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O TERÇO EM ERECHIM

Daniel Almeida Szuchman1


Celina Tiepo2
Universidade de Passo Fundo - Faculdade de Artes e Comunicação
Grupo de Pesquisa Casa Encantada
Orientador: Gérson Werlang
dani93sax@gmail.com
celina_tieppo@hotmail.com

1 INTRODUÇÃO

O rock sem sombra de dúvidas foi um movimento de ruptura para a sociedade


tradicional, tendo em vista sua abordagem mais agressiva e principalmente sua musicalidade
deslocada dos padrões aceitos até então. Mas o que é o rock?

Que pretensão definir o rock! Absurdamente polimorfo, ele parece variar


mais no tempo e no espaço do que o fazia, por exemplo, o barroco na Idade
Moderna. Mas se a idéia é definir, arregacemos as mangas e vamos ver o
que é que dá. Tenho certeza que as próximas páginas vão provocar reações
azedas, de rockeiros convictos a anti-rockeiros. Tudo bem. O que importa é
que, bem ou mal, falemos dele. Talvez assim ele conquiste um espaço
acadêmico que a comunidade sempre lhe negou. (CHACON,1985, p5).

1
Daniel Szuchman é acadêmico do curso de Música (Bacharelado em Violão) pela Universidade de Passo
Fundo.
2
Celina Tiepo é acadêmica do curso de Artes Visuais (Bacharelado) pela Universidade de Passo Fundo.
1
Neste sentido, inúmeros grupos musicais destacaram-se nesta esteira, tornando-se
exemplo para uma juventude talhada sob um ferrenho regime civil militar, que cerceava com
seus atos institucionais a criatividade e a livre expressão de todos aqueles que almejavam um
futuro ligado às artes e à cultura.

E o rock vem para preencher essa lacuna, como vemos nas palavras de CHACON
(1985):

Rock é, portanto, e antes de tudo, som. Ao contrário de outras artes que nos
tocam pelo mais racional órgão dos sentidos, que é a visão, a música nos
atinge pelo mais sensível, que é a audição. Para nos desviarmos de um
quadro que não nos agrada, teremos muito mais facilidade do que de uma
música. Seu leque de ação no espaço parece ser muito mais aberto, quase
infinito, porque as notas se espalham em ondas mais amplas do que os
traços presos aos limites concretos das molduras. Nesse sentido, dentro da
música, uma nota distorcida de guitarra parece atingir não só o ouvido e o
cérebro, mas cada uma das células do corpo humano, fazendo do rock um
dos ritmos musicais mais agitados que se conhece nas sociedades modernas.
(CHACON,1985, p6).

Dito isso, passaremos a discorrer sobre a repercussão do show d’O Terço em terras
erechinenses, analisando o momento conturbado em que a banda encontrava-se, bem como
construir a partir dos depoimentos daqueles que presenciaram o evento, o cenário em que a
juventude da cidade de Erechim estava inserida. Para a descrição da noite que O Terço
marcou a cidade com seu rock progressivo, além dos depoimentos, foi analisado o registro
fonográfico do show.

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2 O TERÇO

O Terço iniciou sua estrada no final da década de 60 no Rio de Janeiro e sua formação
inicial contava com Sérgio Hinds (baixo); Jorge Amiden (guitarra), e Vinícius Cantuária
(bateria). Ao longo dos anos a formação sofreu alterações e nos álbuns Criaturas da Noite
(1975) e Casa Encantada (1976) a banda teve sua formação mais consagrada: Sérgio Hinds
(guitarra), Flávio Venturini (teclado), Sérgio Magrão (baixo) e Luís Moreno (bateria). Nessa
fase, O Terço já era considerado um dos mais populares grupos de rock do país.

Após Casa Encantada Flávio Venturini deixa o Terço e quem entra para assumir os
teclados é Sérgio Kaffa. Ao mesmo tempo em que Kaffa entra para a banda ocorre o retorno
de César de Mercês que sempre esteve presente no Terço de alguma forma, seja como
compositor ou participante nos discos.

Em 1978, Sérgio Hinds, Sérgio Magrão, Luiz Moreno, Cezar de Mercês, e Sérgio
Kaffa lançam o quinto disco do Terço, Mudança de Tempo. Naquele mesmo ano a política
brasileira também estava mudando. Em 31 de dezembro de 1978 o AI-5 é extinto, acarretando
na abertura política com a “anistia”. O nome sugestivo do álbum de 78 não faz alusão apenas
às mudanças na formação do grupo, mas também às mudanças que a sociedade brasileira
vinha sofrendo. O Terço estava cumprindo sua agenda de shows, mas os atritos com a
gravação do álbum e as críticas foram desgastando também o grupo. Além disso, Hinds
sofrera um acidente, que o impossibilitou de tocar por um tempo. O Terço contrata Ivo de
Carvalho para terminar a agenda, e ainda em 78 a banda interrompe as atividades, e retorna
apenas na década de 80.

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3 ROCK EM ERECHIM NA DÉCADA DE 70

Erechim é um município situado no norte do estado do Rio Grande do Sul, que pertence
região do Alto Uruguai. A cidade atualmente tem em torno de 101.752 habitantes, conforme a
população estimada para 2014 (Segundo IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de
População e Indicadores Sociais). No final da década de 70 a cidade tinha em torno de 61.000
habitantes. Erechim foi planejada e construída sob uma ótica positivista e teve a formação do
seu povo constituída por imigrantes, principalmente das etnias alemã, italiana, polonesa e
israelita. A sociedade erechinense teve como característica um conservadorismo em seu modo
de ser, independente da situação política da época.

As músicas tocadas pelas rádios locais faziam parte do gosto da grande massa,
pertencendo em sua maioria aos gêneros nativista, sertanejo e bandinha. Nas lojas de disco
esses estilos eram os que predominantes. O que o público geral conhecia de rock, eram
algumas músicas internacionais que acabavam por fazer parte da trilha sonora da
programação das rádios. Apesar do rock não ser um gênero difundido na região, ainda assim
um pequeno grupo foi formando um gosto pelo estilo. Conforme o relato de Rogério
Cichocki, proprietário da loja de discos Peninha Som (que iniciou suas atividades no ano de
1977 e no final da década contava com um acervo que possuía em torno de 28.000 discos),
comprar discos era um hábito do povo erechinense nos finais de semana.

Na época a diversão era comprar um disco final de semana. Chegava


sábado todo mundo queria comprar música e ia atrás de disco. O povo ia
comprar discos porque queria ouvir coisas diferentes. Então quando ouviam
uma musica nova na rádio ou em um programa de TV, no final de semana
corriam pra loja pra ver se tinha o disco de tal música. (Chichocki, 2015).

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Como os programas de TV utilizavam em alguns momentos músicas de grandes
bandas de rock, aos poucos os jovens da cidade acabaram interessando-se pelo estilo e passam
a buscar pelo rock. Na época quem queria ouvir rock tinha que ouvir as rádios de outros
locais, geralmente de Porto Alegre ou São Paulo e Rio de Janeiro. No final de 70 em Erechim
abre a loja de discos Opus (de Paulo César Intkar), que era especializada em rock e outros
gêneros musicais de qualidade que também não faziam parte do gosto da grande massa.
Apesar da qualidade do acervo de discos da Opus, não havia muita procura por parte do
público. Pela falta de saída dos discos que a Opus comercializava, em março de 81 a loja
encerra suas atividades.

Quanto à produção musical da cidade, existiram bandas importantíssimas para a


história do rock de Erechim. Um exemplo disso é o grupo The Crazy Boys, uma banda de
Jovem Guarda ainda em atividade que já completou 50 anos desde sua formação até os dias
de hoje. Inclusive nos primórdios da carreira a banda foi convidada por um empresário de São
Paulo para alçarem vôos maiores com bandas nacionais consagradas da Jovem Guarda, porém
por motivos pessoais de alguns integrantes a banda não se lança no mercado nacional.

Outra banda de rock que surge na cidade é Os Explosivos, em 71. Temos também a
banda Os Ipanemas, que tocava bailes, mas o repertório e os músicos eram de muita
qualidade. Inclusive pelos Ipanemas passou Alegre Corrêa, músico passo fundense com uma
carreira internacional. Outro passo fundense de carreira internacional que passa por grupos de
Erechim é Ronaldo Saggiorato. Na década de 80 aparece a banda Apis Melifera, de rock
progressivo. Em resumo Erechim teve uma boa produção de rock apesar do pequeno público.
Todas as bandas acima citadas tem um componente em comum: o músico e compositor

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Sérgio Intkar. Sérgio é uma figura de extrema importância para a música erechinense,
especialmente o rock. Em sua carreira tocou com grandes músicos, como Hermeto Paschoal,
Alegre Corrêa, Ronaldo Saggiorato e Paulo Casarin. O show do Terço em Erechim foi
gravado em fita cassete por Sérgio Intkar.

Por vezes em Erechim ocorreram alguns shows de bandas renomadas do rock


nacional, não existindo um espaço adequado para realização de eventos desse porte, eram
locados espaços como o Cine Ideal (um dos cinemas da cidade) e o Ginásio da Paróquia São
Pedro. Em 1972 aconteceu no Ginásio São Pedro o show de Roberto Carlos, que foi um
sucesso e lotou o espaço. Em 1976, no Cine Ideal, estiveram os Pholhas e no ano seguinte, o
Casa das Máquinas fez um show no Ginásio São Pedro. Em 1978 O Terço veio para Erechim
fazer o show do álbum daquele ano (Mudança de Tempo) e na década de 80, ocorrem shows
do Barão Vermelho e de Baby Consuelo acompanhada por Pepeu Gomes.

Shows estes, que foram de vital importância para estimular as bandas locais e
influenciaram muito os conjuntos musicais de Erechim, seja no som, na ideologia ou no modo
de se vestir. O show do Terço não foi diferente. Sérgio Intkar durante a entrevista declara:
“Todo mundo queria ter aquela guitarra do Hinds, uma SG Gibson.” Intkar conta inclusive
que, muito por influência do álbum Criaturas da Noite, posteriormente veio a adquirir uma
Gibson SG, que infelizmente após ser emprestada, sofreu algum tipo de choque mecânico e
quebrou o braço.

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4 O TERÇO EM ERECHIM

Após a saída de Venturini do Terço e a reformulação da banda, a nova formação grava


em 1977 o álbum Mudança de Tempo, que é lançado no ano seguinte. 1978 é um ano
emblemático para a banda, pois a gravação do disco no ano anterior criou desgates entre os
músicos e a gravadora, e com a nova concepção do álbum, que traz sonoridades diferentes
para as canções do grupo, vieram também críticas à banda. Essa soma de fatores aliada ao
acidente que Hinds sofre, acarreta no fim da banda. Em entrevista para a International
Magazine (periódico dos anos 90) ,quando questionado sobre o fim do terço em 78, Hinds
explica.

Na verdade, quando O Terço parou em 78-79, foi um desgaste geral... de


cansaço mesmo. Naquela fase, a gente fazia uma média de 150 a 200 shows
por ano. A gente estava de saco na Lua, eu não sabia onde é que eu morava.
Eu não aguentava mais. De 74 a 79, a média foi de 150 a 200 shows por
ano. Foram muitos anos seguidos de vida na estrada, o tempo todo. (Hinds).

É nesse período conturbado da banda que ocorre o show em Erechim. A data exata do
show foi esquecida e permanece um mistério, pois através de relatos dos que estavam
presentes no show não é possível chegar em um resultado conclusivo. Não saíram notas sobre
o show no periódico da cidade e a Paróquia São Pedro que era a responsável pela locação do
ginásio se desfez dos registros. O hotel onde os músicos se hospedaram também não soube
informar a data. O possível responsável por contratar o show e trazer O Terço para Erechim
faleceu pouco tempo após o resgate da fita na qual o show foi gravado.

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O grupo vem com a formação do disco: Hinds, Mercês, Moreno, Kaffa e Magrão.
Quando chegam na cidade ficam hospedados no Hotel Erechim, que era o hotel que
geralmente hospedava os artistas e personalidades que passavam pelo município.

Durante a tarde O Terço fez a passagem de som no Ginásio da Paróquia São Pedro,
local onde o show foi realizado. Sérgio Intkar estava presente na passagem de som com
alguns amigos e relata que aquele pequeno grupo de fãs de rock estava ansioso para a chegada
do Terço em Erechim, devido ao grande sucesso, principalmente, de Criaturas da Noite. A
expectativa desses jovens era grande, assim como a timidez, por isso demoraram um pouco
para conversarem com o pessoal da banda. Intkar conta que o mais acessível para um bate-
papo era o técnico de som do grupo, e que a banda, talvez por ser um das maiores conjuntos
de rock do país, não dava muita conversa para o pessoal presente. Intkar observou que na
aparelhagem de som havia possibilidade de se gravar o show em fita cassete e então pediu
para o Técnico se poderia gravar. Ele respondeu que não teria problema nenhum e seria legal,
para registrar o que rolou à noite para depois analisar. Intkar ajustou o ponto onde a fita
deveria começar a gravar e quando o show iniciou apertou o “rec”.

Quanto ao equipamento utilizado pelo Terço, Intkar lembra que a banda vinha apenas
com seus instrumentos e cabeçotes. O pesado da sonorização e iluminação era locado da
região. Foram erguidas as redes do ginásio onde o palco ficava. Era um palco alto e
improvisado com tábuas que cediam um pouco quando os músicos subiam. Em suma, o
equipamento locado estava longe do utilizado pela banda em shows maiores, o que sem
dúvida prejudica em algum momento os aspectos técnicos de um show. Apesar disso a noite
foi inesquecível para quem compareceu. No momento do show, estima-se que estavam
presentes em torno de 200 pessoas, o que para o público erechinense de rock da época é

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bastante, mas não chega a lotar um ginásio. Embora O Terço já fosse reconhecido como um
dos maiores grupos de rock do Brasil na época, em Erechim ele não era tão popular. Os
poucos que conheciam estavam mais familiarizados com seus trabalhos anteriores, e uma
grande parte do público foi por curiosidade, para conhecer e ver o que estava acontecendo.

Enori José Chiaparini, historiador e pesquisador erechinense que assistiu ao show,


relata que a cidade até então não tinha presenciado um show de tamanha beleza. Os efeitos de
iluminação aliados ao som do Terço deixaram os expectadores estarrecidos. Chiaparini
ressalta ainda que pelo público não estar familiarizado com a obra do grupo, principalmente
do álbum do ano, o show não tinha tanta interação, mas a platéia estava admirada com o
profissionalismo dos músicos. O show da banda Casa das Máquinas no ano anterior gerou
alvoroço na cidade. Primero pela roupa do vocalista que chocou os mais conservadores, mas o
que gerou mais reclamações na cidade foi pelo fato do volume sonoro do show estar
altíssimo. Algumas pessoas deixaram o ginásio por não suportarem o som tão alto. Com o
Terço foi muito diferente. Enori conta que o técnico de som foi muito competente, o show não
perturbou a vizinhança e estava agradável de se ouvir dentro do ginásio.

Sérgio Intkar, por ser um músico profissional, tem uma posição mais crítica quanto ao
show:

Eu esperava muito mais deles... todo mundo estava esperando Criaturas da


Noite e os caras começaram a tocar outras coisas, e eles não estavam
tocando como deveriam tocar, como estava gravado. Estavam tocando tudo
correndo... Não sei se é por eles terem vindo pro interior ou se eles queriam
mudar a banda, levar as coisas pra outro rumo. (Intkar, 2015).

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Os que foram ao show para ouvir sucessos da fase com Venturini, Criaturas da Noite
e Casa Encantada, se decepcionaram. A banda havia mudado radicalmente a concepção das
composições. Como no interior o Mudança de Tempo nem havia chegado ainda e o repertório
da noite foi basicamente o álbum de 78, acabou que o show foi uma novidade mesmo para os
que já conheciam O Terço.

Ao término do show O Terço começou a desmontar seus equipamentos, e quando


estavam todos indo embora Sérgio Intkar conversou rapidamente com a banda. Em entrevista
Intkar descreve o final da noite:

Estavam todos indo embora, a banda estava indo pro hotel e eu falei com o
guitarrista... eles estavam todos meio juntos mas eu falei mais diretamente
com o Hinds, e eu vi que eles estavam muito afim das gatinhas... minhas
irmãs estavam ali junto e eu vi que eles estavam de olho nelas. E eles
falaram “Ah, chega lá no hotel. Leva a fita lá que a gente vai ouvir, fumar
um, mas leva tuas irmãs...” Eu pensei: Ah é, é isso aí então... então não vão
levar a fita...”. (Intkar, 2015).

5 REPERTÓRIO DO SHOW

O show contou com as músicas do Mudança de Tempo alternadas com as faixas do compacto
de 77 e algumas faixas do Casa Encantada e Criaturas da Noite. Com relação às
interpretações ao vivo, praticamente todas as músicas foram executadas bem mais rápidas que
as faixas originais.

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5.1 GUITARRAS

A banda abre o show com a música instrumental Guitarras, 3ª faixa do álbum Casa
Encantada de 76. A versão ao vivo é tocada em um andamento mais rápido que a gravação
original. A versão ainda conta com contracantos da flauta de Mercês durante o tema da
música que é solada por Hinds e seções de improvisação de ambos.

5.2 PÁSSARO

Ao término de Guitarras, a banda anuncia que irá tocar a canção “tocador”, de autoria de Sá e
Guarabyra. Pássaro também faz parte do álbum Casa Encantada, que ao vivo contou com
improvisos e solos de flauta onde na original seriam as frases de acordeon. Por ser de um
trabalho anterior de grande sucesso, essa canção era do conhecimento do público que vinha
acompanhando os álbuns anteriores do conjunto.

5.3 GENTE DO INTERIOR

“Nós vamos tocar uma música que fala do amor da gente pelo pessoal do interior do Brasil”.
É com essa frase que a banda anuncia que irá tocar a musica Gente do Interior, do álbum
Mudança de tempo, que foi lançado no mesmo ano do show. Mesmo sem os arranjos de
orquesta da gravação a banda faz uma bela versão da música.

5.4 AMIGOS

Após duas canções lentas a banda entra de volta no rock progressivo com a música Amigos
do compacto lançado no ano anterior. Amigos é tocada num arranjo mais agressivo e rápido
do que a versão original.
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5.5 BARCO DE PEDRA

Depois da versão enérgica de Amigos, a banda retorna a um clima mais tranquilo quando
Hinds puxa os acordes de Barco de Pedra, balada pertencente ao compacto de 1977.

5.6 FAIXA INSTRUMENTAL

A 6ª música inicia o bloco mais progressivo do show. É instrumental e o nome é


desconhecido até o momento, pois não está em nenhum dos álbuns de estúdio da banda.
Possivelmente não foi gravada e deve ter sido tocada em alguns shows do período. A música
apresenta um breve tema tocado em dueto pelas guitarras e solos de guitarra.

5.7 TERÇAS E QUINTAS

Até este momento do show, com exceção da música Gente do Interior, a banda tocou
apenas músicas de trabalhos anteriores, a parte do show que segue são algumas músicas do
álbum Mudança de Tempo. Esse bloco de músicas do álbum de 78 inicia com a 3ª faixa do
disco que é um legítimo rock progressivo instrumental e se chama Terças e Quintas. Assim
como em algumas músicas anteriores, Terças e Quintas foi tocada em um andamento mais
acelerado do que na gravação, mas mantendo sua essência. A música acaba e logo inicia um
solo de bateria de Luiz Moreno.

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5.8 DESCOLADA

Após o solo não muito longo de bateria a banda dá inicio à outra musica instrumental,
a curta Descolada. Em Erechim ela não contou com o pequeno solo de flauta que Mercês toca
no tema da música.

5.9 PELA RUA

Saindo das musicas instrumentais, o grupo volta com a animada Pela Rua. Ela também
não conta com alguns detalhes de arranjo da gravação do álbum, mas apresenta um solo maior
de guitarra ao final da música.

5.10 BLUES DO ADEUS

A versão do blues para o show de erechim também foi mais enérgica, e é a faixa na
qual a fita em que o show estava sendo gravado acaba.

5.11 MINHA FÉ

Quando a fita acaba, a música que inicia o outro lado é Minha Fé. Não se sabe se entre
Blues do Adeus e Minha Fé foi tocada outra música, mas considerando que no repertório do
show a única música do álbum Mudança de Tempo que não foi tocada foi Hoje é Domingo,
não é de se descartar a hipótese de que essa música tenha ficado de fora da gravação até o
momento em que a fita voltou a gravar. Minha fé é uma das músicas que mais sofreram uma

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mudança em relação à gravação original. O andamento é disparado em relação ao disco, e não
conta com o vocal feminino do álbum.

5.12 MUDANÇA DE TEMPO

“Nós vamos tocar agora a música que é o nome do LP, Mudança de Tempo”, anuncia
a banda. E assim eles tocam a música num arranjo bem mais Rock and Roll. Não teve o solo
de violão que tem no disco, mas aconteceram os solos em forma de “duelo” entre a guitarra e
o teclado. Como aconteceu na maioria das músicas do show, a banda tocou com o andamento
bem acima do original.

5.13 FLOR DE LA NOCHE

Logo que acaba Mudança de Tempo a banda chama a Flor de la Noche, grande
sucesso do Casa Encantada. Essa era uma das músicas mais conhecidas do publico rockeiro
erechinense, junto com Hey Amigo, do Criaturas da Noite.

5.14 NÃO SEI NÃO

Voltando para o álbum de 78 a banda toca Não Sei Não, faixa que abre o disco. Nesse
arranjo a música tem uma roupagem mais viva e o andamento também ficou acima do
gravado no LP.

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5.15 LUZ DE VELA

Chegando ao fim do show a banda toca o animado rock Luz de Vela, do Casa
Encantada, que após uma finalização com rolos de bateria e improvisações dos instrumentos
emenda com a música que encerra a noite.

5.16 HEY AMIGO

Para fechar o show em Erechim em grande estilo O Terço toca o tão esperado sucesso
do álbum Criaturas da Noite, Hey Amigo. Era sem dúvida a música mais conhecida e
esperada pelo público presente que acompanhava o trabalho da banda. O show acaba com um
sintetizador fazendo um efeito crescente que era comum em shows de rock da época.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O show do terço, apesar de apresentar um repertório praticamente desconhecido para


os erechinenses, foi bem aceito e encantou os espectadores. Ao contrário do show da banda
Casa das Máquinas em 77 que causou impacto na cidade devido ao som extremamente alto e
vestimentas, O Terço deixou uma ótima impressão na cidade. Sem sombra de dúvidas foi um
show memorável e que marcou a todos que tiveram oportunidade de assisti-lo. O registro
fonográfico que ficou perdido por quase 40 anos, ressurge em 2015 para ajudar a preencher as
lacunas que se tem na história do rock nacional, contribuindo para o entendimento da
trajetória de uma banda que marcou e continua a influenciar gerações. Deixamos um
agradecimento aos entrevistados que colaboraram para construção deste artigo, em especial a

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Sérgio Intkar, que cedeu gentilmente a fita cassete com o registro do show tornando possível
este resgate.

7 REFERÊNCIAS

CHACON, Paulo. O que é Rock. São Paulo: Editora Brasiliense, 1992. 53p.
CHIAPARINI, Enori et al. Erechim: Retratos do Passado, Memórias no Presente. Erechim,
RS: Graffoluz, 2012. 308p. il.
CHIAPARINI, Enori. Entrevista concedida a Celina Tiepo no dia 16/05/2015. Gravação e
transcrições da entrevistadora.
CHICHOCKI, Rogério. Entrevista concedida a Daniel Szuchman no dia 15/05/2015.
Gravação e transcrições do entrevistador
INTKAR, Sérgio. Entrevista concedida a Daniel Szuchman no dia 14/05/2015. Gravação e
transcrições do entrevistador.
INTKAR, Paulo. Entrevista concedida a Daniel Szuchman no dia 17/05/2015. Gravação e
transcrições do entrevistador.
8 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

HINDS, Sérgio. Entrevista na International Magazine. Disponível em:


http://blogdeigormotta.blogspot.com.br/2012/11/o-terco-e-entrevista-com-sergio-hinds.html.
Acessado em 15/05/2015.
O Terço. Disponível em: < http://www.oterco.com.br/> Acessado em 14/05/2015
SAGGIORATO, Alexandre. Anos de Chumbo: Rock e Repressão Durante p AI-5 . Passo
Fundo, RS: Ed. Universidade de Passo Fundo, 2012. 184p. il.
WOJCIEKOWSKI, G. J. Sérgio Moacir Intkar e The Crazy Boys. Diário da Manhã.
Disponível em: <http://www.diariodamanha.com/blogs.asp?a=post&blog_id=21&ID=943>.
Acessado em: 15/05/2015.

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9 ANEXO

IMAGEM 1 – Vista aérea do centro de Erechim (1979)

IMAGEM 2 – Fita Cassete usada na gravação do show d’O Terço em Erechim


(1978)
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