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Université DOMUNI Fevrier 2018

Davi MELO
Licence 1 – Sciences Theologique

Por une morale chrétienne

Devoir
Professeur :

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Peut-on dépasser la morale du permis/défendu?

A teologia moral católica viveu um conturbado período de transição no século XX,


em que o seu estudo experimentou uma profunda renovação metodológica.

Esse processo de renovação foi motivado por um mal-estar que, já na segunda


metade do século XIX, se fazia sentir em virtude do método até então seguido na
teologia moral, visto como antigo e ultrapassado. Tal método, cujas origens remontam
ao século XIV, pautava os estudos do cumprimento dos mandamentos. Entendia-se
que eram os autores espirituais, e não os moralistas, que deveriam tratar dos meios
para alcançar a santidade, já que esses não poderiam ser apresentados como
obrigações aos fiéis.

No início do século XX, porém, surgiram algumas tentativas de renovação


metodológica e ocorreu um novo despertar à necessidade de acudir à filosofia e às
ciências experimentais, e não apenas aos mandamentos, para que a teologia moral
desse ao homem moderno as respostas que buscava.

Até 1930, os manuais de teologia moral foram escritos segundo o estilo de Santo
Afonso Maria de Ligório(1696-1787), que adotava o estudo de casos para aprofundar
no conhecimento moral ; ou então seguindo alguns comentaristas de São Tomás, que
procuravam as razões que estariam por trás das normas. Entretanto, ambos os
métodos centravam o estudo da vida moral no conhecimento das leis e da sua
aplicabilidade nas diversas circunstâncias da vida humana. O enfoque que se dava à
moral era demasiadamente jurídico : procurava-se entender que condutas seriam
« obrigatórias » e quais as situações em que se estaria diante de uma exceção à regra.

Entre 1930 e 1960, as discussões acabaram tendo por fruto a produção de novos
manuais e o surgimento de novos enfoques para a compreensão da vida moral do
cristão. Diferentes autores buscavam um novo princípio reitor que estruturasse a
exposição da teologia moral. Influenciaram-nos positivamente os movimentos que,
século XX, contribuíram para a renovação da teologia em geral, a saber : o bíblico, o
litúrgico e o carismático. Dentre as questões suscitadas por essa busca, duas
concentraram mais a atenção dos estudiosos : 1) Existe uma moral especificamente
cristã ? Se sim, em que consistiria ? 2) Qual a ligação entre a vida cristã e a lei natural,
válida mesmo para os não-cristãos ?

O Concílio Vaticano II contribuiu extraordinariamente para esse processo de


renovação. A constituição Lumen Gentium frisou o fato de que a caridade – não
devidamente considerada no antigo esquema moral fundamentado nas obrigações – é
o frato mais apreciado da Igreja. Da mesma forma, o decreto Optatam totius, sobre a
formação sacerdotal, propões que todas as disciplinas teológicas passassem a um
contato mais vivo com o mistério de Cristo e com a História da Salvação. O objetivo era
aperfeiçoar a teologia moral, de maneira que sua exposição científica estivesse mais
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nutrida da doutrina das Sagradas Escrituras e mais apta a explicar a grandeza da
vocação dos fiéis em Cristos.

É preciso passar de uma moral manualística para um moral de felicidade.


Evidentemente que não se trata de descartar os manuais, muito menos de apresentar
uma felicidade minimalista. A proposta cristã de felicidade é tremendamente exigente.
Não é uma proposta de facilidades, mas, sim, de felicidade.

A moral do « pode »e « não pode » não é uma moral cristã, mas se assemelha mais
à perspectiva kantiana de moral, com influências claríssimas de Guilherme de Ockham.
Viver para cumprir regrar é enfadonho. Chega o dia em que se cansa. A luta perde o
elã, diante de sucessivas derrotas, muitas vezes constantes, e o « cumprido »se
desestabiliza, abandonando a luta.

A moral nada mais é do que a arte de agir bem, por amor, para ser feliz. Quando
falamos de Amor, falamos de liberdade. E a liberdade e o amor estão muito além do
cumprimento de um conjunto de regras e preceitos. Seria absurdo se assim o fosse, da
mesma forma que é absurdo pensar que o marido dissesse à sua mulher que a amava
por obrigação. Amamos porque somos livres. E podemos não amar, mesmo indo
contra a nossa condição criatural. Deus quis correr o risco da nossa liberdade para que,
livres, lhe tributemos o nosso amor.

Não se trata de reduzir os equívocos morais presentes na sociedade hodierna,


muito menos de dar ao homem uma carta de aforria dos seus instintos mais primários,
mas trata-se de centrar toda a ação moral na questão : por que ajo desta maneira ? O
que me leva à não defraudar o próximo, viver a pureza no estado de vida em que me
encontro, não mentir ?

Santo Tomás de Aquino dizia que primeiro pensamos no « fim »e depois


empregamos « os meios adequados ». Como um rapaz que já se vê como médico antes
mesmo de entrar na Universidade e, por isso, dedica horas e mais horas, numa
preparação árdua e exigente, para concretizar o seu sonho visto desde o princípio.

O grande problema da teologia moral manualística foi esquecer exatamente isso :


para onde tendemos ? para onde me dirijo ? qual o fim da vida humana ? o que me
leva à agir bem ? Como dizia Niestche, « quando se tem um ‘porquê’, se suporta
qualquer ‘como’. ». A ideia do « fim », parece-nos que nos foi um pouco esquecida.
Centrou-se a vida cristã apenas nos meios, mas se perdeu de vista o fim almejado.
Razão assistia ao gato em Alice no País das maravilhas, quando, diante de uma
pergunta da moça, que estava perdida, lhe disse : « Se você não sabe para onde vai,
então qualquer caminho serve ».

Durante certa época aconteceu exatamento isso com a teologia moral. Dirigia-se,
mas não sabia para onde. Corria bem – nas palavras de Santo Agostinho – mas fora do
caminho. Fez ouvidos mocos aquelas palavras de Diógenes : « Em tudo o que fizeres
pensa no fim ».

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Foi esse o passo mais decisivo para a renovação da Teologia Moral : centrar os
estudos teológicos na Sagrada Escritura para que, com Cristo como referência, fosse
possível explicar a grandeza d’Ele. A moral necessita de Jesus como modelo ; os fiéis
devem aspirar à identificação com Ele ; a Bíblia serve para compreendê-lo e conhecê-lo
melhor.

O enfoque que se adotou, então, com relação à moral foi mais positivo do que
nunca : afirmar o bem, mais que proibir o mal. Afirmar o Bem, que se identifica com
Jesus, e empreender o seu seguimento, uma vez que a vida moral é a vida em Cristo ; e
vive em Cristo exige segui-lo. Daí a importância central da caridade no estudo
teológico, como insistia a Lumen Gentium, já que essa virtude o centro da pregação e
do agir de Jesus.

A teologia moral, assim, sem deixar de contemplar as obrigações morais e sem


extirpar os deveres e as leis da vida de todo o cristão, não se detém mais apenas no
mero determinar o que é obrigatório – como a Santa missa dominical – nem na análise
das exceções à regra – como os impedimentos graves. Busca-se agora apresentar o
ideal da imitação de Jesus Cristo e estudar os meios para alcançar a plenitude da
identificação do discípulo com o Mestre. Passa-se a falar mais da grandeza da vocação
cristã e de como chegar à sua perfeita realização, mais do que como não errar.

Para um verdadeira renovação da Teologia Moral é preciso entender que a vida


cristã é a vida de imitação das virtudes de Jesus. Ou seja, uma chamado à felicidade
que se realiza no crescimento das virtudes morais.

Está aí o começo de uma vida moral cristã. Uma vida pautada na conquista das
virtudes que nos fazem alcançar a plenitude da vida que São Paulo anunciava como « a
liberdade dos filhos de Deus », a vida de identificação com Jesus. A vida cristã não é
uma vida de obrigações, mas de verdadeira liberdade, da liberdade de que Cristo nos
conquistou com o preço do seu sangue.

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