de forma a a fctas ao setor educacional.
\iabílízar um sistema de ensino realmente
adequado às necessidades e realidades Em março de 1983, a Secretaria-

+
regionais, com fléxíb il idade suficiente para o Executiva da referida Comissão, atendendo
atendimento às situações específicas, ao recomendações propostas, apresentava o
aumento da efetividade no processo de doc umento Projeto E DUCOM, q ue
ensino-aprendizagem, à elaboração çie uma consubst anciou uma proposta
programação participativa a partir dos interdisciplinar voltadá para implantação
interesses do usuário Acreditava-se que experimental de centros-piloto como infra-
desta forma estaria sendo garantido o estruturas relevantes para o desenvolvimento
impacto motivaeional do programa e o de pesquisas, objetivando a capacitação
emprego de mctodologias inov adoras nacional e coleta de subsídios para uma futura
capazes de nÍelhorar a qualidade da educação política setorial.
brasileira. Esse documento propunha a
ampliação e acumulação de conhecimento na Após sua aprovação, a SEJ divulgou
~rca 11)ediante a realização de pesquisas para o Comunicado SEIISS n°l 5/83, informando
acapacitação nacional, o desenvolvimento de o ioteresse go~emamental na implantação de
s~ftware educativos balizados por valores centros-pil9to em universidades interessadas
culturais, sócio-políticos c pedagógicos da no desenvolvimento dessas pesquisas,
realidade brasileira, c a fo rmação de recursos mediante ações integradas com escolas
hum:mos de alto nível. públicas, prcfcrcncialmcnlc de 2" grau,
estabelecendo, inclusive, critérios e fonna s
Para opcracionaliação da proposta, de operacionaliação do projeto.
sugeria a criação de uma Comissão Oficial,.
sob a égide do MEC, com representantes da Entretanto, pouco tempo antes, em
SEI. CNPq, F INEP c unia Comissão novembro de 1982, foi criado o Centro d e
Executiva para exercer a fu nção mediadora Info r mática d o MEC - CENI F OR,
rotrc a comissão oficd c a , comunidade subordinado à Fundação Centro Brasileiro de
zczdêmica, os centros-p ilo to c demais TV Educativa- FUNTEVÊ, hoje Fundação
;:.sti:uiçõcs d e ensino c pesqu isa Roquette Pinto, cujas atribuições regimentais
-·~das. Para o início dos trabalhos o foram posteriormente rcformuladas em
mcnto sugeria, em fu nção dos parcos março/84, para melhor cumprimento dos

Autora - ··lari2 Caudida Moraes


r
i
Artigo- Informática Educativa no Brasil: uma História Vivida, algumas Lições Aprendidas

requiSitos indispensáveis ao administrativa.


desenvolvimento c à coordenação das
atividades na área , tendo em vista o interesse Nessa época, a nova administraçii
da Secretaria Geral do MEC em ;JSsumir a da FUNTEVÊ/MEC iniciou a operaçã•·
... oMEC coordenação do projeto. desmonte do CENIFOR, alegando o se•
desinteresse na pesquisa, relegando o' ...
assumiu a
liderança do
Coube ao CENIPOR a
responsabilidade pela implementação,
centros-piloto do Projeto EDUCOM a um
situação financeira difleil c insustentável. /\
..
coordenação e supervisão técnica do Projeto partir desse momento, começou 11 ....
processo de EDUCOM, cujo suporte financei ro e descumprimento da sustentação finance ira _
informatização delegação de competência foram defmidos do projeto por parte do próprio MEC, -
em Protocolo de Intenções assinado entre iniciando um processo de disputa interna d·~ '!"'"
da educação ·· MEC, SEJ, CNPq, FINEP e FUNTEVÊ, em órgãos que pretendiam assumir :1 ~
brasileira... julho de 1984. coordenação do setor.
~

A pa1tir desse momento, o MEC Lamentavelmente, desde o início d•., ,....


' assumiu a 1ideraliça do processo de EDUCOM, e em decorrência de alterações
informatização da educação brasileira, funcionais e interferências de grupos fi!'!.
procurando organizar-se para o cumprimento interessados em paralisar a pesquisa em favor e
de suas novas obrigações. Um dos de uma possível abertura do "mercadl) _,p
argumentos utilizados para a transferência do educacional" de software junto às secretaria<;
Projeto EDUCOM para o MEC, era o de que de educação, a questão do suporte financeiro te'
infonnática na educação tratava de questões transformou -se no maior problema ,.
de natureza pedagógica relacionadas ao
proces~o de ensino-aprendiza gem ,
prejudicando, nos mais diferentes momentos,
a continuidade do projeto. Apesar dos
.-..--
envolvendo escolas públicas brasileiras e percalços, interesses velados, e tentativas d..:: ,.e

+
universidades, na busca de subsídios para obstrução da pesquisa, o Projeto EDUCOM .,c'
uma futura política para o setor educacional. cumpriu o seu papel, como pode ser
Pesava, também. IIcssa decisão a queslfío observado no documento anteriormente ~
financeira, pois apesar do acordo firmado referenciado . Na realidade, se mais não foi
entre os organismos governamentais e o feito, foi porque os organismos
r!é
~
próprio estímulo para a implantação do governamentais deixaram de cumprir parte
Projeto ter se originado na própria SEI, esta
secretaria não havia previsto no seu
orçamento o montante de recursos capazes de
de suas obrigações financeiras, apesar dos
diversos protocolos finnados e do interesse e
iniciativa de implantação do Projeto partir do
--·

.,e;
dar a devida sustentação financei ra ao próprio Governo federal. .Je
projeto, em termos ele contrapartida ~
negociada com o MEC. Assim, coube ao PROGRAMA DE AÇÃO IMEDIATA EM " .
Ministério da Educa~ão, apesar de inúmeras INFORMÁTICANAEDUCAÇÃO .,e·
dificuldades, 'g·aranti'r a sua J,e·
operacionalização. Em fevereiro de 1986, logo após a ~­

Ern 3 de outubro de 1984, foram


criação do Comitê Assessor de Informátic3
ha Educação - CAIE/MEC, presidido pelo
,.,
firmados os primeiros convênios para o início secretário-geral do MEC, iniciou-se uma
das atividades de implantação dos ccntros-
pi loto , entre a FUNTEV~/MEC e as
nova fase. Este Comitê foi col)stituído por ~
elementos de reconhecida competência
,.,.
Universidades Federais do Rio Grande do técnico-científica no país, provenientes de ~
Sul , Pernambuco, Minas Gerais, Rio de diferentes seguimentos da sociedade.
-""'
.Janeiro c Estadual de Campinas.
Em abril do mesmo ano, o Comitê
_,...
Entretanto, em março de I 985, com a recomendou a aprovação do Programa d~ ,.,
finalização do governo militar, profundas
a lter ações funcionais ocorreram na
Ação Imediata em Informática na Educaçã1'
de I o e r graus (Brasil, l987a), objetivando
.,.,..
administração federal com conseqüentes criação de uma infra-estrutura de supor:c ~
mudanças de orientação política e junto às secretarias estaduais de educação. ,.,
R n i<ta Br:tsileir:t de Inform:ítica na Educaç!iCl * N• OI- setcmhm de 1997 .e
e'

··-~ ----
.e''

111'
_,..
Revista Brasileira de Informática ua Educação* N• OI -setembro de 1997

:io àe professores, o incentivo à futuras decisões políticas e possibilitassem


;.ão descentralizada de software condições de respostas na antecipação de
C:a!I\'0. bem como a integração de problemas e no reconhecimento de seus
sas que vinham sendo desenvolvidas limites.
- di"crsas universidades . brasileiras.
dia-se, também, a consignação de Em maio de 1987, a Secretaria de
rsos fi nanceiros no orçamento do Informática do MEC assumiu a
ic;~é:io da Educação, para o exercício de responsabilidade de condução das ações de
7. necessários ao s uporte operacional c à informática na educação e,
ccntinuidade das ações em desenvolvimento. conseqüentemente, a coordenação e
supervisão técnica do Projeto EDUCOM . Em
O Programa de Ação Imediata, julho de 1987, após um período de total
utiiizando a abordagem sistêmica no ausência de financiamento, foram
pl:mejamcnto de suas ações, apresentou um transferidos recursos para as entidades
elenco de projetos voltados · para o gestoras dos centros-piloto depois de um
a~endimento às funções básicas referentes ao longo período de carência.
ilSOiaplicação da tecnologia, à produção, à
pesquisa, ao desenvolvimento de recursos A implementação do Programa
humanos, além do atendimento às funções de ocon-eu, portanto, a partir de 1986, mediante
apoio relativas ao fomento, à disseminação e a alocação de novos recursos para a pesquisa,
à divulgação da tecnologia de informática o lançamento do 1o Concurso Nacional de
educativa. Como importante estratégia de Software Educativo e a implementação do
ação, propunha a convergência de esforços Projeto FORMAR, operacionalizado através
do setor educacional em busca de autonomia de dois cursos de especialização em
tecnológica no país e capacitação nacional informática na educação, em nível de pós-
para que a sociedade brasileira fosse capaz de graduação lato sensu, realizados n a

+
a'ssumir o comando do seu próprio processo UNICAMP, em 1987 e 1989, dedicados aos
de informatizaÇão; colaborando para o· pleno professores das diversas secretarias estaduais
dc!;cnvolvimcnto de) país. de educação c das escolas técnicas federais .

Uma das primeiras ações decon-cntes A partir d'esse novo período,


do lançamento desse Programa, em 1986, foi vislumbrou-se a possibilidade de acelerar o
reco mendar a aval iação do Projeto desenvolvimento do setor, sob as bênçãos do
EDUCOM, e que foi realizada por uma novo Coinitê, aproveitando o apoio e
O relatório
comissão de especialistas de alto níveL Ao interesse do então secretário-geral do solicitava a
~ final do relatório, a comissão alertava que os M inistério. Desta forma, iniciou-se um novo
centros-piloto vinham desenvolvendo · as período de consultas à comunidade, manutenção e o
atividades que se propuseram, não havendo motivado pela necessidade de elaborar um revigoramento
dúvidas quanto às suas reais possibilidades plano para a área. Isto deu ensejo à realização
para a consecução de suas metas, não (da Jornadq de Trabalho de Jnjormática na do apoio técnico ·
obstante os atrasos no repasse das verbas, a Educaç[jo (Brasil, 1987b), em Florianópolis, e financeiro aos
descontinuidade da oferta de bolsas por parte em novembro de 19 87, que contou com a
do CNPq, a fa lta ele apoio fínancciro da participação de profissionais envolvidos com centros-piloto,
FINEP c SEI que haviam se retirado do a pesquisa c produção na área, bem como mawr
processo, além dos descompassos existentes com profissionais de escolas e empresas que ,
no nível de coordenação administrativa do atuavam no setor. Como resultado desse intercâmbio
Projeto. profícuo encontro foi produzido um entre os
documento com recomendações para
O relatório solicitava a manutenção e formulação da política trienal para o setor, pesquisadores ...
o rcvigora mcnto do apoio técnico e posteriormente submetida à ªprovação do
fina nceiro ao s ce ntros-piloto, maior Comitê Assessor do MEC.
mtcrcâmbio entre os pesquisadores c que as
aiÍ\'idadcs de pcsquis;1 fossem a tônica O fato d0, país não dispor de
principal desses centros, na busca de conhecimento técnico-científico nessa área
conhecimentos seguros que subsidiassem fez com que o Ministério da Educação

Autora - Maria Candida Moraes

-=:j#l@tdt!fiW·
Artigo - Infor"'ática Educativa no Bntsll: um a História Vivida, algumu Lições Aprendidas

optasse por iniciar as atividades mediante o geral. Os CIEd constituíram-se em centros


desenvolvimento de pesquisa nas irradiadores e multiplicadores da tecnologia
universidades, para posterior disseminação da informática para as escolas públicas
de seus résullndos, mediante capacitação dos brasileiras, os principais responsáveis pela
professores dos sistemas estaduais de ensino preparação de uma significativa parcela da
público. O inicio da capacitação dos sociedade brasileira rumo a uma sociedade 9"

professores foi feito pelo Projeto FORMAR, informatizada. f:ii'


atrnvés da UNJCJ\MP c que contou com a
9-
colaboração dos vários centros-piloto do Ao final de 1988, a Organização dos
Projeto ED.UCOM. Os professores formados Estados Americanos - OEA, através de seu g

tiveram como compromisso principal Departamento de Assuntos Educativos.


9'
projetar e implantar, junto à secretaria de reconhecendo o esforço brasileiro nesta área,
educação que o havia indicado, um Centro de convidou o Ministério da Educação a 9'

Inform;'ttica Educativa - CIEd, a ser apresentar u m projeto de cooperaçãc- ~


implementado mediante apoio técnico e multínacional envolvendo outros paísef;
financeiro _do Ministério da Educação que, latino-americanos. Ini ciava -se, então, """
por sua vez, não prclei)dia impor mecanismos naquela época, a primeira cooperação técnica p
e procedimentos, apenas oferecer o devido internacional com o México, financiada peh,
~
respaldo técnico-financeiro necessário à OEA, para avaliação do projeto de
consecução dos objetivos colimados. informática educativa na área de educação flil"

básica: Projeto COEEBA. ~


Coube a cada secretaria de educação
~
definir os rumos de sua propo~ta, de acordo Um a da s primeiras ações de
com a capacidade técnico-operacional de sua cooperação internacional proposta pelo tfiill"
equipe e possibilidades de formação de Brasil foi a realização de uma Jornada de
f!!!J""
recursos humanos. Ao Ministério da Trabalho Luso Latino-A m ericana de

+
Educação, competiu o repasse dos recursos Informática na Educação, realizada em fi!!'

necessários, a cooperação técnica cnh·e os Petrópolis, em maio de 1989, para f!!!i'l'


pcsqüisadorcs dos centros-piloto do Projeto
EDUCOM c os professores das secretarias de
identificação de possíveis áreas de interesse
comum relacionadas à pesquisa e formação
.,
educação, além do fornecimento dos de recursos humanos, capazes de subsidiar te!'
equipamentos necessários, de acordo com as um futuro projeto internacional sob a
'I!!?
As especificações propostas pelo Comitê chancela da OEA. Essa jornada adotou como
Assc~sor do MEC. princípios norteadorcs do trabalho a f1!i1"'
recomendações participação, integração, solidariedade c _,
obtidas foram No período de 1988 c 19 ~9, adequação das propostas às realidades de
cada país, bem como o respeito à ~
dezessete CIEd foram implantados em
consubstanciadas diferentes c~tados da federação. Atualmente multiculturalidadc e diversidade cultural; .e'
existem 20 CIEd, sendo que cada centro como requisitos fundamentais de qualque.r
em docum~nto teF
coordena subcentros. e laboratórios. Cada iniciativa de cooperação na área. Estiveram
próprio e CIEd além de coordenar a implantação de presentes representantes de 15 países, !!!!"""'
serviram de base n·
outras _unidàdcs, também . cuidava da
·,. formaçao de rceur~os humanos para a
incluindo Portugal e países africanos que,
mesmo não estando sob a jurisdiçã0
f!'!··

à elaboração de ; implcmcnlaçiío dns atividades _no ~m~ito americana, sol icitaram participação. ~

um projeto /:~ e s t a_d u a I. ~I é rn de a t n b u 1 ç o e s ~

· adm!nJstratJvas , esses. centros se As recomendaçõe~ obtidas foram


multinacional de transformHam em ambient es de consubstanciadas em documento próprio 2 ~
aprendizagem informatizados integrados por serviram de base à elaboração de um projeto
informática ,grupos interdisciplinares de educadores, multinacional de Informática Aplicada à
aplicada à técnicos e especialistas, suportados por Educação Básica, envolvendo oito paím
progrmnas computacionais de uso aplicação américanos c que foi apresentado à OEA, er.1
educação básica... da informática na educação c tinham como 1989, em Washington, c aprovado para :
propósito atender a alunos c professores de período 90-95. Cumpre esclarecer que '
1o c 2° graus e de educação especial, além de projeto ficou paralisado após 1992, tendo er-
possibilitar o atendimento à comunidade em vista a falta de pagamento da quota anu:

Revista Brasileira de Informática n:1 Educação * N" 01 -setembro de 1997


Revista Brasileira de Informática na E d ucação*:-.- 01 - setembn de l99'i

ra que, por sua vc7, condiciona a SEI/MCT, visando a inclusão de metas e


pação do Brasil. impossibilitando, objetivos do Programa como parte integrante
a realização das atividades previstas c do Jl PLANIN, Plano Nacional de
aeordadas com os demais países, Informática e Automação, para o período de
dicando a liderança latino-americana 1991 a 1993 . O PLANIN foi aprovado pelo ... a política de
istada pelo Brasil, o que foi muito Con selho Nacional de Informática e
nt:1do pelos países intcgrnntcs do Automnção- CONIN, um colegiado que era informática na
.corrlo de Cooperação Técnica firmado. constituído pelos ministros de Estado das educação
diferentes áreas setoriais e representantes da
iPROGRJ\MA NACIONAL DE indústria nacional, e, posteriormente, deveria
IXFOR:\IÁTICA EDUCATIVA transformado em lei.
também estar
A partir de todas essas iniciativas foi A inclusão de objetivos, metas e em
estabelecida uma sólida base para a criação estratégias no PLANIN ocorreu no final de
de um Programa Nacional de lnfonnálica 1990. Acreditava-se que a política de
consonância
EducatiYa - PRONINFE. o que foi efetivado informática na educação deveria também com os
~ outubro de I 989, através da Portaria . estar em consonância com os objetivos e ,,.
Ministerial n" 5-19/GM. O PRONINFE tinha diretrizes da política educacional da área de
objetivos e
por finalidade: "Desenvolver a injórmática ciência c tecnologia, como subsistemas diretrizes da
~ducativa no Brasil, através de projetos e interligados e interdependentes. A inclusão
atividades. articulados e convergrntes. das ações do PRONTNFE foi importante para política
11fOÍatfos C/11 .firlldll/11('/I((]ÇciO fJCrfrT,f!JÍ.f!:ÍCU vinbil izaçfío de financiamentos de diferentes educacional da
<á/ida e Muali::.acla, de modo a assegurar a ti pos de bolsas de estudos c outros beneficios
unidade política, técnica e cientfl/ca decorrentes. A área de Informática área de ciência
imprescindível ao êxito dos esforços e Ed ucativa passou então a ser um dos e tecnologia ...
mvestimentos envolvidos." destaques do Programa de Capacitação de

+
Recursos Humanos em áreas Estratégicas -
Apoiado em refe rências RHAE, do Ministério de Ciência e
constitucíonai!), capítulos III c 1V da atual Tecnologia.
Constituição Brasileira, referentes às áreas de
educação, ciência e tecnologia, o Programa Em seu doéumento referencial , o
''isava apoiar o desenvolvimento e a PRONINFE fundamentava - se na
utilização da informática nos ensinos de I0 , 2° necessidade de intensa colaboração entre as
c 3" graus e educação especial, o fomento à três esferas do poder público, onde os
infra-estrutura de suporte relativa à criação de investimentos federais seriam canalizados,
\'arios centros, a consolidação c integração prioritariamente, para a criação de infra-
ih~ pesquisas. bem como a capacitação estnlturn de suporte em instituições federai s,
continua c pcnnancntc de professores. estaduais c municipais de educação, para a
capacitação de recursos humanos e busca de
Propunha, também, a criação de uma t autonomia, científica e tecnológica para o
estrutura de 'núcleos distribuídos setor. ~eus objetivos e metas atendiam,
~eograficamente pelo país, a capacitação também, aos preceitos constitucionais
rucional através de pesquisa c formação de referentes à área de ciência c tecnologia,
recursos humanos, mediante um crescimento solicitando tratamento prioritário à pesquisa
•adual em busca· de competência científica básica voltada ao bem-público e ao
.:cnológica referenciada e controlada por progresso da ciência na busca de soluções
objetivos educacionais. aos problemas brasileiros. Seus objetivos,
metas c estratégias vieram também a integrar
Simu ltaneamente à criação do o Plano Nacional de Educação, o Plano
PRO~INFE, cuja coordenação passou a ser Plurianual de Investimentos, desdobrando-
n.acida por uma Comiss;io Geral de se, posteriormente, em metas é atividades de
Coordcnaç.1.o subordinada à Secretaria Geral alguns planos estaduais e municipais de
MEC. foram iniciadas gestões junto à educação, na tentativa de assegurar a sua
..:cretaria Especial de Informática do opcraeionaliação junto às bases estaduais e
'·-isté:io de Ciência c Tecnologia municipais na esperança de maior fluência de

Autora - Maria Candida !\t ora~


Artigo-Informática Educativa no Brasil: uma História Vivida, algumas Lições Aprendidas

recursos financeiros por parte das instituições capacitação contínua e permanente


governamentais. professores dos três níveis de ensino pat ,
domínio dessa tecnologia em ambientes ·
...
... ações
Dentre suas ações prioritárias
destacavam-se as atividades voltadas para
ensino e pesquisa, a utilização da informáti1
na prática educativa e nos plarll
-
~

prioritárias capacitação de professores e técnicos dos curriculares, além da integr açã <
...
-
diferentes sistemas de ensino, consolidação e ampliação das pesquisas
... ações voltadas desenvolvimento de pesquisa básica c socialização de conhecimentos
aplicada, implantação de centros de experiências desenvolvidos.
para a informática educativa, produção, aquisição,
......
capacitação de ndapla<,~ão c avnliação de so.flwares Para tanto, foi prevista a criação d' -
educativos. Pretendia-se, também, faci li tar a uma infra-estmtura de núcleos ou centro·
professores e aquisição de equipamentos computacionais distribuídos geograficamente pelo paí s
técnicos t»· por parte dos sislcmas de educaçiio pública, localizados em universidades, secretarias d·
implantação de rede pública de cduc~tção c escolas técnicas federais. Es s~ _
... deselll'Oil'i- comunicação de dados, incentivo i\ cursos de núcleos, chamados de centros de informátí•:·
1
mento de pós-graduação na área, bem como na educação, tiveram atribuições de acord< ..:"'
acoinpanhamenl o c avaliação do Programa. com os seus diferentes campos de atuação. e -
pesquisa básica em função da vocação institucional de sua
e aplicada... Em 1990, o Ministério da Educação clientela, constituindo-se em centros d e -=-
nprovou o I" Pl:lno de Ação Integrada - informática na educação superior- CIES. ~
PLANINFE. para o período de 1991 a I 993, centros de informática na educação de I" c 2 e:
coní objetivos, metas c atividades para o graus - CIEd e centros de informática n·,
setor, associados a um horizonte temporal de educação técnica - CIET. e ;;.
maior alcance. O PLANINFE, assim como o f!l!!!."
PRONINFE, destacava, como não poderia Em termos de organização ,:

+
deixar de ser, a necessidade de um forte funcionamento, o Centro de Informática 11a - .
programa de formação de professores, Educação Superior - CIES- ficou vinculado n ~
acreditando que as mudanças só uma universidade, destinando-se à realizat
ocorrem se estiverem amparadas, em pesquisa científica de caráter interdisciplinar. .e
profundidade, por un1 in~ensivo c compcte'ntc formar recursos humanos, oferecer suportt.: ~
programa ele capacitação de recursos aos C JEd e C JET, além de supervisionar I!!'.;..
humanos, envo lvendo universidades, experiências educativas em andamento no~
secretarias, escolas técnicas e empresas como colégios de aplicação. O Centro J c ~
o SENAI c SEN/\C. Informática na Educação de 1° e 2~ f//11!
graus - CJEd - ficou subordinado à urn;:
A pnrtir de 1992, em função de secretaria estadual ou municipal de educaçiío, .e
gestões realizadas em anos anteriores c de ao Colégio Pedro li, ao Instituto de Educaçã(, .e
uma firme determinação do Ministro da de Surdos e ao Instituto Benjamim Constant. ~­
Educação daquela'- época, fo~ criada umà tendo como função atender aos professores e
rubrica· orçamentária ~specífica no alunos de 1o e 2° graus, alunos de educaçã" re
Orçamento da União, para o financiamento especial e comunidade interessada. O Cen· w e
das atividades do setor. Esta foi uma luta de Informática na Educação Técnica, o CJET
batalhada por mais de cinco anos pela foi vinculado à uma escola técnica federal CJ:• r
coordenação do Programa, que acreditava em a um centro federal de educação tecnológica- te
sua importância para a consolidação das CEFET, destinando-se à formação d:· ,..,
atividades planejadas na área, para que não recursos humanos, realizaçã o d
ficassem à mercê de possíveis InJunções experiências técnico-científic as fll"':
políticas, como de fato ocorreram. atendimento à alunos c professores da esc rr
na. qual estava inserido.
~
O MODELO PROPRIAMENTE DITO

Tanto o Programa de Ação Imediata


Pretendia-se com esses centros
criação de novos ambientes q•
...
f!"'
quànto o PRONINFE, em termos de possibilitassem novas dinâmicas sociai~
,_,
organização e funcionamento, visavam a aprendizagem, no sentido de resgatar -

Re' ista Brasileira de lnform:ítica na Educação * N• 01 - setembro de 1997

11~- :i:7Srt·' ffl?&i;iwi:i4i ,._ -- :!E!",.


Revista Brasileira de lnform:Hica na EduCAção*:-.- 01 - setemllra de 1m

010· .OLOGIA
DALA.S FATOS
~roJ 81 Realização do I Seminário de Informática na Educação, Brasília/DF, UNB.
Promoção MEC/SEI/CNPq.
Duembro, 81 Aprovação do documento: Subsídios para a implantação do programa de Informática
na Educação- MEC/S EIICNPq/FINEP.
A~osto/82 Realização do li Seminário Nacional (/e Informática na Educação, UFBa /Salvador
/Bahia.
J:meiro/83 Criação da Comissão Especial ND 11183 - Informática na Educação, Portaria SEI
/CSN /PRN°001 de 12/01/83.
Julho/83 Publicação do documento: Diretrizes para o estabelecimento da Polftica de
Informática 110 Setor de Educação, Cultura e Desporto, aprovado pela Comissão de
Coordenação Geral do MEC, em 26/10/82
Agosto/S.J Puh licnção do Comunicado SEI solic itando a apresentação de projetos para a
implantação de centros-piloto junto as universidades. .
Março/84 Aprovação do Regimento Jiztemo do Centro de Informática Educativa CENIFOR
IFUNTEVÊ, Portaria n° 27, de 29/03/84. -
Julho/84 Assinatura do Protocolo de Intenções MEC /SEI /CNPq IFINEP /FUNTEVÊ para a
implantação dos centros-piloto e delegação de competência ao CENIFOR.
Julho/84 Expedição do Comunicado SEl/SS n" I 9, informando subprojetos selecionados:
UFRGS, UFRJ, UFMG, UFPe e UNICAMP.
Agosto/85 Aprovação do novo R egimento Interno do CENIFOR, Portaria FUNTEV~ n°246, de
14/08/ 85.
Sctembro/85 Aprovação Plano Setorial: Educação e Informática pelo CONIN/PR.

+
Fevereiro/86 Criação do Comitê Assessor de Informática na Educação de 1o e 2° graus- CAIE/SEPS.
AbriU86 Aprovação do Programa de Ação Imediata em Informática na Educação.
Maio/86 Coordenação e Supervisão T écnica do Projeto EDUCOM é transferida para a SEINF
/MEC. .
' Julho/86 Instituição do I Cqncurso Nacional de "Software" Educacional e da Comissão de
Avaliaçiio do Projeto EDUCOM
AbriV86 Extinção do CAlE/SEPS e criação do CAIE/MEC.
Junho/87 Implementação do Projeto FORMAR I, Curso de Especialização em Informática na
Educ(Jção, realizado na UN ICAMP.
Julho/87 Lançamento do /I Concurso Nacional de Software Educacional
Novembro/87 Realização da Jom ada de Trabalho de Informática na Educação: Subsídios para
políticas, UFSC, Florianópolis/Se.
Novembro/87 Início da Implantação dos CI,fid. ·
Setembro/88 Realização do III Concurso Nadona/ dé Software Educacional.
Janeiro/89 Rca lização do li Curso de Especialização em Informática na Educação- FORMAR-
li
:\1aio/89 Realização da Jornada de Trabalho Luso Latino-Americana de Informática na
Educação, promovida pela OEA e INEP /MEC, PUC / Pctrópolis/RJ.
Outubro/89 Instituição do Programa Nacional. de Informática Educativa PRONJNFE na
Secretaria-Geral do MEC
~tarço/90 Aprovação do Regimeltlo lllterno do PRONINFE.
Junho/90 Restmturaçã.o ministerial e transferência do PRONINFE para a SENETE/MEC_
gostol90 Aprovação do Plano Trienal de Ação Integrada -19901199J_
~temb ro/9 0 Intejlrt'\ção ele Metas c ohj12tivos do PRONINFEIMR.C no Pl~ANIN/MCT.
f~,·ereiro '92 Criação de rubrica especifica para ações de informática educativa no orçamento da
União
ritt97 Lançamento do Programa Nacional de Informática na Educação PROINFO

Autora - M aria Candida Moraes

~
Revísta Brasileín1 de Informática na Educação* N' OI -setembro de 1997

crescim ento gradual ba seado na no Brasil e Exterior.


experimentação e análise dos resultados
:iêos, orientado pela capacidade de De modo geral, na área de
formação dos professores ; a importância à produção de software, o PRONINFE
pesquisa & desenvolvimento centrados nas estabelecia como uma de suas diretrizes a
Imi"'ersidades e escolas técnicas federais e a criação de equipes interdisciplinares de
bu.sca de compe tência tecnológica produção c avaliação de programas
permanentemente referenciada e controlada educativos computacionais, devidamente
po:objetivos educacionais. qualificadas para análise de questões ... uma estrutura
sociológicas, psico-pe dagógicas e
Para sua operacionalização epistemológicas. Recomendava, também, a
matricial com
apresentava uma estrutura matricial com produção de sistemas do tipo ferramenta, a duas vertentes... ·
duas vertentes. Uma relacionada às funções aquisição de software educativos por parte
produtivas de . pesquisa , pro.dução, uso- dos órgãos públic·os, mas devidamente funções
arlicação, desenvolvimento · de recursos avaliados por grupos de pesquisa com produtivas de
humanos c disseminação. Outra, em função experiência comprovada na área de produção
da clientela, determinava a criação de cinco e /o u avaliação de programas pesquisa,
sub -programas ·desti nados . ao ensino computacionais. Propunha incentivos â produção, uso-
fundamental, à educação especial, ao ensino produção e introdução no mercado
médio, ao ensino superior e à educação não- educacional de software educativos de aplicação,
fom1al. Para cada uma de suas funções havia qualidade provenientes de grupos de '!' desenvolvimento
uma série de recomendações sinalizando pesquisa de reconhecida competência, no
diretrizes importantes a serem observadas no sentido de gerar padrões de qualidade, além de recursos
desenvolvimento das atividades. da criação de catálogos, banco de dados e humanos e
glossários para disseminação de informações
Na área da pesquisa, por exemplo, o e consultas na área. disseminação...

+
documento recomendava o desenvolvimento
prioritário da pesquisa básica c aplicada a ser No que se refere aos equipamentos, o
desenvolvida por equipes interdisciplinares, PRONINFE buscava uma configuração
cujos recursos deveriam ser canalizados para básica de custo reduzido, que pudesse ser
a consb.11Ção de ferramentas computacionais expandida modularmynte e capaz de suportar
adequadas ao processo de ensino - a implantação dos laboratórios das escolas.
aprendizagem, · estudos de avaliação do Pretendia, tamb6m, incentivar discussões e
impacto da infom1ática no setor educacional, divulgações de tendências pedagógicas
bem como levantamento do "estado da arte". baseadas na utilização de equipamentos
produzidos pela indústria nacional,
Em termos de capacitação de obedecendo padrões próprios, buscando,
•ccursos humnnos, o Programa dava portanto, a definição do equipamento a ser
prioridade ú propostas que ·fossem utilizado pela informática educativa no
democratizantes e não determinadas por Brasil, em consonância com a política de
interesses industriais e mercadológicos; ~eserva de mercado vigente naquela época.
baseadas na conscientização · e não . no Propunha, ainda, que o MEC atuasse como
adest ramento, en vol vendo maior mediador c indutor do processo de
rarticipaçfio da universidade c de outras informatização da educação brasileira,
nstituições de ensino superior, enquanto incentivando a indústria nacional a adequar
motros de cxcdência de ensino, pesquisa c os seus equipamentos aos padrões que
c~.ensão . Recomendava atenção prioritária à viessem· a ser definidos pela comunidade
f~ :-:nação e ape rfeiçoamento de científica nacional em função de objetivos
~ç:isadores, preferencialmente articulados pedagógicos.
:!::'S !Jrog:ra."Tias de pós-graduação. Sugeria,
:L sue os programas promovessem a O Programa apresentava como
=~o entre secretarias de educação, estratégias importantes a padronização dos
,.:_.si:hdcs c instituições como SENAI c equipamentos, visando conectabilidade,
C. fonaleecndo mecanismos de compatibilidade c portabilidade dos sistemas
·-·oercã:nbio, bolsas e estágios de informações, a criação de mecanismos que

Autora- Maria Candida Moraes


~

Arti:o - Infonn:itica Educatiu no Brasil: uma História Vivida, algumas Lições Aprendidas
..,.
~

permitissem o conhecimento do processo de modalidades, nos níveis de aperfeiçoamento. .,..


informatização da sociedade e p articipação especialização, mestrado, doutorado e pós· .,
da comunidade. Recomendava o doutorado, além de mecanism o~
.,.
desenvolvimento de estudos conjuntos com o
Ministé rio das Comunicações para
complementares tais como seminários .
estágios, oficinas, etc. Foi também prevista a .,.
diferenciação tarifária e a criação de núcleos necessidade de articulação intensa entre
_,.,
regionais ligados por rede pública de organismos nacionais e internacionais de
_.,.
... área de comunicação de dados. cooperação técnico-científica, buscando
ofetecer bolsas de estudos para os .,.
pesquisa O PRONINFE ainda apresentava
uma série de linhas de ações relacionadas a
especialistas da área. Em suas linhas de ação
objetivava o apoio técnico e financeiro para ..,.
... apoio técnico cada uma das funções básicas estabelecidas. disseminação dos produtos, realização de .,
e finan ceiro a Na área de pesquisa, por exemplo, objetivava
o apoio técnico e financeiro a projetos de
congressos, seminários, simpósios e
encontros, bem como editoração de livros e ..,.,
projetos de pesquisas básica e aplicada a serem demais publicações de interesse da .....,
pesquisa~- desenvolvidas em centros-piloto do Projeto comunidade científica da área. __,
, • ~< EDUCOM e em outros centros de
baszca e ~- infonnática na educação superior e escolas _,
aplicada... .~ técnicas federais. Incentivava a produção de
1
··~conheci mento interdisciplinar capaz de
Tanto o PRONINFE quanto o
PLANINFE d<. c: tacavam a necessidade de um
forte program;: de formação de professores e
.,..,
·' suportar a formação de recursos humanos, o
uso-aplicação da tecnologia c a avaliação de
seus resultados, visando a validação dos
técnicos na área de informática educativa; ~
acreditando que nenhuma mudanç a .
tecnológica ocorreria se não estivesse
.,
sistemas desenvolvidos. Destacava, também, profundamente amparada por um intensivo ~
a importância do conhecimento da realidade programa de capacitação de recursos ~
como um fator preponderante para o sucesso humanos. O PLANINFE recomendava,
ainda, que a formação de professores e ~
..,.,
+
dos projetos, a cooperação técnico-científica
em âmbito nacional c internacional, além do técnicos para a utilização desta tecnologia em
incentivo a possíveis parcerias entre educação, levasse em conta o exame das
indústrias c universidades para o possibilidades e limites do uso da infonnática ~
desenvolvimento de produtos compatíveis no sistema educacional considerando os ~
·com as necessidades brasileiras do setor. aspectos da realidade escolar, as diferenças
41"
regionais, o desemprego tecnológico e a
Na função produção, pretendia baixa condição de vida. ~
desenvolver ações voltadas para a ~
especificação de equipamentos, sistemas e Recomendava uma avaliação crítica
-~
programas computacionais necessários à do significado da informática na educação, a
operacionaliação do projeto, promover o análise das conseqüências gerais d a ~
"
incentivo ô sua indllstrialização, bem como a informatização enquanto o uso de
~
interação entre as universidades e escolas tecnologias não neutras e comprometidas
técnicas com o sistcm~ gerador d<!produtos e com dctem1inado modo de concepção da -~
serviços de informática. Pretendia-se, sociedade. Reforçava, também, a idéia de que ~
tnmbém, a c ria ção de modelos de tecnologia à disposição da educação poderia
funcionamento de ambientes informáticos colaborar para a compreensão dos processos ·~
em educação. cognitivos do indivíduo ao desenvolver ~
conhecimentos, e como pode, a partir dessa
~
Na fu nç ão uso-aplicação de tecnologia, poderia ser gerado o noyo
tecnologia, o Programa propunha a financiar conhecimento científico e crescer em espiral. ~
a implantação de centros de informática em Promul gava a necessidade de mudanças nos _,e-
todos os níveis e modalidades de ensino, o papéis da escola, do aluno e professor, e,
desenvolvimento c implantação de bases conseqüentemente, nos conteúdos, processos ~
informacionais destinadas a interligar os c materiais de ensino-aprendizagem. ~
diversos núc leo s entre si. No alegando que não se poderia incorporar o .-e-
desenvolvimento de recursos humanos, novo, sem reformular o antigo.
p retendia apoiar cursos nas mais diversas .,e'

~
Rnista Brasileira de Informática na Educação * N' 01- setembro de 1997 _,..
_..
_,.
~
Revista Brasileira de lnform:Hica na Educação*;-..~ 01 - ~temlmt dr I:'S'í

TEPAIS PROJETOS várias secretarias estaduais e municipais de


educação, aos comitês assessores de
a realidade, dentre os vanos programas mi ni steriais, bem como
f!.;.~ ~os e
ü. i'·idadcs dcscn·volvidos no país, desenvolvidos programas de cooperação
~~.antes dos referidos Planos c Prógramas técnica, nacional e internacional, promovidos
::riom1cntc descritos, os mnis importantes pela OEA c UNESCO. Para maior
~-a a cri:tção de uma cultura nacional sobre o conhecimento da amplitude e qualidade do
;:so do computador na educação foram os acervo produzido, recomendamos a leitura
"-;;)tetosEDUCOM,FORMARe C!Ed. dos documentos citados no parágrafo
anterior, que registram os principais produtos
As contribuições do Projeto desenvolvido s c que nos redime da
illl'COM foram importantes c decisivas necessidade de nos estendermos em maiores
p;!.d. a criação c dqenvolvimcnto de uma detall1amentos. O que queremos salientar é
culn·ra nacional de uso de computadores na que as principais ações empreendidas pelo
cdJcaç:lo, c:>pccialllll'lltc voltaJa para Ministério da Educação, nos últimos dez
realidade da escola pública brasileira. De anos, decorreram das contribuições das
acordo com os livros: Projeto EDUCOM equipes integrantes dos centros-piloto do
(Andrade, P. F.& Albuquerque Lima, M.C.M. Projeto EDUCOM e que ainda continua
1993) c Projeto EDUCOM: realizações e presente trabalhando na área.
produtos, que descrevem o processo e as
principais realizações dos centros-piloto Dentre essás ações, destacam-se o
integrantes do Projeto, confirmou-se a Projeto F ORMAR, destinado à capacitação
correção da opção governamental em iniciar de professores da rede pública; os projetos
a infom1atização ela cducaçiio brasileira a CIEd c CIET, voltados para a implantação de
partir do desenvolvimento da pesquisa c centros de informática educativa para
formação de recursos humanos realizados atendimento às escolas de Io e 2° graus da

+
nas universidades. rede pública d.e ensino c às escolas técnicas
federais; as jornadas de trabalho para o
/\pesar dos percalços c problcm<1s estabelecimento da política educacional para
surgidos na caminhada dos vários centros - a área, bem como os concursos anuais de
em sua maioria relacionados à incerteza software. Enfim, ·todas estas atividades
quanto a disponibilidade de recursos. somente foram· possíveis graças ao
:r.-:diniçlk·~ qtLl!Ht' .i ptll itica c:;j,cci fica de coiÚlecimento gerado no berço do Projeto
concessão e manutenção de bolsas 'de estudo, EDUCOM. ... demonstrando
instalações fi~ieas nem sempre adequadas ao assim, o
tn'tl:~lll(1 a ~cr rc:lli7ado . f;tlta dt' mai11r Cabe. ainda, escla recer que a
inü:'graçiio inter e intra-institucion:tl- muito institut:ionalizaçãu do nilclco de pesquisa reconhecimento
fo i realizado em termos de pesquisa. interdisciplinar em cada universidade que efetivo da
ft1nn:tç5o de recursos lnunano~. consultoria. participou do EDUCOM. foi um fato
·produção de sojiware educativos, teses, (. important~ para preenchimento de uma -comunidade
dissertações, livros, conferências, ensaios c lacuna que existia na pesquisa nacional. A universitária ao
artigos publicados. medida· do sucesso do empreendimento e das
pesquisas realizadas pode ser verificada a empenho e
De acordo com os relatórios de partir da incorporação de cada centro piloto
na universidade hospedciri:l, transformando-
dedicação de
pesquisas, o EDUCOM produziu num
período de 5 anos 4 teses de dóutorado, 17 se em núcleo, coordenadoria ou centro, de ··~ todos aqueles
teses de mestrados, 5 livros, 165 artigos acordo com as altemativas regimentais de
publ icados, mais de duas centenas de cada instituição universitária, demonstrando,
que envidaram
conferências c palestras mi nistradas, além ele assim , o reconhecimento efetivo da esforços...
\ ários cursos de extensão, especialização e comunidade universitária ao empenho e
treinamento cl~ nrof~RRon·s , f:li,;hnnm; '1" d"fliGAÇÕ0 dt> focl<'111 nqllfll<>n r;;u., iõ'í>•dtlru'tom
:tutor e vários so.frware educacionais foram esforços para o desenvolvimento deste
cscnvolvidos. dos quais alguns roram os projeto de pesquisa.
primeiros colocados em concursos nacionais.
Assessoramentos técnicos foram prestados :'ls

Autora- Maria Candroa ~~on~

~
-lnfcrn:útic:~l'Aiuntinno UraçiJ: um:~ Tlistórla Vivida, algumas Lições Aprendidas

O Projeto FORMAR, implementado propiciaram uma visão ampla dos aspectc


em 1987, foi criado por recomendação do envolvidos na informática educativa, no q''
Comitê Assessor de lnfonnática c Educação se refere às questões pedagógicas
do Ministério da Educação - CAIEIMEC, informáticas, possibilitando a ca d
sob a coordenação do NIED/UNICAMP; e participante escolher, dentre as diferentf'
ministrado por pesquisadores c especialistas abordagens apresentadas aquela com a qu:'
dos demais centros-piloto integrantes do tivesse maior afinidade intelectual. (
projeto EDUCOM. Destinava-se, em sua material produzido no curso, as experiência
primeira implantação, à formação de realizadas e, principalmente, o currículo c <
profissionais para atuarem nos diversos conteúdo, segundo Valente, passaram a se·
centros de informática educativa dos usados como referências para l
sistemas estaduais/municipais de educação. desenvolvimento de outros cursos d<
Tratava-se de um curso de especialização de formação no país. Sabemos que a práticr
360 ·h, planejado de forma modular, desenvolvida ~ a natural evolução de
ministrado de forma intensiva ao longo de 9 conhecimenu dela decorrente em si
semanas (45 dias úteis), com 8 horas de requerem, hoje, modificações em termos de
atividades diárias. Seus conteúdos foram planejamento, metodologias e conteúdos,
distribuídos em 6 disciplinas, constituídas de tendo em vista também a rápida evolução do
aulas teóricas c práticas, seminários e setor que demanda as adaptações necessárias.
con fcrências. ,
Após a realização do Projeto ....
A formação de profissionais FORMAR, dezessete CIEd foram
propiciada por este projeto foi realizada implantados, um ern cada estado da ...
através de três cursos e atingiu cerca de 150 Federação. A partir de um crescimento ...
educadores provenientes das secretarias grac!ual cada CIEd podia criar subcentros c
,
estaduais e municipais de educação, escolas laboratórios, alguns nas capitais c outros no

+
técnicas, profissionais da área de educação interior dos estados. Um CJEd tinha, em ,.
especial, bem corno professores de média, 15 a 30 microcomputadores por ,.
universidades interessadas na implantação de centro. De um centro inicialmente voltado
outros eeütros. para o atendimento aos alunos, à comunidade ~

em geral e à formação de professores, o CIEd ~


Com a escolha do nome Projeto
FORMAR, tínhamos em mente marcar uma
passou, na maioria dos estados, a ser também .
um riúcleo central de coordenação
,.
transição importante em nossa cultura de pedagógica das atividades desenvolvidas, a e
formação de professo res . Ou seja, partir da criação de subcentros e laboratórios.
Como pretendíarn9s fazer uma distinção entre os ~

estratégia dn: termos f ormação e treinamento, mostrando Como estratégia da política e-


que não estávamos preocupados com ministerial ficou estabelecido que o CIEd ~
política adestramento, ou em simplesmente adicionar deveria ser uma iniciativa do Estado e não do
~
ministerial mais uma técnica aotconhecimtmto que o Governo Federal. Ao MEC caberia, além da
profissional já tivesse, mas, sobretudo, formação inicial dos professores indicados ~
ficou pretendíamos que o professor refletisse sobre pelas secretarias de educação, sensibilizar os
~
a sua forma de atuar em sala de aula c secretários de educação, destacando a
estabelecido
propiciar-lhe condições de mudanças ern sua importância da área e informando-lhes do ~

que o CJEd~···. pdtica pedagógica, na forma de interesse do Ministério da Educação na


!!'
. .,,.{ compreender c·conceber o pro'cesso ensino- implantação dos referidos centros, da
d everza ser · ·1,~ aprcndtzagcm,
. .
levando-o a assum1r uma f!!"
possibilidade de cessão de equipamentos e
uma iniciativa nova postura como educador. recursos para custeio das atividades iniciais, !!''

alertando, entretanto, que caberia a cada


do estado e Alguns artigos analisando a Estado verificar seus interesses e condições
~

não do experiência do FORMAR foram escritos, de levar adiante tal empreendimento. A f!!"
tanto sob o ponto de vista docente quanto manutenção do CIEd e a formação ,.
governo discente, relatando os aspectos positivos c continuada de professores multiplicadores
federal. negativos deste trabalho. Todos foram seriam atribuições do Estado, de acordo com
unânimes em ponderar que os cursos a própria capacidade de gestão de seus

Re,ista Brasileir:t de lnfonnática na Educação* N" OI- setembro de 1997

H'**' ? ·aW iMri**=·· ·H - 558e 5 zo.-· -·-· q}f -·


Revista Brasileira de lnrormátlca na Educação* N. 01 -setembro de 1997

_"'!' :so: :os t::nanos, fn:::tr.eeiros c materiais. proj etos desenvolvidos pelas escolas
paraenscs visam a melhoria da qualidade do
Sua cimccpção foi inspirada no processo de aprendizagem, tendo como
:-xrlo p. TJ.et.~ õesenvolvido pelo Centro objetivo converter a informática num
~pa:~ç5o e Iniciação à Ciência da instrumento a serviço da inteligência, do ... apouca
=:fc;mática - CEPIC, da Secretaria de raciocínio e da criatividade dos alunos.
~o e Cultura de Novo Hamburgo, no disponibilidade
~ Grande do SUL, que foi , durante um Na região Sudeste, o Estado de
~..o ~empo, um campus avançado de
de recursos,
Minas Gerais vem desenvolvendo um
?es quisa e extensão do Projeto trabalho signifiéativo, onde o CIEd financeiros e
EDUCO~L1..ECIUFRGS. Tendo em vista o supervisiona 20 laboratórios de informática
Xl:Ilcnto de implantação dos CIEd, a pouca educativa instalados em escolas públicas, e
materiais...
éispo nibilid_a dc de recursos humanos, somente nestes dois últimos anos foram num país com
!lda.nceiros e materiais, esta foi a forma mais treinados mais de 300 professores da rede
a~a e democrática pnra o início das pública estadual, em convênio com o CIES da
uma demanda
ati·• idadcs no setor, num país com uma Universidade Federal de Minas Gerais, muito grande
demanda muito grande de alunos c gerado no berço do projeto EDUCOM.
;'rofessorcs a serem atendidos. Um
de alunos e
iaboratório nonnalmente está localizado Na cidade de São Paulo, existe o professores...
dentro de uma escola, tendo suas atividades projeto Informática Educativa da rede
restritas :-tpcnas à clicntcln de sua unidade municipal de educação, que iniciou os seus
escolar, o centro foi concebido para estar trabalhos em 1987. Em 1989, foi
aberto :i outras escolas c ú comunidade em redirecionado em termos pedagógicos, na
geral. administração do Prof Paulo Freire., Hoje,
este projeto encontra-se em plena expansão.
RESULTADOS PARCIAIS O setor de Informática Educativa da

+
Secretaria Municipal de Educação de São
A título de ilustração, apesar das Paulo, atende 91 420 alunos, em mais de 200
várias dificuldades apresentadas durante todo unidades escolares, tendo cada laboratório
o desenvolvimento dos projetos de em média 20 microcomputadores.
infonnática na educação, reconhecemos que Entretanto, em função da qualidade dos
a estratégia ôc implantação adotada trabalhos desenvolvidos, dos resultados
mostrou-se adequada, tendo em vista a pedagógicos obtidos, do interesse de alunos e
própria capacidade de disseminação e professores, a referida Secretaria está
multiplicação dos subcentros e laboratórios implantando outros 300 laboratórios em
~ por parte de alguns estados e municípios escolas de Educação Básica e mais 100 para
brasileiros. Em Novo Ilnmburgo/RS, por educação infantil, prevendo a possibilidade
exemplo, temos hoje, I centro c 21 de atendimento a mais de 400 mil alunos da
subccnlros c lnbornlórios que vêm atendendo r ed e municipal de ensino. Até
quase toda a população de educação básica do o final de 1997, segundo relato do
município. No Rio Grande do Sul, além do c, coordemrdor do projeto, pretende-se que
CIEd Central, existem 56 subccntros e todas· as esco las públicas tenham seu
l:~born tóri os, além de 414 professores laboratório de informática educati va em
capacitados atuando na área. funcionamento, o que significa a
possibilidade de atendimento a quase 800
Na região Norte, destaca-se o mil alunos, o que equivale toda a população
trabalho que vem sendo desenvolvido pelo da reàe municipal de ensino de uma das
Estado do P()rá, onde 35 escolas públicas, da maiores cidades do planeta.
capital e interior, já desenvolvem atividades
de infom1ática na educação, sendo que 436 No Espírito Santo as atividades de
professores já estão capacitados na área. informática educativa foram iniciadas em
~ Dc$IC total, . n Sccrctnrin Municipal de 19R9, n pnrtir dn irnplot1.tuçüo de ut'h CIEclt;a
Educação de Belém implantou 21 capital, que gradativamente foi coordenando
bboratórios nas escolas públicas, que vêm a implantação de mais 13 laboratórios na
atendendo um total de 6 400 alunos. Os capital e no interior. Atualmente, o estado

~
Autora -Maria Candida Moraes

~
~
Artigo -lnform:\_tica Educ:ttiv!l no Brasil: uma História Vh•ida,Rigumas Lições Aprendidas

possui 90 professores especializados na área, rea, mediante o desenvolvimento de


atendendo 9 111 alunos. experimentos-piloto em universidades
brasileiras e implantação de centros de
Na região Centro-Oeste, destaca-se o informática educativa junto aos diversos
... apesar das trabalho do Distrito Federal e do Estado de sistemas de educação do pais, o que permitiu
Goiás, send<? que neste último as ·atividades a criação de uma sólida base teórica nacional
dificuldades foram iniciadas somente a partir de 1993, fundamentada na realidade da escola pública
que mediante a implantação do primeiro CIEd brasileira. Esta fase experimental,
que, em apenas um ano de atividade, desenvolvida por mais de I O anos, gerou a
certamente coordenou a instalação de mais 16 cultura nacional de uso de computadores na
ocasionaram laboratórios em escolas do interior e da educação brasileira, oferecendo as
capital e que estão atendendo a 6 150 alunos condições necessárias para que a gestão atual
maior lentidão de educação básica, com 188 professores do Ministério da Educação~ u"Dmova ações de
ao processo, capacitados. No Distrito Federal foram maior envergadura r.esta área. O
implantados. nos últimos 10 :mos, I CIEd c conhecimento adquirido, a partir dos
muita coisa foi . maís 30 laboratórios nas escolas, possuindo resultados até então alcançados traduzidos
realizada no '• 300 professores formados e 30 000 alunos em pesquisas, metodologias, software,
sendo atendidos. sistemas de autoria c outros produtos, é
pafs.. ; desconhecido por grande parte do publico
Esse$ d:1dos demonstram que, apesar brasileiro e, principalmente, pela imprensa
~
d:~s di tículdadcs que certamente oc:~sionaram nacional que continua cobrando, através de
mnior lentidão ao processo. muita coisa foi seus editoriais, a necessidade de ~

realizada no p:tís. E isto não deve ser ignorado desenvolvimento de uma fase piloto na área. .-
pela comunidade educacional brasileira em
função da falta de tradição na realização de
levantamentos estatísticos na área. A falta de
Cabe ao Ministério da Educação
esclarecer à população brasileira que a fase
-
t!'
infonnações não indica a inexistência de experimental, piloto, já teve urna duração ..,.
resultados , ou facilidades para pré- maior do que o necessário e que existem
julgamentos, ignorando dados, experiências resultados desenvolvidos pelo sistema !"
c trabalhos em andamento e conhecimento educacional brasileiro, cujos números não
!!"
da realidade nacional. são tão inexpressivos quanto se poderia
imaginar, o que nos impõe, neste momento, a ~

De um modo geral, este foi o modelo conquista de um patamar mais elevado e nos {!!"'
de infonnatização da educação brasileira credencia para o desenvolvimento de ações
proposto pelo Ministério da Educação até de grande envergadura nesta área. tf!"
1995. Em sua essência mais profunda, o e-
·modelo buscava, desde o primeiro momento, Mas a história vivida durante mais de
~
a criação de ambientes de aprendizagem, nos uma década de nossa vida profissional
quais professores c alunos pudessem exclusivamente dedicada à esta área, nos _.-
cxpcricnciar o que é o •processo pyssoal e ensina algumas lições importantes e que e'
coletivo _de aprendizagem, usanqo as novas valem a pena ser levadas em consideração
ICrramcntas oferecidas pela cultura atual. neste momento. f1t"
Seja através da pesquisa, da formação de ~·

recursos humanos e criação dos diferentes O PASSADO CONTRIBUI PARA A


t·cntros c subccntros, a grande preocupação CONSTRUÇÃO DO PRESENTE r
da comunidade educacional foi a busca de um
novo paradigma educacional capaz de
*""
Toda construção do passado é que
~
sinalizar mudanças mais profundas tanto na permite a reorganização de uma nova etapa
arte de ensinar quanto de aprender. ou estágio de maior desenvolvimento ou e"'

comple~idade, o que pode ser traduzidc . ~


ALGUMAS LIÇÕES APRENDIDAS hoje, no lançamento do PROJ]\,T"fQ. cc--
~
metas ambiciosas, avançadas e oportuf123 :
Como pode ser observado, a década
de 80 caracterizou-se pela produção de
conhecimento técnico-científico n a á
que prevêem a fo rmação de ::5 ~
professores e o atendimento a 6.5 -:' !:2:~ ~ -
alunos, no qual a co.;1;;a c:: !r
-
de lcfa rcitia a:a Educ:açio * ~- 81- setembro de 199-
i\rti;:o -lgfonruílin F.d_ucath·a no Brasil: uma I l istória Vivida, algumas Lições Aprendidas

do país. Os projetos foram contextualizados, A IMPORTÂNCIA DE UM MODEL


desenvolvidos em sintonia com os interesses CONSTRUCIONISTA
das conHin idades locais c regionais. CONTEXTUALIZADO

Desde o início, acreditava-se que Como foi gerada a cultura nacio1.


sistemas educacionais têm maneiras distintas Primeiro, seu surgimento deve-se, dc1 t!9'
de organizar um processo de inovação. Um outras razões, à participação, em momer -9
pnís de dimensões continentais como o oportunos, da comunidade acadêm i
Drasil, de grande diversidade regional, científica nacional na definição de polítk ; '!!!fii1"
cultural e profundas desigualdades sociais, estratégias a serem adotadas pelo se· .!!!fii'
não comporta alternativas únicas e modelos Segundo, a construção de conhecime 11
idênticos na formulação de políticas e baseado na realização de algo concreto , c. ~
estratégias para o desenvolvimento de uma experiência concreta, vinculada 1!'11'
projetos inovadores em educação. Apesar do realidade da escola pública, ou sej a, cl ~
Ministério ter proposto a implantação de um nasceu no local onde o produto se r:
modelo organizacional do tipo centro, no utilizado . O fato da construção de um proJ~t W!ll'
caso o CIEd, para todos os estados da de inovação educacional ter partido d::__.-
Federação e não propriamente a implantação pesquisa integrada à extensão, antes de ~:u;:
de laboratórios dentro de cada escola, na implementação em larga escala, foi de_..
realidade, cada Estado ou município é que fundamental importância, o que possibilitoJ.~
construía o seu projeto, de acordo com a
<'apac id:Hk ope raci onal das próprias
não a importação de modelos, mas sim
construção de 11111 modelo construcionistr:
fi __,
secretarias de educação, em termos de contextualizado. ,.,
formação de professores, capacidade de
atendimento aos alunos, proposta pedagógica Existem, portanto, resultados de~
e manutenção dos equipamentos. pesquisas desenvolvidas no pais por~

+
universidades brasileiras e compete ao MEC,,..._...
Portanto, o respeito à autonomia neste momento, solicitar esses dados ~s •
didático-pedagógica dos sistemas universidades, às secretarias de educação de fll""
educacionais foi sempre uma condição Novo Hamburgo, São Paulo, Campinas,,_.,
importante para que surgissem soluções Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rioáe ~
•• • • ... ... ~ • 40
· · .... ... diversificadas, · flexíveis; capazes de
• • •• • • . •, . .

Janeiro, Vitória, Belém e outras secretarias de ....


incorporar ajustes e reformulações adaptadas educação que desen volvem trabalhos ~
às necessidades dos diferentes segmentos relévantes na área. Cabe ao Ministério d2. ~
sociais e alunados tão heterogêneos~ De certa Educação desenvolver, no país, \lffi •
Por que o forma, foi isto que ocorreu com a maioria dos levantamento do estado da arte e divulgar~
ro ·eto subprojctos integrantes do EDUCOM, onde amplamente os seus resultados, tanto no ~
p .I cada grupo apresentou a sua proposta, lendo
EDUCOM · como base o elenco de recomendações
âmbito nacional como internacional.

Por que p projeto EDUCQM ~


..
;,.,.,.

sobreviveu ofer~cidas pela cOJvunida?e acadêmic~ ~que


servmtm como referencial pgra analise e sobreviveu mesmo sem o aporte de recursos ifle"
mesmo sem o ft.l julgamento das propostas. No conjunto dos prometidos pelo governo federal? Além dG •
projetos de pesqu isa coexistiram diferentes
aporte de possibilidades c alternativas de uso/aplicação
nbnegação, competência e dedicação do~
pesquisadores nele envolvidos, uma das.,...,
r
recursos ~· da informática na educação e que foram razões encontra-se no fato do EDUCOM ter ~
.d ~ sendo red irecionadas em função da evolução sido um proj eto de pesquisa aplicada, •
promet1 os (:;:, t:X d ~
, . grupos dc tra b'a1110. A gercnc1a
os propnos . reivindicado pela comunidade acadêmica, no ~
pelo governo \ nacional do Projeto não impediu o qual os pesquisadores reconheciam suas _ , -
i · [? surgimento de diferentes visões, na esperança próprias contribuições, além de sua
e{. era ·· fi
de qu e os especialistas pudessem implementação estar contextualizada úa ,_,-
experimentar, comparar, diferenciar c escola pública. Foi aí que foram geradas as tiJr-"
confrontar as diversas concepções. mctodologias de trabalho e n ã~ nos gabinet~ ; , -
ministeriais, permitindo que o projeto) •
sobrevivesse em condições profundamen!! ,.,_,
adversas, em termos financeiros. A .,..-r

Revista Brasileira de Informática na Educação* N. 01- setembro de 1997 ..--


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~~ ......-..._.......---·- ·------ ,..,,-- . .,


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e-"
Revista Br:.sileira de Informática na Educação* ' i 01 - sdembn dr 1..,-
o:::::::::mdade participou de sua concepção, necessidades e asp i rações de sua
acompanhamento e comunidade. Os projetos precisam ser
contextualizados, estar em sintonia com os
interesses de comunidades regionais e locais,
Da mesma forma, uma das razões incluindo aqui a proposta pedagógica. O O respeito aos
quais o sistema francês de informática respeito aos valores culturais, sócio-políticos
-3 c:ducação apresentou um resultado global c pedagógicos da realidade é condição "sinc valores
-~epcionantc, envolvendo também a qua non" para garantia de sucesso de culturais,
::npra de l 00 mil computadores para serem qualquer empreendimento. O produto de
éstribuídos para todos os liceus franceses, qualquer empresa para ser aceito, precisa sócio-políticos
-estava no fat o das decisões terem sido responder aos interesses de sua clientela. e pedagógicos
das em gabinetes ministeriais e, de
aror '" com P. Lévy (1993) foi "escolhido "SMALL IS BEAUTIFUL" da realidade é
lfc·•·i ;/ rft' J IÚ>/' tfllllfitftltf(', flt'IJIC//It/11/('1/{('
riej"f!í~zwso. ji·acamcnle interativo, pouco O reconhecimento por parte do MEC
condição "sine
adequado aos usos pedagógicos ( .. .) de que as propostas dependem do interesse de qua non "para
limitando-se aos rudimentos de um certo cada Estado, em função das condições de·
(s/ilo de programação, como se fosse este o formação de suas equipes, da capacidade de
garantia de
único 11so possível do computador." O autor manutenção de equipamen tos e sucesso de
linda adverte que, "em 1·ez de conduzir um envolvimento de outras instituições
\·erdadeiro projeto político, ao mesmo tempo colaboradoras, foi um fator importante nessa
qualquer
acompanhado e avaliado. 11111 certo ministro parceria. Procurou-se, desta form a, atender a empreendi-
quis mostrar imagens d e modemização, e uma das recomendações da comunidade
não obte1·e. cfetimmente, nada além de acadêmica no sentido de começar pequeno e mento.
imagens". crescer gradualmente em função da
capacidade operacional de cada secretaria de

+
Urna d a~ grandes lições a aprender é educação c das possibilidades de capacitação
que nada cst:l decidido a priori. Para Lévy de professores requeridas por esse tipo de
(1993), um dirigente precavido sabe que trabalho. Vale a pena esclarecer que a
estratégias vitoriosas passam pelos mínimos expa nsão dos proj etos de informática
detalhes técnico!; e que são inseparavelmente educativa foi sempre solicitada pelo Estado e
í'(llíticos .e culturais, ao mesmo tempo, em não uma imposição dÓ Governo Federal.
que são técnicos.
COOPERAÇÃO, DIALOGO E CO-
UMA BOA TEORIA NEM SEMPRE CRIAÇÃO
GARANTE UMA PRATICA
ADEQUADA A experiência desenvolvida no país,
alerta-nos para a importância do diálogo que
Aprendemos também que umà boa deverá existir entre as três esferas do poder
tcnria, muita vezes, fracassa na prática e que flúblico e a CXJmpreensão de que a transição,
r.em scmpre ·o que fimcionn, na prática, para indepe.ndente da natureza do
uns, funciona para outros. Da mesma forma, empreendimento, seja empresarial ou
o que é bom para um país pode não ser educacional, requer mudanças de valores, ou
sdcquado par::t o outro. O mesmo ocorre para melhor uma lran.~f'ormação em nossos
em estado, região, município, ou mesmo, valores, em busca de uma melhor
~ra uma escola . Daí a importância e c o m p r e·e n s ã o d n q u a I ida de dos
occcss id a dc dos projetos sere m relacionamentos, já que o novo paradigma, a
«1- ·,c'<tualizados, especialmente no que .s e partir de sua visão sistêmica, exige o
rtfeíc à capacitação de professores. funcionamento em rede. Uma rede de
relações, uma teia de conexões e interações.
Disto decorre que, a anúlise das Qua lqu er administrador C'J\lC tcntnr
l~c ,3s desenvo lvidas no pais c no permanecer em posições rígidas, pouco
r alertam para o fat o de qüc, qualquer ncxívcis c dia lógicas, dificilmente alcançará
- educacional, para ser aceita, o sucesso des~jado. Um projeto de inovação
...
,,._,..,....,~•.;,,....,.., scr planejada a partir de interesses, tecnológica requer uma mudança essencial

Autora- Maria Candida ;\forae•

~
.-e
~
Artigo - lnfonn:ltica Educ,ltiva no nrasil: unia História Vivida, algumas Lições Apre ndidas

na visão de mundo subjacente à toda estrutura liderança ocorra. Novos papéis de lideram
educacional envolvida no processo. Por outro exigem novas habilidades de lideranças p<n
lado, não adianta o MEC dialogar ou a construção de uma visão de totalidade,
construir uma proposta em conjunto com as que também requer o reconhecimento de qu <
O modelo secretarias estaduais de educação, se essas tudo está em movimento, em processo, alg<
científico da mesmas secretarias não adotam essa mesma que não tem fim . O compromisso com t
postura em relação às secretarias municípais sucesso do empreendimento não pod<
atualidade e às escolas. ocorrer somente entre alguns níveis de um;
organização, mas deve envolver todos o!:
lembra que O modelo científico da atualidade participantes nos mais diferentes niveis
qualquer lembra que qualquer construção é sempre desde dirigentes ministeriais, estaduais c
coletiva, que nossa evolução é e será sempre municipais, equipes técnicas, professores , at(·
construção é coletiva, em todos os níveis áreas, destacando alunos e comunidades de pais.
.~emp re n importância de se adotar novos conceitos c
princípios de administração voltados para a SEM VONTADE E DECISÃO
coletiva... cooperação, a solidariedade, o respeito e a POLÍTICA AS COISAS NÃO
~
destacando a atenção entre os parceiros alinhados em tomo ACONTECEM.
de uma visão com'um e de objetivos ~
importâncià de. compartilhados. Uma das I içõ es duramen te
~
se adotar novos aprendidas, embora possa parecer óbvia par('
I\ mudança de valores implica em muitos, é que não adianta termos um bel(· ~
conceitos e abertura, diftlogo , flcxíbílidadc , planejamento no papel, modelos sistêmico~
~
horizontalidade nos processos, consciência bem e laborado s, belas teoria ~
princípios de
de qualidade, orientação voltada para o fundamentando o projeto, rubri c::. ,.
administração... atendimento aos interesses do aluno, além do orçamcntaria disponibilizando recursos, poi ~. ~
reconhecimento da dimensão estratégica do as mudanças e transfonnações dependem
,.
+
tempo, reforçando a importância do também de um campo individual e não-
reconhecimento do momento em que as material de energia viva, como nos alerta o
opotiunidadcs acontecem. bioquímica Rupert Shaldracke. Palavras ~ "
e'
números no papel são componente~
Independente do porte ou dimensão materiais, enquanto idealismo, vontade. ti!'
de qualquer projeto ·e ducaéionàl, para que decisões e compromissos político s
er
haja garantia de sucesso, Ministério da
Educação, universidades, secretarias, escolas
envolvem aspectos imateriais, algo que está
no indivíduo e são estas coisas que
,
e comunidades de pais e professores devem movimentam o mundo, que o leva adiante. ,e"
ser vistos como parceiros, co-autores, co- que coloca as energias necessárias em
fi!!"'
c riadores do processo. Todas essas
organizações existem para oferecer à
movimento para que as mudanças ocorram.
Se o dirigente tem visão míope, é ,
socicdad~ os serviços educacionais que elas descompromissado com a comunidade, ou lfl/!!""
necessitam, mas um ~~rviço de qualidade. A sem visão estratégica em relação à direção em
parceria implica em que as cleci~ões devam que o mundo se movimenta, não adianta ter te'
ser tomadas em consenso, inediante uma recursos financeiros disponíveis, pois ,e"
cotmmicação aberta c li·anca, onde todos
somos aprend izes de algo qu e não
fatalmente serão desviados para outras
atividades mais condizentes com o seu grau
,
conhecemos. de miopia c interesses pessoais. Por outro ,r
lado, não adianta ter vontade política sem ,.
A imagem autoritária do líder como
"chefe que dá ordens" é simplista c
poder de decisão sobre a alocação de
recursos. Uma coisa depende da outra.
,.
inadequada ao momento presente. Está fora I
do paradigma atual, é velha e arcaica. A
liderança está entrelaçada à formação de
Foi o que observamos também nc
acompanhamento de todo este processo, po l~
,.
cultura . . Daí a importância de apesar de existir uma política c: ,
reconhecermos a cultura existente em
qualquer organização, dar fom1a à sua
informatização da educação brasile ir· ,...
concebida sistemicamente, preocupada cc-
evolução como condição essencial para que a questões relacionadas à contextualização é
,.
~

Re\ ista Rr:tsileira de lnform:\tica na Educação* N" OI -setembro de t 997


~

4'
Artigo- Infom1átic2 Educ:ath a no Brasil: uma Ilistória Vhida, algumas Lições Aprendidas

O lançamento de tentáculos para além da EDUCOM, cujos fatos q u~


comunidade nacional foi muito importante circunstanciaram se confundem co1:·.
para o Programa, permitindo, às vezes, formação histórica da Informática
aumentar a arrecadação interna de recursos Educação desenvol vida no Br a'
para a área, além de dar cumprímento aos considerando que em tomo dele gravi tar
Ç!"
acordos de cooperação técnica firmados com os fatos mais importantes. Outra parte de·.
outros países. Tal aspecto, por incrível que se ao trabalho, esforço e dedicação d ~
pnreça, embora tenha proporcionado ma ior técnicos das várias secretarias de educaç · e'
visibilidade externa, aumentou que duramente se dedicaram à implantaç :
sensivelmente o reconhecimento interno ao dessa tarefa junto ao professorado da esc c· .r
Programa, em momentos significativos de pública. e'"
mudança ministerial, permitindo maior
divulgação dos trabalhos dentro do próprio Hoje, após a institucionalização d e
Ministério, em função de compromissos vários centros-piloto do Projeto EDUCOI' ' _.
inl\.:macionais assumidos. reconhecendo o papel relevante qu e:
desempenhou na capacitação de recurso
Outro fator importante para a humanos na ~rea, compreendemos su " e-
sobrevivência do Programa foi a articulação importância para a criação de uma cultura e
com outros órgãos setoriais de política nacional, possibilitando a liderança <ll
científica e tecnológica, possibilitando, processo de informatização da educaç~:l• ~·
nssim, novas fontes de financiamentos a brasi leira centrada na realidade da escola ~
projetos de pesquisa c capacitação de pública. E desta forma, ele plantou a~ ~·
recursos humanos. A integração com a SEI c primeiras sementes - cuja simbologia de ·
o CNPq foi de fundamenta l importância para profundo recolhimento explica sempre o e""-
a sobrevivência das atividades de pesquisa na novo começo - dando origem às ações que 61!!!!"-
área, o que evitou, em certas épocas, a hoj e integram a atu a l política de .

+
paralisação total dos financiamentos, já que informatização da educação brasileira. O ""
outros programas intersetoriais como o poder de reconhecer as boas sementes é uma _...
RTIAE, do Ministério de Ciência c de
Tccnologin, destinou recursos financeiros
faculdade superior. ,..
para o desenvolvimento de pesquisas. c Leva ndo em consideração a ~ te"'
.. 'r.--, •"
~ • .... ... • formação de recursos .humanos C·reconh6ceu condições da realidade brasileira no inicio da

a validade do PRONINFE, a partir da década de 80, traduzidas pela ausência de
~··
inclusão dos seus objetivos c metas no conhecimento técnico-científico na área,

... três aspectos


PLANIN. capazes de subsidiar políticas e estratégias a ,.. .
serem adotadas, três aspectos foram
~
foram Apcsnr das di ficuldadcs que sempre fundamentais para o desenvolvimento da
estiveram presentes na opcracionaliação Informática Educativa no Brasil. Primeiro, a ~
fundamentais deste Programa, na realidade, essas participação da comunidade acadêmica- #!!!"
...participação da estratégias foram ajydando as universidades
c secretarias de educação a ~ncontrarcrn
científica nacional na definição de políticas e
estratégias adotadas pelo setor. Segundo, a ,.
comunidade novas formas de sobrevivência, mantendo a opção de iniciar a construção de modelos de fi!!'.
esperança acesa e esperando a chegada de informatização da educação partindo d0
acadêmica- ff1 "melhores ventos". desenvolvimento de pesquisa aplicada, e nã0 e'
promovendo tentativas de implantação diret2 e'
cientijica ....,. CONCLUSÃO de projetos pelas secretarias estaduais de
... construfãO de educação, como, inicialmente, também haY;' .e'"
·modelos de É importante destacar que decorridos sido cogitado. Terceiro, o assessoramen:· ~

mais de q11ínze anos do início de sua bistória, prestado ao Ministério de Educação por te
informatização a informática educativa brasileira reflete, Comitê Assessor de alto nível, cc:
~

... assessoramento hoje, um estágio de consistência alcançado especialistas brasileiros de renome naciona: · .e-
pelas atividades que nela se desenvolvem. internacional e que muito colaboraram r:- ~
prestado... Parte dos resultados obtidos, sem dúvida, análise,discussõcs e proposições de polít;: ·
~
devem ser creditados às pesqu is as e estratégias para o setor.
desenvolvidas no âmbito do Projeto e-
e-
Revista Brasileira de Informática na Educação* N' 01- setembro de 1997
-
I!!'

.e:-
~

Revista Brasileira de lnform:Hica na Educação >!c N• 01 -setembro de 1997

E..'ics fatores foram fundamentais mudou, que o conhecimento gera capital, que
~:a garantia da qualidade do trabalho este expande o conhecimento e produz o
~volvido no país. bem como do apoio da desenvolvimento.
com unidade nacional em mom e nto
qnrtantes do desenvolvimento de todo o Depois de mais de dez anos, é a Acreditamos
~csso. Todos estes aspectos repercutiram primeira vez que se compreende a
c.mto seriamente no desenrolar das ações importância dos recursos da informática c das que a verdade
Çr<lSteriores. Se mais não foi realizado, não telecomunicações como faeilitadorcs da deva estar
foi. com certeza, por incompetência técnica, transição entre a erá materialista - centrada no
~as sun, por falta de interesse e visão por capital, no acúmulo de bens materiais - e a presente em
~rtc de alguns dirigentes do próprio sociedade do conhecimento. É a primeira vez
~hl'ist ério da Educação, associado à que, em termos de política ministerial, na
todas as
lemativas de interferências na paralização da prática se reconhece que o computador nossas atitudes
fesqllisa por parte de grupos interessados na poderá melhorar a qualidade da educação, e
abertura antecipada do mercado .educacional ao mesmo tempo preparar o indivíduo para o
e guiar os
ce software e equipamentos, que se exercício da cidadania, para que ele não se nossos passos.:
~ comparado com outros mercados mundiais, · sinta um estranho no mundo, embora cada'dia
percebe-se claramente que o mercado mais ele venha se sentindo um estranho na
Este relato
~
-:.o brasileiro é extremamente significativo. escola. Desenvolvimento, hoje, implica em representa o
~- .. aprendizagem, em informações disponíveis e
~--s Acreditamos que a verdade deva conhecimento construído e distribuído por nosso
~.:: ;; estar presente em todas as nossas ·atitudcs c uma significativa parcela da população. compromisso
~ o guiar os nossos passos. Este relato representa
~-.: e o nosso compromisso com a história, com a A consciência da relevância deste coma
~.: e verdade, pois é a verdade que toma a obra momento para o desenvolvimento da história•..
~
""o duradoura educação nacional é de fundamental

+
~.a importância, o que requer o engajamento e a
~ O importante . neste momento. é contribuição de todos que trnbnlham na área,
reconhecer estamos transitando em direção que participam da construção de sua história c
~ :l S a uma nova etapa d o processo de acreditam , com fé e esperança, na
~ da informati zação da educação brasileira. possibilidade . de um amanhã numa
~ àc Estamos vivendo um outro momento perspectiva moderna c própria de
~ :a, histórico, uma situação abso lutamente desenvolv imento, capaz de oferecer uma
~; a inédita no país. Depois do período pioneiro educação mais adequada aos dias atuais,
~:1711 de 1981-19R5, da visão ampla do secretário- pennitindo o manejo c a produção de
~ da geral da época c de sua equipe de assessores, conhecimento, para que possamos ser
.a que rcconhcccr;"~l\1 a importância desta úrca contemporâneos do futuro, construtores da
~ c a- para o desenvolvimento nacional c decidiram ciência c participantes da rcconstn1ção do
1S e por sua implementação, é a primeira vez que mundo.
~....
a o Ministério da Educação adota urna postura'- ,
~ de corajosa e ambiciosa, sem precedentes na Lembrando o mestre Prigogine
~ do história brasileira, no sentido de ampliar ( 1996): "O tempo é construção (. . .) Não
<o# -
;1:10 signi fica ti vamentc os investimentos nesta podemos ter esperanças de predizer o futuro,
~-~!~ ârca, acreditando ser este o passaporte para a mas podemos influir nele(..) Há pessoas
~ ce modcmidadc, reconhecendo que o mundo que temem utopias, eu temo a falta de
··.'Í2 utopias" .
~...
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~ ".!In t .r. :tt::::~~:::e::s::,.,_~..- N!!iJ,;s"'m""' o!i!'SJIItlwi::::;:;::JP ,..-...:a~o;..,;. .. if_ ,~~
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Normas para publicação e de apresentação podem ser visualizadas no endere çc ·
611'
http://www. inf.ufsc.br/sbc-ie/revista/ 1111'"

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Revista Brasileira de lnform:ílica na Ed u cação * N' OI- setembro de 1997 I!'"

I!"

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CON VIDADO

VISÃO ANALÍTICA DA INFORMÁTICA NA


EDUCAÇÃO NO BRASIL:
a questão da forn1ação do professor
JOSÉ ARMANDO VALENTE
NTED-UNICJ\MP I PUC-SP

FERNAN DO JOSÉ DE ALMEIDA


PlJC-SP

I~TRODllÇÃO

A História da lnl'o nnútica na cd ucacional.


Educação np Brasil data de mais de 20 anos.
Nasceu no início dos nnos 70 a partir de A posição que defendemos é que,
algumas experiências na UFRJ, UFRGS e além da falta de verbas existiram outros
UNICAMP. Nos anos 80 se estabeleceu fatores responsáveis pela escassa penetração
através de diversas atividades que permitiram da Informática na Educação. A preparação

+
que essa área hoje tenha uma identidade inadequada de professores, em vista dos
própria, raízes sólidas c rclalivú maturidade. objetivos de mudança pedagógica propostos
Apesar dos l{lrles apelos d:t mídia c d;~s pelo "Programa Brasileiro de lnform{ltica em
qualidades inerentes ao computndor, a su;1 Educação" (J\ndraà.c, I 993; Andrade &
disseminação na~ escolns cstú hoje· muito Lima, 1993) é um destes fatores . Esse
aquém do que se anunciava c se dcscjnva. A programa é bastante peculiar c diferente do
Informática na Educação ainda nã o que foi proposto em outros países. No nosso
impregnou as idéias dos educadores e, por programa, o papel do computador é o de
isto, não está consolidada no nosso sistema provocar mudanças pedagógicas profundas
ctl ur:-~e i on:t I. ao inv(:s de "aut01n ;d izar o e ns ino" ou
pwmovcr a altitbctização ent info rmática
Oianlc desse quadro, a pergunt a como nos Estados Unidos, ou desenvolver a
que se faz é: "por que essa proliferação não capacidade Lógica e preparar o aluno para
acontccC'u"? Talvez a resposta mais óbvia '· trabalhar rna empresa, como propõe o
~c.ia: "faltou vontnclc polít ica dos diri gentes", programa de infom1áti ca na educação da
projetos mais consistentes c cornjosos c. França . Essa peculiaridade do proj eto
<onscqiit'ntcmnttc, verbas. 1\.tas " n.:spost;~ btasilciro aliado aos avanços tecnológicos c a
r:io é t:lo simples. ampliação da gama de possibilidades
pedagógicas que os novos computadores e os
Focar a discussão somente na falta diferentes software disponíveis oferecem,
~.~ rccmsos financeiros pMe cc muito demandam uma nova abordagem para os
tpcr!ICiaL Nesse momento, quando se inicia cursos de fo rmação de professores c novas
ano de 1997 c o Governo Fede ral cria po líticas para os projetos na área.
diçô.::s riara a disseminação da
ç:,nnállca na Fducaçiío, é extrc mnmentc O artigo descreve, inicialmente, os
n:t :t n:flcxão sobre essa longn principais marcos do desenvolvimento da
:-JII:IIÚUd:t c :1 c··lmpn·t·nsiio de como css;1 Inl(mnútica na Educação nos Estados Unidos
.ção pede ser efetivamcnt!'! mantida da América c na França. O Programa
c pr~:-.-.st1s çompctcntes c Rrasileiro de Informática na Educação, de
a com• midade cicntí fica c certa form a, foi influe nciado pelo que fo i

~
~
~
.,.,
~
At·fi~o- VISÃO ANALÍTICA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO NO BRASIL: a questão da formação do profesçor

realizado em Informática na Educação nesses aluno.


.,.,
~

.,...
países c, portanto, a discussão dessas
realizações cria um contexto bastante INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO 1'\G ;., . -
import<intc pnrn entender o Programa ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Brasileiro. Em seguida o artigo descreve as ~
bases para a Informática na Educação no Nos Estados Unidos, o uso ~ __..,
Bras i I de forma genérica uma vez que o artigo computadores na educação é completarncr.· :. . ,
da Maria Cândida de M oraes (ver páginas descentralizado e independente das decis5e ~
... Educação no 19/44) detalha as principais ações do governamentais. O uso do computador na~
Brasil nasce a Progran1a Brasileiro de Informática na escolas é pressionado pelo desenvo lv im en .c~
Educação. F inalmente, aprofunda nas tecnológico e pri <~ competição estabelecid;:: ,
partir do questões da fotmação do professor e dos pelo livre me1-::ado das empresas qt~ ~
interesse de avanços tecnológicos em consonância com as produzem software, das universidades e da:~
exigências c peculiaridades do Programa escolas. As mudanças de ordem tecnológica.:...-
educadores... Brasileiro. são fantásticas c palpáveis mas não têr1
... motivados correspondê~cia com as muda nça~
A INFLUÊNCIA DE OUTROS PAÍSES pedagógicas. ~
pelo que já NO D E SENVOLVIMENTO DA
vinha INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO O iní c io da Informáti ca na~
.,. BRASILEIRA Educação nos Estados Unidos, no prin cípio~
acontecendo dos anos 70, não foi muito diferente do que
em outros A Informática na Educação no aco ntec e u n o Brasil. O s recu r so ~
Brasil nasce a partir do in teresse de tecn oló g icos e xistentes no si s tem~
países... educadores de al gum as uni versidades educacional de 1o e 2° graus nos Estados.;_..,.
brasileiras motivados pelo que já vinha Unidos em 1975 era semelhante ao que ...
acontecendo em outros países como nos existia no Brasil. Segundo Ahl (1977), a~

+
Estados U nidos da América e na França. tecnologia exjstente nas escolas americanas__.,
Ernbora o contexto mundial de uso do era a do giz c quadro-negro. O número de..,
computador na educação sempre foi uma escolas que usavam computadores como~
referência para as decisões que fornm recurso educacional era mu ito pequeno. Por ilfttlll"
tomadas aqui no Brasil, a nossa caminhada é outro lado, as universidades já dispunham de.,
muito particuiãr e difere daquilo que se faz muitas experiências sobre o uso do~
em outros países. Apesar das nossas inúmeras computador na educação. No início dos anos~
diferenças, os avanços p edagógicos 60, diversos software de instru ção,_.,
conseguidos através da informática são quase p rograma da fo ram implementados no
os rncsn1os que t~ lll outros paiscs. Nesse computador, concrctiz<Jndo a máquina de
sentido estamos no mesmo barco. ensinar idealizada por Skinner no início dos~
anos 50. Nascia a instrução auxiliada por
Mesmo nos países como Estados computador ou o Co mpu ter-A ide-d~
Unidos c França, '·tocais onde houve uma lnstruclion (CAI), produzida por empresas..,.
grande proliferação de computadores nas como IBM, RCA e Digital e uti lizada
escolas e um grande avanço tecnológico, as princip a lmente nas universidades. O
mudanças são quase inexistentes do ponto de programa PLATO, produzido pela C ontrol _
vista pedagógico. As mudanças pedagógicas Data Corporation e pela Universidade de
são sempre apresentadas ao nível do desejo, ll linois, sem dúvida, foi o CAI mai"
daquilo que se espera corno fr :to da conhecido e mais bem sucedido.
infonnática na educação. Não se encontram
práticas realmente transformadoras e Entretanto, a presença dos C Ais fc.= -
su ficicnlemcntc enraizadas para que se possa fundamental para fomentar a discussão c-: -
di7.cr que houve transformação efetiva do questões mais profundas de ordc r- _
processo educacional como por exemplo, pedagógica . Isso ficou claro na conferên :!"
uma transformação que cnfatiza a criação de Ten- Year Forecast for Compu ter ar::· '
ambientes de aprendizagem, nos quais o Communication: Implicationsfor Educatior _
aluno-constrói o seu conhecimento, ao invés realizada em Setembro de 1975 e patrocinc:d:
de o 'professor transmitir infotmação ao pela National Science Foundation. ,.,
R~'ista Bra~il<'ira de lnfonn:ltica na Educ açiío * N• OI- setembro de 1997 _...
e

.,.
r.
trabalhos apresentados indicavam a
nistência de uma polêmica entre os autores
Revista Brasileira de Informática na Educação* N" 01 -setembro de 1997

aconteceu durante os primeiros três anos após


a comercialização dos microcomputadores!
l
I

q'~ defendiam o uso do sistema de grande


porte na disseminação de CAI como Entretanto, a presença dos
ferr."Tlcnta auxiliar do processo de ensino e microcomputadores permitiu também a
~ ~uc defendiam o uso de sistemas divulgação de novas modalidades de uso do
n:;:-utaeioilais para facilitar uma reforma computador na educação como ferramenta no
ui do sistema ' educacional, cmno M insky ~uxílio de resolução de próblemas, na
.917_ , Papert (1977), e Dwyer (1977) . As produção de textos, manipulação de banco de
_':ficuldades da ~isseminação do CAI eram dados e controle de processos em tempo real.
.ro~m técnie~ (do tipo como armazenar e De acordo com essa abordagem, o
:ribuir a instrução) e de prod4ção do computador passou a assumir um papel
:rial instrucional. Já no caso da reforma fundamental de complementação, de
:-::aç~o. o problema era o de entender os aperfeiçoamento c de possível mudança na
to..' sobre aprendizado, preparação de qualidade da educação, possibilitando a
are c a falta de uma concepção sobre a criação de ambientes de aprendizagem. O .
rJ:~~sidade de tal mudança no ensino (o Logo foi o exemplo mais marcante dessa
Pzpert tentou fazer em seu artigo). proposta.
~-.:.essa polêmica devesse ser o foco da
da conferência, como disse o I\ linguagem Logo foi
c:gou:izad<:;-r do documento (Seidel, 1977), os desenvolvida em 1967 tendo como base a
f-..-,tp=n:es estavam mais interessados em leoria de Piaget c algumas idéias da
~seus produtos -do que em discutir Inteli gência Artificial (Papert, 1980).
;;; à a educação. Inicialmente essa linguagem foi
implementada em computadores de médio e
unca ficou resolvido se a grande porte (PDP I I c PDP I O,
é'= :.:'"""na educação deveria continuar na respectivamente), fato que fez com que, até o
uso Jos CAls implementados em
- _,.r::ndc porte Oll SC deveria ser
d.:senvolvimeilto de sistemas
surgimento dos microcomputadores, o uso do
Logo ficasse restrito às universidades c
laboratórios de pesquisa. As crianças e
~
is que l'aci Iitasscm uma professores se deslocavam até esses centros
do processo educacional. para usarem o Logo e nessas circunstâncias
s dificuldades técnicas os resultados das experiências com o Logo se
mostraram interessantes e promissores. Na ...foi a única
verdade, roi a única alternativa que surgiu alternativa que
para o uso do computador na educação com
uma fundamentação teórica diferente, surgiu para o
passível de ser usado em diversos domínios uso do
arccim cnto dos ~o conhecimento e com muitos casos
res. principalmente o documcntaáos que mostravam a sua eficácia computador na
dos anos 80 pennitiu lima como incio para a construção do educação com
sscmi nação cios conhecimento através do uso do computudor.
~s nas escolas. Essa uma
Uf!la enorme produção c Com a disseminação dos 1 fundamentação
CAis. como tutoriais, microcotpputadores, ·o Logo passou a ser I(
nsiração. exercício-e- adotado e usado em muitas escolas. No teórica
do aprendizado, jogos período de 1983 até 1987 aconteceu uma
diferente. ..
-:ão. De acordo com verdadeira explos ão no número de
experiências, na produção de material de
apoio, livros. publicações c tonfcrências
, .,._., ( 'ollc,l!,<' , da sobre o uso do Logo. Esse mesmo interesse já
Columhia. l'oram niio existe hoje. Esse desencanto com o Logo
is de-:-.000 pacotes aconteceu, em grande parte, porque a
no mercado, sendo apropriação do Logo pelos professores não
a cada mês. Isso foi muito cuidadosa. Os escritos de Papert e

Autores - José Armando Vaknte e Fernando José de Almeida

~
~
~
:\rei!!o - VISÃO ANAI .ÍTI('A DA INFORMÁTfCA NA EDUCAÇÃO NO BRASIL: a questão da forrnação do profe~~or

os relatos das e xperiências usando Logo educação. Mesmo assim, previa-se G . ~


sugeriram que o Logo poderia ser utilizado disseminação da tecnologia de ma;·
sem o auxílio do profes sor. Sem a preparação rotineira nos cursos de graduação oeorr.
adequada do professor os resultados obtidos somente por volta do início do ano 2000 ( .\ ~
fo ram muito aquém do que havia sido J 977). E realmente é o que está acontecer

prometido. O Logo ficou conhecido pelo fato com os cursos de graduação nos E stad
de ter prometido muito e fornecido muito Unidos. f!!!!!1"
p ouco como retomo. Hoje sabemos que o
f!lll'
papel do prolcssor no ambiente Logo é
fundamental, que o preparo do professor não
Hoje o computador passou a fa ze
parte dà lista de material que o aluno d.
...,
é trivial não acontecendo do dia para a noite graduação deve adquirir e o seu uso se tomot' _.,
(Valente, 1996). rotineiro em praticamente todas as atividade' _,
A pr o liferaçã o dos
n1ic t ocomputadorcs. no início da década de
90, permitiu o uso do computador e m todos
desde a produção de documentos, uso em sal ~
de aula c em laboratório, consulta à banco <.k
dados, comunicação entre alunos c al unC'-
profcssor c dcscnv J Í·/ irncnto das disciplinas
--,.,
__..
nos níveis da educação americana. O
c0111putador é largamente utilizado na
Isso significa que l· a;uno sai da universidade
con1 um bom conhecimento sobre o uso dn ,.,..
maioria das cscol;1s de I o c 2° graus c inlormfttica. Porém o processo pedagógico
uni vn:-;idadcs. No <.: nlanlo, isso nfío significa envolvido no preparo do aluno de graduação i!"'
que :1 utiliz:tç:ío mac iça do computador te nha ainda n?ío sofreu mudanças profundas c __.,...
provocad o o u introduzido mudanças c n fati7.a-sc basicamente n transmissão de
pe dagógicas. Mu ito pelo contrário. 1\
mudança pedagóg ica, ainda que muito lenta,
informação.
..,.,.
foi motivada pelo avanço tecnológico e não Além da lntemet, outra fonte de
por iniciativa do setor educacional. mudança pedagógica tem sido os centros de

+
pesquisa em educação que passam por
Nas escolas de I o c 2° graus o profundas transformações. 1\ preocupação
computador é a mplamente empregado para atual não é mais a produção de software cada
('llsinar con<.:citos de in fonnál icn ou para vc7. mais ínleligenlc e robusto para
•..
"automação da ins trução" através de software "automatizar a instrução" mas a produção de
· · cdi.ícaCionais · tip·o · ti:1foriàis, exercício-e- softwa're gue facilita o desenvolvimento de
prática, simulação simples, jogos, livros atividades colahorativas c auxiliares no
animados. Os resultados desse· tipo de uso desenvolvimento de projetos baseados na
têm sido questionados em termos do custo e exploração. As ativ idades dos centros de
... a formação dos beneficios educacionais alcançados pesquisa da Xerox e da RAND, por exemplo,
de prt~{essores (Johnson. !996). Alguma mudança mostram que hoje existe a preocupação com a
pedagógica tem sido propiciad<1 pdo uso da interação homem-máquina, <.:om a realização
Poltada para o rede Internet através da qual os alunos têm de atividades mediadas pelo computador ao
uso tido a chance de accs,ar c explorar di fercntes invés de o computador ser a super máquina
bases de dados. No entanto, os'artigos que que assume o controle do processo de ensino.
pedagógico do descrevem es:-as a tiv idades nã·o mencionam a
c·mnputador ~~din
i.
â mica que se estabelece em s ala de aula. Por outro lado, a formação de
~. J\ lgu11s críticos dessa abordagem pedagógica professores voltada para o uso pedagógico do
llOS Estados ~ argumentam que a exploração da rede, em computador nos Estados Unidos não
,. alguns casos, deixa os alunos sem referência, aconteceu de maneira sistemática ::
Unidos não com sensação de estarem perdidos áo invés centralizada como, por exemplo, aconteceJ
acauteceu de de :-crem nuxiliados no processo de organizar na F rança. Nus Est ados Unidos o ~
t.: digerir a infon11ação disponível. professores foram treinados sohre as técn icac;
m anena de uso do software educativos em sala de aula
sistemática... Jú nas universidades arneric; ·1as, o ao invés de participarem de um profundo
computador está sendo usado como recurso processo de fom1ação. Em outros casos.
para o aluno rcalinr tarefas. Desde os anos 60 profissionais da área de computação têrn
as univers idad es dispõem d e muitas assumido a disciplina de informática que fc-.
experiências sobre o uso do computador na introduzida na grade curricular como form e: .--:--
~
·~c' i~t:i Rr:~~ileira ele h• form:í ti<'a 11:1 Educação * N• 01 - setembro de 1997 ..,...
_,... .

.,....,

-=
.,..,.
Revista Brasileira de Informática na Educação * N" Ql - ~de 1991

_ cil;rnizaí a questão do •·a na I fabetismo em ativamente com a rede escolar. No Brasil, só o


_.J..~- .-_- n
..._~tlC2. estado é tido como responsável e mostra
efetivo interesse (quando mostra ... ) pela
.-\s universidades americanas ainda escola pública.
oo as grandes formadoras de professores ...levou os
~ a :lrca de informática na educação. No caso da informática na
·~ri!tica mcnt c to das as uriivcrs idadcs educação a batalha se deu tanto na produção políticos
-r:RCem hoje p rogramas de pós-graduação do hardware e do software quanto na frânceses a
~ informática na educação e muito desses formação das novas gerações para o domínio
cursos estão disponíveis na Internet. No e produção de tal tecnologia. A implantação buscarem essa
enlZilto, não é possível dizer que o processo da informática na educação foi planejada em
~e aprendizagem foi drasticamente alterado. termos de público aho, materiais, software,
hegemonia
A preparação dos profissionais da educação meios de distribuí ção, instalação e através do
ziNia é feita com o objetivo de capacitá-los manutenção do equipamento nas escolas.
;-::u--a atuarem em um sistema educacional que Neste planejamento os dirigentes franceses
domínio da
eafatiza a transmissão .de informação. Poucas julgaram ser fundamental a preparação, antes essência da
são as escolas nos Estados Unidos que . de tudo, de sua inteligência-docente. E foi aí
realmente sabem explorar as potencialidades que dedicaram muitos anos e muitos recursos "''~produção,
do computador e sabem. criar ambientes que à formação de professores. No início foram transporte e
enfatizam a aprendizagem. formados os professores dos liceus (59, em
toda a França) através de um processo de manipulação
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO NA longa duração: um ano, com meio período das
FRANÇA diário. Embora o objetivo da introdução da
informática na educação na França não tenha informações...
A marca da cultura francesa sobre sido o de provocar mudanças de ordem
nossa terras c sobre nossas mentes é bastante pedagógica, é possível notar avanços nesse

+
conhecida. Seu charme, sua cultura, sua sentido porém, esses avanços estão longe das
filosofia e sua política têm sido parâmetros transformações desejadas. A sintese dessa
para avaliarmos o que de boni se produz ao história encontra-se nos livros de Baron &
sul do Eqnndor. Na questão da Informática na Bruillard ( 1996), Dicuzcide (1994), e Mine &
Educação, a França foi o primeiro país Nora(l978).
ocidental que programou-se coino nação para
enfrentar e vencer o desafio da informática na
~
educação e servir de modelo para o Jnundo. A Os primeiros Programas Nacionais
~ per da d a hegemonia cultural (c de Informática na Educação, na década de
co ns c qücn t'emcntc da hc'g emonia 1970, estabeleceu um debate caracterizado
~ por questões elo tipo: eleve-se formar para a
econôniica) para os Estados U1iidos c o
.-.e ingresso da França no Mercado Comum informática ou deve-se forn1ar por e com a
informática? A informática deve ser objeto
~ Europeu levou os políticos franceses a ·
buscarem essa hegemonia através do '- de ensinO' ou ferramenta do processo de
~ domínio 'da essência da produção, transporte ensino?
~ e manipulação das informações encontradas
na infonn~1tic<) . . Nos anos 60 e início dos anos 70 os
~ software empregados em educação se
.....-!! A história da França coloca-a como caracterizaram como EAO (Enseignement
uma espécie de carrefour da Europa, com a Assisté. par Ordinateur), o que eqüivale ao
~
necessidade de di{erenciar-se para CAI desenvolvido nos anos 60 nos Estados
~ sobreviver ao caos cultural e aos interesses de Unidos, inspirados no ensino programado
~ ~tas tensões vizinhas e internas. Enquanto com base na teoria eomportamentalista e no
~~ào. com esta forte identidade de cultura, condicionamento instrumental (estímulo-
~ trulu nos úliimos do is s6eulo!i, um estaLio •·onp~!'ltn), 4~t9 tir.w dõ ~ ~nwfltq i:!ril tld~quttçlg

~ ~lizador e fortemente planejador. A às características rígidas dos equipamentos


__2, p...:iblica é
fortíssima c a escola disponíveis . Co ntribuíram em alguns
~ :uZ é quase inexistente. Indústria, aspectos até 'então desconsiderados no .
~ -:::io, cultura, saúde, interagcm ensino, tais como: atendimento individual ao
~
Autores - José Armando Valente c Fernando José de Almeida

~
..-.e
~
e-
~

Arti~:o- \'IS \O ,\:-\Al.ÍTlCA JlA INFORMA TICA NA EDUCAÇ,\0 NO BRASIL: a questão da form:.ção do profes!or
e'

~
ritmo do aluno, verificação imediata das EXAO, bem como a observação de fato'
respostas certas ou erradas, repetição de históricos ou de situações geográficas atravé~ é
informações precisas tantas vezes quantas de programas que permitem analisar todo C'
~

... uso do espaço


forem necessárias, ensino em pequenas
doses.
contexto sob diferentes pontos de vista.
,.
informático em Somente no início dos anos- 80
Após 20 anos de execução dos
diversos planos nacionais, todos os colégios c
,
educação... começou a disseminar-se na França a liceus já possuíam equipamentos ..e
linguagem de programação e metodologia computacionais e cerca de 5% de seus ~
... duas
tendências:...
Logo com fins educacionais, opondo-se
,. frontalmente às bases conceituais do EAO.
professores foram preparados em informática
pedagógica em cursos e em estágios de
.,
formação continuada. Porém, ainda se .,e
... equipamen"tos N.Ç> terceiro plano nacional, considera~a que · os objetivos definidos
em redes de Informa tique pour Tous (1985), houve maior inicialmente pouco haviam evoluído. A
----
-

proliferação da informática no âmbito das informática deixou de ser ensinada como
dados... ~1 instituições escolares . Os objetivos disciplina, passando~ ser empregada desde o
... equipamentos ·l continuavam sendo a aquisição do domínio I" grau como ferramenta tecnológica, sendo
~~
· técnico do uso do sofiware e a integração de freqüente o emprego da robótica pedagógica.
portáteis... ferramentas computacionais ao processo
,

pedagógico. É importante notar que o Atualmente, o uso do espaço


programa de infonnática na educação da informático em educação articula-se em
França não I inha como objetivo uma torno de duas tendências: a interligação dos ; ~:..

mudança pedagógica, mas sim a preparação equipamentos em redes de dados (locais e à ~­


do aluno para ser capaz de usar ... tecnologia distâncb) e o emprego de equipamentos
da informática. portátei ~- Tal prática tem como objetivo ~

reduzir a necessidade de espaço para os ~

+
Assim, usando o computador como equipamentos, levantando a suposição do fim
recurso para o desenvolvimento de tarefas, os da "sala de informática" e a reflexão sobre a
,e
professores orientavam a edição de jomais derrubada das paredes da escola surgindo F"
com processadores de texto, a resolução de novos cenários pedagógicos. ,e;~

. equações do 2° grau através de planilhas ou


acompanhavam o desenvolvimento de Embora na França tenham sido ~~

proj~tos experimentais registrando os dados propostos inúmeros projetos de informática f ':


em um banco de dados. O Logo era na educação, para alguns autores, esses
cmprcg:1do no desenvolvimento de projetos . projetos não tiveram êxito ou não ~
para os níveis de ensino elementar c provocaram mudanças pedagógicas. No fi!!'!'
secundário. entanto, é dificil determinar o que significa
êxito ou mudança em tão curto espaço de ~
tempo, quándo o pretendido é formar a ~!e'
Na década ... dc 90 eom a
disseminação dos computadores,
progressivamente as escolas, notadamente os
liceus, colégios c escolas secundárias,
cultura de um povo. A França avançou em
muitos ·aspectos da informática aplicada à
educação e não é possível ingressar em
qualquer dos seus domínios sem se consultar
I ~
te
;e
informatizaram os seus CDI (centro de esse país. No entanto, se perguntarmos "o que t

documcnt<1ção c de infonnação), objetivando
a gestão Cio acervo disponível c o atendimento
acontece concretamente na França em termos I
I
,
de mudanças pedagógicas advindas do uso da
de "livre serviço", em que são informática na educação?" em síntese ~­
disponibilizados equipamentos e software podemos afirmar que a centralização das
para os alunos desenvolverem suas decisões não trouxe maiores mudanças. Em e
atividades e estudos. As salas de aulas de relação ·à aculturação e à aprendizagem e'
'd isciplinas tais como Físico-Química, através da informática, os resultados
llistória-Geografia, cada vez mnis são ~
positivos que se puderam verificar na França
equipadas com computadores, jntcrfaccs c freqüentemente não foram previstos e a ,.
software específicos, pcrmi_tindo a realização "hipótese de uma homogeneização dr t:!'
de experiências assistidas por computador - sucesso pela mediação tecnológica não i
r
Rc-,·i~ta Bra~ilcira de Informática n:1 Educação* N' OI - setembro de 1997

• ~-.,.~· 't._"7J::.~· ~.-·-'! .............- '· .. ~ ......


~-~ ~-... - - -:..... . . .
Artigo- \,SÃO A"'ALÍTICA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO NO BRASIL: a questão da formação do professor

AS BASES PARA A INFORMÁTICA NA


E DUCAÇÃO NO BRASIL
viabilizar e implementar essas dec:'
Portanto, a primeira grande diferenç
-
~:

programa brasileiro em relação aos c_ · ~

No Bras il, como em outros países, o países, como França c Estados Unidos. , ~...7
uso do computador na educação teve início questão da descentralização das políticas ~.
com algumas experiências em universidades, Brasil as políticas de implantação ~
no princípio da década de 70 (ver artigo da desenvolvimento não são produto somente c ~
Maria Cândida de Moraes). Na UFRJ, em decisões governamentais, como na Franç::.
~
1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional nem conseqüência direta do mercado com'
para a Saúde e o Centro Latino-Americano de nos Estados Unidos. ~
Tecnologia Educacional (NUTES/CLATES) _.,.,..
usou o computador no ensino de Química,
através de simulações. Na UFRGS, nesse
mesmo ano, reali zaram -se a lgum as
exper iê ncia s usand o simulação de
A segunda diferença entre (
programa brasileiro e o da França e dof'
E sta dos Unidos é a questã o de.
fundamentação das políticas c proposta:
--
__,.
_.,
fenômenos de física com aluno s de
graduação. O Centro de Processamento de
pedagógicas da informática na educação
Desde o início cio programa, a decisão da ,
Dados desenvolveu o software SISCAI para comunidade de pesquisadores foi a de que as ,......
avaliação de alunos de pós-graduação em
Educação. Na UNICAMP, em 1974, foi
políticas a serem implantadas deveriam ser
sempre fundamentadas em pesqu isas .,.
dcscnvolvillo 11111 ~oftw a rc, tipo C"Al. para o pautn Jas crn experiências concretas, usando a
cnsiuo dos luudalllenlos de programação da escoL pública, prioritariamente, o ensino de '!"""'
linguagem BASIC, usado com os alunos de 2° grau. Essas foram as bases do projeto '!""
pós-g·raduação em Educação, produzido pelo EDUCOM, realizado e m cin co
'!""'
Instituto de Matemática, Estatística e Ciência
da Computação, coordenado pelo Prof.
unive rsidades: UFPc, UFMG, Uf'RJ,
UFRG S e UNICAMP. E sse projeto
.,.,.,.

+
Ubiratan D'Ambrósio c financiado pela contemplou ainda a di vers idade de llfiiiiP'
~

Organização dos Estados Americanos. Em ab ord agens pedagógicas, como


1975, foi produz id o o documento desenvolvimento de software educativos e ÍJ!"'
"Introdução de Computadores no Ensino do uso do computador como recurso para f!"
. ~~. _G_r~~"z .. ~~~p~~~~O, ..P2.12-,. ,pe .. resolução de problemas. Do ponto de vista
r· , :,., .,
Reformulação do Ensino (PREMEN/MEC)
_PJogrªIl1':1
metodológico, o trabalho deveria ser ~
e, nesse mesmo ano, aconteceu a primeira realizado por uma equipe interdisciplinar
visita de Seymour Papert e Marvin Minsky ao
país, qs quais lançaram as primeiras sementes
form ada pelos profess ores das escolas
escolhidas c por um grupo de profissionais da
.
~
'f""
... a implantação das idéias do Logo. universidade. Os professores das escolas
deveriam ser os responsáveis pelo 1.......-
do programa de . Entretanto, a implantação do desenvolvimento do projeto na escola, e esse
l'l.
informática na programa, de informática na educação no trab a lho deveria ter o sup orte e o ·~
I
~~
Brasil inicia-se com b primeiro -e segundo acompanhamento do grupo de pesquisa da I'
educação no n Seminário Nacional de Informática em universidade, formado por pedagogos,.
Brasil inicia-se Educação, realizados respectivamente na psicólogos, sociólogos e cientistas da , i~
. • . Uni versidade de Brasília em 1981 c na comp utaçã o. Na França as políti cas ,
IIJIIIIte"
C0/11 o·pnmezro ~ . · Univcrsidad~ ~c~cral da Bahia em 1982. implantadas pelo governo não foram ·
e segundo~ Es ses senunanos estabelece ram um ne ces sariamente fundam e ntadas em
'- ' programa ·de atuação que· originou o pesquisa. E nos Estados Unidos, embora
Seminá'rio 1 EDUCOM e uma sistemática de trabalbo tenham sido produzidas inúmeras pesquisas,
Nacional de · diferente de quaisquer outros programas estas podiam ou não ser adotadas pela escola ~
educacionais iniciados pelo MEC. No caso da
Inf ormática em Informática na Educação as decisões e as
interessada em implantar a informática. .,.,..
~

Educação... pro p os tas nunca fo ram totalmente A terceira diferença é a proposta


ccntrnli7.adas no MEC. Eram fruto de pedagógica e o papel que o computador deve ~
d iscus s ões c prop o stas feitas pela desempenhar no processo educacional.
comunidade de lécnicos e pesquisadores da Nesse aspecto o programa brasileiro de
área. A função ~o MEC era a de acompanhar, infom1ática na educação é bastante peculiar e !I!"""

R e ' i~ta Br:•~i l ei ra de lnfonn:íti\"a na Educaç:io * N" OI - sctcmh ru de 1997

'hfi F '52 'n" ~ . .. 4 7l:~ ~

,....
~
Revista Brasileira de Inform:\tica na Educação* N' OI -setembro de 1997

....... . . . . =...-: do que foi proposto em outros enfileiradas para se tornar um local em que
o nosso programa, o papel do professor c alunos podem realizar um
·-dor é o de rrovoear mudanças trabalho diversificado em relação a
--,:cagógícas profundas ao invés de conhecimento e interesse. O papel do
~zar o ensino" ou preparar o aluno professor deixa de ser o de "entregador" de ... o aluno
;:::L-.t se:- capaz de trabalhar com o informação para ser o de facilitador do
mador. Todos os centros de pesquisa do processo de aprendizagem. O aluno deixa de deixa de ser
_ o EDUCOM atuaram na perspectiva de ser passivo, de ser o receptáculo das passivo, de ser
-r-:.n ambientes educacionais usando o informações para ser ativo aprendiz,
:tJUlador como recurso facilitador do construtor do seu conhecimento . Portanto, a o receptáculo
i:':<lttSSo de aprendizagem . O grande desafio ênfase da educação deixa de ser a
das
az a mudança da abordagem educacional: memorizaçRo da informação transmitida pelo
t:ansfonnar uma educação centr:~da no professor c passa a ser a construção do informações
msino, na transmissão da informação, para conhecimento realizada pelo aluno de
ema ednc:tçiio em que o aluno pudesse maneira significativa sendo o professor o
para ser ativo
oezlizar ativid:tdes atrnvés do computador c, facilitador desse processo de construção. aprendiz. ..
assim, aprender. A formação dos
j'eSquisadores elos centros, os cursos de O processo de repensar a escola e
formação ministrados e mesmo os software preparar o professor para atuar nessa escola
educativos desenvolvidos por alguns centros transformada está acontecendo de maneira
eram elaborados tendo em mente a mais marcante nos ·sistemas públicos de
;-ossibilidade desse tipo ele mudança educação, principalmente os sistemas
pedagógica. municipais. Nas escolas particulares o
investimento na formação do professor ainda
Embora a mudança pedagógica não é uma realidade. Nessas escolas a
tenha sido o objetivo de todas as ações dos informática está sendo implantada nos

+
projetos de informática na educação, os mesmos moldes do s istema educacional dos
resul tados obtidos não foram suficientes para Estados Unidos no qual o computador é
sensibilizar ou alterar o sistema educacional usado para minimizar o analfabetismo
wmo um todo. Os trabalhos n::tlizados nos computacional dos alunos ou automatizar os
centros do EDUCOM tiveram o ri1érito de processos de transmissão da informação.
devar a infonnática na educação do estado
zero para o estado atual, possibilitando-nos Embora as questões envolvidas na
entender e discutir as grandes questões ela implantação da informática na escola estejam
·:::a. Mais ainda, temos diversas experiências mais claras hoje, as nossas ações no passado
nstaladas no Brasil que apresentam não foram voltadas para o grande desafio
~udan ças p e dagógicas fortemente dessas mudanças. Mesmo hoje, as ações são
enraizadas e produzindo frutos. No entanto, incipientes e não contemplam essas
mas idéias não se alastraram e isso mudanças. Isso pode ser notadamente
a:ontcccu, principalmente, pelo fato de <t.bservado !}OS programas de fonnação de
.enos subestimado as implicações das professores para atuarem na área da
c~janças pedagógicas propostas no sistema informática na educação que ainda hoje são
cd:Jcactonal como um todo: a mudança na realizados.
!ganização da escola c cb snla de aula, no
f.!PC! do professor c dos alunos, c nn relação FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM
i~ · ersus conhecimento. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

Somente através das análises das A formação de professores do 1o c


ribcias realizadas é que torna-se claro 2° graus para usarem a informática na
: a píOmoção dessas muda n ças educação recebeu uma atenção .especial de
T-~ P~-\ depende sitnplcsmcnle da lodos os centros de pesquisa do EDUCOM. É
--t~··'"'"'·" dos computadores nas escolas . É a ntividadc principal de todos os Centros de
·~...:._:::~ repen_.;;ar a questão da di mcnsão do Informática Educativa (ClEd) como relatado
tn=po & escola. A sala de aula na Em Aberto (Ano XH, n° 57, 1993) e tem
Stt o lugar das carteiras sido tema de muitas teses (Almeida, 1996;

Autores- José Armando Valente c Fernando José de .·\ ';-,


~

Artigo-\lS,\0 A:\ALÍTIC \DA l:\FORI\1Á TICA !'iA EDUCAÇÃO NO BRASIL: a questão da formação do professor ~

e:"
Altoé, 1993; Mattos, 1992; Menezes, 1993; duração de 360 horas, distribuídas ao long ~
Prado, 1996; Silva Neto, 1992). de 9 semanas: 45 dias, com 8 horas p or d ia ci
atividades. Os cursos eram constituídos d:: ~

Essa formação tem sido feita aulas teóricas, práticas, seminários e e"'
... propiciaram através de cursos que requerem a presença conferências. Os alunos foram divididos cn~
continuada do professor em formação. Isso duas turmas de modo que enquanto uma tf!!!!!-
a preparação significa que o professor em fonnação deve turma assistia aula teórica a outra turm a ,e
de deixar sua prática ped a gógica ou realizava aula prática usando o computador ,e
compartilhar essa atividade com as demais de forma individual.
profissionais exigidas pelos cursos de formação. Além das tf!!!!!-

da educação dificuldades operacionais que a remoção do O FORMAR I e o FORMAR TI ~


professor da sala de aula causa, os cursos de apresentaram diversos pontos positivos.
que nunca fonnação rea}jzados em locais distintos Primeiro, propiciaram a preparação de
,e·

tinlzanÍ tido daquele do dia-a-dia do professor, acarretam profissionais da educação que nunca tinham re
contato com o
aindn outms. Primeiro, esses cursos são
d dcscontextualizados da realidade do
tido contato com o computador e que hoj e
desenvolvem atividades nesta área nos CIEds
.,...
computador... ; , professor. O conteúdo dos cursos de ou n as respectivas instituições de origem. ,e.
fonnação .e as atividades desenvolvidas são Esses profissionais, em grande parte, são os e·
propostas independentemente da situação responsáveis pela disseminação e a fonnação
.-~
físicn c pedagógica daquela em que o de novos profissionais na área de ínfonnátiea
professor vive. Em segundo lugar, esses na educação. Em segundo lugar, o curso ,e~

cursos não contribuem pnra a construção, no propic iou uma visão ampla sobre os
~~
local de trabalho do professor fonnando, de diferentes aspectos envolvidos na
um ambiente, tanto físico quanto informática na educação, tanto do ponto de · ~
profissional, favorável à implantação das
mudanças educacionais . Em geral, o
vista computacional quanto pedagógico .
Terceiro, o fato de o curso ter sido ministrado
. ~'

~~

+
professor, após terminar o curso de formação, por especialistas da área de, praticamente,
volta para a sua prática pedagógica
. encontrando obstáculos imprevistos ou não
todos os centros do Brasil, propiciou o
conhecimento dos múltiplos e variados tipos
~~
~:
con!'icicrados no fimbito idealista do curso de de pesquisa c de trabalho que estavam sendo
formação; quando não, um ambiente hostil à- realizados em infonnática na educação no ~-

mudança. país.

A falta de contextualização e as Entretanto, os cursos apresentaram


,
(!!!'

conseqüências advindas desse tipo de


formação ficaram extremamente claras nos
d iversos pontos negativos. Primeiro, o curso
foi realizado em local distante do local de
,
~
cursos FORMAR. O FORMAR teve como
objetivo principal o desenvolvimento de
trabalho e de residência dos participantes.
Eles tiveram que interromper, por dois meses, ,
cursos . d e especialização na área de as atividades docentes e deixar a família -- o
~
informática na cducaç~o. O primeiro curso que nem sempre é possível e propício para a
foi realizado na VNTCAMP, duranté os meses formação. No entanto, a razão do ~

de junho a agosto ele 1987 e ministrado por deslocamento do professor para Campinas, r*
pesquisadores, principalmente, dos projetos naquele momento, foi o fato de não existir no
EDUCOM. Este curso ficou conhecido como 13rasil um centro que dispusesse de /!!"
Curso FORMA R J. No início de 1989 foi computadores em número suficiente para ~
rcali ~ado o segundo curso, o FORMAR 11. A atender a 25 professores simultaneamente.
e"'
estrutnra dos cursos é muito ·semelhante, Para que isso fosse possível foi necessário
apesar de os objetivos específicos serem um contar com a colaboração de alguma~

-
I!'
tanto diferentes (Valente, 1993b). fábricas de computadores.

Tanto o FORMAR I quanto o Segundo, o cu rso f oi


FORMAR li foram realizados na UNICAMP. demasiadamente compacto. Com isso tentou-
Em cnda um dos cursos participaram 50 se minimizar o custo de manutenção dt'
professores, vindos de prnticamente todos os profissional no curso e o tempo que c'
estados do Brasil. Esses cursos tiveram deveria se afastar do trabalho c da família m··

R~Yista Bras ileira de lnform:\tic:t n:t Educação>!< N" OI - sch-mhro de 1997


.e-

Artigo- VTS,\0 ;\l'iALÍTlCA DA INFORMÁTICA !\A EDUCAÇÃO NO BRASIL: a qoe~tão da form2ção doprefessor
~

EVOLUÇÃO DO COMPUTADOR NO empresa e ao comércio. Essa máqt::- ~


BRASIL E AS IMPLICAÇÕES NA embora dispusesse do teclado com .,e
FORMAÇÃO DE PROFESSORES caracteres da língua portuguesa. :-.=:.
,

dispunha de nenhuma outra caracteri s~:- ·.
Nos Estados Unidos o Apple foi o indispensável para a edu~ção como co re~
microcomputador disseminado nas escolas. animação, som. Além disso, o seu preço e~­
~
Era uma máquina simples, de fácil proibitivo para as escolas.
compreensão e domínio, muito flexível e ~
relativamente poderosa c robusta. Essa O computador adotado pe Ja .: .e'
flexibilidade e fáci l domínio fez com que escolas brasileiras foi o MSX . E ss~
fosse possível o desenvolvimento de todo computador foi produzido e lançado n - ~·
tipo de sollware e de hardware para o Apple. mercado em 1986 pela Sharp (Hotbit) :: _,e
E isso era feito tanto por empresas e por Gradiente (Expert) e voltado para o mercado
cspccinlistns da úrca da computação, quanto dos vídeo-jogos. Ele tinha in úme ra<: _,
por profcs~orcs, pais, alunos e pessoas que se facilidades de hardware que permitiar1 ~
interessavam pela produção ele material a ser implementar animação, quatro canais para ~
utilizado na educação. O resultado foi a produção simultânea de som, 256 cores e
avalanc_he de material que mencionamos usava corno monitor uma televisão a coreE. ~·
anteriormente. Essas facilidades permitiam 0 _,-
desenvolvimento de bons software
No Brasil, embora existissem tmiis educativos, inúmeros jogos c uma óti ma -!"
de 40 diferentes fabricantes de computadores versão do Logo (até hoje, mesmo com as ~c
...
do tipo Apple e muito software e hardware facilidades e velocidade dos Pentiuns, o Logo
fi!"'"
disponível, ele não foi adotado como o
computador da educação. Isso aconteceu
para essas máquinas não dispõe da5
facilidades que o Logo do MSX dispunha
.,...
principalmente por limitações técnicas corno corno por exemplo, animação). __..

.+ por exemplo, a impossibilidade de se usar os


caracteres da língua portuguesa. Era
impossível imaginar que o aluno fosse usar
um instrumento na escola que não permitisse
escrever corretamente palavras da sua língua.
Por outro lado, era impossível convencer os
Por outro lado, o MSX não era urna
máquina com a mesma flexibilidade do
Applc. Não dispunha de facilidades para
gravar as informações em disco (inicialmente
a informação era gravada em fita cassete) ou
I'
~
1_..--
;,.
1 ...
lfll.!'
1

produtores do Apple a fazerem as alterações ligar-se a impressoras ou mesmo a outros ~


necessárias para superar essa · dificuldade. dispositivos. Além disso, o MSX não I "'
Com isso o Apple entrou nas empresas e no dispunha de um processador de texto ou ~
... Com isso o comércio mas não entrou nas escolas. programas de planilha e banco de dados. Ele 1~

Apple entrou era mais parecido com um brinquedo do que 1,

O microcomputador adotado na um computador. A escola que adotasse o j~


nas empresas e maioria das universidades brasileiras e pelos MSX para desenvolver atividades usando o ~~
projetos EDUCOMs\fo~ o 1 700p produzido Logo deveria dispor de alguns computadores ,~
no comércio pela Itautcc .. Ele possibilitaya o uso dos I 7000 ou PC para produzir textos, planilhas 1•
mas nao caracteres da língua portuguesa e diversos ou banco de dados. Era irônico que um ,~
sofiware foram desenvolvidos pela ltautec sistema educacional pobre como o nosso ' ,.-
entrou nas para explorar essas facilidades como o devesse dispor de dois tipos de computadores •
escolas. ~~~ processador de texto Redator c o Logo Itautcc par dar conta das atividades desenvolvidas na • _,r
desenvolvido em colaboração com a escola. .*""
UNICAMP. No entanto, pouco software
educativo foi desenvolvido para o I 7000 e Com todas as facilidade s t
,.,.
esse microcomputador acabou servindo para ~
dificuldades do MSX, ele foi adotado como c·
a produção de texto e uso do Logo. Seu computador para a educação . Muitas escol2.s .,.
período de vida foi curto c logo substituído
pelos microcomputadores PC padrão JBM.:
adquiriram essa máquina para implantar <.
abordagem Logo, como as 50 escolas da rc:
,.....
municipal de Educação da cidade ~-:
Os c omputadores PC foram Paulo e todos os centros de pcsqu '
desenvolvidos basicamente para servirem à informática c educação. Os F..Ol 1cr-'

Re\'ista Brasileira de I~form:íeica na Educação* N' OI - setembro de 1997

--
lh~\·i.~t:J Bra~ileira de Informática na Educação ~ "' OI - ~~t~mbro d~ 199-

fW<lil7tram bQns software estratégias (Valente, I 993a). No entanto, o


MSX. Emprl-sas c pessoas nprcndizado através desse tipo de interação
em informática na educação com o computador é também possível através
produziram cs<>cs softwa re de outros software corno os sistemas de
pelo~ Concmsos de Software nutoria c software abertos como pla nilhas, ... hoje o Logo
nais promC\vidos pelo M EC. banco de dados e simulações. Esses s istemas
possibilitam ao aluno descrever a resolução não é a única
A ;;in~p'iciJad · dn tvtSX c o Hllo de do problema para o computador c com isso
sp<'rdc n,uita~ altcinalivas do ponto de
opção que o
e ngajar-se no ciclo da programação
de software. reduziu n questão do uso elo adquirindo novos conce itos e novas professor
3tÍl1r na educ1•;:\o em tc-rnws de dois estratégias. Porlnnlo. hoje o Logo não é a
dispõe para
~~ o ti~O ,do Logo nu de so nwarc única opção que o professor dispõe para criar
cion~is como jt1gos. tutoriais. ct.c .. ambientes de aprendizagem usando o crzar
o prolcss<)r optndt) pür um desses computador.
s. a formação c o domínio dessa
ambientes de
:l~l'lll edttt"lci<lll:li lTI ~~r:1da I i v:1 c sl'lll Por outro lado, se esses novos aprnulizagem
t~ <; percalços. Por C:\l'lllplo. no caso do so ftware ampliam a s possibilidades que o t
go era só ligar o MSX que a Tmtaruga professor dispõe para o uso do computado r na·
usando o
arreia na tcb. O professor acabava se construção do conhecimento, eles também computador.
>entido confortáYd c familiar com a demandam um discernimento maior ror parte
cfl'nnática. Nilo era prc..:iso enveredar por do professor e, conseqüentemente, uma
z"alhos como sistemas operacinn:1is. f0rmação m:1is só lida c mais umpln. Isso deve
t. fcrcnks hardware, L·tc. ..: o pmkssnr podia açontcccr tanto no domínio dos aspectos
ie concentrar nas ·questões pedagógicas do computacionais quanto do co nteúdo
~o do computador. na educação. Essas curricular. Sem esses conhecimentos é muito
~.1cs tõcs estavam sendo trabalhadns em um dificil o professor saber integrar e saber tirar

+
•mbiente rclati vmucntc seguro c de fácil proveito do computado r no desenvolvimento
.....-: domínio. dos conteúdos. A nossa experiência
~ observando professores desenvolvendo
No cnt :mtn. c~s a c;dm;1ria foi :1tividadcs de uso do computador com alunos
~ tum ultuada pe la dcsçtlnt inuidad e de tem mostrado que os prolCssores não têm
~
• çrodução do M SX em 1994 e pelo uma compreensão mais profunda do
~ p:~rccinwnto do sistema \:\,'indows para o PC.
O Windows possibilitou o desenvolvimento
conteúdo que ministr:tm c essa ditículdadc
impede o desenvolvimento de atividades que
~ de inúmeros programas pnra praticamente integram o computador.
'"
~ ,, hc; as :lrl.'as. Snrgiram tamhém out ras
-~ .. d:1lid:Hks dl· uso do l'tllliJlllladnr 11:1 J\s~.;irn. as novas possihilidades
~ .J\1\':1~·:\,1 \ 01110 liSO 1k lllllltinlidi:l. de tct·nolúgic1s que st: aprescnt;111 r hoje t611 1
...-:
...,
'istcmas dç autorias pa1 a construção de
11ultimídia e de redes. I\ questão educacional
causado um certo desequilíbrio no processo
de formação do professor. Sair do MSX c
~ '!tualmente não pode ser d icotomizada em ~assar para"o sistema Windows significa um
~ !u1s púlos. con1o na cr:1 do MSX. salto muito grande. O professor diante dessas
~ Certamente o LPgo ainda se
novas possibilidades tem se sentido bast;mtc
inseguro c, praticamente, a sua formação tem
~ ~~
-:1antém como possibilidade para o aluno que ser refeita. O sentimento é que voltamos a
~ Fogramar o computador c aprender através estaca zero. Isso só níio é totalmente verdade
b ciclo dc~crição o~,;c uçã.o-rcflcxiío­ por que ó professor que usou o MSX possuiu
~ '~puração . O programa t' a descrição da uma boa noção da base pedagógica que
~(i
:ção do problema IHI linguagem de sustenta o uso do computador na educação e

·.ifit-
~ ;--~rgramaçào. O C('mrutador executa esse te m muita experiência nessa área.
---!!rama c fomccc um rc:-:1dtado que é usad<'
~ prct!Ji,· ~·lHllll 11bjd11 de 1cll1·xfio. Se 1• Mas se .;ssas novas lccnologi<~s
do llht lliO não C'OITCS!Hl llCiC :l(l
-·-
--;
. o aluno deve dcplirar suas idéias
~ca de novos conceitos ou novas
c riam cerlns dificuldades. facilitam outras.
Por exemplo, através da ligação desses
coruputadores na rede Jntcrnet o professor na
.-..:
~n

'' utnt cs - José Armando Valcnlc c Fernando Jo~é de ,\


~

.-:
-=
~
Artigo - VISA O ANALÍTICA DA INFORMÁ TJCA NA EDUCAÇÃO NO BRASIL: a questão da formação do professor

escola · pode estar em permanente contato estrutura cristalizada em uma estrutura


com os centros de formação . Através desse flexível, dinâmica e articuladora. No entanto.
contato os professores c os pesquisadores dos como isto pode ser possível em projetos de
centros de informática na educação podem grande d imensões que atingem todo um país
... a introdução ' responder dúvidas,
interagir c trocar idéias, ou, por outro lado, em escolas isoladas? A
. . , . participar de debates via rede, receber c possibilidade de sucesso está em se
d a 11~fonnatlca enviar renexões sobre o andamento elo considerar os professores não apenas como
na educaçiio trabalho. I ~sse contato podcrú contribu ir tanto os executores do projeto, responsáveis pela
para a ·formação do professor quanto para utilizàção dos computadores e consumidores
segundo a auxiliá-lo na resolução das dit1culdadcs que dos materiais e programas escolhidos pelos
proposta de encontra na implantação da informática nas idealizadores do projeto, mas principalmente
I ..,.,.
atividades de sala de aula . Mesmo os cursos como parceiros na concepção de todo o
mudança de fonnação poderão explorar as facil idades trabalho . Além disso, os professores devem
pedagógica... da rede para minimizar os efeitos da retirada ser formados adequadamente para poderem
~- do professor do seu contexto de trabalho desenvolver e avaliar os resultados desses
···exige uma ~1 desenvolvendo cursos que combinem _parte projetos .
form.ação ,,,; presencial e parte via rede, como está sendo
atua lmente fe it o em diversas experiências de Se por um lado, o planejamento
bastante ampla formaÇão realizadas pelo NIED. "idealista" não logrou realizar todo o previsto
e profunda do nas metas políticas, alguns avanços
Na verdade, a introdução da pedagógicos podem ser observados no
p N~f'es sm: .. informática na educação segundo a proposta sistema educacional da França. O mesmo se
de mudadça pedagógica, como consta no pode dizer dos experimentos nos Estados
programa brasileiro, exige uma formação Unidos ou no Brasil. Nos três países podemos
bastante ampla e profunda do professor. Não ver novas modalidades de trabalhos
se trata de criar condições para o professor interdisciplinares que começam a ocupar um
dominar o computador ou o software, mas espaço fundamental nas práticas escolares;
sim aux iliá-lo a desenvolver conhecimento ligações entre regiões fechadas do país
sobre o prúprio conteúdo c sobre corno o começam a se tecer.
computado r pode ser integrado n o
desenvolvimento desse conteúdo. Mais uma No caso da França, apesar de
vez, a q11estão da fonnação do professor fortemente centralizadora, a política não se
mostra-se de fundamental importância no impôs como hegemôniea pois as diferentes
processo de introdução da informática na regiões moldaram -se às exigênci as
cdu<..:açiío. ex igindtl soluções inovadoras c eentralizadoras da mesma com projetos
novas abordagens que fundamentem os dirigidos às necessidades locais. De todo o
cursos de fonnação modo, sem um recuo histórico um pouco
mais longo, não se pode afirmar com clareza
CONCLUSÕES se houve ou não fracasso ou êxito desta
,, multiplicidade de projetos coordenados por
Em diferentes jJaíses a introdução um Estado zeloso e empenhado em ter na
de computadores nas escolas I1ão produziu o informática e na educação instrumentos e
sucesso esperado, ou seja, os projetos apanágios de sua mais avançada e moderna
;H nbiciosos. c111 gra nde escala, n:ío l0111 cultura. Também não se pode afirmar que as
conduz ido aos objetivos programados, leis criativas do mercado, como no caso dos
mesmo quando deixados ao sabor Jo livre Estados Unidos, tenham impelido a escola
mercado, como no caso do Estados Unidos ou para superarem os fechamentos de seus
quando são bem planejados em termos de muros c de suas velhas tradições.
público alvo, equipamentos, materiais,
software, meios de distribuição, instalação e No Brasil, embora a introdução da
nwnutcnção, como é o caso da França. informática na educação tenha sido
influenciada pelos acontecimentos de outros
1\s pr:'tticas pcdngógic::~s países, notadamente França e Estados
inovadoras acontecem q uando as instituições Unidos, a nossa caminhada foi muito
se propõem a repensar c a transformar a S ~!a peculiar. A in11uência exercida por est~

R r' ist:1 Br·:tsileira dt' lnfonn:ítica i1a Educa~·ão t N" OI - !>~lcmhro de 1997

-
llt'V i~l:t llr·n~il!'ir·:t dt• lnfonn:ílic:t nn Edu,·nçiio :t N" OI - ~<'l<'mhnt ck 1991

_s foi mais no sentido de minimizar os representar o conhecimento provocando um


- negati\ os c cn fatizar os pontos redimensionamento dos conceitos já
tos ~(' invés de servir como modelo conhecidos c possibilitando a busca e
~a ~eprodução acrílica. No nosso caso, compreensão de novas idéias e valores. Usar
" ;,ão é maior por uma série de razões, o computador com essa finalidade requer a
-: falta de equipamento nas· escolas c, amílisc cuidadosa do que sígni fica ensinar e
o. a falta de um m:-~ior empenho na aprender bem como clcmanda rever o papel
udo da infonnútica na educação, até do professor nesse contexto.
CC rOCCSSO de formação de professores
Ci;il e lento. A formação de professores para A formação do professor deve
-:;bntar as transf01maçôes pedagógicas prover condições para que ele construa
_-;:~_=actas exige uma non abordagem que conhecimento sobre as técnicas
~-: c:r.-: ~3 dificuld:ldcs em rc!:1ção ao domínio computacionais, entenda por que c como
:._, ~-~,·:•put:h:l t'r <.':h' ,,,ntc·úd,, que'' pr,,rc~~nr inll'grnr o computador na sua pr:1tica
=::ni~;~. Os annço:- tecnológicos tem pedagógica e seja capaz de superar barreiras
·=!~;:quilibrado e atropelado o processo de de ordem administrativa c pedagógica . Essa
f.:.7J ação fazendo com que o professor sinta- prática possibilita a transição de um sistema
;e eremamentc no estado de "princip i:111te" fr;-~gmcntado de ensino para uma abordagem
~ relação ao uso do computador na integradora de conteúdo c voltada para a
~ucação. resolução de problemas específicos do
interesse de cada aluno. Finalmente, deve-se
Por outro lado, o Programa criar condições para que o professor saiba
Br:tsilciro de lnfonn:ít ica em Ed.ucaçiío é rccontextualizar o aprendizado c a

-'-E ~!Stante ambicioso tendo o computador


como recurso imp01tante para auxiliar o
;mcesso de mudança pedagógica-- a criação
experiência vividas durante a sua formação
para a sua realidade de sala de aula
compatibilizando ·as necessidades de seus
-'i

+
k ambientesôe aprendizagem qne ei1fatizam alunos c os objetivos pedagógicos que se
! conslruçiio do' conhecimento . c niio a dispõe a atingir.
~ ~1stmçiio. Isso implica em entender o
'J ;ompntador como, uma nova maneira de

~ (~~~,.~,:.~:'1';1'-'77~_,~~~..,. ..,-:'t..~m~-l!',ZQ.~:s.~:tSl'l!4!;.;..:. ?'..-. t-··~~


1

~
·r--
Agradecemos aqui de maneira muito especial aos alunos que cursaram as
atividades do Núcleo de Tecnologias Educacionais, do Programa de

~
Estudos Pós-Graduados em Educação : Currículo, da PUC-SP, no
pritnciro semestre de 1997. A cada encontro ajudaram-nos a debatér as

~
idéias trazendo suas ·experiências na úrca c escrevendo textos à cada
semana sobre o tema. Certamente eles se reconhecerão em alguns

~
momentos destas páginas. São ele~ M. Elizabeth Almeida, Claudia
Negrão Pellegrino, M. Elisabette B.B: Prado, Elisa T.M. Schlunzen,
~
~
Miriam A.R. Machado Teixeira, Vitória C. Dib, Vitória K. Hemandez,
Maria Raque.l M . Morclatti, Lco Burd, e C ir lei Izabel da Silva.
~.
~f
"'.EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
~
.• Kcrmann, E. ( 1990). from Dcscontcxtualized to Situated K.nowlcdge: revising Piaget' s
'Yater-lcvcl expcriment. Epistemolog,v and Lcarning Group Memo N" 5. Cambridge:
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• D.H.,: 9- 7). Does Education W:1nt Whal Tcchnology Can Del iver? Em R.J. Seídel, R.J. &
I.L. Rubin (cd .) Coiii{JIIf<'rs mui Comlllmlicafiolls: implications j(>r ed11calion . Ncw
York: Academic Prc!>s .
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-~h-a de Professores. Tese de Mestrado . São Paulo: Departamento de Supervisão e

J\utorc~ - José Arma ndo Valente c Fernando José de .-', ...

_,
~

~
''til; I' - Infra-estru tu ra de Suporte à Editoração de Material Didático Utilizando Multimídia

no ensino obtêm sucesso quando, além da comunicação para fins educaci on~
-
consulta e apresentação de textos on-line,
cada tarefa oferece métodos c tecnologias
ap ropriadas, com grande ênfase na
comunicação, e recursos para trabalho
cooperativo : correio eletrônico, grupos de
(Norman & Spohrer, 1996). A presença ~
Internet em instituições de ensino e su-
utilização como ferramenta de pesquisa sã
discutidos em Castro (1996). Entre 0"
diversos fatores positivos, não se espera mais
-
opin ião, conversa on-line e dever eletrôn ico. pela importação de livros e pela impressão de
H anison (I 99 5) propõe doze periódicos, sendo imediato o acesso a
... Em critérios de avaliação c comparação de informações atualizadas e recursos prontos
comparaçao sistemas hipermídia, sendo eles definidos para utilização. A interface gráfica amigável.
em termos do uso de multimídia, objetos, surgida com o sistema World-Wide Web,
com outros scripts, ambiente multiusuário, links c aproxima da Internet as pessoas que antes não
serviços de padrões; das possibilidades de se sentiam à vontade com os diversos
esc a In h i 1icl<~de, intcropcrabil idade c protocolos de acesso. Em comparação com
.JJeSl1lll·'·a cxtensibi Iidade; c da independência de outros serviços de pesquisa bibliográfica, o
bibliográfica, .. tecnologia, apoio on-line ao usuário e suporte ambiente é muito mais ágil, oferecendo muita ,_.
• â internacionalização .. informação que n~o se encontra em mídias
o ambiente é-':··t Baseado nesse contexto, um convencionais.
muito mais "1 ambiente que provê ferramentas para a Segundo Skillicorn ( 1996), a
utilização de multimídia na editoração e na tecnologia da informação torna possível
ágil, apresentação de material didático, oferecer aprendizado de melhor qualidade
oferecendo estabelecendo um sistema distribuído de devido a diversos fatores: pode-se oferecer
apoio no nprcndizado (lntcrland), é proposto. mais riqueza de infonnações através do
muita O lntcrland se enc:üxa na definição mate ri al on-line, mostrando os·
i1~(ormação ... de sala de aula eletrônica fornecida por Kent relacionamentos entre os assuntos
L. Norman (Nonnan, 1997): uma sala de aula apresentados; os recursos de multimídia
que -incorpora métodos tradicionais e podem tornar disponíveis permanentemente
facilidades tecnológicas pma promover o as melhores explicações, apresentações e
aprendizado. Essa abordagem maximiza o resoluções de problemas; é possível oferecer
número de canai~ de comunicaçiio ntravés do caminhos alternativos, de acordo com estilos
uso de recursos computacionais. c ritmos de aprendizado dos estudantes,
Este artigo está dividido da avaliando c oferecendo explicações
seguinte forma: a seção 2 descreve as simplificadas para os itens que mais
motivações para a utilização de multimídia, provocarem dúvidas; os cursos on-line
hipcrmíd ia c interação usuário computador podem também ensinar a localizar
em sistemas de apoio ao aprendizado, informações em grandes sistemas, agindo
lllostra ndo as vantagens da util ização como um filtro de informações na WWW.
conjunta dessas técnicas; a seção 3 mostra Além dessas características, os
urna infra-estrutura de gerenciamento para o sistemas de apoio à educação procuram
fornecimento eficicnt~ dos dados multimídia implementar uma organização básica que dê

-
uti Iizados na edição de dócumentÓs; a seção 4 suporte tanto à apresentação do material
apresenta uma proposta de ambiente - o didático on-line (chamado courseware), -
Intcrland -que visa integrar ferramentas que como à cooperação entre alunos e professores
auxiliem na preparação c apresentação de (Barker & Manji, J 992; veja também
lllatcrial didático; por fim apresenta-se uma Ringstcd , 1994).
an[tl ise das perspectivas do lnlt:rland.
MULTIMÍDIA
2. MOTIVAÇÕES PARA A UTILIZA-
ÇÃO DE MULTIMÍDIA E IIIPERTEX- Greenfield (1987) comenta que
TO EM SISTEMAS DE APOIO AO cada meio de comunicação aprcsent<:
APREND IZADO carattcrísticas que o tornam mais adequado
do que outros para determinados tipos de
Os computadores, atualmente, informação. Esse fato influi no processo
assumem o papel de ferramenta auxiliar no cognitivo ao atuar sobre os sentidos, ativandc
processo ele ensino, como ponte de conjuntos específicos de habilid ade~

Rl'>i~a Brasileira de Inform:ítica na Ecluca~:ão * N' 01 - setembro de 1997

-
Re\·ist2 Br2silein de JoformMica na Educação*~ 01 - Jleta:i!we de 199'1

pelo proccss;~mcnto de seus objcti vos melhorar estratégias de


Portanto, as mídias aprendizado existentes (McAleese, 1989; ver
papéis complementares no também Nielsen, 1990).
e aprendizado, o que aponta em O funcionamento do hipertexto,
a um sistema de educação como uma aplicação de armazenamento e
....... a:nídia. recuperação de informações, foi prev isto por
Multimídia é o uso simultâneo de Vannevar Bush em 1945 (Backer & Buxton,
em diferentes forma s de mídia (voz, 1987). Bush descreveu um dispositivo
• C~ i O, aninwçõcs c outras) (Bu ford, chamado MEMEX, no qual um indivíduo
~).Os seres humanos são comunicadores armazenaria todas as informações que
mubmídia: experimentam o mupdo por possuísse: livros, anotações, registros,
eio de sentidos, e se expressam através de comunicações. Através de micro fi lmes,
;crsos e elaborados sinais verbais e visuais. alavancas, botões e sistemas de índice, seria
Lindstron (199 5 ) co menta que a possível localizar as informações
comunicação monomídin" limita o processo requisitadas, visualizando-as pela projeção
de comunicação, por não considcrn.r os outros em telas c realizando buscas progressivas ou
c~'1ais através dos qua is naturalmente regressivas. A idéia da projeção progressiva,
Cf'viamos c adquirtmos infom1açõcs. Ainda segundo Bush, era oferecer uma facilidade de ·
sLgundo Lindstron, usando multimíd ia indexação associativa, segundo a qual cada
podemos trabalhar os seguintes fatores: item poderia sempre selecionar outro. Essa
associação multisscnsorial, informação seria a característica essencial de MEMEX.
dinâmica e baseada no tempo, feedhack Nos anos 60, D ouglas
resposta do usuário) c interação, Engclbart e Ted Nelson elaboraram conceitos
personalização c ddinição de objetivos, do sistema MEMEX de maneiras diferentes .
flexibilidade e capacidade de alterações, Tcd Nelson propôs em 1965 o sistema
criatividade e experimentação. Xanadu e foi o primeiro a empregar a palavra
De acordo com Gibbs c Tsichritzis "hipertexto" para descrever a visão de textos
(1995), os tipos de mídia são divididos em
dois gntpos: temporal (mídia dinâmica ou
contínua) c ni'ío tcmpor;-~1 \ nídia cstntic<~ ou
discreta). Animações. {ll'du c vídeo digitais
interligados, formando estruturas complexas
(as informações eram então digitais, c não
armazenadas em microfilmes). Engelbart
percebeu a importância de considerar as
~
são exemplos de ·mídias contínuas (variam diversas abordagens para a interação usuário-
com o tempo: são produzidas a uma co mpu ta dor, desenvolvendo várias
determin ada taxa de amostragem e devem ser ferramentas (tais como o mouse) para ... Ted Nelson ...
reproduzidas nessa mesma taxa) enquanto concretizar seu sistema interativo NLS, ...foi o primeiro
textos e gráficos são exemplos de mídias apresentado em 1968. A partir de então,
discretas (Buford, l994; veja também Gibbs várias outras experiências c projetos a empregara
& Tsichritzis). implementaram estruturas c conceitos palavra
relacionados a hipertexto. Finalmente, em
HIPERTEXTO E HIPERMÍDIA 1986 foi apresentado o sistema Guide, "hipertexto"
J1rimeiro sis~ma de hipertexto amplamente para descrever a
Hipe rtex to é um s istema de disponível. A seguir, a Apple Computcr Inc.
representação de conhecimento no qual lançou o HypcrCard, dando grande impulso à visão de textos
diversos elementos de conhecimento podem utilização e desenvolv'i rncnto de sistemas em
ser montados de m:1nciras diferentes, de hipertexto, incorporando também a p: interligados...
acordo com as di fcrcntes pcrspccti vas dos utilização de multimídia. (Baeker & Buxton, ,~
usuários do sistcrra. Através de ligações 1987; ver também Niclsen, 1990).
(links). o hipertexto oferçcc mecanismos para A associação entre hipertexto e
se descobrir as I iga~·õcs conceituais entre multimídia define a hipermídia: textos,
seções de assuntos rebcionados (Duncan, imagens e sons tornam-se disponíveis à
19~9) Uma de suas vantagens é permitir a medida em que o usuário perco~ç as ligações
exploração através dessas ligações existentes entre eles .
ronceituai~. Em out r:1s palavras, o hipertexto A WWW (I3erncrs- Lec ct ai. , 1994)
pr(Kllra simular o processo de associação é o sistema hipcrmídia mais conhecido na
realizado pela 111ente humana, sendo um de atualidade. Sua independência de plataforma

Autores - Maria 1\ \ice Soares de Castro, Rudinei Goularte, Elderclci Rcgis Reami e Edson dos S2•: ··'
f ...,
Artigo· Infra-estrutura de Supor!!' :1 F.ditoração de M:-~tcri:-~1 Didático Utili7.ando Multimídia .,.,.,.
fiiii"'L
c a possibilidade de agregar novos recursos e semelhantes) (Ferreira, !988). Os ctL'"Óls c~
ensino, portanto. devem explora!' ~ ~
serviços aos documentos apresentados,
.....,
implicam na facilidade de execução dos
vários recursos pedagógicos - incluindo
simulações e interações.
Ex iste uma longa tradição no
métodos de aprendizado. O ah.::no cle\-:e ~
encorajado a formar relacionamer.l.OS ·a :!re o
conhecimento que já tem e os iltn'OS
elementos apresentados, desemrolvecdo
,.,
projeto de documentos em papel, mas há estruturas para seu conhecimento (Allinson
i
pouca ou nenhuma para o projeto de & Hammond, 1989). ~
~
documentos ou outras aplicações hipcrmídia
(Strcitz, 1994). O sucesso ou o fracasso de
O suporte à navegação. o uso de
metáforas e a combinação de ícones e cores, .....,
nossa interação com um hiperdocumento será elevem oferecer uma interface agradável que
......,
détcmdnado pelas dec isões feitas pelo autor
sobre quais nós (pedaços de informação,
livre o u suário de preocupações com o
funcionamento do sistema. Os recursos de .....,
documentos hipertexto) devem ser unidos
por ligações. O hipertexto é não-linear, assim
apresentação devem ser usados de maneira
que o leitor possa reconhecer o ambiente,
.....,
como as idéias; o problema da autoria de localizando-se com facilidade no contexto
hipertexto é ,escolher o melhor "caminho de dos documentos .
~
pensamento" para os dócumentos, através Com a popularização da WWW, I
das ligações (McKnigbt et a!., 1989). qualquer pessoa tomou-se capaz de montar ~
Os problemas enfrentados pelos LlO l conjunto de hipcrdocumentos interativos;
lei I ores são conhecidos (desorientação ou porém, o conhecimento formal, c a aplicação
P"'i
dificuldades em localizar a informação de conceitos relacionados a Engenharia de ~
desejada, sobrecarga cogn itiva). O autor, por Software c a Interação Usuário Computador,
sua vez, precisa aprender a expressar suas podem elevar a qualidade desse s
idéias no novo meio - a expressão de idéias hiperdocumcntos em termos de autoria. A
não mais se limita às palavras, mas deve falta desses conhecimentos embora não seja ~
incluir as conexões entre os nós. O autor sentida pelos projetistas, atinge diretamente

~
precisa antecipar os usos que o leitor irá fazer os usuários.
da infom1açiio :-~prcscntada, prevendo as ~
ligações necessárias. De outra forma, o 3. I NFRA-EST RUTURA PARA fl'"'i
usuário poderá apenas ficar "passeando" pela ARMAZENAMENTO E ENTREGA DE
base de conhecimentos, de man e ira . DADOS M ULTIMÍDIA ~
desmotivada e ineficiente (McKnight et al.,
1989: veja também Allinson & Hammond,
1989).
Em um ambiente distribuído, como
a WWW, onde uma comunidade de usuários
..,.,
~

... qualquer
pessoa toruou- INTERA(';\O
USUÁRIO-COMPUTADOR
(clientes) deseja obter dados multimídia
s imullancarncnte ou não, é necessário um
sistema que administre o fomccimento do
....,
fl'1

se capaz de ~I
material requisitado de form a eficiente. O
O aprendindq_ envolve diversas gerenciamento eficiente é necessário devido
,- ....
montar um
habilidades. Entre elas, a capacidade de ao grande volume dos dados, de mídia ,
conjunto de generalizar. de indu7.ir. de fazer analogias c
de receber instrução. Aprendemos por
contínua em especial, e ao grande número de
usuários desejando utilizar esses dados, o que
,.. ,.
/zíper- indução quand o realizamos grande ,.-
ocasionalmente pode sobrecarregar o sistema

111 e1a IWJS ••• f 1 ct


I
documentos quantidade de observações sobre o
· t . 1 . . v-l comportamento de um fenôll).eno para
. regras e proce d.1mentos. o
esco b nr
tornando o acesso aos dados muito lento ou
mesmo imposs ível.
Um componente desse sistema é
,..-
.-
aprendizado por generalização acontece um servidor de dados multimídia. Esse
quando uma pessoa observa um conjunto de ser vidor realiza o armazenamento de dados
objetos e descobre, entre eles, uma classe como áudio, vídeo e gráficos (entre outros)
cujos membros possuem características em em algtfm tipo de dispositivo físico (disco,
comum (1\raribóia, 19R9). Aprender por fita, etc.). O arrnnzenamcnto pode ser
analog ia é reconhecer pontos de seme lhança real izado com a ajuda de técni cas como
entre coisas di fercntes (por exemplo, RAID (Lee et al., 1994), armazenamentt'
ferramentas diferentes com funções hierárquico (Fcderighi & R owe, 1994) Ol'

Rl·Yista Rr:~ siki .-:t de lnfonn:ílka na Educação :+' N" OI -setembro de 1997

r-
.. .
Revista Brasileira de Informática na Educa~o * ~- 01 - s.eéembro de 199-

ecto terciário (Lougher & VOD), em que funções de avançar e


993) para aumentar a eficiência voltar são simuladas por transições em
- e na en~ega dos dados. um intervalo de tempo discreto (da
\lém do armazenamento, um ordem de 5 minutos). Isto é feito
r de dados multimídia deve receber utilizando vários canais que possuem a ... Uma
pt;U.:llOS. .simultâneos ou niio, de acesso aos mesma programação, porém em tempos
a partir de um grande número de diferentes. característica
ários dispostos em locais . marcante de
=·-ficamentc diferentes. Após receber os > Scrv1ço True Video-On-Demand (T- •
ed!dos o sistema deve honrá-los, VOD), em que o usuário possui total SIStemas VOD,
smitindo (sob demanda) o material controle sobre a apresentação podendo assim como em
icitado ao usuário. selecionar qualquer parte da
programação a hora que desejar. O sistemas
"ISTE:\lAS VOD ~suár_io tem todas as funções de VCR, multimídia em
mclumdo avançar, voltar, congelar e
Sistemas que se enquadram nas posicionar diretamente. T-VOD aloca ~- geral, é a
características acima descritas para para cada usuário um canal exclusivo; ~) · t . - ·d d
servidores de dados multimídia são os . , d , . d • zn et a1zvz a e...
com 1sso, o numero e usuanos o ;
sistemas de vídeo sob demanda, também serviço pode ficar limitado pelo número
conhecidos como sistemas VOD (Video -On- de canais disponíveis. T-VOD necessita
Demand) (Berge_r, 1995; veja tamb~m Líttlc de um sinal bidirecúonal entre o usuário e
& Vcnkatesh, 1994). Apesar de !?istemas o controle central. Serviços T-VOD são
VOD concentrarem suas atenções no essenciais para aplicações como jogos
fornecimento de vídeo, suas técnicas c interativos, onde todas as ações de um
conceitos podem ser aplicados a outros tipos jogador são vistas pelos o utros
de mídia cpntínua (como áudio e animação) jogadores.

+
ou não-contínua (texto, gráficos, etc.), de
fom1a que sistemas VOD constituem uma ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
boa base para a implcmcntnção etc servidores
de dados multimídia. Os dados devem ser organizados de
Uma característica marcante de maneira a prover funcionalidade na entrega
. sistemas VOD, _assim como em sistemas de mídia contínua .. Por outro lado, uma
multimídia em geral, é a intcratividade. grande parte dos acessos ao sistema
Segundo Fluckigcr (1995), de acordo com o realizados pelos usuários visam obter apenas
nível de interatividade, os serviços de vídeo informações sobre os dados armazenados,
podem ser classificados em: como: tamanho do arquivo, data de criação,
etc. Devido ao volume e a constituição desses
Serviços Broadcast (No-VOD), similar dados, essas pesquisas levariam muito
aos canais de televisão, em que o usuário tempo, prejudicando a interatividade
é um participante passivo c não possui flesejada. A utilização de índices parti
nenhum controle sobre a ~es ;ão. responder a ..esses tipos de pesquisa é uma boa
alternativa, porém dados de mídia continua
> Serviço Pay-Per- Viell' (PPV), em que o necessitam de novas técnicas de indexação
usu(lrio paga por uma programação que simplifiquem o mecanismo de busca c
especilica, simi lar ao serviço existente aumentem á interatividac!c.
em CATV (Cahfe TV). . Dados multimídia consistem de
dois componentes: os dados em si e a
> Serviço Quasi video-on-demand (Q- informação semântica contida nos dados
\'OD). em que os usuários são (Griffioen et ai., I 996). Diferente de dados
3gmpados pelo interesse comum que alfanuméricos, tipicamente representados
po5suem. Os usuúrios possuem um por valores ASCll, o conteúdo (valores de
co,..,trole rudime ntar, atlvado por plxels, por exemplo) de dados mulllmldia nâo
ch.weamcnto para os di fcrcntcs grupos. contém muita informação interessante.
Dever-se-ia indexar a informação que os
, S..--niços tVcar f ldeo-On-Demand (N- pixel.\· representam, isto é, o conteúdo

Autores- Maria Alice Soares de Castro, Rudinei Goularte, Elderclei Regis Reami e Edson dos San:cõ '.'
Artigo- Infra-estrutura de Suporte à Editoração de Material Didático Utilizando Multimídia

:>cmilntico dos dados ao invés de indexar os de mctadados pois são esses atributos que
valores em si. Por exemplo, a pesquisa pela irão responder às pesquisas do usuário. Desse
cadeia cte caracteres alfanumérica 'abc' é modo, a identificação dos atributos é feita
direta. Porém, a pesquisa pela imagem de um através da identificação das pesquisas
... A l'nntagem c:1 rro ou pelo som de um leão em um rcali7.atlas pelo usuário, provendo índices
videoclip requer a habilidade de acessar o para responder a essas perguntas. Índices
de se utilizar conteúdo scmi\ntico dos dados . Esse podem ser: bibl iográficos (título, assunto,
metadados é conteúdo semântico é denominado meta dado gênero, diretor, produtor, elenco, etc.);
(Griffioen et al.). estmturais (hierarquia: filme-segmento-
que essa A ' vantagem de se utilizar cena); de conteúdo (para buscas baseadas em
abordageril metadados é que essa abordagem permite ao conteúdo ou em palavras-chave associadas a
usuário examinar o conteúdo da base de umconteúdo)(Berger, 1995).
permite ao ... dados sem ter que recuperar objetos A utilização desses índices traz a
usuário volurriosos. O conceito ele mctadados é ideal vantagem adicional de prover suporte ao
. . para aplicações multimídia interativas nas compartilhamento dos dados multimídia'
exammar O t~~ quais vários objetos podem estar envolvidos armazenados no servidor. Por exemplo,
conteúdo da t'~3 em uma única apresentação. Por exemplo, pode-se ter um documento onde um dos
· um vídeo pode envolver a coordenação de componentes é um vídeo e, um outro
base de dados streams de áudio e de vídeo. Um sistema de documento onde se deseja apenas uma
sem se aprendizado com suporte eletrônico pode imagem do mesmo vídeo. Esse segundo
envolver a apresentação de áudio, vfdeó, documento pode ser criado apenas pelo
preocupar com gr:Hícos c texto. ü servidor de mctadados acesso aos índices dessa imagem especifica,
objetos deve . manter o relacionamento entre esses no arquivo original, ao invés de extrair a
diversos objetos c informar sua presença imagem do arquivo de vídeo e criar um novo
volumosos... para o cliente quando uma pesquisa é feita. arquivo para a imagem desejada.
No contexto de um servidor VOD,
o sistema deve armazenar diferentes atributos ARQUITETURA DO SISTEMA
de vídeo. !\. identificação desses atributos é
uma parte importante no projeto de uma base A figura 1 mostra uma visão geral

Usuário

1----- ~---- -----------


•· I
I
--------------------
I
I
I I
I I
I I

I
Base de R i
.J
I
Vídeo E
D
I I
I E
: I
I I

I I
Base de
Meta dados
. I
I
I
I
___________ __ ____ ._: __ , ' ----- - ------ - ----- - · I
------ - ------ - -----J
Figura j

Rnids Br:~~.'<il~ira de Informática n:t Educaç:io * N• ()I - sclcmiH·o de 1997


~ Revista Brasileira de Informática na Educação* N" 01 - setembro de 1997

de dados (contendo in formações sobre ah.:nos


e restrições de acesso, por exemplo) c
recursos do sistema;
po< um servidor de Para facilitar o processo de criação
dienl.cs, sendo esses das sessões, o Interland fornece uma
mlgados por umn rede. o plataforma configur;ívcl; o professor pode,
m C'St:tr na mesma m:íqu inn por exemplo, associar suas aplicações
preferidas de edição de vídeo, áudio c páginas
usuário utiliza uma máquina HTML ~s respectivas tarefas do ambiente.
módulo cliente c um módulo de Como complemento às
~- O módulo de interface interagc capacidades fornecidas por essas fenamentas
rlrrM'2:nern~ com o usuário e contém funções configuráveis, existe um conjunto de
em ::-:rpesquisas, buscas c requisições de componentes que podem ser inseridos nas
~sen::1ção ao cliente (Request) e funções páginas HTML durante a edição das mesmas.
~xibir o resultado das pesquisas c buscas Tais componentes consistem de .scripts,
1 executar 11111:1 ap1 t·scnt;l\'fío (T'Ioyhnck ). aplicações .Jnvn (applets) c programas
módulo cliente é responsável por executar especiais que suportam tarefas específicas
- ~unções de baixo nível como empacotar os como: programas para acompanhamento dós
p~Jidos do usuário e enviá-los ao SM através alunos, servidores de aplicações
Ja rede. Também é esse módulo que recebe a co laborativas, etc.
resposta de um pedido. enviada pelo SM ou
pelo SOM, c repnssa essa resposta ao módulo FORMAS DE ACESSO AO SISTEMA
de interf."'\ee.
O SM, por sua vez, recebe um O acesso aos recursos e sessões do
pedido do usuário c envia a resposta ao sistema Jnterland é feito através de uma série
cliente que o s~licitou- se for um pedido de de clientes especiais. Foram definidos níveis

+
pesquisa ou qe busca (funções. Query c de acesso para controlar quais informações
Search), ou repassa o pedido para o.SDM- se cada usuário tem disponível para si (controle
for um pedido de execução (de um vídeo, por de sessões de vídeo, acesso aos conteúdos e
exemplo). resultados de provas, permissão para criar
O SDM recebe um pedido (de um novas sessõ es, c~c.), a saber: modo
arquivo tjc (mdio, por exemp lo), c realiza a supervisor, modo pro!Cssor c modo aluno. Os
transferência dos dados para o cliente através usuários são identificados pelo servidor
Qa rede. HTTP através do módulo de identificação e ... Para
classificados em uma dessas categorias facilitar o
4. UM AMBIENTE DE APOIO AO (Moreira ct ai., 1995).
APRENDIZADO O cliente Supervisor é a interface processo de
com o usuário responsável pel as criação das
As características do _ámbicntc de configurações específicas do sistema c por
apoio ao aprendizado proposto estão manter a integridade c disponibilidade dos sessões, o
baseadas nos requisitos definidos nas seções •-serviços dQ mesmo. O supervisor tem todos Jnterland
anteriores. O ambiente é composto. por os direitos de gerenciamento do servidor,
aplicações de autoria c de apresentação validação de usuários c acessos, fornece uma
hipcm1ídia, implementadas pensando-se .nos gerenciamento das bases de usuários e plataforma
usuários finais: prolcssorcs c :1lunos. J\lém cursos. . A ~'1'
• , l
disso, out ra s aplicações de apoio ao O cliente Aluno prove um amb1cnte J;,•· configurave ...
professo r , ta is como registro do de estudo personalizado, no qual cada
comportamento .dos alunos em bases de estudante recebe uma instância de sessão
.;ados, devem estar disponíveis. correspondente a cada curso elaborado pelo
Às aplicJçõcs de autoria, estão professor. Os alunos podem ser distribuídos
ac;sociadas as ftHl~·õcs de preparação do em grupos, para executar uma mesma tarefa
material do c11rso on./ine. qu..: Sl~rú pn.:p:undo (q11c p0dcr:'1 t c1· rclnlúri~H! im.llvitluui:>~ till
o prc icssor. O material dos cursos é conjuntos), atribuindo- se a eles um
crito ~"r m'ldulos denominados sessões c determinado conjunto de tarefas e
scc:c:ão podem estar associadas bases privilégios. Esse cliente pode ser utilizado de

Autores- M<lria Alice Soare~ de Caslro, Rudinci Goulartc, Eldcrclei Rcgis Rcami c Edson dos San:ç; '.'
Artigo - Infra-estrutura de Suporte à Editoração de :\faterial Didático Utilizando Multimídia

drias maneiras: (I) em aula, para grupos de alunos, para fins de avaliação e
acompanhamento de exposição feita ao vivo acompanhamento de desempenho. Para
pelo professor, que aciona através de seu isso, o cliente Professor es tará
computador procedimentos que são realizando consultas aos bancos de
mostrados na tela das máquinas de cada dados com informações sobre alunos e
aluno; (2) em aula, como o principal instrutor, sessões.
sendo que nesse caso o professor prepara a
aula e a deixa disponível aos alunos, obtendo ,.. Atuar como interface de controle de
uma "aula automática", possivelmente com a apresentações em tempo real, pela
presença de monitores; (3) para preparar ativação do cliente SDM.
documentos (relatórios, exercícios práticos,
etc.); (4) como elernento de comunicação. Além dessas funções, o cliente
Os professores pertencem a um Professor conta com um módulo de ajuda que
grupo especial, com privilégios satisfaz tanto as necessidades de usuários que
excepcionais. que incluem acesso aos já conhecem o sistema como aqueles que o
,aplicativos de gerenciamento. Dessa utilizam pela primeira vez. Os recursos do
maneira, o professor poderá preparar um módulo de ajuda estarão sempre disponíveis,
conjunto de objetos para serem utilizados acompanhando as atividades do professor
assincronamcnte por ele durante a aula, ou para sugerir modificações e realizar algumas
para formarem o corpo de uma aula (através correções automáticas.
de scripts) que ficará disponível no servidor Assim, pretende-se evitar que o
p::tra ::tccsso pelos alunos durante uma sessão. professor se preocupe com estilo de
Os scripfs permitirão ao professor adicionar documentos, gerenciamento de hipertexto e
gr;)ficos, textos, vinhetas, animações, vídeos, dados multimídia, e detalhes de
aplicações compartilhadas, entre outros implementação do próprio sistema Interland.
recursos.
O cliente Professor se propõe a UM EXEMPLO DE C O MPONENTE:
auxiliar o professor na tarefa de preparação SESSÕES CONTROLADAS DE VÍDEO
do material dit!útico dentro do sistema
Jnterland, através de módulos. Suas funções Um exemplo de componente
principais são: interessante que pode ser utilizado em
diversas situações de treinamento é a sessão
Oferecer modelos e conjuntos de de vídeo controlada. A função desse
hipcrdoeumentos que visem uma componente é pennitir a apresentação de um
estrutura simples c eficiente para a trecho de vídeo (eventualmente, mais de um)
... evitar que o ' implementação do material didático. para diversos alunos ao mesmo tempo e, além
Além de oferecer modelos, o cl iente disso, permitir que o professor tenha total
professor se Professor tnmbém aceita documentos controle sobre a execução do mesmo.
preocupe com previamente existentes para organizar Um caso de uso desse componente
um conjunto de hip~rdocumentos.
, ocorre na situação em que o professor deseja
estilo do apresentar um vídeo e parar em posições
'l'.

documento, • > Prover ferramentas de desenvolvimento predetemlinadas ou não para explicar um


c controle para uso de recursos assunto correlacionado e depois continuar a
gerenciamento iulcrativos c de mullimídia no material. execução. Se, por exemplo, um aluno
de hipertexto e ,, Pro gr::tmas para submissão de solicitar um detalhamento sobre um ponto
ronnul~rios, entre outros recursos de cspccHico do vídeo, o professor pode marcar
dados interação, serão implementados através um trecho do mesmo através de seu console e
multimídia... da ativação de aplicativos auxiliares pelo executar novamente esse trecho em todas as
cliente Professor. Em especial, um máquinas que estão assistindo a sessão, em
módulo do cliente Professor é um cliente um subconj unto dessas máquinas ou apenas
para c~>municaçfío com o SDM . na mãquina do aluno que solicitou a
informação.
,.. Dar acesso a aplicativos para a Em termos de autoria, o professor
montagem de sessões; apresentar deverá apenas escolher esse compon~nte e
informações relacionadas a alunos c fornecer parâmetros como o trecho de vídeo a

Bnmeira de Informática na Ed ucaçfto * N' OI - sctcmlwo de 1997


Revista Brasileira de Informática na Educação* l\~ 01 -setembro de 1997

No entanto, a utilização de vídeo em redes


internas (intranets) é uma realidade
(Birkmaier, 1997).

te.r mos de apresentação, os CONCLUSÃO ...A proposta


-o carregar a p:lgina contendo o
tt'III:fJOllm!e c este último encarregar-se-á, Este artigo apresentou uma do ambiente
~ ....s;n.-o:temrnte. de tarefas como: registro proposta de ambiente de apo io ao
;vidrr de controle e início da
Interland
aprendizado utilizando multimídia. Esse
rência do trecho do vídeo do servidor ambiente (o Interland) fornece ferramentas inclui
priado para a máquina l ocal. para auxiliar na edição e apresentação de
crnatiYamente, em sistemas não baseados documentos contendo objetos mul timídia.
implicitamente
piginas como a WWW, o professor pode A proposta do ambiente Interland ou
r o rrograma de apresentação controlada inclui implícita ou explicitamente todas as
~ V1dco nas máquinas dos alunos através de características pertinentes a sistemas
explicitamente
._nmandos remotos . .··. todas as
hipermídia sugeridas por Harrison ( 1995), de IK"
Restrições quanto à utilização forma que temos bons indícios para uma l
:esse componente em aplicações voltadas implementação bem sucedida do sistema. ·~
características
;::ara a Internet certamente são aplicáveis, Alguns componentes estão em fase fina l de pertinentes a
Jma vez que a infra-estrutura existente ainda implemcn taç5o, sendo assim, esperamos
não fornece suporte para entrega de dados em poder realizar em breve testes de integração e sistemas
,cmpo real c garantia de qualidade de serviço. de desempenho (mesmo que parciais). hipermídia...

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Rnista Bra~ileira de lnformáticr~ nr~ Educação* N" 0 1 ·setembro de 1997

...
~
-
Artigo- Astral: Um Ambiente para Ensino de Estruturas de Dados através de Animações de Algoritmos
...r___,
1
-r
Do mesmo modo que a
experimentação durante a operação das
ani'Tlaçõcs enriquece o aprendizado mais do
abordagem é denominada passivá, pois o
usuário se comporta corno mero espectador c
ela é útil para a complementação de livros-
.,.,
f"
que a mera observação passiva delas, é de se texto e aulas.
r
... Em
esperar que. com um sistema onde a própria
implementação das animações gráficas é
f:tcilitada a ponto de poder ser realizada pelo
estudante. a absorção do funcionamento dos
Uma limitação clara, no entanto,
está no fato de o usuário não poder testar
novos conjuntos de dados c ter de ficar
limitado aos conjuntos a ele fornecidos. Para
r.,.,
.,-:
algoritmos seja ainda mais intensa. evitar esta restrição, alguns sistemas [1 ,7,13]
comparação Com o objetivo de prover um tal introduziram facilidades para que seus r"
com outros
sistema, desenvolvemos um ambiente para a
arquitetura Macintosh uti I izando a
usuários pudessem fazer as suas próprias
experiências, direcionando o andamento do r'
serrir;os de plataforma de progrnmação TI IJNK Pascal. algoritmo. Tal abordagem é denominada r'
pesqmsa
Este artigo traz na seção 2 uma
breve descrição das principais abordagens ao
ativa.
r
Resultados positivos para o uso ifltl!l'
bibliográfica, uso de animações de algoritmos no ensino.
~ Na seção 3 são citados vários dos projetos
desta abordagem foram relatados por
Lawrence et ai. em [12] em experiência ~
o ambiente é .;,l mais relevantes na área. Descrevemos na realizada com o ambiente Polka. Estes ~
muito mais seção 4 o ambiente que desenvolvemos, resultados confirmam que a abordagem ativa L:
detalhando sua arquitetura c apresentando é mais poderosa, pois tem- se uma
ágil, alguns exemplos. Finalmente, na seção 5 são participação maior por parte do usuário. ~
oferecendo colocadàs algumas conclusões sobre os Diante da oportunidade de associar ~
dados a uma disciplina de laboratório de ~
beneficios deste ambiente, tendo em vista a o ensino teórico de algoritmos e estruturas de
muita nossa experiência com seu uso no ensino de
informaçiio... discipl inas de estruturas de dados. software, decidimos verificar se um
acréscimo no nível de participação de

+
2 ABORDAGENS aprendiz no processo de animação resultaria
em ganho ainda maior na aprendizagem.
Em livro!' textos c aulas Nossa tentativa visou incorporar à fase de
convencionais, de modo a facilita r o implementação realizada pelos estudantes
aprendizado de algoritmos utilizam-se algumas chamadas a rotinas gráficas de alto
mecanismos que vão além da descrição ém nível para visualização tanto das estruturas de
(pseudo) linguagem de programação, como dados quanto das atuações dos algoritmos
i lustraçõcs. · implementados para m anipulação delas. Para·
Por outro lado, o excesso destas viabilizar essa tarefa fez-se necessária a
mesmas ilustrações quando vistas implementação de um ambiente de
estaticamente contribuem muito pouco para programação de animações em uma
aumentar a compreensão cios algoritmos plataforma adequada c amigável. Criamos,
dado que, aléni das informações depictadas, para implementar esta nova abordagem,
há grande comunicação implícita na denominada construtiva, o ambiente Astr al
correlação entre elas. Esta correlação pode descrito na seção 4 com o qual mesmo um
ser mostrada ntravés dn nnimação gnífíca das estudante iniciantc pode realizar animações
imagens. dando ganho considerável de gráficas sofisticadas com um mínimo de
comunicaç;io de inlormação. esforço.
Em f3], M. Brown introduziu a
idé in de ambientes dedicados à construção de
animação gráfica computadorizada como
Esse ambiente foi utilizado em . ~
l aboratório de soft ware durante três
semestres (2/94, 1/95, 2/95) com resultados
,.,.,
...,
ferramenta para ensino em computação como
já é também aplicado com sucesso em outras
muito positivos à aprendizagem, como
descrevemos na seção 5. ,_,
áreas, como química, anatomia c simulação .,.,
de circuitos.
Um primeiro uso de animação de
3 PROJ ETOS RELACIONADOS ,_,
algoritmos é dado quando se assiste a um Nesta seção são citados alguns llfllll!lll'
filme [li] ou à execução de uma seqüência trabalhos que influenciaram positivamente o
pré- programada de eventos [3]. Esta projeto e desenvolvimento do ambiente .

~ist2 Bra~ilcirn de lnf\ll·m:ítica na Educaçãn :+: N" OI -setembro ele 1997

rJ!P'
~
Revista Brasileira de I nformática na Educação jl< N" h I
ttiiJ!!
:retensào alguma desenvolvido na Unicamp por R. Amorim e P.
resenha ~austiva de de Rezende e seu " principal objetivo é a
relacionados. p rodução sistemática de animações em C++
Brown ALgorithm dentro de um ambiente de estações de
Animator) [3] foi trabalho Unix. As e>:pcriências obtidas
Brown University no através da implementação desse proje to
c SL'll mtuito cr;i o de foram de grande valia para a implementação
mo um lnborntór i o de do Astral.
~;:::,., com representações
c.-~ de :::g~_;ritmos em tempo real. 4ASTRAL
:ressor. Balsa-11 introduziu uma
-~e mais amigável c uma maneira O projeto do ambiente Astral
~~r.ca para :1 execução c interações < http://www.dcc . un icamp. br/-rezende/
:1.n!·naçõcs. trabalhando sobre a astral> visou atender as necessidades de

1
:-..,r 111.1 l\ I :1 c i nt P ~.;! , c r n 111 a prcp:~ração de diversos cxcrckios de
l:ngu3gcm Pascal. · impleu1e utaç::io de cstrutmas tk dados
No início dos anos 90, surgiu o utilizando animações gráficas, de modo
proje to Zcus<http:/ / homogêneo sob uma interface consistente. A
www.rescarch.digital.com/SRC/zcus/ partir das características básicas do a mbiente
homc.html> de M. nrown f5,7,R,9l ctüas c de sua biblioteca de suporte, foram
contribuições incluíram uma proposta de produzidos diversos destes exercícios que
se paração en tre a lgoritmo e deram origem à primeira experiência de que
visualizadores, colocando interfaces temos conhecimento da aplicação da
bem definidas entre eles; o suporte à · abordagem construtiva no ensino de
constmção de programas de grande estruturas de dados o uso de mecanismos de
porte, orientados a objetos c a utilização animação para auxiliar na implementação de

..-e
da linguagem Modula 3. Em Z cus,
mú ltiplos al g"o ritm os p ode m ser
cxc cntados t:.oncnrre nt cmc nl c,
facilit:mdo n an:'tlisc de di !'crenças c
sim ilaridades entre vúrios algnril111os .
O projeto ZA DA ~, http:// ls4-
algoritmos pelos próprios estudantes.
O ambiente As tral foi
desenvolvido pma arquitetura Macintosh [21,
sobre MaciOS v. 7.5. Um ponto positivo
desta escolha é relacionado ~
s facilidades oferecidas. por esta plataforma
+
www.informatik.unidortmund.de/ RVS/ para a implementação de aplicativos gráficos,
zada.html> desenvolvido na University co m mecani sm os sim pl es p ar a ... atender as
of Dortmund implementou algoritmos gerenciamento de janelas, menus, assim necessidades de
di~t ribuídos utiliznndo o ambie nte Zcus. como para o desenho c manipulação de
Xtango [ 13] < http :// objetos grúficos. J\lém disso, o rato de a preparação de
\\'W W. c c . gn t cch . cd u / gvu / soft v i z / interface oferecida ao usuário final ser diversos
;'tlgoanim/ xtango.html..,. é um ~is tcm a de cxt.rem amcnte amigável (c portanto
animação de algoritmos de propósito ex celente para pcs<>oas com pouca exercícios de
genérico que pc nnitc a constntção de experiência) fllz o Astral ter grande apelo a implementação
animações em tempo reaL O objetivo esse público.
~ pnncipal é prover f:tcilidadcs para os A linguagem escolhida para de estruturas de
usuários que ii·ão construir as suas implementação foi Pascal que é adequada ao 11 dados utilizando
animações, fornecendo uma interface de ensino de programação básica devido à sua ~~ . _
;"t\to nível. Utiliza a linguagcn1 C c opera s implicidade, verificação forte de tipos c ~ anmzaçoes
sobre platafonnas Unix c X I\ Window mecanismos para estruturação e gráficas de
S~stcm . Polka<http : // \VW modularização. O processo de animação foi '
"' c c. gatech. edu/ gvu/ so ft v i z/parv iz/ feito utilizando-se funções e procedimentos, modo
....e r~:ka.btml> é sucessor de Xtango c foi
projetado para dar suporte ao
sc1_n alterações à linguagem o~1 utiliz~ção de
prc-processadorcs. Em um nJvcl acuna do
homogêneo sob
~ c-• <" n v" I v i 1111' n to d (' a 11 i m :11;. ih- s r;: iQ!Gmn onerac i onnl . tomos uma camada que uma interface
c~rrcntcs. de maneira a racilitar a agrupa rotinas de interesse geral para a
çào de algoritmos paralelos. construção de animações que obedeçam ao
consistente...
O projeto A nimA[ I J foi nosso modelo, denominada camada bás ica.

Autores- Tslcnc C. Ga rcia, Pedro J. de Rezende e Felipe C. Calhei;c-;


-- -'!""""
Arti~o - Astral: Um Ambiente para Ensino de Estruturas de Dados através <!e Animações de Algoritmos
tJI1III!"'
. - . fllll"'""
fazem parte desta camada o encapsulamento Para cada anrmaçao e constr..::_ -
de tópicos como manipulação de j anelas de uma camada específica que contém o cóC;; ~
texto, a visualização e a comunicação com o referente à visualização da estrutura de daé: ~ _,
usuário da aplica ção assim como o que se pretende animar. Ao usuário ..:.
tratamento de eventos e o gerenciamento de ambiente caberá escrever o seu algoritr;- ~
objetos gráficos. fazendo uso das interfaces oferecidas pe\· ~
conjunto de camadas que estão em níw·i- ~
inferiores, como ilustra a figura l. '
As interfaces oferecidas ao usuário ~
do ambiente são escolhidas de maneira ::, ~
formar, para cada animação, um conjunto ·:
ininimal e padronizado, não sobrecarregand9 ~
Cmnada. Básica a tarefa do aprendizado de sua utilização. E ~
conseqüência deste requisito que a qualidade *.
da animação final, em termos de detalhes dos ~
passos exibidos, é função da criatividade do ..,
MaolOS programador da camada específica que deve r
maximizar o conteúdo semântico da
Figura I: Arquitetura básica do ambiente informação mostrada graficamente, sem ~
estender o número de chamadas gráficas. ~
Para ilustrar o poder que pode ter um tal _1 .
conjunto mínima! de chamadas gráficas, a ~_...
figura 4, na seção 4.2, mostra que uma única ~
chamada à função DrawTree é suficiente para ~
a animação das alterações de uma árvore 1
AVL .
devidas a uma inserção, incluindo os ~
I
(i'-

+
efettos de rotação .
~-
~
~
~

...~
~
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D ~B6ololl
1/f!!!'
·~
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lill] ClrNclll ~ 'r
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~~ ~ISO~l ~
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Figura 2: Arquitetura detalhada do ambier:···

Raisla Brasileira rle I nform:ítica na Erlucaçiio * N" 01- setcmhro de 1997


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Artigo- Astral: Um Ambiente para Ensino de Estruturas deDados através de Animações de Algoritmos
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Q Q p
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..,.,
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' - ~.I :a~e:tiilloM'.Piis:
lu ' lõ o proceduro RIRhl6olonce (vor rool : NodePtr;
~ IC:: i<:> I 9_1 l_Q vnr tollor: 6ooleon);
' ver
lnir.1ftl 1 7 .)
x, w: llodePtr;
begtn
x := GelRtght(root);
IITilõrP.A IITilõmP. IITilõrP.A case GelDolonceFoctor(x) o f
o 15.! ~
Rlgh tHigh: begtn
ffi [i] li] SetBol onceF octor{root, Equol Hetghl);
Set6oloneeFectorix. (quolHetght);
.,_,
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'

~ ~
P.ototeloll(root);
toller := f olse;

,_.,
ond;
1\ ~

'
EouolHelght:

,
:(Erro. Slluoç~o n6o prevtslol I
LertHtgh· begln
l<i o o
OI
· :r
~~ OI I~ ~I 1<::
1\
w :: Getlert(x):·
cGse GeiBolonceFoetor(w) of
EquotHetghl: begln
,;,.

.': r. SelBo I enceF oclor(root, Equo IHetghl);
SelllolonceFoctor(x, EQuolHetghl);
entl; I
Lefll1tgh: begln
nnrTYP:Ã ~ rmrrrP.Fil SetBol encoF oclor(root, ( quoiH otghl};
o
lil fº Se\13olonceFoclor(x, RtghtHt gh);

t i ~
ond;
RlghiHigh: begln
SelBotonceFoctorirool, LefiHigh);
SetflolonceFoctor(x, EquolHetghl);
and;
end;
SelBolonceFcclor(w , EquoiHelght); ..
lõ o RololeRight(x);

+
o SelRtqtlllroQ! xJ:
OI te:: 10 JÇ 101 IÇ
1 On•wTro• ·
7 n IJ

1'-1-
...
-~
Rnt•l•l atHrMt >:
I Drowlrce· I
tollor :- r,IMl I
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niW Tin"n nurli"im

~ e R
t----rmrTi'P'r 1--· ontl;
o o ·
~ ontl; I

I
ü

• I""',, ., ,.
~ ill

8 c Figura 4: Animação de uma inserção em


árvore AVL
lõ o o
~I i<; 10 IÇ OI IÇ
m n niiiil A própria animação pode ser
projetada de maneJra a orientar o aluno,
processo ele compreensão e auto-correção. acrescentando informações para facilitar a
O uso de chamatlas às rotin~s gráficas detecção dos erros de implementação mais
pelo usuário desde as etapas iniciais de sua
implementação se mostra uma excelente
comuns. Na figura 4, por exemplo, podemos
notar que cada nó mostra qual é o seu fator de
k--
ferramenta de depuração. As animações que balanceamento. Embora esse não seja um ~
apresentamos refletem o estado da estrutura de detalhe relevante à animação e até redundante
dndos como um conjunto, enquanto depuradores em an imações corretas, é de enorme valia
Ct)ll\Uns permitem, na maioria das vezes, a para o desenvolvedor.
i
k-
visualização de apenas um único elemento por A soma desses dois itens, mostra da ......
vez. Dessa forma, a detecção da correção das
imagens torna-se mais rápida . Apenas com uma
estrutura corno um conjunto c exibição de _....
i
in fo rmação para detecção de erros,
breve an;ílise de urna imagem como as possibilita a observação de efeitos colateral~ ~
mostradas na figura 6, somos capazes de em outras partes da cstnttura, provocadas por ~·
verificar se seus elementos estão ordenados ou erro na impl ementação de ~nn~ operaçõc<:
niit), ctHJtlanto a v cri fíc:tçii o se uma scqücncia de Estamos, dessa forma, adiantand o -. .,..
números está em ordem crescente é bem mais manifestação do erro e portanto provcné ~ r
lenta e cansativa. mecanismos para que o estudante encontre--
r
R~s Rrssil~ir:. de lnfonn:!lic• 11:1 Educ:-~çiio * N. OI - !>Cicmhro de I 997 I!"

~
Jífll!'tt,·
"7 Reyisla ~rasileira .de ln{o.rmáti.ca o a E;di!Cl!çio • :-,- Ol- m~ lk .1~
.-e.,
~

c.
-
CJ j

Tilk
-e
~···
~


GJ GJ
.-e.
--e
~ Figura 5: Detecção de um efeito colateral na remoção da raiz
-e e conserte-o de maneira mais rápida. Alé utilizando conjuntos minimais de funções
--eo disso. o forneci mento de arquivos para
!Stc são úteis para aumentar a maturidade do
gráficas providas pela biblioteca do ambiente
Astral. Por limitações de espaço, serão
.-e..-mroante no que diz respeito ao teste do seu colocadas apenas algumas imagens e uma
--e -ograma frente a várias possibilidades de breve explicação para cada um dos tópicos

.-e
.-e
c-=tra<ia. A figura 5 mostra um exemplo de
....-e
r~!to col:ltcral na remoção da raiz c de uma
rvore de busca q ua ndo a sub-árvore dircit<1
·~uzida ao elemento i) do elemento
.s~lhido para substituição desapareceu
--e
_,rante o processo. ·
apresentados .
Iniciando co m algoritmos de
ordenação, podemos ver na figu ra 6(a) o
Q.uickSort, cuj o compo rtamento recursivo
pode ser observado através da disposição dos
elementos, que estão separados em gmpos que
+
~ A implementação da abordagem vão se aproximando progressivamente d ... A implemen-
- ~ -strutiva como feita pelo Astral permite diagonal da janela. O segundo algoritmo,:
~ -: um estudante possa concentrar o seu figura 6(b), ilustra o MergeSort cuj tação da
--e
• ,forço de escrita de código no que se refere comportamento é exi bido em três fas es: antes abordagem
....-e ·~cti"<l do exercício propriantcnte dito.
:m t::rdc se preocupar con1 implementação c
da execução do algoritm o, com alguns grupos
j:í ordenados c prontos para a reali7.ação d construtiva
~rojcto de mecanismos para entrada c uma etapa de conqu ista do algoritmo e ao:
::::de dados. A nossa experiência mostrou téqnino da execução, com todos os elementos'
como feita pelo
m curso proJetado dessa maneira o rdenados. Por fim, a figura 6(c) mostra o Astral permite
_. ..;..;..~ a cobertura de um número maior de comportamento do HeapSort após o heap te
do que um c urso tradicional. Devido a sido montado e com os e lementos de maio
que um
fatores 1presentados, acreditamos valor do vetor sendo posicionados. ~1 estudante
·~--- - .,:~ abordngcm constmtivn Na figura 7 (a), ternos uma amostra!
tencial de aprendizagem de um algoritmo espalhamento no momento
possa
d ">-n a aprender r-ilais da colisão devido à inserção do elemento I O. concentrar o
As figuras 7(b) c 7(c) ilustram espalhamento
com encadeamento externo. Note que são seu esforço de
...-e L\1MAÇÕES utilizados dois tipos de visualizadores: um escrita de

..-e para mostrar em detalhes o co nteúdo das


cntradns na tabela e o outro reduzido. código...
~
~

~
.. .
radas uc algu111as
:t!!~.:I:;.~ ~· =mtw' por estudantes
~1 destinado ex ibir o gra u de cspalhnmcnto da
tabela .

Autores- Jslcnc C. Garcia. Pedro J. de Rezende e Felipe C. Calheiros


~
~
~

~~........................................................~==~--~~---
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~
1
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~ ~
Revista Brasileira de Informática na EduCllçio x: N" 'Ol -:setembro de 199i

~
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~ T -- o •-5. 0 -2: o I o ....o ~~'

*
á
iÍt!!!
( a '
Yt!: ·:: :: ::: :: :;::iiii;i~:: ::::: :::;::J:iir~:::

Figura R: Alinhamentos
( b )
::::::::::ljljlJ: :: : t~m l?t':'•''''"';;;;;;;• ;; ;;;;::;:;:;;;;;;;;;

( a )
;;; ;: ;; :; ;;:;;;;:;tslJ~ H~;:::.-.:::. :; : ;:: :~:.._:::: . ;·:::;:;;;:.:.

Figura 9: Árvores B
( b )

-~-= &r~P.tfm~w.~?.~~r.~r~~g
·.
·. ·~

~
-"é
~
~
4 5
~
~
( a ) ( b ) ( c ) ( d )
f'igura J 0: Verificação se um grafo é bipartido
figu ra 11 apresenta o instante da execução do de mais baixo nível para fora da camada
algoritmo de busca em profundidade nas três específica.

fllll!l!>..
~ -
-e
representações.
Estes exemplos mo~tram a
di\'crsidadc de exercícios que podem ser
construídos bascnndo-se nas facilidades do
ambiente Astral de modo que o estudante
possa se beneficiar da s11a própria
5 CONCLUSÕES

Foi descrito o ambiente Astral para


auxílio ao entendime:ito e implementação de
algoritmos utilizando-se animações gráficas.
+
~ implementação de animações g ráficas como Este ambiente permite a exploração dos três
~

~I
- mecanismo de aprendizagem. A construção
das camadas específicas a cnda um destes
exercícios 6 simptifíca'da devido <t camada
tipos de abordagem citadas: passiva através
da utilização de ferramentas de gravilção de
eventos; ativa através elos aplicativos-
riJIIÍ!~ b:'1sic:1 d\' nmhic nk que f:'l10ra todo n c'<<'lllpln, <' conslmtiv:1 através de interfaces

-
ifiJI!!': g~n.:ncia lll~nto de cvcn I os c processa lllcntu n1iniJnnis c padron i zadas paru

3 4

:=tmll
~ \ a ) ( b ) ( c )
~ figura 11 : Três representações para grafo

~
fll!'t- Autores- Islenc C Garcia, Pedro J. de Rezende e Felipe C Cz --~--

~
~
-e
I
Artigo- Astral: Um Ambiente para Ensino de E!ltruturas de Dados através de Animações de Algoritmos ,::
I~

I~
implementação de animações.
Embora sem a nplicnçõo de um
nt(;lodo sislcn t:'ttiço de.: nn:'tlisc de.: resultados
quantitativos de aprendizado, depois de
observado neste momento (um ano mais
tarde) quando os estudantes estão cursando
uma disciplina de projeto c anúlisc de
algoritmos. A sua fixação das noções de
1.,::
utilizarmos o Astral dentro de disciplinas de algoritmos em estruturas de dados, de rJIIIIII'
l:tboralório de so.ftH•arC' para ensino de paradigmas de projeto de algoritmos c de ,~
estruturas de dados ao longo de um ano c análise de eficiência se percebe muito mais
meio, ministrada:> por três docentes, tivemos sólida que a de estudantes de semestres I~
oportunidade de verificar uma sensível
melhoria de desempenho dos estudantes
comparando-se com semestres anteriores,
anteriores.
1-"
,..,..,
I~
Agradecimentos
onde os laboratórios de software utilizavam
programação tradicional (sem animação).
Este desempenho destacado foi observado
Nossos agradecimentos aos professores João
Meidanis e Eliane Martins que se dispuseram
,..,
t:mlo nas ava Iiações durante a própria a utilizar o Astral em suas disciplinas assim 1..-r-
disciplina, quanto também vem sendo como aos estudantes envolvidos.
'~
I,......,.

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,'.....
·~

Rt'\ isla Drasilrir.~


rciiter. J.; Markcnson, L. Estmturas de Dados e seus Algoritmos. LrC, 1994 .

de lnfonnitie2 02 F:.d&KaC"il3 :+; I'Õ O1 - settmbro de 1997


,J.,.....
...

....,
.
l: 1/lf!!'
~
_,
~

ARTIGO (.)R I G IN AL-PES QUIS A

EDUCAÇÃO DE PACIENTES ATRAVÉS DE SISTEMAS DE


~ ACESSO PÚBLICO
~
~ Carla Valle- UFBA/COPPE/UFRJ
~ Antônio Augusto Ximenes - UFBA
Gilda Helena B. de Campos - Universidade Santa Úrsula
Ana Regina Rocha - COPPE/UFRJ
Alvaro Rabelo Jr.- UFBA
COPPE/UFRJ- Caixa Postal 68511
21.945-970· Rio de Janeiro - RJ.
e-mail: {carvalle,daroch a}@cos.ufrj.br
~
~ Palavras-chave: educação de p:1c1entes.
Resumo sistemas de acesso público. nroltimídia,
~ O processo de descentralização da qual idade.
eaee informação que·ocorre na área médica é 11111
.-e dos fatores motivadores para a conshução de
sistemas apoiados em computadores para a 1. Introdução
~

+
educação de pacientes . Entretanto, para que
este sistemas ·atinjam seus objetivos é Atualmente é fai.o reconhecido que
~ os pacieTites devem conhecer e entender os
necessário que possuam uma série de
~ características de qualidade rcl:'lcionadns no problemas relacionados à sua saúde c aos
trat.,mcntos que lhes são indicados, devendo,
~ seu conteúdo c à sua f'onua. Este artigo
também. ?3I"icipar das decisões sobre esses
descreve um sistema à ; acesso público para
~ educação de pacienk:. na área de medicina tratamenws e sobre possíveis cirurgias às
~ nuclear, especificamente sobre o exame de quais -.-enham a ser submetidos. A falta deste
...-e cintilografia miocirdica. Define, t:unhém,
l!ill Cf''ljUnto de requisitOS de quaf!dadc 3
conhecimento traz uma série de
crnscqüências relacionadas à falta de adesão
~ serem considerndos no desenvolvimento c a regimes alimentares c medicamentos, bem
~ a··~~-:~.::o destes sistemas. como a distúrbios psicológicos causados pela
carência de informações (Billault et ai.,
1995, Kahn 1993, 1993a, Kim & Watson,
Abstract i995).
The cescentralization rrocess of medicai A " educação de pacientes, nessa
information IS the major motivation for the nova realidade, baseia-se não só nas
construction and use of cornputer based informações fornecidas oralmente pelos
systcms for paticnt cducation. Howcvcr, in profissionnis de saúde, mas também na
ordcr to rcach thcir objcctivcs it is ncccssary utilização de materiais impressos, aüdio-
th:~t thcsc sy:;tcms havc á sct of CJUality visuais c, mais recentemente, computadores.
characteristics rei ated to thc information they Diversos benefícios são alcançados
providc and thc _way they are. This papcr com essa mudança. Em primeiro lugar tem-se
~ describcs a puhlic acccss systcm for pati cnt a descentralização e democratização do
educntion, on lhe ficlcl o f Nuclear Mcdicinc,
~ spccwlly about the Myocnrdial Ci ntigrnphy.
acesso à informação, pois os pacientes podem
ter essas informações sem a presença física
~ Italso defines a set ofquality rcquircments to dos profissionais da saúde, fora dos centros
be com~idcrcd on thcir dcvclopmcnt and
~ m édicos e até mesmo em suas casas, tendo
evaluation. acesso às mesmas quando e quantas vezes
~ considerarem necessário. Um outro beneficio

~
..-e
- :::::=--------=::: .,.,_.,
n~-Edcoaç2od~ P:aci('nlc~ :alr:n·ésdcSisl~ma~ de Accs<;o Público
- ,.,.,
ilfllll'
dessa mudança é a possibilidade de redução com as características e limitações do sistem2
dos custos envolvidos nos tratamentos.
Estudos tem evidenciado que pacientes que
de saúde. Computadores podem auxiliar no
processo de democratização e disseminaçã0
.,..,
utilizam materiais de apoio à educação têm de informações sobre a saúde e permitir que. ~
alta em menos t e mp o, tê m men os através deste conhecimento, indivíduos,
.......
necessidades de internamento, mostram-se
menos problemáticos em fases pré c pós
fa míli as e comu nidades assumam um papel
mais ativo nos cuidados com a própria saúde, .,
... Este artigo
cirúrgicas e têm reduzida, até mesmo, a
quantidade de medicamentos utilizados
minimizando a carga psicológica frente a
tratamentos, exames ou cirurgias bem como
......
descrev.e a contra dor. Em alguns estudos observou-se, diminuindo o uso de serviços onerosos e ~

experiência de
também, a redução de problemas c doenças
bem como a redução do uso de calmantes e da
desnecessários (Kahn, 1993, Abramson .
1996).
......
construção, f] ansic~a?e nos pacientes q~e utilizaram estes Para atingir a meta de ter os ~

- matena1s (K<1hn, 1993, Btllault ct al., 1995, paci entes conhecendo c p articipando ~
m·aliariio e "' J\br:unson, 1<J<J(i). ativamente em seus trata mentos, através da
........
implantação São muitas as maneiras de se
promover a utilizaç:ío de computadores na
utilização do computador como ferramenta, é
necessário produzir · soluções educacionais
......,
de um sistema I
educação de p·acientes, entre elas estão o uso adequadas aos indivíduos e ao seu contexto
r
,
de acesso
.
pub!tco para
educação de
b~ de sistemas especialistas, entr evistas
)· ; a poiadas por computador c hipermídias. J\s
. hipermídias utilizam som c efeitos visuais
podendo ser usadas para informar pacientes
co111 limitações, reduzindo ou até eliminando
social, sistemas fáceis de usar e baseados em
interfaces amigáveis.
Este artigo descreve a experiência
de construção, avaliação e implantação de um
sistema de acesso público para educação de
;::
r
pacientes... a necessidade de se ler textos nos meios pacientes, desenvolvido na Unidade de
r
conve ncionai s de dissemina ç ão d a
inCom1ação médica. No caso específico de
pacientes idosos, existe a possibilidade elo
Cardiologia e C irurgia Cardiovascular do
Hosp ital Univers itário da U n iversid ade
Federal da Bahia/ Fundação Bahiana de ;::
~ usunrio/pacicntc poder repetir, ex piorar 0\1
estudar um tópico de seu interesse, com o
auxílio do computador, permitindo um grau
de liberdade c conforto que os pacientes não
Cardiologia (UCCV /FBC). O sistema, sobre
o exame de cintilografia miocárdica, tem
como obj etivo auxiliar os pacientes que vão
r
rr
realizar este exame, na sua preparação para o
conseguem ter com os médicos,
principalmente devido à carência de tempo
dos mesmos para longos atendimentos c
mesmo, buscando reduzir a carga psicológica
normalmente associada à realização de
exames que envolvem medicina nuclear. Para
rr
explicações (Siatcr ct ai., 1994, Kabn, um melh or entendimento do contexto do
1993a). trabalho são feitas considerações sobre o uso
No caso elos sistemas especialistas de sistemas de acesso público na educação de
para apolo à educação de pacientes muito
ainda há por f.1zcr. Algumas experiências são
positivas, como obscrv!t Abramsou (1996)
pacientes e descritas algumas experiências
semelhantes disponíveis na literatura. rr
referindo-se a um s istema especialista de 2. Sistemas de Acesso Público e Educação
apl icação geral que tem como objetivo de Pacientes
auxiliar- na prevenção de doenças e nos
primei ros socorros. Outra experiência Sistemas de Acesso Público.
pn!'itiva é descrita por Kim c Watson ( 1995), bnscados em computadores, são utilizados
~Pbrc a uti lizt1ção de um sistema especialista para auxiliar na dissem inação de in fonnações
para auxiliar os pais de pacientes, em suas elas mais diversas naturezas. Alguns
. prt'1prias casas, no conhecimento c na e xempl os de utili za ção podem ser
idcnti fi cação de problemas relacionados à encontrados com a finalidade de informar a
kut"l'tllia infantil. local izaçiio espacial de uma loja em um
A educação de pacientes apoiada shopping center, preços c características de I
por computad o r pode contribuir para produtos em lojas e aeroportos, informações tJIIIIIíi"
solucion·ar um grande desafio ético, político c bancárias, horários de transportes públicos
econômico: o problema de conciliar as em estações ferroviárias c rodoviárias e
necessidades e expectativas dos pacientes programações em centros culturais ou

Rnist:a Bra:<ilcira de Infunn:ítica un Educ>~ção * N" OI- setem bro de 1997


Artigo- Educllção de !':.cientes através de Sistemas de Acesso Público

quadro clínico é considerado estável, os entusiasmados com a possibilidade rle


médicos a liberam para voltar para casa. A combinar diferentes sintomas e de entende:
partir desse momento, o paciente deverá como poderiam ajudar as crianças ness~
passar vários anos alternando entre casos. Por último, verificou-se a adequação
intcmnçõcs c tratamento em casa. Durante de um monitor touch-screen para esse tipo de
esse período os pais necessitam reconhecer aplicação . Usuários inexperientes
sintomas, em seus filhos, e notificar o rapidamente se mostraram aptos a utilizar o
hospital na ocorrência de determinados sistema, devido à facilidade oferecida pelo
problemas. uso deste equipamento. Esse recurso também
A proposta do sistema Guardian é foi utilizado para as próprias crianças
suprir a necessidade de contato com hospitais apontarem na tela as partes do corpo onde
no caso de problemas simples. Os usuários sentiam dor, facilitando assim o diagnóstico.
finais desse sistema são os pais ou os Nesta seção apresentamos os
n~spo nsávcis pelas crianças, que farão uso do sistemas de acesso público c sua aplicação na
sistema em suas próprias casas. O modelo educação de pacientes. Foi possível perceber
escolhido pnrn apresentação das infonnações que o uso da multimídia, nessa categoria de
foi o de Pe1gunta-Resposta porque é o mais aplicações, é adeq1,1ado e pode ser de grande
próximo do inodelo real utilizado por valor para a transmissão de informações. Na
médicos e pacientes. O usuário começa a próxima seção relata-se a experiência da
utilização respondendo à s questõ es construção de um sistemas de acesso públ ico
apresentadas c o sistema avalia uma a uma as na área de Cardiologia.
rcspostns. Dependendo da gravid<1de dos
problemas pode haver uma intcrmpção para a 3. Um S istema de Acesso Público para
~ chamada de emergência de um médico, que Educação de Pacientes sobre o Exame de
pode ser feita automaticamente pelo sistema Cintilografia Miocárdica
através de uma rede ligada ao hospital local.
Após uma primeira avaliação foi A Cintilografia Miocárdica é um

~
possível verificar alguns resultados com exame cardiológico que tem como objetivo
rclnção fi utilização do sistema Guardian. Um avaliar a circulação do sangue no coração de
problema apontado relac ion ava-se à pacientes. É realizado em duas etapas
apresentação de informações que causavam consecutivas: o teste de esforço e o exame em
medo aos usuários. Para tratar esse problema, repouso. Na primeira etapa, o paciente faz o
foi criado um "botão de humor", que pennite teste de esforço físico, numa esteira em
acesso a vídeos com situações engraçadas. movimento. Em seguida, recebe uma injeção
Outro resultado alcançado foi a verificação de contraste e vai para a gama-câmera, onde
ela motivação oferecida pelo sistema. Os sí'io feitas imagens do coração. Na etapa do
usuários mostraram-se extr emamente exame em repouso injeta-se o contraste e, em
fUV t:r:,c J·:.•.~ ff't; tLY: f~; seguida, o pac iente se dirige à gama-câmera
FOO n;t; ro~ =-oc FEt:: !=a:;
para uma nova seção de imagens.

tuccv
~Ftx; f;;t:l F!X: rf;C F,E>;; FS:::
rP.C f'I3C f'1.!l; r t:JC; f!.tC PL'O
f-1JC Fficr!_l..._.. FX ~b: Fey;;
~
A realização desse exame exige
F?;Ç .e eç. ,r"K; FE"C FI<; !'ir:
FSÇFECF~~F.~FeG~~
alguns cuidados aos pacientes. Existem
.rtv:; F'r;c Ff;>: "1':-1; rr:::; .f{r~ Unide<:l-3 ~ Cartiolocja e Clrurgis Vo~çulesr restrições quanto a alimentos proibidos ou
roc ,.ro r!;'C :r>; <zy:. rir
i'?X: roc r X. F!'(; rr;.:; FD:; não indicados nos dias que antecedem o
!'W) fOO!'~V:: Fl:lC rtr. Ff1::
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Fl'ltl roc 1 t>:'
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f,:; F8Ç Ff't:> N1..'
.rw rrç rfJl~
1NFI3C
l=und~ B.ahiamJ do Cardiologia
exame, trajes não apropriados para a
realização do exame e observações sobre
m edicamentos . A não observância da~
Fu; f!7:: r!.': •oc rF.r-:. •tt:;
f'f!<'; FEÇ F(!C I<~ F.f)';; Ft;r, restrições alimentares, por exemplo, impede
Ft~r. r~ r~~:: rtJC rK> Ff(:
F('C BCr g:: ryy:; /l'Ç f'fll~ a realização do exame. Além disso, o fato de
''"l": ex ~XI'fP'il~oe
r!=V:' rt;C . ., • ~J\,.... rl'4' Cintilografia Miocárdica ser um exame de Medicina Nuclear provoca
~a: ·:fC .~qo; =-oc ~A.; ~
.,., ,_:' '...
r:"(l"; ru; I t'C ~"()t) f'f"t; .ro-;
·-. . . : . . . : uma série de receios que precisam ser
_e-. ç;. ..-:- Fet: , f~ ,., f,~ ~?~~:-AQUI . ~A~ INI.CI~R . esclarecidos e eliminados.
!l'C frt:;J'T!f'; 'ú; EO
~!:?;
rflC r.cc f1:o<; Fpr. r ( •':. !(t; Para fornecer estas infonnações
rn= r~: ."!'-: rrr..· !('6'; rr~:
rr.·; rp-:': .-;:a.· rr. r-"1·' foi desenvolvido, na UCCV /FBC, um folhet<•
explicativo entregue ao paciente quando este
Figura 2 - Tela de Apresentação do Quiosque marca o exame. Quando a marcação de

Revista Brasileira de Informática na Educação* N• 01 - setembro de 1997

~ ~ ,~-·~~_,:::' l'"c'!'.:L.. ·-...F:- --··- - . ' : . · · ~-

.....
~

~ Revi~ta Brasileira de Informática na Educ2çio x ...,- 01 - ~nnbro de 1997

1t ~refone. ~ mformaçõcs
pactente pela recepcionista
~ ~r~icina '\Z uclear. Após vários
in_ do es;cs procedimentos
.-e':·
l~ - ~e que. amda ass im , muit'Js
..e -o seguiam as recomendações
~
(u
mesmo e pcrma:1cciam com
c medo. Por iss~) .. muitas vezes,
~ m p:tra realizar o exnme sem as
..;e ções necessárias ou não compareciam
:i- r medo. provocando com isso o adiamento
~ mesmo e grandes prejuízos financeiros,
lllil!r ém de deixar um horário desperdiçado
u:uuJ,, existem vúrios outros pncicntcs
..iê
e. esperando para rca I izar este exame.
~~ Essa situaç;1o levou a equipe

Ja
médica do Setor de Medicina Nuclear a
buscar uma solução altemativa. Surgiu,
~ assim, a motivação para a constmção de um
.-e sistema de acesso público para educação de
pacientes sobre o exame de cintilografin
~ miocúrdiea.
~ O primeiro ponto crítico no
-1 .-
~ desenvolvimento Jc aplicações médicas
direcionadas à educaçfío de pacientes é a
-el detcnninação do conteúdo ela informação a
ser transmitida e de sLw forma de

+
""t Figura 1 - Quiosque do Exame de Cintilografia Miocárdica

;.l~
apresentação. Para contornar este problema,
a cspccilicaçilo do conteúdo das inronnaçõcs niio provocar dúvidas nos usuários/pacientes
~ presentes , 110 siSICill:1 l"oi feita, c a interface deveria tomar fácil e agradável a
fundamentalmente, através de entrevistas uti lizaçiio do sistema.
~
Cs Considerando-se a natureza do
com o cardiologista responsável pelo Setor
~ de Medicina Nuclear da UCCV/FBC. sistema, optou-se por um desenvolvimento
~· O gmpo de usuários para o qual o através da construção de protótipos. Assim
~
;l!JI;
desenvolvimento do sistema foi direcionado
é formado pelos pacientes da UCCV/FOC
sendo, antes da versão atual (3.0), foram
desenvolvidas outras duas versões, validadas
.-e que foram indicados para fazer o exame de com o médico e com um número restrito de
usuúrios/pacicntcs, para que se alcançasse
cintilograli:l miodrdica. A classilicaçiio
~ destes . pacientes quanto à escolaridade, um grau satisfatório de apresentação do
~ fornecida pelo chefe do Setor de Medicina t. conteúdo e da interface utilizada.
=-
' A versão atual foi implantada na
~
ou
Nuclear, é a seguinte: analfabetos: 10%, 1°
grau completo: 40%, 2.ll grau completo: 30%, UCCV/F BC em fevereiro de 1997. O sistema
~ nível superior completo: 20%. Essa está instalado em um quiosque para
~ classificação teve grande importância na aplicações multimídia com tela sensível ao
'r"
definição c adequação do conteúdo utilizado toque, na recepção do Setor de Medicina
~ no sistema . Nuclear(figura 1).
.i!:· Por se tratar de um sistema baseado Na tela de apresentação do sistema
Jt.
ca
no uso de computadores para um grupo,
previsto, de pessoas onde a grande maioria
inicia-se o processo de adaptação
/aprend izagem ao uso da tela sensível ao
~~ nãe têm conhecimento e hábito de uso destes toque. O sistema fornece uma mensagem
tlfl/ll!>:, cquip.,mcntos, além do cuidado com n indicativa de como iniciar a n'avegação
C<;
·.. gua;em c os termos médicos utilizados, (figura 2).
~ -se um:1 grande importância a aspectos de Na segunda tela apresenta-se uma
~ rfacc O conteúdo necessitava ser breve explicação sobre a indicação do exame
pn :r~udo de forma simples c clara, para c o usuúrio deve, então, fazer uma escolha
.-e
tlfll!>j
Autores - Carla Valle, Antônio Augusto Ximencs, Gilda Helena B. de Campos, Ana Regina Rocha e Ah<L'"O R~'- ·-

~
~
~.
4.rti~- Educação dt Pacientes atravé~ de Sistemas de Acesso Público

Figur~ 3 -Tela de Escolha dos Principais Módulos Figura 4 -Tela sobre "Alimentação"
do Sistema
entre as duas principais opções oferecidas: PRÓXIMO. A figt1ra 4 mostra, como
"0 que você precisa ·saber para realizar n exemplo, uma destas telas.
Exame" c "Informações Adicionais" (figura N'o c o n t ex t o d a o p ç ã o
3). Essa divisão foi sugerida pelo "Informações Adicionais", o usuário
cardiologista responsável pelo Setor de encontra as seguintes telas de informações:
Medicina Nuclear com o objetivo de destacar Por que alimentos proibitlo.v?, Devo vir
as principais informações necessárias para a acompanhado?, Radioatividade tem risco?,
realização do exame e de outras informações Exame por Convênio, Cintilografia e
complementares. Tem-se, assim, no sistema, Cateterismo, Alcool e Fumo, Como é o
uma primeira parte de cunho mais Exame?. As figuras 5 a 9 exemplificam as
informativo, seguido de outra com caráter telas desta opção.

+ mais educacional.
No contexto da opção "O que você
deve saber para realizar o Exame", o usuário
encontra as seguintes telas: Alimentação,
Medicações, Duração do Exame, O que
4. Avaliação do Sistema sobre
Cintilografia Miocárdica

4.1 Qualidade de Sistemas de Acesso


fazer no dia do Exame, Resultado do Público para Educação de Pacientes
Exame, e, Se você não puder vir. Em
qualquer uma das telas desta opção, existe Qualidade é um conceito
uma barra na parte inferior da tela com a multidimensional que envolve tanto as
mensagem "Toque na Opção Desejada" c pessons que desenvolvem software, quanto ~
com dois botões para navegação, o botão de aquelas que farão uso do mesmo (Basili & t_
RECOMEÇAR e o botão de seguir para o Musa, 199 I, Collins et al., 1994).

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I
F'
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...
Figura 5 - Tela sobre Radioatividade Figura 6 - Tela sobre "Como é o Exame?" --
e
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Rnista Br:asiltira de Informática na Educação* N' OI -setembro de 1997
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Revista Brasileira de Informática na Educação* i'i OJ - Jdeatbr-. de 1997
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··~nti:·'··~i~-l!í'.,;·.;·(.,,
.... ~u~.·,.,~r~~.:~{:t,
....

.-e Figura 7 -Tela sobre "Como é o Exame?" Figura 8 - Tela sobre "Como é o Exame?"
~
Pode-se definir qualidade de software como o a.tributos propostos foram identificados a ·
~ conjunto de propriedades a serem satisfeitas partir de trabalhos anteriores realizados na
~ em um detenninado grau, de modo que o . COPPE e na UCCV/FBC (G. H. B. de
~ software satisfaça as necessidades de seus Campos, 1994, F. C. A. Campos, 1994,
usuários. Entretanto <pwlidadc não pode ser Oliveira, 1995, Blaschck & Rocha, 1995,
~ definida universalmente, ou seja, deve ser Pavel, 1995) e da literatura especializada
~ definida para um item/elemento específico. (ISO/JEC 1991, Lea, 1988, Basticn & Seapin,
~ Para cada produto de software existe um 1993, Hix & Schulman, 1993, Kahn, 1993,
, ~·
conjunto de características de qualidade mais 1993a, Russo & Boor, 1993, Blattner, 1994,
~· adequado. Esse conjunto dependerá da Carpenter, 1994, Collins et al., 1994, ·
Kleinholz & Ohly, 1994, Kv;wik et al., 1994,

+
natureza e do uso que se espera fazer do
~· produto. Marchionini & Crane, 1994, Nielsen & Levy,
~ Sistemas de acesso público são 1994, Register & Gerone, 1994, Sears, 1994,
~ sistemas que devem ter o seu uso possível por Scllcrs, 1994, Slalcr et al., 1994,
"""
.-.e. pessoas com qualquer grau de conhecimento Balasubramanian & Túroff, 1995, Billaut et
em computação. Esta característica exige que al., 1995, Garzotto et al., 1995, Kearsley &
.-e. estes sistemas tenham um alto grau de Heller, 1995, Kim & Watson, 1995,
qualidade. Nos sistemas de acesso público, o Mongerson; 1995, Vctter et al., 1995,
~· ') controle da qualidade deve ser realizado para Niclscn, 1996).
~· avaliar diferentes aspectos do sistema, como De acordo com o modelo utilizado,
~..... por exemplo, a legibilidade do texto os atributos de qualidade foram organizados
cons iderando a tipografia/ortografia e segundo três objetivos de qual idade:
~ gramática, a existêt~cia de sons audíveis e uti/izabilidade, conjiabilidade conceitual e
~ dados processados de forma adéquada. a
í'......
interface utilizada, a organização do banco de
~
I dados, a clareza de gráficos e vídeos, · a
~ integração de sn!'twarc é hnrdwarc, entre
outros. Entretanto as propostas sobre como
avaliar esses sistemas são escassas c
incompletas. Neste trabalho partimos do
modelo proposto em (Rocha, 1983) e
~ ... definimos um conjunto de atributos de
qua.idade que devem ser considerados na
avaliação de sistemas de acesso público para
educ-~ão de pacientes. O conjunto definido
;::.ribulos que atendem aos requisitos de
d:lde, considerando os pontos de vista
desenvolvedores, dos médicos c dos
usuários desses sistemas. Os Figura 9 - Tela sobre "Como é o Exame?"
~
1!-ot•

~
Avtor~s- C'arla Valle, Antônio Augusto Ximencs, Gilda Helena 13. de Campos, Ana Regina Rocha e Alvaro R.abelo ;-

--e
-e
~
i:

~rtij:!O - Educação de Pacienles atrnés de Sisfem2s de Acesso Público


.,.,
,.,..,
confiabilidade da representação.
Uti/izabilidade é um objetivo
acrescentado a estes, Operaciorw!idade. q-..e
.,.-
por apresentar especificidades para o caso de ~
fundamental para a qualidade de um produto Sistemas de Acesso Público para Educaçãc .
de software e considera as diferentes formas de Pacientes será discutido a seguir. ~
de sua utilização, durante as fases de Operacionalidade, refere-se ao
desenvolvimento e uso. Do ponto de vista dos conjunto de atributos relacionados à .,.-
desenvolvedores de software, garantir a
presença de atributos relacionados à esse
facilidade de utilização do sistema pelos
~
-
objetivo significa garantir que as atividades
usuários finais, os pacientes. Este conjunto
inclui os seguintes atributos : -
relacionadas ao d esenvolvimento e apreensibilidade (características do sistema
manutenção do software possam ser que tornam fácil o aprendizado de sua
realizadas com qualidade e facilidade. Do operação), facilidade de localização da
ponto de.vista dos médicos, a cujos pacientes informação (características que
o sistema'é destinado, esse objetivo tem uma possibilitam, com facilidade, a localização
grande importância porque atingi-lo significa dos diferentes assuntos), facilidade de
garantir que o sistema tem características memorização (características que facilitam a
adequadas aos seus usuários (os pacientes) e
que, ao surgirem necéssidades de alterações
memorização de informações importantes),
uniformidade (câracterísticas que fazem o
_.,
e/ou de introdução de novas informações, sistema comportar-se sempre de fonna
estas poderão ser realizadas num tempo hábil similar, permanecendo compreensível e
c cóm custo aceitável, mantendo-se a familiar para os usuários), interatividade
qualidade desejada para o produto. Do ponto (característica do sistema possuir uma
de vista do usuário final (os pacientes) os interface interativa, onde o controle esteja, na
atributos de qualidade relacionados a este maioria dos casos, com o usuário), motivação
objetivo referem-se a caracterís ticas (características do sistema que tornam sua
relacionadas à facilidade de uso do sistema e utilização motivadora), auxílio em situações
<'t satisfação do usuário com o seu uso. de erro (característica do sistema dar apoio
 A necessidade de atender estes aos usuários em situações de erro), evidência
~ diferentes pontos de vista, com relação à
util izabilidade do sistema, sugere os
de inicialização (características do sistema
que tomam fácil a sua inicialização e/ou
di fercntes atributos a serem considerados reinicialização), conforto da estação de
para . os sistemas de acesso público para trabalho (característica do sistema estar
educação de pacientes. Entre estes, devem ser in s talado e m equipamento de uso
considerados os seguintes atributos, que por c on fort á vel , qu e po ssua d im ens ões
serem comuns a qualquer tipo de software adequadas aos diferentes tipos de usuários,
... as não se rã o dis c utidos neste artigo: sem requerer dos mesmos desgastes físicos
Mcmutenihi/idade (conjunto de atributos desnecessários), p rivacidade (característica
illformações referentes ao esforço necessário para fazer do sistema estar instalado em local que
fornecidas são, t; modificações específicas no software), garanta a privacidade dos usuários finai s
Portabilidade (conjt,mto de atributos que durante o seu uso) e localiza ção
em geral, tornam possível a execução e operação em (característica do sistema estar instalado em
informações configurações e equipamentos diferentes local visível e de fácil acesso).
daqueles para os quais o produto foi A Co11jiabilidade Conceitual
médicas que originalmente criado), Eficiência (conjunto refere-se às características que garantem que
precisam ter~· de átributos referentes ao relacionamento um produto de software atende a seus
.~~: entre o nível de desempenho do software ,e a requisitos, no que se refere ao seu conteúdo.
assegurada a '~ quantidade de recursos utilizados, sob Portanto, avaliar e garantir a confiabilidade
inexistência de ;l:~1 condições estabelecidas), Reutilizabilidade conceitual está relacionado a avaliar e
(conjunto de atributos refere ntes às garantir a confiabilidade do conteúdo das
eri-·os... características que tomam o sistema, ou parte informações do sistema. No caso desistem~
dele, possível de ser reutilizado em outros de acesso público para educação de pacientt>S
s istemas), lmef('mentah ifidade (conjunto de
atributos referentes às características que
esse objetivo tem fundamental importânci2.
pois as informações fornecidas são, em geral.
,_..,.
tornam possível a implementação do informações médicas que precisam ~-=~
sistema). Um último atributo foi assegurada a inexistência de erros pois. c:

Rtrist:a 8r:oc'<ileira de lnfonn:\l ic;• na Educaçiio * N' OI - $etembro de 1997 e


,.e·

e
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.,...

L..,. · c·s"~"-# , .. _

Artigo- Educação de Pacientes através de Sistemas de Acesso Público


,..,
,..,
usuários percorram caminhos altemativos de médico responsável pelo Setor de Medicinã ,.,
acordo com a sua necessidade e interesse) c Nuclear e um pequeno número de pacientes ,...,
disponibiUdade de atalhos (existência de da UCCV /FBC. O objetivo destas avaliações ,.,.,
"atalhos" que facilitem a busca de foi fomecer subsidias para a realização de
informações para usuários experientes ou melhoramentos no sistema e construção da1: ,_,
com maior facilidade de uso do sistema). novas versões. fl1"'P'
Os atributos de qualidad e
4.2 Avaliação do Sistema sobre identificados foram considerados como os fi"""'
Cintilografia .Miocárdica requisitos de qualidade do sistema sobre o ,_.,.,
Exame de Cintilografia Miocárdica. Para a fi"""'
t\ ava lia ção dos protótipos avaliação do quiosque na versão 3.0 foram
relativos à versão 1.0 c 2.0 foi feita com o considerados estes atributos c três pontos de
....,
fl1""'

+
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I Figura 10 - Ficha de Avaliação do Quiosque Multimídia sobre Cintilografia Mioeárdiea ,..


RHista nra~ilt>ir:l clí' I nfonn:ítica na F.dur.:açio *~-O I - 5etembro de 1997
,
,."
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-
--... dos médicos do setor, dos pacientes e a ~
Revista Brasileira r! e Informática na Educação • N" 01

falta de percepção do uso dos botões de


-~lembro de 1997

-. ~rvação da recepcionista sobre a


:=-:inção do sistema pelos pacientes. Para
zar a avaliação foram elaborados três
navegação (alguns pacientes acharam
que o sistema passaria as telas
automaticamente, sem a interferência do

.,., _.,.tionários onde cada pergunta avalia se o


tema atingi u um dos atributos
1ificados (Valle, 1997). A Figura I O
usuário);
,... desejo de mais informações ou de
detalhamento das informações
... 0 resultad{)
da avaliação

--
ra. como exemplo. pnrtc do questionário fornecidas; com a equipe
~ndido pelos pacientes. Para facilitar a ,... desejo de informações mais objetivas
r.1precnsão, pelos leitores deste artigo, da quanto à alimentação; médica
~. oorrelação entre o question:hio c os atributos ,... s:~tisfação por ter encontrado
mostrou I 00%

--
"denrificados foi' colocado em itálico ao lado informações sobre o item
cada pcrgtintn o atributo que está sendo radioatividade, e, de satisfação
ã\õlliado através da mesma. ,... satisfação por ter as informações
O resultado da nvnlinção com n disponíveis de forma objetiva e de fácil
com relação ao
eq-Jipe médica mostrou 100% de satisfação assimilação. sistem~ ..

..
t::'
;
~ relação ao sistema. A avaliação pelos
pacientes foi realizada, inicialmente, durante
ma sema na com os pacientes da
üCCV / FBC, que ao marcar o exame
5. Conclusão

Este artigo apresentou uma


Jt~

uti'izavam o si~tcma. Após a utilização experiência de construção, avaliação e


>eceb iam um questionário. Foram implantação de um sistema de acesso público
p;eenehidos 19 questionários por pacientes para a educação de pacientes. A utilização do
com idade entre 42 c 81 anos dos quais 8 do sistema pelos pacientes que vão realizar o
sexo feminino c 11 do sexo masculino. exame de cintilografia miocárdica tem sido
Foi possível observar, a partir das contínua e os resultados obtidos com a

+
respostas dadas pelos pacientes, que em todos primeira avãliação realizada, bastante
~s itens a . avaliação foi positiva. A positivos. A partir da experiência de
observação da recepcionista, na maioria das utilização pelos pacientes da UCCV/FBC,
questões co nfirmou :1s opiniões dos estão sendo realizados melhoramentos
pacientes. Entretanto, algumas vezes, os atendendo às observações recebidas dos
?acientes foram otimistas com relação a seu próprios pacientes. Os resultados obtidos nos
uso do sistema. Por exemplo, na questão estimularam, também, a continuar o projeto e
:elativa à facilidade de uso, a recepcionista se está desenvolvendo um novo sistema,
aYaliou que 5 pacientes apresentaram algum sobre o catetcrismo cardíaco.
Üf>O de problema, enquanto que apenas 1
paciente aval iou o sistema de modo Agradecimentos
semelhante. O mesmo ocorreu com relação à Este projeto teve apoio do CNPq,
~acilidade de achar informações. Na do Programa RHAE, da FINEP e da IBM-
a'·aliação da recepcionista 6 pacientes c Brasil ao.i quais os autores agradecem. Os
::prescntaram dificuldades neste item autores agradecem aos avaliadores do artigo
enquanto que na avaliação dos pacientes, por suas valiosas sugestões e ao editor da
apenas 2 apontaram ter alguma dificuldade. revista pelo apoio na elaboração da versão
Com relação' a outros comentários, final. Agradecem, também a Claudia Gama,
~s observações recebidas referem-se à: Catarina c Patricia Cox pela colaboração na
~ falta de percepção quanto ao uso da tela implantação c avaliação do sistema na
sensível ao toque; UCCV/FBC.

c-.. t m ,:r;...:. .. :at.......x.woo:;a&:c_.;:;G.m'-'111 J'fiiiiiiJii::::u:;::anwwae aae~~:uxz:aa

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.....- ~utore~- C<trla Valle, Antônio Augusto Ximencs, Gilda Helena B. de Campos, Ana Regina Rocha e Alvaro Rz..h.e·: : ·
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~111~- ( ·arla Valll-. Antônio Augusto Ximcncs, Ciilda Helena fl. de Campos, Ana Regina Rocha e Alvaro Rabelo :-
.....
~

.ç -

VIII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação - SBIE · ~ ç-


Sociedade Brasileira de Computação (SBC) ,..
Comissão Especial de Informática na Educação (SBC) .,e=-
Instituto tecnológico de Aeronáutica (ITA)
São José dos Campos, 18 a 20 de novembro de 1997 ,.,
~

fl/11!!!""'
~
__..,.,
_,_,
r/lfl!!!1"
O Simpósio constará de sessões técnicas, que incluem a apresentação de
artigos e comunicaçõ~s, minicursos, objetivando a apresentação do estado da arte em
tópicos relacionados, painéis, proporcionando um espaço para o debate de questões
_.,

relevantes relacionadas ao tema do simpósio, worksltops, objetivando a troca de idéi as ~


c experiências entre profissionais atuando em instituições de ensino e pesquisa,
conf<'rências, telcconferências e exposições de produtos comerciais e acadêmicos,
,..,
.
equipamentos c produtos diversos. ~
~
O Comitê de Programa do SBIE'97 analisou e selecionou os seguintes
workshops, a serem apresentados no evento: "Teses ele Mestrado e Doutorado de ~

+
Informática na Educação em Andamento", "Sistemas de Tutoria Inteligente Aplicados
à Educação e Treinamento" e "A Internet e a Aplicação de Redes na Educação: O
Projeto Kidlink no Brasil". Os seguintes conferencistas foram convidados e, em
princípio, estarão presentes: Benedict du Boulay, University ofSussex, UK; Carlos José
,.,
f"""'

Pereira de Lucena, PUC/Rio; Hermann Máurer, University ofGraz, Áustria; James M. f"'
Ragus a, University of Central Florida, USA; Jean Paul Jacob, IBM A lmaden Research t""
Center/University of California, Berkeley, USA; Robert Aiken, Temple University, ~
USA; Saul Greenberg, University of Calga1y, Canadá. Além de proporcionar a
divulgação da produção científica, o SBJE'97 será um rico ambiente de discussão sobre ~
a atual situação da informática na educação, tanto no Brasil quanto em outros países. ~
Desta forma, a participação da comunidade científica e demais profissionais da área é ~
. de fundamental impot1ância na medida em que a experiência e conhecimento de cada
~
um auxiliarão na obtenção de um melhor entendimento de temas tão complexos e
fundamentais para nossa sociedaae. I!"'
~
Para infonnações adicionais atualizadas, veja: .....
.,.,
URL: http://www.comp.ita.cta.br/~sb i e97/
e-mail: sbie97@comp.ita.cta.br llflii'
Coordenador SBIE'97: Prof. Nizam Ornar (ITNIEC) ~

-
'rti~:o -UCEI'\ClATIiRA EM I~FORMÁ TICA- Uma questão em :aberto .,...,
~

,_,.
re-envio a confrontação argumentativa ao
espaço público e ao diálogo". E competência
Informática é uma área conte .~ ·~e-2.
computador acaba de completa= .5: sz~ : :
.,.,
existência), não tendo ainda arlqm:nCo 'C-
decisória , que exige a visibilidade do outro,
,.,..,
~
em voz c ação, para coletivamente
'estabelecer destinos comuns, "e sem a qual
todo mundo público se reduz a um espaço
puhlicitário (mtma acepção muito longe da
núcleo de conhecimento sedimentado.
Sendo assim, questiona-se: pode !
Informática ser considerada uma nova área ê-:
conhecimento? Uma nova disciplina? Te-
,
de Habermas) , criando a fantasmagoria de estatuto epistemológico para tanto? Ou elz. ~
opções ilusórias, porque antecipada e representa a evolução de conhecimentos JG. ~
exclusivamente definidas". existentes? Ou seja: o que constitui o objeto ~
Com base nestas concepções, de estudo em informática? Qual o papel do
admite-se que uma disciplina , quando professor de informática na escola? De que ~
inserida no currículo escolar, deve atender a
objetivos bem claros c ser relevante para
formação do cidndão, consciente de seu papel
forma a informática entra na escola? São
questões que requerem respostas urgentes
antes que sejam formuladas políticas que
..,.,.,
""""'
...

na sociedade. Nesta ótica, percebe-se que a conduzam a uma supervalorização ou ~..


disciplina llistória está presente no currículo subestimação da informática no âmbito ~
escolar porque o conheéimento do passado é educacional. A procura das respostas a estes *'
condição para a compreensão do presente e questionamentos leva à necessidade de se ~
para a construção do futuro. A Lingua conhecer o terreno em que a mesma está ~
Portuguesa. como meio de comunicação e . inserida.
expressão, assim como outras linguagens tem Inicialmente, é importante verificar ~
também papel preponderante na formação do quais são as demandas atendidas pela ~
estudante. E através desse instrumento que o informática no espaço educacional/escolar.
homem expressa seus pensamentos e tem De forma geral, pode-se admitir que a
~
acesso ao conhecimento cultural acumulado· informática na educação é uma área .........
+
ao longo da história. As Ciências trazem o abrangente, caso sejam considerados os
conhec imento elos fenômenos físicos, aspectos usualmente abordados nos cursos
químico::;, hiolngico::;, geográficos, etc, que oferecido~ pelas diversa~ agências, sejam
cercam o homem. Em conjunto com as estas universitárias ou não. Abrangem tais
Ciências Humanas, contribui para a cursos os seguintes conteúdos:
construção de um futuro e de uma sociedade >- conceitos básicos sobre computadores: o
de melhor qualidade, o que vai se expressar que são, como funcionam, arquiteturas,
em um ambiente onde a prioridade é o bem características;
estar de todos. Com os conhecimentos >- uso de utilitários ( editores de texto,
... Será esse o adquiridos na disciplinn Matemática, gráficos, planilhas, etc.);
conteúdo estimula-se a capacidade de raciocínio, a ,.. uso de internet/intranet ( correio r'
lógica que permite in rcrir, criar, construir o eletrônico, navegação em páginas
básico próprio conhecimento. E, com a Educação wcb,etc.);
Física, amplia-se o co~ecimento do corpo e >- uso de software educacional ( ciências.
necessário ao das potencialidades de realizaçã<f do ser línguas, etc.);
aprendizado ~
humano no ambiente em que vive e convi ve. ,.. uso de software educacional de apoio ao
Visualizado desta forma, o processo de aprendizagem;
da informática currículo expressa o acúmulo de >- conceitos de programação - algoritmos,
na escola?... . conhecimentos adquirido ao longo da história linguagens, etc ..
í4 da humanidade e que tem sua dinamicidadc Será esse o conteúdo básico
r~ próprill dada às mudanças que ocorrem necessário ao aprendizado da informática na
··· diuturnamente no ambiente flsico e sócio- escola? Para atender ao estud o e
cultural. Daí porque foge à natureza do desenvolvimento destes conteúdos e
currículo ser estático, ao contrário, é mutante, habilidades haverá necessidade de ser criada
tanto quanto o conhecimento humano. uma nova disciplina? São questões que se
Observa-se também que as di versas
:írcas do conhecimento abordadas uo ensino
impõem no debate sobre a instituição da
Liccncintura em Informática. E em
,.,..
b~tsico, tais como, Matemática, Física, decorrência: será deveras necessário um
História, etc. tem origem milenar, enquanto a novo professor para dar conta desta tarefa? ,_:11'

Rnista Brasileira de Informática na Educação* N' 01- setembro de 1997

e:'
~
Revista Br-asileira de Informática na Educação*~- 01- setembro de 1997
~
~
Examine-se, um a um, os aspectos ocorre também com relação à Informática. A
~ relativos aos conteúdos e habilidades na área p rogramação, tal qual o raciocínio
da informática na educação anteriormente matemático, é importante para ajudar o
~
dcsta~ados. indivíduo a raciocinar, a o rgani zar e
~ E-:1 relação à apreensão dos concatenar idéias, pensamentos, enfim , a -.. constata-se sim.
~ conceitos ~ásicos sobre computadores, sistematizar. A lém disso, uma parte
ronYenha-:;c que se os alunos serão apenas substancial da informática é o estudo das a necessidade da
P3 ustcirios do computador, este itern não linguagens (sintaxe e semântica) e cabe à organização de
~ precisa. necessariamente, se constituir em Lógica Matemática o estudo das linguagens.
*"!!!! objeto de estudo. Na realidade, o que se torna Assim sendo, indaga-se: por acaso o Cursos Técnicos
imprescindível é que o aluno se aproprie do professor de matemática não seria capaz de
.-.!! conhecimento búsico sobre as máquinas trabalhar o conteúdo de algoritmos e
em Informática
~ eletrônicas. o que j:'t se constitui, ou pode se linguagens de programação com seus alunos? com o objetivo
t'''ns!ituir, mall-ria das discipl inns de físi ca, , . Pelo ~xposto, a conduta P?líti co- ~ principal de
-e química. etc. pcdagog1ca mms acertada, talvez seJa a de
~ No 1ocanll' aos utilitúrios. como o rever os conteúdos específicos das discipli- , capacitar
próprio nomç indica, só t':17. sentido se f{m.:m nas existentes no currículo do ensin o funda- ,}.; ., l
~ utilizados para atingir algum objetivo. Assim
. d d. d .
menta I , atua I1zan o-as rante os Impactos
., ! pe.,soa ...
~ sendo, o professor que, em determinadas da nova era - a era da infom1ação - incluindo
~ circunstâncias, necessitar em suas atividades em cada uma delas os conteúdos referentes a
do uso desses sistemas (p.cx.: o ed itor pelo informática. Aceitar tal perspectiva sign ifica
-..; professor de pnrlugu('s: o editor gr:'lfico pelo encarar estes con hecimentos nn ót icn dn
~ profc~sor de artes; planilha pelo prorcssor de intcnlisciplinaridacle c da transdisciplinarida-
matemática), poderá "ensinar" as técnicas de dc.
1111!5 uso desses utilitários e fazer com que os Para demonstrar a força deste
~
- alunos as utilizem de modo apropriado. Isto é, argumento, sugere-se a efetivação de um

+
em um co ntexto onde haja reflexã o, exercício de abstração, estabelecendo-se um
~' construção, criação. E, não apenas, o elenco de conteúdos julgados importantes
~ conhecimento da técnica pela técnica. para serem estudados no ensino básico,
•II!•J Ev ident emen te, esta posição relativos a informática . Em seguida
implica a instauração de uma política mais verifique-se se os tópicos definidos podem
~' ampla de reciclagem do professorado das ser incluídos nas diversas matérias existentes
~~ discipli nas específicas nos conteúdos no currículo.
-e computacionais mais próximos à sua
at ividade docente cotidiana. Isto não
Concluído este exercício, se ainda
existir algo a ser acrescentado que justifique a

,...,
~

,_.
significa montar curso~ de longa duração c de
alta complexidade: o que se exige é que o
docent e utilize ronl propriedade aquelas
criação de uma disciplina própria, pode-se
pensar em cri<u a Lice n c iatura em
lnlo nnúlica. Oc qualquer modo, constata-se
~· fcn·amcntas necessárias a um ensino mais sim, a necessidade da organização de C ursos
~· produtivo. c Técnicgs em Informática com o objetivo
-e Qua n to ao uso de software
educacional, já há um consenso no meio
principal de capacitar pessoal para dar
suporte aos laboratórios de infonnática
~ - acadêmico de que c~tcs devem ser utiliz.1dos instalados nãs redes de ensino. lsto, sim, viria
pelo professor da disciplina específica, ou suprir uma lacuna visível nos ambientes

pedagogos, psicólogos, conforme o caso. escolares infom1atizados.
-e Just ific::~-s c esta posição pelo fato de que o Permanece, nes se caso , uma
~ snjill'are deve atender aos objetivos preocupação: ser;1 que os egressos dos cursos
específicos da disciplina c guardar coerência de licenciatura não tenderiam a deslocar-se

-e
-
f/IIÍII!'
c0m a natureza da matéria examinada.
Por fim, aborda-se a questão da
para essa função de técnico em infonnática
nas escolas ou mesmo no mercado de
r~cgramação : para que? Será importante trabalho em geral , seduzidos por ofertas mais
~ :: ~ü:-:! pr,gramação no currículo do ensino atraentes? Efetivando-se tal hipótese,
~ ndan1c1 .,!? Retoma-se, para responder ocorreria um duplo prejuízo: nem esse
~ -nestão. o que se afirmou, anteriormente, profissional teria uma qualificação própria
.....
:-<Cl está sul-jacente à Matem_ática c isto para exercer esta funçã o técnica, nem
~ ....
~ Autores- Sonia Schechtman Selle. Márcia Angela Aguiar e José Sergio Antares 5!':::

Í/lllfl!a;
Artigo - LICEXCIATURA El\1 INFORMÁTICA - Uma questão em aberto

tamp0uco exerceria a função docente objeto Considerando tal perspectiva,


.,..,
~...

.,.,.,...
de sua formação.
Com efeito, a complementação da
acredita-se que nos cursos dê licenciatura
deverão ser estimuladas as experiências e os .,..-;.. ,
tese aqui defendida é a de que cabe, de
... Dentro deste qualquer modo, a efetivação de uma
projetos que utilizam o computador como
instrumento de apoio aos processos de
~
~
-.

rcfonnulação nos conteúdos das diversas


quadro, disciplinas e, consequentemente, dos cursos ensino -aprendizagem. Isto porque é
-
certamente, a de licenciatura, no sentido de incorporar
novos elementos imprescindíveis à atuação
illformática será do cidadão na sociedade contemporânea.
necessário difundir a idéia junto aos docentes
em formação de que é imprescindível
vincular o computador a um projeto
~
~
....
-..
~
um parcetro Trata-se, enfim, de proceder a mudanças
pedagógico de seu uso. Desta forma, o
computador passa a ser visto como uma
~-.
-
urgentes . e necessárias para dar respostas ferramenta pedagógica que será utilizada de
importante no concretas às novas demandas da sociedade. A acordo com objetivos explícitos nas diversas ~.....
esforço para Universidade, que tem um papel de áreas curriculares . ~ ...
vanguarda nas transformações do Assim, deixará de ser uma
melhorar o c o nhecimento humano, neste caso "máquina intrigante" para os não-iniciados ~
padrão de t7~ específico, deve se . atuali~ar para fom1ar o passando a ser vista ~omo uma "máquina de ~...
. professor capaz de mterag1r adequadamente fácil acesso", constituindo-se em mais um
qualidade do ·com as alterações que já estão em curso nas recurso - um poderoso recurso - a ser ~....
ensino no país. insti tuições de ensino básico. utilizado por alunos c professores no esforço ~

Considci·a ~õcs finais


de alcançar aprendizagens efetivas.
Este objetivo será, certamente,
~...
mais rapidamente alcançado se houver por ~ ..
Finalizando, nunca é demais parte dos professores a disposição de encarar ~
~.
reconhecer com Santos que "o currículo o novo como um desafio a ser aceito e por
constrói identidades e subjetividades: junto parte dos governos decisão política para

+ ~
com os conteúdos das disciplinas escolares, instaurar nas redes de ensino as condições
se adqu irem na escola percepções, materiais e pedagógicas propicias ao bom
disposiçi'Jes e valores que orientam os desempenho docente. Dentro deste quadro,
~
comp o i'tamcntos e estruturam as certamente, a informática será um parceiro
personalidades". importante no esforço para melhorar o
padrão de qualidade do ensino no país.
f!"
~~U&"il<~U&!d!".JSMiik..-1\lélW:ti~Wl't.Z'..i!W~
~
Referências Bibliográficas ~
[ 1) CEPALIUNESCO Educación y Conocímiento: eje de la Transform ación Productiva con ~
Equidad, Santiago do Chile, 1992 ~
[2] IANNI, O. A Sociedade Global, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1994 ~
[3] PAIVA, V. Transfor't}ação produtiva e equidade: a questão do ensino básico, Papirus ~
Editora, São Paulo, 1994 "' f'P"
[4] SEITE, S.S.; AGUIAR, M.A.; SAl\TTOS, 1.: SETIE, J.S.A. J.,..formática nas Licenciaturas
- UmEspaçoem Constmção.Anaisào !7SBIE,pp.'256-'26/.l995 ~
[ 5] AGUIAR. !\·L A. Parâmetros C....-.-fc-..:ares N!i.cionais: a reforma educacional brasileira em ~
marci;n_ Ed-.Je2---ào e Sociedade, 56, Sãc Paulo. Pzpi.\JS, ! 996
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i6J BOLETIM DA P~'FOPE, 4110 m, n.. 5 ,jan. 199í_ ~
~'] MEC/S.EDl.~EINEP ~cas da Ea"ucaçõo no Brasil. Brasilia, 1996 I!J!!!!!!'
'
] SA~tOS, L L P. , PARAÍSO, M. A. O curricuio como campo de luta, Presença ~
Pedagógica \'.2, n. I, Bdo ho;-iwntc. Ed. rr.~cnsão, I 996. ~
9] BRAYNER. F. Ensaios de Crilica Pedagógica. São Paulo, Ed. Autores Associados, 1995 ~
e
Revista Brasileira de Informática Zla f:ducsçio x -:'\- 01 -setembro de 1997
,
e

-------------------------------------------------------------------------------------c-------------------~ -··~ ~fir"""


!'
~
~
~ R E s E N H A
~
~ Atualizando Dicas Visuais para Coerência Local e Global na Web

/11!! Creto Augusto Vidal,
~
Edgar Marçal Filho e
~
Antonio José Melo Leite Júnior
~ Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará
~ Campus do Piei - Bloco 91 O
Fone/Fax: (085) 288.9845
~
Cx.P.l2.166- CEP 60.455-760 - Fortaleza, Ce
~ {(cvida !JcdgarJtúunior)@lia.ufc.br}
~
Palavras-Chave: Educação na Web, visíveis em browsers textuais, está sendo
~ Hipermídia, Ambiente de Aprendizado adaptada por alguns browsers, podendo agora
~ exibir informações sobre uma figura que
Em (Kahn, 1995) o autor fornece contenha um link (Figura l.a). Com o
~
dicas de como manter o senso de orientação surgimento do alt, o éonccito apresentado no
~ em publicações hipcrmídia, mais paper (Kahn, 1995), de que existem apenas
~ cspccificamcntecmsites da World Wide 1Veb. três tipos de componentes de informação (o
Essas dicas visam manter a coerência local e titulo do documento corrente, o endereço
~ global na navegação dentro do si te, através da WWW do documento corrente e o endereço
~ representação distinta de links locais e WWW de um link. destinatário) deve, então,
~
~
~
~
globais. Este tipo de técnica é essencial à
manutenção da correta orientação por parte
do aluno em sitcs e softwares educacionais
como um todo; assim, deve ser considerada
no desenvolvimento de ferramentas
computacionais voltadas para a educação.
ser atualizado.
A impossibilidade da visualização
de mais de uma janela ao mesmo tempo pelo
browser WWW, dificultava a apresentação
do contexto visual. Cóm o advento da técnica
doframe (Figura l.b) tomou-se possível ao
+
~
'
Ao longo do artigo (Kahn, 1995) o browser WWW exibir mais de uma janela
dlf!'; autor nos mostra o que era possível c o que era simultaneamente, permitindo que o usuário
impossível de ser implementado na Web visualize uma determinada âncora e sua
~ naquele momento: Com o passar do tempo, página-destino no mesmo instante,
~ p:trtc do que era imp ossíve l de ser contrariando outra idéia apresentada no
implementado tornou-se factível. artigo (Kahn, 1995).
~ O coíJccito de cxplicitador de links, Em virtude do caráter dinâmico da
.~- informação sobre o link destinatário que
apareceria antes dele ser chamado, foi
M/eb, mais ..especificamente a criação das
técnicas de frame e alt, sugerimos uma
~ apresentado como um técnica para a qual a revisão e atualização do artigo (Kahn, 1995),
~· Web não oferecia suporte. A tag HTML alt, a fim de adequá-lo à nossa realidade atual e
originnlmcntc utilizada pma apresentar um n0s novos ambientes de ensino através de
~ determinado text o no lugar de figuras nfío computadores - principalmente a Wcb.
~
~
_..,. f!'

~
Referência

..,.. Kahn, P. (1995):Visual Cues for Local and Global Coherence in thc WWW, Communications of
ACH. Vol. 38, No. 82
,.
~

,.
~

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· -----~=-~
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~
~
~
,._ti =· ••, ,.., .• * • ·- ..,
..,
RESUMOS DE TESE /DISSERTAÇÃO .,
.,.,
_.
_.
Sistctna de Autoria para Construção de ".Adventures" Educacionais _,.
em Realidade Virtual
~

Patrícia C. Souza
_,.
_.,
Dissertação de Mestrado, CPGCC-UFSC. Florianópolis, SC, 1997. ...,
Orientador: Raul Sidnei Wazlawick _,
......
,...,
,...,
,..,
Rl~SUhfO ABSTR.ACT
O presente trabalho envolve a aplicação da tecnologia
computacional à educação. Discute-se a importância
This work is about the application of
co::nputational teehnology in education. It
"""'
,.,
f""'
pedagógica da utilização de metáforas altamente discusses the pedagogic significanee ofusing
interativas na construção de software educacional e highly interactive metaphors in the (IIIP
apresenta-se um modelo de interação utilizando jogos construction of educational software, it also
educacionais em realidade virtual. introduccs a model of interaction that uses f"'

+
A crença de que o aprendiz co:1strói seu conhecimento cducational games in virtual reality.
quando ele é Wben the apprentice builds knowledge by
p:l't I•; integr:mte de tllll univcTs <~ c h~teragc diretamente taking part in his environment and interacting
com c!t:, tonw-o tmt agente ntivo du seu processo de with, he is allowcd to become an active agcnt
aprendizado . A partir desta crença, buscou-se of his own learning process. This work
especificar uma fe1nmenta de autoria para a criação de . presents an authoring systerri for creating
ambientes cd'.lcacionais baseados na metáfora dos educational environments based in role-
"Role-Plnying Gomes" ou também conhecidos como playing games and adventure games. It was
"Adventure Gomes", com o intuito de construir lhe intention of this work to examine
"adl'C·ntun•s educacionais" que ~c :~prescntassem como "educntional adventures" that are thought to
bons ambientes de aprcndizndo. bc good lcarning environments.
Tal ferr:nncnta, pretende ser t~unbém um facilitador à Tbe authoring system is intended to facilitate
criação de ambientes educacionais, a ponto de que o thc work of teachers that want lo create
próprio professor ou até. mesmo <(S alunos tomem-se educational environments.
nutorcs ckjogos educativos. ' An authoring system prototype was specified
Um prototipo da ferramenta de autoria, foi especificado and partially developed. Also, a prototype
c em parte desenvolvido, bem como a criação de um model of an application was developed in
nmbientc prototipado de uma possível aplicação desta ordcr to show tbe system's capabilities. This
fcrramcn!:1 pnra dcrúonstraç:lo de suas potencialidades. application includes concepts related to
E~tc ambiente relaciona conceitos relativos à engineering.
aprendizagem de engenharia civil.

.....
e:
e-
e•
e-·


E ESE /DI SS ·E T o
--- mica do sistema hiperN·e t buscando o aprendizado da

...._.,
1
k
cooperação ·C da autonomia

.....
1-~
Edla Maria Faust Ramos

etida à Universtdade Federal de Santa Catarina para a obtenção do grau de Doutor em


Engenharia de Produção .
~ Orient:1dorn : Dra. Léa da Cn1z Fagundes.
..,
-
l~~

, ~

I -
~
[-
~ RESUMO ferramentas de telemática. Foi realizada uma análise
..... s x:ova~ ferramentas tecnológicas ~stão crgonômica de um protótipo do sistema hiperNet, em

...."""'.... revolucionando o mundo. O controle social e


lítico do curso desta revolução impõe que tais
desenvolvimento no Laboratório de Software
Educacional da UFSC, que tem por objetivo dar
Íerr3.1Ilentas sejam compreendidas pelo homem suporte ao trabalho cooperativo em redes.
~
.... co.;:num. A comp lexidad e dos recursos
tecnológicos, bem como, as relações de
Esta análise resultou na identificação de aspectos que
ainda sé constituem em forte gargalo para o
....."'
..,.., ,.,.., dependência que se estabelecem entre
C$'"~ecialistas c usuários, dificultam esta
compreensão .
aprendizado autônomo das atuais ferramentas de
telemática. Dentre eles, concluiu-se que é preciso trazer
boa parte das funções que hoje são terreno específico
+
..., Testa problemútica, urna das vertentes do dos especialistas administradores das redes para o nível

.,.... .rabalho investigou o conceito de aprendizado


autônomo, definindo o papel das i·elações
ccoperativas no mesmo. Concretamente foram
estabelecidos alguns pressupostos pedagógicos e
da manipulação· direta das interfaces das aplicações
clientes. Outra urgência é a necessidade de tomar muito
mais transparente para o usuário a organização fisica e
lógica da rede .
""
téc;licos do aprendizado autônomo do uso dos Finalmente, este trabalho contribuiu de form a
~ recursos da tclc;u;ítica. Isto foi feito a partir da significativa para delinear um novo conceito de
..-., clnhora~·iio de uma síntese tcúrica sobre os educação ;\ distiincía qu e as nov:~s tecnologias
-,. .rabalhos de Jean Piagct, de Humberto Maturana permitem por em pnHica.
..... ~-
e Francisco Varcla c de Paulo Freire .
Os pressupostos formulados foram avaliadGs ABSTRACT

..,
~ através da participação na implementação de uma
experiência pioneira de educação à distância
aitcmati\ a (o projeto hiperNet). A descrição e
New téchnologies are revolutionizing thc world. Social
and political control of the path of this revolution
requires that the common citizen understand these

..,..
~ avnlinção qualitativa da experiência observada
permitiu conclui r que : (a) ntitudcs de
aprendizado autônomo são mais intensas quando
technologics. The complcxities of these technological
resources, as well as thc relations of dcpcndency that
they establish between specialists and users, make this
~ ... os sujeitos conseguem atribuir significado para o understanding difficult.
..-: ~~sodas ferramentas, o que por sua vez relaciona-
se com o fato de estarem mais autoconscientes
Given this uncntai nty, one ofthe lines of this rcsearch
investigated the concept of autonomous leaming,
--: <'"~s suas demandas; (b) o respeito a tais demandas defining the role of cooperative rel ations in this

---...,...," é capaz de promçwer o resgate dos níveis de auto-


estima com conseqüente rebnixamcnto dos níveis
de dcpl'ndência: c,· (c) o envolviment o em
process. Some pedagogical and technical postulates
concerning autonomous leaming about the use o f the
rcsources o f computcrs and tclccommunications wcre
proce-sso:; C<.lOperativos ocorre em conjunto com concrelcly establishcd. Th is was bascd on the
íl prcscnp de atitudes de nprcndizado autônomo . dcvclopmenl o f a theorctical synthesis of the works o f
~ A. outra 'crtente investigou a complexidade das Jean Piaget, Humberto Maturana and Francisco Varela
~
~

' .... -;;..:ct:J<.:J ~- ..-:......_., ~ "';;- -. ••• -xv .. • A "' ~ ; • ':..'11

1!9
_.,.
and PJulo Freire. which is to support cooperath·e work ::-:
,.
The postulates íormulated were evaluated through
participation in the implementation of a pioneer
networks
This analysis resu lted in the identification c: ,.,
~

experiment in altemative distance educatioh (the


hiperNet project) . The description and qualitativc
characteristics of currently used compute~
and telecommunications tools that are stC
_.,..
evaluation of the experiment observed allowed ·us to
concludc that: (a) altitudes about autonomous lcarning
obstacles for autonomous learning among th::
currently used comp u t e r an c
_., .
are more intense w hen the subjccts are able to attribute
meaning to the use oftools, which in tum is related to the
telecommunícations tools. Among ttese
factors, it was detennined that it is necessary
.
fll!!!l"*
~
fact that the subjects are more seJf-conscious of their to transfer many ofthe functions which today
dcman cls; (b) attention to these demands is capable of are left to administrative specialists in fi!!" .
promoting a recovery o f the level o f self-esteem with a
conscc~uen t lowering of level~ of dependency; and (c)
invo lvement in cooperative processes occurs togethcr
nctworks to the level of direct manipulation
oftbe interfaces ofthe client applications. It is
also urgent that the physi.cal and logical
,.,.,.
~ .
wi th thc p rcscncc o f attihldcs o f nutonomous lcarning. organization of the network becomes much ~
Thc othcr linc o f invcstigation analyzed the complexity more clearly to the use r. "'
of tclccommunicat ions and co:nru.tcr tools. An Fioally, this work substantial ly contributed to
~
.
crgono mic analysis was conductcd of a prototypical
hiperNet system th at is being developed at the
thc dctcrmination of a ncw conccpt of
distance educatíon that the new technologíes
~
.
~
Educational Soft\vare Laboratory at UFSC, the goal of allow to he placed in practice. ..
~ ..
~
~~·~~~.!'!~fJHI
..
~.
Observação:
O trabalho completo pode s~r encontrado em:
gopher:í/hi pernet. ufsc. br/aprender/documentos/tese da Edla
~
.
~.
Outras informações relacionadas ao trabalho desenvolvido podem também ser
~ .
+
encontradas em :
http ://hipernct.lJ.f:c.br
gophr~r:l/hipcmet. ufsc. br
~ .
~
~
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~
~~!ito.~1U:ZJIIS!ett&ii2Jt'_._f!i$&&M?.~~mlii"~Ji

.
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