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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

CRYSTIAN ROBERT MAIA

GUILHERME GEMIN E SOUZA

GUILHERME KANTOR

GUILHERME TOZINI PALAGANO

LEONARDO AZAMBUJA GALVÃO

A MENTALIDADE MESSIÂNICA DO POVO SERTANEJO NA GUERRA DO


CONTESTADO (1912-1916)
2

CURITIBA

2015
CRYSTIAN ROBERT MAIA

GUILHERME GEMIN E SOUZA

GUILHERME KANTOR

GUILHERME TOZINI PALAGANO

LEONARDO AZAMBUJA GALVÃO

A MENTALIDADE MESSIÂNICA DO POVO SERTANEJO NA GUERRA DO


CONTESTADO (1912-1916)

Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina


Prática profissional I: Pesquisa em História do
Curso de Licenciatura em História da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná.

Orientador: Prof. Drª. Etiane Caloy Bovkalovski


CURITIBA

2015
SUMÁRIO

1TEMA 6

2PROBLEMÁTICA ..................................................................................................... 6

3JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 6

4OBJETIVOS .............................................................................................................. 6

5FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA ................................................ 7

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 7

FONTES PRIMARIAS ................................................................................................ 8

1 TEMA

A mentalidade messiânica do povo sertanejo na guerra do contestado 1912-


1916.

2 PROBLEMÁTICA

O que influenciou o povo sertanejo da região do contestado a desenvolver


uma mentalidade messiânica?

3 JUSTIFICATIVA

O contestado foi um episódio da história dos estados do Paraná e Santa


Catarina que disputavam o território que atualmente compreende o oeste de Santa
Catarina. A autora Sachweh (2004) argumenta:

Para uma localização no tempo e no espaço do Contestado, assimilamos os


motivos pelos quais o movimento ocorrido no Sul do país, entre os Estados
de Santa Catarina e Paraná, tornou-se uma guerra que envolveu cerca de
20.000 pessoas e por que aproximadamente 10.000 formaram a força, que
sem de instrumentos bélicos, lutou contra os poderes impostos. (p.04)

Os motivos que levaram a população nativa desta região à guerra são


inúmeros porem boa parte dos registros históricos foram feitos por militares e
pessoas que de certa forma estavam alheias à realidade daquela população e as
causas conflito, o que durante muito tempo gerou uma análise superficial do
ocorrido, como relata o jornalista Milton Ivan Heller (2012):

São numerosos os autores que consideram a guerra do contestado como


resultado da ignorância, do misticismo e das condições de miséria e
abandono em que viviam populações de um território disputado por dois
estados. Uma meia verdade porque outras regiões do Brasil viviam nas
mesmas condições de atraso e miséria e nem por isso registraram revoltas
de camponeses espoliados e ultrajados em seus direitos, embora também
vivessem com bandos de jagunços armados e fossem visitados por
monges, beatos, curandeiros, andarilhos e outras criaturas capazes de
desencadear o misticismo religioso (p.195).

Diante dos inúmeros fatores que levaram ao conflito nosso trabalho propõe
dar ênfase aos aspectos religiosos, culturais e místicos da população sertaneja
envolvida na guerra do contestado. A religiosidade sempre foi fator fundamental na
cultura das sociedades humanas, atualmente ainda são muito comuns os conflitos
que tem suas causas amparadas por razões religiosas. A religiosidade é um fator
primordial na formação cultural de determinado povo, como esclarece o historiador
Fustel de Coulanges (2003):

É preciso pensar bem na excessiva dificuldade que tinham as populações


primitivas de fundar sociedades regulares. O vínculo social não é fácil de
estabelecer entre seres humanos tão diversos, tão livres, tão inconstantes.
Para dar-lhes regras comuns, para emitir ordens e fazer aceitar a
obediência, para obrigar a paixão e ceder à razão, e a razão individual à
razão pública, parece com certeza indispensável existir algo mais forte que
a força material, mais respeitável que o interesse, mais seguro que a teoria
filosófica, mais imutável que a convenção; alguma coisa que esteja radicada
no fundo dos corações e, nestes resida imperativamente. Essa coisa é a
crença. Nada de mais poderoso existe sobre a alma. Crença é obra do
espírito, mas não encontramos, neste, liberdade para modificá-la a nosso
bel prazer. Crença é criação nossa, mas nós ignoramos esse fato. É
humana, e julgamo-la um deus. É efeito de nosso poder, e é mais forte do
que nós. Está em nós, não nos abandona e a cada momento nos fala. Se
nos manda obedecer, obedecemos; se nos traça deveres, submetemo-nos.
O homem pode dominar a natureza, mas está sempre sujeito ao próprio
pensamento. (p.120)

O recorte temporal (1912-1916) foi escolhido, pois é nesse período em que


ocorrem os conflitos armados entre as tropas oficiais e a população sertaneja
rebelada. Como relata Marcellino (2005):
De 1912 a 1916 uma sucessão de batalhas foram travadas pelos
desenraizados sertanejos do planalto catarinense contra as tropas do
exército das polícias militares de Santa Catarina e do Paraná
destacamentos do Rio Grande do Sul e contra jagunços armados pelo soldo
dos “coronéis” da região. (p.09)

As fontes primarias consultadas para realização desta pesquisa consistem em


cartas redigidas entre autoridades da época, publicações de jornais da época que
relataram o conflito, como o jornal, Diário da tarde de Curitiba, que estão arquivados
na biblioteca pública do estado. Livros de memórias publicados por militares da
época que vivenciaram o conflito com destaque para o tenente Herculano Teixeira
d’Assumpção e sua obra de 1917: A Campanha do Contestado: As Operaçoes da
Columna do Sul.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a formação da mentalidade messiânica do povo sertanejo na guerra


do contestado.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos do trabalho são:

a) identificar o contexto histórico no qual estavam inseridos os sertanejos;

b) analisar a formação étnica e social daquela população;

c) apresentar a condição de vida do sertanejo e o que nesse quesito


possa ter os influenciado a desenvolver a mentalidade messiânica;

a)

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA

O projeto de pesquisa ira se desenvolver baseado em obras de historiadores,


jornalistas, sociólogos e antropólogos que se dedicaram a estudar o conflito, além do
estudo da documentação produzida na época sobre o conflito. Muitas das fontes
históricas associam o fanatismo daquela população a um sentimento messiânico em
torno do líder do movimento, o monge José Maria, sobre o termo “messias” ou
“messianismo” a socióloga Maria Isaura Pereira de Queiroz (1977) afirma:

Discussões teológicas tiveram como resultado refinar o conceito, dando-lhe


sua forma definitiva, mas sempre dentro da religião judaica: o messias é o
personagem concebido como um guia divino que deve levar o povo eleito
ao desenlace natural do desenrolar da história, isto é, à humilhação dos
inimigos e ao restabelecimento de um reino terreno e glorioso para Israel. A
vinda deste reino coincidirá com o “fim dos tempos” e significará o
restabelecimento do paraíso na terra. (p.26)

A Mentalidade Messiânica foi, no contexto da "Guerra do Contestado", a


forma de união que o caboclo desenvolveu para socialmente corroborar a sua
proposta de revolta e assim lutar a partir dos seus lideres João Maria, José Maria
entre outros, ao qual com influências de afirmações religiosas originadas de diversas
culturas religiosas entre elas cristãs e indígenas. Mas para toda essa perspectiva
ocorrer, foi necessário a construção de uma "Mentalidade" ao qual é proposta por
Ricardo Vieira (1995):

A Mentalidade é um sistema de referências de um grupo; é um estado de


espírito comum de um dado grupo social. Este sistema de referencias leva
um individuo que comungue do mesmo ethos (Bateson, 1958: 286) a ver as
coisas de determinada maneira, a ter atitudes e condutas de acordo com
esta percepção do mundo. (p.127)

Com as expulsões em massa das terras cedidas às empresas norte-


americanas; Brazil Railway Company e Southern Brazil Lumber & Colonization
Company. Os desapropriados viram como solução a união pela luta de seus direitos,
acarretando uma forma de pensar e agir em comum, trazendo a tona um princípio
religioso novo, com mesclas de mitos, lendas e crenças criando assim uma
"Mentalidade".

A mentalidade é construída por todas as experiências da vida social pelos


adultos com quem se interage desde criança, pelas opções que se tomou
ao longo do percurso biográfico, enfim, pela educação em geral e pela
participação num coletivo que tem hábitos e juízos elaborados. (Vieira,
1995, p.127).

Dentro desse contexto podemos referenciar Le Goff, que demonstra a falta de


vários estudos dentro da historiografia geral. Ao qual, no Paraná, não foi ainda
abordado muitos trabalhos analíticos em relação à mentalidade do sertanejo, como
era sua visão transcendental, suas bases religiosas, seu ritos, e toda essa
construção que geram o "Messianismo".

A historicidade permite a inclusão no campo da ciência histórica de novos


objetos da história: o non-événementiel; trata-se de acontecimentos ainda
não reconhecidos como tais: história rural, das mentalidades, da loucura ou
da procura de segurança através das épocas. (LE GOFF, 1990, p. 14).

Para fazermos um conceito de messianismo, que está muito intrínseco ao


subjetivismo, é necessário um bom embasamento, e compreensão do contexto em
que é introduzido esse prelúdio. Ao passo que no conflito do contestado, essa
definição cabe ao desenrolar de uma luta em que o povo ali envolvido estava em
busca de seus direitos e extremamente acuado e reprimido, na qual uma imagem
divina poderia trazer a esperança que eles necessitavam.

A interminável experiência de opressão e humilhação, longe de levar a uma


desintegração da esperança e dos laços sociais, mantém viva a orientação
messiânica e permite a elaboração de efetivos movimentos de libertação e
renascimento religioso que caminham à procura de seu paraíso. (ROSSI,
2007, p. 2).

Nosso trabalho será divido em três partes. Na primeira parte falaremos da


constituição étnica da população envolvida. Em seguida falaremos dos
acontecimentos políticos que antecederam ao conflito que também influenciariam no
descontentamento da população revoltosa, como a construção da estrada de ferro a
distribuição de terra para a Lumber, a disputa de terras entre Paraná e Santa
Catarina. Por ultimo faremos do monge: José Maria, líder dos rebeldes, tido para
eles como um messias uma análise sobre a formação do messianismo da população
da região do contestado.

1 REFERÊNCIAS

FUSTEL DE COULANGES. A Cidade Antiga: estudo sobre o culto, o direito e as


instituições da Grécia e de Roma. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
GALLO, Ivone Cecília D’Avila. O contestado: o sonho do milênio Igualitário.
Campinas: Ed. da UNICAMP, 1999.
HELLER, Milton Ivan. A atualidade do Contestado: edição do centenário da guerra
camponesa. Curitiba: JM, 2012.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Ed. da UNICAMP,1990.
MARCELLINO, Walmor. A guerra camponesa do Contestado. Curitiba: Quem de
Direito, 2005.
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. O messianismo no Brasil e no mundo. 2.ed.
São Paulo: Alfa-Omega, 1977.
QUEIROZ, Mauricio Vinhas de. Messianismo e Conflito Social: A guerra sertaneja
do contestado: 1912-1916. 3.ed. São Paulo: Ática, 1981.
ROSSI, Luiz Alexandre Solano. O Messianismo e a construção do paraíso na
história. Revista Aulas, Campinas, n.04, p.1-14, jul. 2007.
SACHWEH, Maria da Salete; MESQUIDA, Peri. As intervenções educacionais na
região do Contestado. 200. vii, 137 p. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, 2000.
SACHWEH, Maria Salete. Contestado: Educação ou Atestação? In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 3., 2004, Curitiba - PR. III Congresso
Brasileiro de História da Educação, 2004.
VIEIRA, Ricardo. Mentalidades, escola e pedagogia intercultural. Educação,
Sociedade & Culturas,Cidade do Porto, v.04, n.04, p.127-147, jan. 1995.
Disponível em: < http://www.fpce.up.pt >. Acesso em: 20 mai. 2015.

2 FONTES PRIMARIAS

D`ASSUMPÇÃO, Herculano Teixeira. A Campanha do Contestado: (as operações


da Columna do Sul) Belo Horizonte: [s.n.], 1917 - 1918.

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