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Anexo
Exercícios de Oratória para eliminar a gagueira
Versão 2.1
Índice
Assunto Página
O autor
Aquele que apresenta essa disfunção, pode readquirir a confiança no que vai dizer e
afastar essa situação que tanto o incomoda, se praticar exercícios para reeducar a articulação
e a disciplina mental, feitos no isolamento do seu lar, no modo como iremos descrever, mais
adiante.
A gagueira é um transtorno da fluência verbal, aspecto da produção da fala que se
refere à continuidade, à suavidade e ao esforço físico e mental exigido pelo corpo e pela
mente daquele que fala. A fluência é definida como a fala de fluxo contínuo e suave, que é
decorrente de uma integração harmônica entre os processamentos neurais envolvidos na
linguagem e no ato motor, sendo a gagueira o transtorno da fluência mais comum, por se
apresentar como uma descontinuidade no fluxo da fala caracterizada por repetições de sons,
sílabas, palavras, ou frases, ou, ainda, como um prolongamento de sons, blocos, interjeições
e revisões, que pode afetar a velocidade e o ritmo da fala.
As disfluências podem ser acompanhadas por tensões físicas, reações negativas,
comportamentos secundários e a evitação de determinados sons, palavras ou situações em
um diálogo comum, ao telefone ou no uso da palavra em público.
A disfluência ou hesitação
A gagueira tem tipologias e graus diferentes: pode ser leve, moderada ou severa,
dependendo do número total de rupturas na fala (disfluências), do tipo das rupturas e da
duração das mesmas. Como se pode observar em um indivíduo que apresente essas
características, um bloqueio de um segundo na fala é bem mais leve que dez segundos, mas
ambos são compreendidos – por aquele que os produz - como uma eternidade!
Outro aspecto a considerar são os comportamentos paralelos apresentados pelo
portador de gagueira, tais como os aspectos físicos mais visíveis, como piscar os olhos
incessantemente e balançar a cabeça de forma rápida e repetitiva. Em geral, aquele que
apresenta problemas na fala é uma pessoa tensa que não tem consciência desses
movimentos produzidos pelo seu corpo durante a fala; ao adquirir consciência disso, ele
principia a mudar a sua fala para uma situação próxima do normal.
A disfluência ou hesitação já foi interpretada como um erro ou um defeito de fala.
Atualmente, sabe-se que fornece um tempo para o falante resolver as dificuldades
momentâneas relacionadas ao que falar ou ao como falar o que foi gerado em seu cérebro.
A disfluência ou hesitação está presente na fala de todos os que usam a palavra, não
havendo seres humanos falantes que jamais hesitem ou que jamais sejam disfluentes,
embora as situações da fala decorada ou da leitura ensaiada tendam a fazer com que as
hesitações ou disfluências diminuam muito quando há o prévio e o amplo conhecimento do
texto. Os falantes considerados fluentes apresentam uma baixa quantidade de hesitações ou
disfluências.
Principais sintomas
Todos os oradores produzem disfluências, que podem incluir hesitações, na forma de
pausas silenciosas ou de interjeições de enchimentos de palavras, como ééééé......,
ahhhhh...... ou qualquer outro tipo de pausa ou interrupção ao longo do discurso natural. No
entanto, aquele ser humano que apresenta sintomas da gagueira apresenta essas
disfluências de modo mais acentuado, sendo os mais comuns:
O uso mais frequente de palavras desconexas e interjeições, como: “tipo assim...,
então...., tá...., né....?!”
Taquifemia
Apresenta os mesmos sintomas da taquilalia, mas o indivíduo que a produz apresenta
pouca consciência do distúrbio, da ampliação das hesitações e das disfluências. No entanto,
a taquifemia não deve ser confundida com a gagueira, um distúrbio multifatorial que tem
muitas outras características que compõem o seu quadro.
Os indivíduos que apresentam este transtorno também podem apresentar a troca de
letras na fala e na escrita, além de dificuldades para encontrar as palavras desejadas,
confusões sintáticas com um discurso confuso, dificuldade de leitura e escrita, desatenção,
hiperatividade, impulsividade, retardo no desenvolvimento da linguagem e no
desenvolvimento motor.
A eliminação dos transtornos da fluência verbal deve considerar que a gagueira não é
um distúrbio emocional ou afetivo e sim, um distúrbio neuroquímico que afeta as
estruturas pré-motoras da fala. Portanto, deve-se reconhecer que a gagueira é produzida
pela evitação, que é um rapidíssimo lapso de tempo que o portador da gagueira leva para
pensar, originar e produzir a fala, com o objetivo de livrar-se, rapidamente, daquilo que
atormenta o seu cérebro, ou para livrar-se do seu interlocutor.
A rapidez que leva à evitação pode ser facilmente eliminada pela reeducação daquele
que apresenta esse comportamento. Para tanto, ele tem que considerar e administrar a
função/tempo da sua fala, que vai da sua inicialização (no centro do cérebro) até a sua
emissão (pelo aparelho fonador). A partir dessa consciência, ele deverá realizar alguns
exercícios para adotar uma nova postura física, visando estabelecer, propiciar e manter duas
funções em dois tempos, em sua fala: a Função 1/Tempo 1 e a Função 2/Tempo 2.
A partir da sua produção, a fala passa a ocupar o cérebro como um todo, até a sua
emissão final pelo aparelho fonador. Como o indivíduo portador de gagueira tem muita
pressa, e está mentalmente determinado a livrar-se do interlocutor pela evitação, para
manter-se seguro de si, produz essa emissão da fala com extrema rapidez, o que o leva a
gaguejar. Essa produção da fala ocorre como a Função 1/Tempo 1, e vai ser muito mais
rápida do que o seria em condições normais.
Para que ele possa evitar a produção e a emissão da sua fala com extrema rapidez
deve encostar, levemente, os dentes inferiores aos superiores e mantê-los cerrados,
conforme mostra a Figura 1, enquanto lê ou fala, movimentando os lábios para produzir as
palavras.
Exercício 3 - no terceiro dia - Ler ou falar com uma rolha de cortiça mantida
entre os dentes, enquanto articula as palavras com os lábios.
Como está na Figura 4, o indivíduo que apresenta o titubeio ou a gagueira em sua
fala, deve colocar uma rolha higienizada entre os dentes e deve começar a falar ou a ler
uma página qualquer, utilizando os lábios para articular as palavras, tomando a cautela de
manter os dentes levemente cerrados, porque esta ação, estará mantendo o cérebro
ocupado com a Função 1, no Tempo 1 e, deste modo, a sua fala, articulada pelos lábios,
estará ocorrendo no Tempo 2, evitando que apareça a evitação (pressa para livrar-se do
interlocutor ou da sua fala).
Prof. Antonio Ferreira da Cruz
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Exercícios de Oratória para eliminar a gagueira
Leia o texto abaixo, com uma rolha mantida por entre os dentes:
2º - Segure o pregador (com a posição das hastes invertida e virada para o solo,
conforme está no desenho acima) por entre os dedos polegar, indicador e médio (da mão
esquerda, se for destro, ou da mão direita, se for canhestro).
3º - Prenda o papel com o desenho, por entre a ponta das hastes que estão viradas
para o solo, e segure-as, conforme está demonstrado nas fotos 6 e 7, faça a leitura do texto
“O Processo da Fala”, que está na página 134, deste opúsculo.
Importante: o pregador de madeira deve ser mantido pressionado pelos três dedos,
com as hastes invertidas, à sua frente, para ser observado enquanto lê. A pressão exercida
pelos dedos e a visão da figura manterão o cérebro ocupado com o Tempo 1, enquanto a
leitura se desenrola no Tempo 2, anulando a rapidez da fala e a evitação.
Figura 5 - Pregador de roupas de madeira para ser utilizado nas leituras, com o papel preso
pela parte traseira, conforme está demonstrado nas fotos 6 e 7, na página seguinte.
Figura 6 - Os dedos polegar, indicador e médio mantêm a pressão na parte de trás das hastes do pregador, a
fim de que o papel com os dois pássaros desenhados fique retido e sem cair.
Figura 7 - O pregador de roupas com o papel visto por outro ângulo utilizando a mão esquerda (se a pessoa
que estiver fazendo a prática for direita) ou a mão direita (se a pessoa que estiver fazendo a prática for
esquerda) para segurar o pregador ao contrário, observando que os dedos polegar, indicador e médio
pressionem as hastes traseiras (ao mesmo tempo e com a mesma intensidade), a fim de manter o papel com
os dois pássaros desenhados retido e sem cair. A pressão exercida pelos dedos e a visão da figura manterão o
cérebro ocupado com o Tempo 1, enquanto a leitura se desenrola no Tempo 2, anulando a rapidez da fala e a
evitação.
O processo da fala
O processo que se desenrola no organismo humano para ocorrer o ato de falar algo
parece simples e banal. No entanto, a produção da fala, no interior do cérebro, por mais
simples que pareça, exige a ativação e a conexão de inúmeras redes de neurônios, atividades
que se acredita ocorrerem apenas no hemisfério esquerdo do órgão, no chamado “centro da
linguagem”, no entanto, o ato de desenvolver uma ideia e expressá-la por meio da fala é
muito mais complexo do que isso, por envolver o lado direito do cérebro.
A ideia prevalecente de que a produção do discurso ocorre apenas em um dos
hemisférios do cérebro é aceita desde o século 19, porque os estudiosos deste assunto
começaram a compreender melhor como o cérebro se comporta no processamento da
linguagem e na formulação do discurso, partindo da observação de pessoas que sofreram
danos cerebrais no hemisfério esquerdo e, que, como consequência imediata, apresentaram
problemas na fala.
A partir dessas conclusões, a ciência confirmou que, embora interligados, a linguagem
e o discurso não são a mesma coisa: a primeira, relaciona-se com o ato de compreender e
construir as frases, e o discurso é o meio de verbalizar a linguagem. Ou seja, para falar o que
está pensando, um indivíduo precisa articular as áreas sensoriais e as motoras. Assim, o
cérebro tem de combinar palavras, encontrar as frases mais adequadas a cada situação e
mandar sinais para os órgãos da fala se articularem corretamente, de forma a produzir o som
– tudo a seu tempo.
A aceleração dos procedimentos descritos, a fim de que o indivíduo que gagueja
principiar a falar corretamente é através da leitura de textos específicos, e abaixo, damos
alguns exemplos dessas leituras.
Ao desenvolver as técnicas de reeducação do modo de falar, acima descritas, aquele
que apresenta distúrbios da gagueira estará envolvido por uma técnica educacional que só
depende de si mesmo: deve querer eliminar a gagueira e sabe da importância dos exercícios
Prof. Antonio Ferreira da Cruz
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Exercícios de Oratória para eliminar a gagueira
propostos neste opúsculo. Aos poucos, estará reeducando o seu cérebro e o aparelho
fonador, quanto à velocidade normal da fala – da criação das palavras à emissão.
Portanto, cada ser humano que aplicar as técnicas educacionais descritas perceberá
que, em pouco tempo, estará falando corretamente, como qualquer outra pessoa, que nunca
tenha sido portadora de qualquer dificuldade para falar.
Outras leituras da sua preferência podem ser feitas pelo modo que preferir:
ou com os lábios, mantendo os dentes cerrados (levemente), ou com a
utilização do lápis mantido entre os dentes ou com uma rolha mantida presa
entre os dentes, ou com o uso do prendedor de roupas.
Escolha a forma que desejar ou fale diretamente, sem a utilização de
qualquer acessório. Confie no que está fazendo! Prossiga firme!
Quando julgar necessário, pare para repousar e marque a página onde parou.
Assim que desejar, reinicie a leitura da página que estiver marcada e leia até o final.
Importante!
Não faça os exercícios, citados neste opúsculo, na presença de crianças ou de pessoas
portadoras de deficiência, porque elas podem fazer o mesmo na ausência de adultos, ou
de cuidadores e provocarem acidentes graves ou fatais!
Muito importante!
- A partir de amanhã, retorne à página 130 e repita os exercícios.
- Quando terminar de fazer os 4 exercícios, combine com as pessoas com
quem convive, e passe a falar, os assuntos do seu dia a dia, no ambiente
aonde vive, utilizando:
- os dentes, levemente, encostados;
- o lápis por entre os dentes;
- a rolha presa pelos dentes;
- o pregador pressionado na posição descrita com a figura dos pássaros.
- A partir do quinto dia, continue a falar com as pessoas com quem convive,
mantendo, apenas, os dedos polegar, indicador e médio pressionados (sem o
pregador).
- A partir do sexto dia comece a falar com as pessoas com quem convive,
normalmente, sem utilizar qualquer um dos acessórios.
- No sétimo dia, repita tudo.
- A gagueira está começando a ser eliminada!
- Parabéns pelo empenho! Você é um vencedor!