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Autoria
O Pentateuco contém varias citações sobre a composição de algumas partes. Há duas
referências claras a Moisés como sendo o autor de Êxodo 20-23, que é conhecido como
o “Livro da Aliança” (Êx 24.4,7).O texto afirma também que Moisés escreveu os Dez
Mandamentos sob a orientação do Senhor (Êx. 34.27). Diz se ainda que pelo menos dois
outros incidentes foram preservados pela escrita de Moisés (Êx 17.14; Nm 33.2). Há
também referencias claras de que Moisés é o autor de partes do livro de Deuteronômio
(Dt 31.9, 19,22,24).
Tanto a tradição judia quanto a dos cristãos primitivos associa o Pentateuco a Moisés. O
Talmude refere-se aos cinco primeiros livros da Bíblia como “os Livros de Moisés”.
Tanto a Mishna quanto o historiador a Josefo1 aceitavam a autoria mosaica do Pentateuco.
O novo testamento refere-se ao Pentateuco como as duas primeiras partes do Antigo
Testamento em expressões como “Está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas” (Lc 24.
27,44).
No fim do século 19 surgiu um paradigma que ensinava que o Pentateuco havia sido
compilado a partir de quatro fontes diferentes. Esse ponto de vista é chamado de critica
da fonte. Essa teoria também é conhecida como Hipótese documentaria e seu principal
defensor foi JULIUS WELLHAUSEN. Ele formulou a teoria explicando como quatro
documentos originalmente independentes (J,E,D e P) foram combinados para formar o
Pentateuco, conclusões estas que estudiosos do Antigo Testamento da Alemanha, França,
Grã-Bretanha e nos Estados Unidos aceitaram.
O documento J foi elaborado em Judá por volta de 850 a.C. e usa o nome divino de
Yahweh (Iavé ou Jeová que aparece como SENHOR na ARA 2). Em um estilo de
narrativas simplista, esse documento apresenta Deus em termos antropomórficos (com
qualidades humanas).
O documento E foi escrito por volta de 750 a.C. como forma de correção do documento
J. Esse documento usa o termo menos íntimo de Elohim (“Deus”) e evita a terminologia
antromorfica.
Algum tempo depois que os assírios conquistaram o reino do norte de Israel (722 a.C.),
os documentos J e E supostamente foram combinados em um único documento JE. Esse
novo documento refletia as convicções teológicas depois da crise histórica. Por volta de
650 a.C., o documento D foi escrito para reforçar a pureza dos cultos de adoração de
Judá. Essa nova fonte enfatizava a importância da adoração ao Senhor Deus ( combinando
com frequência Iavé e Elohim) em um santuário em Jerusalém. Assim o documento D
corrigia e atualizava o mais velho e menos preciso documento JE. As primeiras versões
da hipótese de Welhausem limitavam D a Deuteronômio 5- 26-28. Ele usava um estilo de
sermão, muitas vezes expressando sua teologia por intermédio de exortações.
Por volta do ano 400 a.C., esses dois últimos documentos (JED e P) foram combinados
de modo a formar o JEDP, um conjunto de material que compõe o Pentateuco como
conhecemos hoje.
Foi na segunda metade do século 20 que surgiram duas novas visões do Antigo
Testamento. A primeira critica do Canôn, que procura estudar aquilo que recebemos
como Antigo Testamento e expor sua mensagem teológica. Mesmo não rejeitando
completamente as descobertas das abordagens documentarias, estudiosos que usam a
crítica do Canôn procuram estudar a forma final da Bíblia tendo em vista que é isto que
tem autoridade para a comunidade religiosa.
Contribuições evangélicas
Primeiro, alguns datam o Pentateuco como sendo da era mosaica, permitindo porém a
inclusão de tempos materiais pós mosaicos. A estrutura básica do Pentateuco foi
estabelecida por Moisés ou sob a sua supervisão.
Apesar dos estudiosos conservadores diferirem nas datas da forma final do Pentateuco,
eles concordam que esses livros de Moisés são inspirados, historicamente confiáveis e
continuam a falar com autoridade.
Soberania de Deus – o Pentateuco inicia dando ênfase a soberania de Deus (Gn 1,2),
Gênesis parte do pressuposto de que Deus sempre existiu e é eterno. Além disso o Deus
dos israelitas criou todo o universo sem ajuda de ninguém. Ele o criou sem usar matéria
preexistente e o fez sem esforço, por meio do poder de sua palavra falada. O Pentateuco
dá outras demonstrações do domínio supremo de Deus mostrando como ele lidou com
indivíduos como Abraão, Isaque, Jacó, José e Moisés.
História
Salvação
A salvação também é um dos temas centrais do Pentateuco. Ela não é apenas uma doutrina
do Novo Testamento. O Pentateuco relata a salvação de Deus na forma de História. O
amor e a graça de Deus o levaram a tomar determinados passos para remediar o dilema
humano.
Santidade
No Pentateuco, bem como em outras partes da Bíblia, a graça de Deus é seguida da lei. A
lei os protege de suas próprias atitudes autodestrutivas e, como meio de graça, os torna
mais semelhantes a ele.
O Pentateuco conta a história do povo de Deus. Como acontece com toda a Escritura,
Deus quer que essa história – a história de sua graça salvífica oferecida gratuitamente aos
homens torne – se também a nossa história.
Gênesis
Autoria
O livro de Gênesis não afirma quando foi escrito. A data de sua autoria é provavelmente
entre 1440 e 1400 AC, entre o tempo quando Moisés conduziu os israelitas para fora do
Egito e a sua morte.
O título Gênesis (palavra grega significando “começo”) foi dado a este livro na tradução
da Septuaginta. O título hebraico consiste na primeira palavra do livro, berêshíth (“No
princípio”). O tema ou principal assunto tratado é o das origens: a origem do mundo
criado, da raça humana, das várias nações da terra, e depois, de maneira particular, da
família da aliança que compõe o povo redimido de Deus. Quanto à autoria do livro, não
contém nenhuma declaração direta quanto à composição. Segundo a tradição, porém, o
autor foi o próprio Moisés, e uma ordenança específica como a circuncisão no oitavo dia,
que aparece em Gênesis 17:12, se refere no Novo Testamento (Jo 7:23) como fazendo
parte da lei de Moisés. Esta tradição é apoiada pela circunstância de que é justamente
Gênesis que oferece com precisão a informação necessária para fazer inteligível o livro
de Êxodo. É no livro de Gênesis que se definem as promessas feitas a Abraão, Isaque e
Jacó, promessas estas, tão freqüentemente referidas nos demais livros da Torá, como
tendo sido cumpridas pelos acontecimentos momentosos do Êxodo e da conquista de
Canaã. Além disso, o fato de Êxodo começar com a palavra “e” (no hebraico) indica que
era a continuação do livro anterior. Uma consideração adicional acha-se nos requisitos da
situação enfrentada por Moisés enquanto procurava escrever uma constituição para a
teocracia de Jahweh que logo haveria de ser estabelecida na Terra da Promissão. Era
absolutamente essencial à unidade nacional dos israelitas possuírem um relatório exato
da sua própria origem nacional na pessoa de Abraão, e do trato feito com ele e seus
descendentes através da aliança com Deus. Embora as matérias para a composição do
livro tenham sido transmitidas a ele através dos cinco ou seis séculos antes da sua época,
antes da migração de Jacó para o Egito, parece que Moisés era um compilador e intérprete,
através da orientação do Espírito Santo, da matéria pré-existente que veio a ele através
dos seus antepassados, na forma oral e escrita.
Esboço de Gênesis
O Conteúdo
As cinco primeiras seções, marcadas, todas, por toledoth, dão forma à estrutura do
prólogo primevo. O capítulo 1 fecha-se com 2.4a. O próximo bloco (2.4b— 4.26) —
tratando da origem e da condenação do pecado— é fechado por 5.1, que introduz a lista
dos descendentes de Abraão. Em 6.9, a fórmula prepara para a narrativa do dilúvio,
fazendo separação entre a história dos filhos de Deus e das filhas dos homens (6.1-4) e
as pinceladas sobre o pecado humano (v. 5-8). Esses dois trechos curtos descrevem a
terrível corrupção que levou Deus a enviar o dilúvio. Gênesis 10.1 começa com o
Quadro das Nações, salientando o repovoamento da terra depois do dilúvio (6.9—9.29).
Gênesis 11.10 conclui a história da torre de Babel (11.1-9) e serve de preparação para as
sagas dos patriarcas após o dilúvio. Essas, portanto, são as divisões do prólogo primevo
no próprio texto bíblico.
O Contexto Histórico
Deus lidou com sua criação arruinada em escala universal. Apesar dos objetivos
redentores de Deus, nem o diluvio e nem a dispersão da humanidade controlaram o
pecado no mundo. Na verdade, o dilema humano encontra sua solução na graça de Deus
e na fé do patriarca Abraão. Entre outras verdades importantes, essa unidade nos mostra
como obediência fiel de um único individuo tem significado universal.
Eleição
O chamado de Abraão também contém o propósito para o futuro de Israel. (Gn 12.2,3),
Deus criou a nação de Israel com um propósito: servir de instrumento de salvação para
o mundo. Muitas vezes, essa nação tomou a eleição como sendo apenas um privilégio e
esqueceu -se de que ele também trazia responsabilidades. A eleição de Isaque em vez de
Ismael e de Jacó em vez de Esaú não foi por causa de seu caráter ou suas ações. Ele os
elegeu para dar continuidade ás promessas da aliança antes mesmo que eles tivesse
nascido. Eles foram escolhidos para estar na linhagem das promessas da alinça, “não por
obras, mas por aquele que chama” (Rm 9.11).
A eleição divina dos patriarcas concentra-se mais em seus planos para eles como
instrumentos de salvação para o mundo.
Promessa
As promessas de Deus para Abraão em Gênesis 12.2,3 servem de foco para o resto dos
relatos patriarcais. Elas são cumpridas apenas parcialmente por meio de Abraão. Quando
da sua morte, ele havia adquirido apenas um pequeno terreno da terra prometida (Gn
23.17,18) e Isaque não podia ser considerado exatamente uma multidão de descendentes.
Gênesis se encerra com essa descendência vivendo no Egito. O cumprimento final dessas
promessas deve esperar por uma geração futura.
Aliança
As promessas e a aliança que Deus estabeleceu com Abraão também foram confirmadas
para Isaque, Jacó e José. A aliança de Deus com os patriarcas é fundamental para outras
alianças feitas na Bíblia. O relacionamento de aliança entre Deus e Abraão estabelece
uma estrutura teológica para o relacionamento redentor ao longo de toda a Bíblia e na
teologia cristã. A aliança mosaica formalizou o relacionamento entre Deus e o povo de
Israel. A aliança com Davi tornou permanente a relação entre Deus e a dinastia real de
Israel. Jesus Cristo selou o relacionamento entre Deus e o seu povo por meio da vida,
morte e ressurreição redentoras. Todas esses relacionamentos com Deus estão
relacionados com a aliança entre Deus e os patriarcas. As promessas são centrais e
eternas. Mas a aliança ensinou aos crentes patriarcais o que era esperado deles em seu
relacionamento com Deus.
Bibliografia
Lasor, William. Introdução ao Antigo Testamento / William Lasor. — São Paulo : Vida
Nova, 1999. 880 p .; 16x23 cm.
Arnold. T. Bill.\ Beyer E. Bryan Descobrindo o Antigo Testamento – São Paulo, Vida
nova, 2001. 525 p.