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RESUMO
Segundo De Giorgi a sociedade é definida por três elementos básicos que procuram
legitimar a concepção de sociedade concebida em cada época, que são: a verdade, os
valores e a segurança. A compreensão de mundo que cada uma destas criará depende da
comunicação estabelecida entre os sujeitos sociais, pois como postula De Giorgi, as
relações sociais só existem através da comunicação empreendida na solução de
divergências. Sua teoria apresenta um conceito de sociedade nos moldes da teoria
sistêmica, como sendo um grande sistema no qual podemos encontrar outros
subsistemas constituídos pelo homem e pelo direito. Defende ainda que, a sociedade
subsiste em cima do homem, sem o qual é impossível pensar em sociedade no universo
da comunicação social. Nesse contexto, buscamos compreender o Direito como receptor
dos fatos sociais que os processa e cria soluções para tirá-los do âmbito da sociedade
resguardando-a dos riscos. Esse procedimento é caracterizado pela autorreferência, a
reprodução autopoiética e o fechamento operacional, todos funcionando como se
fossem uma engrenagem de uma máquina para regular as relações carregadas de valores
coletivos e individuais. Para De Giorgi esse sistema não se sustenta diante da
complexidade social, pois não consegue operar funcionalmente fechado, pois se assim o
fosse implodiria. Assevera ainda que o Direito se apresenta como sendo os casos
sociais jurídicos sobre os quais se procede a uma compreensão para determinar qual
norma se aplica melhor aquele caso concreto. Ou seja, o Direito não é o regulador da
sociedade, mas sim os fatos sociais que determina qual é o Direito, constituindo-se
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Bacharelando em Direito pelo Centro de Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). E-
mail: Joao_Paulo.83@hotmail.com
Revista Científica A Barriguda. Campina Grande – PB. V. 2, N. 02, ano 2 - 2012.
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assim numa ferramenta importantíssima nessa sociedade complexa para poder dizer aos
fatos sociais, estabelecidos através da comunicação, quem detém o Direito.
1. INTRODUÇÃO
seguirá seu fluxo natural sem que as ações do homem individualmente – desde que não
cause um fato reprovável pela sociedade - possam alterá-la, essas ações só terão
consequências se produzidas pelos subsistemas. O homem está preso a certas
influências como o amor, a dor, a paixão; a sociedade não se prende a esses conceitos
abstratos. Por isso, enfatiza que falar de crise da sociedade é um pensamento nulo e
impreciso, pois não é a sociedade que está em crise, mas sim o homem.
Segundo De Giorgi a sociedade é definida por três elementos básicos que
procuram legitimar a concepção de sociedade concebida em cada época, que são: a
verdade, os valores e a segurança. A concepção de mundo que cada uma destas criará
depende da comunicação estabelecida entre os sujeitos sociais, sendo que, as relações
sociais só existem através da comunicação empreendida na solução de divergências,
quando se chega a um consenso cessa a comunicação e consequentemente a relação
social.
A comunicação mal formatada gera divergências em que o Direito absorve as
diligências sociais e processa a solução da demanda. As pilhas de processos encalhadas
nas gavetas dos Tribunais de Justiça a espera de uma decisão são típicos exemplos de
comunicações más formatadas, pois quando os indivíduos não conseguem atingir um
nível mínimo de consenso entre si acabam resolvendo por outros meios, que geralmente
ocasionam a transgressão do subsistema jurídico demandando uma ação capaz de
restabelecer a ordem e imunizar a sociedade.
Outro elemento importantíssimo para De Giorgi é a comunicação. Sem ela não
há sociedade. Segundo ele, nos diálogos que estabelecemos com outras pessoas sempre
criamos um terceiro incluso que está excluso, o terceiro é excluso no momento em que a
outra pessoa me comunica, ele sai processa as informações e formata uma nova
comunicação voltando a ser incluído para que o diálogo continue. Isso ocorre por que
sempre visualizamos o outro como algo estranho, diverso, diferente, dessa forma
quando não conhecemos o outro a comunicação é prejudicada, porém o outro é
essencial na comunicação sem o qual não poderíamos comunicar.
De Giorgi propõe que na relação dos sistemas com o Direito deve haver um
elevado nível de abstração no sentido de compreender a norma. Para comunicar-me com
a lei, por força, devo observar o terceiro excluso que está incluso, pois preciso
diferenciar-me dela para que possa compreendê-la, já que não sei qual foi o sentido que
o legislador quis atribuir-lhe. Sendo que, esse terceiro não fica fora, ele deve está dentro
da comunicação, caso contrário não entenderá o diálogo, afetando a percepção e
interpretação da lei para aplicá-la ao caso concreto.
Sendo assim, esse sistema pensado por Luhmann compreende o Direito como
receptor dos fatos sociais para processá-los e criar soluções para tirá-los do âmbito da
sociedade resguardando-a dos riscos. Esse procedimento é caracterizado pela
autorreferência, a reprodução autopoiética, o fechamento operacional e a funcionalidade
aberta, todos funcionando como se fossem uma engrenagem de uma máquina para
regular as relações carregadas de valores coletivos e individuais. Neste sentido,
ressaltava que,
Para De Giorgi esse sistema não se sustenta diante da complexidade social, pois
não consegue operar funcionalmente fechado, pois se assim o fosse implodiria. Foi
nessa perspectiva que, Luhmann, ao observar as definições e os vários tipos de sistemas
que estavam sendo analisados nas décadas de 60 e 70, propôs uma mudança
significativa na operacionalização dos sistemas que
A complexidade dos fatos nos tem levado a ter cada vez menos certeza sobre as
decisões no mundo jurídico. A política e a economia têm interferido com mais
intensidade no campo jurídico afetando sua autonomia e imparcialidade. A ciência tem
alcançado um nível de desenvolvimento inimaginável, criando inventos que não se sabe
quais serão as consequências e como controlá-las. Toda essa complexidade produz
riscos e demandam novas atitudes do Sistema Social, especificamente do sistema
jurídico. Nesse sentido, Segundo Luhmann, “o direito serve a uma sociedade
hipercomplexa na medida em que orienta a ação social, resolve conflitos de interesses,
estabiliza a sociedade sem, no entanto, eliminar a pluralidade e complexidade”
(LUHMANN apud BRZEZINSKI, 2008, p.122-143).
É nesta compreensão de sociedade complexa que De Giorgi afirma: “vivemos
em um mundo de incertezas e inseguranças”. E quais são as implicações desses fatores
para a vida em sociedade? De acordo com o exposto acima, evidencia-se que o maior
problema é a produção do risco, como nos mostra Denise Hammerschmidt,
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Pois como evidenciou Beck citado por Hammerschmidt, ao fazer uma análise da
relação entre perigo e risco afirmou que
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS