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17/02/2018 Judas Priest: As curiosidades de "Stained Class"

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Whiplash.Net | 11/02/17 | Matérias | +

Judas Priest: As curiosidades de "Stained Class"

Por Alcides S. Maia Júnior


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Depois de uma estréia discreta com “Rocka Rolla”, o Judas começou a criar a sua própria identidade no
segundo álbum “Sad Wings Of Destiny”. Devido a falta de apoio da Gull Records assinam com a
Columbia Records, perdendo os direitos sobre os dois primeiros álbuns e as demos gravadas até ali.

Glenn Tipton: o que seu afastamento significa

Vocalistas: conheçam algumas das maiores vozes do metal nacional

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17/02/2018 Judas Priest: As curiosidades de "Stained Class"

Pelo novo selo gravam “Sin After Sin” entrando pela primeira vez nas paradas inglesas e excursionando
pela primeira vez pelos Estados Unidos em junho de 77, abrindo para o Foreigner e o Reo Speedwagon.
Em seguida entram em estúdio para gravar “Stained Class” no Chippin Norton Studios em Londres entre
outubro e novembro de 1977. Contando com a produção de Dennis Mackay, o álbum é lançado em
fevereiro de 78.

É o único álbum do Judas a contar com ao menos uma composição de cada integrante da banda. Nos
álbuns seguintes as composições seriam divididas quase que exclusivamente entre o trio Rob Halford,
K.K. Downing e Glenn Tipton. Uma característica marcante da banda durante os anos 70 eram as letras
abordando temas mais sombrios do que os abordados nas décadas seguintes. Temas históricos, injustiça
social, existencialismo, a luta do indivíduo contra a tirania e a eterna luta do bem contra o mal, agora
estavam revestidos com uma pitada de ficção científica.

Infelizmente o álbum acabaria marcado pelo suicídio de dois jovens anos depois, em meio a toda a
histeria em torno da criação da PMRC (Parents Music Resource Center) e a acusação do uso de
mensagens subliminares, o que acabou levando a banda aos tribunais e trouxe o álbum aos holofotes de
maneira negativa.

“Stained Class” é o álbum que consolidou o desenvolvimento do som e da imagem do Judas Priest e
consequentemente do Heavy Metal. Nele, o peso, a velocidade, a teatralidade e a fantasia se fundiram
perfeitamente em todos os aspectos e deixaram um legado imensurável ao estilo. Influenciando bandas
dos mais variados estilos incluindo o Thrash Metal e a então nascente NWOBHM.

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Turnê

A turnê de divulgação começou antes mesmo do lançamento do álbum. Entre janeiro e fevereiro de 78
excursionaram pela Inglaterra e Escócia incluindo shows no lendário Hammersmith Odeon, passando
pelos Estados Unidos na primavera e Japão entre julho e agosto antes de entrarem novamente em
estúdio para gravar "Killing Machine". Nos Estados Unidos abriram os shows de um Foghat não muito
amistoso, como lembra o guitarrista Glenn Tipton, “Eles não falaram conosco. Só nos permitiram tocar
por meia hora e não podíamos usar seu sistema de iluminação. Mas isso nos ensinou uma lição, você
tem que botar a faca nos dentes e tocar com o coração. A partir desse episódio levamos como regra
ajudar todas as bandas de abertura em nossas turnês”. Foi durante a passagem pelos Estados Unidos
que a banda começou a sentir a necessidade de adotar uma imagem que combinasse com a
agressividade de sua música, trocando a seda e o cetim colorido pelo couro quando Halford subiu ao
palco vestindo uma calça jeans e uma jaqueta preta de motoqueiro. A mudança de visual se consolidaria
na turnê do álbum seguinte “Killing Machine” (Hell Bent For Leather nos Estados Unidos) com a adição
das taxinhas e das correntes quando Halford foi até a Sex Shop Mr. S. Leather Company em Londres,
loja especializada em sadomasoquismo. Depois de mostrar as roupas aos outros integrantes, o visual
acabou sendo adotado por todos, se transformando no padrão entre as mais variadas bandas do estilo.

Uma amostra da fase seda e cetim da banda nesse bootleg de um show em 77

No repertório mesclaram material de "Sad Wings Of Destiny", "Sin After Sin" e “Stained Class”, ignorando
completamente seu primeiro álbum e as faixas "Invader", "Saints In Hell", "Savage" e "Heroes End" do
novo álbum”.

Setlist do primeiro show da turnê:

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Exciter
White Heat, Red Hot
The Ripper
Savage
Sinner
Beyond The Realms Of Death
Victim Of Changes
Better By You, Better Than Me
Stained Class
Genocide
Let Us Prey/Call For The Priest
Starbreaker

Setlist do show no Nakano Sunplaza Hall em Tóquio - Japão

Exciter
White Heat, Red Hot
The Ripper
Sinner
Beyond The Realms Of Death
Better By You, Better Than Me
Victim Of Changes
Diamonds And Rust
Genocide
Starbreaker
Tyrant

Rob Halford adotou o visual couro e taxinhas a partir do álbum Hell Bent For Leather

Dennis Mackay

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O produtor Dennis Mackay

Antes de trabalhar com o Judas Priest, Dennis Mackay era conhecido pelos seus trabalhos com artistas
de Jazz, Fusion como Al Dimeola, Stanley Clarke e John McLaughlin. Foi assistente e engenheiro de
som em álbuns de David Bowie, Supertramp e Jeff Beck. Após "Stained Class" trabalhou como
engenheiro e produtor em álbuns de Jack Bruce, Pat Travers, Gary Moore, Alan Holdsworth, Tygers Of
Pan Tang e outros artistas.

Les Binks

Com a saída do baterista Simon Philips, que não poderia se juntar ao Priest em tempo integral pois já
havia se comprometido com a banda de Jack Bruce (Cream). Roger Glover (baixista do Deep Purple e
produtor de Sin After Sin) sugeriu que contratassem Les Binks, baterista em seu álbum solo “The
Butterfly Ball And The Grasshopper's Feast”. Binks tocou na turnê de “Sin After Sin” e nos próximos três
álbuns do Priest, “Stained Class”, “Killing Machine” (Hell Bent For Leather nos Estados Unidos) e no ao
vivo “Unleashed In The East”. Foi dispensado por ser considerado um baterista muito técnico em
oposição ao desejo da banda em deixar seu som mais acessível às grandes audiências dali em diante,
sendo substituído por Dave Holland (ex-Trapeze).

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Les Binks em uma foto recente

Após sua saída em 79 se juntou a “Charlie Whitney and Axis Point” e permaneceu ativo no underground
do hard rock e heavy metal britânico. Em 81 por um breve período se tornou membro do Lionheart que
contava com Dennis Stratton (ex-Iron Maiden) na guitarra e Jess Cox (ex-Tygers Of Pan Tang) nos
vocais.

O Judas vai aos Tribunais

Em meio a popularidade alcançada pelo Heavy Metal nos anos 80 iniciou-se uma verdadeira "caça às
bruxas" ao estilo. Embora o rock seja considerado transgressor e corruptor da juventude desde sua
criação, nos anos 80 as coisas tomaram dimensões cada vez maiores. A criação do PMRC (Parents
Music Resource Center) um comitê criado por influentes esposas de senadores incluindo Tipper Gore
(esposa do senador e futuro vice presidente Al Gore) e Susan Baker (esposa do secretário de defesa
James A. Baker) em defesa da "moral e dos bons costumes" foi um dos movimentos de grande destaque
no período.

Tipper Gore e Susan Baker

O PMRC divulgou sua lista das 15 imundas, com observações quanto ao conteúdo das letras. A lista
incluía artistas como Black Sabbath, Motley Crue, Venom, Def Leppard e o próprio Judas Priest com Eat
Me Alive, embora não se restringisse ao Heavy Metal (Prince, Madonna e Cindi Lauper também
apareciam na lista). Artistas como Frank Zappa e John Denver foram convidados a dar depoimentos em
uma audiência pública onde foram recitadas letras e apresentadas capas de discos consideradas
ofensivas. Nessa audiência podemos destacar o depoimento de Dee Snider (Twisted Sister). Quando
questionado se a canção “Under The Blade” falava sobre sadomasoquismo, Snider foi direto ao ponto
quando falou que a música falava sobre uma cirurgia na garganta feita pelo guitarrista e que como
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quando falou que a música falava sobre uma cirurgia na garganta feita pelo guitarrista e que como
qualquer música estava sujeita à interpretação do ouvinte, se Tipper Gore procurava por referências a
sadomasoquismo acabou encontrando porque estava determinada a isso, se procurasse por referências
cirúrgicas ela as encontraria, dando a entender que Gore é que tinha a mente suja, deixando todos
atônitos na ocasião.

Dee Snider e seu célebre discurso durante uma audiência do PMRC

Entre as conquistas do PMRC foi criado o selo de advertência que estampava as capas dos álbuns com
conteúdo considerado impróprio. Em consequência, grandes varejistas como o Wal Mart deixaram de
vender discos com o selo e muitos clipes foram censurados na MTV no período. Diante de toda a
histeria, não seria surpresa que artistas começassem a ser levados aos tribunais pelos mais diversos
motivos. Um dos casos mais famosos envolveu o cantor Ozzy Osbourne, acusado de incitar o suicídio de
um jovem de 19 anos que foi encontrado morto enquanto ouvia a canção "Suicide Solution".
Ironicamente a música fala dos perigos do consumo excessivo de álcool e não que o suicídio seria a
solução para algum problema. O caso acabou arquivado antes que fosse a julgamento mas o Judas
priest não escapou dos tribunais quando foi acusado de incitar o suicídio de dois jovens.

O infame selo do PMRC

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No dia 23 de dezembro de 1985 dois amigos fãs do Judas Priest da cidade de Reno no estado de
Nevada nos Estados Unidos, fizeram um pacto suicida após ouvirem o álbum “Stained Class”. Na
ocasião James Vance havia presenteado seu amigo Ray Belknap com uma cópia do álbum e depois de
passarem a tarde bebendo cerveja e fumando maconha, foram ao quintal de uma igreja próxima à casa
de Ray e com uma espingarda calibre 12 Ray atirou contra si mesmo falecendo instantaneamente. Seu
amigo James Vance extremamente nervoso ao ver seu amigo morto à sua frente, pegou a arma e para
cumprir com o combinado a disparou. James sobreviveu, porém seu rosto ficou completamente
desfigurado.

James Vance e Ray Belknap

Quatro meses depois James escreveu uma carta para a mãe de Ray em que afirmava que o álcool e o
heavy metal de bandas como o Judas Priest os hipnotizaram, fazendo-os acreditar que a resposta para a
vida era a morte. Com a carta em mãos as duas famílias procuraram os advogados Ken Mckenna e Tim
Post que junto com sua equipe começaram a buscar referências suicidas nas músicas, letras e na capa
do álbum. Como as letras estavam protegidas pela constituição americana os advogados se
concentraram em possíveis mensagens subliminares que poderiam levar alguém a inconscientemente
tentar o suicídio. Encontraram a mensagem “Do it” ao tocar a faixa “Better By You, Better Than Me” ao
contrário, o que consideraram como um comando para que os dois jovens tirassem suas vidas.

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James Vance acabou com o rosto completamente desfigurado após tentativa de suicídio

James Vance acabou falecendo três anos depois (antes do caso ir a julgamento) vítima de uma overdose
de medicamentos ao ser internado em uma clínica para tratar de uma depressão.

O tribunal aceitou a acusação e em 1990 a banda enfrentou um processo com um pedido de indenização
no valor de U$$ 6,2 milhões. Durante seis semanas o julgamento contou com o depoimento dos
membros da banda (incluindo Rob Halford cantando à capela), dos familiares e de especialistas em
mensagens subliminares. Tipton sugeriu que a defesa levasse sua própria cópia de “Stained Class” ao
tribunal e o tocasse ao contrário para provar que qualquer disco tocado dessa forma pode criar, junto
com um pouco de imaginação, frases aleatórias. Durante a demonstração apareciam frases como “Ei
mãe, minha cadeira quebrou”, “Me ajude a arrumar um emprego” entre outras. A banda acabou
inocentada. Chegou-se à conclusão de que o motivo para o suicídio dos jovens foi uma consequência do
ambiente familiar e da vida sem perspectiva que levavam.

Rob Halford cantou "Better By You Better Than Me" durante depoimento

O documentário “Dream Deceivers: The Story Behind James Vance Vs Judas Priest” dirigido por Van
Taylor cobre todo o caso.

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Dream Deceivers - documentário sobre o julgamento do Judas Priest

Capa

Criada por Roslav Szaybo com fotografia de Ronald Kass. Szaybo nasceu na Polônia e estudou na
Warsaw Academy of Fine Arts. Se mudou para Londres em 1966 e se tornou diretor artístico na Young
and Rubicam e depois na CBS Records. Voltou para a Polônia em 1990 para ensinar artes na Warsaw
Academy. É dele a mão que segura a lâmina de barbear do álbum “British Steel”.

O novo logotipo "eletrificado" da banda

O logo em estilo gótico dos trabalhos anteriores foi substituído pelo logo “eletrificado” que a banda
adotaria em seus trabalhos posteriores com algumas variações. A capa com sua cabeça metálica
atingida por uma barra de aço (alguns se referem a ela como um raio laser) é uma clara metáfora à
classe manchada que dá título ao álbum. Ela acabou sendo um dos primeiros alvos no processo que o
Judas enfrentou quando dois jovens cometeram suicídio. Os advogados de acusação alegaram que ela
tinha referências explícitas ao suicídio, alegando que a barra subliminarmente sugeria o caminho que a
bala deveria seguir.

Exciter
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Conta a história de uma criatura intergalática enviada à Terra para trazer a salvação aos oprimidos. O
tema acabaria sendo explorado em diversas canções como “Painkiller”, “Hellrider” e recentemente em
“Reedemer Of Souls”.

A faixa é considerada como uma das precursoras do speed metal (junto com Fireball do Deep Purple) e
rendeu à banda o apelido de “avós do thrash”.

White Heat, Red Hot

O primeiro Star Wars teria influenciado o Judas Priest?

A canção curiosamente contém uma citação a uma luta de sabres de luz, o que muitos consideram uma
clara referência ao primeiro filme da trilogia original de Star Wars lançado em 1977. Teria o filme
influenciado a banda a explorar os temas baseados em ficção científica do álbum?

Posteriormente surgiram várias teorias criadas por grupos de fãs relacionando a luta de sabres de luz
entre Luke Skywalker e Darth no filme O Império Contra Ataca com a canção, mas nesse caso se trata
de pura fantasia já que o álbum foi lançado em 78 e o filme em 80.

Prepare-se para lutar, saque seu sabre – Um horrível feixe de luz insalubre
Para eliminar a vida com luz ofuscante e habilidades da sétima dimensão

Better By You Better Than Me

Após completarem as gravações, a gravadora CBS preocupada com o tom sombrio e nada comercial
que permeava o álbum solicitou que gravassem um cover que pudesse ser lançado como single, à
exemplo do ocorrido em “Diamonds And Rust” de “Sin After Sin”. Optaram por gravar um cover de "Better
By You, Better Than Me" da banda inglesa Spooky Tooth. Gravada no estúdio Utopia em Londres e
produzida por James Guthrie (Pink Floyd), já que Dennis Mackay não estava disponível na época.

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Single de Better By You Better Than Me

Composta por Gary Wright, a canção fala de um soldado que está em uma guerra e quer enviar uma
carta para sua amante. Perturbado com tudo o que vê, ele pede a um amigo que a escreva em seu lugar
por que ele não consegue expressar seus sentimentos.

O single foi lançado em janeiro de 1978 com Invader no lado B.

Stained Class

O principal tema da canção é mostrar como o poder corrompe aquele que o detém. Aquele que está no
poder é acusado de ser tirano por aquele que não detém o poder, mas quando este assume o poder ele
se torna o tirano que ele repudiava quando não o detinha.

Há um verso na primeira estrofe que não está transcrito no encarte do álbum.

Crashing on Hyksos / Mount Passing God Fear / Tip of His Finger / They´re Spying His Throne

Os Hicsos citados na estrofe são um povo de origem asiática que ocupou a região norte do Egito,
próximo ao Delta do rio Nilo em busca de alimentos e de terra fértil para o cultivo de alimentos.

Representação do Faraó Amosis derrotando os Hicsos durante combate


Representação do Faraó Amosis derrotando os Hicsos durante combate

Buscando reaver o território perdido o Império Egípcio trava uma batalha em duas frentes uma no norte
contra os Hicsos e uma ao sul contra os núbios que eram aliados dos Hicsos. Saindo vitoriosos dessas
batalhas e consolidando assim o seu império.

Invader

A invasão do planeta Terra por alienígenas sempre habitou o imaginário popular, inspirando obras de
ficção em todos os tipos de mídia existentes, desde livros, cinema, quadrinhos e videogames. A década
de 70 representou o auge da Corrida Espacial e mais do que nunca o tema era bastante popular.

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The Invaders

Acredita-se que a canção foi inspirada na série de ficção científica "The Invaders" de Larry Cohen,
exibida nos Estados Unidos pela rede Abc entre 1967 e 1968 (procure pela abertura da série no youtube
e veja a semelhança). Nela o arquiteto David Vincent (Roy Thinnes) passava por uma estrada deserta
quando avistou uma invasão alienígena e tentou alertar as pessoas dos perigos que corriam. O problema
é que os alienígenas assumiram formas humanas como disfarce ao invadirem a Terra, inclusive se
infiltrando nas instituições humanas, fazendo com que David fosse visto como um lunático pelas pessoas
ao seu redor.

Eu venho por um campo enfumaçado, pulsando de calor.


Eu vi um feixe escaldante de luz emergir e ir em direção ao céu.
Eu recuei atordoado de espanto – O que foi que eu vi?
E enquanto estava lá parado.
Ouvi meu espírito gritar.

Invasor, invasor próximo.


Invasor, o invasor se aproxima.

Um fato curioso que misturou realidade e ficção envolvendo o tema, ocorreu durante um programa
semanal da rádio CBS, a história do livro “Guerra dos Mundos” (1898) do escritor Herbert George Wells
foi dramatizada por Orson Welles em formato de programa jornalístico. Nela a Terra é invadida por
alienígenas que se locomovem em máquinas com tripés metálicos chamados “tripods” e que destroem os
seres humanos com um poderoso raio carbonizador. Cerca de 6 milhões de pessoas sintonizaram a
rádio durante o programa. O problema é que pelo menos metade delas só sintonizou o programa após a
introdução que explicava que a dramatização era uma obra de ficção. Muitos acreditaram que a invasão
era real e pelo menos 500 mil pessoas tiveram certeza e entraram em pânico, causando grande
confusão, com pessoas tentando fugir da suposta invasão causando grandes congestionamentos e
aglomerações nas ruas. Para a emissora o programa acabou sendo um grande sucesso de audiência,
fazendo-a vencer sua concorrente a NBS.

Ilustrações de "A guerra dos mundos"


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Saints In Hell

Uma canção sobre as guerras através dos tempos. A faixa inclui um trecho cantado em francês.

As ruas estão banhadas de sangue pela mutilação da massa.


Já que o massacre aconteceu pelo sino.
Matadouro! Matadouro! Meu Deus, que horror!
Por um momento foi como se fosse um segundo inferno.

Savage

Acima, a pintura de John Gast conhecida como progresso americano. É uma representação do Destino
Manifesto, doutrina que expressa a crença de que o povo dos Estados Unidos foi eleito por Deus para
comandar o mundo. Nela uma mulher angelical comumente identificada como Colúmbia, segura um livro
escolar e um cabo telegráfico, levando a civilização rumo ao oeste junto aos colonos americanos,
enquanto os povos nativos e os animais selvagens são afugentados. Repare como a paisagem é limpa e
reluzente na parte representada pelos colonos enquanto a paisagem é nebulosa na porção representada
pelos povos nativos e os animais selvagens, clareando à medida que os colonos avançam para o oeste.

Em Savage, K.K Downing e Rob Halford, trazem a perspectiva dos índios nativos americanos sobre a
colonização. Como suas terras, sua cultura e seus costumes foram destruídos pelo “homem moderno”.

Após se libertarem da Inglaterra e com o crescimento do comércio e da indústria houve a necessidade de


expandir o território inicialmente formado pelas Treze Colônias em direção ao Sul e ao Oeste. Os nativos
americanos eram removidos das terras em que viviam a milhares de anos e enviados à reservas
indígenas. Com a Guerra Civil Americana, muitas nações indígenas foram transferidas para o oeste do
Rio Mississípi. A maior resistência dos índios americanos aconteceu em forma de Guerras Indígenas que
foram frequentes até a década de 1890.

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Internos da Carlisle Indian School - Pensilvânia

Posteriormente foram criados os Internatos dos Nativos Americanos (American Indian Boarding Schools)
com o slogan “Matar o índio e salvar o homem”, essas escolas tinham o objetivo de “livrar” o nativo
americano de sua “natureza selvagem”, sendo obrigados a abandonar sua língua nativa e adotar os
costumes e a religião dos colonizadores.

Foto de índios das tribos Cherokee, Cheyenne, Choctaw, Comanche, Iroquois, e Muscogee do período entre 1868
à 1924, após ingressarem nos internatos

Até 1924 os nativos americanos não eram considerados cidadãos americanos.

Beyond The Realms Of Death

Durante um intervalo em uma das sessões no estúdio, o baterista Les Binks pegou uma guitarra de K.K.
Downing a virou para o lado contrário (Binks era canhoto) e começou a dedilhar a introdução da música.
O curioso é que ninguém na banda se lembra de ter visto Binks tocar guitarra em algum momento antes
ou depois de gravarem a canção, mas sua contribuição acabou ficando para a posteridade.

Rob Halford comenta sobre a faixa, “Eu amo essa canção porque eu sempre a canto emocionalmente,
ela me leva a uma maravilhosa jornada. Eu penso em muitas coisas quando eu a canto. Obviamente eu
penso sobre meus momentos no Priest. Eu também reflito sobre algumas das situações infelizes que
acontecem com as pessoas do rock n' roll e claro até certo ponto com os fãs, pessoas que tem
dificuldades na vida e por uma razão ou outra, querem terminar sua vida de jeitos diferentes. Mas
também é uma canção que tem muita força, porque está falando sobre um indivíduo sobrevivendo a
esses tempos difíceis.”

Muito além do suicídio a canção trata principalmente do livre arbítrio, de alguém que está cansado da
sujeira do mundo em que vive e se isola em sua mente, questionando o valor de sua vida diante de um
mundo corrompido.

Ela alterna entre dois pontos de vista diferentes o do narrador e o do próprio indivíduo
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Ela alterna entre dois pontos de vista diferentes, o do narrador e o do próprio indivíduo.

Ele teve o bastante, ele não aguentava mais.


Ele encontrou um lugar em sua mente e bateu a porta.
Não importa o quanto eles tentassem, eles não podiam entender.
Eles o lavaram, o vestiram e deram comida.

No primeiro verso o narrador relata o estado do indivíduo do ponto de vista dos pais.

Yeah! Eu deixei o mundo pra trás.


Estou a salvo aqui em minha mente.
Livre para falar com os meus pares.
Esta é a minha vida, esta é a minha vida.
Eu é quem decido não vocês.

No refrão o indivíduo relata o seu isolamento e afirma que ele é o dono de sua vida e que ele é quem
escolhe o rumo que ela terá.

Sem expressão, ele fica lá sentado encarando o espaço vazio.


Nenhum sinal de vida reluz em sua face.
Até o dia em que ele sorriu, e parecia ser com orgulho.
O vento o beijou.
Adeus e então ele morreu.

Yeah! Eu deixei o mundo pra trás.


Estou a salvo aqui em minha mente.
Livre para falar com os meus pares.
Esta é a minha vida, esta é a minha vida.
Eu é quem decido não vocês.

Deixei o mundo com todo seu pecado


Ele não é apropriado para se viver.
Yeah! Eu começarei novamente.
Pode levar toda, toda, toda a eternidade.
Mas eu ainda vencerei.

Nos versos acima vemos a alternância entre o narrador e o indivíduo. Primeiramente o narrador descreve
o estado de apatia do indivíduo até o momento em que ele decide partir. Mas o indivíduo realmente tirou
a própria vida? Quando o indivíduo toma a palavra ele fala em deixar o mundo sujo em que vive para trás
mas fala em começar novamente. A canção retrata a vida de um indivíduo especificamente ou fala de
vários indivíduos em situação parecida? A morte a que o narrador se refere se trata da morte em si ou de
alguém que resolveu não seguir as convenções e decidiu seguir em frente nos seus próprios termos,
como o indivíduo nos faz acreditar nos versos seguintes?

Quantos como ele ainda estão lá.


Mas para todos nós, parecem ter perdido a vontade.
Eles são em milhares.
Condenados e perdidos.
Nada vale esse preço amargo.

Acima o narrador relata novamente a situação do indivíduo e daqueles que se encontram em situação
semelhante.

Yeah! Eu deixei o mundo pra trás.


Estou a salvo aqui em minha mente.
Livre para falar com os meus pares.
Esta é a minha vida, esta é a minha vida.
Eu é quem decido não vocês.
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Deixei o mundo com todo seu pecado


Ele não é apropriado para se viver.

Aqui os versos se repetem e o indivíduo reitera sua condição e o seu livre arbítrio.

Heroes End

A canção fala sobre três artistas que morreram prematuramente. Uma cantora, um guitarrista e um ator,
com claras referências a Janis Joplin, Jimi Hendrix e James Dean respectivamente. Quando o Judas
Priest foi acusado de ter levado dois jovens a cometerem suicídio, “Heroes End” foi a primeira canção
usada pela promotoria para tentar condenar a banda, sob a alegação de que sua letra glorificava a morte
como um ato de heroísmo. Longe de glorificar o desejo pela morte, a canção simplesmente pergunta
porque as pessoas tem que morrer antes de serem reconhecidas pelo seu talento.

Jimi Hendrix

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Janis Joplin

James Dean

Fire Burns Below


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Fire Burns Below

Faixa bônus da remasterização de 2001, gravada durante as sessões de “Ram It Down” em 1988.

Better By You, Better Than Me

Faixa bônus gravada ao vivo no Foundation Forum em Los Angeles em 1990 com Scott Travis na
bateria.

Referências:

http://kkdowning.net/specialreports/fotf/fotf12_exciter.html...
http://www.stereogum.com/1691165/judas-priest-albums-from-wo...
http://poetry-of-subculture.blogspot.com.br/2012/05/saints-i...
http://visualarts.britishcouncil.org/collection/artists/rosl...
Heavy Duty official biography, 1984
The Story Of Judas Priest – Defenders Of the Faith – Neil Daniels (2010) - Omnibus Press
Judas Priest – Heavy Metal Painkillers An Illustrated History – Martin Popoff – ECW Press (2007)
Heavy Metal – A História Completa - Ian Christe – Editora Arx (2010)
Barulho Infernal – A História Definitiva do Heavy Metal – Jon Wiederhorn e Katherine Turman – Editora
Conrad (2015)
Heavy Metal – A Headbanger's Journey (documentário)
Dream Deceivers: The Story Behind James Vance Vs Judas Priest – Van Taylor (documentário)
Judas Priest – Uncensored On The Record – Jeff Perkins – Coda Books Ltd
http://paleonerd.com.br/2015/08/13/a-triste-historia-das-alg...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hicsos
http://www.historiamais.com/egito.htm
http://www.infopedia.pt/$hicsos
http://www.newsweek.com/2015/10/09/oral-history-tipper-gores...
https://en.wikipedia.org/wiki/American_Indian_boarding_schoo...
http://www.photofeatures.com/judaspriest/
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Guerra_dos_Mundos_(livro)...
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Invaders
http://www.livebandphotos.co.uk/metalworks/?225Les%20Binks%2...
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Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte americanos - Dee Brown –
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Celso Oliveira Jr.


Parabéns pela matéria. Muito boa mesmo.
Curtir · Responder · 1 · 13 de novembro de 2017 11:23

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Post de 12 de fevereiro de 2017

Sobre Alcides S. Maia Júnior

Conheceu o rock ainda moleque através do futebol, ao escutar We Are The Champions do
Queen, a partir daí foi conhecendo diversas bandas clássicas como Black Sabbath, Deep Purple,
Pink Floyd, Led Zeppelin, Rainbow, Judas Priest, Iron Maiden, Candlemass, entre outras.

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