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Este documento discute a importância de espaços verdes urbanos e sugere estratégias para aumentar a arborização em Coimbra. Ele argumenta que (1) as cidades precisam de mais áreas verdes por habitante para promover a saúde; (2) Coimbra precisa plantar mais árvores em ruas atualmente sem vegetação; e (3) deve-se priorizar espécies nativas e entomófilas ao invés de exóticas e anemófilas.
Descrizione originale:
Jorge Paiva Choupos não são a causa principal de alergias 2010
Titolo originale
Jorge Paiva Choupos não são a causa principal de alergias 2010
Este documento discute a importância de espaços verdes urbanos e sugere estratégias para aumentar a arborização em Coimbra. Ele argumenta que (1) as cidades precisam de mais áreas verdes por habitante para promover a saúde; (2) Coimbra precisa plantar mais árvores em ruas atualmente sem vegetação; e (3) deve-se priorizar espécies nativas e entomófilas ao invés de exóticas e anemófilas.
Este documento discute a importância de espaços verdes urbanos e sugere estratégias para aumentar a arborização em Coimbra. Ele argumenta que (1) as cidades precisam de mais áreas verdes por habitante para promover a saúde; (2) Coimbra precisa plantar mais árvores em ruas atualmente sem vegetação; e (3) deve-se priorizar espécies nativas e entomófilas ao invés de exóticas e anemófilas.
Um agregado populacional (cidades, vilas e aldeias) deve ser o prolongamento da
paisagem rural e não constituir um agregado de blocos de betão armado, separados por arruamentos asfaltados, sem quaisquer espaços verdes, nem árvores ou arbustos nas respectivas artérias. Assim, uma cidade tem de ser uma parcela integrada da paisagem e não unicamente betão armado e asfalto. Sabe-se que a quantidade de oxigénio necessária para uma vivência saudável da espécie humana num Espaço Urbano é correspondente ao oxigénio produzido por uma superfície foliar de 150 m2. Feitos os cálculos, verifica-se que cada indivíduo necessita, teoricamente, de 40 m2 de Espaço Verde num Ambiente Urbano. Desta área, corresponderão, para cada habitante, 10 m2 de espaço localizado próximo da respectiva habitação, até um raio de acessibilidade de 400 m, sendo os restantes 30 m2 / habitante destinados ao espaço verde integrado na estrutura verde principal do agregado populacional. Apesar de Coimbra possuir seis razoáveis espaços verdes públicos [Mata do Choupal, Parque Dr. Manuel Braga (Parque da Cidade), Parque Verde da Beira Rio, Parque de Santa Cruz (Jardim da Sereia), Jardim Botânico e Mata do Vale de Canas] e dois belos parques particulares de significativas dimensões [Parque da Quinta das Lágrimas (Quinta do Pombal) e Jardim da Lapa dos Esteios (Quinta das Canas)] ainda não abrange a superfície verde/habitante necessária. Por isso, não só é imperioso que se não percam em favor do betão qualquer pedaço das áreas verdes existentes, como também é necessário colocar maior número de árvores nas artérias urbanas. Coimbra tem muito mais artérias sem verdura nenhuma do que artérias arborizadas. As árvores são das melhores fontes despoluidoras dos meios urbanos, onde a incidência poluidora dos veículos automóveis e da indústria é mais intensa. Num clima temperado, como o de Coimbra, com Verões quentes (necessidade de sombra) e Invernos frios e dias mais curtos (necessidade de calor e luz = Sol), nas artérias urbanas devem utilizar-se árvores de folhagem caduca e casca esverdeada (com clorofila) para, apesar de desfolhadas, manterem a actividade despoluidora (fotossíntese) durante o Inverno. Há árvores nativas de Portugal com essas características mas, infelizmente, nas artérias urbanas deste país predominam as árvores exóticas. Em Coimbra, por exemplo, das cerca de sete dezenas de espécies de árvores existentes nos arruamentos, apenas cerca de uma dúzia são nativas de Portugal. Uma grande parte das árvores das artérias de Coimbra é anemófila (polinização pelo vento). Como a polinose é uma doença provocada por reacção alérgica aos pólenes, a algumas destas árvores anemófilas poderá ser atribuída alguma responsabilidade pela ocorrência desta doença do foro pneumonológico ou de outras afecções na árvore traqueo-brônquica humana. No entanto, os pólenes que mais afectam os doentes com rinites, polinoses e outras tipos de enfermidades na árvore traqueo-brônquica humana, são os pólenes das plantas herbáceas, particularmente das Gramíneas (trigo, centeio, cevada, aveia, milho, etc.). Das espécies arbóreas anemófilas das ruas de Coimbra, não há nenhuma que provoque polinoses tão graves como as das Gramíneas. Mesmo assim, somos de parecer que na cidade se plantem futuramente mais árvores entomófilas (polinizadas por insectos) do que anemófilas. O que se não pode fazer é deixar de plantar árvores nas ruas de Coimbra. Aliás, apesar de se saber que as Gramíneas são as maiores responsáveis pelas polinoses em Portugal, não se pode proibir o cultivo de cereais em Portugal. O que os pneumologistas fazem é preparar esses doentes para enfrentarem com qualidade de vida a época em que essas plantas estão em antese (abertura das flores, com a consequente libertação de pólen), o que acontece, maioritariamente, na Primavera. Muitas das árvores das artérias, jardins e parques de Coimbra são anemocóricas (dispersão dos frutos ou das sementes pelo vento) e podem provocar conjuntivites ou rinites, mas nunca doenças na árvore traqueo-brônquica humana (por exemplo asma). As árvores anemocóricas que podem provocar reacções alégicas, são particularmente as que têm pêlos nos frutos, como, por exemplo os plátanos ou nas sementes, como, por exemplo, os choupos e os salgueiros. É fundamental assinalar que estas plantas libertam os frutos e as sementes na Primavera, a época de maior incidência polínica na atmosfera no nosso país. Nessa época, as pessoas que sofrem de polinose, tornam-se hipersensíveis a qualquer outro agente alergisante, não muito activo quando de actuação isolada, como é o caso das plantas anemocóricas com frutos ou sementes pilosas. Por informação fornecida por alguns dos meus colegas do Real Jardim Botânico de Madrid e da Autarquia de Madrid, as sementes dos choupos e dos salgueiros não são alergisantes, apenas os frutos dos plátanos causam rinites e conjuntivites. Porém, não se podem efectuar inferências ou tirar conclusões precipitadas, pois, como dissemos, a altura em que os choupos e os salgueiros largam as sementes, é a época alta da polinização em Protugal. Por outro lado, vivo em Coimbra há mais de meio século e apenas nos últimos anos conheço queixas de rinites e conjuntivites atribuídas à acção dos frutos dos plátanos ou das sementes dos choupos, que sempre abundaram por toda a cidade e arredores, assim com os salgueiros que são árvores abundantíssimas nas margens de todas as linhas de água da bacia hidrográfica do Baixo Mondego. Na minha opinião, a razão disso não é porque agora Coimbra tem mais dessas árvores nos arruamentos, jardins e nos parques. É porque a atmosfera terrestre está, actualmente, saturada de produtos químicos produzidos pela actividade humana (a atmosfera tem, actualmente 72.000 produtos químicos novos, que lá não existiam antes da Revolução Industrial), muitos dos quais são altamente poluentes, muitos tóxicos e muitos provocam reacções alérgicas. Por isso, as pessoas que tenham problemas de alergias, tornam-se hipersensíveis com o contacto involuntário e diário com estes produtos químicos atmosféricos e tornam-se sensíveis a outros agentes a que não eram, como os pêlos dos referidos frutos e sementes. As pessoas da área do Monte Formoso queixam-se porque nessa zona há não só muitos choupos nos jardins e ruas, como também porque quando a Câmara ajardinou a área designada por “Casa do Sal” aproveitou muitas das árvores que ali estavam nas margens da ribeira de Coselhas, isto é, os salgueiros. Como já referimos, as sementes destas plantas, são levíssimas e abundantemente revestidas de pelos e, por isso, são facilmente transportadas pelo vento para as proximidades. A solução não é cortar todas as árvores que possam provocar essas rinites, conjuntivites ou outro tipo de reacção alérgica. O que há a fazer é ir substituindo essas árvores por árvores entomófilas e zoocóricas (dispersão dos frutos ou das sementes por animais), nos arruamentos, jardins e parques onde predominem árvores anemófilas ou anemocóricas. Assim, somos de parecer que, da dúzia de espécies de árvores autóctones geralmente utilizadas pelos Serviços Camarários na arborização das ruas, se devem utilizar somente o falso- plátano (Acer pseudoplatanus L.), que existe em poucas ruas (ex.: Av.: Fernão de Magalhães, R. Aires de Campos e frondosos exemplares na Av. Dr. Marnoco e Sousa), por vezes com a forma cultivar de folhas purpúreas na página inferior (forma purpureum) (ex.: Av. João das Regras); o medronheiro (Arbutus unedo L.), de que existem vários exemplares remanescentes da formação florística que cobria o alto de Santa Clara, podendo observar-se vários exemplares como, por exemplo, próximo do miradouro do Vale do Inferno; o lódão (Celtis autralis L., com frondosos exemplares na rua de Tomar e na calçada Martim de Freitas, por exemplo, onde os esquilos do Jardim Botânico vão, às vezes, comer os frutos (ginjinha-de-rei), o que, por vezes, lhes causa a morte por atropelamento; o pilriteiro (Crataegus monogyna Jacq.), em algumas jardinetas das rotundas; o freixo (Fraxinus angustifolia Vahl), infelizmente muito pouco utilizado nas ruas de Coimbra (ex.: Guarda Inglesa e Av. João das Regras), podendo, eventualmente, encontrar-se, particularmente nos parques e jardins, espécies exóticas de freixos, tais como o freixo-europeu (Fraxinus excelsior L.) da Europa; o freixo-florífero (Fraxinus ornus L.), da Ásia Menor e Sul da Europa e o freixo-americano (Fraxinus pennsylvanica Marsh), da América do Norte, sendo este mais cultivado nos parques e jardins da cidade, embora o que está no Jardim dos Patos, ao lado do diospireiro (Diospyros lotus L.), esteja praticamente na rua da Infantaria 23; a cevadilha (Nerium oleander L.), uma bonita planta de flores brancas ou rosadas, que é muito resistente à poluição emanada pelos tubos de escape dos veículos automóveis, pelo que devia haver muitos mais dos que, actualmente, existem na Av. Fernão de Magalhães, embora existam noutras áreas da cidade, como, por exemplo, em várias rotundas (ex.: Solum); a tamargueira (Tamarix africana Poir.), uma planta muito bonita pela profusão de flores que produz mas, como é habitual com as nossas plantas autóctones, muito pouco cultivada como ornamental no nosso país e em Coimbra (ex.: Bairro da Solum); o pinheiro-manso (Pinus pinea L.), uma árvore com sementes comestíveis (pinhões), que embora anemófila não provoca reacções alérgicas, assim como o pinheiro-bravo (Pinus pinaster Aiton), particularmente nas zonas da cidade confinantes com os pinhais dos arredores (ex.: Tovim); o sobreiro (Quecus suber L.), igualmente anemófilo, mas não alergisante e de que existem alguns exemplares remanescentes dos que havia nas propriedades rurais dos arredores e, actualmente, integradas na cidade após as respectivas urbanizações (Bairro Norton de Matos, por exemplo e Pólo II da Universidade), assim como também acontece com o carvalho-cerquinho ou carvalho-português [Quercus broteroi (Cout.) Rivas Mart. & Sáenz de Rivas = Quercus faginea Lam. subsp. broteroi (Cout.) Camus], ainda com excelentes exemplares em Santa Clara, particularmente próximo do miradouro do Vale do Inferno; a oliveira (Olea europaea L. var. europaea) que, embora anemófila não provoca polinoses graves e de que existem vários exemplares remanescentes dos antigos olivais que rodeavam a cidade (ex.: próximo da Igreja de Santo António dos Olivais e Bairro Norton de Matos); o folhado (Viburnum tinus L.), frequente em muitas sebes e zonas ajardinadas da cidade (ex.: em frente à Faculdade de Medicina); o azereiro (Prunus lusitanica L.), uma espécie tão característica das nossas florestas, mas tão raramente cultivada; e, finalmente e em destaque, o teixo (Taxus baccata L.), uma árvore extraordinariamente importante na quimioterapia de cancros, já muito rara nas nossas montanhas, e de que existem escassos exemplares na cidade, particularmente da forma cultivar “fastigiata” (ex.: Av. Calouste Gulbenkian). Nas artérias de Coimbra como, aliás, acontece em todas as cidades de Portugal, predominam as árvores exóticas. Em Coimbra, a ornamentar as ruas, além de haver um maior número de espécies de árvores exóticas em relação ao de espécies autóctones (cerca de seis vezes superior), há também um número muito mais elevado de exemplares de cada espécie exótica do que das autóctones, que chegam a ter apenas um único exemplar. As árvores exóticas que identificámos nas artérias de Coimbra são originárias de várias partes do mundo, algumas até de regiões tropicais como, por exemplo, o jacarandá (Jacaranda mimosifolia D. Don), pois Coimbra tem um clima relativamente ameno havendo, assim, possibilidades de se cultivarem na cidade plantas oriundas de todos os Continentes. De qualquer modo, a maioria das árvores cultivadas nas ruas de Coimbra são comuns nas artérias dos outros agregados populacionais do país, não só por serem as espécies que são habitualmente fornecidas pelos viveiristas portugueses, como também porque são as plantas geralmente cultivadas nos viveiros camarários, permutando, por isso, as Autarquias entre si as mesmas espécies de árvores. Este “fenómeno” é, actualmente, constatável pela grande quantidade de palmeiras que têm sido plantadas ultimamente nas ruas das nossas cidades. Igualmente, somos de parecer que, das espécies de árvores exóticas geralmente utilizadas pelos Serviços Camarários na arborização das ruas, se devem utilizar apenas o bordo (Acer negundo L.), da América do Norte e Central (ex.: R. Tomar), que, embora anemófilo, não provoca polinoses; o castanheiro da Índia (Aesculus hippocastanum L.), da Europa Oriental, com flores esbranquiçadas (ex.: Av. Dr. Marnoco e Sousa) e, mais raramente, o híbrido Aesculus x carnea Hayne (Aesculus hippocastanum L. x Aesculus pavia L.) (ex.: R. Lourenço de Almeida Azevedo) com flores rosadas; a acácia de Constantinopla (Albizia julibrissin Durazz), da Ásia, uma árvore muito bonita e pouco cultivada nas ruas de Coimbra (ex.: R. Filipe Simões); a araucária (Araucaria bidwillii Hook. f.), do Nordeste da Austrália, com um frondoso exemplar na rua da Infantaria 23, junto aos Arcos do Jardim; outra auracária, mas da ilha Norfolk [Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco], a mais frequentemente cultivada no nosso país (ex.: Av. Sá da Bandeira e algumas rotundas), embora nos parques de Coimbra se encontrem outras espécies de araucárias não só australianas, como também as duas originárias da América do Sul o pinheiro do Paraná [Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze] e o pinheiro do Chile: [Araucaria araucana (Molina) K. Koch]; a catalpa (Catalpa bignonioides Walter), dos Estados Unidos da América (ex.: Av. Cónego Urbano Duarte); o cedro do Atlas [Cedrus atlantica (Endl.) Carr.], das montanhas do Atlas (Norte de África), que, embora anemófilo não é problemático, mais frequente nos parques, mas com um ou outro exemplar nas jardinetas da Solum; o cedro do Himalaia [Cedrus deodara (D. Don) G. Don], da parte ocidental do Himalaia, mais cultivado que o anterior (ex.: Praceta Dr. Mota Pinto); a olaia, mais conhecida nos outros países como árvore-do-amor ou árvore de Judas (Cercis siliquastrum L.), da Região Mediterrânica Oriental, uma árvore frequentemente cultivada nas artérias urbanas pela beleza, aroma e profusão de flores que produz antes da folheação, mas que é uma árvore com o inconveniente de ter a ramagem quebradiça (ex.: R. Alexandre Herculano); a laranjeira-azeda (Citrus aurantium L.), muito provavelmente um híbrido entre o cidrão (Citrus medida L.) e uma outra espécie de Citrus L., com alguns exemplares na avenida Fernão de Magalhães; o cedro do Buçaco ou cedro de Goa (Cupressus lusitanica Mill.) da América Central (desde o México às Honduras), mais comum nos parques, com um exemplar ou outro nas ruas, como acontece junto ao Penedo da Meditação, embora anemófilo, podendo causar alguns problemas com reacções alérgicas, mas não significativas por libertar o pólen em Novembro-Dezembro, fora da época polínica normal em Portugal (Primavera); o cipreste (Cupressus sempervirens L.), com características polínicas idênticas ao cedro do Buçaco, originário do Próximo e Médio Oriente, Creta e Rodes, mais comum nos arruamentos dos cemitérios (ex.: Av. João das Regras); o diospireiro (Diospyros lotus L.), das regiões temperadas da Ásia (ex.: R. da infantaria 23); os eucaliptos, como o Eucalyptus camaldulensis Dehnh., da Austrália, com um frondoso exemplar na avenida João das Regras e Eucalyptus globulus Labill., da Austrália e Tasmânia ( flor nacional desta ilha), muito comum em Coimbra e arredores, havendo, ainda, nos parques e jardins da cidade cerca de quatro dezenas de espécies de eucaliptos, das quais destacamos o Eucalyptus citriodora Hook. (ex.: Jardim Botânico, Mata do Choupal e Escola Avelar Brotero) por ter um aroma a limonete, diferente do dos outros eucaliptos, o Eucalyptus ficifolia F. Müll., por ter flores vermelhas (ex.: próximo do Penedo da Meditação) e o Eucalyptus diversicolor F. Müll., por ser desta espécie a árvore mais alta (68 m) de Portugal (Mata de Vala de Canas); o ginkgo (Ginkgo biloba L.), anemófila, mas não problemática, originária da China, mas muito cultivada nos jardins e parques de todo o mundo, não só por ser uma árvore “sagrada” e comum junto dos templos budistas, como também por ser considerada pelos botânicos como um fóssil vivo, sendo, porém pouco cultivada nas artérias urbanas ocidentais (ex.: R. Carolina Michaëlis) pelo odor rançoso das sementes, apenas comestíveis pelos povos asiáticos; o carvalho-sedoso (Grevillea robusta A. M. Cunn. ex R. Br.) do Oriente da Austrália, pouco frequente nas ruas de Coimbra (ex: Santa Clara e R. Guerra Junqueiro), talvez por ser uma árvore de ramagem quebradiça; a rosa da Síria (Hibiscus syriacus L.), originário da Ásia Oriental mas profusamente cultivado desde tempos imemoriais, sendo pouco vulgar nas ruas de Coimbra (ex.: R. Venâncio Rodrigues e R. Carolina Michaëlis); o jacarandá (Jacaranda mimosifolia D. Don), da Argentina e Bolívia, uma árvore vistosa na antese (ex.: R. Lourenço de Almeida Azevedo), é geralmente confundido com o Jacaranda acutifolia Kunth do Perú, que excepcionalmente é cultivado; a árvore de Júpiter (Lagerstroemia indica L.), da China, Himalaia, Indochina e Japão, floresce no Verão, altura em que raríssimas árvores estão em flor em Portugal, alegrando bastante a urbe (ex.: R. Castro Matoso); os ligustros ou alfenheiros (Ligustrum japonicum Thunb. e Ligustrum lucidum Ait. f.), são duas espécies asiáticas, muitas vezes confundidas, cultivadas em jardins e parques, particularmente para formar sebes e só excepcionalmente nas ruas (ex.: Bairro Norton de Matos); o liquidâmbar (Liquidambar styraciflua L.), dos Estados Unidos da América, árvore muito apreciada pelas tonalidades avermelhadas das folhas no Outono, sendo, por isso, comum nas artérias urbanas, tal como acontece também em Coimbra (ex.: R. Oliveira Matos, Circular Interna e Av. Fernão de Magalhães); o tulipeiro da Virgínia (Liriodendron tulipifera L.), nativa da América do Norte, árvore cultivada em quase todos os parques de Coimbra, talvez porque, antigamente, se considerava a respectiva floração como o momento de se iniciar o estudo para os exames (pontos) da época de Junho-Julho, sendo, por isso, conhecida por “árvore-do-ponto”, existindo até uma árvore destas no largo confinante com a rua José Falcão e a rua Dr. Guilherme de Oliveira, junto à Porta de Minerva (Deusa da Ciência), outrora a via de entrada dos estudantes para o pátio da Universidade, e, talvez por isso, a Câmara plantou, há poucos anos, várias ao longo da Rua Castro Matoso; a magnólia-de-flor-branca (Magnolia grandiflora L.), nativa do Sudeste dos Estados Unidos da América, uma bela árvore de folhagem persistente mas raramente utilizada como ornamental nas artérias urbanas (ex.: Av. Sá da Bandeira, próximo da Praça da República), assim como a magnolia-de-flor-violácea (Magnolia x soulangiana Soul.-Bod.), um híbrido (Magnolia denudata Desr. x Magnolia liliiflora Desr.) de folhas caducas (ex.: Bairro da Solum); o falso-sicómoro (Melia azedarach L.), nativa da Índia e China, muito comum nas ruas de Coimbra (ex.: R. Gomes Freire e Av.: Elísio de Moura), talvez por ter flores muito odoríficas; as palmeiras, que embora anemófilas não causam reacções alérgicas, como a palmeira das Canárias (Phoenix canarensis Hort. ex Chabaud), oriunda do Arquipélago das Canárias, muito comum nas artérias urbanas portuguesas (ex.: Av. Sá da Bandeira) e muito semelhante à tamareira (Phoenix dacylifera L.) que, estranhamente, não é utilizada em Portugal como árvore ornamental urbana, a palmeira-da-China [Trachycarpus fortunei (Hook.) H. A. Wendl.], da Birmânia e da China, uma palmeira de pequenas dimensões, muito resistente às geadas, mais cultivada nos parques e jardins do que nas artérias urbanas (ex.: Praceta Dr. Mota Pinto) e as palmeiras americanas [Washingtonia filifera Lind. ex André) H. A. Wendl. e Washingtonia robusta H. A. Wendl.], uma “moda autárquica” recente que tem “infestado” quase todas as novas artérias e rotundas, particularmente nos meios urbanos do Centro e Sul do país e Espanha; a ameixoeira-de-jardim (Prunus cerasifera Ehrh. var. pissardii (Carr.) Koehne), uma cultivar bastante utilizada como ornamental por ter folhas purpúreas (ex.: R. Augusta e R. Antero de Quental), aparecendo nos jardins (ex.: Jardim Botânico) uma forma de flores dobradas (Prunus x blireana André), que é um híbrido entre esta variedade e a cerejeira do Japão (Prunus mume Siebold & Zucc.); os carvalhos, que embora anemófilos, não causam problemas, como o carvalho-americano (Quercus rubra L.), da região oriental da América do Norte, cultivado como ornamental (ex.: R. Carlos Seixas e Alameda Dr. Armando Gonçalves) pelos tons avermelhados das folhas no Outono, e as espécies dos carvalhos autóctones, já referidos; a acácia-bastarda (Robinia pseudoacacia L.), da região central e oriental dos Estados Unidos da América, uma árvore muito utilizada nas ruas de Coimbra, pela quantidade e beleza das flores branco-nacaradas (ex. Av. D. Afonso Henriques); a acacia- pegajosa (Robinia viscosa Vent.), do Sudeste dos Estados Unidos da América, muito menos cultivada que a anterior por ter a ramagem viscosa (ex: Av. D. Afonso Henriques); a pimenteira-bastarda ou falsa-pimentiera (Schinus molle L.) da América do Sul, encontra-se muito poucas vezes nas ruas (ex.: Av. João das Regras); a pimenteira do Brasil (Schinus terebinthifolius Raddi) da América do Sul, também com raríssimos exemplares nas artérias urbanas (ex.: Calçada Martim de Freitas, junto ao último arco dos Arcos do Jardim); a acacia do Japão (Sophora japonica L.), da China e Coreia, árvore bastante frequente nas ruas de muitas cidades (ex.: Madrid), mas rara nas ruas de Coimbra (ex.: R. Lourenço de Almeida Azevedo); as tílias, embora se devam evitar porque exsudam secreções que se sujam os automóveis, mas que são relativamente comuns nos arruamentos de Coimbra acontecendo, por vezes, estar mais do que uma espécie de tílias na mesma rua (ex.: R. Pinheiro Chagas e Alameda Dr. Júlio Henriques), como a tilia-de-folhas-pequenas (Tilia cordata Mill.), de origem europeia (ex.: Av. D. Afonso Henriques), a tilia-de-folhas-grandes (Tilia platyphyllos Scop. subsp. platyphyllos) da Ásia Ocidental e Europa (Centro e Sul) (ex.: Praça da República), a tilia-prateada (Tilia tomentosa Moench.), originária do Oriente da Europa, talvez a espécie de tília mais frequente nas artérias coimbrãs [ex.: R. Pinheiro Chagas, Av. Emídio Navarro (parque de estacionamento, entre a Portagem e a Estação Nova)]) e a tilia-europeia (Tilia x vulgaris Hayne), um híbrido entre a Tilia cordata Mill. e a Tilia platyphyllos Scop.) na Alameda Dr. Júlio Henriques); o jacarandá-amarelo [Tipuana tipu (Benth.) Kuntze], da América do Sul (Bolívia, Brasil e Argentina), que é uma árvore de crescimento rápido e de grande porte como os da rua Lourenço de Almeida Azevedo. Por vezes, nas jardinetas, confinantes com algumas ruas, encontram-se esporádicos exemplares de arbustos e árvores resinosas e de folhagem densa e persistente, mais vulgarmente cultivados nos parques e jardins da cidade, tais como o abeto-branco (Abies alba Mill.), das montanhas europeias; o espruce-europeu [Picea abies (L.) Karst.], do Norte e Centro da Europa; a tuia da China [Platycladus orientalis (L. f.) Franco], originária da Coreia do Norte e China; e o cedro-branco [Chamaecyparis lawsoniana (Murray) Parl.], do Norte da América. Nas rotundas ajardinadas encontram-se plantas arbustivas ou subarbustivas mais utilizadas para sebes, tal como diferentes espécies e híbridos dos géneros Cotoneaster Medik. e Elaeagnus L., tal como se pode ver na rotunda do Padrão. Como já se referiu, Coimbra está rodeada de pinhais (Pinus pinaster Aiton), eucaliptais (Eucalyptus globulus Labill.), acaciais particularmente de mimosas (Acacia dealbata Link ), olivais (Olea europaea L. var. europaea) e relíquias dos carvalhais [Quercus broteroi (Cout.) = Quercus faginea Lam. subsp. broteroi (Cout.) Camus] que cobriam os montes calcários da região. Não é, pois, de admirar verem-se, muitas vezes, nas orlas de algumas artérias, arbustos e subarbustos característicos dessas formações florísticas, como, por exemplo, várias espécies de giestas (Cytisus Desf.), tojos (Ulex L.) urzes (Erica L.) e sargaços (Cistus L.), como acontece, por exemplo, em Santa Clara, Tovim, Santo António dos Olivais, S. Romão e Alto de S. João. Coimbra, por ter um número de parques, jardins e ruas arborizadas e, ainda, por ter uma ampla cintura verde em volta, é uma cidade que pode não ser muito agradável para as pessoas hipersensíveis a agentes alergisantes biológicos (pólenes e frutos ou sementes pilosas).