Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
de Decisão
Material Teórico
A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
A Tomada de Decisão e o Processo
de Modelagem
OBJETIVO DE APRENDIZADO
··O objetivo desta unidade é expor os conceitos básicos do processo
de tomada de decisão e dos princípios de modelagem matemática
de situações-problemas dentro do enfoque da Pesquisa Operacional.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
Contextualização
Tomar decisões é um processo muito comum e frequente em nosso cotidiano,
decidimos o que comer, o que vestir, o que assistir na TV, dentre outras coisas.
O ato de decidir parece um processo tão trivial que até nos faz indagar: por que
estudá-lo? Para responder essa pergunta, imagine-se dentro do seguinte dilema:
Você trabalha em uma empresa conceituada, ganhando muito bem, feliz com
suas atribuições profissionais e com grande perspectiva de crescimento profis-
sional. Certo dia, você recebe a ligação de um antigo amigo, gerente de uma
empresa concorrente, que lhe faz uma proposta de emprego, cujo salário inicial
é 50% maior que o seu salário atual. O que você faria?
Além dessas questões, você também deve considerar outros aspectos, como
os emocionais (exemplo: afeição pela empresa atual) e éticos (exemplo: compro-
misso com projeto em andamento).
8
Tomada de Decisões – Conceitos Gerais
Conceituar o processo de tomada de decisão nos parece algo irrelevante, pois
o ato de decidir é um processo que permeia as nossas vidas e é por nós praticado
nas mais diversas situações cotidianas, como por exemplo: decidir que roupa vestir;
escolher entre refrigerante e suco; escolher a fila supostamente mais rápida em
um supermercado; decidir entre acelerar ou parar o carro em um sinal amarelo;
dentre outras várias situações. Porém, por mais que nos pareça dispensável a
conceituação do processo de tomada de decisão, cabe aqui algumas considerações
que nos ajudarão a compreender a importância desse estudo.
9
9
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
Trocando ideias...Importante!
Assim como ocorre nas nossas vidas cotidianas, as decisões em ambiente empresarial
são bastante frequentes e tratadas com muito cuidado, já que toda decisão tem suas
consequências e riscos. Por essa razão, é comum dentro de uma organização a preparação
de equipes capacitadas e mecanismos eficientes para garantir que o processo decisório
se desenvolva de forma rápida, natural e eficiente.
I) Sequencialidade
O processo decisório é considerado sequencial, ou seja, ele evolui linearmente
sobre uma série de fatos anteriores e procedimentos construídos durante o curso
dos trabalhos. Dependendo da natureza do problema, várias soluções consideráveis
podem ser encontradas, exigindo da equipe decisora um alto grau de sinergia
na escolha da decisão final, a qual pode contemplar apenas uma solução ou a
combinação de várias soluções possíveis. Algumas vezes esse processo demanda
um longo período de tempo, outras vezes o período de tempo exigido é menor.
Entretanto, em qualquer caso, a tomada de decisão é vista como um processo
sequencial evolutivo, que gera conhecimento sobre a situação-problema com base
nos conhecimentos anteriormente adquiridos.
II) Complexidade
A tomada de decisão é considerada um processo complexo em função da
variedade de elementos envolvidos. Dentre eles podemos destacar os próprios
membros da equipe responsável pela decisão (que têm, por vezes, interesses
conflitantes); os sistemas de comunicação e informações empresariais utilizados
como recursos pela equipe; o código de ética; as crenças e os valores da empresa. A
integração e o grau de importância desses elementos no processo decisório variam
de acordo com a natureza da situação-problema e do nível de decisão desejado. A
complexidade do processo de tomada de decisão é evidenciada em situações onde,
por exemplo, os integrantes da equipe decisória têm visões diferentes e conflitantes
em relação à solução do problema, ou o processo exige dados não disponíveis
no sistema de informação empresarial, ou as possíveis soluções para o problema
ferem as crenças e os valores da empresa, dentre outras situações que influenciam
negativamente o andamento do processo.
10
III) Objetividade e Subjetividade
A tomada de decisão, em grande parte, é um processo objetivo desenvolvido
dentro de uma metodologia sistematizada, onde os procedimentos elaborados e os
conhecimentos adquiridos sobre determinada situação-problema são armazenados
e disponibilizados seguindo os preceitos do método científico, sendo assim, esses
procedimentos e conhecimentos podem ser reutilizados em quaisquer outros
processos decisórios similares. Entretanto, uma tomada decisão geralmente
inclui uma parcela subjetiva oriunda da experiência profissional, da intuição ou
do conhecimento empírico dos decisores, sendo esses fatores, muitas vezes,
responsáveis pelo sucesso de uma decisão.
IV) Institucionalidade
A tomada de decisão é considerada um processo gerencial peculiar dentro
de uma organização. Raramente esse processo se desenvolve igualmente em
duas empresas diferentes, pois, a estrutura organizacional, a cultura, a visão e a
competência dos administradores de cada uma dessas empresas, em algum ponto,
são diferentes, e sendo esses os fatores que influenciam as decisões, podemos
deduzir que o processo decisório é particular para cada empresa. Com foco nas
modernas práticas de administração, as organizações procuram colocar o processo
de tomada de decisão dentro de um ambiente institucional, levando-o ao nível
das técnicas atuais, como por exemplo, a gestão estratégica e os programas de
qualidade total.
11
11
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
Quanto mais importante é a decisão para a empresa, mais alto será o nível de
estruturação requerido pelo processo decisório. Para ilustrar, tomemos o exemplo
da questão “localização de uma nova fábrica”, exposto na Figura 2, que representa
um problema corporativo que exige do processo decisório um alto grau de estrutu-
ração. Nesse exemplo, a decisão sobre o local onde a nova fábrica será instalada
tem grande importância para a organização, pois os efeitos da escolha causarão
impactos generalizados na empresa, sendo esses impactos relacionados, por exem-
plo, às seguintes questões: acessibilidade (existe fácil acesso dos funcionários e
fornecedores ao local da fábrica?), cadeia de suprimentos (como as demandas de
produção serão atendidas nessa nova fábrica?), sistema de informação (como serão
integrados os sistemas de informação na nova fábrica?), tributos (quais são os tribu-
tos e alíquotas municipais e estaduais referentes à região da nova fábrica?), dentre
outras importantes questões. Nesse caso, o processo de decisão deve ser conduzido
dentro de um alto grau de racionalidade e objetividade, minimizando os aspectos
subjetivos e os interesses pessoais que possam influenciar negativamente a decisão.
Por outro lado, a questão “escolha de capa de revista”, que exemplifica um proble-
ma de ordem operacional com baixo grau de estruturação (Figura 2), não se apresenta
como um problema importante, pois, a escolha de uma ou outra capa de revista não
causará impactos significativos à organização. Nesse caso, o processo decisório é
simples e não exige, portanto, um alto grau de estruturação.
Dentro do exposto, é importante salientar que nos processos decisórios que
exigem médio ou alto grau de estruturação, é imprescindível o uso de técnicas de
apoio preconizadas pela Pesquisa Operacional2 (PO). Para processos de médio
grau de estruturação, a PO sugere o uso das técnicas de Simulação e Análise de
Riscos. Para processos de alto grau de estruturação, são sugeridas as técnicas de
Programação Linear e Teoria das Filas, dentre outras.
Explor
12
O Processo de Modelagem
Definição de Modelo
Modelos são artifícios utilizados para a representação de uma situação real ou de
uma situação desejada, e têm como objetivo o fornecimento de dados relevantes e
necessários ao entendimento e à análise dessas situações. Existem basicamente três
tipos de modelos, sendo eles: físicos, analógicos e matemáticos.
Essa equação nada mais é do que um modelo matemático clássico que representa
um fenômeno físico observado no mundo real, onde são consideradas as variáveis e
constantes significativas (distância, tempo e aceleração da gravidade) dentro de uma
relação matemática que pode ser aplicada em qualquer outra situação similar.
13
13
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
14
Figura 4 - Elementos principais de um modelo
Em Síntese Importante!
Deseja-se saber qual a quantidade de cada suco deve ser produzida para que a
empresa LL-Sucos obtenha o lucro máximo.
15
15
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
16
Construção do Modelo Matemático
Para a construção de modelos matemáticos que representem cenários reais
ou almejados de situações em ambiente empresarial, devemos empregar técnicas
de Pesquisa Operacional (PO), sendo que a técnica mais utilizada é a chamada
Programação Linear, na qual a função objetivo e as variáveis de restrição são
representadas por meio de funções lineares. Dentre as diversas técnicas de
modelagem simbólica oferecidas pela PO, além da Programação Linear (que
adotaremos neste curso), destacam-se as seguintes: Programação Inteira (onde
as variáveis assumem valores inteiros - discretos), Programação Dinâmica (onde
a situação-problema é fragmentada em problemas menores no intuito de facilitar o
processo de análise), Programação Não Linear (onde as funções do sistema não
são lineares), dentre outras.
Apesar do cunho matemático que sugere soluções fáceis por meio de equações,
um modelo simbólico de PO não oferece formas fechadas para as soluções,
e sim, algoritmos que são aplicados ao modelo de forma repetitiva até que a
solução ótima seja encontrada ou, na inexistência dessa, até que a solução mais
viável seja encontrada.
17
17
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
Parâmetros:
Variáveis de restrição:
Função objetivo:
Z (maximização do lucro).
18
Seguindo os mesmos passos, devemos escrever a expressão de restrição referente
à matéria-prima “limão”. Sabendo-se que a quantidade de limão empregada na
produção de uma unidade do suco Limoranja é de 0,7Kg e do suco Laranjão é
de 0,2Kg, e tendo como limitação a quantidade de 8.400Kg de limão por mês, a
expressão de restrição deve ser escrita da seguinte forma:
Temos ainda outra restrição que se mostra de forma implícita no sistema, ou seja,
apesar de não estar declarada sabemos que ela existe. Trata-se da não negatividade
das variáveis de decisão X1 e X2. Os valores assumidos por essas variáveis não
podem ser negativos, portanto, devemos incluir no modelo a seguinte expressão
de restrição:
X1, X2 ≥ 0
Sujeito a
0,3.X1 + 0,8.X2 ≤ 5.200 (restrição de laranja)
0,7.X1 + 0,2.X2 ≤ 8.400 (restrição de limão)
X1, X2 ≥ 0 (restrição de não negatividade)
1º caso
Situação problema
A marcenaria CABAN fabrica dois tipos de produtos: cadeira e banqueta. Para
a produção desses produtos, são empregados como matérias-primas os seguintes
tipos de madeira: perobinha, imbuia e cedro. Para a manufatura de uma cadeira
são utilizados 200cm de perobinha, 100cm de imbua e 80cm de cedro, e para a
manufatura de uma banqueta são utilizados 300cm de perobinha, 40cm de imbuia
e 30cm de cedro. O custo por metro da perobinha é de R$ 3,00, o da imbuia é de
R$ 4,50 e o do cedro é de R$ 3,50. O preço de venda da cadeira é de R$ 43,30 e
o da banqueta é de R$ 32,85. Sabendo-se que o estoque da marcenaria dispõe de
500m de perobinha, 300m de imbuia e 250m de cedro, quantas unidades de cada
item devem ser produzidas para que a empresa obtenha o lucro máximo?
19
19
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
Solução
Para solucionar (modelar) este problema, devemos primeiramente apurar os
lucros unitários sobre as vendas dos produtos. A Tabela 2 apresenta o processo de
apuração desses lucros.
Parâmetros:
Variáveis de restrição:
Função objetivo:
Z: maximização do lucro.
20
Finalmente, podemos escrever o modelo matemático, conforme segue:
Sujeito a
2.X1 + 3.X2 ≤ 500 (restrição de perobinha)
X1 + 0,4X2 ≤ 300 (restrição de imbuia)
0,8.X1 + 0,3.X2 ≤ 250 (restrição de cedro)
X1, X2 ≥ 0 (restrição de não negatividade)
2º caso
Situação problema
Um produtor agrícola necessita de no mínimo 32 unidades de fertilizante
fosfatado e de 36 unidades de fertilizante potássico para atender as necessidades
de fertilização semanal de sua lavoura. Em seu estoque, o produtor tem esses
fertilizantes em duas versões: vidro (fertilizante liquido) e caixa (fertilizante em
pó), sendo que cada vidro contém 4 unidades do produto fosfatado e 6 unidades
do produto potássico, e cada caixa contém 8 unidades do produto fosfatado e 6
unidades do produto potássico. Sabendo-se que cada unidade de vidro custa R$
3,00 e cada unidade de caixa custa R$ 2,50, quais quantidades de vidros e caixas
devem ser utilizadas semanalmente para que o produtor tenha o menor custo,
atendendo as necessidades de sua lavoura em relação à fertilização?
Solução
Variáveis de decisão (incógnitas do problema):
Parâmetros:
Variáveis de restrição:
21
21
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
Função objetivo:
Z: minimização do custo.
Modelo matemático
Minimizar Z = 3.X1 + 2,5.X2 (função objetivo)
Sujeito a
4.X1 + 8.X2 ≥ 32 (restrição de fertilizante fosfatado)
6.X1 + 6.X2 ≥ 36 (restrição de fertilizante potássico)
X1, X2 ≥ 0 (restrição de não negatividade)
22
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Assista aos vídeos sobre Pesquisa Operacional e Tomada de Decisão:
O que é Pesquisa Operacional?
https://youtu.be/tX6Rw7KJGjE
Ibmec Idea Discute: Tomada de Decisão
https://youtu.be/kJLHNLpUMIE
Leitura
Leia também os artigos “A Evolução do Processo Decisório” e “Aplicação da Programação
Linear para Minimização de Custos no Processo Produtivo de uma Vidraçaria”, disponíveis
no site da ABEPRO (Associação Brasileira de Engenharia de Produção).
A Evolução do Processo Decisório
https://goo.gl/rzn3tU
Aplicação da Programação Linear para Minimização de Custos no Processo Produtivo de uma Vidraçaria
https://goo.gl/n5FDjf
23
23
UNIDADE A Tomada de Decisão e o Processo de Modelagem
Referências
ANDRADE, E. L. Introdução à Pesquisa Operacional: Métodos e Modelos Para
a Análise de Decisão. 4. ed. Rio de Janeiro: Ltc-Livros Técnicos e Científicos, 2011.
24