Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
t-bucket
Roadster ganha ensaio sensual com
modelo em museu de Niemeyer
Réplica com
motor de Opala
anseia por V8
ano 9 #113
R$ 19,90
ISSN 1808-9399
Impala
www.cteditora.COM.BR
A fila anda
O tempo passa, o tempo voa, e veículos mais “novos”
passam a receber atenção dos amantes dos hot rods
Ademir Pernias e Ricardo Kruppa - editores
A
matéria-prima das principais em que foram lançados. Falamos da da: Opalas, Mavericks, Dodges, que
reportagens publicadas em Hot depressão econômica da década hoje se prestam pelo menos a doar
Rods são, na grande maioria, de 1930, que antecedeu a Segunda peças para a construção dos sonhos
carros norte-americanos das déca- Grande Guerra, dos efeitos do conflito dos rodders. Outra coisa é a criação,
das de 1930 até 1970. Os leitores e da paralisação da indústria auto- pelas montadoras, de modelos atua-
da revista já estão acostumados a ver, motiva naquela época, que se voltou lizados, mas cujo principal apelo é a
todos os meses, um desfile formidável para o chamado “esforço de guerra” e nostalgia, como é o caso do emble-
de modelos Ford, Chevrolet, Chrysler, passou a fabricar bombadeiros, entre mático Chrysler PT Cruiser, um dos
e outros menos famosos. Mas uma outros artefatos bélicos. Mas também modelos preferidos dos rodders como
publicação voltada a esse assunto, falamos, e muito, da efervescência carros do dia-a-dia. Nesta edição,
como Hot Rods, deve se ocupar tam- cultural e econômica da década de você fica sabendo um pouco sobre
bém dos assuntos, digamos, acessó- 1950, os chamados “Anos Dourados”, este veículo, que nasceu do anseio da
rios. Por isso, todos os meses, trazemos com a ostentação e o luxo dos enor- indústria de satisfazer os saudosistas.
artigos e reportagens que pretendem mes automóveis voltados para o con-
contextualizar os carros na época forto e o lazer dos americanos. Boa leitura e até a próxima.
Sumário
Ensaio
Hot Rods
Crazy Turkey Editora A Hot Rods é uma publicação mensal da Crazy Turkey Editora
Diretores e Comércio Ltda. • Redação, Administração e Publicidade: Rua
Vera Miranda Barros Crisólita, 238, Jardim da Glória CEP 01547-090 São Paulo SP
Miguel Ricardo Puerta Fones/fax: 55 11 2068-7485/ 9287. Distribuidora exclusiva para
todo o Brasil - Fernando Chinaglia Distribuidora • A Hot Rods
não admite publicidade redacional • É proibida a reprodução das
reportagens publicadas nesta edição sem prévia autorizacão • As
Chefe de Redação - Ademir Pernias / Editores - Ademir Pernias e Ricardo Kruppa - hotrods@cteditora.com.br / Textos - Aurélio opiniões emitidas em artigos assinados são de responsabilidade
Backo, Bruno Bocchini, Manuel Bandeira, Victor Rodder e Vitor Giglio / Editor de Arte - André Santos de Sousa- andre@ de seus autores, não são necessariamente as da revista e podem
cteditora.com.br / Editor de Fotografia - Ricardo Kruppa - ricardokruppa@cteditora.com.br / Consultoria Técnica - Norberto ser contrárias à mesma • A Hot Rods é marca registrada pela
Jensen, Sérgio Liebel e Cosme Santos / Digitalização de Imagem e Produção - Victor Orsi, Danilo Almeida / Diretor Administrativo - Crazy Turkey Editora Ltda • Ninguém está autorizado a receber
qualquer valor em nome da Crazy Turkey Editora ou da Hot Rods.
Miguel Ricardo Puerta / Diretora Comercial - Vera Miranda Barros - (11) 2068-7485 / Gerente Comercial - Geovania Alves / Contato
- Dorival Sanchez Júnior / Assinaturas e Atendimento ao Leitor - Kyka Santos - (11) 2068-7485 /9287 - assinatura@cteditora. Internet - www.cteditora.com.br / E-mail redação - hotrods@
com.br / Contabilidade - RC Controladoria e Finanças - (11) 3853-1662. Resp.: Ricardo Calheiros / Assessoria Jurídica - Juliana T. cteditora.com.br / Jornalista Responsável - Ademir Pernias - MTb
Ambrosano / Assinaturas e números atrasados - (11) 2068-7485 de segunda a sexta das 9h às 18h - assinatura@cteditora.com.br 25815 / Impressão e Acabamento - Prol Editora Gráfica
www.cteditora.com.br - No twitter: @revistahotrods
Blog: www.revistahotrods.blogspot.com - Procure-nos também no Facebook
N
o começo deste ano recebi um convite para
acompanhar de perto a 6ª edição do Rebel Day,
evento sobre o qual falei em edições anteriores
aqui na Hot Rods, e que acontece na cidade de
Niterói (RJ). E, como não poderia deixar de ser,
estendi o convite a Mel Gabardo, já imaginando
as imagens que poderiam ser captadas em um festival de
cultura vintage no Rio de Janeiro.
Mas Mel Gabardo não se contenta com pouco! E esta é,
sem dúvida, uma das suas maiores qualidades. Quando
pensei na viagem já sabia que, para ela, não bastaria
fotografar o evento e os personagens daquela festa. Irí-
amos certamente aproveitar nossa ida ao Rio de Janeiro
para produzir mais uma sessão fotográfica de tirar o fôle-
go. E digo isso, que os ensaios são de tirar o fôlego, não
por conta do meu relacionamento pessoal com essa moça
pra lá de talentosa (pelo menos não só por isso...). Digo
por que vejo realmente arte por detrás de cada clique. E
se você, ainda, não concorda comigo, faça sua pesquisa
e conclua por seus próprios meios o que eu estou dizendo.
Bom, não demorou sequer um dia entre o convite para viajar
para que chegasse à minha caixa postal um e-mail com
a imagem da principal atração turística “não natural” da Cromados não faltam nesse carro: amortecedores, barras de ligação,
cidade, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC). harpins, eixo dianteiro e de ligação, colete interno do radiador, terminais,
O e-mail era simples: uma foto com o nome da cidade no parafusos, arruelas, grade. E a lista ainda vai longe. O câmbio é de três
rodapé, a palavra “QUERO!” (assim, em caixa alta) e a assi- marchas com diferencial de Opala. O tanque de inox foi feito sob medida
natura de Mel Gabardo ao lado de uma piscadinha.
Imediatamente tratei de descobrir do que se tratava, e soube
que o MAC leva a assinatura do arquiteto Oscar Niemeyer
e, como todos os seus projetos, é de certa forma mágico!
Toneladas e toneladas de concreto que parecem flutuar. Mas
não era só isso. O Museu de Niterói, inaugurado em 1996,
conta ainda com atributos que outros projetos de Niemeyer
tão tiveram a felicidade de ter, pois está localizado junto
ao mar, em um dos pontos mais bonitos da orla e tem como
pano de fundo o Pão de Açúcar e as montanhas do Rio.
Parecia perfeito: uma locação fantástica, as modelos cario-
cas e os inúmeros hot rods do Rio de Janeiro! Já imaginei
Roadsters e Cadillacs conversíveis 1959 chegando para
as fotos com as garotas de Ipanema no banco de trás...
Produzir esse ensaio ia ser moleza! Passei a ideia para o
organizador do festival e deixei com ele a tarefa de mexer os
pauzinhos para que conseguisse a autorização com o MAC
e me indicasse alguns carros na cidade e arredores.
Acontece que a realidade estava longe daquilo que eu
Hot Rods 8
A
s mulheres também se sentem atraídas pelo Impala
(e veja que não estamos falando da consagrada
marca de esmaltes, mas sim do ícone Chevrolet).
Características como beleza, estilo e cores marcan-
tes – que também revelam belas unhas femininas,
se encaixam no conceito do Chevrolet Impala
Bubble Top Coupé 1960 do funcionário público Moacir
Mansur Boscardin, 56 anos, morador de Curitiba (PR).
“Esse Impala me faz recordar os tempos de infância. Meu
pai teve um Chevrolet 1949 e ele admirava esses carros.
Lembro que a diversão aos domingos era ficar olhando do
lado de cima do barranco os carros que passavam pelas
avenidas, havia muito estilo, naquele tempo muitos dirigiam
esses automóveis vestidos impecavelmente com chapéus e
fumando cachimbos. Cenas como essa acabaram ficando
para sempre na minha memória”, comenta o curitibano.
Moacir Boscardin nunca imaginou que um dia teria clássicos
que marcaram história no cenário nacional, mas acredita que
grande influência para idolatrar carros antigos surgiu diante do
clube Curitiba Roadster. “Ao longo dos anos fui conhecendo
mais sobre carros antigos e aos poucos fui adquirindo modelos
para restaurar. Fico muito à vontade com esses modelos e
parte desse sentimento veio do Curitiba Roadster, clube de que
faço parte desde a fundação, há vinte anos”, relembra.
O Chevrolet Impala Bubble Top Coupé 1960 pertencia a um
conhecido de Boscardin, mas nunca estava à venda. Após
seis anos de tentativas de adquirir o clássico, em 2009 Bos-
cardin encontrou o modelo disponível para compra na internet.
“Não tive dúvida, liguei na hora em que vi o anúncio e fui
negociar. O Impala estava em bom estado, mas parado na
garagem havia anos. O motor não funcionava. Entre a primei-
ra vez que olhei o Impala até este mês para o ensaio da revis-
ta Hot Rods faz dez anos que “namoro” o Chevrolet”, garante.
A partir da aquisição, Boscardin decidiu programar as
mudanças necessárias envolvendo lataria, pintura, mecânica,
sistema elétrico, freios, vidros, frisos e estofamento.“O Impala
foi um novo desafio que acabou se tornando um ótimo exem-
plar para passear com a família, cabe tudo naquele porta-
-malas gigante. É quase uma picape fechada”, descreve.
Moacir Boscardin não possui carros modernos e nos últimos
dez anos utiliza apenas automóveis antigos ou um dos hots
para ir ao trabalho diariamente. “Com o Impala é um pouco
mais complicado porque ele tem quase seis metros de com-
primento, é até engraçado, muitas pessoas olham para o
carro no trânsito e acabam se distraindo”, conta.
Hot Rods 14
Ficha Técnica
Chevrolet Impala Bubble Top Coupé 1960
Parte externa
Pintura em preto liso poliéster
Rodas Boss Sport 338 nas medidas 18x8” na dianteira
calçadas com pneus Michelin Pilot 225/50 e 18x9,5” na
traseira com pneus Michelin Pilot 275/40
Parte interna
Estofamento em couro
Volante Lecara norte-americano
Pedaleiras e alavanca de câmbio Lockar
Revestimento em carpete no assoalho
Mecânica
Motor GM 350 com 320 cavalos
Hot Rods 18
PT Cruiser: nostalgia
sobre rodas
Modelo da Chrysler ainda não é um carro antigo, mas as diversas
referências a modelos de décadas passadas já fazem dele uma boa opção
de carro para o dia-a-dia de um rodder!
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Divulgação e Mel Gabardo
N
a edição anterior contamos a
história do Prowler, modelo pro-
duzido de 1997 até 2002 pela
Chrysler e que era um verdadei-
ro hot rod original de fábrica.
O modelo foi um sucesso, mas
vendeu pouco, pois era caro e nada
prático para uso diário. Embalada nes-
te sucesso, a Chrysler desenvolveu um
novo carro que tinha muito do charme
do Prowler, com a vantagem de ser mui-
to versátil e custar uma fração do seu
valor. Este carro era o PT Cruiser.
além do seu estilo original, misturava Apesar de ser um carro com estilo anti- gos já fazem dele uma boa opção de
funcionalidades de vários modelos (van, go, o PT também envelheceu e as ven- carro para o dia-a-dia de um rodder!
perua, sedã), e agradava ampla faixa das foram caindo. Em 2010, a fábrica
de consumidores. As revistas automo- que o produzia, em Toluca, México, Aurélio Backo é rodder e proprietário
tivas na época também elogiavam o encerrou a sua produção totalizando da Lakester, fabricante de carrocerias
PT. Diziam que era divertido de dirigir, cerca de 1,35 milhão de unidades. de fibra.
Técnica
C
onstruir um carro, juntar peças novas e usadas, sideração o motor utilizado e o uso que o dono pretende
encontrar uma boa carroceria, ou optar pelas dar ao carro. Às vezes, um motor de 4 cilindros pode ser
réplicas de fibra de vidro, escolher rodas, pneus, a opção mais interessante, e até mesmo mais inteligente,
sonhar com o motor ideal, fazer modificações pro- quando se quer um carro que possa ser utilizado no dia-
curando sempre melhorar, buscar toda magia que -a-dia, por exemplo. Os motores de 4 cilindros devem ser
movimentava o mundo na década de 1950. Essa destinados a carros leves e compactos, como os calham-
é a essência do movimento Hot Rod! beques das décadas de 1920 e 1930.
É bem verdade que, hoje em dia, boa parte do glamour e Porém, quando se fala em valores, os motores V8 sem dúvida
da glória dos hots foi convertida em cifrões. E muita gente representam um custo bem mais elevado, desde a compra, a
que começa um projeto por puro amor acaba cedendo aos retifica, quando necessário, até mesmo a adaptação é mais
encantos dos altos valores que alcança um carro bem feito. difícil, pois são motores maiores e mais pesados do que os
E, mesmo com dor no coração, termina a história venden- de 4 e 6 cilindros, o que faz com que suportes, coxins e até
do o carro, esquecendo o sonho, acreditando que um dia mesmo o próprio chassi tenham que ser reforçados e recalcu-
isso tudo irá mudar, que irá encontrar o carro perfeito, do lados para receber o peso e a potência extras de um V8.
qual jamais terá coragem de se separar. Isso faz com que um carro equipado com um bom motor
Construir um hot rod é, sem dúvida, uma arte. E, como toda V8 tenha um valor superior a um carro construído com um
arte, tem seu valor. igualmente bom motor de 4 ou 6 cilindros. Em compen-
sação, se você considerar um hot rod que leva um motor
O motor certo V8 mal conservado e necessitando reparos, o molho pode
A escolha do motor certo tem uma grande influência no ficar mais caro do que o peixe. O conserto do velho V8
preço final de cada carro. Os preferidos geralmente são os pode custar muito mais do que sua própria substituição por
V8, motores de concepção antiga, com muita força (torque) um motor mais moderno, porém menos pragmático.
e baixo giro (RPM). Na verdade as histórias dos motores V8
e dos hots caminharam juntas desde o princípio. No início Câmbio
do movimento, nas décadas de 1910,1920 e 1930, os A caixa de câmbio também deve ser considerada. Em geral
motores mais utilizados eram os de 4 cilindros. E, mesmo o rodder norte-americano prefere as caixas automáticas,
depois do lançamento do primeiro V8 popular pela Ford, como a TH350, nos motores Chevrolet, ou a C4/C6 nos
em 1932, ainda demorou um tempo até que este tipo de motores Ford. Tal preferência se deve mais à facilidade de
motor “sobrasse” nos desmanches, oferecendo assim a encontrar tais componentes nos EUA do que propriamente ao
Hot Rods 22
opção de um motor mais potente para aqueles que, mesmo conforto ou confiabilidade oferecidos por esta opção. Aqui
sem muito dinheiro, tinham o sonho de dirigir ou pilotar um no Brasil, o custo de uma caixa automática ainda é muito
carro mais potente e personalizado. alto. Porém uma caixa de câmbio mecânica que aguente
Porém, na década de 1950, quando realmente houve a o torque de um bom V8 também é difícil de ser encontrada
grande explosão do movimento Hot Rod, o V8 era prati- e custa caro. Neste caso, se você está comprando um hot,
camente obrigatório. certifique-se de que a caixa de câmbio é compatível com o
Para avaliarmos um hot moderno, devemos levar em con- motor, e que ela se encontra em bom estado, principalmente
se for automática. Resumindo: o valor de um carro com motor da memória que é o movimento. Assim, temos hot rods rodan-
V8 e caixa automática, estando ambos em bom estado, é do pelo Brasil utilizando documentos dos carros que os origi-
claro, sempre será maior do que nas demais opções. naram sem problema algum. Até por que um hot bem cons-
Quanto ao diferencial, ele deve ser igualmente compatível truído é muito mais seguro e confiável do que o carro que
com o restante do conjunto. Um motor grande, com torque o originou. Um fato que ajudou a popularizar a cultura Hot
elevado, necessita de um diferencial robusto, que suporte é o grande apelo que têm os hots sobre a população. Esta
transmitir toda a potência ao piso. popularidade toda vem sendo utilizada para ajudar a quem
precisa, com ações sociais constantes de arrecadação de
SUSPENSão donativos em exposições de carros. No último dia 7 de junho
A suspensão mais clássica para um hot das décadas de 20 tivemos mais um belo exemplo disso. O Clube Curitiba Roa-
ou 30 é, sem dúvida, também a mais bonita, eixo rígido dsters, contando com a colaboração e a presença de outros
rebaixado, mola transversal, com freios a disco, ou mesmo clubes, como Clube do Maverick, Dodge Clube de Curitiba e
com freios a tambor nos projetos mais tradicionalistas. Seu a Confraria do Hot, arrecadou uma carga inteira de donativos
custo é elevado, porém tem impacto direto sobre o preço para as vítimas das enchentes no estado do Paraná. A mesma
final do carro pronto, valorizando muito o projeto. ação já havia acontecido outras vezes no passado, quando
Para carros mais modernos, das décadas de 40 e início foram enviados donativos para as vítimas das enchentes em
de 50, a suspensão ideal é a derivada do Ford Mustang, Santa Catarina e também dos deslizamentos de encostas no
comumente conhecida como “Mustang II”. O problema é que Rio de Janeiro. Dia da criança, Natal, Páscoa, também são
esta suspensão não foi fabricada no Brasil e, ultimamente, datas em que encontros de hots arrecadam brinquedos, roupas
há muita gente importando e até mesmo construindo por aqui e alimentos para as pessoas carentes.
réplicas idênticas dos seus componentes. Então, para efeito de avaliação do seu hot, a documentação
A suspensão nacional que mais se assemelha à Mustang II do carro que o originou deve estar em dia. Um carro sem
é a do Chevrolet Opala. Porém, para carros muito pesados, documento não é um carro, pois não pode rodar em vias
ela não se mostra suficiente e pode apresentar problemas públicas. Outra opção para documentar um hot, caso ele não
com o tempo. Para efeito de avaliação do carro, que é o tenha um carro de origem, é a construção de “veículo artesa-
intuito desta série de artigos, eu diria que nos carros nos nal”. Para isso você deve procurar um despachante da sua
quais a suspensão fica exposta, o impacto sobre o preço é região e solicitar a ele que dê entrada no processo de registro
maior. Porém, nos casos em que a carroceria cobre toda a do seu projeto como protótipo. O despachante poderá orientá-
suspensão, o que realmente importa é que ela funcione de -lo com relação aos procedimentos legais necessários.
acordo, fazendo com que o carro rode macio e seguro. Como dissemos anteriormente, não existe uma maneira justa
Quanto à parte traseira, tradicionalmente os hots utilizam eixo de calcular o preço de uma obra de arte. A arte vale o que
rígido na traseira, o que facilita em muito uma boa adaptação pagam por ela. Não existem dois hots, pois os hots são car-
do diferencial. O sistema four link, com quatro barras parale- ros construídos artesanalmente, com muito amor e carinho.
las, é o mais tradicional, utilizando-se de molas com amorte- Este é outro ingrediente que deve completar o cálculo final do
cedores embutidos do tipo coil over. Sua relação com o preço custo do seu carro, tudo que ele significa para você. Por isso,
final do carro é pequena, desde que ela funcione a contento. mesmo que o valor de venda seja alto, mesmo que em prin-
A adaptação mecânica como um todo também tem gran- cípio lhe pareça que vender é um bom negócio, pense bem.
de importância no preço final do carro. Uma adaptação Você vai pagar o preço da saudade. Boa sorte.
bem feita, com soldas limpas, peças bem pintadas e com-
ponentes de qualidade, sem dúvida alguma irá valorizar
o projeto. Porém não adianta nada uma adaptação esteti-
camente perfeita, se isso não for traduzido em uma ótima
dirigibilidade e confiabilidade.
Documentação
Hot Rods 23
Serviço completo!
Além do óleo, aproveite para substituir também o cárter e o pescador
Texto e fotos: Norberto Jensen
N
esta edição, Garage Tech mostra como trocar o óleo mos a seguir, essas trocas foram executadas com o motor no
do motor. Mas vai além, e substitui também o cárter de lugar, ou seja, instalado no carro. Caso, em seu veículo, não
óleo original por uma peça de alumínio. E, de quebra, haja espaço para soltar e descer o cárter, será necessário
troca o pescador de óleo, responsável pela lubrifica- soltar e deslocar o motor de lugar. Até a próxima edição.
ção do motor, que estava em mau estado. Como vere- Sugestões e dúvidas, escreva para suporte@hotcustoms.com.br.
01 02
Visão do cárter de aço original Solte o bujão de óleo e deixe escoar o líquido
03 04
Hot Rods 24
Comece soltando os parafusos que fixam o cárter de óleo ao Com ajuda de uma espátula ou chave de fenda como alavanca,
bloco do motor comece a soltar o cárter do bloco
05 06
Vá descolando até o cárter se soltar do bloco Geralmente o cárter está colado e precisará de força para
soltá-lo totalmente
07 08
Após retirar o cárter original, verifique o estado interno do Neste caso, o pescador está muito ruim e precisa ser trocado.
motor, do óleo e do pescador Se ele estiver em bom estado, basta retirá-lo e lavá-lo com óleo
diesel, para retirar impurezas fixadas
09 10 Hot Rods 25
O pescador usado e um novo Com ajuda de uma espátula, remova o resto de adesivo ou junta
que ficou fixado no bloco do motor
Garage Tech
11 12 13
Com um pano umedecido de solvente Reposicione o pescador em Fixe e aperte bem os parafusos
(thinner, gasolina etc), limpe a superfície seu local original do pescador
onde será vedado e fixado o cárter
14 15 16
17 18 19
Hot Rods 26
Passe adesivo na base do cárter e fixe a Coloque com cuidado o cárter no motor Enquanto fixa, aponte alguns parafusos
junta de vedação para que ele não saia de posição
Hot Rods 27
Garage Tech
20 21
22 23
Agora, separe o bujão com arruela de fixação Aponte o bujão no furo existente no cárter
24 25
Hot Rods 28
Aperte o mesmo até obter a vedação Pronto, não se esqueça de colocar óleo no motor
Hot Rods 29
Roadster – Ford 1928
It’s now
or never
Réplica de Ford 1928 carrega motor de
Chevrolet Opala e câmbio automático,
mas anseia mecânica V8
Texto: Bruno Bocchini::Fotos: Ricardo Kruppa
Roadster – Ford 1928
N
os fundos de uma casa localizada na cidade de
Pinhais (PR), Orlando Souza Franca, 38 anos, impro-
visa uma pequena oficina para realizar projetos de
restauração em carros antigos. É neste espaço sim-
ples, sem o requinte de grandes oficinas modernas,
que o empresário e artesão transforma as ideias em
réplicas e clássicos que encantam milhares de entusiastas.
Ficha Técnica
Ford 1928 roadster
Parte externa
Carroceria personalizada
Estilo roadster
Pintura na cor preto fosco
Rodas cromadas Giovanelli (dianteira 17” e traseira 19”)
Pneus Toyo
Parte interna
Banco fabricado em alumínio
Assoalho em lata e revestimento em alumínio
Volante Art Ability
Hot Rods 36
Mecânica
Motor 4 cilindros Chevrolet Opala
90 cavalos
Câmbio automático de Chevrolet Opala TH 250
Freios a disco na dianteira e tambor na traseira
Hot Rods 37
Evento - Águas de Lindoia (SP)
A
cidade de Águas de Lindoia, no interior paulista, rece-
beu entre os dias 19 e 22 de junho o Encontro Brasi-
leiro de Autos Antigos. E Hot Rods, é claro, esteve lá.
A organização ficou a cargo do Grupo de Antigo
Automobilístico, liderado por Mingo Abonante e seu
filho Humberto Abonante.
Hot Rods 40
Modelos não tão conhecidos do
público também foram atraídos para
Hot Rods 41
o evento em Lindoia
Evento - Águas de Lindoia (SP)
De acordo com a organização, cerca de 350 veículos
se fizeram presentes, além de outros 500 que estavam à
venda. Simultaneamente acontecia, em Araxá (MG), outro
encontro. Por este motivo, muitos rodders acabaram por
marcar presença em ambos os eventos.
A quantidade de barracas – cerca de 340 – foi sem dúvida
um dos grandes destaques do encontro de Lindoia. Nelas era
possível encontrar de tudo, desde motor, lataria e acessórios.
Entre os veículos mais inusitados que desfilaram por lá
estiveram um Nash Ambassador 1934, Buick Phaeton
1929, Essex Super Six sedã 1930, Packard Roadster
1937 e Whippet sedã 1928, além dos nacionais Maveri-
ck, Dodge, Galaxie e Opala.
Calhambeques, customs e
musclecars marcaram presença no
Hot Rods 48
encontro do interior de SP
Hot Rods 49
Serviço
Já que...
Uma mudança puxa outra, e nosso Ford 5 Janelas1931 desfila agora com
as lanternas do modelo 1937. E não é que ficou bom?
Texto e fotos: Cosme Santos (Garage Oldschool)
Hot Rods 51
SERVIÇO
Carson Top
Saiba a origem da marca de capota de lona que
virou sinônimo de customização
Texto: Victor Rodder::Fotos: Divulgação
N
esta edição volto a escrever
sobre os ícones do universo
dos hot rods e dos carros cus-
tomizados. Desta vez falando
sobre os Carson Tops, as
capotas de lona que ficaram
famosas nos anos 50 e que até hoje
são sinônimo de customização.
Feitas em lona, essas capotas rede-
senhavam o teto dos carros conversí-
veis. E, apesar do material ser flexí-
vel, elas eram rígidas, sem dobras,
estofadas por dentro e por fora,
sendo removidas como os tetos fixos
de alguns modelos, mas não eram
recolhidas como usualmente se vê nos Essa renomada empresa de estofamentos automotivos de Los Angeles, Califórnia, é reconhecida pelos histo-
modelos esportivos. Esse tipo específi- riadores como a criadora não só desse tipo de acabamento em veículos, mas também por ter dado o pontapé
co de capota hoje é conhecido como inicial no rebaixamento de tetos em geral. O primeiro “Carson Top” foi desenhado e construído por Glen
Houser em 1935 para um Ford A Conversível 1930. O último foi feito em 1965 para George Barris.
Carson Top. Mas vocês sabem por
quê? Qual a origem deste nome?
Os Carson Tops foram, desde sua
primeira aparição, um sucesso. E, contradas sobre os Carson Tops é existia uma marca de capotas rebaixa-
em meados dos anos 40, quase justamente a origem do nome. Prin- das para carros conversíveis chamada
uma febre entre os conversíveis mais cipalmente se a pesquisa é feita na Carson. Mas, infelizmente, nenhuma
esportivos, sendo usados até hoje em internet. Quando comecei a me inteirar dessas versões estava correta. Pelo
projetos de personalização de carros mais sobre o assunto, encontrei pelo menos não completamente correta.
antigos. Mas, muito além disso, está menos três explicações diferentes: a A solução foi revirar livros e revistas
o fato de que a maioria dos historia- primeira dizia que esse tipo de teto era antigas para descobrir a verdade
dores e customizadores em geral atri- fabricado em uma estofaria de auto- por trás desse nome. E foi numa
buem aos tetos Carson grande influ- móveis localizada na Carson Street, edição de 1976 da Rod & Custom
ência na cultura de personalização em Los Angeles. Outra que a loja era norte-americana que encontrei uma
de carros, que surgiu no início da da cidade de Carson, subúrbio de Los matéria sobre o assunto. Acabei
década de 30 e se alastrou por todo Angeles. Porém, descobri que Carson descobrindo que generalizar o
o mundo nas décadas seguintes. só se tornou uma cidade no começo nome Carson Top, utilizando-o como
dos anos 60, época em que essas substantivo, e não como adjetivo,
Origem do nome capotas já eram muito mais do que é deixar para trás uma história, no
Mas uma das informações mais desen- conhecidas. A última versão dizia que mínimo, interessante e desconhecida
Carson top é um estilo de capota para carros conversíveis que se diferencia das demais por ser uma peça estofada, em lona, mas que é rígida. O projeto foi
inventado por Bob Houser em 1935, quando ele trabalhava para Amos Carson na loja que mais tarde viria a ser sua, a Carson Top Shop, em Los Angeles, EUA.
da maioria das pessoas, a qual vou modelo A cabriolet 1930. O teto era
tentar contar aqui. rebaixado e sem dobras, era rígido e
Hoje, quando alguém do universo dos fixo, podendo ser removido do carro,
hot rods se refere a um Carson top está mas não recolhido, como normalmen-
falando de um tipo, de um estilo de teto te se via nesses modelos. A novidade
usado em carros conversíveis. Porém, agradou muito, e rapidamente se
nem sempre foi assim. tornou popular nas ruas de Los Ange-
les, ganhando o nome da loja onde
Da sinuca à customização havia sido feito: Carson Top Shop.
Tudo começou em 1927, quando Centenas de outros tetos como aquele
Amos “Happy” Carson fechou seu foram fabricados a partir de então. A
salão de bilhar em Salinas, Califór- loja se tornou um empreendimento de
nia, e migrou para Los Angeles, onde sucesso e roadsters e conversíveis de
se instalou e abriu uma estofaria de toda Los Angeles repetiam o nome Car-
automóveis na altura do nº 4.910 da son. O velho Amos tinha uma vida tran-
S. Vermont Ave. Amos levava uma quila, e nem mesmo a depressão, que
vida modesta e se ocupava em fabri- perdurou por toda a década de 30, foi Nos anos 50 dezenas de pessoas imitavam e repli-
car capotas para os carros da épo- capaz de mudar o trajeto ascendente cavam o estilo da Carson, fazendo com quem Car-
ca, que em sua grande maioria saía dos negócios. O velho salão de sinuca son Top passasse a ser uma denominação genérica
do estilo de teto, o que provavelmente foi o maior
de fábrica sem muitos acabamentos. jamais daria tanto retorno e Amos sabia
reconhecimento e o melhor elogio que poderia
Mas foi em 1930 que as coisas disso. Sabia também que devia grande
ter sido feito para quem criou e construiu milha-
começaram a mudar. Um amigo de parte do sucesso a seu amigo Glen, e res de tetos elegante, suaves e personalizados.
Amos, Glen Houser, já sentindo os foi justamente por isso que quando fale- Mesmo que seu nome fosse Glen Houser.
efeitos da crise econômica de 1929, ceu, em 1942, deixou o negócio intei-
juntou-se a ele na estofaria e passou ramente para Houser, que em 1948,
a dar toques de personalização ao no auge da Carson top fever, trouxe em que praticamente tudo era feito de
trabalho. Na época os modelos T e A para trabalhar com ele o filho Bob. forma artesanal dentro da loja.
da Ford que passavam pela loja eram Já naqueles dias, junto da Carson
incontáveis e Glen resolveu inovar, Trabalho frenético Top Shop funcionava a empresa Jar-
passando rapidamente a se destacar Encontrei uma entrevista de Bob para rett Metal Works, que se encarregava
em virtude da forma com que desen- uma revista norte-americana do começo de diminuir o para-brisa dos carros
volvia seu trabalho. dos anos 70, na qual ele dizia que nes- dos clientes, fazendo com que qual-
Em 1935, Houser desenhou e cons- sa época, anos 40, cerca de 15 capo- quer modelo convencional saísse, em
truiu um teto liso de lona para um tas eram feitas por semana, num tempo no máximo três dias, customizado.
Cultura Hot
A customização ainda não era algo
comum, e a moda de rebaixar os
tetos de carros personalizados “não
conversíveis” estava começando
naquela mesma cidade pelas mãos
dos irmãos Barris. Por isso a impor-
tância da loja de tetos e estofamentos
Carson que, em boa medida, foi
antecessora dos shop tops kustoms.
Tuning de fábrica
A própria indústria automotiva per-
cebeu como os tetos mais baixos
deixavam os carros com uma apa-
rência melhor, atraindo mais seus
compradores. Acontece que, quando
isto aconteceu, quando as fábricas Sem dúvida, um dos carros mais bem acabados e
lançaram os novos modelos de car- detalhados dos anos 50 em termos de trabalhos de
rocerias para carros conversíveis, em interior foi feito pela Carson Top Shop no Golden
Sahara de Barris.
1949, fazendo com que os veículos
já saíssem de fábrica mais baixos
e com desenhos mais agradáveis e Mas mesmo com um número menor de
esportivos (como sempre deveriam ter clientes, o proprietário, Glen Houser,
sido), o mercado de customização não podia reclamar. Pelo contrário.
de tetos começou a minguar. Os negócios se tornaram cada vez
No entanto, os tetos mais lembrados e mais específicos e a Carson Top Shop
realmente marcantes produzidos pela se especializou em personalizações
Carson Top Shop são justamente dos de interiores, fazendo com que, em
Fords e Mercurys ‘49-’51, considerados 1954, a sede da empresa mudasse
como os mais elegantes dentre todos os para um novo prédio na S. Crenshaw,
trabalhos feitos até então pela loja. 4.717. Porém, com a popularização
Outra grande perda nos negócios foi dos customs aumentou também o Um bom exemplo de “Carson Top” colorido
a queda no número de personaliza- número de empresas que faziam servi- é o Studebaker 1947 de Tommy Thornburgh
ções no interior dos carros, uma das ços similares aos da Carson Top Shop. customizado por George Barris.
grandes fontes de renda da Carson
Top Shop. Com carros cada vez mais
equipados já na fábrica, a necessida-
A essência do Carson Top é uma rígida e intrinca-
de de trabalhos na parte interna dos
da estrutura de metal e, de acordo com a edição
carros nos clientes “comuns”, diga-
de abril de 1953 da revista Motor Trend, você
mos assim, diminuiu. Mas, se isso foi poderia optar por tetos Carson com as cores azul,
um problema para a loja, foi uma verde, marrom e branco.
bênção para o mundo das customiza-
ções, pois com uma clientela menor,
a Carson Top Shop pôde desenvolver
Hot Rods 56
Para entrar por uma porta com um carro original e sair pela outra
dirigindo um carro customizado em apenas três dias, o preço não
era tão elevado como se pode imaginar. Entre US$ 125 e US$ 175
em meados da década de 40. Pouco menos de 10% da média de
preço de um carro novo da época. Já em 1953, de acordo com
alguns anúncios da época, o preço variava de acordo com o estilo
das janelas e o padrão de acabamento que era dado ao interior do
carro. Um teto padrão e um interior sem muitas alterações come-
çava em US$ 200 para carros fabricados nos EUA a partir de 1942.
Carros mais antigos usualmente pagavam US$ 175 e os cupês 1936
e 1937, por serem menores, custavam US$ 155.
O teto podia ser feito com uma grande variedade de formas para a janela
traseira, e podia ser comprado com as aberturas laterais padrão em plástico
ou vidro, ou ainda com o mesmo sistema dos Coupe de Ville em acrílico e
em de dois tipos de densidade diferentes.
Os Carson Tops até hoje são usados em projetos de personalização de
Concorrência carros antigos. Foram desde sua primeira aparição um sucesso e nos anos
50 eram uma febre.
Para se ter uma ideia, apesar de ser a
mais conceituada de sua época, e a pre-
ferida dos irmãos Barris (que por sua vez Havia, na verdade, dezenas de pes- e a lona utilizada para o acabamento
eram os customizadores mais conceitua- soas por todo o país que imitavam dos característicos tetos da Carson não
dos nesta mesma época), um nome que e replicavam o estilo da Carson, era mais fabricada.
aparece com frequência como um dos fazendo com que, na década de 50, Glen faleceu em 1969, deixando
grandes “concorrentes” da Carson Top Carson Top passasse a ser um nome para seu filho Bob a totalidade da
Shop é o de Bill Gaylord, que se instalou genérico, utilizado indistintamente para empresa. Naquela época eles já
estrategicamente ao lado da oficina de o estilo, e não para o fabricante. haviam se especializado em recons-
George Barris, na rua Lynwood, durante Mas, aos poucos, os tetos Carson origi- truir e restaurar tetos de vinil para
os anos 50. Bill trabalhava tanto quanto nais foram deixando de ser fabricados modelos mais antigos, fazendo
Glen, parecendo construir todos os tetos e o último trabalho de customização de poucos trabalhos de customização
tetos realizado pela Carson Top Shop
Hot Rods 58
Quase domesticado
Ford mostra edição especial do Mustang para comemorar
50 anos da criação do muscle
Texto: Bruno Bocchini::Fotos: Divulgação/Ford Motor Company
A
Ford apresentou, em Nova York, uma edição
especial do Mustang para comemorar os 50 anos
da criação do carro. De acordo com a empresa,
apenas 1.964 unidades do modelo serão produzi-
das. O número de unidades foi definido pela data
de início da produção do primeiro Mustang, em
1964. O modelo esportivo foi atração da marca no Salão
de Nova York, que ocorreu no último mês.
O responsável pela diversão é um V8 de 5 litros atu-
alizado pela empresa e que chega a 420 cavalos de
potência. As rodas são de 19 polegadas e os freios são
Brembo com seis pistões nas rodas dianteiras. 1966
Para celebrar os 50 anos do modelo, a empresa também
levou edição conversível do Mustang ao 86º do Empire Os primeiros modelos Mustang tinham a plataforma do com-
State Building, em Nova York. pacto Ford Falcon, do qual herdaram também a suspensão.
De acordo com a Ford, a série limitada do Mustang foi Além do longo capô e dos vincos nas laterais que termina-
baseada na versão GT 2015 do carro e será completa vam em entradas de ar, o visual era composto por faróis
e com pacote de performance. O futuro dono poderá circulares, grade cromada e pequenas lanternas de forma-
escolher apenas se deseja o carro na cor azul ou branca, to retangular. A riqueza de cromados, o retrovisor redondo
além de optar pela transmissão manual ou automática. e a marca do cavalo de raça nos para-lamas dianteiros
No interior, o veículo possui acabamentos cromados que foram também faziam parte dos detalhes do cupê da Ford.
comuns na década de 1960. Vários detalhes, como volante Os motores oferecidos eram seis cilindros em linha de 170
de couro com costura especial, são exclusivos da versão. pol³V8 de 260 pol³ e V8 de 289 pol³. Um ano após o lança-
Logotipos comemorativos de “50 anos” estão espalhados pelo mento, surgia a famosa versão Shelby GT 350 com 310 cava-
carro, sendo que um presente no console é gravado à mão. los de potência que aumentou para 405 cv no ano seguinte.
Detalhes tão pequenos e que fazem diferença... Eram modelos preparados pela empresa fundada por Carol
Shelby, piloto texano que fez sucesso nas pistas a bordo de
1965 modelos Ford entre os quais o conversível AC Cobra.
A nova reforma mais significativa veio apenas na linha
2010. As mudanças incluíram uma nova grade, faróis e
lanternas. Além disso, o interior do carro foi modificado,
seguindo a tendência de estilo retrô, mas com toques de
modernidade, como o sistema SYNC que traz conec-
tividade Bluetooth para celular e outros dispositivos,
desenvolvidos pela Microsoft. Desde então, o Mustang se
mantém praticamente o mesmo. Agora, na nova geração,
o carro se torna global, recebendo nova plataforma.
seu Chevy 58 e comprar um carro novo. Ela então foi visitar
a área de exposição de um revendedor Ford em Chicago.
Nada a convenceu, até que perguntou ao vendedor se havia
algo mais. Nesse momento, ele lhe mostrou um Mustang con-
versível que não podia ainda ser exibido publicamente. Gail
então se apaixonou e comprou o carro de imediato, no dia
15 de abril de 1964 - dois dias antes de sua estreia oficial.
5 - Shelby GT350 é lançado
Em março de 1965 foi apresentado a versão movida
por um V8 de 4.7 litros que entregava até 306 cv. Este
1967 exemplar marcou o início de uma longa e frutífera par-
ceria entre a Ford e o ex-piloto Carrol Shelby, que pre-
parava carros da marca. Um ano depois, a empresa de
aluguel de carros Hertz introduziu à sua frota um Shelby
“GT350H”. O “H” naturalmente foi colocado por ser a
inicial do nome da empresa.
6- 1966: 1 milhão de Mustang
Pouco menos de dois anos após o início da produção, a
Ford já havia ultrapassado a marca de 1 milhão de unida-
des do modelo montadas.
7- 1968: Chega o V8 302
Neste ano, o V8 289 foi substituído pelo 302, uma
variante “light” da motorização estelar da Ford utilizada
1967 nas competições. Além disso, o 427, que entregava 390
cv, era oferecido como opcional por 622 dólares a mais.
História do Ford Mustang No dia primeiro de abril daquele ano, o mesmo motor
1- 1962 - Mustang 1 Concept Car Cobra Jet estreia como pacote opcional destinado aos
O conceito do Mustang tinha apenas dois lugares e um mais entusiastas por fortes emoções ao volante.
motor central e acabou não sendo produzido para o mer- 8- Em 1969 nasce o Mustang Boss
cado. No entanto, segundo a marca, o protótipo já osten- Surge então a filosofia “um cavalo para cada necessida-
tava as proporções reais dos “Pony Cars”, pois apresenta- de”, que desencadeia 11 opções diferentes de motoriza-
va um longo capô, traseira curta e as laterais delineadas. ção. Alguns novos modelo adicionados à gama foram o
2- 1964: O nascimento do Ford Mustang Boss 302 de 290 cv, o Boss 429, de 275 cv, o Mustang
No dia 17 de abril de 1964, na Feira Mundial em Mach 1, dentre outros.
Flushing Meadows, Nova Iorque, a Ford apresentou ao 9- O Boss 302 School Bus
mundo o esportivo acessível chamado Mustang. Este Um dos Mustang de corrida mais emblemáticos foi o Boss
nome foi inspirado no lendário avião de caça da Segun- 302 School Bus, com o número 15 pintado na lataria,
da Guerra Mundial, o P51 Mustang. Em seu lançamento, conduzido pelo lendário piloto Parnelli Jones, na Trans
o modelo custava 2.368 dólares, nos Estados Unidos. America Series, entre 1969 e 1970. Apesar do campeo-
3- “1964½” nato ter escapado em 69, no ano seguinte Parnelli o con-
A primeira série do Mustang ficou conhecida como quistou obtendo cinco vitórias em 11 corridas, incluindo
“1964½”, pois não foi lançada junta dos modelos de a final em Riverside, considerada “teste para cardíaco”
64, que haviam surgido no fim do ano anterior. O design devido à carga de emoção.
atraente do carro chamou a atenção dos jovens america- 10- 1971: Os maiores Mustang
nos, pois, com preços acessíveis, tornou-se o veículo dos Neste ano surgiram os maiores e mais pesados Mustang
“Baby Boomers” - como ficou conhecida a geração da da história. Eram pouco mais de 30 centímetros mais
época - para ir diariamente à faculdade. compridos que o original e 272 quilos mais pesados. O
4- O primeiro proprietário Boss 351 com bloco Cleveland e cabeçote Cobra Jet era
O dono do primeiro Mustang de produção foi, na verdade,
um deles. Além disso, o Match 1 ganha diversas versões
uma “dona”. Gail Wise, uma professora do ensino funda-
sendo a Super Cobra Jet 429 a topo de linha.
mental que, com 22 anos na época, havia decidido vender
Special Edition
1966 1968
11- 1974: Chega o Mustang II
Surge então a segunda geração do Mustang. Comparado
ao modelo anterior, era 48 centímetros mais estreito e 222
quilos mais leve. Pela primeira vez não havia um motor V8
disponível e tampouco um conversível. Apesar de não ter
sido dos mais apreciados, a ideia era voltar a origem do
conceito, ou seja, um esportivo simples e pequeno.
12- 1976: O retorno das versões Cobra
A plataforma da segunda geração do Mustang era a mesma
do pequeno Ford Pinto. Apesar das vendas terem sido anima-
doras - o Mustang II era mais eficiente e o vivia-se na época
a crise do petróleo - a imagem de esportividade do carro
estava se perdendo. Para contornar a situação, em 1976 a
Ford decidiu retomar as versões Cobra e Match 1.
13- 1978: O Mustang II King Cobra
1978 foi o último ano do Mustang II e a Ford decidiu lançar
o Mustang King Cobra como edição limitada que oferecia
somente a motorização V8. O único objetivo era recuperar a
imagem esportiva do carro. Foram produzidas apenas 4.313 1969
menos de 13 segundos. A edição limitada de apenas diversos elementos de design dos tradicionais modelos dos anos
107 unidades - todas vendidas antes mesmo do início da 60 e 70. A expectativa gerada foi grande com o par de concei-
produção - também foi lançada. A variante exclusiva cha- tos mostrados Salão de Detroit em 2003. O novo veículo pas-
mada “Cobra R” oferecia o mesmo motor do Cobra, era sava a oferecer motores V6 de 210 cv e V8 de 300 cv. A gera-
equipada de freios maiores, amortecedores e molas Koni, ção marca o resurgimento dos “Muscle Cars”, uma vez que,
radiador de óleo e direção, ao passo que os bancos tra- devido ao sucesso do Mustang, Chevrolet e Chrysler resolveram
seiros foram removidos. ressuscitar seus respectivos modelos Camaro e Challenger.
Hot Rods 69
Special Edition
20- 2011: O retorno do V8 de 5.0 litros
Em 2010, o Mustang recebeu atualização estética e
melhorias nos equipamentos de segurança. No entanto,
as atualizações mais importantes vieram apenas no ano
seguinte. O V6 passou a ser de 3.7 litros e gerava 305 1969 1971
cv, enquanto que o V8 voltava a ser o famoso 5.0 litros -
chamado de “Coyote”, era muito mais avançado e refina-
do - que entregava 412 cv.
21- 2012: Boss 302 revive
Neste ano, a Ford se propôs a desenvolver um Mustang
com dinâmica e dirigibilidade jamais criados. O resultado
foi tão satisfatório que até ressuscitaram a icônica denomi-
nação “Boss” - que, com motor V8 de 5.0 litros, era cha-
mado ainda de 302. O propulsor recebia então melhora
considerável e passava a produzir 444 cv, a suspensão
foi totalmente revisada e recalibrada e um Torsen opcional
foi adicionado. Os engenheiros da Ford haviam definido
como rival a ser batido o BMW M3 E90. Uma versão
mais extrema e limitada a 1.500 unidades foi criada e
seu nome era “Boss 302 Laguna Seca” - em homenagem 1972
ao circuito onde Parnelli Jones foi campeão em 1970. Ela
oferecia um pacote aerodinâmico para dar mais downs-
force, suspensão de competição, pneus semi-lisos e a
substituição do assento traseiro por uma barra em forma
de X para dar mais rigidez estrutural.
22- 2013: O V8 mais potente do mundo
Através da divisão esportiva SVT, que completava 20 1978 1985
anos, a Ford lança o Shelby GT500 com o V8 de pro-
dução em série mais potente do mundo. O bloco de
5.8 litros, com a adição de um grande compressor e um
intercooler, entregava 662 cv. Além disso, o GT500 foi o
último a ser desenvolvido com Carrol Shelby ainda vivo.
23- 2015: A sexta geração
A nova geração representa um “salto exponencial” em
termos de qualidade, acabamento interno e montagem.
Será um carro global que oferece agora suspenção tra-
seira independente, sistema multimídia MyFord Touch e
três opções de motores: um V6 de entrada; o V8 Coyote
e um novo quatro cilindros 2.3 litros Ecoboost, que marca
o retorno de um L4 à gama de propulsores do Mustang.
Nada mal para comemorar os primeiros 50 anos do
modelo de maior sucesso da marca. 1980
Hot Rods 70
Tanque de inox
A sugestão da Clássicos e Raros para os leitores
de Hot Rods são os tanques de inox para diver-
sos modelos de carros antigos.
Informações: Tel. (47) 3337-5569 / (47) 8412-55
69 ou e-mail: comercial@classicoseraros.com.br
Faixas decorativas
A Old Design Restaurações e Faixas Decorativas executa servi-
ços de restauração de painéis, partes e acessórios para diver-
sos modelos de carros antigos. Um dos destaques é o painel
monocromático do Opala até o ano 1980.
Informações: Tel. (19) 3454-8019/ 99705-6865 ou
www.olddesign.com.br
Pneu radial
A empresa Vfort Pneus destaca este mês o pneu radial T/A, disponível em
várias medidas.
Hot Rods 79