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Davi MELO
Licence 1 – Sciences Theologique
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Professeur :
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Peut-on dépasser la morale du permis/défendu?
Até 1930, os manuais de teologia moral foram escritos segundo o estilo de Santo
Afonso Maria de Ligório(1696-1787), que adotava o estudo de casos para aprofundar
no conhecimento moral ; ou então seguindo alguns comentaristas de São Tomás, que
procuravam as razões que estariam por trás das normas. Entretanto, ambos os
métodos centravam o estudo da vida moral no conhecimento das leis e da sua
aplicabilidade nas diversas circunstâncias da vida humana. O enfoque que se dava à
moral era demasiadamente jurídico : procurava-se entender que condutas seriam
« obrigatórias » e quais as situações em que se estaria diante de uma exceção à regra.
Entre 1930 e 1960, as discussões acabaram tendo por fruto a produção de novos
manuais e o surgimento de novos enfoques para a compreensão da vida moral do
cristão. Diferentes autores buscavam um novo princípio reitor que estruturasse a
exposição da teologia moral. Influenciaram-nos positivamente os movimentos que,
século XX, contribuíram para a renovação da teologia em geral, a saber : o bíblico, o
litúrgico e o carismático. Dentre as questões suscitadas por essa busca, duas
concentraram mais a atenção dos estudiosos : 1) Existe uma moral especificamente
cristã ? Se sim, em que consistiria ? 2) Qual a ligação entre a vida cristã e a lei natural,
válida mesmo para os não-cristãos ?
A moral do « pode »e « não pode » não é uma moral cristã, mas se assemelha mais
à perspectiva kantiana de moral, com influências claríssimas de Guilherme de Ockham.
Viver para cumprir regrar é enfadonho. Chega o dia em que se cansa. A luta perde o
elã, diante de sucessivas derrotas, muitas vezes constantes, e o « cumprido »se
desestabiliza, abandonando a luta.
A moral nada mais é do que a arte de agir bem, por amor, para ser feliz. Quando
falamos de Amor, falamos de liberdade. E a liberdade e o amor estão muito além do
cumprimento de um conjunto de regras e preceitos. Seria absurdo se assim o fosse, da
mesma forma que é absurdo pensar que o marido dissesse à sua mulher que a amava
por obrigação. Amamos porque somos livres. E podemos não amar, mesmo indo
contra a nossa condição criatural. Deus quis correr o risco da nossa liberdade para que,
livres, lhe tributemos o nosso amor.
Durante certa época aconteceu exatamento isso com a teologia moral. Dirigia-se,
mas não sabia para onde. Corria bem – nas palavras de Santo Agostinho – mas fora do
caminho. Fez ouvidos mocos aquelas palavras de Diógenes : « Em tudo o que fizeres
pensa no fim ».
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Foi esse o passo mais decisivo para a renovação da Teologia Moral : centrar os
estudos teológicos na Sagrada Escritura para que, com Cristo como referência, fosse
possível explicar a grandeza d’Ele. A moral necessita de Jesus como modelo ; os fiéis
devem aspirar à identificação com Ele ; a Bíblia serve para compreendê-lo e conhecê-lo
melhor.
O enfoque que se adotou, então, com relação à moral foi mais positivo do que
nunca : afirmar o bem, mais que proibir o mal. Afirmar o Bem, que se identifica com
Jesus, e empreender o seu seguimento, uma vez que a vida moral é a vida em Cristo ; e
vive em Cristo exige segui-lo. Daí a importância central da caridade no estudo
teológico, como insistia a Lumen Gentium, já que essa virtude o centro da pregação e
do agir de Jesus.
Está aí o começo de uma vida moral cristã. Uma vida pautada na conquista das
virtudes que nos fazem alcançar a plenitude da vida que São Paulo anunciava como « a
liberdade dos filhos de Deus », a vida de identificação com Jesus. A vida cristã não é
uma vida de obrigações, mas de verdadeira liberdade, da liberdade de que Cristo nos
conquistou com o preço do seu sangue.